Docência e Mediação Pedagógica em Educação A Distância
Docência e Mediação Pedagógica em Educação A Distância
Docência e Mediação Pedagógica em Educação A Distância
DOCÊNCIA E
MEDIAÇÃO
PEDAGÓGICA EM
EDUCAÇÃO A
DISTÂNCIA
Prof. Esp. Ronald Alex Santos Reis
Prof. Me. Marilene Nunes
2
DOCÊNCIA E MEDIAÇÃO
PEDAGÓGICA EM
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
PROF. ESP. RONALD ALEX SANTOS REIS
PROF. ME. MARILENE NUNES
3
Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Profa Esp. Cristiane Lelis dos Santos
Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Profa. Esp. Gilvânia Barcelos Dias Teixeira
Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autoriza-
ção escrita do Editor.
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920.
4
DOCÊNCIA E MEDIAÇÃO
PEDAGÓGICA EM
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1° edição
Ipatinga, MG
Faculdade Única
2022
5
MARILENE NUNES
Sou Pedagoga, com Especialização em Gestão
Estratégica de Recursos Humanos e Mestrado
em Administração com ênfase em Gestão do
Conhecimento, para além desta formação,
atualmente estou cursando Formação
Profissional em Psicanálise e Saúde Mental pela
FAMET. Possuo mais de 20 anos de experiência
distribuídas nas área da docência, Coordenação
de curso superior e Supervisão Pedagógica.
Atualmente sou Coordenadora e professora-
tutora do Curso de Pedagogia em EaD da
Faculdade Única de Ipatinga, atuando também
como coordenadora de projetos de Iniciação
Científica e Extensão universitária. Ministro
palestras e treinamentos em diversas áreas
principalmente com os temas: comunicação
não violenta, motivação, gestão de pessoas,
relações interpessoais e intrapessoais. Como
voluntária, sou secretária de uma instituição
social sem fins lucrativos que visa a recuperação
de dependentes químicos - Comunidade
Terapêutica Feminina - AAMAR Santana
Vale do Aço. Como características pessoais,
destaco: dinâmica, organizada, determinada,
comunicativa, dedicada, alegre, persistente e
proativa.
Ícones
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do
conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones
ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado
trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a
seguir:
FIQUE ATENTO
Trata-se dos conceitos, definições e informações importantes nas
quais você precisa ficar atento.
VAMOS PENSAR?
Espaço para reflexão sobre questões citadas em cada unidade,
associando-os a suas ações.
FIXANDO O CONTEÚDO
Atividades de multipla escolha para ajudar na fixação dos
conteúdos abordados no livro.
GLOSSÁRIO
Apresentação dos significados de um determinado termo ou
palavras mostradas no decorrer do livro.
8
SUMÁRIO
UNIDADE 1
FORMAÇÃO DE PROFESSORES / TUTORES PARA EAD
UNIDADE 2
SISTEMAS TUTORIAIS: TUTORIA ON-LINE E PRESENCIAL
2.1 Introdução ........................................................................................................................................................................................................................................................................................25
2.2 Sistema Tutorial: O Que é? ...................................................................................................................................................................................................................................................25
2.3 Tutoria ON-LINE ...........................................................................................................................................................................................................................................................................26
2.4 Tutoria Presencial ......................................................................................................................................................................................................................................................................29
FIXANDO O CONTEÚDO ...............................................................................................................................................................................................................................................................32
UNIDADE 3
INCENTIVANDO O PROTAGONISMO DISCENTE: PERCEPÇÕES DO PERFIL DO ALUNO EAD
3.1 Introdução ........................................................................................................................................................................................................................................................................................37
3.2 Protagonismo Discente .........................................................................................................................................................................................................................................................37
3.3 Práticas e Abordagens de Ensino-Aprendizagem ..............................................................................................................................................................................................39
3.4 Andragogia e Heutagogia: Aprendendo a Aprender em EAD ...................................................................................................................................................................40
3.5 O Perfil do Aluno em EAD ....................................................................................................................................................................................................................................................42
FIXANDO O CONTEÚDO ...............................................................................................................................................................................................................................................................46
UNIDADE 4
RESPONSABILIDADES DOS PROFESSORES / TUTORES EM EAD
4.1 Introdução ........................................................................................................................................................................................................................................................................................52
4.2 Definição do Professor em EAD e suas Funcionalidades ..............................................................................................................................................................................52
4.3 As Funções do Tutor .................................................................................................................................................................................................................................................................55
4.4 A Comunicação em EAD: Um Diálogo Direto ........................................................................................................................................................................................................57
4.5 Comunicação com os Discentes .....................................................................................................................................................................................................................................57
4.6 Motivando os Aprendizes .....................................................................................................................................................................................................................................................59
4.7 Resolução de Problemas em EAD .................................................................................................................................................................................................................................60
FIXANDO O CONTEÚDO ...............................................................................................................................................................................................................................................................62
UNIDADE 5
FERRAMENTAS FACILITADORAS DA APRENDIZAGEM
5.1 Introdução ........................................................................................................................................................................................................................................................................................67
5.2 A Relação Indissociável Entre as Tecnologias e a EAD .....................................................................................................................................................................................67
5.3 Metodologias de Estudo Baseadas na Autonomia Discente .......................................................................................................................................................................68
5.4 Ferramentas Técnicas para EAD .....................................................................................................................................................................................................................................69
5.4.1 Fórum .........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................69
5.4.2 Chats ou Salas de Bate-Papo .....................................................................................................................................................................................................................................................................................72
5.4.3 Teleaula .....................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................73
5.4.4 Blog .............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................76
5.4.5 Podcast .....................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................77
5.4.6 Google Docs ..........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................78
FIXANDO O CONTEÚDO ...............................................................................................................................................................................................................................................................80
9
UNIDADE 6
AVALIAÇÃO E APRENDIZAGEM: DOIS UNIVERSOS CONSONANTES
6.1 Introdução ........................................................................................................................................................................................................................................................................................85
6.2 Conceituações: O Que é Avaliação? ..............................................................................................................................................................................................................................85
6.3 Funções Essenciais da Avaliação ....................................................................................................................................................................................................................................89
6.4 O Que o Tutor Deve Avaliar na Educação a Distância ......................................................................................................................................................................................90
6.5 Avaliação por Meio das Ferramentas de Aprendizagem ................................................................................................................................................................................93
6.6 Notas ...................................................................................................................................................................................................................................................................................................95
FIXANDO O CONTEÚDO ...............................................................................................................................................................................................................................................................98
UNIDADE 2
Na unidade 2, serão analisados os elementos que permeiam os sistemas de tutoria
utilizados por professores/tutores em cursos EAD on-line e presenciais. Além disso,
serão apontadas quais são as competências e atribuições que esses profissionais
devem exercer nessa modalidade de ensino.
UNIDADE 3
Nesta unidade serão dispostas as práticas de aprendizagem que norteiam as
atividades desenvolvidas pelos aprendizes na EAD: a Andragogia e a Heutagogia.
Tendo em vista este tema, o ponto problematizador se dará pelo enfoque nos
diferentes perfis de alunos inseridos no contexto EAD e como suas particularidades
influenciam seu processo de aprendizagem.
UNIDADE 4
Na unidade 4, a partir das peculiaridades que envolvem o público da EAD
(apresentadas na unidade anterior), serão descritos os conhecimentos, as habilidades
e competências essenciais que devem constituir o perfil de professores e tutores
para lidar com as especificidades dispostas em ambientes de Educação a Distância.
UNIDADE 5
Diante das responsabilidades atribuídas aos professores e tutores no ato de orientar
os discentes em seu percurso de aprendizagem, o foco nesta unidade se dará pela
apresentação de diversas ferramentas e recursos que visam potenciar a aprendizagem
ativa, rompendo com uma visão educacional de cunho mais tradicional.
