Legislação Cultura Da Bahia

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GOVERNO dO EStAdO dA BHIA

PUBLICAÇÃO dA SECREtARIA dE CULtURA dO EStAdO dA BAHIA

dEZEmBRO dE 2014

Governador do Estado da Bahia: JAQUES WAGNER

Secretário de Cultura: ALBINO RUBIm

Chefe de Gabinete: RÔmULO CRAVO

diretor Geral: tHIAGO PEREIRA

Superintendente de Promoção Cultural: CARLOS PAIVA

Superintendente de desenvolvimento territorial da Cultura: SANdRO mAGALHÃES

diretora da Fundação Pedro Calmon: FÁtImA FRÓES

diretora da Fundação Cultural do Estado da Bahia: NEHLE FRANKE

diretora do Instituto do Patrimônio Artístico Cultural da Bahia: ELISABEtE GâNdARA

diretora do centro de Culturas Populares e Identitárias: ARANY SANtANA

________________________________________________

Apoio e Pesquisa:

Assessoria de Comunição: AdRIANA JACOB E ROdRIGO LAGO

Produção: NÍVIA CERQUEIRA E BRUNO SANtOS

Programação Visual: tEmPO PROPAGANdA


sUMÁrio
APRESENtAÇÃO 05
Legislação e Institucionalidade da Cultura 05

PLANOS E PROGRAmAS 09
Comenda do mérito Cultural 09
Plano Estadual de Cultura 13
Plano Estadual do Livro e Leitura 24
Programa de Formação e Qualificação em Cultura 30
Política Setorial de museus 39

CANAIS dE PARtICIPAÇÃO 53
Lei Orgânica da Cultura 53
Conselho de Cultura – Novo regimento 70
Portarias dos Colegiados Setoriais das Artes 80
Colegiados de Gestão Participativa 91
APRE
4

SEN
TAÇÃO
E
5

apresentação

N
Legislação e Institucionalidade da Cultura
Antonio Albino Canelas Rubim *

Existem variadas possibilidades de pensar o tema da legislação cul-


tural. Em seus polos extremos, podem ser imaginadas concepções
que vão do menosprezo pela legislação, quando se acredita que a
luta por leis e normas é tão somente uma enorme perda de tempo,
até, em diapasão totalmente oposto, a crença de que conquistar a
aprovação de leis assegura e resolve os problemas existentes. Entre
estas duas posturas extremadas, emergem inúmeras alternativas de
pensar o sentido das leis e da luta por sua conquista.

A relevância da legislação só pode ser devidamente considerada se


entendemos as leis em sua relação com os campos de força exis-
tentes na sociedade. A funcionalidade e o funcionamento da legisla-
ção guardam uma íntima relação com o campo de forças presente na
sociedade. Neste horizonte, as legislações devem estar necessaria-

O
mente articuladas com as lutas sociais para suas efetivas conquista
e implantação. Sem esta inserção social, a legislação corre o risco de
ser apenas mais uma lei que “não pega”. Um mero, e por vezes belo,
conjunto de palavras que não atua de nenhum modo na sociedade.
Cabe, por conseguinte, pensar a legislação sempre como um proces-
so de construção, que implica em debates, mobilizações, disputas na
sociedade.

A legislação deve ser a expressão de uma demanda que, através da


luta política, foi capaz de se constituir e se consolidar em uma norma
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jurídica. A conexão entre demanda; luta e legislação aparece como


a melhor maneira de superar aquelas duas posições extremadas de
nada ou tudo. Assim, a qualidade e a eficácia da lei dependem da sua
inscrição política e social.

A Secretaria de Cultura do Estado da Bahia entende que a formula-


ção e conquista de legislações culturais devem seguir esta trajetória
intrínseca de relações com demandas sociais e lutas político-cultu-
rais. Neste sentido, ela se empenhou, entre 2007 e 2014, em construir
legislações culturais que expressassem tais relações, pois somente
elas podem assegurar que as leis e decretos se tornaram efetivas e
respeitadas. A construção destas legislações, por sua vez, deve ser
realizada através da configuração de políticas públicas. Ou seja, de
políticas culturais que incorporem sempre como seus momentos
constitutivos debates e deliberações públicas.

Além da vital conexão com sua realidade viva, as leis têm um pa-
pel fundamental para consolidar a institucionalidade cultural. Como
qualquer outro campo social, a cultura precisa, em circunstâncias
democráticas, constituir normas que balizem e regulem sua existên-
cia, funcionamento e desenvolvimento. A presença destas normas ju-
rídicas é vital para a democracia e para a democratização da cultura.

A institucionalidade cultural ainda é muito frágil na Bahia, no Brasil


e no mundo. A confecção de legislações qualificadas tem um papel
essencial na conformação de um ambiente adequado que estimule e
garanta o fortalecimento da cultura. A legislação é uma das dimen-
sões mais substantivas da institucionalidade. Ela baliza e dá regra e
compasso para a cultura. Uma legislação qualificada e progressista
estimula sobremodo o campo cultural e seu desenvolvimento.

A ideia de reunir as principais legislações produzidas entre 2007 e


2014 busca fortalecer a institucionalidade cultural na Bahia. Junta-
mente com a atuação e mobilização dos Agentes culturais, ela por
7

certo irá contribuir para colocar a cultura baiana em um patamar


cada vez mais criativo, inovador, livre e sólido.

*Secretário de Cultura do Estado da Bahia


PLA
NOS
9

PLANOS E PROGRAMAS
Comenda do Mérito Cultural
DECRETO Nº 14.917, DE 08 DE JANEIRO DE 2014
Institui a Comenda do Mérito Cultural, e dá outras providências.
O GOVERNADOR DO ESTADO DA BAHIA, no uso de suas atribuições,

DECRETA
Art 1° - Fica instituída, na Secretaria de Cultura, a “Comenda do Mérito
Cultural”, com a finalidade de premiar personalidades, órgãos e entida-
des públicas e privadas, estaduais e nacionais, que se distinguiram por
suas relevantes contribuições prestadas à Cultura da Bahia.

Art. 2° - A Comenda do Mérito Cultural será concedida mediante ato do


Governador do Estado, por proposta fundamentada do Secretário de Cul-
tura, após aprovação pelo Conselho indicado no art. 5º deste Decreto.

S
§ 1º - As sugestões para a Comenda do Mérito Cultural poderão ser feitas
a qualquer tempo por pessoas físicas ou jurídicas, mediante o preen-
chimento de formulário, a ser disponibilizado no sítio eletrônico da Se-
cretaria de Cultura do Estado da Bahia, e deverão conter, no mínimo, os
seguintes dados:
I - identificação do segmento cultural do trabalho da pessoa física ou ju-
rídica indicada;
II - identificação da pessoa física ou jurídica sugerida;
III - endereço completo, telefone, fax e endereço eletrônico da pessoa
física ou jurídica sugerida;
IV - identificação do representante legal, quando se tratar de pessoa jurídica;
V - breve histórico da pessoa jurídica ou biografia da pessoa física;
§ 2º - As sugestões de concessão da distinção encaminhadas com até
dois meses da reunião da Comissão de que trata o art 5º deste Decreto,
que as analisará anualmente, cabendo a cada proponente uma única in-
dicação por classe de agraciados;
§ 3º - O Diploma de concessão será assinado pelo Secretário de Cultura.
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Art. 3º - As insígnias da Comenda do Mérito Cultural da Bahia serão de-


talhadas pela Secretaria de Cultura.

Art. 4º - A Comenda do Mérito Cultural terá três classes, a saber:


I – Sênior;
II – Junior;
III – Póstuma. § 1º - Serão agraciadas com as Comendas da classe Júnior as
personalidades ou instituições em ascensão no cenário cultural.
§ 2º - Serão agraciados com as Comendas da classe Sênior as personali-
dades ou instituições de relevância incontestável para o cenário cultural.
§ 3º - As Comendas de classe Póstuma serão entregues aos sucessores
diretos dos agraciados.
§ 4º - Serão concedidas, no máximo, 15 (quinze) Comendas anualmente,
sendo 5 (cinco) em cada uma das suas classes.
§ 5º - Excepcionalmente, no primeiro ano, serão concedidas, no máximo,
30 (trinta) Comendas, sendo 10 (dez) em cada uma das suas classes.

Art. 5º - Os atos de concessão da Comenda do Mérito Cultural serão adminis-


trados por uma Comissão, composta pelos seguintes membros:
I - O Secretário de Cultura, que a presidirá;
II - 03 (três) representantes da Secretaria de Cultura, sendo 01 (um) do
Centro de Culturas Populares e Identitárias, 01 (um) da Superintendência
de Promoção Cultural e 01 (um) da Superintendência de Desenvolvimento
Territorial da Cultura;
III - 01 (um) representante do Conselho Estadual de Cultura;
IV - 01 (um) representante da Fundação Cultural do Estado da Bahia;
V - 01 (um) representante da Fundação Pedro Calmon;
VI - 01 (um) representante do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia;
VII - 01 (um) representante da Associação Baiana de Imprensa;
VIII - 01 (um) representante da Academia de Ciências da Bahia;
IX - 01 (um) representante da Academia de Letras da Bahia;
X - 01 (um) representante do Instituto dos Arquitetos do Brasil – Depar-
tamento da Bahia;
XI - 01 (um) representante do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia;
XII - 01 (um) representante indicado pelo Fórum de Reitores das Univer-
sidades Estaduais da Bahia - UEBA;
XIII – 01 (um) representante das Instituições Federais de Ensino Superior
da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de En-
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sino. XIV - 01 (um) representante do Sindicato dos Artistas e Técnicos em


Diversões do Estado da Bahia.

Parágrafo único - Compete ao Secretaria de Cultura a organização do


evento, bem ainda a adoção das providências necessárias à expedição do
diploma e insígnia.

Art. 6º - Compete à Comissão aprovar ou recusar as proposições de con-


cessão da Comenda que lhe forem apresentadas.

Parágrafo único - A Comissão será auxiliada em suas atividades por uma


Secretaria Executiva, cujos integrantes serão designados por ato do Se-
cretário de Cultura.

Art. 7º - A Comissão reunir-se-á, ordinariamente, 01 (uma) vez por ano,


mediante convocação de seu Presidente.
§ 1º - A Comissão poderá reunir-se, extraordinariamente, em qualquer
época, por convocação de seu Presidente.
§ 2º - A votação para escolha dos homenageados se dará mediante voto
secreto.
§ 3º - As sessões da Comissão serão secretariadas pelo chefe de gabine-
te do Secretário de Cultura.
§ 4º - A cada membro da Comissão corresponderá 01 (um) voto, cabendo ao
presidente, ainda, o voto de qualidade em caso de empate.
§ 5º - A Comissão só poderá deliberar com a presença de, no mínimo, 2/3
(dois terços) de seus membros
§ 6º - A Secretaria-Executiva registrará em livros próprios as decisões e
as atas da Comissão.

Art. 8º - Os membros do Conselho não perceberão qualquer remune-


ração e os serviços serão considerados de relevante interesse público.

Art. 9º - A entrega das insígnias e dos diplomas referentes à admissão na


Comenda será feita em ato solene, presidido pelo Governador do Estado
ou pelo Secretário de Cultura, preferencialmente no dia 5 de novembro
de cada ano, quando se comemora o Dia Nacional da Cultura.
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Art. 10 - A Secretaria da Comissão manterá um livro de registro, rubrica-


do por seu Presidente, no qual serão inscritos, por ordem cronológica, os
agraciados e seus dados biográficos.

Art. 11 - Em caso de destinação post mortem a Comenda será entregue ao


cônjuge, familiar ou pessoas devidamente designada pela família.

Art. 12 - A relação dos agraciados será obrigatoriamente antes da sole-


nidade de entrega.

Art. 13 - O Secretário de Cultura poderá editar normas complementares


para execução deste Decreto.

Art. 14 - As despesas decorrentes deste Decretos correrão à conta de


recursos consignados à Secretaria de Cultura.

Art. 15 - Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação.

Palácio do Governo do Estado da Bahia, em 08 de janeiro de 2014.

Jaques Wagner
Governador
Rui Costa
Secretário da Casa Civil
Antonio Albino Canelas Rubim
Secretário de Cultura
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Plano Estadual de Cultura


PROJETO DE LEI
Institui o Plano Estadual de Cultura da Bahia e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DA BAHIA, faço saber que a Assembléia


Legislativa decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DOS OBJETIVOS, COORDENAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO
Art. 1º Fica aprovado o Plano Estadual de Cultura da Bahia na forma do
Anexo Único desta Lei.

Art. 2º O Plano Estadual de Cultura será coordenado pela Secretaria de


Estado de Cultura.

Parágrafo único. A Secretaria Estadual de Cultura exercerá a função de


coordenação executiva do Plano Estadual de Cultura, conforme esta Lei,
ficando responsável pela organização de suas instâncias, pelos termos
de adesão, pelo estabelecimento de metas, pelos regimentos e demais
especificações necessárias à sua implantação.

Art. 3º A implementação do Plano Estadual de Cultura será feita em regi-


me de cooperação entre o Governo do Estado e os municípios do Estado
da Bahia, e em parceria com a União haja vista o Plano Nacional de Cul-
tura, instituído pela Lei nº 12.343, de 02 de dezembro de 2010.

Parágrafo único. A implementação dos programas, projetos e ações ins-


tituídos no âmbito do Plano Estadual de Cultura poderá ser realizada com
a participação de instituições públicas ou privadas, mediante a celebra-
ção de instrumentos previstos em lei.
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CAPÍTULO II
DAS ATRIBUIÇÕES DO PODER PÚBLICO
Art. 4º Compete ao poder público, nos termos desta Lei:

I - formular políticas públicas e programas que conduzam à efetivação


dos objetivos, diretrizes e metas do Plano;
II - garantir a avaliação e a mensuração do desempenho do Plano Estadual de
Cultura e assegurar sua efetivação pelos órgãos responsáveis;
III - fomentar a cultura de forma ampla, por meio da promoção e di-
fusão, da realização de editais e seleções públicas para o estímulo
a projetos e processos culturais, da concessão de apoio financeiro
e fiscal aos agentes culturais, da adoção de subsídios econômicos,
da implantação regulada de fundos públicos e privados, entre outros
incentivos, nos termos da lei;
IV - proteger e promover a diversidade cultural, a criação artística e suas
manifestações e as expressões culturais, individuais ou coletivas, de todos
os grupos étnicos e suas derivações sociais, reconhecendo a abrangência
da noção de cultura em todo o território nacional e garantindo a multiplici-
dade de seus valores e formações;
V - promover e estimular o acesso à produção e ao empreendimento cultu-
ral; a circulação e o intercâmbio de bens, serviços e conteúdos culturais; e
o contato e a fruição do público com a arte e a cultura de forma universal;
VI - garantir a preservação do patrimônio cultural baiano, resguardan-
do os bens de natureza material e imaterial, os documentos históricos,
acervos e coleções, as formações urbanas e rurais, as línguas e cosmo-
logias indígenas, os sítios arqueológicos pré-históricos e as obras de
arte, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência
aos valores, identidades, ações e memórias dos diferentes grupos for-
madores da sociedade baiana;
VII - articular as políticas públicas de cultura e promover a organização
de redes e consórcios para a sua implantação, de forma integrada com as
políticas públicas de educação, comunicação, ciência e tecnologia, direi-
tos humanos, meio ambiente, turismo, planejamento urbano e cidades,
desenvolvimento econômico e social, indústria e comércio, relações ex-
teriores, dentre outras;
VIII - dinamizar as políticas de intercâmbio e a difusão da cultura baiana no
exterior, promovendo bens culturais e criações artísticas baianas no ambien-
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te internacional; dar suporte à presença desses produtos nos mercados de


interesse econômico e geopolítico do País;
IX - organizar instâncias consultivas e de participação da sociedade para
contribuir na formulação e debater estratégias de execução das políticas
públicas de cultura;
X - regular o mercado interno, estimulando os produtos culturais baia-
nos com o objetivo de reduzir desigualdades sociais e regionais, pro-
fissionalizando os agentes culturais, formalizando o mercado e qualifi-
cando as relações de trabalho na cultura, consolidando e ampliando os
níveis de emprego e renda, fortalecendo redes de colaboração, valori-
zando empreendimentos de economia solidária e controlando abusos
de poder econômico;
XI - coordenar o processo de elaboração de planos setoriais para as dife-
rentes áreas artísticas, respeitando seus desdobramentos e segmenta-
ções, e também para os demais campos de manifestação simbólica iden-
tificados entre as diversas expressões culturais e que reivindiquem a sua
estruturação nacional;
XII - incentivar a adesão de organizações e instituições do setor pri-
vado e entidades da sociedade civil às diretrizes e metas do Plano Es-
tadual de Cultura por meio de ações próprias, parcerias, participação
em programas;

CAPÍTULO III
DO FINANCIAMENTO
Art. 5o Os planos plurianuais, as leis de diretrizes orçamentárias e as
leis orçamentárias do Estado disporão sobre os recursos a serem desti-
nados à execução das ações constantes desta Lei.

Art.6º A Secretaria Estadual de Cultura, na condição de coordenador


executivo do Plano Estadual de Cultura, deverá estimular a diversificação
dos mecanismos de financiamento para a cultura de forma a atender os
objetivos desta Lei e elevar o total de recursos destinados ao setor para
garantir o seu cumprimento.
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CAPÍTULO IV
DO SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO
Art. 7o Compete a Secretaria Estadual de Cultura monitorar e avaliar pe-
riodicamente o alcance das diretrizes e eficácia das metas do Plano Es-
tadual de Cultura com base em indicadores regionais e locais que quan-
tifiquem a oferta e a demanda por bens, serviços e conteúdos, os níveis
de trabalho, renda e acesso da cultura, de institucionalização e gestão
cultural, de desenvolvimento econômico-cultural e de implantação sus-
tentável de equipamentos culturais.

Parágrafo único. O processo de monitoramento e avaliação do Plano Es-


tadual de Cultura contará com a participação do Conselho Estadual de
Cultura, tendo o apoio de especialistas, técnicos e agentes culturais, de
institutos de pesquisa, de universidades, de instituições culturais, de or-
ganizações e redes socioculturais, além do apoio de outros órgãos cole-
giados de caráter consultivo, na forma do regulamento.

CAPÍTULO V
DA ESTRUTURA - EIXOS, ESTRATÉGIAS, LINHAS DE AÇÃO
Art. 8º. O Plano Estadual de Cultura está estruturado em 07 (sete) diretri-
zes, 20 (vinte) estratégias e 62 (sessenta e duas) ações.

Art. 9º. São diretrizes e respectivas estratégias e ações do Plano Estadu-


al de Cultura:
§ 1º Diretriz I – Do estado e da participação social: fortalecer a institucio-
nalidade da cultura e a participação da comunidade e da sociedade civil,
através das seguintes ações:

I- estratégia 1 – Fortalecimento da articulação das esferas dos poderes públicos:


a) consolidar a implantação do Sistema Estadual de Cultura, articulado
ao Sistema Nacional de Cultura e Sistemas Municipais de Cultura, com
participação da sociedade civil e envolvendo as três esferas de governo;
b) apoiar iniciativas de constituição de agendas, frentes e comissões par-
lamentares dedicadas a temas culturais;
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c) estabelecer programas de cooperação técnica para a elaboração de


planos de cultura e do planejamento das políticas públicas.

II- estratégia 2 – Aprimoramento da gestão de políticas públicas, através


das seguintes ações:
a) territorializar a atuação da Secretaria de Cultura em todo o estado;
b) fortalecer os quadros institucionais e carreiras da Secretaria de Cul-
tura, otimizando o emprego de recursos e garantindo o exercício de suas
competências;
c) elaborar planos territoriais e setoriais para as diversas áreas da cultura;
d) estimular a criação de Câmara Temática de Cultura no Conselho Esta-
dual de Desenvolvimento Territorial (CEDETER) e nos Colegiados de De-
senvolvimento Territorial (Codeters).

