Apostila Desenho Técnico
Apostila Desenho Técnico
Apostila Desenho Técnico
Parte I
Desenho Básico
Projeção Ortográfica
Cotagem
1 - Introdução
Desde épocas muito antigas, o desenho é uma forma importante de comunicação. E essa
representação gráfica trouxe grandes contribuições para a compreensão da História, porque, por
meio dos desenhos feitos pelos povos antigos, podemos conhecer as técnicas utilizadas por eles,
seus hábitos e até suas idéias.
Esses exemplos de representação gráfica são considerados desenhos artíscos. Embora não
seja artísco, o desenho técnico também é uma forma de representação gráfica, usada, entre outras
finalidades, para ilustrar instrumentos de trabalho, como máquinas, peças e ferramentas.
O desenho artístico reflete o gosto e a sensibilidade do artista que o criou, Já o desenho técnico,
ao contrário do artístico, deve transmitir com exatidão todas as características do objeto que
representa. Para conseguir isso, o desenhista deve seguir regras estabelecidas previamente,
chamadas de normas técnicas. Assim, todos os elementos do desenho técnico obedecem a
normas técnicas, ou seja, são normalizados. Cada área ocupacional tem seu próprio desenho
técnico, de acordo com normas específicas.
02
Desenho Técnico
O desenho técnico é uma forma de expressão gráfica que tem por finalidade a representação de
forma, dimensão e posição de objetos de acordo com as diferentes necessidades requeridas pelas
diversas modalidades de engenharia e também da arquitetura.
Na prática pode-se dizer que, para interpretar um desenho técnico, é necessário enxergar o que
não é visível e a capacidade de entender uma forma espacial a partir de uma figura plana é
chamada visão espacial.
Visão espacial é um dom que, em princípio todos têm, dá a capacidade de percepção mental das
formas espaciais. Perceber mentalmente uma forma espacial significa ter o sentimento da forma
espacial sem estar vendo o objeto.
Por exemplo, fechando os olhos pode-se ter o sentimento da forma espacial de um copo, de um
determinado carro, da sua casa etc..
Ou seja, a visão espacial permite a percepção (o entendimento) de formas espaciais, sem estar
vendo fisicamente os objetos.
Apesar da visão espacial ser um dom que todos têm, algumas pessoas têm mais facilidade para
entender as formas espaciais a partir das figuras planas.
A habilidade de percepção das formas espaciais a partir das figuras planas pode ser desen-
volvida a partir de exercícios progressivos e sistematizados.
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Desenho Técnico
No século XIX, com a explosão mundial do desenvolvimento industrial, foi necessário normalizar
a forma de utilização da Geometria Descritiva para transformá-la numa linguagem gráfica que, a
nível internacional, simplificasse a comunicação e viabilizasse o intercâmbio de informações
tecnológicas.
Nos dias de hoje a expressão “desenho técnico” representa todos os tipos de desenhos utiliza-
dos pela engenharia incorporando também os desenhos não-projetivos (gráficos, diagramas,
fluxogramas etc.).
Apesar da evolução tecnológica e dos meios disponíveis pela computação gráfica, o ensino de
Desenho Técnico ainda é imprescindível na formação de qualquer modalidade de engenheiro,
pois, além do aspecto da linguagem gráfica que permite que as idéias concebidas por alguém
sejam executadas por terceiros, o desenho técnico desenvolve o raciocínio, o senso de rigor
geométrico, o espírito de iniciativa e de organização.
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Desenho Técnico
• Desenho não-projetivo – na maioria dos casos corresponde a desenhos resultantes dos cálculos
algébricos e compreendem os desenhos de gráficos, diagramas etc.
Os desenhos projetivos compreendem a maior parte dos desenhos feitos nas indústrias e al-
guns exemplos de utilização são:
Pelos exemplos apresentados pode-se concluir que o desenho projetivo é utilizado em todas
as modalidades da engenharia e pela arquitetura. Como resultado das especificidades das
diferentes modalidades de engenharia, o desenho projetivo aparece com vários nomes que
correspondem a alguma utilização específica:
• Desenho Mecânico
• Desenho de Máquinas
• Desenho de Estruturas
• Desenho Arquitetônico
• Desenho Elétrico/Eletrônico
• Desenho de Tubulações
Mesmo com nomes diferentes, as diversas formas de apresentação do desenho projetivo têm
uma mesma base, e todas seguem normas de execução que permitem suas interpretações sem
dificuldades e sem mal-entendidos. Os desenhos não-projetivos são utilizados para
representação das diversas formas de gráficos, diagramas, esquemas, ábacos, fluxogramas,
organogramas etc..