UNIDADE 6
Na unidade conclusiva do livro, a avaliação será o tema central. Aqui, serão descritos os
elementos que influenciam o processo de avaliação dos alunos em EAD, bem como
as diretrizes que devem nortear as ações avaliativas dos docentes nesses espaços.
Além disso, será explicitado de que maneira as ferramentas de aprendizagem podem
intensificar a efetividade das correções e ponderações de professores e tutores.
11
FORMAÇÃO DE
PROFESSORES /
TUTORES PARA EAD
12
1.1 INTRODUÇÃO
GLOSSÁRIO
Educação bancária: metodologia educacional que reprime a curiosidade do aluno, de-
sestimulando sua capacidade de estimular-se, tornando-o um sujeito passivo (STRECK;
REDIN; ZITKOSKI, 2008, p. 135).
Educação libertadora: prática educacional que visa potencializar a humanização das
pessoas, com o intuito de torná-las mais conscientes e mais livres (STRECK; REDIN; ZI-
TKOSKI, 2008, p. 133).
GLOSSÁRIO
Ambientes Virtuais de Aprendizagem: sistema que gerencia cursos on-line.
Meios Síncronos: o professor e o aluno precisam estar conectados ao mesmo tempo
para participar da discussão.
Meios Assíncronos: cada um participa no horário mais conveniente para si. Dessa for-
ma, quando ocorrem as discussões, as respostas são dadas no decorrer do dia ou no(s)
próximo(s) dia(s).
GLOSSÁRIO
Tecnologias educacionais: esse termo é utilizado em dois sentidos diferentes e impor-
tantes: aplicação de tecnologias (quer dizer, máquinas) no processo de ensino; aplicação
de ciências de ensino e aprendizagem (psicologia, teoria geral de sistemas, sociologia,
entre outros) no processo de planejamento, execução e avaliação de ensino.
(GUAREZI; MATOS, 2012, p. 137)
Multimídia: convergência de meios gerenciados pelo computador; em geral, uma apre-
sentação combinando vídeo, som, texto, animação e ilustrações em um só programa
(criado no computador).
(CORTELAZZO, 2013, p. 203)
Tendo isso em vista, em acordo com o material estudado, sabendo-se que a EAD
tem ganhado cada vez mais uma importância salutar no que tange aos processos
educacionais, as práticas referentes a esta modalidade devem:
5. Com base nos estudos realizados acerca do que é Educação a Distância e seus
elementos essenciais, julgue as afirmativas abaixo:
PORQUE
SISTEMAS TUTORIAIS:
TUTORIA ON-LINE E
PRESENCIAL
25
2.1 INTRODUÇÃO
Assim sendo, como já apontado previamente, Ribeiro (2019) pontua que o professor/
tutor pode assumir diferentes funcionalidades, que englobam desde funções gerenciais
até funções sociais, com o intuito de promover competências de cunho pedagógico,
didático, social, tecnológico e de trabalho colaborativo.
A fomentação destas competências, conforme demonstram Guarezi e Matos
(2012), evidencia a importância do professor/tutor no processo que envolve a mediação
entre os discentes e os conhecimentos ainda não apropriados. Nesta perspectiva,
segundo Ribeiro (2019), o professor/tutor tem como principal desígnio fazer com que os
discentes se interessem pelos objetos de estudo disponibilizados e sejam ativos acerca
do desenvolvimento de seus processos de aprendizagem.
Diante desta conjuntura, os sistemas de tutoria ganham uma ampla importância,
pois podem viabilizar a relação direta entre instituição, equipe docente e os alunos. Como
citado neste livro didático, há dois modelos de tutoria amplamente disseminados no
mercado EAD, que abrangem a tutoria on-line e a tutoria presencial. A partir de agora,
cada um desses modelos será abordado de maneira a contemplar as singularidades que
os permeiam.
De acordo com Guarezi e Matos (2012), por muito tempo, imaginou-se que estudar a
distância era sinônimo de estudar de maneira isolada, distante de outros espaços ou
tempos. Pensava-se que a credibilidade dos cursos a distância pautava-se apenas por um
material didático de boa qualidade, que poderia ser impresso, desenvolvido por vídeo,
rádio ou internet, o que facilitaria o processo de ensino-aprendizagem por parte dos
estudantes. Nesta ótica, pouca importância era dada à comunicação entre os envolvidos.
Porém, no que tange ao mundo contemporâneo, esta realidade tem sido alterada.
Atualmente, conforme aborda Ribeiro (2019), a qualidade dos processos educacionais
vincula-se diretamente ao envolvimento dos alunos, das propostas pedagógicas
dispostas, dos materiais disponibilizados e da atuação das equipes técnicas e grupos
formados pelos docentes.
Segundo Guarezi e Matos (2012), nesta conjuntura, potencializar o vínculo com os alunos
presentes em diferentes cursos EaD é um grande desafio posto para as instituições de
ensino, que necessitam fomentar um processo de comunicação que seja mediatizado.
Este processo mediatizado, como expõem Maia e Mattar (2008), perpassa cada vez mais
pelos campos do saber que envolvem as tecnologias e a ciência.
Em consonância com os autores supracitados, Guarezi e Matos (2012) afirmam que isto
evidencia novos caminhos para a aprendizagem, que estão alicerçados na utilização
27
das tecnologias, que se constituem de diferentes possibilidades de comunicação,
compartilhamento, colaboração e interação.
É nesta perspectiva que a tutoria on-line ganha relevância imensurável, pois,
como Arredondo, González e González (2012) explicitam, é o momento em que se
estabelece a relação entre o tutor e os discentes, fazendo-se uso de diferentes sistemas
de comunicação de informática, sem que haja a presença física dos agentes envolvidos,
o que destoa das estruturas tradicionais de tempo e espaço.
Conforme apontam Guarezi e Matos (2012), diversos meios podem ser utilizados
para potencializar esta comunicação entre os tutores e seus alunos, que englobam meios
síncronos (chats, web conferências, audioconferências, telefone etc.) e meios assíncronos
(fórum, correspondências eletrônicas e postais, entre outros recursos). Neste contexto,
cabe ao tutor on-line exercer algumas tarefas essenciais à modalidade a distância.
O tutor em si tem o papel de orientar e avaliar a apren-
dizagem a distância. Para tanto, também é necessário
que ele tenha perfil formador, sendo aquele que auxi-
lia e estimula a formação continuada e de qualidade,
principalmente por meio das interações e motivações
extrínsecas. (FARIA; LOPES, 2014, p. 97)
Isto indica, como abordam Arredondo, González e González (2012), que o tutor
apoia o processo de aprendizagem do estudante, com o intento de produzir nele novas
expectativas, que lhe deem a possibilidade de evoluir e aprofundar seus conhecimentos.
Contudo, para que os processos de tutoria ocorram de maneira positiva, torna-se
necessário um suporte constituído por diferentes ferramentas. Dentre as ferramentas
essenciais, Ribeiro (2019) pontua as seguintes:
– O conteúdo didático, que engloba as referências das informações dispostas de
diferentes maneiras, seja por meio websites, apostilas, livros, arquivos de vídeo, entre
outros.
– Os ambientes virtuais de aprendizagem, que são módulos nos quais podem-se
controlar o acesso dos alunos ao curso, gerenciar as matrículas, registrar o acesso dos
alunos aos conteúdos disponibilizados, realizar o suporte à comunicação, o que envolve
troca de mensagens, chats e fóruns e possibilita a interação docente – aluno e aluno –
aluno.
– Os tipos de mídia, que abarcam os meios de comunicação utilizados na troca de
informações entre os professores e os discentes e também entre os próprios discentes.
Em conformidade com as ideias de Guarezi e Matos (2012), tais ferramentas
propiciam a utilização de outros recursos, que possibilitam ao professor/tutor diagnosticar
e acompanhar o desenvolvimento dos discentes.