III- estratégia 3 - Implantação do Sistema de Informações e Indicadores


Culturais como instrumento de acompanhamento, avaliação e aprimora-
mento da gestão e das políticas públicas de cultura, através das seguin-
tes ações:
a) cadastrar, mapear e sintetizar as informações culturais, a fim de
orientar a coleta pelo Estado e Municípios de dados relacionados à ges-
tão, formação, produção, difusão, circulação, fruição e reflexão de obras,
atividades e expressões culturais;
b) estabelecer parâmetros para formulação, implementação, gestão,
monitoramento e avaliação das políticas culturais.

IV- estratégia 4 - Implantação do Sistema de Informações e Indicadores Cul-


turais como instrumento de acompanhamento, avaliação e aprimoramento
da gestão e das políticas públicas de cultura, através das seguintes ações:
a) promover programas de cooperação para atualização e alinhamento
da legislação estadual e municipais;

V- estratégia 5 - Ampliação dos mecanismos de participação social no


processo de elaboração, implementação, monitoramento e avaliação das
políticas públicas de cultura, através das seguintes ações:
a) aperfeiçoar os mecanismos de gestão participativa e democrática, go-
verno eletrônico e a transparência pública com o objetivo de reforçar seu
alcance e eficácia;
b) articular os sistemas de comunicação, com os processos e as instân-
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cias de consulta, participação e diálogo para a formulação e o acompa-


nhamento das políticas culturais;
c) potencializar os equipamentos e espaços culturais como canais de
comunicação e diálogo com os cidadãos, ampliando sua participação na
gestão destes equipamentos.

VI- estratégia 6 - Fortalecimento da regulação social sobre os modelos de


gestão das políticas culturais, através das seguintes ações:
a) disponibilizar informações sobre a gestão pública das políticas cultu-
rais, dando transparência a dados e indicadores sobre gestão e investi-
mentos públicos;
b) criar ouvidorias e outros canais de interlocução dos cidadãos com os
órgãos públicos e instituições culturais.

VII- estratégia 7 - Consolidação das conferências, fóruns, conselhos, co-


legiados setoriaise seminários que envolvam a formulação e o debate
sobre as políticas culturais, através das seguintes ações:
a) realizar a Conferência Estadual de Cultura, conferências territoriais e
setoriais, periodicamente, envolvendo a sociedade civil, os gestores pú-
blicos e privados, as instituições e os agentes culturais;
b) estimular a realização de conferências municipais como instrumentos
de participação e regulação social nas diversas esferas, com articulação
com os encontros estaduais e nacionais;
c) incentivar a criação de conselhos territoriais e municipais, democrati-
camente constituídos, de modo a fortalecer o diálogo entre o poder pú-
blico e a sociedade civil, e consolidar a atuação do Conselho Estadual de
Cultura e dos conselhos de cultura existentes.

§ 2º Diretriz II – Do fomento: ampliar o investimento em cultura e aper-


feiçoar os mecanismos de financiamento:
I- estratégia 8 - Diversificação de modalidades de financiamento à cultu-
ra, visando atender de modo adequado e satisfatório as singularidades do
complexo campo cultural, através das seguintes ações:
a) imaginar e implantar novas modalidades de financiamento e fomento
à cultura, que contemplem as particularidades e dinâmicas das manifes-
tações e expressõesculturais;
b) incentivar a criação de linhas de financiamento e fomento para modelos de
negócios culturais inovadores, para a pesquisa e a produção independente;
19

c) estimular o investimento privado de risco em cultura e a criação de


fundos de investimento;
d) ampliar e desconcentrar os investimentos visando a redução das dis-
paridades e desigualdades sociais e regionais.
II - estratégia 9 - Consolidação do Fundo de Cultura como principal me-
canismo de fomento, através das seguintes ações:
a) estabelecer programas de financiamento conjunto entre a União, Es-
tado e os Municípios;
b) ampliar os recursos do Fundo de Cultura, buscando outras fontes, inclu-
sive tornando o Fundo sócio de empreendimentos culturais;
c) estimular a criação de fundos municipais de cultura.

III - estratégia 10 - Aprimoramento do mecanismo de incentivo fiscal,


através das seguintes ações:
a) estabelecer diretrizes para o incentivo fiscal que permitam uma me-
lhor distribuição dos recursos oriundos da renúncia, entre os territórios
e áreas culturais;
b) estimular a contrapartida do setor privado de modo a aumentar os
montantes de recursos de co-patrocínio e efetivar a parceria do setor
público e do setor privado no campo da cultura;
c) ampliar e regulamentar as contrapartidas socioculturais de projetos
com recursos oriundos da renúncia fiscal;
d) ampliar a divulgação das leis de incentivos fiscais para o setor privado
visando uma participação territorialmente mais ampla.

§ 3º Diretriz III – Da diversidade: reconhecer, valorizar, protegere promo-


ver as expressões culturais:
I- estratégia 11 - Promoção por meio de políticas de formação, pesquisa e
difusão, estímulo à produção e circulação, formação de acervos e reper-
tórios, através das seguintes ações:
a) criar políticas de apoio, reconhecimento e transmissão dos saberes e
fazeres das culturas;
b) apoiar o mapeamento, documentação e preservação de sítios de valor
simbólico e histórico;
c) mapear, preservar, restaurar e difundir os acervos históricos e culturais.

II - estratégia 12 - Ampliação da circulação da produção cultural e dina-


mização das políticas de intercâmbio e difusão das culturas no estado da
Bahia, no país e no exterior, através das seguintes ações:
20

a) fomentar projetos e ações de promoção da diversidade cultural da Bahia;


b) fomentar atividades de intercâmbio interterritorial, interestadual, in-
ternacional e residências culturais de estudantes e profissionais da cul-
tura em instituições estaduais, nacionais e estrangeiras;
c) articular órgãos e políticas de cultura e relações exteriores para cons-
tituir e aprofundar programas com outras nações.

§ 4º Diretriz IV – Do acesso: universalizar o acesso à cultura:


I- estratégia 13 - Desenvolvimento e ampliação dos espaços culturais
existentes na Bahia, inclusive os da Secretaria de Cultura do Estado,
através das seguintes ações:
a) ampliar e diversificar as ações de formação e fidelização de público,
qualificando a fruição e o contato com as culturas;
b) promover a disponibilização de repertórios, de acervos, de documen-
tos e de obras de referência.

II- estratégia 14 - Estabelecimento de redes de equipamentos culturais,


através das seguintes ações:
a) estabelecer sistemas de integração de equipamentos culturais, fo-
mentando, inclusive, programas de amparo e apoio à manutenção e ges-
tão em rede de equipamentos culturais, potencializando investimento e
garantindo padrões de qualidade;
b) instituir programas em parceria com instituições culturais e organiza-
ções civis para a ampliação da circulação de bens culturais.

III- estratégia 15 - Promoção da apropriação social das tecnologias da in-


formação e da comunicação para ampliar o acesso à cultura e suas pos-
sibilidades de produção, difusão e fruição, através das seguintes ações:
a) apoiar as políticas públicas de universalização do acesso gratuito de
alta velocidade à internet em todos os municípios;
b) estimular o compartilhamento pelas redes digitais de conteúdos que pos-
sam ser utilizados livremente, estimulando a produção de conteúdo indepen-
dente para as diversas plataformas de comunicação.

§ 5º Diretriz V – Da economia da cultura:ampliar a participação da cultura


no desenvolvimento da Bahia:
I- estratégia 16 - Incentivo à criação de modelos de desenvolvimento sus-
tentável e solidário que reduzam a desigualdade regional e ampliem a
diversidade cultural, através das seguintes ações:
21

a) oferecer apoio técnico às iniciativas de associativismo e cooperativis-


mo e fomentar incubadoras de empreendimentos culturais;
b) estimular micros, pequenos e médios empreendedores culturais;
c) fomentar a capacitação e o apoio técnico para a produção, distribuição, co-
mercialização de produtos relacionados às atividades culturais;
d) estimular, por meio de parcerias com entidades da sociedade civil e do
poder público, a economia solidária no campo da cultura.

II- estratégia 17 - Ampliação das atividades culturais, por meio da expan-


são, diversificação e qualificação de sua capacidade produtiva e ampla
ocupação, estimulando a geração de trabalho, emprego, renda, promo-
vendo a profissionalização do setor e o fortalecimento da economia, atra-
vés das seguintes ações:
a) fortalecer e articular as redes produtivas que formam a economia
da cultura;
b) desenvolver e gerir programas integrados de formação e capacitação
para artistas, autores, técnicos, gestores, produtores e demais agentes
culturais, estimulando a profissionalização, o empreendedorismo, o uso
das tecnologias de informação e comunicação e o fortalecimento da eco-
nomia da cultura.

§ 6º Diretriz VI – Da formação: ampliar e qualificar a formação em cultura:


I- estratégia 18 - Disseminação do conhecimento e ampliação da apropriação
social do patrimônio cultural, através das seguintes ações:
a) estimular a criação de instituições e de cursos de formação em cultura;
b) desenvolver uma rede de cooperação entre instituições públicas fede-
rais, estaduais e municipais, instituições culturais e demais organizações
civis para promover o conhecimento sobre cultura;
c) estabelecer parcerias com instituições de ensino técnico e superior,
bem como parcerias com associações e órgãos representativos setoriais,
para a criação e o aprimoramento contínuo de cursos voltados à forma-
ção e capacitação de trabalhadores da cultura, gestores técnicos de ins-
tituições e equipamentos culturais;
d) promover atividades de capacitação aos agentes e organizações cultu-
rais proponentes ao financiamento estatal;
e) garantir assessoria técnica aos conselhos de cultura;
f) garantir assessoria técnica aos membros que integram os Fundos
de Cultura.
22

II- estratégia 19 - Fortalecimento e preservação da autonomia do campo


de reflexão sobre a cultura, através das seguintes ações:
a) fomentar, por meio de parcerias com órgãos de educação, ciência e
tecnologia e pesquisa, as atividades de grupos de estudos acadêmicos,
experimentais e da sociedade civil que abordem questões relativas à cul-
tura, às artes e à diversidade cultural.

§ 7º Diretriz VII – Da transversalidade: fomentar a articulação da cultura


com outras áreas:

I- estratégia 20 - Promoção da articulação das políticas públicas de cultu-


ra com as de outras áreas governamentais, através das seguintes ações:
a) articular os órgãos estaduais e municipais e representantes da socie-
dade civil e do empresariado na elaboração e implementação das políti-
cas intersetoriais de cultura com outras áreas;
b) atuar em conjunto com os órgãos de educação no desenvolvimento de
atividades que insiram a cultura no ensino regular como instrumento e
tema de aprendizado, com a finalidade de estimular o olhar crítico e a
expressão artístico-cultural do estudante;
c) estimular e consolidar a apropriação, pelas redes públicas de ensino,
do patrimônio cultural, estimulando novas vivências e práticas educati-
vas, propiciando, também, que as escolas atuem como centros de produ-
ção e difusão cultural da comunidade;
d) desenvolver e ampliar programas dedicados à capacitação de profis-
sionais para o ensino de história, arte e cultura africana, afro-brasileira,
indígena e de outras comunidades não hegemônicas;
e) promover o turismo cultural sustentável, aliando estratégias de pre-
servação patrimonial e ambiental com ações de dinamização econômica
e fomento às cadeias produtivas da cultura;
f) realizar programas, em parceria com os órgãos de comunicação, para
que atuem como centro de produção e difusão cultural;
g) implantar, em conjunto com os órgãos responsáveis, a banda-larga
em todo Estado da Bahia;
h) articular e estimular os empreendimentos culturais por meio de par-
cerias com outros órgãos, promovendo ações de dinamização e fomento
da cadeia produtiva da cultura.
23

CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 10 O Plano Estadual de Cultura terá a vigência de 10 (dez) anos e será
revisto periodicamente, tendo como objetivo a atualização e o aperfeiço-
amento de suas diretrizes e metas.

Parágrafo único. A primeira revisão do Plano será realizada após 04


(quatro) anos da promulgação desta Lei, assegurada a participação do
Conselho Estadual de Cultura e de ampla representação do poder público
e da sociedade civil, na forma do regulamento.

Art. 11. O processo de revisão das diretrizes e estabelecimento de metas


para o Plano Estadual de Cultura será desenvolvido pelo Comitê Executi-
vo do Plano Estadual de Cultura.
§ 1o O Comitê Executivo será composto por membros indicados pela Se-
cretaria Estadual de Cultura, tendo a participação de representantes do
Conselho Estadual de Cultura e do setor cultural.
§ 2o As metas de desenvolvimento institucional e cultural do Plano serão
fixadas pela coordenação executiva do Plano Estadual de Cultura e serão pu-
blicadas em 180 (cento e oitenta) dias a partir da entrada em vigor desta Lei.

Art. 12. O Estado e os Municípios que aderirem ao Plano deverão dar


ampla publicidade e transparência ao seu conteúdo, bem como à realiza-
ção de suas diretrizes e metas, estimulando a transparência e o controle
social em sua implementação.

Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Palácio do Governo do Estado da Bahia, em 13 de novembro de 2014.

Jaques Wagner
Governador
Carlos Mello
Secretário da Casa Civil em exercício
Antonio Albino Canelas Rubim
Secretário de Cultura
24

Plano Estadual do Livro e Leitura


Plano Estadual do Livro e Leitura da Bahia (2013 – 2022)

Textos de referência

PROBLEMAS DIAGNOSTICADOS
a. Índices elevados de analfabetismo e baixo nível de escolaridade da população.
b. Fragilidade de práticas leitoras nas escolas (professores e estudantes).
c. Difícil acesso da população em geral ao livro e leitura.
d. Frágil consolidação do mercado editorial baiano e consequente pro-
dução de pequenas tiragens, o que eleva o preço unitário do livro em um
estado com população de baixo poder aquisitivo.
e. Pequeno número de livrarias.
f. Número insuficiente de bibliotecas nas escolas públicas e ausência de
programas de monitoramento e avaliação continuada nas bibliotecas pú-
blicas e escolares existentes.
g. Ausência de políticas públicas estaduais que estimulem o fortalecimen-
to e promovam a sustentabilidade das bibliotecas comunitárias, incluindo
aí seu mapeamento, diagnóstico e regulamentação.
h. Falta de pessoal melhor qualificado nas bibliotecas; ausência do pro-
fissional bibliotecário atuando em todas as bibliotecas, principalmente
nas escolares.
i. Pequeno número de Comitês do ProLer no Estado da Bahia.
j. Dificuldade de expansão das ações dos Comitês do ProLer na capaci-
tação e formação continuada em mediação de leitura para professores,
bibliotecários etc.
k. Pequeno número de projetos sociais de leitura, inclusive com as famílias.
l. Pequeno número de projetos que envolvam os usuários da biblioteca com a
leitura e pouca divulgação das ações desenvolvidas pelas bibliotecas.
m. Ausência de critérios para a aquisição do acervo das bibliotecas.
n. Ausência de programas de acessibilidade nas bibliotecas.
o. Ausência de novas tecnologias como ferramenta de pesquisa e de in-
formação para o usuário das bibliotecas.
p. Ausência de Feiras de Livro regulares nos municípios e nos bairros da capital.
q. Falta de articulação entre a Secretaria da Educação, Secretaria da Cultura e Secreta-
ria da Fazenda para implementação de políticas que reduzam o preço do livro.
25

r. Ausência de políticas para distribuição de livros de autores e edi-


toras baianas.
s. Não adoção de livros de autores baianos nas escolas públicas e
vestibulares.
t. Pequena participação de autores baianos em eventos destinados a livro e leitura.
u. Falta de indicadores e informações confiáveis sobre a situação do livro
e leitura na Bahia.
v. Ausência de Planos Municipais do Livro e Leitura (PMLL) e de Lei do
Livro no Estado da Bahia e seus municípios.

PLANO ESTADUAL DO LIVRO E LEITURA –


PELL – BA
OBJETIVOS
a. Assegurar a democratização do acesso ao livro, bem como a valoriza-
ção do livro e da leitura como estimulo à produção intelectual e ao desen-
volvimento sociocultural.
b. Assegurar o acesso a pessoas com deficiência conforme determina-
ções da legislação brasileira e dos imperativos conceituais e objetivos
expressos no amplo direito à leitura para todos os baianos.
c. Formar leitores, buscando, de maneira continuada, substantivo aumen-
to do índice estadual de leitura (número de livros lidos por habitante/ano)
em todas as faixas etárias e do nível qualitativo das leituras realizadas.
d. Ampliar o número de bibliotecas escolares, criando centros modelares
de estímulo à leitura e à escrita.
e. Ampliar o número de mediadores de leitura no Estado da Bahia, em
especial nas escolas públicas e bibliotecas.
f. Implantar, modernizar e qualificar acervos, equipamentos e instala-
ções de bibliotecas de acesso público nos municípios baianos.
g. Incrementar a rede produtiva do livro com o fortalecimento do sistema de pro-
dução e circulação, aumentando o numero de títulos editados e exemplares im-
pressos na Bahia, bem como o número de livrarias no Estado.
h. Estimular a rede criativa do livro.
26

i. Fomentar a produção de indicadores sobre a situação do livro e leitura


na Bahia.
j. Acompanhar e monitorar ações desenvolvidas através do PELL– BA.
k. Estimular continuamente a criação de Leis e Planos Municipais do Li-
vro e Leitura

EIXOS TEMÁTICOS

O Pell – BA estrutura-se em três eixos, que se dividem em 8 estratégias,


a serem atingidas até o ano de 2022, através de 51 ações:

Eixo 1: Democratização do acesso, considerando os 27 Territórios de


Identidade

Estratégia 1 – Fortalecer a rede de bibliotecas


Ações:

a. Qualificar as bibliotecas públicas e escolares (com acervos que atendam,


pelo menos, aos mínimos recomendados pela UNESCO, incluindo livros em
braile, livros digitais, audiolivros etc., computadores conectados à internet,
jornais, revistas e outras publicações periódicas) e estimular seu funciona-
mento como centros de ampla produção e irradiação cultural.
b. Apoiar Bibliotecas privadas de acesso público.
c. Ampliar, qualificar, modernizar e aprimorar a rede de bibliotecas es-
colares e promover a abertura de bibliotecas estaduais especializadas.
d. Estimular à abertura de bibliotecas comunitárias nas periferias urba-
nas da capital e interior bem como na zona rural.
e. Informatizar os catálogos das bibliotecas públicas, escolares e comunitárias.
f. Criar mecanismos de monitoramento das bibliotecas públicas, escola-
res e comunitárias.
g. Valorizar e capacitar permanentemente o quadro de pessoal (gestores
e funcionários) das bibliotecas.
h. Consolidar o Sistema de Bibliotecas do Estado da Bahia.

Estratégia 2 – Conquistar novos espaços de leitura


Ações:
a. Criar e apoiar salas de leitura, bibliotecas circulantes e “pontos de lei-
27

tura” (ônibus, vans, peruas, trens, barcos etc.).


b. Realizar atividades de leitura em parques, centros comerciais, livra-
rias, aeroportos, estações de metrô, trem, ônibus, hospitais, asilos, peni-
tenciárias, praças e outros.
c. Fomentar projetos de leitura com crianças de rua e na rua.
d. Estimular a criação de espaços de leitura nos locais de trabalho.