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Desenho Técnico
Atualmente, na maioria dos casos, os desenhos são elaborados por computadores, pois existem
vários softwares que facilitam a elaboração e apresentação de desenhos técnicos.
Nas áreas de atuação das diversas especialidades de engenharias, os primeiros desenhos que
darão início à viabilização das idéias são desenhos elaborados à mão livre, chamados de esboços.
A partir dos esboços, já utilizando computadores, são elaborados os desenhos preliminares que
correspondem ao estágio intermediário dos estudos que são chamados de anteprojeto.
Para transformar o desenho técnico em uma linguagem gráfica foi necessário padronizar seus
procedimentos de representação gráfica. Essa padronização é feita por meio de normas técnicas
seguidas e respeitadas internacionalmente.
No Brasil as normas são aprovadas e editadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas
– ABNT, fundada em 1940.
Quando uma norma técnica proposta por qualquer país membro é aprovada por todos os países
que compõem a ISO, essa norma é organizada e editada como norma internacional.
As normas técnicas que regulam o desenho técnico são normas editadas pela ABNT, registra-
das pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) como
normas brasileiras -NBR e estão em consonância com as normas internacionais aprovadas pela
ISO.
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Desenho Técnico
Normas da ABNT
• NBR 10647 – DESENHO TÉCNICO – NORMA GERAL, cujo objetivo é definir os termos
empregados em desenho técnico. A norma define os tipos de desenho quanto aos seus aspectos
geométricos (Desenho Projetivo e Não-Projetivo), quanto ao grau de elaboração (Esboço,
Desenho Preliminar e Definitivo), quanto ao grau de pormenorização (Desenho de Detalhes e
Conjuntos) e quanto à técnica de execução (À mão livre ou utilizando Computador).
• NBR 10068 – FOLHA DE DESENHO LAY-OUT E DIMENSÕES, cujo objetivo é padronizar as
dimensões das folhas utilizadas na execução de desenhos técnicos e definir seu lay-out com suas
respectivas margens e legenda.
• NBR 10582 – APRESENTAÇÃO DA FOLHA PARA DESENHO TÉCNICO, que normaliza a
distribuição do espaço da folha de desenho, definindo a área para texto, o espaço para desenho
etc.. Como regra geral deve-se organizar os desenhos distribuídos na folha, de modo a ocupar toda
a área, e organizar os textos acima da legenda junto à margem direita, ou à esquerda da legenda
logo acima da margem inferior.
• NBR 13142 – DESENHO TÉCNICO – DOBRAMENTO DE CÓPIAS, que fixa a forma de
dobramento de todos os formatos de folhas de desenho: para facilitar a fixação em pastas, eles são
dobrados até as dimensões do formato A4.
• NBR 8402 – EXECUÇÃO DE CARACTERES PARA ESCRITA EM DESENHOS TÉCNICOS que,
visando à uniformidade e à legibilidade para evitar prejuízos na clareza do desenho e evitar a
possibilidade de interpretações erradas, fixou as características de escrita em desenhos
Técnicos. Neste livro, além das normas citadas acima, como exemplos, os assuntos
abordados nos capítulos seguintes estarão em consonância com as seguintes
normas da ABNT:
• NBR 8403 – APLICAÇÃO DE LINHAS EM DESENHOS – TIPOS DE LINHAS – LARGURAS DAS
LINHAS
• NBR10067 – PRINCÍPIOS GERAIS DE REPRESENTAÇÃO EM DESENHO TÉCNICO
• NBR 8196 – DESENHO TÉCNICO – EMPREGO DE ESCALAS
• NBR 12298 – REPRESENTAÇÃO DE ÁREA DE CORTE POR MEIO DE HACHURAS EM
DESENHO TÉCNICO
• NBR10126 – COTAGEM EM DESENHO TÉCNICO
• NBR8404 – INDICAÇÃO DO ESTADO DE SUPERFÍCIE EM DESENHOS TÉCNICOS
• NBR 6158 – SISTEMA DE TOLERÂNCIAS E AJUSTES
• NBR 8993 – REPRESENTAÇÃO CONVENCIONAL DE PARTES ROSCADAS EM DESENHO
TÉCNICO
Existem normas que regulam a elaboração dos desenhos e têm a finalidade de atender a uma
determinada modalidade de engenharia. Como exemplo, pode-se citar: a NBR 6409, que normaliza
a execução dos desenhos de eletrônica; a NBR 7191, que normaliza a execução de desenhos para
obras de concreto simples ou armado; NBR 11534, que normaliza a representação de engrenagens
em desenho técnico.