Em virtude disso, Ribeiro (2019) aponta alguns destes recursos que podem ser
utilizados no processo de tutoria, tais como:
Essas ferramentas, como abordam Faria e Lopes (2014), demonstram como a utilização
de diferentes meios tecnológicos e a existência de uma estrutura organizacional são
indispensáveis na EAD.
Dessa forma, como afirmam Faria e Lopes (2014), denota-se ao tutor um perfil de
tecnólogo educacional, que envolve o domínio das tecnologias da educação.
É importante ainda ser monitor da exploração de mate-
riais didáticos em grupos de aprendizagem e também
dar respostas aos alunos quanto às plataformas de ensi-
no, sendo ainda capaz de responder a qualquer dúvida
que possa surgir a respeito dos recursos didáticos. (FA-
RIA; LOPES, 2014, p. 97)
Além desse conjunto de demandas tecnológicas, conforme demonstram
Arredondo, González e González (2012), é imprescindível também que o professor/tutor
seja dotado de qualidades que permeiem uma atuação formativa e um perfil adequado
para a função.
Posto isto, o profissional docente, no contexto da EaD, como apontam Guarezi e
Matos (2012), deve, além de apresentar habilidades relativas ao domínio das tecnologias,
possuir conhecimentos pertinentes acerca dos conteúdos programáticos e exibir uma
conduta profissional calcada em atitudes que compreendam flexibilidade, facilidade para
se relacionar interpessoalmente e uma postura ética. Nessa perspectiva, Faria e Lopes
(2014) corroboram com esta afirmação, demonstrando que, dessa maneira, o professor/
tutor pode orientar e analisar a aprendizagem dos discentes com maior destreza.
Neste cenário, com todos os elementos apontados aliados, como concluem Valente
e Moran (2011), as instituições de ensino poderão garantir uma educação significativa e
de qualidade.
VAMOS PENSAR?
Tendo esta realidade como base, qual seria o papel do professor nos modelos educacionais
citados (bimodal e semipresencial)? Como ocorreria o processo de tutoria neste contexto?
GLOSSÁRIO
Educação mista: aulas presenciais intercaladas com aulas não-presenciais. (GUAREZI;
MATOS, 2012, p. 87)
VAMOS PENSAR?
Antes de partir para a próxima unidade, vamos pensar! Você assimilou conceitos e
conhecimentos que remetem às diversas atribuições que permeiam a atuação dos
professores/tutores em cursos na modalidade EAD. Agora, pensando nesse mesmo
contexto e, em acordo com os conhecimentos apreendidos por você durante o curso ou
em ambientes não formais de ensino, responda: qual é o papel do aluno na Educação a
Distância? Como se dá a relação entre professores/tutores e alunos neste cenário e quais
são os elementos fundamentais para que este processo gere bons resultados?
32
FIXANDO O CONTEÚDO
4. Faria e Lopes (2014) afirmam que o tutor, responsável por qualquer tipo de sistema
tutorial, tem como incumbência orientar e avaliar a aprendizagem a distância dos
discentes. Para isso, torna-se necessário que ele possua um perfil formador, sendo um
profissional que auxilia e instiga a formação continuada e de qualidade, fazendo uso de
interações e estímulos extrínsecos.
Sobre essa perspectiva acerca do tutor, assinale a alternativa correta.
a) O tutor on-line deve ser aquele que aponta os erros e acertos dos alunos, apresentando-
lhes respostas prontas e previamente definidas.
b) Cabe ao tutor ser um agente mediatizador, que busca estabelecer o contato com os
discentes, utilizando-se de diferentes sistemas de comunicação de informática.
c) É papel do tutor oferecer aos alunos feedbacks apenas quando estritamente necessário,
pois o aluno deve se adequar ao processo de autoaprendizagem desacompanhado, o
que estimula o autodidatismo.
d) Pensando que os alunos apresentam diferentes estilos de aprendizagem, é importante
que um sistema de tutoria seja capaz de criar um modelo único, de forma a atender
apenas as especificidades de estudantes mais aplicados.
e) Ao tutor, cabe ser um agente capaz de mediar os conhecimentos, comunicando-se
com os alunos por meio de diferentes meios de comunicação e apontando-lhes respostas
prontas e previamente definidas acerca das atividades planejadas.
A partir das afirmações expostas, avalie as asserções a seguir e a relação existente entre
elas.
PORQUE
II- O tutor tem como principal função fazer com que os discentes se interessem pelos
objetos de estudo disponibilizados e sejam ativos acerca do desenvolvimento de seus
processos de aprendizagem.
A respeito das asserções dispostas, assinale a alternativa correta.
a) As asserções I e II são verdadeiras e a II é uma justificativa correta da primeira.
b) As asserções I e II são verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da
primeira.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira e a asserção II é uma asserção falsa.
d) A asserção I é uma proposição falsa e a asserção II é uma asserção verdadeira.
e) As asserções I e II são asserções falsas.
INCENTIVANDO O
PROTAGONISMO
DISCENTE:
PERCEPÇÕES DO
PERFIL DO ALUNO
EAD
37
3.1 INTRODUÇÃO
VAMOS PENSAR?
Em vista das ideias apresentadas até aqui, uma questão emerge: quais são as abordagens
e perspectivas de ensino que permitem ao aluno em EAD assumir o papel de protagonista
do saber?
39
3.3 PRÁTICAS E ABORDAGENS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
FIQUE ATENTO
Para saber mais sobre as abordagens andragógicas e heutagógicas, leia
o artigo “Andragogia e Heutagogia: práticas emergentes em educação”,
produzido por Coelho, Dutra e Marieli. Disponível em: https://bit.ly/33qrYf8.
Acesso em: 12 out. 2022.
Sendo assim, Valente e Moran (2011) retomam as discussões acerca da importância dos
ambientes virtuais de aprendizagem, já citada anteriormente no livro. Entretanto, os
autores destacam que a implementação deste “estar junto virtual” engloba, sim, os di-
versos recursos presentes nos espaços EAD, mas, o que diferencia sua eficiência não é
especificamente a quantidade ou diversidade de recursos tecnológicos; mas, sim, a qua-
lidade das interações entre professores/ tutores, alunos fazendo uso dessas ferramentas
de forma simultânea.
Diante desta valiosa interação direta entre docentes, discentes e ambientes virtuais de
aprendizagem, Munhoz (2014) explica que se revela cada vez mais o quão indispensável
é a atuação do professor/tutor. Esta figura torna-se um agente participativo, orientador
e incentivador, que visa desenvolver o controle da aprendizagem, na intenção de melhor
assessorar os discentes individualmente, seja na busca pela compreensão dos conteú-
dos ou no ato de potencializar a perspectiva do aprender a aprender, o que pode romper
o estereótipo de aluno passivo.
Como expõe Ribeiro (2019), dessa forma, o aluno pode assumir uma nova postura, ade-
quada ao contexto da EAD, deixando de ser um sujeito passivo e adotando atitudes ati-
vas, assumindo, assim, a gestão de seu aprendizado e uma conduta proativa na busca
pelo conhecimento.
Seguindo essa linha de pensamento, Valente e Moran (2011) afirmam que torna-se exe-
quível estabelecer profundas mudanças nos processos de ensino e aprendizagem, cul-
45
minando, assim, em uma formação contextualizada na realidade dos discentes.
Diante das informações apresentadas nesta unidade, acerca da aplicação e efi-
cácia das práticas heutagógicas e andragógicas, evidencia-se o quão importante é a
interação harmoniosa entre as tecnologias existentes no âmbito da EAD e a relação en-
tre aprendizes e professores, o que pode evitar, por exemplo, a desistência de parte dos
alunos inseridos neste contexto, tema que será tratado a seguir.
VAMOS PENSAR?
Como você pode ver neste capítulo, as abordagens que devem conduzir um curso em
Educação a Distância precisam ser calcadas nos princípios da autoaprendizagem,
para que os discentes possam assumir uma nova postura como alunos, alicerçada na
autonomia e na autodisciplina. Após compreender e aprofundar-se nessas questões, trace
um paralelo entre a Pedagogia, a Andragogia e a Heutagogia, verificando os pontos que
as diferenciam.
