Direito Penal 1
Direito Penal 1
Direito Penal 1
“Se você pudesse criar um conceito de direito penal, qual conceito você criaria?”
O professor Eduardo Correia vai além, pois a título de sanção penal não ocorrem
somente as penas, mas também as medidas de segurança. Isto é uma evolução, tendo
em vista que as medidas segurança, de maneira pacificada, são consideradas sanções
penais. Por isto, não podem ter o caráter perpétuo, por exemplo.
O Direito Penal é, basicamente, um conjunto de normas, as quais capitulam
determinados comportamentos como crimes, infrações e contravenções penais. Em
virtude destes comportamentos, fixam-se e cominam-se aos seus infratores e autores
sanções, as quais podem ser penas ou medidas de segurança.
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Material produzido e entregue aos alunos regularmente matriculados na Disciplina de Teoria Jurídica do Direito Penal.
Professora Dra.: Dhieimy Quelem Waltrich
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teleologia; isto é, tem uma finalidade. A Política Criminal é um conjunto dos princípios
fundados na investigação científica das causas do crime e dos efeitos da pena. Com
isto, o seu objetivo é deve levar a cabo a luta contra o crime por meio da pena e das
instituições com esta relacionadas. Sendo assim, a Política Criminal é fundada na
Criminologia, pois é necessário compreender como um crime acontece. Contudo, por ser
voltada para fora, tem uma finalidade, a qual é que o Estado vença a sua luta contra o
crime, por meio da pena ou outras reações estatais.
Se um sistema busca que crimes não aconteçam, o que deverá ser feito para que
tais comportamentos não sejam praticados? Por isto, a Política Criminal deve orientar a
atuação do legislador. Quais comportamentos não são desejados em uma sociedade?
Quais comportamentos mostram-se extremamente lesivos ao corpo social? A resposta
para estas perguntas é a criminalização dos comportamentos.
Partindo da criminalização dos comportamentos, será aferida quais penas
mostram-se mais efetivas e as maneiras de inibitórias de um determinado
comportamento. Este é o efeito do estudo do crime, do criminoso e da vítima. Do mesmo
modo, da prevenção vitimária, das maneiras que a vítima contribuiu para a ocorrência do
crime ou não, as circunstâncias e o ambiente.
Sendo assim, com base na Criminologia, funda-se a Política Criminal, com o
escopo de o Estado vencer o crime. Partindo-se disto, vem o Direito Penal.
O Direito Penal se importa como o crime quando ele acontece, ou ao menos é
excetuado. Esta é a ideia. Se não há execução criminal, não há de falar-se em punição.
Em regra, não são puníveis os atos preparatórios. Do mesmo modo, o pensamento é
impunível. A criminologia visa entender o antes; isto é, com nasce o crime? Esta
pergunta foge do escopo do Direito Penal.
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Esta é a primeira e principal função, a qual prevalece, do Direito Penal. Nem todo
o bem jurídico é protegido pelo Direito Penal. Existem bensjurídicos, os quais demandam
a proteção do Direito, que são protegidos por outros ramos, pela seara extrapenal. Aqui,
cita-se o Direito Civil, o Direito Administrativo eo Direito Tributário.
O Direito Penal cuida somente dos bens jurídicos mais importantes ao organismo
social. Na expressão de Roxin, essenciais para a convivência pacífica em sociedade.
O professor Fábio Roque, na sua obra, cita o “Contrato Social” de Jean- Jaques
Rousseau, no qual o indivíduo era livre. Contudo, este renuncia a parcela de sua
liberdade para ter segurança e paz social. Partindo disto, nasce o contrato social, o qual
cria a figura do Estado. Em virtude da renúncia do mínimo possível de sua liberdade, o
Estado somente poderá trazer normas que sejam necessárias para que a convivência
torne-se pacificamente possível.
Ao falar-se de bens jurídicos penais, refere-se aos bem essenciais ao organismo
social. Disto, nasce a ideia do caráter fragmentário do Direito Penal, o qual escolhe
apenas os bens mais importantes para o convívio social, e para que possa cuidar deste.
Sendo assim, “Quais seriam os bens mais importantes para o convívio social?”.