Estratégia 3 – Ampliar o acesso ao livro e a outras formas de expressão


da leitura
Ações:

a. Estimular a criação de Planos Municipais do Livro e Leitura que articu-


lem universidades, comunidade e instâncias públicas federais, estaduais
e municipais.
b. Fortalecer iniciativas de Pontos de Leitura e da Rede Biblioteca Viva
na Bahia,
c. Criar repositório para disponibilizar livros publicados com apoio do Estado.
d. Criar coleção de livros populares (autores baianos e outros autores
clássicos nacionais de domínio público) para distribuição em feiras livres,
pontos de ônibus e outros espaços em bairros populares e no interior,
vinculados a projetos de leitura.
e. Implementar programas para distribuição de livros, não apenas para
alunos e professores nas escolas, mas também para crianças, jovens e
adultos inseridos em outros contextos, tais como hospitais, asilos, presí-
dios, zona rural etc., vinculados a projetos de leitura.
f. Estimular projetos de educação para a cidadania com livros (direitos
humanos, direitos culturais, saúde, meio ambiente, trânsito, trabalho,
juventude etc.)
g. Criar um circuito estadual de feiras do livro, bem como a instalação
de infraestrutura itinerante para venda de livros em feiras livres e
eventos gratuitos.
h. Instalar espaços de venda de livros em equipamentos do Estado (Mu-
seus, Centros Culturais, Teatros, Bibliotecas etc.).
i. Fomentar coedições de livros em braile, livros digitais e audiolivros para
atender a pessoas com deficiências, especialmente as de natureza visual.
j. Adequar os espaços públicos às necessidades das pessoas com defici-
ência, atendendo aos requisitos legais de acessibilidade.
Eixo 2: Valorização da leitura como prática social
28

Estratégia 4 – Fomentar a leitura

Ações:
a. Fomentar novos projetos de estímulo à leitura.
b. Criar linhas de financiamento para projetos sociais de leitura.
c. Criar concursos e prêmios para reconhecer e premiar experiências
inovadoras na promoção da leitura e da literatura.
d. Promover encontros, discussões, troca de experiências, divulgação e
transmissão de metodologias bem sucedidas.

Estratégia 5 – Formar mediadores de leitura

Ações:
a. Fortalecer as ações dos Comitês do ProLer no Estado da Bahia
b. Criar editais de órgãos públicos e empresas estatais para apoiar pro-
jetos pontuais e de forma continuada.
c. Valorizar o mediador de leitura.
d. Utilizar os meios de educação à distância para formação continuada de
promotores de leitura em escolas, bibliotecas e comunidades.

Estratégia 6 – Desenvolver pesquisas e sistemas de informação na área


do livro e leitura
Ações:
a. Elaborar sistema de informações sobre a situação da leitura e do livro
na Bahia.
b. Criar pesquisas sobre hábitos de leitura e consumo de livros, bem como
pesquisas qualitativas sobre a recepção dos mais variados gêneros.
c. Ampliar a formação de base de conhecimento e divulgar experiências
inovadoras e bem-sucedidas com leitura.
d. Criar programas de financiamento à pesquisa nas universidades sobre o
livro, leitura, bibliotecas, livrarias, editoras e consumo de livros na Bahia.
e. Criar um portal de projetos, programas, ações e calendário de ativida-
des e eventos da área.
Eixo 3: Desenvolvimento da economia do livro

Estratégia 7 – Incrementar a rede produtiva do livro


Ações:
a. Criar linhas de financiamento para gráficas, editoras, distribuidoras,
29

livrarias e para a edição de livros.


b. Implementar programas governamentais de aquisição que conside-
rem toda a rede produtiva e os interesses das práticas sociais de leitura
no Estado.
c. Fomentar programas de formação e capacitação para os atores da
rede produtiva do livro.
d. Implementar programas para ampliação das tiragens, redução de cus-
tos e barateamento do preço do livro.
e. Política para fomentar a abertura de novas livrarias e pontos de venda
e apoiar as já existentes.

f. Estimular à participação de editoras baianas em feiras locais, nacionais


e internacionais.

Estratégia 8 – Apoiar a rede criativa do livro


Ações:

a. Implementar programas de bolsas de criação literária para apoiar os


escritores.
b. Apoiar a circulação de escritores nas escolas, bibliotecas, feiras etc.
c. Defender os direitos do autor baiano.
d. Apoiar a publicação de novos autores baianos.
e. Criar editais para publicação de escritores baianos por editoras baianas.
f. Estimular programas de exportação de livros e apoio a tradução de
livros baianos para edição no exterior
g. Criar políticas públicas de aquisição de livros de autores baianos.
h. Valorizar e difundir a literatura baiana e seus escritores na Bahia, no
Brasil e no exterior.
i. Reeditar obras importantes, mas fora de circulação.
j. Definir premiações para editoras, livrarias e gráficas baianas.
30

Programa de Formação e
Qualificação em Cultura

PORTARIA nº 064/2012
Institui o Programa de Formação e Qualificação em Cultura e dá outras
providências.

O SECRETÁRIO DE CULTURA DO ESTADO DA BAHIA, no uso de suas atri-


buições, com fulcro nas Leis nº 12.354 de 30 de novembro de 2011, nº
9.431, de 11 de fevereiro de 2005, nº 9.846 de 28 de dezembro de 2005, e
considerando

- A Lei nº 12.365, de 30 de novembro de 2011, que prevê, como um dos meca-


nismos de gestão do Sistema Estadual de Cultura, a criação de um Sistema
de Formação Cultural com a finalidade de articulação e promoção da forma-
ção, capacitação e aperfeiçoamento técnico, artístico e de gestão;

-A atuação efetiva da Rede Estadual de Formação e Qualificação em


Cultura, oficializada em 15/11/2012 composta de sete universidades, dois
institutos federais de educação, quatro organizações do Sistema S, tre-
ze organizações da sociedade civil, dois representantes do Ministério da
Cultura e representantes da Secretaria de Educação do Estado da Bahia,
da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esportes do Estado da
Bahia, da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia e da Casa Civil, que
objetiva atuar de forma colaborativa na formação e qualificação de pes-
soas para a área cultural na Bahia;

- A premente necessidade de uma referência programática para as ações


de fomento à cultura que envolvam iniciativas de formação e qualificação;

RESOLVE:

Art. 1º - Instituir o PROGRAMA DE FORMAÇÃO E QUALIFICAÇÃO EM


CULTURA, com a finalidade de promover a formação e qualificação em
cultura e estimular os processos formativos no campo da cultura, con-
31

siderada em suas diferentes áreas, dimensões, linguagens, manifesta-


ções e aspectos.

Parágrafo único: O Programa aqui instituído responde às demandas


apresentadas nas Conferências de Cultura, dá sequência às deliberações
da Lei nº 12.365/2011 e adota as linhas básicas do Programa Nacional de
Formação na Área da Cultura, elemento constitutivo do Sistema Nacional
de Cultura.

Art. 2º - O Programa de Formação e Qualificação em Cultura servirá de


base para as ações de fomento no triênio 2012-2014 no âmbito dos órgãos
e entidades da Secretaria de Cultura e sua vigência está condicionada a
edição de instrumento programático definido nos termos do parágrafo
único do artigo 24 da Lei nº 12.365/2011.

Art. 3º - Fica aprovado o Regulamento do Programa que com esta se publica.

Art. 4º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 5º - Revogam-se as disposições em contrário.

GABINETE DO SECRETÁRIO DE CULTURA, em 15 de maio de 2012


ANTONIO ALBINO CANELAS RUBIM

Secretário PORTARIA Nº 64/2012

ANEXO ÚNICO
PROGRAMA DE FORMAÇÃO E QUALIFICAÇÃO EM CULTURA

REGULAMENTO

1. FINALIDADE E OBJETIVOS DO PROGRAMA


1.1. O PROGRAMA DE FORMAÇÃO E QUALIFICAÇÃO EM CULTURA tem
como finalidade promover a formação e qualificação em cultura e es-
timular os processos formativos no campo da cultura, considerada em
32

suas diferentes áreas, dimensões, linguagens,manifestações e aspectos.


1.1.1. Para efeito deste Programa são consideradas ações de formação e
qualificação em cultura:

a. Cursos de pós-graduação, graduação, extensão;


b. Cursos de formação profissional (cursos técnicos e formação continuada);
c. Cursos livres, oficinas, workshops;
d. Intercâmbio e residência para pesquisadores e estudantes em cultura;
e. Publicação de material didático e literatura especializada;
f. Conferências, congressos, simpósios, seminários e encontros;
g. Pesquisas em cultura.

1.1.2. As ações de fomento a iniciativas de formação e qualificação serão,


preferencialmente, de caráter complementar, devendo os proponentes
agregar recursos próprios ou oriundos de outras fontes para a sua plena
realização, sob formas de aportes financeiro, operacional, tecnológico e/
ou de instrutoria.

1.1.3. Serão consideradas, dentre outras, as seguintes áreas para forma-


ção e qualificação em cultura:

a. Organização, legislação, produção, gestão e políticas culturais;


b. Criação, invenção e inovação artístico-cultural;
c. Proteção e promoção da memória e do patrimônio cultural;
d. Formação de público, educação e consumo cultural;
e. Difusão, divulgação e transmissão da cultura;
f. Reflexão, investigação, análise e crítica da cultura;
g. Produção de informações culturais;
h. Cooperação e intercâmbio cultural;
i. Logística e processos técnico-culturais.

1.1.4. As linhas de atuação do Programa são as especificadas no Anexo


Único deste Regulamento.

1.2. São objetivos do Programa de Formação e Qualificação em Cultura:

a. Contribuir para o cumprimento dos objetivos da política cultural do


Estado da Bahia;
33

b. Estimular a formação e qualificação de pessoal no campo da cultura,


considerando a multiplicidade de áreas, dimensões, manifestações e as-
pectos deste campo;
c. Proporcionar a criação e/ou ampliação de oportunidades de desenvol-
vimento profissional nos diversos segmentos culturais;
d. Atender à crescente demanda por pessoal qualificado no campo da cultura;
e. Promover a inclusão social através inserção no mercado de trabalho e
da geração de emprego e renda; f. Melhorar as condições para a susten-
tabilidade e o fortalecimento de ações e organizações na área da cultura;
g. Contribuir para o aprimoramento da organização, gestão, produção e
políticas culturais;
h. Estimular o desenvolvimento de ações e formulações inovadoras na cultura;
i. Fortalecer a diversidade cultural e os diálogos interculturais no Estado
da Bahia;
j. Atender à demanda apresentada nas Conferências de Cultura.

1.3. Excluem-se do Programa de Formação e Qualificação em Cultura


a. Cursos, pesquisas e publicações de promoção e divulgação de insti-
tuições religiosas, partidos políticos ou de marcas, produtos e serviços;
b. Ações que se enquadrem em programas específicos de apoio da Se-
cretaria de Cultura e suas unidades vinculadas, salvo expressa disposi-
ção em contrário.

Números do Edital Formação e Qualificação em Cultura (Dados por ori-


gem do proponente)

2. GESTÃO E EXECUÇÃO DO PROGRAMA


2.1. A Secretaria de Cultura atuará como órgão gerenciador do Programa de For-
mação e Qualificação em Cultura, através de equipe especialmente designada.

2.2. São executores do Programa de Formação e Qualificação em Cultura:


34

a. A Secretaria de Cultura, através da Superintendência de Promoção


Cultural – SUPROCULT; da Superintendência de Desenvolvimento Terri-
torial da Cultura – SUDECULT e do Centro de Culturas Populares e Iden-
titárias – CCPI;
b. A Fundação Cultural do Estado da Bahia – FUNCEB, a Fundação Pedro
Calmon – Centro de Memória da Bahia – FPC e o Instituto do Patrimônio
Artístico e Cultural da Bahia – FUNCEB, sob delegação da SECULT ou
quando o apoio se faça através de recursos geridos diretamente por es-
sas Entidades;
c. Órgãos e entidades da Secretaria de Cultura na condição de operado-
res de recursos aplicados no Programa captados através de convênios
com instituições públicas e privadas, nacionais ou internacionais.

2.3. O Programa de Formação e Qualificação em Cultura será operacio-


nalizado a partir de programação plurianual coordenada pelo Gabinete
do Secretário.

2.4. Os Órgãos e Entidades Executores deverão:


a. Indicar servidor para atuar como interlocutor no Programa;
b. Destacar os recursos anuais a serem destinados ao Programa;
c. Fornecer, periodicamente, informações sistematizadas dos apoios
concedidos, para fins de monitoramento e avaliação do Programa.

3. FORMAS DE APOIO
3.1. Os apoios concedidos através do Programa de Formação e Qualifica-
ção em Cultura poderão envolver:
a. Concessão de recursos financeiros não reembolsáveis;
b. Autorização de captação de recursos mediante incentivo fiscal;
c. Liberação de espaços culturais geridos pela Secretaria de Cultura e
entidades vinculadas, a título gratuito ou a preços reduzidos;
d. Prestação direta de serviços ou cessão de equipamentos e materiais.

3.2. Para fins de concessão de recursos financeiros e autorização de cap-


tação mediante incentivo fiscal, anualmente serão destacados valores a
serem consignados ao Programa de Formação e Qualificação em Cultura
através do Fundo de Cultura da Bahia – FCBA, do Programa Estadual de
35

Incentivo ao Patrocínio Cultural – FAZCULTURA ou dos orçamentos dos


Órgãos e Entidades Executores.

3.3. Quando o apoio se der através da liberação de espaços, prestação


direta de serviços ou cessão de equipamentos e materiais, o Órgão ou
Entidade Executor deverá estimar sua equivalência em recursos finan-
ceiros para fins de apuração da aplicação realizada pelo Estado.

3.3.1. Equivalem-se a prestação direta de serviço atividades de asses-


soramento, consultoria, assistência técnica ou artística, capacitação,
apoio operacional e/ou similares, realizadas através de servidores pú-
blicos ou profissionais diretamente contratados pelos Órgãos e Entida-
des Executores.

3.4. As modalidades de apoio estabelecidas no item 3.1 a) e b) não pode-


rão ser concedidas simultaneamente, caso os recursos sejam originários
do FCBA e do FAZCULTURA.

3.5. O apoio concedido poderá ser inferior ao solicitado.

4. APRESENTAÇÃO DE PROPOSTAS
4.1. A apresentação de propostas para fins de apoio através do Programa de
Formação e Qualificação em Cultura obedecerá aos procedimentos estabele-
cidos para cada mecanismo, linha e modalidade de fomento e pelo Órgão ou
Entidade Executor, observado o disposto neste Regulamento.

4.2. Poderão ser proponentes pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou


privadas e que possuam os requisitos definidos na legislação aplicável
para celebração de ajustes com a Administração Estadual.
a. Ter autorização legal para atuar na área, se pessoa jurídica;
b. Desenvolvam ações culturais continuadas nesta área há pelo menos 3 anos.

4.3. As propostas serão apresentadas, preferencialmente:


a. Por meio eletrônico;
b. Em roteiro que oriente o proponente sobre as informações necessá-
rias para cada modalidade de apoio;
36

c. Em períodos definidos anualmente, de modo a facilitar a tempestivida-


de nas providências necessárias.

4.4. Os casos excepcionais que não possam seguir o trâmite padrão esta-
belecido serão avaliados pelos dirigentes máximos dos Órgãos e Entida-
des Executores e submetidos ao Secretário de Cultura para decisão final.

5. PROCESSO DE SELEÇÃO
5.1. As propostas apresentadas serão encaminhadas para análise de mérito, téc-
nica e/ou jurídica, conforme procedimentos específicos. 5.2. As análises técnica e
de mérito poderão ser realizadas por unidades especializadas do Órgão ou Entida-
de Executor ou por servidor ou comissão designada, apoiados, se necessário, por
profissional especialista contratado.

5.3. Na análise de mérito serão considerados, no mínimo, os seguintes fatores:


a. Trajetória e experiência das instituições proponentes;
b. Experiência e qualificação, na área específica, das equipes envolvidas;
c. Qualidade da proposta;
d. Grau de criatividade e inovação das propostas;
e. Aspectos sócio-culturais e territoriais;
f. Consonância com as políticas culturais do Estado da Bahia;
g. Viabilidade de execução e custo das propostas.

5.3.1. A metodologia de seleção constará dos respectivos atos convocatórios.


5.4. Deverá ser observado na seleção dos apoios a serem concedidos a
diversidade das áreas culturais e de territórios de identidade onde as
ações serão realizadas.

5.5. Os resultados das seleções e decisões de fomento serão publicados


no Diário Oficial do Estado e no site oficial da Secretaria de Cultura e do
Órgão ou Entidade Executor.
37

6. CELEBRAÇÃO DE AJUSTE PARA CONCESSÃO DO APOIO


6.1. Concluído o processo decisório sobre o apoio a ser concedido, o pro-
ponente terá um prazo, que será definido nas chamadas específicas, para
atender a todos os requisitos necessários à celebração do ajuste e finda-
do o qual a proposta será arquivada ou devolvida ao interessado.

6.2. Os instrumentos a serem celebrados adotarão o formato, dentre ou-


tros aplicáveis, de convênio, contrato, termo de cessão, termo de doação
ou termo de patrocínio.

6.3. Todos os apoios concedidos estão sujeitos a apresentação periódica de


relatório de resultados, inclusive com registro visual, independentemente
de exigência de prestação de contas prevista na legislação aplicável.

7. DISPOSIÇÕES FINAIS
7.1. O órgão executor manterá disponível no site oficial da Secretaria de
Cultura a relação de beneficiados através do Programa de Formação e
Qualificação em Cultura.

7.2. Os casos omissos neste Regulamento serão encaminhados à apre-


ciação do Secretário de Cultura.

ANEXO ÚNICO – ESPECIFICAÇÃO DAS LINHAS DE ATUAÇÃO DO PROGRAMA


LINHA DE ATUAÇÃO 1: Formação em organização da cultura – Apoio a
projetos de formação em políticas e/ou gestão e/ou produção culturais.

LINHA DE ATUAÇÃO 2: Formação nas linguagens artísticas – Apoio a pro-


jetos de formação e qualificação nas diversas linguagens artísticas (dis-
ciplinar ou multi/inter/transdisciplinar).LINHA DE ATUAÇÃO 3: Forma-
ção de técnicos em cultura – Apoio a projetos de formação e qualificação
de pessoal em diversas áreas de formação técnica, envolvendo os mais
diferentes elos da cadeia produtiva da cultura.

LINHA DE ATUAÇÃO 4: Formação na área de patrimônio e memória –


Apoio a projetos de formação e qualificação de pessoal na área de pa-
38

trimônio (material e imaterial) e memória, como culturas identitárias,


festas, museus, bibliotecas, arquivos etc.

LINHA DE ATUAÇÃO 5: Formação em culturas digitais – Apoio a proje-


tos de formação e qualificação em culturas digitais, ciberculturas, mídias
colaborativas e interativas, hard e software livres como ferramentas cul-
turais, experimentação tecnológica cultural, manifestações artísticocul-
turais no mundo digital etc.

LINHA DE ATUAÇÃO 6: Formação em economia criativa e artes aplicadas


– Apoio a projetos de formação e qualificação em artesanato, moda, artes
decorativas, design, artes gráficas, mobiliário, gastronomia, propaganda,
organização alternativa de negócios em cultura, modalidades contempo-
râneas da economia criativa etc.

LINHA DE ATUAÇÃO 7: Formações transversais – Apoio a projetos de for-


mação e qualificação em cultura relacionada a quaisquer outras áreas de
intersecção, tais como educação, comunicação, história, ciência e tecno-
logia, economia, meio ambiente, turismo, trabalho etc.

LINHA DE ATUAÇÃO 8: Pesquisas em cultura – Apoio a projetos de pes-


quisas em cultura com abordagens quantitativas e/ou qualitativas, disci-
plinares ou multidisciplinares.

LINHA DE ATUAÇÃO 9: Publicações – Apoio a publicações


39

Política Setorial de Museus


POLÍTICA SETORIAL DE MUSEUS DA SECRETARIA DE
CULTURA DO ESTADO DA BAHIA

APRESENTAÇÃO
A construção de uma política setorial para os museus, formulada pela Di-
retoria de Museus (DIMUS), do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural
da Bahia (IPAC), autarquia vinculada à Secretaria de Cultura do Estado da
Bahia (SECULT), insere-se no processo de fortalecimento do papel ativo
do Estado democrático e plural, a partir da constante interlocução entre
o poder público e a sociedade civil.