46
FIXANDO O CONTEÚDO
1. Quanto à Educação a Distância, leia as assertivas a seguir e julgue-as conforme as al-
ternativas:
2. Leia as afirmações expostas abaixo e avalie a relação entre cada uma delas.
PORQUE
II. O aluno em EaD deve ter ciência de seu papel como agente central no processo en-
sino-aprendizagem, calcado nos conceitos da Pedagogia, de forma a conduzir seus es-
tudos em uma proposta pautada por conteúdos que definem espaços reduzidos para
reflexão.
3. Sobre as metodologias ativas (ou inovadoras, como alguns autores preferem) com tec-
nologias, diferentes autores interpretam alguns termos de forma diferente. Entretanto, é
possível fornecer algumas definições geralmente aceitas. Moran (2014) diz que estamos
vivemos em um momento diferenciado do ponto de vista do ensinar e aprender. Apren-
demos de várias maneiras: em redes, sozinhos, por intercâmbios, em grupos etc. Para
o autor, essa liberdade de tempo e de espaço configura um cenário educacional novo,
onde várias situações de aprendizagem são possíveis com a ajuda das chamadas me-
todologias ativas. Moran acrescenta que o papel do professor é alterado, passa daquele
que ensina para aquele que faz aprender e que também aprende, criando um ambiente
capaz de tornar o aluno motivado para o aprender.
4. A atual perspectiva que remete à palavra Educação refuta a ideia arcaica de um aluno
que é tratado como um depósito de conteúdo, preparado para recebê-los de maneira
passiva e que repete às informações apreendidas. Dentro deste cenário, no mundo con-
temporâneo, constituído pela chamada sociedade do conhecimento, vigoram novas es-
truturas e formas de socialização do conhecimento, que têm a capacidade de modificar
também os meios educacionais.
48
Tendo como parâmetro as informações acima, assinale a opção correta.
a) Tanto no passado, como no mundo moderno, o professor sempre foi o principal agen-
te responsável pelo processo ensino-aprendizagem.
b) A chamada sociedade do conhecimento, que compõe o mundo contemporâneo, ne-
cessita de uma educação permanente, destituída da influência de aspectos sociais e
culturais que podem influenciar a aprendizagem.
c) A aprendizagem está intimamente ligada à capacidade que um sujeito possui de
compreender os conhecimentos, sem a necessidade de dominá-los e aplicá-los em oca-
siões específicas.
d) Grande parte dos seres humanos traz consigo, desde sua infância, diversas inteligên-
cias já estimuladas e desenvolvidas, que podem ser secundarizadas, para que se traba-
lhe novos saberes.
e) O ato de dominar conhecimentos e múltiplas inteligências engloba a capacidade que
um indivíduo possui de compreender, manipular, aplicar e manusear os saberes por
meio de suas habilidades e competências.
6. Como pontua DeAquino (2007), muitas instituições de ensino, entre escolas e univer-
sidades, referem-se aos processos de aprendizagem como experiências de cunho peda-
gógico. O que comprova, segundo o autor, essa afirmação são os termos utilizados repe-
tidamente nas atividades rotineiras nos espaços formais de educação, tais como projeto
pedagógico, coordenação pedagógica, entre outras nomenclaturas.
49
Em relação às informações exibidas, julgue os itens.
I. A EAD caracteriza-se pela separação entre professores e aprendizes no espaço e no
tempo, e pelo controle do aprendizado realizado, de forma mais intensa, pelos docen-
tes.
II. Um programa educacional pautado pela Educação a Distância precisa disponibilizar
aos discentes um aporte formado por variados suportes tecnológicos e materiais di-
dáticos interativos, que permitam que a aprendizagem não linear seja considerada.
III. Por meio de abordagens educacionais consideradas mais modernas, permite-se que
a autonomia do aluno emerja, cabendo aos professores/tutores direcioná-lo durante
o processo de busca pelo saber.
8. A utilização adequada das diferentes tecnologias nos cursos EAD objetiva promover
algumas mudanças nas abordagens de ensino pedagógicas, corriqueiramente empre-
gadas no ensino presencial, buscando transformar a aprendizagem em um processo
50
mais dinâmico e atrativo. Dessa forma, o uso das novas tecnologias pode:
I. Propiciar ao aprendiz diferentes possibilidades de impulsionar a aquisição e constru-
ção dos conhecimentos.
II. Oportunizar a intercomunicação síncrona e assíncrona entre professores/tutores e
alunos, localizados em contextos geográficos e culturais distintos.
III. Permitir ao tutor o acompanhamento e o assessoramento constante do aprendiz, no
sentido de entender o seu interesse e o nível de conhecimento sobre determinado
assunto.
RESPONSABILIDADES
DOS PROFESSORES/
TUTORES EM EAD
52
4.1 INTRODUÇÃO
No capítulo anterior, foram descritos alguns perfis de alunos que podem ser
encontrados em cursos de EaD, que, influenciados por diversos fatores, podem ou não
obter sucesso em uma empreitada na Educação a Distância.
Tendo em vista essa realidade, Gomes et al. (2012) afirmam que, com a consolidação
dos sistemas EaD, em vista de atender a essa demanda pluralizada, tornam-se necessárias
mudanças consideráveis em alguns processos.
Nesta ótica, os autores pontuam que, como consequência de tamanha pluralidade,
há uma maior reinvindicação por docentes capazes de assumir novos papéis no ato de
ensinar. Isto implica, como já citado nas unidades anteriores, em professores que deixam
de representar o ponto central do processo ensino-aprendizagem para abraçarem
as funções de orientadores dos alunos em seus caminhos pela busca do saber. Neste
percurso, pode-se alcançar o objetivo fulcral de qualquer missão educacional: a
construção de novos conhecimentos.
Nesta ótica, como demonstra Bejar (2013), aumenta-se exponencialmente a
exigência por docentes capazes de envolver os alunos nos processos de aprendizagem,
com recursos afetivos, criativos e inovadores, que possam motivá-los em diferentes
aspectos.
Segundo Gomes et al. (2012), isto indica que os professores podem ser considerados
como as principais figuras no que se refere às mudanças e interações que podem
influenciar positivamente os avanços educacionais.
Nesta ótica, é preciso relembrar algumas das funções que constituem a formação
e o perfil do professor inserido no contexto EAD, já citadas no primeiro capítulo do livro,
53
para que se possa analisar suas variadas atribuições.
Veja no quadro algumas delas:
Com isto, Bejar (2013) reitera que o papel do professor é ressignificado, uma vez
que suas características, agora, perpassam múltiplas fases que englobam os processos
de organização e planejamento dos cursos.
Esta nova configuração docente, como denota Bejar (2009), já revela uma mudança
de paradigma expressiva, que aponta para uma nova forma de viver e observar novos
referenciais.
Em algumas instituições de ensino, por exemplo, como descreve Bejar (2013), o
docente pode receber algumas denominações oficiais como orientador acadêmico,
tutor-professor, professor-orientador, entre outras terminologias, concernentes ao seu
propósito de atuação.
Pensando nessas mudanças conceituais, que assinalam um rompimento
paradigmático na educação, previamente apontado, a partir de um variado conjunto
de possibilidades, os professores, no cenário da Educação a Distância, podem receber
diferentes descrições, como as propostas por Belloni (2001), mostradas por Voigt e Leite
(2004). Algumas delas são:
Durante o trajeto percorrido até aqui, o foco se deu sobre os papéis que o professor
exerce na educação a distância. Contudo, agora, o enfoque se dará pelas funções
exercidas por outro agente fundamental em todo e qualquer processo EaD, figura esta
já citada no livro: o professor-tutor.
