A Arte e A Educação: Ao Final Desta Unidade de Aprendizagem, Você Deve Apresentar Os Seguintes Aprendizados
A Arte e A Educação: Ao Final Desta Unidade de Aprendizagem, Você Deve Apresentar Os Seguintes Aprendizados
A Arte e A Educação: Ao Final Desta Unidade de Aprendizagem, Você Deve Apresentar Os Seguintes Aprendizados
Apresentação
Nesta Unidade de Aprendizagem, vamos apresentar o contexto em que a arte surge como disciplina
e como era tratada até o ano de 1997, com a nova LDB.
Bons estudos.
O que se pretende dizer com a reivindicação de incluir a arte "na estrutura curricular como área,
com conteúdos próprios ligados à cultura artística, e não apenas como atividade"? Faça uma análise
(de até 10 linhas) sobre essa afirmativa do texto do PCN, explicando o que entendeu e qual o
reflexo disso no ensino de arte no sistema de educação nacional.
Infográfico
Conforme o PCN-Arte, tanto a ciência quanto a arte são produtos que expressam as
representações imaginárias das distintas culturas, que se renovam através dos tempos, construindo
o percurso da história humana. A própria ideia de ciência como disciplina autônoma, distinta da
arte, é produto recente da cultura ocidental (PCN, 1997, p. 26).
Conteúdo do livro
No capítulo 2 do livro "Para gostar de aprender arte", a autora Rosa Iavelberg apresenta um estudo
sobre a produção artística local, a qual envolveu de tal forma os professores que, depois de se
aproximarem desses conteúdos e de pesquisá-los, eles elaboraram sequências de atividades e
material didático em subgrupos de trabalho.
Para tanto, a autora narra a experiência do professor Alexandre Silva dos Santos Filho (Alixa),
residente em Belém, com o projeto desenvolvido junto à cultura local. É um texto espetacular que
demonstra a possibilidade de realização de projetos, diante das mudanças ocorridas na educação
após 1990.
Boa leitura!
Para gostar de aprender arte
Sala de aula e formação de professores
Rosa Iavelberg
Sobre a autora
Rosa Iavelberg Doutora em Arte-Educação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo.
Professora da graduação e da pós-graduação da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. Coordenou e
elaborou os Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte do Ensino Fundamental de 1a a 4a séries na Secretaria de
Educação do Ensino Fundamental do Ministério da Educação, e é uma das elaboradoras do documento de 5a a 8a séries.
Consultora de Artes dos Referenciais Curriculares Nacionais de Educação Infantil. Atua na Formação Contínua de
Professores e também em assessorias a projetos sociais na área de Arte. [email protected].
CDU 371.13:7.01
Nos anos 80, Alixa trabalhou com livre expressão. Seu conflito estava refletido em
uma ambigüidade, pois, como artista, vivia ao mesmo tempo um processo rico em
pesquisa e um processo empobrecedor com os alunos, aplicando a didática da escola
renovada, restrita ao fazer e à auto-expressão.
Para gostar de aprender arte 17
Alixa expõe um trabalho em grande formato em papel kraft 200g, sobre o qual
usou parafina, tinta acrílica, betume e pastel. Na produção da textura, coloca e retira
telas de tapeçaria sobre tinta para obter efeitos.
18 Rosa Iavelberg
Contextualização
Essa obra do artista Alixa foi produzida em 1985. Na década anterior, em pleno
governo militar, na Amazônia, estava sendo construída a Rodovia de Integração Nacional,
a Transamazônica, que pretendia atravessar o Brasil de leste a oeste. Com a abertura
das estradas e com a vinda de imigrantes para ocupar essa área, aconteceram inúmeros
conflitos entre os colonizadores e os indígenas por causa da posse das terras. Tal
contato também promoveu a miscigenação dos valores e bens culturais desses dois
grupos.
O artista Alixa, nascido em Macapá, em 1960, após sua formação acadêmica, passou
a interessar-se pela temática indígena (em 1979); começou a fazer pesquisas em revistas
publicadas pela FUNAI. Sua produção plástica daquela época visava à reinterpretação
da realidade indígena através da assimilação dos seus signos e símbolos culturais.
O artista abandona então o tema e realiza trabalhos figurativos e abstratos. Em
1985, volta ao índio, procurando principalmente a relação cultural desse “ser da floresta”
com o meio urbano. A reflexão sobre a aculturação indígena gera uma série de trabalhos,
intitulados “Olhos que não querem ver”, da qual essa obra sem título faz parte.
Alixa representa na obra um indígena da tribo caiapó, reconhecida pelo cabelo de
corte arredondado e pintado com tinta natural avermelhada, produzida com sementes
de urucum. Na obra, estão presentes elementos da cultura urbana que já foram incorpo-
rados à realidade do indígena: a caneta Bic e o telefone.
