Introdução À Profissão: Educação Física: Cristiano Lozada Tracy Freitas
Introdução À Profissão: Educação Física: Cristiano Lozada Tracy Freitas
Introdução À Profissão: Educação Física: Cristiano Lozada Tracy Freitas
À PROFISSÃO:
EDUCAÇÃO FÍSICA
Cristiano Lozada
Tracy Freitas
Revisão técnica:
ISBN 978-85-9502-260-7
Introdução
Desde sempre, a atividade física esteve presente na vida do homem,
tanto é verdade que é possível elencar alguns aspectos dessa atividade,
como ser natural, utilitário, guerreiro, recreativo e religioso, pois todos
esses aspectos trazem, em cada um dos seus cernes, características de
algum tipo de atividade física diferenciada em seus objetivos, sejam eles
iniciais ou finais de cada um deles.
Nesse sentido, é correto afirmar que as práticas de atividades físicas
sempre estiveram presentes na vida do homem. Com o passar do tempo,
porém, é possível perceber que junto com o desenvolvimento da huma-
nidade, as atividades físicas também foram se modificando. É evidente
que o homem ainda caminha, corre, salta e se desloca, mas, atualmente, a
gama diferenciada de exercícios físicos, danças, esportes e diferentes tipos
de treinamento que visam ao desenvolvimento das capacidades físicas é
maior. Outro aspecto a ser considerado diz respeito ao desenvolvimento
da ciência e da tecnologia e a sua relação com o estilo de vida e as prá-
ticas diárias do homem pós-moderno. Com o advento da melhoria dos
aparelhos e dos utensílios, como o controle remoto, as escadas rolantes
e uma infinidade de jogos eletrônicos, por exemplo, parece que estes
fazem com que o homem de hoje se movimente cada vez menos. Ao
mesmo tempo, enquanto os sujeitos de hoje parecem ser cada vez mais
sempre roupas branca e possuía uma dieta rigorosa, como, por exemplo, não
comer carne. Foi o fundador de uma escola com normas rigorosas, que regra-
vam vestuário, alimentação, dormir e despertar e determinava a ocupação de
cada hora do dia dos seus alunos, que, dentro dessas rotinas, incluía estudos
de geometria, musicologia, astronomia, geografia, meteorologia, anatomia,
fisiologia e medicina e também um momento que chamava de cultura do
corpo, incluindo massagens, ginástica e atividades de atletismo.
Um grande movimento, e um dos mais importantes, iniciou na Grécia e
o seu precursor foi Antístenes (440–336 a.C.), que foi sucedido por seu dis-
cípulo – Diógenes (400–323 a.C.). A grande importância do exercício físico
estava em confirmar que o treinamento e o desenvolvimento de aptidões
atléticas eram questões básicas e necessárias para a virtude do homem e que,
para obter um efeito satisfatório, deveria ser um hábito obrigatório de todos.
Antístenes dizia que, para se tornar um homem de virtude, é preciso exercitar
o corpo com exercício físico e a alma com exercício de raciocínio. A Grécia
ainda nos brindou com a criação dos Jogos Olímpicos, em 776 a.C., ano em
que foram relatados os primeiros registros de vencedores dos jogos, quando
se tornava o ápice da perfeição atlética ser um vitorioso olímpico, ápice este
que se mantém até os dias atuais.
Questões importantes dessa época e ainda no povo grego, como a condição
social, a capacidade econômica e a extrema supremacia militar, contribuíram
efetivamente para o desenvolvimento de práticas esportivas que perduram até
hoje. Os gregos possuíam como meta de educação do homem o kalos kagathos,
que significava ser belo e valoroso, orientando seus jovens a receber uma
instrução educacional de acordo com uma pirâmide com as seguintes pontas:
literária, musical e esportiva.