Primeiramente, é preciso definir o que é o tutor, antes de esmiuçar os papéis que
esse profissional desenvolve.
O tutor é um facilitador e mediador no processo de ensino aprendizagem em um
curso a distância. Ele contribui decisivamente para a aplicação e o sucesso dos projetos,
uma vez que apoia e acompanha os estudantes, mantendo-os envolvidos e motivados,
ao mesmo tempo em que dá o suporte necessário ao trabalho do professor. (GOMES et
al., 2012, p. 22)
Considerando a definição apresentada acerca de quem é o tutor, Bejar (2013)
afirma que, cada vez mais, esse profissional tem recebido maior importância na EaD,
sendo responsável pela viabilização da execução de vários cursos. Durante a aplicação
desses cursos, o tutor tem como principal responsabilidade promover a qualidade das
atividades desenvolvidas prestando suporte aos discentes incluídos nesse processo, o
que dá a ele um lugar indispensável na modalidade de educação a distância.
Em face disso, Gomes, et al. (2012) explica que, tendo tamanha responsabilidade,
é preciso que o tutor esteja devidamente preparado para exercer sua função. Nesta
perspectiva, antes de executar suas tarefas, torna-se necessário que ele passe por
capacitações, que o permitam, por exemplo, lidar com diferentes tipos de tecnologias
educacionais, paralelamente interligadas às variadas metodologias de ensino existentes,
o que recai também sobre a administração das particularidades apresentadas pelos
discentes ao longo dos cursos.
Como já citado no livro em dados momentos, Gomes et al. (2012) mencionam
que, além das outras responsabilidades, é necessário também que o tutor esteja apto
a instigar o engajamento dos aprendizes, fomentando diferentes estratégias, como
debates e discussões, por exemplo, com a finalidade de garantir que não se sintam
abandonados no processo de aprendizagem.
Para exercer esses ofícios com eficiência, tal como os professores, Machado e
Moraes (2015, p. 45) salientam que, ao tutor, cabe se apropriar de algumas características
determinantes, como:
• Formação na área;
• Dinamismo;
• Visão crítica e global;
• Responsabilidade;
• Capacidade para lidar com situações e circunstân-
cias inusitadas;
• Saber trabalhar em equipe;
• Conhecer os recursos tecnológicos que permeiam a
EaD.
Levando-se em conta que uma das principais funções do tutor é promover uma
comunicação mais profunda com os alunos a partir dessas características, Bejar (2013)
destaca que o tutor precisa estar atento às peculiaridades que envolvem a vida de
cada discente, como a faixa etária, a localização geográfica, o acesso às tecnologias, as
56
experiências de trabalho vivenciadas anteriormente e outros fatores.
Segundo a autora, compreendendo as particularidades da EaD, há competências
específicas que conduzem as ações dos atores presentes nesse espaço. E, no que tange
às funções do tutor, não é diferente. (BEJAR, 2013).
Veja alguns conhecimentos e habilidades primordiais exigidas do tutor, descritas
por Machado e Moraes (2015, p. 45-46)
• Predispor-se à mudança, de modo a adotar o mo-
delo didático e metodológico da instituição em que
atua.
• Compreender que a disciplina que orientará é parte
de um projeto maior, de modo a definir sua partici-
pação nele.
• Aceitar o recorte e o formato do conteúdo da disci-
plina definidos pelo professor autor, de modo a jus-
tificá-los junto aos alunos.
• Avaliar o trabalho realizado com a turma e dos alu-
nos.
• Promover o interesse de estabelecer uma comu-
nicação bidirecional, lançando perguntas, dando
retorno breve aos alunos e trabalhando com aten-
dimento personalizado, mas não individual, procu-
rando sempre trazer a dúvida para o grupo, otimi-
zando o tempo.
• Possuir domínio do conteúdo da disciplina e/ou cur-
so.
• Orientar os alunos, ajudando a superar dificuldades,
enfatizando a autonomia e a responsabilidade.
• Motivar os alunos em relação à participação nas ati-
vidades propostas, incentivando o relacionamento
interpessoal entre eles, criando um ambiente pro-
pício à atitude colaborativa, gerando a confiança e
promovendo a autoestima.
• Acompanhar a aprendizagem do aluno, por meio
de diferentes atividades desenvolvidas no ambiente
virtual de aprendizagem, esclarecendo dúvidas refe-
rentes aos conteúdos trabalhados na disciplina.
• Sugerir materiais complementares atuais que pos-
sam enriquecer os conteúdos trabalhados.
• Propiciar situações que deem oportunidade à me-
diação entre o aluno e o conteúdo trabalhado, por
meio de situações reflexivas e práticas.
• Participar dos momentos síncronos e assíncronos
com os alunos.
• Avaliar o processo de aprendizagem dos alunos, por
meio da participação nas atividades realizadas, se-
guindo os critérios definidos previamente.
Gomes et al. (2012) colocam que a competência de apoio está correlacionada a tudo
que envolve o processo de seleção, inscrição, orientação, ministração, aconselhamento e
comunicação no que diz respeitos aos alunos. No entanto, quando se trata de trabalhar
a partir de todos os processos citados, exige-se do docente um contato individualizado
com os alunos, que visa ajudá-los a manterem-se empenhados e a resolverem problemas
em torno de suas vidas, de forma a evitar que sua aprendizagem seja prejudicada.
Nesta linha, como explica Bejar (2013), a atuação do professor/tutor deve ser
58
guiada por uma proposta que privilegia o estabelecimento de orientações claras no que
concerne aos caminhos percorridos pelos aprendizes.
É a partir desse contato que Machado e Moraes (2015) explicam que o professor/
tutor começa a conhecer seu aluno e a ter a percepção de seu perfil. Neste cenário, cabe
ao docente levar em conta as especificidades que compõem o perfil do discente.
É nessa interação mais estreita que se expõe a importância de uma boa
comunicação com o discente.
Como já exposto no livro, os ambientes virtuais de aprendizagem oferecem aos
docentes múltiplas possibilidades para se comunicarem com os aprendizes. Todavia,
como mostram Machado e Moraes (2015), é preciso cuidado para que o professor/
tutor não se perca com tantas informações, seja no momento de desenvolver alguma
atividade específica ou, principalmente, nas relações com os demais membros presentes
no sistema dos cursos.
Levando-se em conta que o contato docente-aluno ocorre, em grande parte das
vezes, por meio de uma interação on-line, Gomes et al. (2012) apontam que é preciso
que o professor/tutor, ao entrar em contato com seus alunos, atente-se a alguns
comportamentos que são tratados como regras de etiqueta no mundo virtual. Essas
regras são conhecidas nos meios on-line como Netiqueta.
Como descreve Kearsley (2011), a comunicação on-line exige dos usuários algumas
condutas e comportamentos específicos em termos de interação.
Corroborando as afirmações de Kearsley (2011), Gomes et al. (2012) alegam que
esses comportamentos refletem algumas normas gerais que indicam bom senso no
que se refere à convivência saudável dos tutores com seus aprendizes.
Algumas dessas convenções descritas por Keasley (2011) tornam o contato entre
professores/tutores e alunos amigável:
A Netiqueta refere-se às regras de comportamento ge-
rais e aceitas para o uso da Internet. Ao seguir as dire-
trizes da Netiqueta, os usuários ajudam a transformar a
Internet em um local civilizado para comunicar e dividir
ideias REEDY; SCHULLO (2007, p. 22)
Buscando se ater às dicas citadas, Kearsley (2011) afirma que, com o tempo, um
indivíduo com dificuldades para se comunicar interativamente alcançará um bom nível,
o que facilitará o processo de comunicação.
VAMOS PENSAR?
Após a leitura, escreva o que cada imagem apresentada representa para você, a partir das
perspectivas aplicadas na Netiqueta.