Na contemporaneidade, os museus são compreendidos como dispositi-


vos estratégicos de aprimoramento dos processos democráticos, de in-
clusão sociocultural, de educação e de desenvolvimento local, além de
contribuir para o fortalecimento e para a institucionalização do setor mu-
seal no Estado da Bahia.

A DIMUS compreende que, no atual cenário de construção de políticas


públicas culturais, de forma participativa e compartilhada, deve-se fo-
mentar e alargar as discussões e absorver as proposições advindas dos
múltiplos setores da sociedade. Desse modo, busca-se assegurar aos
cidadãos a participação ativa na formulação dessas ações, tornando pos-
sível a articulação entre atores de diferentes matizes socioculturais e
campos de conhecimento, contribuindo para que haja a apropriação dos
instrumentos técnicos legais necessários ao desenvolvimento qualifica-
do da cultura.

Compreende-se que a atuação da gestão da cultura deve estar alinhada


com as dinâmicas nacionais, tendo como marco regulatório a Constitui-
ção Federal de 1988, que estabeleceu e consolidou normas legais para o
cenário cultural no Brasil. Assim, a política setorial está embasada, tam-
bém, no Plano Nacional de Cultura, nas diretrizes da Política Nacional
40

de Museus (PNM), na Lei nº 11.904, de 14 de janeiro de 2009, que instituiu


o Estatuto de Museus e estabelece os prin¬cípios fundamentais para os
museus brasileiros, relacionados a seguir:

I. A valorização da dignidade humana;


II. A promoção da cidadania;
III. O cumprimento da função social;
IV. A valorização e preservação do patrimônio cultural e ambiental;
V. A universalidade do acesso, o respeito e a valorização à diversidade cultural;
VI. O intercâmbio institucional.

A Política Setorial de Museus assume, também, o concei¬to de museu,


definido na Lei nº 11.904, já referida acima.

Art. 1º Consideram-se museus, para os efeitos desta Lei, as instituições


sem fins lucrativos que conservam, investigam, comunicam, interpretam
e expõem, para fins de preservação, estudo, pesquisa, educação, con-
templação e turismo, conjuntos e coleções de valor histórico, artístico,
científico, técnico ou de qualquer outra natureza cultural, abertas ao pú-
blico, a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento.

No Estado da Bahia, o planejamento governamental, delineado pela SE-


CULT, em consonância com a Lei n° 12.365, aprovada em 30 de novembro
de 2011, que dispõe sobre a Política Estadual de Cultura e institui o Sis-
tema Estadual de Cultura, fortalece a construção de uma agenda política
setorial específica para os museus, a partir dos referenciais conceituais
que norteiam a atual gestão, pautada nas seguintes diretrizes:

• construção de uma cultura cidadã;


• ampliação do diálogo intercultural;
• fortalecimento da institucionalidade cultural;
• aprofundamento da territorialização da cultura;
• crescimento da economia da cultura;
• alargamento das transversalidades da cultura.

Atualmente existem mapeados, no Estado da Bahia, 217 espaços de


memória com a adoção de práticas museológicas. O funcionamento do
Sistema Estadual de Museus contribuirá para a valorização dos museus
públicos, seja na esfera estadual ou na municipal, de natureza privada
41

ou de outra constituição jurídica, levando em consideração as suas espe-


cificidades e os contextos nos quais estão inseridos.

A construção da Política Setorial de Museus, bem como a elaboração de


Planos Museológicos para as instituições museais, irá promover a me-
lhoria da gestão pública dos museus vinculados à Secretaria de Cultura e
ampliarão a qualificação do setor museológico e dos serviços prestados
à população. Desse modo, com a criação do Instituto Baiano de Museus,
este se tornará uma ferramenta fundamental de articulação para o for-
talecimento e para o desenvolvimento dos museus.

A construção desta política museológica para o Estado da Bahia ocorreu


com a participação e com o envolvimento de muitos atores, nos âmbitos
interno e externo da instituição. Em 2011, quando da realização de um
seminário interno, do qual participaram os gestores e o corpo técnico de
todos os museus vinculados e conveniados, foi apresentada e discutida a
primeira versão deste documento, a qual foi encaminhada aos museus,
com prazo para o envio de contribuições.

A versão inicial, enriquecida, foi, então, apresentada à plenária do 3o En-


contro Baiano de Museus, realizado na cidade de Ilhéus, no período de 21
a 23 de setembro de 2011, com a presença dos articuladores de todos os
Territórios de Identidade do Estado, oportunidade em que foram formados
grupos de trabalho para discussão e contribuições. Naquela ocasião, deu-
se também um prazo para que novas sugestões fossem encaminhadas,
caso necessário. Posteriormente, durante todo o ano de 2012, a partir das
avaliações das ações dos Núcleos da Diretoria de Museus e das contribui-
ções dos participantes envolvidos nos diversos projetos.

Esta política museológica caracteriza-se, portanto, por ser um instru-


mento dinâmico e processual, que continuará sendo enriquecido pelo
movimento de ação-reflexão, resultado da aplicação de ações museoló-
gicas, em interação com a sociedade, sendo um referencial importante
para a atuação do campo museal, no Estado da Bahia.

A partir da construção deste cenário, subsídios teóricos, éticos, políticos e


técnicos deverão formar o lastro necessário a uma atuação crítica, criativa
e comprometida com valores democráticos e com um novo ordenamento
42

das relações socioculturais. A Diretoria de Museus estará aberta a mudan-


ças nos planos cultural, social, econômico e ambiental, buscando soluções
a partir da interação com os diversos grupos sociais, reinventando-nos,
sempre. Além disto, acredita que estas são ações essenciais para atender
às demandas do campo museal, na contemporaneidade.

Para alcançar estes objetivos, a Política Setorial de Museus está estruturada


a partir das Diretrizes e Eixos Programáticos apresentados a seguir:

DIRETRIZES
1. Formular e consolidar políticas públicas no campo museal, visando à gestão, à
democratização e ao uso do patrimônio museológico no Estado da Bahia;

2. Formular e consolidar políticas voltadas para a acessibilidade univer-


sal nos museus;

3. Fomentar e apoiar ações para a construção de uma cultura cidadã, apoiada na


aplicação de ações museológicas de pesquisa, preservação e comunicação;

4. Promover e incentivar o desenvolvimento de ações inclusivas, socio-


culturais e educativas nas instituições museológicas, contribuindo para
o diálogo, a aprendizagem, a ludicidade, a produção do conhecimento, o
turismo e o lazer;

5. Incentivar o respeito à pluralidade cultural, social, regional, étnica, de


gênero, religiosa e linguística;

6. Promover e estimular a modernização da infraestrutura dos museus;

7. Incentivar, promover e apoiar ações de formação e qualificação no


campo museal dos profissionais e usuários das instituições museológi-
cas no Estado da Bahia;

8. Incentivar e apoiar a criação de museus e a aplicação de processos


museológicos nos Territórios de Identidade do Estado da Bahia;
43

9. Incentivar a criação e a promoção de ações que visem à sustentabili-


da¬de dos museus do Estado da Bahia;

10. Promover o fortalecimento da economia criativa nas instituições museológicas;

11. Promover e estimular a transversalidade da cultura, no campo museal.

EIXOS PROGRAMÁTICOS

1. CONFIGURAÇÃO E GESTÃO DO CAMPO


MUSEOLÓGICO
Ações estratégicas que visem ao planejamento, à aplicação de ações muse-
ológicas e administrativas elaboradas com a finalidade de promo¬ver o ge-
renciamento, a integração e o fortalecimento das instituições museológicas.

1.1. Apoiar a criação e implementação do Sistema Estadual de Museus e


estimular a criação de sistemas municipais visando à articulação e coo-
peração entre os museus;

1.2. Criar e aperfeiçoar instrumentos legais que fortaleçam a institucio-


nalização e que orientem a atuação dos museus no Estado da Bahia, so-
bretudo no que diz respeito às políticas voltadas para a aplicação das
ações museológicas de pesquisa, documentação, conservação e difusão;

1.3. Estimular a criação de Conselhos Consultivos nos museus, com o


objetivo de contribuir para o planejamento das políticas, de prestar as-
sessoramento durante o desenvolvimento dos programas e nas questões
técnicas e estratégicas;

1.4. Incentivar os museus baianos para a elaboração e a implantação de


Planos Museológicos, compreendendo-os como instrumentos básicos de
planejamento indispensáveis para a definição da missão, para o ordena-
mento e a priorização dos objetivos dos programas, projetos e planos de
ação das instituições museológicas;
44

1.5. Criar e aperfeiçoar instrumentos legais que orientem a atuação dos


museus no Estado da Bahia, no que diz respeito às políticas de aquisição,
descarte e gerenciamento de acervos, ao uso dos espaços museais, ao
uso e direito de imagem e à circulação de acervos e coleções pertencen-
tes aos museus vinculados e conveniados, na forma da legislação vigente;

1.6. Fortalecer a gestão museológica, assegurando a manutenção de uma


estrutura organizacional (recursos e logística), definida no plano muse-
ológico e no regimento das instituições, garantindo a equidade entre os
setores técnicos para a realização das atividades inerentes aos proces-
sos museais;

1.7. Promover a elaboração de um plano de marketing para os museus


vinculados e conveniados;

1.8. Promover a elaboração de normas e procedimentos de preservação


e de restauração, em conformidade com a legislação vigente;

1.9. Implementar políticas públicas de fomento e financiamento especí¬-


ficas para os museus do Estado da Bahia, bem como estimular iniciativas
que possibilitem a parceria público-privada;

1.10. Incentivar a criação e a participação de grupos de interesse especializa-


do, voluntariado ou outras formas de colaboração junto aos museus baianos;

1.11. Incentivar a criação e a continuidade de práticas sustentáveis nos


museus vinculados e conveniados;

1.12. Estimular e apoiar a criação e a participação de museus comunitá-


rios, ecomuseus, museus locais e de museus escolares, nas ações de
preservação, de gerenciamento e difusão do patrimônio cultural;

1.13. Elaborar, junto com os museus vinculados e conveniados, planos de


segurança para museus, visando à proteção dos funcionários, dos usuá-
rios, do acervo museológico, da edificação e dos bens patrimoniais;

1.14. Fomentar e incentivar as instituições museológicas do Estado da


Bahia para a abertura de vagas e contratação do profissional museólogo,
de acordo com a Lei nº 7.287, de 18 de dezembro de 1984;
45

1.15. Assegurar a gestão democrática e participativa nos museus vincula-


dos e conveniados, a começar pela definição da agenda de temas e con-
teúdos expositivos.

2. DEMOCRATIZAÇÃO E ACESSO
Ações voltadas para o alargamento cultural da população, por meio do
acesso igualitário aos bens culturais preservados nos museus, aos pro-
gramas, projetos e ações e para a adoção de procedimentos visando a
assegurar o fortalecimento da cultura cidadã, o aprimoramento e a so-
cialização dos dispositivos e das ferramentas utilizados para a gestão de
acervos e para a sistematização da documentação museológica.

2.1. Desenvolver políticas participativas para diferentes grupos sociais,


que contemplem os níveis individual e comunitário;

2.2. Promover ações que contemplem o potencial que constitui a plurali-


dade de públicos que frequentam os museus, com renovação das práti-
cas museológicas no que diz respeito à introdução de múltiplos discursos
co-municativos atentos às diversidades dos diferentes usuários;

2.3. Incentivar, promover e apoiar programas e projetos que contem-


plem o respeito à pluralidade cultural, social, regional, étnica, religiosa
e linguística;

2.4. Promover e assegurar a acessibilidade plena nos museus convenia-


dos e vinculados, aos eventos e atividades desenvolvidas, de acordo com
a legislação vigente;

2.5. Incentivar e apoiar a realização de pesquisas sobre aspectos referentes


às realidades sociopolítica, econômica, ambiental e cultural das comunida-
des envolvidas nos projetos dos museus vinculados e conveniados;

2.6. Investir em tecnologias de informação e comunicação, promovendo


o acesso e a formação dos diversos grupos sociais envolvidos com os
proje¬tos dos museus vinculados e conveniados;
46

2.7. Promover estudos de público, diagnóstico de participação e avalia-


ções periódicas, com o objetivo de melhorar a qualidade do atendimento
às necessidades dos usuários dos museus;

2.8. Prestar assessoria aos museus situados nos Territórios de Identi-


dade do Estado da Bahia, estimular o intercâmbio entre os mesmos e
contribuir para a qualificação dos profissionais que neles atuam;

2.9. Incentivar as instituições museológicas do Estado da Bahia para a pro-


moção de ações museológicas que viabilizem a participação das comunida-
des locais, a partir da valorização das suas manifestações culturais;

2.10. Desenvolver ações com o objetivo de integrar diferentes gerações,


com especial atenção a crianças e idosos;

2.11. Promover e apoiar projetos de ação continuada em bairros e na Re-


gião Metropolitana de Salvador, envolvendo as comunidades e as institu-
ções parceiras no planejamento e no desenvolvimento das ações;

2.12. Promover e incentivar a cooperação técnica, as parcerias, o inter-


câmbio e a socialização de experiências do campo museológico, nos âm-
bitos municipal, estadual, nacional e internacional;

2.13. Articular, com instituições públicas e privadas ligadas ao setor


turístico, a inclusão dos museus baianos na cadeia produtiva do tu-
rismo cultural;

2.14. Fomentar, apoiar e incentivar a realização de ações que permitam


ampliar as opções de lazer das comunidades onde os museus estão inse-
ridos, tendo como referencial o patrimônio museológico.

3. AÇÃO SOCIOCULTURAL E EDUCATIVA


Ações direcionadas à elaboração de programas, projetos e ações com o
objetivo de utilizar o patrimônio museológico como um suporte essencial
ao processo educativo, para a construção de uma cultura cidadã e para o
desenvolvimento sociocultural.
47

3.1. Fomentar e incentivar as instituições museais para a criação de setor


específico, dotado de profissionais e de infraestrutura adequados, que atuem
no desenvolvimento de ações socioculturais e educativas nos museus;

3.2. Desenvolver ações continuadas de qualificação dos profissionais que atu-


am nas instituições museológicas, visando à utilização do patrimônio museo-
lógico como instrumento de educação e de desenvolvimento local;

3.3. Promover ações continuadas, em interação com os cursos de forma-


ção de professores, nos diferentes níveis, com o objetivo de qualificá-los
para trabalhar com o patrimônio cultural;

3.4. Promover e incentivar a realização de programas, projetos e ações


socioculturais e educativas, em parceria com instituições de ensino, com
comunidades e com diferentes setores da sociedade civil organizada,
contemplando a educação formal e não formal, e a transversalidade da
cultura, compartilhando responsabilidades sociais e educativas;

3.5. Incentivar e apoiar a inclusão, nos cursos de formação de professor,


nos currículos escolares de Ensino Fundamental e Médio, de conteúdos
e disciplinas que contemplem o uso educacional dos museus e de temá-
ticas relacionadas com o patrimônio cultural;

3.6. Promover e estimular a produção de pesquisas sobre o patrimônio


museológico, com o objetivo de subsidiar as atividades socioculturais e
educativas dos museus e contribuir para a produção do conhecimento
sobre o patrimônio cultural do Estado;

3.7. Planejar e executar ações socioculturais e educativas, compreen-


dendo o patrimônio museológico como um ponto de partida para questio-
namentos, para comparações, para o estabelecimento de conexões entre
o velho e o novo, entre arte e ciência, entre uma cultura e outra, para uma
análise crítica e para o estímulo da criatividade;

3.8. Incentivar, promover e apoiar a adoção de novas metodologias a se-


rem aplicadas nas ações socioculturais e educativas dos museus, envol-
vendo os atores sociais e os parceiros participantes dos projetos;
48

3.9. Promover a criação de redes de interação, entre diferentes tipo-


logias de museus, escolas e comunidades, tendo como referencial o
patrimônio cultural dos contextos nos quais as escolas estão inseri-
das, bem como do patrimônio da cidade, de uma forma mais ampla,
em sua relação com o mundo;

3.10. Promover o acesso de alunos e professores das escolas públicas


estaduais, aos museus da Secretaria de Cultura, por meio de parcerias
com as secretarias de Educação estadual e municipal;

3.11. Elaborar, em interação com as instituições parceiras, material de


apoio para o desenvolvimento das atividades educativas e socioculturais.
Preparar relatórios e publicações, com o objetivo de socializar o conheci-
mento produzido a partir do desenvolvimento dos projetos;

3.12. Promover e incentivar a articulação dos museus baianos com arqui-


vos, bibliotecas, centros de cultura e outras instituições parceiras, envol-
vendo-os na formulação de programas e projetos de ações socioculturais
e educativas;

3.13. Promover e incentivar a articulação entre os museus estaduais, na-


cionais e internacionais, com o objetivo de realizar projetos colaborativos,
voltados para a ação sociocultural e educativa dos museus, contemplan-
do a transversalidade da cultura e a realização de ações multidisciplina-
res, partir dos acervos museológicos.

4. COMUNICAÇÃO E DIFUSÃO
Realização de ações que promovam a difusão do patrimônio museológico
do Estado da Bahia, bem como o fortalecimento da comunicação inte-
rinstitucional, entre a sociedade e os museus.

4.1. Promover e fomentar ações de disseminação sobre a importância


da preservação e do uso do patrimônio museológico do Estado da Bahia;

4.2. Promover a criação de programas e projetos que visem à contínua


inserção do patrimônio museológico na sociedade contemporânea, nas
49

exposições, nos cursos, nas oficinas e outras ações de caráter educativas


e sociocultural;

4.3. Incentivar a elaboração da programação anual das exposições


dos museus vinculados e conveniados, em parceria com as institui-
ções parceiras e os grupos sociais envolvidos com as ações museo-
lógicas das instituições;

4.4. Apoiar a criação de redes de comunicação entre os museus do Es-


tado da Bahia, os museus nacionais e os internacionais, fortalecendo a
integração entre os técnicos dessas instituições, com o objetivo de pro-
mover a pesquisa, a troca de experiências, o desenvolvimento profissio-
nal e a socialização do conhecimento produzido;

4.5. Incentivar e apoiar a realização de eventos interinstitucionais na área


da museologia e a circulação de ações de difusão da área da cultura, em
especial do campo museal;

4.6. Promover e apoiar a realização de encontros, seminários, congres-


sos e outros fóruns de discussão para o fortalecimento e a difusão da
área da cultura, em especial do campo museal;

4.7. Estimular e apoiar ações que visem à disponibilização de informa-


ções sobre as instituições museológicas, seus acervos, suas pesquisas e
sua programação, em mídia eletrônica e impressa;

4.8. Incentivar e promover a atualização das exposições de longa dura-


ção, nos museus vinculados e conveniados;

4.9. Promover a elaboração de um plano de comunicação para os museus


vinculados e conveniados.