Uma consulta aos catálogos da ABNT mostrará muitas outras normas vinculadas à execução de
algum tipo ou alguma especificidade de desenho técnico.
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Desenho Técnico
FIGURAS GEOMÉTRICAS.
As figuras geométricas foram criadas a partir da observação das formas existentes na natureza
e dos objetos produzidos pelo homem.
PONTO
O ponto é a figura geométrica mais simples. Não tem dimensão, isto é, não tem comprimento,
nem largura, nem altura. Ele é considerado o elemento fundamental da geometria, porque todas as
outras figuras geométricas são formadas pôr conjuntos de pontos.
LINHA
Podemos ter uma idéia do que é linha, observando os fios que unem os Postes de eletricidade
ou o traço que resulta do movimento da ponta de um lápis sobre uma folha de papel.
Você pode imaginar a linha como um conjunto infinito de pontos dispostos sucessivamente. O
deslocamento de um ponto também gera uma linha.
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Desenho Técnico
Para se ter a idéia de linha reta, observe um fio bem esticado. A reta é ilimitada, isto é, não tem início
e nem fim. As retas são identificadas por letras minúsculas do alfabeto latino.
Semi-reta
Tomando um ponto qualquer de uma reta, dividimos a reta em duas partes, chamadas semi-retas. A
semi-reta sempre tem um ponto de origem, mas não tem fim.
Segmento de reta
Tomando dois pontos distintos sobre uma reta, obtemos um pedaço limitado de reta. A esse pedaço de
reta, limitado por dois pontos, chamamos segmento de reta. Os pontos que limitam o segmento de reta são
chamados de extremidades. No exemplo a seguir temos o segmento de reta CD, que é representado da
seguinte maneira: CD.
Plano
Podemos ter uma idéia do que é o plano observando uma parede ou o tampo de uma mesa.
Você pode imaginar o plano como sendo formado por um conjunto de retas dispostas sucessi-vamente
numa mesma direção ou como o resultado do deslocamento de uma reta numa mesma direção. O plano é
ilimitado, isto é, não tem começo nem fim. Apesar disso, no desenho, costuma-se representá-lo delimitado
por linhas fechadas:
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Desenho Técnico
A geometria, ramo da Matemática que estuda as figuras geométricas, preocupa-se também com a
posição que os objetos ocupam no espaço.
A reta e o plano com relação a linha do horizonte podem estar na posição vertical, horizontal ou inclinada.
Coincidentes - Todos os seus pontos são comuns. Perpendiculares - Retas concorrentes que formam entre
A B si um ângulo reto (90°)
r=s
m
r e s coincidentes °
90
n
Concorrentes - Possuem apenas um ponto em comum.
r
Paralelas - Retas que não possuem ponto em comum.
m
s
r e s concorrentes
n
Ângulo
É uma figura geométrica formada por duas semi-retas de mesma origem. É abertura dessas
duas semi-retas que chamamos de ângulo.
Uma das formas de medimos um ângulo consiste em dividir uma circunferência 360 partes
iguais.
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Desenho Técnico
PONTO MÉDIO: É o ponto pertencente ao segmento, que está à mesma distância das
extremidades, dividindo esse segmento em duas partes congruentes (partes iguais).
M = ponto médio
A M B
A B
mediatriz
ponto médio
A B
mediatriz
2
Bissetriz de um ângulo: é um segmento de reta que divide um ângulo em duas partes iguais.
Bissetriz
C O
Bissetriz
A D
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Desenho Técnico
Círculo e Circunferência
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Desenho Técnico
- 1º CASO:
- Dadas as retas AB e CD e o raio R.
- Trace uma reta perpendicular a cada reta dada.
- A uma distância R traça-se uma paralela a AB e outra paralela a CD.
- Determina-se o ponto 0, que é o encontro das duas retas,
que será o centro da circunferência procurada.
- 2º CASO:
- Mesma construção para ângulos obtusos.
- 3º CASO:
- Quando um ângulo das retas for reto.
- Traça-se um arco de raio R e centro em B, que corte as duas retas AB e BC.