Conforme explica Mattar (2012), o professor/tutor deve conduzir todo este processo
sempre utilizando um tom amigável, fornecendo feedbacks rápidos aos alunos e
considerando suas limitações. Nesta perspectiva, Bejar (2013) explica que se torna
possível para os professores/tutores superar situações adversas e lidar com novidades e
imprevistos.
Assim sendo, o professor/tutor deve se portar como um guia e parceiro dos
discentes, transfigurando-se em um agente capaz de resolver ou sanar problemas
diversos, estimulando novos interesses e questionamentos, fomentando experiências
enriquecedoras e fazendo-se um ponto de segurança e proximidade com o aluno em
sua trilha de aprendizagem.
62
FIXANDO O CONTEÚDO
PORQUE
7. Observe a imagem.
A sequência correta é
a) 1- 3 - 2
b) 1- 2 - 3
c) 3 -1- 2
d) 3 -2 -1
e) 2 -1- 3
66
FERRAMENTAS
FACILITADORAS DA
APRENDIZAGEM
67
5.1 INTRODUÇÃO
5.4.1 Fórum
70
Como foi descrito em alguns trechos do livro, a comunicação e as interações nos
ambientes virtuais de aprendizagem ocorrem por meio de ferramentas que funcionam
simultaneamente ou de maneira assíncrona. E, como descreve Ribeiro (2019), o fórum é
uma dessas ferramentas, mas que direciona seu funcionamento em caráter assíncrono.
Isto é, os participantes, em momentos distintos, postam informações, dúvidas e
questionamentos, que ficam registrados e podem ser vistos e respondidos pelos outros
usuários em outros momentos.
Segundo a mesma autora expõe, as informações registradas no fórum ficam
permanentemente visíveis para todos os participantes de um sistema EaD, de forma
que cada um deles possa realizar postagens quantas vezes julgar necessário, expondo
suas ideias, pensamentos, discordâncias e explicações acerca dos temas discutidos.
Em uma conceituação mais direta Cortelazzo (2013), explica que o fórum pode ser
uma rica ferramenta na qual dá-se vazão ao debate, momento este em que os aprendizes
podem dividir entre si múltiplas experiências, indagações, indignações e aprendizagens
por meio da internet.
Além disso, conforme explica Ribeiro (2019), por meios dos fóruns, os agentes
podem interagir uns com os outros e participar das discussões em horários e locais
diferentes, tendo maior tempo para refletir, formular e reconstruir suas mensagens, de
forma a tornar os debates propostos ainda mais ricos.
Os fóruns podem ser moderados (quando o professor
ou um assistente precisa ler os comentários dos alunos
antes de publicá-los) ou livres (quando os comentários
são automaticamente publicados sem a mediação do
professor). (MAIA; MATTAR, 2008, p. 70)
Maia e Mattar (2008) pontuam que, em alguns casos, novos tópicos podem ser
criados pelos professores/tutores nos fóruns e, em outros, também pelos alunos. Contudo,
as perguntas que dão o pontapé inicial para as discussões devem ser elaboradas
pelos [docentes, com o intuito de gerar o engajamento dos alunos e para que, a partir
desse momento, eles comecem a questionar e também a sanar as dúvidas dos outros
participantes.
De acordo com Maia e Mattar (2008), em determinados sistemas, por exemplo,
os professores podem ainda programar os fóruns, de forma que os discentes possam
alterar suas mensagens ou, até mesmo, excluí-las, quando considerarem pertinente. Em
contrapartida, neste mesmo cenário, o docente, caso julgue necessário, pode também
programar o sistema de forma a permitir uma postagem apenas, sem a possibilidade de
excluí-la.
Carlini e Tárcia (2010) discorrem sobre a importância dos fóruns, afirmando que,
por meio desta ferramenta, pode-se suscitar, além de discussões, a construção dos
conhecimentos e de novos conteúdos por parte dos próprios discentes, o que implica
no conceito de autoaprendizagem, já tratado no livro.
No entanto, as mesmas autoras ponderam estas afirmações alegando que é
imprescindível que haja a presença constante de um agente mediador no processo,
para que seja feito um redirecionamento e orientação das discussões que, por ventura,
não estejam alinhadas com os objetivos da atividade previamente planejada.
Como Ribeiro (2019) explica, isto indica que o funcionamento de cada fórum se dá por
meio da intencionalidade proposta pelos criadores dos cursos, mas sempre com o
mesmo objetivo, buscando compor um ambiente interativo e dinâmico.
71
Dentro deste contexto, Ribeiro (2019) explica que os fóruns podem ser compreendidos,
então, como uma ferramenta que permite o diálogo entre os cursistas durante todo o
tempo que está disponível.
Ribeiro (2019) aponta para a existência de diferentes tipos de fóruns, com funcionalidades
distintas. Veja alguns deles:
Logo, voltando aos pensamentos extraídos das obras de Carlini e Tárcia (2010) é
preciso citar novamente que professores/tutores devem assumir uma postura flexível
no processo interativo com os alunos nos chats, de forma a permitir que os alunos se
expressem de forma mais livre e menos robótica.
Para que os momentos nos chats se tornem ainda mais enriquecedores, Maia e
Mattar (2008) colocam que várias outras formas de utilização podem ser aplicadas. Um
exemplo disso seria o momento em que um discente se insere na sala de bate-papo
atrasado, o que lhe causa um certo desconforto, devido ao fato de não ter participado
da discussão proposta em tempo real. Os autores propõem que um texto para leitura,
antes do momento de inserção no chat, pode tornar a experiência mais rica para todos
os agentes envolvidos, o que lhe permite iniciar qualquer reunião ou interação sem a
leitura prévia de determinado material.
Como os autores acima citados já afirmavam há mais de uma década, há uma
variedade de exercícios a serem desenvolvidos nos ambientes virtuais de aprendizagem
de um curso EaD. Pensando nisso, a seguir, será apresentada outra ferramenta, cada vez
mais disseminada e aplicada.
5.4.3 Teleaula
5.4.4 Blog
Conforme expõem Santos, Lemos e Bezerra (2012), o blog é uma ferramenta que
permite a produção de uma página pessoal e/ou profissional, em que se pode expor
pensamentos, ideias, informações, reflexões e observações sobre determinado assunto.
Essa ferramenta, em alguns casos, oferece aos seus usuários a oportunidade de publicar
seus próprios conteúdos, não sendo necessária a apresentação de conhecimentos
técnicos especializados e formais para a formulação das páginas para internet. Além
disso, é um recurso no qual a interação entre os usuários, professores e demais pessoas
pode ocorrer livremente.
Moran, Masetto e Behrens (2015) explicam que há inúmeros tipos de blogs que
podem assumir um caráter educacional, com discussões de estudos de caso, produções
textuais, projetos, análise de obras literárias, relatórios e outras variadas alternativas.
Como descrevem Valente e Moran (2011), estas variadas faces dos blogs podem
transformá-los em um instrumento ainda mais poderoso nas mãos dos docentes, uma
vez que em sua sistematização pode-se usar vídeos, textos, imagens e outros artifícios,
o que pode fortalecer os processos colaborativos no sistema. Dentre esses artifícios,
Bejar (2013) destaca links direcionadores para páginas web, wikis e até outros blogs, que
suportam uma infinidade de imagens, gifs animados, relógios, murais de trabalho e
outros mecanismos gratuitos.
Moran, Masetto e Behrens (2015) apontam que, por meio deste recurso, com
diferentes funcionalidades, os docentes podem se comunicar aberta e livremente com
os aprendizes, mostrando a eles diferentes conteúdos e materiais, discutindo sobre os
elementos que os constituem e criando novas questões acerca das temáticas propostas.
Isto possibilita aos discentes se expressarem com menos formalismos, o que pode dar às
suas participações, feitas por meio de ideias e pesquisas visíveis, uma maior dimensão
77
social.