5. FORMAÇÃO E QUALIFICAÇÃO
Realização de ações que possibilitem a formação continuada dos profis-
sionais do campo museal e dos usuários dos museus, potencializando os
serviços prestados pelos museus à sociedade.
50

5.1. Promover, incentivar e apoiar ações para a formação, a qualificação e


o aperfeiçoamento profissional na área de museus e da museologia, en-
volvendo as esferas públicas, privadas e comunitárias, em consonância
com o Programa de Formação em Cultura da SECULT;

5.2. Incentivar a transversalidade nas ações, de formação e qualificação,


possibilitando a interação com outras áreas do conhecimento e a realiza-
ção de ações em conjunto com secretarias e órgãos do Estado, organiza-
ções não governamentais e a sociedade civil;

5.3. Promover a criação de programas continuados de capacitação e qua-


lificação no campo da museologia, com atuação nos Territórios de Iden-
tidade do Estado da Bahia;

5.4. Criar novas oportunidades de formação e qualificação para jovens e


adultos e promover ações continuadas voltadas para o desenvolvimento
da aprendizagem;

5.5. Promover parcerias com instituições de Ensino Médio e Superior,


com o objetivo de disponibilizar estágio, em áreas de formação profissio-
nal, nos museus vinculados e conveniados;

5.6. Promover e incentivar a realização de pesquisas sobre os acervos


museológicos baianos, em parceria com instituições de Ensino, envol-
vendo alunos, professores e corpo técnico dos museus, a fim de que es-
ses acervos sejam utilizados como referenciais para a produção do co-
nhecimento, para a melhoria da qualidade do ensino e para a socialização
do conhecimento;

5.7. Desenvolver projetos de formação continuada de jovens, aprovei-


tando o potencial dos acervos museológicos dos museus vinculados e
conveniados, contribuindo para a inserção dos mesmos em um novo
campo de trabalho;

5.8. Estimular e apoiar a prática do Estágio Curricular (Médio e Superior)


em diferentes áreas do conhecimento.
51

6. MODERNIZAÇÃO DE INFRAESTRUTURAS MUSEOLÓGICAS


Desenvolvimento de ações com o objetivo de promover a requalificação
estrutural dos museus conveniados e vinculados, bem como apoiar a
atualização e o desenvolvimento das instituições museológicas do Es-
tado da Bahia.

6.1. Promover, apoiar e incentivar o desenvolvimento e a revitalização das


instituições museológicas do Estado da Bahia, no que diz respeito à ges-
tão, ao espaço físico, às atividades técnicas e à relação com os usuários;

6.2. Apoiar ações que promovam a informatização da infraestrutura téc-


nica e de gestão, bem como a digitalização e documentação de acervos
dos museus do Estado da Bahia;

6.3. Promover ações voltadas para a manutenção, adaptação, climatiza-


ção, controle, segurança e acessibilidade universal nos imóveis que abri-
gam os acervos dos museus vinculados e conveniados;

6.4. Promover, apoiar e incentivar a elaboração de projetos de criação e


modernização de reservas técnicas e de laboratórios de conservação e
restauro dos museus do Estado da Bahia;

6.5. Estimular a implementação de mecanismos que visem à utilização


de novas tecnologias no campo da conservação, da restauração, da docu-
mentação e da exposição dos acervos museológicos;

6.6. Apoiar e incentivar projetos institucionais de transferência de tecno-


logias para outras instituições de memória.

Governo do Estado da Bahia


Jaques Wagner
Secretaria da Cultura da Bahia
Antônio Albino Rubim
Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural
Elisabete Gándara Rosa
Diretoria de Museus
Ana Silvia Liberato de Mattos
CAN
AIS
N
53

Canais de Participação
Lei Orgânica da cultura
LEI Nº 12.365 DE 30 DE NOVEMBRO DE 2011
Dispõe sobre a Política Estadual de Cultura, institui o Sistema Estadual
de Cultura, e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DA BAHIA,faço saber que a Assembleia Le-


gislativa decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

S
Art. 1º – A Política Estadual de Cultura da Bahia obedece ao disposto na
Constituição Federal, na Constituição do Estado, nas disposições desta
Lei e nas demais normas específicas a ela pertinentes.

Art. 2º – Entende-se por cultura o conjunto de traços distintivos, mate-


riais e imateriais, intelectuais e afetivos, e as representações simbólicas,
compreendendo:
I – a dimensão simbólica, relativa aos modos de fazer, viver e criar, ao
conjunto de artefatos, textos e objetos, aos produtos mercantilizados das
indústrias culturais, às expressões espontâneas e informais, aos discur-
sos especializados das artes e dos estudos culturais, e aos sistemas de
valores e crenças dos diversos segmentos da sociedade;
II – a dimensão cidadã, relativa à garantia dos direitos culturais à identi-
dade e à diversidade, ao acesso aos meios de produção, difusão e fruição
dos bens e serviços de cultura, à participação na gestão pública, ao reco-
nhecimento da autoria, à livre expressão, e à salvaguarda do patrimônio
e da memória cultural;
III – a dimensão econômica, relativa ao desenvolvimento sustentado
e inclusivo de todos os elos das cadeias produtivas e de valor da cultura.

Art. 3º – A Política Estadual de Cultura abrange as expressões e os bens


de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em con-
junto, portadores de referência à identidade, à ação e à memória dos di-
ferentes grupos formadores da sociedade, nos quais se incluem:
54

I – acervos públicos e de interesse público;


II – antiquários;
III – arquitetura e urbanismo;
IV – arquivos;
V – arte digital;
VI – arte-educação;
VII – arte pública;
VIII – artes artesanais;
IX – artes cênicas;
X – artes gráficas;
XI – artes plásticas;
XII – artes visuais;
XIII – artesanato;
XIV – associações culturais;
XV – audiovisual;
XVI – bens culturais;
XVII – bibliotecas;
XVIII – capacitação cultural;
XIX – capoeira;
XX – centros culturais;
XXI – cibercultura;
XXII – cinema;
XXIII – circo;
XXIV – cooperação cultural;
XXV – cosmologia;
XXVI – culturas digitais;
XXVII – culturas urbanas;
XXVIII – dança;
XXIX – desenho industrial;
XXX – design;
XXXI – economia criativa;
XXXII – economia da cultura;
XXXIII – educação cultural;
XXXIV – ensino da cultura;
XXXV – ensino das artes;
XXXVI – equipamentos culturais;
XXXVII – espaços culturais;
XXXVIII – espaços preservados;
XXXIX – estudos da cultura;
55

XL – falares;
XLI – feiras;
XLII – festas populares;
XLIII – formação artística;
XLIV – formação cultural;
XLV – formação de públicos culturais;
XLVI – formação de usuários de bens culturais;
XLVII – fotografia;
XLVIII – gastronomia;
XLIX – gestão cultural;
L – impressos e outros suportes;
LI – indústrias culturais;
LII – indústrias criativas;
LIII – intercâmbio cultural;
LIV – jogos eletrônicos;
LV – jornais;
LVI – leitura;
LVII – linguagem;
LVIII – línguas;
LIX – livrarias;
LX – livro;
LXI – literatura;
LXII – manifestações culturais de gênero;
LXIII – manifestações culturais de orientação sexual;
LXIV – manifestações culturais etárias;
LXV – manifestações étnico-culturais;
LXVI – manifestações populares;
LXVII – memória;
LXVIII – memória artística;
LXIX – memória cultural;
LXX – memória histórica;
LXXI – memoriais;
LXXII – mídias colaborativas;
LXXIII – mídias interativas;
LXXIV – mitos;
LXXV – moda;
LXXVI – mostras culturais;
LXXVII – museus;
LXXVIII – música;
56

LXXIX – ópera;
LXXX – paisagens naturais;
LXXXI – paisagens tradicionais;
LXXXII – patrimônio imaterial;
LXXXIII – patrimônio material;
LXXXIV – patrimônio natural;
LXXXV – periódicos especializados;
LXXXVI – pesquisa em cultura;
LXXXVII – políticas culturais;
LXXXVIII – produção cultural;
LXXXIX – produção de conteúdo para rádio, televisão, telecomunicações e
outras mídias;
XC – publicidade;
XCI – redes culturais;
XCII – redes sociais;
XCIII – restauração;
XCIV – revistas;
XCV – ritos;
XCVI – saberes;
XCVII – salas de cinema;
XCVIII – salas de teatro;
XCIX – sebos;
C – serviços criativos;
CI – sistemas culturais;
CII – sistemas de informação culturais;
CIII – sítios arqueológicos;
CIV – teatro;
CV – técnicas;
CVI – tecnologias culturais;
CVII – tradições;
CVIII – vídeo.
Parágrafo único – A enumeração contida neste artigo não exclui outras
expressões da vida cultural suscetíveis de serem contempladas por polí-
ticas públicas, nos termos das Constituições Federal e Estadual.
CAPÍTULO II
DOS PRINCÍPIOS E OBJETIVOS
Art. 4º – São princípios orientadores da Política Estadual de Cultura:
57

I – direito fundamental à cultura;


II – respeito aos Direitos Humanos;
III – liberdade de criação, expressão e fruição;
IV – valorização da identidade, da diversidade, da interculturalida-
de e da pluralidade;
V – reconhecimento do direito à memória e às tradições;
VI – democratização, descentralização e desburocratização no incentivo à
pesquisa, à criação, à produção e à fruição de bens e serviços culturais;
VII – cooperação entre os entes federados e entre Agentes públicos e
privados para o desenvolvimento da cultura;
VIII – participação e controle social na formulação, execução, acom-
panhamento e avaliação dos planos, programas, projetos e ações da
política cultural;
IX – responsabilidade socioambiental;
X – territorialização de ações e investimentos culturais;
XI – valorização do trabalho, dos profissionais e dos processos do fazer
cultural e artístico;
XII – integração com as demais políticas públicas do Estado.

Art. 5º – São objetivos da Política Estadual de Cultura:


I – valorizar e promover a diversidade artística e cultural da Bahia;
II – promover os meios para garantir o acesso de todo cidadão aos bens e
serviços artísticos e culturais;
III – incentivar a inovação e o uso de novas tecnologias em processos
culturais e artísticos;
IV – registrar e compartilhar a memória cultural e artística da Bahia;
V – proteger, valorizar e promover o patrimônio material, imaterial, his-
tórico, artístico, arqueológico, natural, documental e bibliográfico;
VI – valorizar e promover o patrimônio vivo;
VII – valorizar e promover a cultura de crianças, adolescentes, jovens e idosos;
VIII – valorizar e promover a cultura da paz e do respeito às diferenças
étnicas, de gênero e de orientação sexual;
IX – promover os meios para garantir às pessoas com deficiência ou mo-
bilidade reduzida acessibilidade à produção e aos produtos, serviços e
espaços culturais;
X – integrar sistemas, órgãos, entidades, programas e ações da União, do
Estado, dos Municípios e de organizações privadas e da sociedade civil;
XI – investir e estimular o investimento em infraestrutura física e tecno-
lógica para a cultura;
58

XII – promover a integração da política cultural às demais políticas do Estado;


XIII – estimular a presença da arte e da cultura no ambiente educacional;
XIV – estimular a sustentabilidade socioambiental;
XV – manter um sistema diversificado e abrangente de fomento e finan-
ciamento da cultura, coerente com as especificidades dos diferentes
segmentos e atividades culturais;
XVI – promover a descentralização, a municipalização e a participação
social na produção e no consumo de bens e serviços culturais;
XVII – qualificar e garantir efetividade aos mecanismos de participação
e controle social na formulação de planos, programas, projetos e ações
culturais do Estado;
XVIII – promover o intercâmbio das expressões culturais da Bahia nos
âmbitos regional, nacional e internacional;
XIX – promover a formação e a qualificação de Públicos, Criadores, Pro-
dutores, Gestores e Agentes culturais, considerando características e
necessidades específicas de cada área;
XX – estimular o pensamento crítico e reflexivo sobre a cultura e as artes;
XXI – reconhecer e garantir saberes, conhecimentos e expressões tradi-
cionais e os direitos de seus detentores;
XXII – fortalecer a gestão municipal da cultura e a produção cultural local;
XXIII – organizar e difundir dados e informações de interesse cultural.
§ 1º – O cumprimento dos objetivos referidos neste artigo cabe aos ór-
gãos e entidades integrantes da Administração Pública Estadual, e do
Sistema Estadual de Cultura, instituído nesta Lei.
§ 2º – A condição de patrimônio vivo, referida no inciso VI deste artigo, é
atribuída à pessoa portadora de acumulado saber cultural ou artístico,
reconhecido na forma a ser definida em ato do Poder Executivo.

CAPÍTULO III
DO SISTEMA ESTADUAL DE CULTURA DA BAHIA

Art. 6º – O Sistema Estadual de Cultura da Bahia é o conjunto articulado


e integrado de normas, instituições, mecanismos e instrumentos de pla-
nejamento, fomento, financiamento, informação, formação, participação
e controle social, que tem como finalidade a garantia da gestão democrá-
tica e permanente da Política Estadual de Cultura nos termos desta Lei.
59

Art. 7º – São componentes do Sistema Estadual de Cultura:


I – organismos de gestão cultural:
a) o Conselho Estadual de Cultura;
b) a Secretaria de Cultura, seus órgãos e entidades;
c) sistemas setoriais de cultura do Estado;
d) sistemas municipais de cultura ou órgãos municipais de cultura;
e) instituições de cooperação intermunicipal;
f) instituições de cooperação insterestadual, nacional e internacional;
II – mecanismos de gestão cultural:
a) Plano Estadual de Cultura, planos de desenvolvimento territorial e se-
toriais de cultura;
b) Sistema de Fomento e Financiamento à Cultura;
c) Sistema de Informações e Indicadores Culturais;
d) Sistema de Formação Cultural;
III – instâncias de consulta, participação e controle social:
a) Conferência Estadual de Cultura;
b) colegiados setoriais, temáticos ou territoriais de cultura;
c) Fórum de Dirigentes Municipais de Cultura;
d) Ouvidoria do Sistema Estadual de Cultura;
e) outras formas organizativas, inclusive fóruns e coletivos específicos da
área cultural de iniciativa da sociedade.

Parágrafo único – Os organismos indicados no inciso I, alíneas “d”, “e” e


“f”, e as instâncias previstas na alínea “e” do inciso III integram o Sistema
Estadual de Cultura por meio de manifestação de vontade, em instru-
mento jurídico próprio, definido em regulamento.

Seção I
Dos Organismos de Gestão Cultural

Art. 8º – O Conselho Estadual de Cultura, órgão colegiado do Sistema


Estadual de Cultura, tem por finalidade formular a Política Estadual de
Cultura, nos termos do art. 272 da Constituição do Estado e de acordo
com o estabelecido nesta Lei.
Art. 9º – O Conselho Estadual de Cultura compõe-se de 30 (trinta) mem-
bros titulares e igual número de suplentes, sendo dois terços da socie-
60

dade civil e um terço de representantes do Poder Público, escolhidos


dentre pessoas com efetiva contribuição na área cultural, de reconhe-
cida idoneidade e residentes no Estado da Bahia, todos nomeados pelo
Governador do Estado.
§ 1º – O mandato dos Conselheiros será de 04 (quatro) anos, admitida
uma única recondução, por igual período.
§ 2º – O Poder Público é representado pelo Legislativo, pelo Executivo,
pelo Judiciário, pelo Ministério Público do Estado e por administrações
e organizações municipais, sendo os membros indicados pelos titulares
das respectivas instituições.
§ 3º – A indicação dos Conselheiros da sociedade civil deve ser feita por
meio de eleição, atendendo a critérios que contemplem segmentos cul-
turais, processos do fazer cultural e territorialidade, na forma definida
em ato do Poder Executivo.
§ 4º – A composição do Conselho Estadual de Cultura se renova em 50%
(cinquenta por cento) dos seus membros, a cada 02 (dois) anos.
§ 5º – Os membros do Conselho Estadual de Cultura serão remunerados
por participação em reuniões e suas despesas devem ser pagas pelo Es-
tado, quando do exercício de representação fora dos respectivos municí-
pios de domicílio, nos termos da legislação aplicável.

Art. 10 – Compete ao Conselho Estadual de Cultura:


I – contribuir para o cumprimento dos objetivos da Política Estadual de
Cultura definidos nesta Lei;
II – apreciar e deliberar sobre a proposta de Plano Estadual de Cultura a
ser submetida à Assembleia Legislativa;
III – aprovar os planos de desenvolvimento territorial e planos setoriais
de cultura;
IV – estimular a discussão ampla de temas relevantes para a cultura da Bahia;
V – acompanhar e avaliar o planejamento e a execução da política cultu-
ral do Estado;
VI – apreciar e avaliar diretrizes de fomento e financiamento da cultura;
VII – propor medidas de estímulo, fomento, amparo, valorização, difusão
e democratização da cultura;
VIII – propor e pronunciar-se sobre proteção, tombamento e registro de
patrimônio material e imaterial;
IX – emitir parecer sobre aquisição e desapropriação de obras e bens
61

culturais pelo Estado;


X – propor a instituição e a concessão de prêmios de estímulo à cultura;
XI – manter intercâmbio com os conselhos de cultura, inclusive munici-
pais, e com instituições culturais públicas e privadas;
XII – elaborar e alterar o seu Regimento Interno;
XIII – exercer outras atividades correlatas.

Parágrafo único – Os atos e resoluções decorrentes das competências


definidas neste artigo, para que produzam efeitos na Administração, de-
vem ser homologados pelo titular da Secretaria de Cultura.

Art. 11 – A Secretaria de Cultura, órgão gestor do Sistema Estadual de


Cultura, tem por finalidade a coordenação da política cultural do Estado,
competindo–lhe:
I – promover as condições para o cumprimento dos objetivos da Política
Estadual de Cultura definidos no art. 5º desta Lei;
II – planejar e executar as ações do Sistema Estadual de Cultura, proven-
do os meios necessários ao seu funcionamento;
III – organizar e supervisionar os sistemas setoriais de cultura do Estado,
promovendo a sua articulação com os sistemas setoriais de cultura em
âmbito nacional;
IV – estimular e apoiar a institucionalização de sistemas municipais de cultura;
V – estimular a participação dos municípios no Sistema Estadual de Cultura;
VI – coordenar a elaboração do Plano Estadual de Cultura, dos planos de
desenvolvimento territorial e dos planos setoriais de cultura, em articu-
lação com o Conselho Estadual de Cultura;
VII – gerir os mecanismos de fomento e financiamento da cultura a cargo
do Estado;
VIII – organizar e manter bases de dados para informações e indicadores culturais;
IX – realizar as conferências estaduais de cultura;
X – organizar e apoiar o funcionamento de colegiados territoriais, temáti-
cos e setoriais, em articulação com o Conselho Estadual de Cultura;
XI – incentivar e apoiar a sociedade na constituição de coletivos, fóruns e
redes culturais;
XII – apoiar o funcionamento do Fórum de Dirigentes Municipais de Cultura
da Bahia e participar do Fórum Nacional de Dirigentes Estaduais de Cultura;
XIII – adotar as medidas necessárias à articulação dos Sistemas Nacio-
nal, Estadual e Municipais de Cultura;
62

XIV – promover condições de interação e cooperação entre os entes fede-


rados no planejamento e execução de políticas culturais;
XV – promover a integração da Política Estadual de Cultura com as de-
mais políticas do Estado.
§ 1º – A Secretaria de Cultura deve consignar, no orçamento de seus ór-
gãos e entidades, dotações destinadas à manutenção e ao fortalecimento
do Sistema Estadual de Cultura.
§ 2º – Os órgãos e entidades da Secretaria de Cultura, nas suas respectivas
áreas de competência, atuarão como unidades auxiliares de gestão do Sis-
tema Estadual de Cultura, provendo os meios necessários ao apoio técnico e
administrativo, nos termos previstos nesta Lei e em regulamento.

Art. 12 – Os sistemas setoriais de cultura, a serem instituídos mediante


Decreto do Poder Executivo, têm por finalidade integrar e articular pla-
nos e programas pertinentes às suas áreas de atuação, contribuindo com
ações estruturantes para criação, formação, normalização técnica, do-
cumentação, memória, pesquisa, proteção e conservação, restauração,
comunicação, produção, dinamização, difusão e fomento.

Parágrafo único – Os sistemas setoriais de cultura associam-se aos sis-


temas nacionais de cultura nas suas respectivas áreas de atuação.

Art. 13 – Os sistemas setoriais de cultura constituem-se por:


I – instituições culturais criadas ou mantidas pelos Poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário do Estado da Bahia, pela Administração Pública
Municipal e por entidades privadas ou da sociedade civil;
II – instituições de ensino reconhecidas pelo Ministério da Educação ou
pela Secretaria da Educação, que mantenham cursos na área de compe-
tência do respectivo sistema setorial;
III – instituições de classe e outras vinculadas à área de competência do
respectivo sistema setorial e que tenham atuação no Estado da Bahia;
IV – representantes de iniciativas comunitárias e de grupos que possuam
atuação efetiva e reconhecida na área do sistema setorial;
V – pessoas com relevantes contribuições na área de atuação do sistema.