- Com centros em T1 e T2 e com o mesmo raio, traçam-se dois arcos que se
cortam em 0 (centro do arco procurado).
A R
A
R
A
R
0 R C
T1 0
0 T1
R
R
B T2 T1
D D C B
B T2 T2
A B
1
2
3
4
5
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Desenho Técnico
Uma figura qualquer é plana quando todos os seus pontos situam-se no mesmo plano.
Linha poligonal aberta - Uma linha poligonal aberta é formada por segmentos de reta
consecutivos e não colineares, ou seja, segmentos de reta que não estão alinhados na mesma reta e
que não se fecham.
Os polígonos são figuras planas, fechadas formadas por segmentos de retas consecutivos e não
colineares e esse nome é originário do grego POLI (muitos) e GONO (ângulo) sendo, portanto, a figura
geométrica formada por muitos ângulos, ou seja, por uma linha poligonal fechada.
Região poligonal
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Desenho Técnico
Os polígonos podem ser Regulares quando os seus lados e ângulos internos são iguais e Irregulares
quando seus lados ou ângulos internos são desiguais. De acordo com o número de lados, os polígonos são
denominados:
Triângulos
Um triângulo pode ser classificado quanto aos lados e quanto aos ângulos.
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Desenho Técnico
Quadriláteros
Trapézios
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Desenho Técnico
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Desenho Técnico
Exercícios
1) Classifique os tipos de linhas abaixo:
d
p t s r
r m
m
A B n n
r=s s
R: R: R: R:
s t
R: R: R:
B
A
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Desenho Técnico
Exercícios
A B
D C D C
B B
R = 15 R = 20
D C
B
R = 10
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Desenho Técnico
Exercícios
7) Classifique e desenhe os polígonos de acordo com a sua descrição :
DESCRIÇÃO POLÍGONO DESENHO
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Desenho Técnico
Sólidos Geométricos
Você já sabe que todos os pontos de uma figura plana localizam-se no mesmo plano. Quando uma figura
geométrica tem pontos situados em diferentes planos, temos um sólido geométrico.
Analisando a ilustração abaixo, você entenderá bem a diferença entre uma figura plana e um sólido
geométrico.
Os sólidos geométricos tém três dimensões: comprimento, largura e altura. Embora existam infinitos
sólidos geométricos, apenas alguns, que apresentam determinadas propriedades, são estudados pela
geometria. Os sólidos que você estudará neste curso têm relação com as figuras geométricas planas
mostradas anteriormente.
Os sólidos geométricos são separados do resto do espaço por superfícies que os limitam. E essas
superfícies podem ser planas ou curvas.
Dentre os sólidos geométricos limitados por superfÌcies planas, estudaremos os prismas, o cubo e as
pirâmides. Dentre os sólidos geomÈtricos limitados por superfÌcies curvas, estudaremos o cilindro, o cone e
a esfera, que são também chamados de sólidos de revolução.
É muito importante que você conheça bem os principais sólidos geométricos porque, por mais
complicada que seja, a forma de uma peça sempre vai ser analisada como o resultado da combinação de
sólidos geométricos ou de suas partes.
Prismas
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Desenho Técnico
Note que a base desse prisma tem a forma de um retângulo ângulo. Por isso ele recebe o nome de prisma
retangular.
Dependendo do polígono que forma sua base, o prisma recebe uma denominação especÌfica. Por
exemplo: o prisma que tem como base o triângulo, é chamado prisma triangular.
Quando todas as faces do sólido geométrico são formadas por figuras geométricas iguais, temos um
sólido geométrico regular.
O prisma que apresenta as seis faces formadas por quadrados iguais recebe o nome de cubo.
Pirâmides
Sólidos de Revolução
Alguns sólidos geométricos, chamados sólidos de revolução, podem ser formados pela rotação de figu-
ras planas em torno de um eixo. Rotação significa ação de rodar, dar uma volta completa. A figura plana que
dá origem ao sólido de revolução chama-se figura geradora. A linha que gira ao redor do eixo formando
a superfície de revolução é chamada linha geratriz.
Cilindro
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Desenho Técnico
Cone
Esfera
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Desenho Técnico
Exercícios
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Desenho Técnico
Caligrafia técnica
Uma das mais importantes condições dos desenhos mecanicos é a caligrafia simples
perfeitamente legível e facilmente desenhável.