Segundo Valente e Moran (2011), assim sendo, os blogs possibilitam aos professores/
tutores uma atualização contínua das informações dispostas, o que beneficia a construção
desses projetos e pesquisas realizadas individualmente ou em grupos pelos alunos, além
da divulgação e disseminação de seus trabalhos. Dentro desse contexto, os blogs podem
se tornar um recurso capaz de auxiliar os docentes no processo de avaliação da evolução
discente, seja em uma temática isolada ou em várias áreas do conhecimento.
5.4.5 Podcast
GLOSSÁRIO
Streaming: transmissão em tempo real de apresentações multimídia em pequenos
“burts” que utiliza programas como Real Media. (KEARSLEY, 2011, p. 198).
Segundo Bejar (2013), o Google Docs é uma ferramenta que apresenta diversos
recursos, sendo um editor de textos, de planilhas, formulários, desenhos e apresentações.
É uma ferramenta on-line que funciona sem a necessidade da realização de downloads
ou programas, em que se pode acessar documentos em qualquer computador, desde
que se esteja conectado à internet.
Como aborda Mattar (2012), o Google Docs é uma ferramenta extremamente
compatível com os sistemas de educação a distância, uma vez que permite a formulação
e gravação imediatas de documentos, que podem ser compartilhados com outros
usuários, que, além de visualizá-los, podem também editá-los, caso seja necessário ou
cabível.
Os documentos produzidos no Google Docs, como afirma Bejar (2013) podem
ser organizados em pastas criadas pelos usuários, que possuem o recurso de arrastar
e soltar, o que permite manuseá-los com facilidade. Além disso, a ferramenta dispõe
de outras vantagens, como um suporte capaz de comportar quase todos os tipos de
arquivo (como Word, Excel, Power Point etc.) e o layout em português.
As características desta ferramenta vão de encontro às noções de educação a
distância apresentadas por Machado e Moraes (2015), que afirmam que o aprendizado
pode acontecer em qualquer espaço e tempo, de maneira sistematizada. Isso se deve
ao fato de a ferramenta prezar pela possibilidade de interação entre os alunos, algo tão
expressivo na EaD.
De acordo com Gomes et al. (2012), é importante que os alunos em EaD realizem
atividades colaborativas. Mattar (2012), em consonância com essa ideia, afirma que a
interação propiciada pela ferramenta pode oportunizar isso, uma vez que busca dar
vazão ao chamado trabalho de equipe.
No Google Docs, conforme explica Bejar (2013), os usuários podem escolher
79
como e com quem compartilhar os documentos produzidos. Consequentemente,
torna-se possível convidar colaboradores, que podem realizar alterações no conteúdo
dos documentos, bem como leitores. Para que isso ocorra, é preciso apenas inserir os
endereços de e-mail dos participantes que pretendem receber o material.
Como Bejar (2013) pontua, ao compartilhar estes documentos, os usuários podem
alterar fontes, criar listas com marcadores, criar colunas, incluir tabelas, imagens,
comentários, dentre outras variações.
Mattar (2012) explica que este tipo de ferramenta propicia aos alunos a interação
interpessoal, o que gera um grau maior de motivação e atenção, uma vez que se espera
o feedback de outros discentes, o que reduz a sensação de estar sozinho nos estudos em
EaD. Essa interação, apesar da distância física, pode engendrar o desenvolvimento do
senso crítico e habilitar os alunos a trabalharem em equipe.
Diante disso, Gomes et al. (2012) entendem que é imprescindível que, durante a
aplicação destas atividades, os professores/tutores deem as devidas orientações aos
alunos acerca de como as atividades devem ser desenvolvidas conjuntamente, de forma
a tornar a tarefa algo produtivo e compensador.
Tendo esta e outras variadas opções de ferramentas em mãos, disponíveis em
diferentes ambientes virtuais de aprendizagem, Bejar (2013) afirma que os professores/
tutores podem definir e julgar quais delas são mais convenientes para atender às
demandas dispostas por seus públicos-alvo, com a finalidade de construir o conhecimento
de forma dinâmica e significativa.
VAMOS PENSAR?
Imagine que, durante uma disciplina que você estava ministrando como tutor, no fórum
de debate, você levantou o tema “Bullying” e pediu para que os alunos apresentassem
seus pontos de vista acerca do assunto. Agora, imagine que a temática discutida gerou as
seguintes respostas de dois alunos:
Jânia- Acredito que o Bullying seja algo ruim para qualquer pessoa. Esse é um problema
global e tem sido bastante discutido por vários especialistas da área educacional, já que
muitas crianças e adolescentes sofrem agressões verbais e físicas de seus colegas nestes
espaços.
João- Acho uma besteira isso. Quando eu era pequeno, não tinha nenhuma bobeira como
essa. Se não aguenta uma brincadeirinha, pede para sair, minha filha.
Diante dos conhecimentos que você apreendeu na unidade e partir da observação do caso
apresentado, quais seriam as atitudes cabíveis a serem tomadas por um tutor neste tipo
de situação?
80
FIXANDO O CONTEÚDO
Tendo a afirmação acima disposta como referência e em acordo com o material estudado,
acerca das ferramentas de aprendizagem aplicadas em EaD, pode-se afirmar que:
a) devido aos avanços tecnológicos constantes, os professores e tutores têm perdido
espaço na Educação a Distância.
b) cabe ao professor fazer uso destas ferramentas em momentos específicos, priorizando
a utilização de recursos síncronos.
c) o professor-tutor deve permitir ao aluno usufruir de todas as tecnologias disponíveis,
dando-lhe a liberdade para realizar incursões próprias, sem auxílio.
d) cabe ao professor-tutor fazer um uso adequado das ferramentas tecnológicas,
delineando a cada uma delas finalidades específicas.
e) os professores-tutores devem fazer o uso devido das ferramentas tecnológicas,
em detrimento de apresentarem inovações capazes de suplantar ou potencializar os
recursos já utilizados.
3. Carlos foi selecionado para atuar como tutor em curso a distância de uma instituição
de sua cidade. Ele é um grande conhecedor do tema tratado no curso, porém, tem
dificuldades expressivas no que tange à utilização das tecnologias. Tendo isto em vista,
qual é a competência que remete a essa dificuldade de Carlos?
a) Competência Apoio.
b) Competência Orientação.
c) Competência Capacitação.
d) Competência Administrativa.
e) Competência Humanística.
Na educação a distância, o professor assume uma nova postura. Ele deixa de ser mestre
e transfigura-se em um novo agente, capaz de influenciar ainda mais intensamente a
formação de seus alunos. Logo, além de elaborar conteúdos e materiais didáticos, ele
auxilia seu aluno no processo de formulação e seleção das informações disponíveis e
construídas e oferece os feedbacks necessários acerca das atividades aplicadas. Diante
desta realidade, no que tange ao uso de diferentes ferramentas na EaD:
PORQUE
AVALIAÇÃO E
APRENDIZAGEM:
DOIS UNIVERSOS
CONSONANTES
85
6.1 INTRODUÇÃO
FIQUE ATENTO
A corrente filosófica positivista, durante um período considerável, dominou
uma parte significativa da cultura europeia, nos âmbitos filosófico, político
e pedagógico. Para saber mais sobre essa doutrina, leia o artigo ”Sobre
Positivismo e Educação”, escrito por Jamil Ibrahim Iskandar e Maria Rute Leal.
Disponível em: https://bit.ly/32yeI8M. Acesso em: 12 out. 2022.
89
GLOSSÁRIO
Positivismo: crença na possibilidade de encontrar leis naturais e invariantes para as so-
ciedades humanas. (BARROS, 2011, p. 104).
VAMOS PENSAR?
Antes de continuar, reflita sobre o que foi lido e responda às questões propostas.
• De que maneira deve-se avaliar na EaD?
• Os processos avaliativos praticados em tal modalidade, de acordo com as suas
experiências prévias, corroboram com a visão tradicional ou buscam enfatizar o processo,
refletindo em um ensino que preza pela construção do conhecimento?