Parágrafo único – Na organização dos sistemas setoriais de cultura, de-


vem ser previstas uma instância colegiada, representativa de sua com-
63

posição, e uma instância executiva, a cargo de organismo da Secretaria


de Cultura, relacionado com a área, para apoio técnico e administrativo
ao seu funcionamento.

Art. 14 – Os sistemas municipais de cultura têm por finalidade articu-


lar e integrar políticas, ações, instituições públicas e privadas no âmbito
municipal para a promoção do desenvolvimento com pleno exercício dos
direitos culturais e assim serão reconhecidos quando formalmente ins-
tituídos.

Seção II
Dos Mecanismos de Gestão

Art. 15 – O Plano Estadual de Cultura, obrigatório para gestão da políti-


ca pública de cultura do Estado, é elaborado com periodicidade mínima
decenal e aprovado pela Assembleia Legislativa, devendo dele constar:
I – diagnóstico circunstanciado;
II – diretrizes;
III – estratégias, metas e ações;
IV – políticas específicas, inclusive setoriais e territoriais, de fomento e
de qualificação;
V – fontes de financiamento;
VI – formas de desenvolvimento das cadeias produtivas e de valor e dos
processos relativos ao fazer cultural;
VII – formas de articulação com outras políticas econômicas e sociais
do Estado;
VIII – formas de articulação com a sociedade, outras esferas e poderes
de Estado;
IX – orientações, critérios ou métodos de monitoramento e avaliação
dos resultados.
Parágrafo único – O Plano Estadual de Cultura, que orienta a formulação
do Plano Plurianual, dos planos territoriais e setoriais e do Orçamento
Anual, elaborado com participação social, deve considerar as proposi-
ções da Conferência Estadual de Cultura e o disposto no Plano Nacional
de Cultura.

Art. 16 – Os planos de desenvolvimento territorial de cultura, aprovados


64

pelo Conselho Estadual de Cultura, são formulados em articulação com


do Conselho Estadual de Desenvolvimento Territorial – CEDETER, e con-
tarão com a participação dos municípios envolvidos e representações dos
diversos segmentos culturais, conforme critério de regionalização adota-
do, devendo estabelecer os objetivos, as ações, as fontes previstas de fi-
nanciamento e os critérios de monitoramento e avaliação dos resultados.

Art. 17 – Os planos setoriais de cultura, formulados com a participação


de representações das respectivas áreas de atuação, são aprovados
pelo Conselho Estadual de Cultura, devendo estabelecer os objetivos, as
ações, as fontes previstas de financiamento e os critérios de monitora-
mento e avaliação dos resultados.

Art. 18 – O Sistema de Fomento e Financiamento à Cultura tem por finalidade


o incentivo à criação, à pesquisa, à produção, à circulação, à fruição, à memó-
ria, à proteção, à valorização, à dinamização, à formação, à gestão, à coope-
ração e ao intercâmbio nacional e internacional, com observância ao disposto
nesta Lei e nas demais normas que lhe sejam pertinentes.

Art. 19 – São fontes de financiamento da Política Estadual de Cultura:


I – recursos do Tesouro Estadual;
II – convênios e contratos com a União ou outros entes públicos nacionais
e organismos internacionais;
III – fundos constituídos;
IV – recursos resultantes de renúncia fiscal;
V – doações;
VI – parcerias público-privadas;
VII – devolução de recursos determinados pelo não cumprimento ou de-
saprovação de contas de projetos culturais custeados;
VIII – prognósticos e loterias;
IX – reembolso das operações de empréstimo realizadas a título de finan-
ciamento reembolsável;
X – retorno dos resultados econômicos provenientes dos investimentos
em empresas e projetos culturais;
XI – saldos de exercícios anteriores;
XII – produto do rendimento das aplicações de recursos;
XIII – contribuições voluntárias de setores culturais;
XIV – outras formas admitidas em Lei.
65

Art. 20 – Constituem mecanismos de fomento a projetos e atividades cul-


turais realizados por pessoas físicas e jurídicas de direito privado:
I – Fundo de Cultura da Bahia – FCBA;
II – programas de concessão de incentivos fiscais;
III – linhas especiais de crédito administradas por agências de desenvolvi-
mento e outras instituições financeiras, que contem com recursos estaduais;
IV – patrocínio, programas de apoio, incentivo ou marketing cultural de
autarquias, fundações, empresas públicas ou de sociedades de economia
mista controladas pelo Estado;
V – programas especiais de apoio instituídos pelo Estado ou pela União
com objetivos e recursos específicos, gerenciados por órgãos e entidades
da Secretaria de Cultura;
VI – programas e projetos especiais de apoio decorrentes de articulação
entre a Secretaria de Cultura e outros órgãos e entidades do Estado;
VII – financiamentos compartilhados entre o Estado e entes privados;
VIII – parcerias público-privadas;
IX – fornecimento de materiais, equipamentos e serviços para realização
de projetos culturais;
X – outros mecanismos previstos em Lei.

Art. 21 – Os mecanismos de fomento previstos no art. 20 devem orientar-


se pelos princípios e objetivos estabelecidos nesta Lei, observando os
seguintes critérios:
I – publicidade da seleção;
II – adequação às especificidades do objeto do fomento;
III – análise fundamentada no mérito, na qualidade técnica e na viabilida-
de econômica dos projetos;
IV – prioridade para ações estruturadoras de processos culturais e da
cadeia produtiva e de valores da cultura, ou que beneficiem populações
com menor acesso a bens e a serviços culturais;
V – descentralização das oportunidades, inclusive entre zonas urbanas e rurais;
VI – compatibilidade com o Plano Estadual de Cultura, com os planos
territoriais e setoriais de cultura.
§ 1º – Somente podem ser beneficiados pelos mecanismos de fomento
e financiamento projetos e atividades culturais que visem à exibição, à
utilização ou à circulação públicas, sendo vedada a concessão de apoio às
ações destinadas aos circuitos fechados.
66

§ 2º – Excepcionalmente, o Secretário de Cultura pode autorizar destinação


de recurso para projetos de segmentos específicos, em processo simplifica-
do de divulgação e escolha, na forma regulamentada em Decreto.

Art. 22 – É permitida a concessão de apoio financeiro diretamente para


ação ou instituição da Administração Pública de qualquer esfera federa-
tiva nos seguintes casos:
I – transferências de recursos para fundos de cultura legalmente cons-
tituídos, para municípios que tenham instituído sistemas municipais de
cultura nos termos desta Lei; II – elaboração ou execução de projetos
conjuntos, em especial para implantação, recuperação e restauro de in-
fraestrutura física e tecnológica e bens de valor cultural;
III – execução de programas dos sistemas Nacional e Estadual de Cultura
que estabeleçam financiamentos compartilhados.

Parágrafo único – O Município integrante do Sistema Estadual de Cultura


tem prioridade na obtenção de recursos para o financiamento de projetos
e ações culturais.

Art. 23 – O Sistema de Informações e Indicadores Culturais tem por fi-


nalidade a coleta, a sistematização, a interpretação e a disponibilização
de dados e informações para subsidiar as políticas culturais dos poderes
públicos e ações da sociedade civil.
§ 1º – A Secretaria de Cultura, gestora do Sistema de Informações e In-
dicadores Culturais, deve promover a integração das bases de dados e
informações estaduais às disponíveis na União, nos municípios, nas uni-
versidades públicas e privadas e em outras instituições com as quais ve-
nha a estabelecer parcerias para intercâmbio e cooperação.
§ 2º – Ao Sistema de Informações e Indicadores Culturais é garantido
acesso público gratuito.

Art. 24 – O Sistema de Formação Cultural tem por finalidade a articula-


ção e a promoção da formação, capacitação e aperfeiçoamento técnico,
artístico e de gestão, sendo constituído por instituições públicas, entida-
des privadas e organizações da sociedade civil com atuação no Estado
da Bahia, que mantenham cursos livres, técnicos ou acadêmicos na área
cultural e tenham aderido ao Sistema Estadual de Cultura mediante ins-
67

trumento específico.

Parágrafo único – A formulação e o acompanhamento de programa de


formação continuada em cultura, a cargo da Administração Pública Esta-
dual, são de responsabilidade de Comissão tripartite e paritária, compos-
ta por representações das Secretarias de Cultura e da Educação e de or-
ganizações da sociedade civil com reconhecida atuação na área cultural.

Seção III
Das Instâncias de Consulta, Participação e
Controle Social
Art. 25 – A Conferência Estadual de Cultura, instância de estímulo, indu-
ção e mobilização dos governos municipais e da sociedade civil, convoca-
da por Decreto, pelo Governador do Estado, tem por objetivos:
I – o debate público sobre cultura e temas relacionados;
II – a elaboração de proposições para formulação e aperfeiçoamento da
Política Estadual de Cultura;
III – a eleição de delegados oficiais do Estado da Bahia para a Conferência
Nacional de Cultura, na forma de seu regulamento.
§ 1º – A Conferência Estadual de Cultura é realizada pela Secretaria de
Cultura, devendo sua periodicidade, preferencialmente, antecipar e es-
tabelecer alinhamento temático com a Conferência Nacional de Cultura.
§ 2º – O Estado deve estimular a realização das conferências municipais
ou intermunicipais de cultura e realizar conferências territoriais com ali-
nhamento das temáticas às das conferências Estadual e Nacional.

Art. 26 – Os colegiados setoriais, temáticos ou territoriais de cultura são


instâncias criadas por ato do titular da Secretaria de Cultura, para tratar
de questões regionais ou relacionadas a segmentos culturais específi-
cos, sendo compostos por pessoas atuantes na região ou no segmento ou
tema relacionado às questões a serem tratadas, na forma a ser definida
em ato do Poder Executivo.
§ 1º – A designação dos integrantes da sociedade civil para os colegiados
setoriais é precedida de eleição e, para os colegiados de caráter perma-
nente, os integrantes serão designados para mandato de 02 (dois) anos
renovável por igual período.
§ 2º – A participação em colegiados setoriais, temáticos ou territoriais
não é remunerada podendo seus membros ter suas despesas pagas
68

quando do exercício de representação fora dos respectivos municípios de


domicílio, nos termos da legislação aplicável.

Art. 27 – A Ouvidoria do Sistema Estadual de Cultura, integrante do Siste-


ma de Ouvidorias do Estado, é órgão vinculado ao Conselho Estadual de
Cultura e tem como finalidade o controle social da Política Estadual
de Cultura.

Art. 28 – O Fórum de Dirigentes Municipais de Cultura é instância de ca-


ráter consultivo, opinativo e organizativo, integrante do Sistema Estadual
de Cultura, que tem por finalidade promover a articulação dos municípios
baianos para a formulação e execução de políticas culturais, contribuir
com o desenvolvimento local e territorial da cultura e com o aperfeiçoa-
mento das políticas Estadual e Nacional de cultura.

Art. 29 – Formas organizativas de iniciativa da sociedade não definidas


nesta Lei, inclusive fóruns e coletivos específicos, relacionadas aos di-
versos segmentos culturais, são também consideradas instâncias de
participação, integrantes do Sistema Estadual de Cultura¸ por meio de
manifestação de vontade.

CAPÍTULO IV
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 30 – A Secretaria de Cultura manterá representações territoriais de


cultura com a finalidade de articular os segmentos culturais entre os
municípios, conforme o modelo de regionalização adotado.

Art. 31 – Para garantir a renovação dos membros do Conselho Estadual


de Cultura prevista no art. 9º desta Lei, metade dos membros escolhidos
para a primeira composição na vigência desta Lei, respeitada a propor-
ção entre representações do Estado e da sociedade, exercerá, excepcio-
nalmente, mandato de 02 (dois) anos.

Art. 32 – Fica o Poder Executivo autorizado a instituir comissões bipar-


tites envolvendo gestores do Estado e dos municípios para negociação
e pactuação de ações governamentais relacionadas ao desenvolvimento
cultural e a operacionalização de sistemas de cultura.
69

Art. 33 – Deve o Poder Executivo promover, no prazo de 180 (cento e oi-


tenta) dias contados da data de publicação desta Lei:
I – modificações orçamentárias necessárias ao cumprimento do disposto
nesta Lei;
II – publicação dos atos de regulamentação de que trata esta Lei.
Art. 34 – Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA, em 30 de novembro de 2011.

Jaques Wagner
Governador
Carlos Mello
Secretário da Casa Civil em exercício
Antônio Albino Canelas Rubim
Secretário de Cultura
70

Conselho de Cultura – Novo Regimento


DECRETO Nº 15.137 DE 16 DE MAIO DE 2014

Homologa a Resolução n° 03/2014 do Conselho Estadual de Cultura da Bahia

O GOVERNADOR DO ESTADO DA BAHIA, no uso de suas atribuições,


DECRETA

Art. 1 ° – Fica homologada a resolução n° 03/2014, que aprovou o Regi-


mento interno do conselho estadual de cultura da Bahia, a estrutura da
Secretaria de Cultura – SECULT, previsto no art. 272 da Constituição Es-
tadual, que com este se publica.

Art. 2° – Este decreto entra em vigor na data da sua publicação.


PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA, em 16 de maio de 2014.

Jaques Waner
Governador
Carlos Mello
Secretário da Casa Civil em Exercício
Antonio Albino Canelas Rubim
Secretário de Cultura

RESOLUÇÃO Nº 03 DE 27 DE MARÇO DE 2014

Aprova o Regimento do Conselho Estadual de Cultura da Bahia.

O CONSELHO ESTADUAL DE CULTURA DA BAHIA, no uso da atribuição


que lhe é conferida pelo art. 272 da Constituição do Estado da Bahia de
acordo com o estabelecido na Lei n° 12.365, de 11 de novembro de 2011,

RESOLVE

Art. 1 ° – Aprovar o Regimento do Conselho Estadual de Cultura da Bahia,


na forma do Anexo que integra esta resolução.
71

Art. 2° – Esta Resolução entra em vigor na data da sua publicação.


Sala das Sessões, em 27 de março de 2014
Presidente

CAPÍTULO I
DA FINALIDADE E COMPETÊNCIA

Art. 1º – O Conselho Estadual de Cultura, órgão colegiado do Sistema Es-


tadual de Cultura da Bahia, com sede nesta Capital e jurisdição em todo
o território baiano, nos termos do art. 272 da Constituição do Estado e de
acordo com o estabelecido na Lei n° 12.365, de 30 de novembro de 2011,
tem por finalidade formular a Política de Cultura do Estado da Bahia,
exercendo funções normativas, deliberativas e consultivas.

Art. 2º – Ao Conselho Estadual de Cultura compete:


I – contribuir para o cumprimento dos objetivos da Política Estadual de
Cultura definidos na Lei n° 12.365/2011;
II – apreciar e deliberar sobre a proposta de Plano Estadual de Cultura a
ser submetida à Assembleia Legislativa;
III – acompanhar e avaliar o planejamento e a execução da política cultu-
ral do Estado;
IV – propor medidas de estímulo, amparo, valorização, difusão e demo-
cratização da cultura;
V – apreciar e avaliar diretrizes de fomento e financiamento da cultura;
VI – aprovar os planos de desenvolvimento territorial e planos setoriais
de cultura;
VII – promover e preservar a diversidade cultural e incentivar os diálogos
interculturais;
VIII – estimular a discussão ampla de temas relevantes para a cultura do
Estado da Bahia;
IX – propor a instituição e a concessão de prêmios de estimulo a cultura;
X – emitir parecer sobre programas culturais do Estado, bem como aqui-
sição e desapropriação de obras e bens culturais pelo Estado.
XI – propor a instituição de prêmios e a sua concessão para fins de estí-
mulo às atividades culturais;
XII – submeter ao Estado da Bahia, através da Secretaria de Cultura, em
prazo hábil, planos de auxílio ou de subvenção a instituições culturais
públicas e privadas;
XIII – indicar, pelo menos, 02 (dois) nomes para a composição das Co-
72

missões de Seleção dos editais do Fundo de Cultura da Bahia, conforme


previsto no Decreto 10.992/2008;
XIV – manter intercâmbio e celebrar acordos de cooperação com os Con-
selhos de Cultura, inclusive municipais, e com instituições culturais pú-
blicas e privadas;
XV – elaborar e alterar o seu Regimento Interno;
XVI – exercer outras atividades correlatas.

Parágrafo único – Os atos e resoluções decorrentes das competências


definidas neste artigo, para que produzam efeitos na Administração, de-
vem ser homologados pelo titular da Secretaria de Cultura.

CAPÍTULO II
DA COMPOSIÇÃO DO CONSELHO

Art. 3º – O Conselho Estadual de Cultura compõe-se de 30 (trinta) mem-


bros titulares e igual número de suplentes, sendo dois terços da socieda-
de civil e um terço de representantes do Poder Público, escolhidos entre
pessoas com efetiva contribuição na área cultural, de reconhecida ido-
neidade e residentes no Estado da Bahia, todos nomeados pelo Governa-
dor do Estado, na seguinte forma:
I – 10 (dez) representantes da sociedade civil dos setores culturais;

II – 10 (dez) representantes da sociedade civil dos territórios culturais que


constituem o Estado da Bahia;
III – 10 (dez) representantes do Poder Público, conforme disposto no § 1º
deste artigo.
§ 1º – O Poder Público é representado pelo Legislativo, pelo Executivo,
pelo Judiciário, pelo Ministério Público do Estado e por Administrações
e Organizações Municipais, sendo os membros indicados pelos titulares
das respectivas instituições e distribuídos da seguinte forma:
I – um representante da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia;
II – um representante do Judiciário do Estado da Bahia;
III – um representante do Ministério Público do Estado da Bahia;
IV – cinco representantes da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia;
V – um representante da Secretaria de Educação do Estado da Bahia;
VI – um representante dos Municípios indicado pelo Fórum dos Dirigen-
tes Municipais de Cultura do Estado da Bahia.
§ 2º – A indicação dos Conselheiros da sociedade civil será feita em elei-
73

ção, atendendo a critérios que contemplem setores culturais e territórios


culturais, na forma definida em ato do Poder Executivo.
§ 3º – Cada um dos Conselheiros indicados neste artigo deverá ser indi-
cado com seu respectivo suplente.
§ 4º – A Secretaria de Cultura editará normas específicas para o deta-
lhamento da forma de eleições e indicações previstas neste artigo, com
antecedência mínima de 02 (dois) meses em relação à efetiva realização
das eleições e indicações respectivas.
Art. 4º – Os membros do Conselho Estadual de Cultura perceberão grati-
ficação de presença (jeton) pelo comparecimento às reuniões ordinárias
e extraordinárias, sejam elas do plenário, da Câmara e das Comissões,
obedecido o limite máximo de 08 (oito) sessões por mês.
§ 1º – Quando residir no interior do Estado e se deslocar para as reuniões
realizadas na capital, ou ainda quando em representação do Conselho
fora do seu respectivo domicílio, o Conselheiro fará jus, ainda, à indeni-
zação de despesas com transporte e à percepção de diárias.
§ 2º – A remuneração por participação em reuniões não configura, por
si mesma, vínculo funcional ou empregatício dos membros do Conselho
Estadual de Cultura com o Estado.

Art. 5º – O mandato dos Conselheiros será de 04 (quatro) anos, admitida uma


única recondução, por igual período, na forma do art. 25 deste Regimento.

Parágrafo único – A composição do Conselho Estadual de Cultura se re-


nova, em 50% (cinquenta por cento) dos seus membros, a cada dois anos.

