O documento discute a logoterapia como uma psicologia espiritual. Apresenta a visão de Frankl sobre a tridimensionalidade do homem (somática, psíquica e espiritual) e como a dimensão espiritual é fundamental para entender o ser humano. Também discute como a logoterapia e religião não estão no mesmo nível, sendo a religião mais elevada ao tratar da salvação da alma.
O documento discute a logoterapia como uma psicologia espiritual. Apresenta a visão de Frankl sobre a tridimensionalidade do homem (somática, psíquica e espiritual) e como a dimensão espiritual é fundamental para entender o ser humano. Também discute como a logoterapia e religião não estão no mesmo nível, sendo a religião mais elevada ao tratar da salvação da alma.
O documento discute a logoterapia como uma psicologia espiritual. Apresenta a visão de Frankl sobre a tridimensionalidade do homem (somática, psíquica e espiritual) e como a dimensão espiritual é fundamental para entender o ser humano. Também discute como a logoterapia e religião não estão no mesmo nível, sendo a religião mais elevada ao tratar da salvação da alma.
O documento discute a logoterapia como uma psicologia espiritual. Apresenta a visão de Frankl sobre a tridimensionalidade do homem (somática, psíquica e espiritual) e como a dimensão espiritual é fundamental para entender o ser humano. Também discute como a logoterapia e religião não estão no mesmo nível, sendo a religião mais elevada ao tratar da salvação da alma.
Baixe no formato PDF, TXT ou leia online no Scribd
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 19
Logoterapia:
Uma Psicologia Espiritual?
Prof. Alberto Nery Religião: Um fato humano • Religião é um fato especificamente humano. • Animais não cultuam objetos sagrados, plantas não prestam devoção a entes divinos, mas seres humanos possuem um atributo particular, que os torna aptos a se relacionar com a ideia de divindade. Nery, p.18 “A história, por mais longe que remontemos no passado, não conhece sociedade que tenha sido totalmente desprovida de religião. [...] Não se conhece grande civilização sem mitos, sem ritos, sem sagrado, sem crenças em certas forças invisíveis ou sobrenaturais, resumindo, sem religião, no sentido lato ou etnológico do termo.” COMTE-SPONVILLE, 2007, p.21 Uma Dimensão Espiritual? "Não crer em Deus não é um motivo para nos amputar de uma parte de nossa humanidade - ainda mais essa! Não ter religião não é um motivo para renunciar a toda vida espiritual.” "Alguns se espantarão: Você, um ateu, se interessando pela vida espiritual! E daí? O fato de eu não crer em Deus não me impede de ter um espírito, nem me dispensa de utilizá-lo". Comte-Sponville E a Psicologia? Ao abordar a questão da crença na concepção virginal de Maria: • Em sua visão, quando a psicologia se refere a este tema, "só se ocupa da existência de tal ideia, não cuidando em saber se ela é verdadeira ou falsa, em qualquer sentido. A ideia é psicologicamente verdadeira, na medida em que existe". Jung (1940/1978, p. 8) E a Psicologia? • O comportamento religioso goza de objetividade e à psicologia incumbe investigá-lo como qualquer outro comportamento. • A transcendência implicada nesse particular comportamento, não pode, a priori, ser considerada produto do psiquismo. Paiva, 2022, p. 15 Psicologia da Religião: Uma introdução. E a Psicologia? • Não há dúvida, pois, de que o comportamento religioso é todo ele psicológico, equivalendo a tendências, sensações, conhecimentos, desejos, emoções, atos e quaisquer outras modalidades do comportamento. • Não obstante, não se pode dizer que o psicológico seja o todo desse comportamento. P. 16 Logoterapia e Religião • Como foi dito por um deles: Aí chega um psiquiatra como sotaque vienense e diz, de repente, que o homem busca pelo sentido e não originariamente pelo desejo; que o homem não consiste de libido e de conflito entre o superego, o ego e o inconsciente, etc., que o homem não é um produto do ambiente e da bioquímica e sabe mais quê. • Ele diz coisas que na verdade são religiosas no sentido em que Einstein já teria dito uma vez, acreditar em um sentido da vida significa ser religioso. Como Wittgenstein disse, crer em Deus significa acreditar que a vida tem um sentido. Sim, com isso eu os apoiei. P.157, Frankl, V. e Lapide P. A Busca de Deus e Questionamentos Sobre o Sentido, Vozes. (2005/2013) Logoterapia e Religião • ... Se torna fácil depreciar a Logoterapia, quando se diz que isso é paradigma, que isto é ideologia pessoal, que isto é religiosidade pessoal do Sr. Frankl, que não é nenhum cientista; que ele gostaria de deixar a religião entrar através da porta dos fundos, depois que nós nos livramos finalmente dos clérigos, etc. • Agora, de certa maneira também existe um pouco de verdade dentro disto. A Logoterapia se mantém aberta à transantropológica – eu não digo transpessoal de propósito – dimensão. Dimensão Antropológica A unidade antropológica do homem, contudo, apesar da multiplicidade ontológica do corpóreo, do psíquico e do espiritual, só pode ser compreendida no sentido de uma Ontologia Dimensional.