• Dentre as abordagens de avaliação citadas nesta unidade, qual ou quais você
considera mais próximas da realidade experienciada nos programas educacionais de
EaD?
VAMOS PENSAR?
Esta reflexão acerca dos processos de avaliação e sua multiplicidade de sentidos evoca
um questionamento: diante de tamanha importância, quais são, afinal, as funções
fundamentais da avaliação?
VAMOS PENSAR?
A partir dos estudos realizados neste capítulo, observe cada figura apresentada abaixo.
Agora, relacione cada uma dessas imagens a uma das três funções essenciais da avaliação,
descritas nesta unidade. Em seguida, discorra sobre o que você aprendeu acerca de cada
uma dessas funções.
Dentro desta ótica, Cortelazzo (2013) afirma que as políticas de avaliação dos
programas de EaD não devem prezar apenas pelo processo de formação do aluno na
instituição, mas, também, pela sua inserção no mercado de trabalho posteriormente.
Isto denota que, se bem planejado e conduzido o processo, a avaliação formativa pode
proporcionar às instituições de ensino uma educação que estima e visa a inclusão social.
Contudo, apesar de não se constituir por processos avaliativos de cunho punitivo,
Santos, Lemos e Bezerra (2012) expõem que a EaD é uma modalidade de educação
formal calcada em projetos que estabelecem previamente cronogramas e estruturas
curriculares. Isto indica que, durante a oferta dos cursos, deve-se analisar se os cursistas
conduzem seus estudos de forma organizada, objetivando atender às exigências e metas
previamente determinadas.
Tendo isto em vista, Gomes, Villani, Batista e Passos (2012, p. 40) assinalam alguns
elementos de caráter importante que devem ser avaliados nos aprendizes pelos tutores
durante o seu processo de formação:
aprendizagens que lhe serão propostas e as que ele já
possui.
Formativa: a função da avaliação formativa é analisar a
evolução do discente ao longo do processo educativo e
não apenas em momentos restritos.
Somativa: a função da avaliação somativa é averiguar o
progresso do aluno após a conclusão de determinada
etapa de aprendizagem.
Mattar (2012, p. 164) descreve esse processo como “avaliação um a um” no processo
de avaliação formativa. Por meio dessa iniciativa, afirma que se torna palpável para o
professor/tutor levantar informações mais claras sobre a aprendizagem dos alunos.
Algumas destas informações remetem às seguintes exigências acerca do desempenho
dos aprendizes nas tarefas:
6.6 NOTAS
Mattar (2012) revela que, com o objetivo de tornar a avaliação somativa, pautada
por notas mais justa, alguns professores/tutores até usam a quantidade de acessos
dos alunos aos ambientes virtuais de aprendizagem, aos materiais didáticos oferecidos,
às postagens de atividades como critérios para definir as notas. Entretanto, é preciso
97
associar esses recursos de avaliação aos outros critérios, também primordiais.
Essas práticas podem implicar positivamente no processo ensino- aprendizagem
dos discentes, repercutindo de forma a motivá-los e promover sua aprendizagem.
GLOSSÁRIO
Interatividade: a característica resultante da interligação de dois ou mais sistemas, de
forma que as ações de um resultam em reações do outro que, por sua vez, resulta em
novas ações do primeiro, e assim adiante. (GUAREZI; MATOS, 2012, p. 136)
FIQUE ATENTO
Nesta unidade, o tema central foi a avaliação da aprendizagem em EaD.
Com o objetivo de explorar ainda mais o assunto, leia o artigo “Avaliação na
EaD: contextualizando uma experiência do uso de instrumentos com vista à
aprendizagem”, de Amaral, Assis e Barros. Disponível em: https://bit.ly/3mqDKyT.
Acesso em: 12 out. 2022.
VAMOS PENSAR?
Como você pôde ver, o processo de avaliação engloba inúmeros fatores e uma visão ampla
de professores e tutores.
Tendo isto em mente, você considera um teste ou uma prova instrumentos suficientes
para avaliar o grau de aprendizagem de um aluno na EAD? Na sua opinião, quais são os
critérios fundamentais para que o processo de avaliação na Educação a Distância seja, de
fato, efetivo?
98
FIXANDO O CONTEÚDO
A opção que melhor se encaixa nas lacunas sobre a avaliação do desempenho dos alunos
em um curso EaD é:
a) Diagnóstica, formativa e somativa.
b) Somativa, diagnóstica e formativa.
c) Diagnóstica, somativa e formativa.
d) Somativa, formativa e diagnóstica.
e) Formativa, diagnóstica e somativa.
3. Os feedbacks são recursos de importância ímpar nos cursos EaD, podendo representar
a garantia da qualidade na aprendizagem de um aluno. Sobre este assunto, assinale a
alternativa correta.
a) Por meio do feedback, espera-se que o discente possa realizar uma
Autoavaliação que permita rever conceitos e reconstruir metas.
b) O feedback deve representar um ato punitivo aos alunos pouco aplicados e estímulo
aos discentes mais empenhados.
c) O feedback funciona como um instrumento de avaliação quantitativa, que permite ao
aluno ter a percepção de onde precisa melhorar suas fragilidades.
99
d) O feedback deve ser encaminhado apenas aos alunos que apresentam um
desempenho considerado abaixo da média.
e) Os feedbacks devem ser direcionados apenas a casos específicos de alunos que
apresentam dificuldades aparentes ao realizar os trabalhos.
4. Cortelazzo (2013) afirma que, dentro da realidade que engloba a EaD, a aprendizagem
é uma experiência pessoal para cada estudante, que possui seus conhecimentos prévios,
seus próprios estilos de aprendizagem e habilidades singulares. Sobre o processo a
avaliação através da percepção dos diferentes estilos de aprendizagem, assinale a
alternativa pertinente.
5. Segundo os estudos realizados nesta unidade, evidenciou-se que a avaliação deve ser
tratada como um processo no qual se valoriza todo um percurso, dotado de dificuldades
e progressos, não dando ênfase apenas ao resultado final.
I. Na avaliação em EaD, é imprescindível oferecer boas condições aos discentes para que
100
eles possam ter a percepção se estão avançando ou não. Dessa forma, pode-se avaliar o
conhecimento apreendido de forma a averiguar se a aprendizagem ocorreu de maneira
plenamente satisfatória.
PORQUE
I. Na hora de determinar as notas dos discentes, o tutor deve sempre pautar suas
correções por uma avaliação justa e objetiva.
II. Os tutores, ao efetuarem a correção das atividades e delimitarem as notas, devem
101
analisar fatores a serem problematizados e reflexões acerca da aprendizagem dos
discentes.
III. Cabe ao tutor apresentar os progressos feitos pelos alunos, porém, priorizando apontar
os erros que reduziram suas notas.
UNIDADE 1 UNIDADE 2
QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 B
QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 D
QUESTÃO 3 A QUESTÃO 3 E
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 B
QUESTÃO 5 E QUESTÃO 5 C
QUESTÃO 6 B QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 E QUESTÃO 7 C
QUESTÃO 8 C QUESTÃO 8 D
UNIDADE 3 UNIDADE 4
QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 C
QUESTÃO 2 C QUESTÃO 2 A
QUESTÃO 3 B QUESTÃO 3 B
QUESTÃO 4 E QUESTÃO 4 D
QUESTÃO 5 A QUESTÃO 5 E
QUESTÃO 6 D QUESTÃO 6 B
QUESTÃO 7 D QUESTÃO 7 E
QUESTÃO 8 D QUESTÃO 8 A
UNIDADE 5 UNIDADE 6
QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 B
QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 B
QUESTÃO 3 C QUESTÃO 3 A
QUESTÃO 4 B QUESTÃO 4 E
QUESTÃO 5 C QUESTÃO 5 C
QUESTÃO 6 D QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 C QUESTÃO 7 B
QUESTÃO 8 B QUESTÃO 8 A
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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