Um fato de extrema importância nessa fase é que os exercícios físicos que
eram desenvolvidos para os jovens gregos tinham como meta a higiene e a esté-
tica do corpo e eram sempre ministrados pelos pedótribas, que eram chamados
de treinadores de garotos sobre uma supervisão do gymnasíarkhos, que era
chamado de mestre da ginástica. Percebe-se, assim, os primeiros movimentos
efetivos da figura de treinador ou professor efetivamente direcionado ao trato
do desenvolvimento de atividades corporais que se tem registro.
Organizações esportivas iniciavam a concepção de estruturas mais com-
plexas, integrando indivíduos com diferentes responsabilidades de funções,
como árbitros destinados somente às competições, massagistas, encarregados
de supervisão de provas de atletismo, técnicos e preparadores físicos, que
são figuras marcantes da época, aprimoraram-se e se tornaram essenciais
até os dias atuais.
Platão, filósofo clássico da Grécia (472–347 a.C.), acreditava que o técnico esportivo
deveria ter um preparo pedagógico, preconizando a paciência, buscando utilizar a
maior parte do tempo com os atletas que tinham uma maior carência de talento,
tendo como foco o desenvolvimento harmonioso do corpo do atleta como um todo
e sugerindo, ainda, o treinamento diário para o melhor desenvolvimento de valências
físicas e psíquicas.
A formação do profissional
de educação física
Uma formação adequada de um profissional de educação física deve estar
calcada em uma formação humanística, com competências técnica, sistê-
mica, reflexiva e crítica, que são capazes de interagir nos diferentes espaços
e ambientes, fundamentados no espírito científico, respeitando o contexto
sócio-histórico-cultural e educacional da região em prol de uma sociedade
mais igualitária em todos os níveis.
Ao entender a educação para a saúde como uma ação voltada para a promo-
ção da saúde e para a prevenção de doenças, independentemente do local onde
essa prática é realizada, o profissional de educação física deve, ao final de um
curso, estar preparado para atuar profissionalmente por meio das diferentes
manifestações da cultura corporal do movimento e do esporte, com o objetivo
de aumentar as possibilidades de adoção de um estilo de vida fisicamente
ativo e saudável, a partir de vertentes educativas, agindo de forma integrada
e cooperativa em equipes multiprofissionais.
A formação profissional deverá proporcionar ao futuro profissional de
educação física ser proativo, atualizado, criativo, competente, ético e, princi-
palmente, responsável no seu fazer profissional, a fim de cumprir a sua função
como educador e promotor da saúde.
Segundo Delors et al. (2004), existem quatro níveis de aprendizagens
fundamentais destinados aos profissionais da educação e que são também
importantes para os profissionais ligados à educação física. Tais princípios
https://goo.gl/ZZO4gT
Artigo Conteúdo
Com base nessa lei, pode-se afirmar que o profissional de educação física
deve conhecer profundamente seu campo de atuação, pois assim ele poderá
aplicar seu conhecimento com a maior qualidade possível aos seus futuros
alunos. Da mesma forma, poderá, também, ajudar a fiscalizar práticas de
pessoas desqualificadas que por ventura estejam atuando nesse campo de
maneira irregular, pois, como em toda profissão, sempre haverá os bons
profissionais e os não tão bons assim.
Leituras recomendadas
ANTONELLI, P. E. A educação física dos novos tempos. Revista CONFEF, Rio de Janeiro,
n. 4, p. 13, 2002
FIGUEIREDO, Z. C. C. Formação profissional em educação física e o mundo do trabalho.
Vitória: Gráfica da Faculdade Salesiana, 2005.
GRIFI, G. História da educação física e do esporte. Porto Alegre: D. C. Luzzato, 1989.
RAMOS, J. J. Os exercícios físicos na história e na arte: do homem primitivo aos nossos
dias. São Paulo: Ibrasa, 1982.
REALE, G. História da filosofia antiga: das origens a Sócrates. 5. ed. São Paulo: Loyola,
2005. v. 1.
TSIRAKIS, S. (Ed.). Os jogos olímpicos na Grécia Antiga: olímpia antiga e os jogos olím-
picos. São Paulo: Odysseus, 2004.