Art. 6º – Na composição do Conselho, deve ser contemplada a diversi-


dade de regiões, de classes sociais, de origem étnica, de gênero e de
orientação sexual, bem como a pluralidade de opiniões e a complexidade
do campo cultural.
§ 1º – Os representantes dos setores culturais e processos de fazer cultural,
serão indicados por eleição, conforme disposto em legislação específica.
§ 2º – Os representantes dos territórios culturais serão eleitos na Confe-
rência Estadual de Cultura.
§ 3º – Caso a Conferência Estadual de Cultura não seja realizada no pe-
ríodo de eleição do Conselho Estadual de Cultura, será definido pela Se-
cretaria de Cultura outro processo de eleição, conforme art. 9°, § 3º, da
Lei nº 12.365, de 30 de novembro de 2011.
74

CAPÍTULO III
DA ORGANIZAÇÃO

Art. 7º – O Conselho Estadual de Cultura tem a seguinte estrutura organizacional:

I – Presidência;
II – Plenário;
III – Câmara de Patrimônio e Comissões;
IV – Secretaria Executiva.

Art. 8º – A Ouvidoria do Sistema Estadual de Cultura, integrante do Sis-


tema de Ouvidorias do Estado da Bahia, é órgão vinculado ao Conselho
Estadual de Cultura e tem como finalidade o controle social da Política
Estadual de Cultura.

Art. 9º – O Conselho elegerá seu presidente e seu vice-presidente por


maioria de votos, com mandato de 2 anos, sendo permitida apenas uma
reeleição subsequente.

Parágrafo único – A eleição será realizada até trinta dias antes do térmi-
no do mandato.

Art. 10 – À Presidência compete dirigir, coordenar e supervisionar as ati-


vidades do Conselho.

Parágrafo único – Sempre que presente, o Secretário de Cultura será o


responsável por dirigir os trabalhos do Conselho, como Presidente de
Honra, com assento ao lado do Presidente eleito.

Art. 11 – Ao Plenário, instância máxima de deliberação e decisão, funcio-


nando em reuniões ordinárias e extraordinárias, observado o quorum da
maioria absoluta do Conselho, cabe o exercício das competências enu-
meradas no art. 2º deste Regimento.

Art. 12 – Às Comissões e à Câmara compete:


I – analisar e fazer proposições sobre temas específicos;
II – apreciar processos e sobre eles emitir parecer;
III – examinar relatórios, quando solicitado;
75

IV – promover estudos e pesquisas;


V – propor medidas e sugestões ao plenário.
§ 1º – As Comissões e Câmara serão compostas por, no mínimo, 03 (três)
e no máximo, 05 (cinco) membros do Conselho.
§ 2º – Cada Comissão e Câmara elegerá seu Presidente e Vice-Presiden-
te, observadas as disposições estabelecidas neste Regimento.
§ 3º – Haverá um secretário para as Comissões e Câmara, cabendo-lhe
lavrar a ata das sessões e assessorar seu funcionamento.
§ 4º – As Comissões e Câmara se reúnem com a maioria dos seus mem-
bros e deliberam por maioria dos presentes, cabendo ao Presidente,
além do voto ordinário, o de desempate.
§ 5º – É facultado a qualquer Conselheiro participar dos trabalhos das
Comissões e da Câmara a que não pertença, sem direito a voto.
§ 6º – As Comissões e a Câmara poderão ser auxiliadas por convidados
e assessores, especialmente solicitados pelo Conselho ou pela própria
Comissão para este fim.
§ 7º – Poderão funcionar ordinariamente e concomitantemente até 04
(quatro) Comissões e a Câmara.
§ 8º – Cada membro titular do Conselho pode participar de até 02 (duas)
Comissões ordinárias e da Câmara concomitantemente.
§ 9º – As Comissões, no ato de sua criação, terão prazo de, no máximo, 90
(noventa) dias, renovável, se necessário, por igual período, para a conclu-
são de seus trabalhos e apresentação de relatório ao Plenário.
§ 10º – Ao fim do prazo dos trabalhos das Comissões, fica prevista a apre-
sentação de um relatório das atividades desenvolvidas e das metas atin-
gidas pela Comissão para apreciação da Plenária.

CAPÍTULO IV
DO FUNCIONAMENTO DO CONSELHO

Art. 13 – O Conselho Pleno funcionará em sessões ordinárias, extraordi-


nárias e especiais, todas abertas ao público, na seguinte forma:
I – as sessões plenárias ordinárias serão realizadas, pelo menos, uma
vez por mês;
II – o Conselho poderá reunir-se extraordinariamente por convocação do
Secretário de Cultura, do Presidente do Conselho ou por requerimento
da maioria absoluta do Conselho, podendo inclusive ser realizada na se-
qüência imediata da sessão anterior;
76

III – a ordem do dia de cada sessão será distribuída com antecedência de


pelo menos 48 (quarenta e oito) horas, exceto quando a sessão for convo-
cada para o mesmo dia, na sequência imediata de outra, em razão de não
ter sido vencida a pauta no tempo previsto;
IV – cada sessão terá a duração prevista de, até, 03 (três) horas;
V – de cada sessão lavrar-se-á ata, que será discutida e votada pela plenária.

Parágrafo único – As deliberações serão tomadas por maioria dos Con-


selheiros presentes, à exceção da alteração do Regimento que requer o
voto de dois terços dos membros do Conselho.

CAPÍTULO V
DAS ATRIBUIÇÕES

SEÇÃO I
DO PRESIDENTE

Art. 14 – São atribuições do Presidente:


I – dirigir os trabalhos do Conselho, cumprindo e fazendo cumprir a legislação;
II – representar ou fazer representar o Conselho;
III – convocar e presidir as reuniões ordinárias, extraordinárias e especiais;
IV – definir pautas de reuniões, aprovar a ordem do dia e submetê-la
ao Plenário;
V – exercer o direito de voto e usar do voto de qualidade nos casos de empate;
VI – resolver questões de ordem;
VII – distribuir, às Comissões e à Câmara, processos e matérias específicas;
VIII – designar Relator para os assuntos em pauta não submetidos às
Comissões e à Câmara;
IX – formular consultas e propor ao Plenário a realização de eventos;
X – manter articulação com órgãos federais, estaduais e municipais, bem
como com a sociedade civil;
XI – determinar normas para a execução de serviços administrativos;
XII – autorizar despesas e pagamentos e designar servidores para
tarefas necessárias;
XIII – encaminhar ao Secretário de Cultura matérias que dependem da
sua homologação ou do Governador do Estado;
XIV – executar e/ou fazer executar as decisões do Conselho;
XV – exercer outras atribuições que não constam nos itens anteriores, ad
referendum do plenário.
77

SEÇÃO II
DO ASSISTENTE DO CONSELHO

Art. 15 – O Assistente do Conselho, por indicação do Presidente do Conse-


lho, será nomeado pelo Governador do Estado.

Parágrafo único – O Assistente do Conselho será substituído, em suas fal-


tas e impedimentos, por servidor indicado pelo Presidente do Conselho.

Art. 16 – São atribuições do Assistente do Conselho:


I – superintender e coordenar administrativamente os serviços da Secre-
taria Executiva e das Secretarias de Comissões;
II – instruir processos e organizar, de acordo com o Presidente, a ordem
do dia para as sessões plenárias;
III – secretariar as reuniões, revisando as atas e seu encaminhamento
aos Conselheiros para apreciação e aprovação;
IV – promover a execução de serviços, inclusive mediante contrato de
terceiros, previamente aprovados pelo Presidente;

V – tomar providências administrativas necessárias à instalação e funcio-


namento das sessões do Conselho;
VI – manter articulação com órgãos técnicos e administrativos e auxiliar
o Presidente durante as sessões plenárias, prestando-lhe as informa-
ções solicitadas.

SEÇÃO III
DO SECRETÁRIO DE CÂMARA E COMISSÕES

Art. 17 – São atribuições do Secretário de Câmara e Comissão:


I – lavrar a ata das sessões e assessorar seu Presidente nas atas e pro-
videncias necessárias ao seu funcionamento;
II – instruir processos e organizar, de acordo com o Presidente, a ordem
do dia para as reuniões;
III – convocar as reuniões de ordem do seu Presidente e informar os expedientes.

SEÇÃO IV
DA SECRETARIA EXECUTIVA
78

Art. 18 – À Secretaria Executiva, exercida sob a coordenação do Assisten-


te do Conselho, instância de assistência técnica e de apoio operacional, compete:
I – fornecer informações solicitadas pelo Plenário, Comissões ou Conselheiros;
II – organizar a documentação geral do Conselho;
III – promover divulgação das atividades do Conselho;
IV – preparar e encaminhar a correspondência e os processos;
V – receber, registrar, cuidar e distribuir o expediente referente ao Conselho;
VI – fornecer os informes sobre o andamento de decisões e pare-
ceres do Conselho;
VII – recolher os dados dos servidores e informar sobre os seus direitos
e obrigações;
VIII – organizar, registrar e efetuar o controle do material de serviço;
IX – manter atualizado o inventário dos móveis e equipamentos;
X – executar o exercício financeiro e preparar a proposta orçamentária, a
ser encaminhada à Presidência e submetida ao Plenário;
XI – fiscalizar a conservação e limpeza das instalações do Conselho;
XII – organizar eventos promovidos pelo Conselho.

CAPÍTULO IV
ATOS E PREPOSIÇÕES

Art. 19 – Constituem atos e proposições do Conselho:

I – indicação;
II – requerimento;
III – pedidos de inserção em ata;
IV – moção;
V – parecer;
VI – resolução;
VII – deliberação.

§ 1º – Para propor uma comissão, o Conselheiro deve enviar para a Se-


cretaria do Conselho Estadual de Cultura a sua proposta por ofício ou
por correio eletrônico, com o objetivo e a justificativa, com antecedência
mínima de dez (10) dias antes da reunião de plenária, onde será avaliada
a proposta.
§ 2º – Aprovada pela Plenária a formação de Comissão, os membros da
comissão serão escolhidos pela Plenária.
79

Art. 20 – São itens e passos dos pareceres:


I – relatório;
II – apresentação e fundamentação;
III – apreciação e voto do Plenário;
IV – deliberação do Conselho.

Art. 21 – Os atos e resoluções que fixem obrigações financeiras para o


Poder Público, aprovados em plenário, deverão ser homologados pelo
Secretário de Cultura.

Art. 22 – O pedido de vistas a ato ou proposição interromperá automati-


camente a discussão, ficando o seu autor obrigado a restituir o processo
em sessão seguinte que não ocorra no mesmo dia.

Art. 23 – O Conselheiro titular que estiver impossibilitado ou se licenciar


será substituído pelo seu suplente.

Parágrafo único – O Conselheiro titular que não comparecer à convoca-


ção será substituído pelo seu Conselheiro suplente.

CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 24 – Os cargos em comissão criados pela Lei nº 12.212, de 4 de maio


de 2011, são os constantes do Anexo Único deste Regimento.

Art. 25 – O Plenário decidirá sobre os casos omissos e dúvidas de inter-


pretação deste Regimento.

ANEXO ÚNICO
QUADRO DE CARGOS EM COMISSÃO DO CONSELHO ESTADUAL DE CUL-
TURAL DA BAHIA – CEC

Cargo Temporário Símbolo Quantidade


Assistente de Conselho DAS-3 01
Coordenador IV DAI-5 02
Secretário de Câmara DAI-5 04
Secretário de Comissão DAI-5 01
Secretário Adm II DAI-6 02
80

Portaria dos Colegiados


Setoriais das Artes
SERVIÇO PÚBLICO ESTADUAL

Portaria nº 257/2014, de 18 de agosto de 2014.


Estabelece o processo eleitoral para membros dos Colegiados Setoriais
das Artes (Artes Visuais, Audiovisual, Circo, Dança, Literatura, Música e
Teatro) oriundos da sociedade civil, para o período de 2015 a 2016, e dá
outras providências.

O SECRETÁRIO DE CULTURA, no uso de suas atribuições legais e em con-


formidade com a Lei nº 12.365, de 30 de novembro de 2011, RESOLVE :

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art.1º Esta Portaria estabelece os mecanismos para realização do pro-


cesso eleitoral para membros dos Colegiados Setoriais das Artes (Artes
Visuais, Audiovisual, Circo, Dança, Literatura, Música e Teatro) oriundos
da sociedade civil, para o período de 2015 a 2016, conforme § 1º do artigo
26 da Lei 12.365/2011.

Art.2º O processo eleitoral de que trata esta Portaria ocorrerá com a for-
mação de Colégios Eleitorais Setoriais para a escolha dos membros dos
Colegiados Setoriais das Artes.

§ 1º Cada área técnico-artística relacionada nos incisos XII, XV, XXIII, XXVIII,
LXI, LXXVIII e CIV do Artigo 3º da Lei nº 12.365/2011, corresponde a um Co-
légio Eleitoral Setorial, totalizando 07 (sete) Colégios Eleitorais Setoriais.
§ 2º Os Colégios Eleitorais Setoriais são:
I – Colégio Eleitoral de Artes Visuais;
II – Colégio Eleitoral de Audiovisual;
III – Colégio Eleitoral de Circo;
IV – Colégio Eleitoral de Dança;
V – Colégio Eleitoral de Literatura;
VI – Colégio Eleitoral de Música;
81

VII – Colégio Eleitoral de Teatro.


§ 3º Cada Colegiado Setorial é composto por 09 (nove) membros, sendo
06 (seis) representantes da Sociedade Civil e 03 (três) representantes do
Poder Público.

Parágrafo único. Os representantes do Poder Público serão indicados


pelo Secretário de Cultura do Estado da Bahia e os representantes da
Sociedade Civil serão definidos através do processo eleitoral estabeleci-
do nesta Portaria.

CAPÍTULO II
DAS COMPETÊNCIAS PARA A CONDUÇÃO DO
PROCESSO ELEITORAL

Art.3º Os Colégios Eleitorais Setoriais serão organizados pela Secretaria


de Cultura do Estado da Bahia – SECULT, através da Fundação Cultural
do Estado da Bahia – FUNCEB, unidade vinculada, conforme suas respec-
tivas áreas de competência, sob a supervisão de uma Comissão Organi-
zadora das Eleições dos Colegiados Setoriais das Artes, que exercerá a
coordenação geral do processo eleitoral.

Art.4º À Comissão Organizadora das Eleições dos Colegiados Setoriais


das Artes, instituída pela Portaria nº 246, de 08 de agosto de 2014, e com-
plementada pela Portaria nº 252, de 12 de agosto de 2014, cabem as se-
guintes atribuições:

I – validar os cadastros de eleitores e registros de candidaturas dos res-


pectivos Colégios Eleitorais Setoriais;
II – coordenar as Eleições Setoriais para membros dos Colegiados Seto-
riais das Artes;
III – julgar as impugnações de suas decisões no âmbito dos Colégios Elei-
torais Setoriais;
IV – publicar a lista de eleitores e candidatos validados e aptos a partici-
par das eleições setoriais;
V – assegurar a lisura e a veracidade de todos os atos e procedimentos
relacionados à realização das Eleições Setoriais;
VI – julgar as impugnações não reconsideradas pela Comissão Organiza-
dora das Eleições dos Colegiados Setoriais das Artes, nos casos previstos
82

nesta Portaria;
VII – apurar e divulgar os resultados das eleições setoriais.

Art.5º A Comissão Organizadora das Eleições dos Colegiados Setoriais


das Artes possui a seguinte composição:

I – A Diretora da Diretoria das Artes da FUNCEB; presidente da Comissão;


II – o Assessor de Relações Institucionais da FUNCEB;
III – um representante da Superintendência de Desenvolvimento Territo-
rial da Cultura da Secretaria de Cultura;
IV – dois representantes do Conselho Estadual de Cultura – CEC;
V – um representante da Coordenação de Artes Visuais da FUNCEB;
VI – um representante da Diretoria de Audiovisual – DIMAS;
VII – um representante do Núcleo de Artes Circenses da FUNCEB;
VIII – um representante da Coordenação de Dança da FUNCEB;
IX – um representante da Coordenação de Literatura da FUNCEB;
X – um representante da Coordenação de Música da FUNCEB;
XI – um representante da Coordenação de Teatro da FUNCEB;
XII – um representante do setor das Artes Visuais;
XIII – um representante do setor do Audiovisual;
XIV – um representante do setor do Circo;
XV – um representante do setor da Dança;
XVI – um representante do setor da Literatura;
XVII – um representante do setor da Música;
XVIII – um representante do setor do Teatro.

§ 1 º Cada membro da Comissão Organizadora das Eleições dos Colegia-


dos Setoriais das Artes possui o seu respectivo suplente.
§ 2º Os representantes referidos nos incisos IV e de XII a XVIII deste artigo
poderão participar apenas como eleitor no processo eleitoral a que se
refere esta Portaria.
§ 3º Os representantes referidos no inciso I, II, III e de V a XI deste artigo
não poderão participar como candidato nem eleitor no processo eleitoral
a que se refere esta Portaria.
§ 4º A Diretoria das Artes – DIRART da FUNCEB prestará o apoio técnico
-administrativo às atividades da Comissão Organizadora das Eleições dos
Colegiados Setoriais das Artes.
§ 5º Os membros da Comissão Organizadora das Eleições dos Colegiados
83

Setoriais das Artes foram nomeados por meio da Portaria nº 254, de 14


de agosto de 2014, complementada pela Portaria nº 252, de 12 de agosto
de 2014, do Secretário de Cultura.

CAPÍTULO III
DAS ETAPAS DO PROCESSO ELEITORAL

Art.6º. No período de 19 de agosto a 27 de setembro de 2014, a Secre-


taria de Cultura do Estado da Bahia/FUNCEB disponibilizará o site do
Sistema Online do Processo Eleitoral (www.eleicao2014.colegiadosse-
toriaisbahia.com.br) na internet com link para os sites da SECULT e
FUNCEB e formulário para o cadastramento de eleitores que participa-
rão dos Colégios Eleitorais Setoriais, conforme as áreas referidas no §
2º do art. 2º desta Portaria.

Parágrafo único. No formulário, o interessado deverá declarar se tam-


bém deseja registrar sua candidatura a membro do Colegiado Setorial da
área para a qual está se cadastrando como eleitor.

Art.7º. No período de 28 de setembro a 02 de outubro de 2014 a Comissão


Organizadora das Eleições dos Colegiados Setoriais das Artes de que tra-
ta o art. 5º desta Portaria analisará os cadastros de eleitores e registros
de candidaturas referidos no artigo anterior, somente validando aqueles
que preencherem, respectivamente, os requisitos definidos nos artigos
13 e 14 desta Portaria.
§ 1º O resultado da primeira análise dos cadastros de eleitores e can-
didatos de que trata este artigo será divulgado no dia 03 de outubro
de 2014, no site do Sistema Online do Processo Eleitoral (www.elei-
cao2014.colegiadossetoriaisbahia.com.br) e através dos sites da SE-
CULT e da FUNCEB.
§ 2º O indeferimento de registro de candidatura a membro do Colegiado
Setorial não invalida necessariamente o cadastro do eleitor, mas a inva-
lidação do seu cadastro o tornará inelegível.

Art. 8º. Aqueles que tiverem seu cadastro de eleitor ou registro de can-
didatura indeferido poderão recorrer à respectiva decisão da Comissão
Organizadora das Eleições dos Colegiados Setoriais das Artes, no período
84

de 06 a 10 de outubro de 2014.
§ 1º. Os recursos deverão ser encaminhados para a Comissão Organiza-
dora das Eleições dos Colegiados Setoriais das Artes através do e-mail:
[email protected]
§ 2º Os recursos deverão ser apreciados em até 03 (três) dias pela Co-
missão Organizadora das Eleições dos Colegiados Setoriais das Artes
com decisão final e homologação do cadastro de eleitores e dos regis-
tros de candidaturas até 14 de outubro de 2014, por ato do presidente
da Comissão.
§ 3º O ato de homologação da Comissão Organizadora das Eleições dos
Colegiados Setoriais das Artes será irrecorrível.