Logoterapia e Análise Existencial, p.60 (1959)
Tridimensionalidade do Homem No interior desse nosso esquema dimensional obtém-se então, a partir da tridimensionalidade do homem, o fato de que o elemento humano propriamente dito só pode vir à tona se ousarmos nos inserir na dimensão do espiritual. Como homem, o homem só se torna visível na medida em que inserimos essa “terceira” dimensão em sua consideração: somente então vislumbramos o homem enquanto tal. Dimensão Espiritual • O espiritual, contudo, não é apenas uma dimensão própria, mas também a dimensão propriamente dita do ser do homem. • Mas ela não é a única dimensão do ser do homem. • O homem é uma unidade e uma totalidade corpóreo-psíquico- espiritual. Logoterapia e Análise Existencial, p.62 (1959) Tridimensionalidade do Homem • Somático: União de processos corporais, entre eles os processos celulares e químicos. • Psíquico: Vai desde os impulsos, sensações e desejos, até os processos intelectuais e padrões comportamentais e sociais. • Espiritual/Noético: Posturas do ser humano perante sua porção psicofísica, como, por exemplo: “as decisões da vontade, intencionalidade, interesses práticos e artísticos, pensamento criativo, religiosidade, senso ético (consciência moral) e compreensão do valor”. Lukas (1989) apud. Aquino: Psicoterapia e Religião • A técnica logoterapêutica tem que ser aplicável a qualquer doente. • Seja ele crente ou não. • Precisa ser aplicável por qualquer médico. • Não importando sua visão pessoal de mundo. • Para a Logoterapia a religião só pode ser um objeto e não uma posição. Psicoterapia e Religião
• Logoterapia: Cura da Alma
• Religião: Salvação da Alma Psicoterapia e Religião • Os alvos da Psicoterapia e da Religião não se encontram no mesmo nível ontológico. *(Que diz respeito ao ser e a natureza da existência)
• A saúde psíquica ocupa outro nível que a
salvação da alma. • A dimensão religiosa é mais elevada, mais abrangente que a dimensão da Logoterapia. • O acesso à dimensão mais elevada não se dá pelo conhecimento, mas pela fé. PID, p.75 Suprassentido • Existe logicamente um sentido último, mais amplo. Porém, quanto mais amplo for o sentido, menos compreensível será. Trata-se do sentido do todo, do sentido da vida como um todo. • E acredito não ser digno de um psiquiatra, ou de qualquer cientista, negar de antemão a simples possibilidade de um tal sentido universal com base em pressupostos apriorísticos ou doutrinações ideológicas. A Presença Ignorada de Deus, p.104 Suprassentido • No plano da projeção da ciência natural, a teleologia não se projeta, ela não é atingida por esse corte. Por isso não exclui a possibilidade de que possa existir numa dimensão mais elevada. • E não deixar abertura para a possibilidade de uma teleologia numa dimensão da ciência natural, e até negar essa possibilidade, nada tem a ver com empirismo, mas constitui uma filosofia sem reflexão crítica, uma filosofia diletante e antiquada. A Presença Ignorada de Deus, p.106 • Exemplo do macaco. • Ele não tem condições de acompanhar o raciocínio do ser humano que o utiliza para experiências. • O mundo humano, um mundo de sentido, não é acessível para ele, está fora do seu alcance, tem uma dimensão que ultrapassa sua capacidade. • Não seria de se presumir que o mundo humano, por sua, seja transcendido por outro mundo, não acessível ao ser humano, cujo sentido, cujo suprassentido, unicamente, poderia dar sentido ao seu sofrimento? P. 75, 76