Com base na doutrina, bebendo da fonte do Roxin, são os bens consagrados na
Constituição. Partindo disto, existem duas teorias constitucionais, quais o professor Fabio
Roque aborda em sua obra. As referidas são as Teorias Constitucionais Amplas e
Restritas.
Sobre as Teoria Constitucionais Amplas, o sistema penal nasce dos valores
constitucionais. Contudo, a Constituição é um parâmetro genérico, pois são captados os
valores constitucionais, e consagram-se os bens tutelados à luz do Direito Penal.
Já a respeito das Teorias Constitucionais Restritas, o Direito Penal cuida de bens
consagrados diretamente pela Constituição. Aqui, a busca dos bens ocorre diretamente
no texto da Constituição, na qual estes já estão consagrados como essenciais à
sociedade.
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A doutrina por vezes troca o significado das expressões e por vezes as utiliza
como sinônimos, ou muito próximas. O Direito Penal de emergência, como o próprio
nome diz, é criado a partir de situações de anormalidade vivenciadas pela sociedade.
Estas demandam uma resposta do Estado, por via da atividade legislativa, a qual atenda
os anseiospopulares e da opinião pública.
Ante a um momento de anormalidade social, a qual não existiria em um momento
de normalidade, o Direito Penal de emergência, ao entrar em atividade, desagua no
Direito Penal simbólico. Diante disto, devolve-se a sociedade uma noção desajustada, ou
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tecidas duas considerações. A primeira, é que não se sabe como o Direito Penal de
intervenção funcionaria. A segunda, os bens jurídicos transindividuais acabam sendo os
mais importantes para o organismo social. Justamente este conjunto de bens, não serão
protegidos pelo legislador. Isto implicaria, em última instância, a uma afronta ao princípio
da subsidiariedade.
O expoente é Luigi Ferrajoli. Para aqueles que tem uma visão constitucional
do Direito Penal, a expressão “Direito Penal garantista” é redundante. Todo o Direito
Penal é garantista. Caso o contrário, não há motivos para se falar em Direito Penal. A
ideia de um Direito Penal garantista é consagrada por Ferrajoli, o qual entende que o
Direito Penal deve encontrar a sua luz e base na Constituição Federal, uma vez que
esta, na condição de Carta Magna, consagra ao indivíduo garantias primárias e
secundárias.
As garantias primárias são máximas consagradas na Constituição, as quais
devem ser observadas, principalmente, pelo Estado. A título de exemplo, a vedação de
pena de caráter perpétuo, infamantes, cruéis e de morte. Contudo, exemplificando
hipoteticamente, caso o legislador não observe isto, atribua ao crime de estupro a pena
de castração física do autor. Esta pena assume o caráter perpétuo. Portanto, esta lei é
inconstitucional, pois nasceu com vício em sua constitucionalidade. Na visão
constitucional e de Hans Kelsen, trata-se de uma lei nula.
Quando o legislador não observa a garantia primária, nasce para o indivíduo uma
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Estas expressões são cunhadas por Eugenio Raúl Zaffaroni. Para Zaffaroni,
existe um direito penal paralelo, ao lado do Direito Penal oficial. Como o estado não
exerce de forma suficiente e satisfatória o seu poder punitivo, surgem outros
mecanismos de controle e punição social. Por exemplo, por não poder manter um
indivíduo internado ad eternum, em uma medida de segurança de internação em um
hospital de custódia. A periculosidade do sujeito persiste, mesmo assim, não poderá ficar
internado em um hospital de custódia.
Neste caso, à luz do Direito Penal, o estado o colocará em liberdade. Sendo assim
poderá invocar-se o Direito Civil, com fins de internação compulsória. Enfim, ante o fato
de a medida de segurança não prosseguir, o Direito Penal não resolve satisfatoriamente
a questão.