Art.9º. No período de 16 de outubro a 04 de novembro de 2014 será dis-


ponibilizada no site do Sistema Online do Processo Eleitoral (www.elei-
cao2014.colegiadossetoriaisbahia.com.br) na internet, a lista de eleitores
e a lista dos candidatos a membros dos Colegiados Setoriais com os da-
dos, fotos e a divulgação de suas propostas.
Art.10. As votações dos cadastrados nos Colégios Eleitorais Setoriais
para eleição dos membros dos Colegiados Setoriais serão realizadas en-
tre 16 de outubro a 04 de novembro de 2014, no site do Sistema Online do
Processo Eleitoral (www.eleicao2014.colegiadossetoriaisbahia.com.br)
disponibilizado pela SECULT e FUNCEB na internet.

Art.11. Findado o prazo de votação, será publicada no Diário Oficial do


Estado da Bahia a lista dos eleitos, titulares e suplentes, para os Co-
legiados Setoriais das Artes até o dia 14 de novembro de 2014 e será
divulgado o resultado através do site do Sistema Online do Processo
Eleitoral (www.eleicao2014.colegiadossetoriaisbahia.com.br) e dos si-
tes da SECULT e da FUNCEB.

Art.12. Uma vez eleitos, os membros dos Colegiados Setoriais serão em-
possados em Ato Oficial a se realizar no 06 de dezembro de 2014.

Parágrafo único. O Cronograma das Etapas do Processo Eleitoral dos Co-


legiados Setoriais das Artes está no Anexo I desta Portaria.
85

CAPITULO IV
DOS CRITÉRIOS DE PARTICIPAÇÃO NOS COLÉGIOS
ELEITORAIS SETORIAIS

Art.13. O CADASTRO DE ELEITOR nos Colégios Eleitorais Setoriais obser-


vará as seguintes condições:
I – idade mínima de 18 anos completos até a data de 18 de agosto de 2014;
II – preenchimento completo do formulário de cadastramento no site
Sistema Online do Processo Eleitoral (www.eleicao2014.colegiadosseto-
riaisbahia.com.br) disponibilizado pela Secretaria de Cultura do Estado
da Bahia/FUNCEB na internet;
III – preenchimento do campo CURRÍCULO RESUMIDO, relatando atua-
ção no setor, no formulário de cadastramento no site Sistema Online do
Processo Eleitoral (www.eleicao2014.colegiadossetoriaisbahia.com.br)
disponibilizado pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia/FUNCEB
na internet;
IV – declaração de que atua no setor assinalado no formulário de cadastramento;
V – declaração de não ser detentor de cargo comissionado na adminis-
tração pública federal, estadual, distrital ou municipal assinalado no for-
mulário de cadastramento;
VI – declaração de que não é funcionário público da Secretaria de Cultura
do Estado da Bahia ou de alguma de suas vinculadas assinalado no for-
mulário de cadastramento;
VII – declaração de que tem conhecimento da Lei Orgânica do Estado da
Bahia (Lei nº 12.365/2011) e do Plano Nacional de Cultura assinalado no
formulário de cadastramento;
VIII – declaração de que reside no Estado da Bahia assinalado no formu-
lário de cadastramento;
IX – declaração de que não está participando, na condição de eleitor e/ou
candidato, dos Colégios Eleitorais Setoriais de Cultura (Arquivos e Memó-
ria, Culturas Afro-brasileiras, Livro e Leitura, Bibliotecas, Culturas Indí-
genas, Museus, Moda, Culturas Populares, Design, Patrimônio Cultural),
assinalado no formulário de cadastramento;
X – declaração de veracidade das informações assinalado no formulário
de cadastramento.

§ 1º Cada cidadão somente poderá se cadastrar como eleitor e candidato


86

em um Colégio Eleitoral Setorial das Artes, conforme sua área de atuação.


§ 2º Ao se inscrever em um Colégio Eleitoral Setorial das Artes, o cidadão
não poderá participar, na condição de eleitor ou candidato, dos Colégios
Eleitorais Setoriais de Cultura (Arquivos e Memória, Culturas Afro-bra-
sileiras, Livro e Leitura, Bibliotecas, Culturas Indígenas, Museus, Moda,
Culturas Populares, Design, Patrimônio Cultural).
§ 3º Não é vedada a participação neste processo eleitoral, seja como elei-
tor e/ou candidato, dos membros dos Colegiados Setoriais que cumprem
o mandato de 2013–2014, conforme artigo 26, §1º da Lei 12.365/2011.
§ 4º Após o cadastro, será enviado, automaticamente, pelo site do Siste-
ma Online do Processo Eleitoral (www.eleicao2014.colegiadossetoriais-
bahia.com.br), um e–mail de confirmação da efetivação da inscrição para
o inscrito.
§ 5º A Secretaria de Cultura do Estado da Bahia/FUNCEB não se respon-
sabilizará por cadastro eleitoral não recebido por motivos de ordem téc-
nica dos computadores, falhas de comunicação, congestionamento das
linhas de comunicação, bem como outros fatores que impossibilitem a
transferência de dados.
§ 6º As informações prestadas no ato de cadastramento eleitoral serão
de inteira responsabilidade do interessado, cabendo à Comissão Organi-
zadora das Eleições dos Colegiados Setoriais das Artes excluir do certa-
me aquele que não preencher o formulário de forma completa e correta.
§ 7º É vedado o cadastro condicional, extemporâneo, por via postal, fax,
correio eletrônico ou qualquer outro meio não previsto nesta Portaria.
§ 8º As informações prestadas no requerimento de inscrição serão de in-
teira responsabilidade do interessado, que, em caso de falsidade, poderá
responder, a qualquer momento, por crime contra a fé pública, o que
acarreta sua exclusão do processo eleitoral.

Art.14. No ato do cadastramento como eleitor, aquele que optar também


pelo REGISTRO DE SUA CANDIDATURA a membro do Colegiado Setorial
deverá acrescentar as seguintes informações:

I – CURRÍCULO DETALHADO que relate a atuação no setor, no mínimo,


nos últimos três anos;
II – Justificativa de candidatura (porque quer ser candidato (a));
III – apresentação de pelo menos uma proposta de diretriz para o desen-
87

volvimento da área em que concorre;


IV – fotografia atual do candidato, que possibilite a sua identificação;
V – declaração de que reside no estado da Bahia por, no mínimo, 03 (três)
anos, assinalado no formulário de cadastramento.

Art.15. As listas de eleitores e candidatos dos Colégios Eleitorais Seto-


riais das Artes validados e posteriormente homologados pela Comis-
são Organizadora das Eleições dos Colegiados Setoriais das Artes serão
disponibilizadas no site do Sistema Online do Processo Eleitoral (www.
eleicao2014.colegiadossetoriaisbahia.com.br) e nos sites da SECULT e da
FUNCEB na internet, nos prazos previstos no Art.11 desta Portaria.

CAPITULO V
DOS COLÉGIOS ELEITORAIS SETORIAIS

Art.16. Para as eleições dos Colegiados Setoriais das Artes, cada Colégio
Eleitoral Setorial, conforme o parágrafo 2° do Art 2° desta Portaria, de-
verá ter, no mínimo, 30 (trinta) cadastrados validados, sendo o mínimo de
12 (doze) candidatos que concorrerão as 06 (seis) vagas de titulares e 06
(seis) vagas de suplentes.
§1º Serão eleitos para os Colegiados Setoriais das Artes, em cada Colégio
Eleitoral Setorial, os 12 (doze) candidatos mais votados, assumindo como
titulares os 06 (seis) mais votados. A ordem da suplência obedecerá à
sequência do resultado da votação.
§2º Em cada Colégio Eleitoral Setorial, só poderão ser eleitos como titu-
lares, no máximo 03 (três) candidatos residentes no Território da Região
Metropolitana de Salvador, garantindo–se o equilíbrio regional, sendo
este critério também observado para os eleitos suplentes.
Art.17 Não haverá eleições para o Colegiado Setorial, cujo Colégio Elei-
toral Setorial não atinja o quórum mínimo de eleitores e candidatos va-
lidamente cadastrados no Colégio Eleitoral Setorial, como determinado
no artigo anterior.

Art.18. A Comissão Organizadora das Eleições dos Colegiados Setoriais das


Artes providenciará a divulgação da lista dos eleitores e candidatos que
participarão das eleições setoriais até o dia 15 de outubro de 2014, no site
do Sistema Online do Processo Eleitoral (www.eleicao2014.colegiadosse-
88

toriaisbahia.com.br) e nos sites da SECULT e da FUNCEB na internet.


§ 1º Só participarão da eleição os eleitores e candidatos devidamente ca-
dastrados e validados e que constem na lista divulgada pela Comissão
Organizadora das Eleições dos Colegiados Setoriais das Artes.

Art.19. A eleição ocorrerá no período 16 de outubro a 04 de novembro de


2014, através do site do Sistema Online do Processo Eleitoral (www.elei-
cao2014.colegiadossetoriaisbahia.com.br) disponibilizado pela Secreta-
ria de Cultura do Estado da Bahia/FUNCEB na internet.

§ 1º Cada eleitor só poderá votar uma única vez em apenas um candidato.


§ 2º Em caso de empate terá precedência o candidato com mais idade.

Art.20. A Comissão Organizadora das Eleições dos Colegiados Setoriais


das Artes apurará e divulgará o resultado dos Colégios Eleitorais Seto-
riais até 10 (dez) dias, no máximo, após a realização do pleito, dando pu-
blicidade através do site do Sistema Online do Processo Eleitoral (www.
eleicao2014.colegiadossetoriaisbahia.com.br) e nos sites da SECULT e
FUNCEB na internet e a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia/FUN-
CEB publicará no Diário Oficial do Estado.
Parágrafo único. O resultado final proclamado pela Comissão Organiza-
dora das Eleições Setoriais é irrecorrível.

Art.21. Os Colegiados Setoriais serão instalados na primeira reunião or-


dinária que será realizada no primeiro trimestre de 2015, na cidade de
Salvador-BA.

CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art.22. A Secretaria de Cultura do Estado da Bahia/FUNCEB publicará


no Diário Oficial do Estado todos os atos que regulamentam o processo
eleitoral de que trata esta Portaria.

Art. 23. As despesas decorrentes da realização do processo eleitoral de


que trata esta Portaria correrão a expensas da SECULT e da FUNCEB.

Art. 24. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.


89

Antonio Albino Canelas Rubim


Secretário de Cultura

ANEXO DESTA PORTARIA


Anexo I – Cronograma do Processo Eleitoral
ANEXO I
CRONOGRAMA DAS ETAPAS DO PROCESSO ELEITORAL ATIVIDADES
DATAS / PERÍODOS

Inicio do Cadastramento de Eleitores e Candidatos. (www.eleicao2014.co-


legiadossetoriaisbahia.com.br)
19 de agosto de 2014

Finalização do Cadastramento de Eleitores e Candidatos.


27 de setembro de 2014

Análise e validação dos cadastros de eleitores e registros de candidatu-


ras pela Comissão Organizadora das Eleições Setoriais das Artes.
28 de setembro a 02 de outubro de 2014

Resultado da primeira análise dos cadastros de eleitores e candidatos.


03 de outubro de 2014

Prazo para recursos dos inscritos


06 a 10 de outubro de 2014

Homologação do cadastro de eleitores e dos registros de candidaturas.


11 a 13 de outubro de 2014

Divulgação de Lista Final de Eleitores e Candidatos com cadastros validados.


14 de outubro de 2014

Disponibilização no site do Sistema Online do Processo Eleitoral (www.


eleicao2014.colegiadossetoriaisbahia.com.br), para Apresentação dos
90

Candidatos a membros dos Colegiados Setoriais e divulgação de suas


propostas, currículo e fotografia.
16 de outubro a 04 de novembro de 2014

Votação dos participantes cadastrados nos Colégios Eleitorais Setoriais,


para eleição dos membros dos Colegiados Setoriais das Artes.
16 de outubro a 04 de novembro de 2014

Publicação do Resultado das Eleições Setoriais das Artes.


14 de novembro de 2014

Ato de Posse dos Eleitos para os Colegiados Setoriais das Artes da Bahia.
06 de dezembro de 2014
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Colegiados de Gestão Participativa


Portaria nº 338, de 05 de novembro de 2014

Institui os Colegiados de Gestão Participativa no âmbito dos Equi-


pamentos Culturais geridos pela Secretaria de Cultura do Estado da
Bahia (SecultBA).
O SECRETÁRIO DE CULTURA DO ESTADO DA BAHIA, no uso de suas atri-
buições legais, em consonância com a Lei nº 12.365/2011 (Lei Orgânica da
Cultura), artigo 11, inciso XI, e considerando que a Secretaria de Cultura
do Estado da Bahia deve estimular e garantir a participação social na
gestão e programação dos Equipamentos Culturais do Governo do Esta-
do, sejam eles arquivos, bibliotecas, casas de cultura, centros culturais,
cine-teatros, espaços culturais, fortes de cultura, museus, parques his-
tórico-culturais e teatros,

RESOLVE:

Capítulo I
a nomeação e instituição

Art. 1º – Ficam instituídos os Colegiados de Gestão Participativa no âmbi-


to de todos os Equipamentos Culturais, geridos pela Secretaria de Cultu-
ra do Estado da Bahia.

Capítulo II
Do Caráter e Objetivos

Art. 2º – Os Colegiados de Gestão Participativa dos Espaços Culturais da


Secretaria de Cultura do Estado da Bahia são instâncias colegiadas de
caráter opinativo e consultivo, que irão contribuir com a gestão dos Equi-
pamentos Culturais da Secretaria, estabelecendo canais diretos de diá-
logo, debate e proposição de ações, estratégias e diretrizes para o pleno
funcionamento destes equipamentos, seguindo os princípios previstos
nos artigos 4º e 5º da Lei nº 12.365/2011.
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Art. 3º – São objetivos dos Colegiados de Gestão Participativa dos Equi-


pamentos Culturais da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia:

I – Ampliar a participação das comunidades culturais na gestão dos


equipamentos culturais;
II – Apoiar os dirigentes dos espaços culturais na construção coletiva de
estratégias para utilização, ocupação, captação de recursos, atração de
público e difusão das atividades realizadas em tais equipamentos;
III – Contribuir com a promoção, divulgação e ampliação do alcance de
público para as atividades realizadas nos equipamentos culturais;
IV – Propor inovações, soluções, alternativas e modelos para a gestão dos equi-
pamentos culturais, de forma a aperfeiçoar o uso e funcionamento destes;
V – Propor estratégias para favorecer a dinamização e o aprimoramento
contínuo da programação dos equipamentos culturais;
VI – Acompanhar e avaliar a utilização dos equipamentos culturais, pri-
mando pelo zelo e conservação das estruturas do espaço;
VII – Contribuir para tornar o equipamento cultural em centro de refe-
rência na produção e difusão cultural no bairro, município e território de
identidade onde o espaço está inserido;
VIII – Propor ações de fortalecimento em rede, observando a diversidade
e transversalidade entre os equipamentos culturais de todo o estado da
Bahia, sejam eles públicos ou privados;
IX – Sugerir atividades de intercâmbio e troca de experiências e infor-
mações com outras instâncias de participação social no campo da cul-
tura e em áreas afins, de modo a qualificar a atuação dos equipamentos
culturais perante os objetivos propostos nos incisos anteriores;
X – Exercer outras atividades correlatas.

Capítulo III
Da Composição

Art. 4º – Os Colegiados de Gestão Participativa dos equipamentos cultu-


rais serão constituídos por agentes culturais e representantes de insti-
tuições de referência na área cultural, social e/ou educacional no bairro,
cidade e/ou território de identidade, onde o equipamento cultural estiver
sediado, tais como:
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I - Representantes de entidades associativas, grupos, coletivos, com ati-


vidades na área da cultura;
II - Artistas, intelectuais, mestres do saber popular, produtores e demais
agentes culturais com atuação junto ao equipamento;
III - Representantes de conselhos, colegiados, câmaras e comissões téc-
nicas do campo da cultura;
IV – Representantes do poder público municipal e estadual;
V - Representantes de entidades de ensino de educação formal, profis-
sionalizantes, comunitárias ou superior;
VI - Representantes de demais instituições culturais existentes;
VII - Representantes de outras entidades representativas correlaciona-
das com o campo da Cultura.

Art. 5º - Os membros dos Colegiados de Gestão Participativa dos equipa-


mentos culturais e seus respectivos suplentes serão selecionados, entre
pessoas físicas ou jurídicas, inclusive do poder público municipal, cadas-
tradas em formulário, a ser disponibilizado no sítio eletrônico da Secre-
taria de Cultura do Estado da Bahia (www.cultura.ba.gov.br)
§ 1° - Para ser selecionado para o Colegiado de Gestão Participativa, a
pessoa física ou jurídica deverá morar ou ser sediada, a pelo menos, 01
(um) ano, no território de identidade sede do equipamento cultural ao
qual se refere o colegiado;

Art. 6º - O Colegiado de Gestão Participativa, além dos membros sele-


cionados, será composto também por membros/instituições convidados
pela Secretaria de Cultura do Estado.

Art. 7°- São considerados membros natos dos Colegiados de Gestão Par-
ticipativa, na condição de representantes do poder público, o dirigente
do Equipamento Cultural, ao qual o Colegiado de Gestão Participativa se
refere, e o Representante Territorial da Cultura (RTC).

Art. 8° - Cada Colegiado de Gestão Participativa terá limite mínimo de 5


(cinco) e máximo de 30 (trinta) membros, sendo majoritariamente com-
posto pela sociedade civil.

Art. 9º - A seleção dos membros dos Colegiados de Gestão Participativa será


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feita, entre os cadastrados, por uma comissão com a seguinte composição:

I - Secretário Estadual de Cultura;


II – Dirigente da Superintendência de Desenvolvimento Territorial da Cultura;
III – Dirigente da Superintendência de Promoção Cultural;
IV – Dirigente do Centro de Culturas Populares e Identitárias;
V – Dirigente do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural;
VI – Dirigente da Fundação Cultural do Estado da Bahia;
VII – Dirigente da Fundação Pedro Calmon;
VIII – Dirigente do Conselho Estadual de Cultura;
IX – Dirigente da Associação dos Dirigentes Municipais de Cultura da Bahia.

Art. 9º - A nomeação dos membros de cada Colegiado de Gestão Par-


ticipativa será realizada por ato do Secretário de Cultura do Estado da
Bahia, devidamente publicado no D.O.E. (Diário Oficial do Estado), após
processo seletivo.

Capítulo IV
Do Mandato e Reuniões

Art. 10 – Os representantes selecionados para os Colegiados de Gestão


Participativa terão mandato de 02 (dois) anos, sendo permitida a recon-
dução para a mesma função.

Art. 11 - Os membros natos previsto no Art. 7º desta portaria podem ser


substituídos por perda da função que originara a sua entrada no Colegia-
do de Gestão Participativa.

Art. 12 – As reuniões do Colegiado de Gestão Participativa devem aconte-


cer periodicamente, no mínimo 04 (quatro) vezes por ano.

Art. 13 – Os dirigentes de Equipamentos e os Representantes Territoriais


de Cultura terão a função de convocar, organizar, secretariar, conduzir e
registrar as atividades realizadas pelos Colegiados de Gestão Participativa.

Capitulo V
Das Disposições Gerais
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Art. 14 – Os membros dos Colegiados de Gestão Participativa não rece-


berão qualquer remuneração e os seus serviços serão considerados de
relevante interesse público.

Art. 15 - É assegurada aos Colegiados de Gestão Participativa a infra-


estrutura mínima necessária, nos respectivos Equipamentos Culturais,
para a realização de reuniões e encontros.

Art. 16 - Os casos omissos serão resolvidos pela Secretaria de Cultura do


Estado da Bahia.

Art. 17 – Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.


Salvador, 05 de novembro de 2014

Antonio Albino Canelas Rubim


Secretário de Cultura

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