Em 1992, Alixa tem o primeiro contato pessoal com os índios:
Encontrei o índio aculturado, incapaz de se proteger das investidas do homem dito civilizado,
que levou crenças, costumes e hábitos a esse ser da floresta, influenciado pela máquina e sob
regime cultural do homem branco; começo a produzir figuras de seres deformados com suas
parafernálias corporais – como a pintura e adereços – agregada às do homem da cidade – a
sandália Havaiana, os calções Adidas, a espingarda, a Coca-cola, a bola de futebol, o tênis, o gás
de cozinha, o telefone, a caneta Bic, etc.
Para gostar de aprender arte 21
Reflexão e discussão
• O que lhe sugere a utilização de objetos da cultura urbana industrializada pelo
índio caiapó (telefone e caneta Bic) na imagem criada pelo artista?
• Por que a caneta está enfiada na orelha do índio caiapó?
• Quais as diferenças da pintura do cabelo, do corpo e dos colares nas culturas
indígenas e nas culturas urbanas contemporâneas?
• Você acha que incorporar um objeto ou conhecimento de outra cultura é bom?
Até que ponto pode-se assimilá-los sem perder a identidade de origem?
• Durante a conquista da Amazônia, os portugueses introduziam nas comunidades
indígenas seus elementos culturais. Em contrapartida, vários objetos e comporta-
mentos indígenas foram assimilados pela população. Que elementos ainda hoje
nos acostumamos a ver no dia-a-dia dos paraenses?
Atividades
• Desenhe objetos da sua cultura de origem.
• Visite a exposição sobre os índios amazônicos no Museu Emilio Goeldi2 e desenhe
os objetos que mais lhe chamaram a atenção.
• Baseado na discussão sobre a aculturação indígena, faça uma composição utilizan-
do as formas pesquisadas, de modo que interfiram elementos da sua cultura.
A incorporação da cultura dos alunos à arte pode servir para uma articulação com
as demais áreas, o que certamente é um ótimo ponto de conexão com outros conteúdos
dela, além de ser um recorte mobilizador do gosto por aprendê-la.
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Exercícios
1) Segundo o PCN-Arte (1997, p. 20-27), o aluno que conhece arte pode estabelecer relações
mais amplas quando estuda um determinado período histórico. Um aluno que exercita
continuamente sua imaginação estará mais habilitado a construir um texto, a desenvolver
estratégias pessoais para resolver um problema matemático e assim em diante.
Isso significa dizer que:
A) O aluno é capaz de desenvolver grandes conhecimentos por conta própria e sem o auxílio do
professor.
B) A arte favorece ainda que o aluno relacione-se criadoramente com as outras disciplinas do
currículo.
C) A arte é uma disciplina muito fácil de ser ministrada por qualquer professor.
B) Sem o ensino de arte, o aluno jamais conheceria concepções de arte e conceitos estéticos,
simbólicos, etc.
D) O ensino de arte serve como uma distração para os alunos enquanto atividade lúdica em sala
de aula.
E) As escolas não estão preparadas para desenvolverem atividades de arte junto aos alunos.
3) A partir da segunda metade do século XX, o ensino de arte era voltado essencialmente para
o domínio técnico, mais centrado na figura do professor. Competia a este “transmitir” aos
alunos os códigos, conceitos e categorias, ligados a padrões estéticos que variavam de
linguagem para linguagem.
Nesse sentido, pode-se afirmar que, apesar da variação das linguagens, o ensino de arte
mantinha ainda:
4) O ensino de artes no Brasil, na primeira metade do século XX, promovia atividades de teatro
e dança somente nas festividades escolares na celebração de datas como Natal, Páscoa ou
Independência, ou nas festas de final de período escolar. O teatro era tratado com uma
única finalidade: a da apresentação. Logo, tanto o teatro, a dança e a música seguiam
marcações precisas e rigorosas conforme ensaiados com o professor na escola.
Nesse sentido, pode-se afirmar CORRETAMENTE que:
A) As apresentações dos alunos eram perfeitas e alegres, uma vez que eram ensaiadas repetidas
vezes.
B) As apresentações eram de alto nível, pois tinham sempre os melhores alunos na prática
artística.
E) O ensino de arte nas escolas não estimulava a criatividade e espontaneidade dos alunos.
5) Com a nova LDB, Lei no 9.394/96, o ensino de arte recebe uma atenção especial pelo
sistema educacional, de modo que a disciplina passa a ser obrigatória no currículo escolar,
revogando, assim, todas as disposições anteriores da lei.
Assim, pode-se afirmar que o ensino de arte, previsto pela nova LDB, Lei no 9.394/96, tem
como um dos objetivos:
C) Desenvolver, além dos livros didáticos, manuais de ensino de arte para serem distribuídos
para todos os alunos da rede pública de ensino.
E) Colocar a disciplina de artes como sendo facultativa nas escolas da rede privada de ensino.
Na prática
Veja a seguir um exemplo prático da relação entre a arte e a educação, no processo de ensino e
aprendizagem.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
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