Partindo disto, os médicos, por meio de seus laudos, começam a apontar novos
motivos para a manutenção da internação ad eternum do indivíduo, aqui, tem-se médicos
prendendo doentes mentais. Trata-se de uma espécie de direito penal paralelo. O Direito
Penal paralelo difere do Direito Penal subterrâneo. O Direito Penal subterrâneo é
exercido no andar de baixo, no subsolo, onde ninguém vê. Dentro da estrutura do
Estado, mas em seu subterrâneo. Trata-se de um poder punitivo, exercido ilegalmente
por agente estatais, os quais, a maioria das vezes, atuam em/com abuso de autoridade.
A título de exemplo de Direito Penal subterrâneo, a conduta dos policiais,
cansados de prender, ante a postura dos juízes em liberarem, seja em audiência de
custódia ou revogação posterior de uma prisão preventiva, um traficante ou um
estuprador.
Sendo assim, decidem dar cabo as condutas de estupro e tráfico perpetradas na
comunidade. De madrugada, os policiais encapuzados, dirigem-se até a residência dos
indivíduos e os matam. Ninguém sabe o motivo dos assassinatos e nem quem os fez.
Contudo, é notório o envolvimento dos indivíduos em condutas criminosas. Na verdade,
foram os agentes estatais punindo os indivíduos por crimes já perpetrados. A conduta
descrita, praticada pelos agentes estatais, é um exemplo típico do Direito Penal
subterrâneo.
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Furto
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:Pena - reclusão, de
um a quatro anos, e multa.
Contudo, afirma-se que o indivíduo não merece a supracitada pena, pois seria
desproporcional. Disto, empreende-se a ideia do princípio da insignificância, cunhado por
Roxin, em 1.964. Sendo assim, não bastara a tipicidade formal, não basta a relação de
causa e efeito, pois é preciso que ocorra a violação ao bem jurídico perpetrado. Sendo
assim, desenvolve-se o conceito de tipicidade material.
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A respeito da quarta velocidade, esta não foi cunhada pelo professor Silva
Sánchez. Aqui, o Direito Penal destina-se a chefes e ex-chefes de Estado que violaram
tratados internacionais de Direitos Humanos e serão punidos pelo Tribunal Penal
Internacional – TPI. Para a responsabilização direta destes agentes, faz-se necessário
que o país seja signatário do Tratado de Roma.
como um dos crimes ambientais, tipificado na Lei 9.605/98. Parece não ser razoável
punir um sujeito por pescar em um período de piracema, no qual a pesca é proibida, pois
pescou somente 30 (Trinta) peixes. Qual seria a importância disto?
Veja, se o indivíduo pescar 30 (Trinta) peixes e outras mil pessoas resolverem
fazer a mesma coisa, teremos a pesca de 30.000 (Trinta mil) peixes. Tal postura,
ocasionará danos ao meio ambiente e, posteriormente, a uma grande gama de pessoas.
No fim, o impacto ambiental não será nocivo somente ao meio ambiente, mas sim a uma
grande quantidade de pessoas. Isto é o que justifica a tutela do Direito Penal em relação
ao meio ambiente.
IX – ECOCÍDIO
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Neste caso, o TPI diz que é preciso que esta sentença seja prolatada por um
terço de seus membros. Lembrando que o Brasil é signatário do Tratado de Roma e
aceita a jurisdição do TPI. A respeito dos autores do crime de ecocídio, é possível a
responsabilização direta destes. Inclusive, se houver previsão, será possível a prisão
destes.
I – PERÍODO DA VINGANÇA
Aqui, segue-se o pensamento de Thomas Hobbes que diz “homo homini lúpus”, o
homem é o lobo do próprio homem. A própria vítima se vinga de seu infrator.
Então, empreende-se que, para existir uma convivência pacífica, é necessário que
todos renunciem, em certa medida, de suas liberdades, em prol de um estado, o qual irá
reger e obrigar comportamentos. Assim, a vingança passa a ser do Estado. Sendo
assim, uma vingança pública.
II – PERÍODO ILUMINISTA
A vingança pública deverá ser proporcional. Isto é, o Estado não poderá impor
penas infamantes, cruéis ou de morte. Estas são as ideias do iluminismo, as quais
destacaram-se na França e, que no final do século XVIII, implicarão em uma revolução. A
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Para que cada pena não seja uma violência, de um ou de muitos, contra um
cidadão, esta pena deve ser essencialmente pública, rápida, necessária e a
mínima possível nas circunstâncias dadas, observada a proporcionalidade aos
delitos, e ditadas tais penas pelas leis.
Portanto, a pena deve ser imposta pelo Estado e de forma célere; aqui, lembrando
a ideia de Rui Barbosa, pois quando a justiça tarda, ela já falhou. A pena também deverá
ser a mínima necessária para que haja uma convivência pacífica e cumpra o seu papel
de prevenir novas infrações penais. Contudo, a pena deverá ser proporcional. Não
adianta punir um homicídio com seis meses de detenção, por exemplo. Do mesmo modo,
não é cabível punir um furto com 10 anos de reclusão. A pena deverá estar na lei.
Portanto, trata-se também do princípio da legalidade.
Escola clássica
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Escola positiva
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I – Doutrina clássica
Para a doutrina clássica, a fonte material é órgão criador da lei penal. No Brasil é
União Federal. Contudo, os Estados podem legislar sobre temas específicos de Direito
Penal, desde que exista expressa delegação por meio de Lei Complementar, pois a
competência legislativa para tratar de Direito Penal, é privativa da União.
Quanto à fonte formal, estes são os meios pelos quais o Direito Penal se
exterioriza. A fonte imediata é a lei. A fonte formal mediata são os princípios gerais do
Direito e os costumes.
II – Doutrina moderna
III – Costume
Não se destinando a vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a
modifique ou revogue.
Como tudo no Direito, há divergências. Uma corrente, por exemplo, diz que se um
costume muda, este revoga uma lei penal materialmente e formalmente. Outra corrente,
formalmente, um princípio não revoga uma lei penal. Contudo, se um costume muda e
uma sociedade passa admitir um determinado comportamento, não haverá uma
revogação formal da norma, mas sim material. Logo, o juiz deixaria de aplicar a normal.
Contudo, nenhuma destas duas correntes é adotada.Por exemplo, o jogo do bicho
continua sendo uma contravenção penal, mesmo sendo explicito e aceito por boa parte
da sociedade.
Homicídio simples
Art. 121. Matar alguem:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
Omissão de socorro
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê- lo sem risco
pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao
desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro
daautoridade pública.
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão
corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
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Explicativa – interpretativa
Por exemplo, o peculato. A lei diz que é condição elementar do peculato que seu
autor seja um funcionário público. Mas para saber quem funcionário publico, faz-se
necessário conhecer o artigo 327, do Código Penal.
Funcionário público
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função
em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço
contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração
Pública.
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes
previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função
de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de
economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público.
Complementar
Territorialidade
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras
de direito internacional, ao crime cometido noterritório nacional.
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional
as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do
governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as
embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem,
respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de
aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se
aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo
correspondente,e estas em porto ou mar territorial do Brasil.
De extensão – integrativa
Homicídio simples
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a
este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
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Do mesmo modo, aquele que dá a facada em João, e este não vem a morrer, não
poderá dizer-se que o agente incidiu no artigo 121, do Código Penal. Tendo em vista que
o referido dispositivo, diz “matar alguém” e João continua vivo. Aqui, o agente
responderá em virtude de combinação dos artigos 121 e 14, II, do Código Penal, o qual
preceitua que pune-se a do crime tentado com a pena do crime consumado, reduzida de
1/3 a 2/3. Logo, a norma do artigo 14, II, é de adequação típica mediata.
Homicídio simples
Art. 121. Matar alguem:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.[...]
Art. 14 - Diz-se o crime:
[...]
Tentativa
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias
alheias à vontade do agente.
Pena de tentativa
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena
correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.
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II – Quanto ao modo
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Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a
mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei nº 9.099, de 26
de setembro de 1995.
A norma traz uma palavra, a qual tem um significado encontrado em outra norma.
Por exemplo, a Lei de Drogas. “Vender drogas” é crime. Logo, precisa-se de uma
interpretação sui generis, dada dentro do ordenamento jurídico, por meio de uma portaria
da Anvisa, a respeito do que significa drogas.
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serão desconsiderados.
Interpretação analógica
V – Analogia
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