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Desenho Técnico
Exercícios
ABCDEFGHIJLMNOPQRSTUVXYZ
abcdefghijlmnopqrstuvxyz
0123456789 0123456789
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Desenho Técnico
Formatos de papel
O formato básico do papel, designado por A0 (A zero), é o retângulo cujos lados medem 841mm
e 1.189mm, tendo a área de 1m². Do formato básico, derivam os demais formatos.
A
25
Legenda
A
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Desenho Técnico
Legenda
A legenda deve ficar no canto inferior direito nos formatos A3, A2, A1 e A0, ou ao longo da largura
da folha de desenho no formato A4.
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Desenho Técnico
Dobragem
O formato de papel é o formato A4. Para isso, as folhas são dobradas convenientemente, segundo o
esquema abaixo:
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Desenho Técnico
Exercícios
1) Determine as medidas de acordo com os formatos
A3
A4
A1
A2
A0
30
Desenho Técnico
Exercícios
NOME
DA
ESCOLA
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Desenho Técnico
Tipos de linhas
O desenho de uma peça ou de um conjunto mecânico é construido por meio de linhas que reproduzem
a sua conformação externa e por linhas auxiliares que ajudam a construção e o entendimento do mesmo.
Corte Parcial
(continua estreita a
mão livre) Linha de Centro
(linha traço ponto estreita)
Linha Auxiliar
(linha contínua estreita)
Aresta não visível
(linha tracejada estreita)
20
Linha de Ruptura
(continua estreita a mão livre) Linha de Cota
(linha contínua estreita)
Hachura
(linha
Linha de Contorno continua
(linha continua larga)
630
estreita)
Cota
30
60
Plano de Corte
(linha traço e ponto estreita e larga nas
Linha de Simetria
(traço e ponto estreita) A extremidades)
45
25
10
A
15
40
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Desenho Técnico
Exercícios
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Desenho Técnico
Escalas
- escala natural 1 : 1
- escala de redução 1 : 5
- escala de ampliação 2 : 1
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Desenho Técnico
Exercícios
1:10
10 10
10
20
30
35
Desenho Técnico
Exercícios
Esc.: Esc.:
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Desenho Técnico
Exercícios
A - Ângulo Reto
( ) ( ) 1:5
B - Circunferências Secantes
C - Hexágono
( ) ( )
D - Escala de Ampliação
E - Triângulo Equilátero ( ) AB ( ) AB
Z - Retas Concorrentes ( )
NR - Nenhuma Resposta
( )
( )
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Desenho Técnico
Projeção Ortográfica
Para entender bem como é feita a projeção ortográfica você precisa conhecer três elementos: o
modelo, o observador e o plano de projeção.
Modelo - é o objeto a ser representado em projeção ortográfica. Qualquer objeto pode ser toma-
do como modelo: uma figura geométrica, um sólido geométrico, umapeça de máquina ou mesmo
um conjunto de peças.
Observador
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Desenho Técnico
Diedros
Considerando os planos vertical e horizontal prolongados além de suas interseções, como mostra
a Figura 3.1, dividiremos o espaço em quatro regiões chamadas de diedros. As quatro regiões são
numerados no sentido anti-horário, e denominados 1º, 2º, 3º, e 4º Diedros.
Assim, a partir dos princípios da Geometria Descritiva, as normas de Desenho Técnico fixaram
a utilização das projeções ortogonais somente pelos 1º e 3º diedros, criando pelas normas
internacionais dois sistemas para representação de peças:
39
Desenho Técnico
O uso de um ou do outro sistema dependerá das normas adotadas por cada país. Por exemplo,
nos Estados Unidos da América (USA) é mais difundido o uso do 3º diedro; nos países europeus é
mais difundido o uso do 1º diedro.
No Brasil é mais utilizado o 1º diedro, porém, nas indústrias oriundas dos USA, da Inglaterra e do
Japão, poderão aparecer desenhos representados no 3º Diedro.
Como as normas internacionais convencionaram, para o desenho técnico, o uso dos 1º e 3º die-
dros é importante a familiarização com os dois sistemas de representação.
Para serem denominadas vistas principais, as projeções têm de ser obtidas em planos perpen-
diculares entre si e paralelos dois a dois, formando uma caixa.
A Figura 3.3 mostra a peça circundada pelos seis planos principais, que posteriormente são
rebatidos de modo a se transformarem em um único plano. Cada face se movimenta 90º em relação à
outra.
40
Desenho Técnico
Em relação à posição da vista de frente, aplicando o princípio básico do 1º diedro, nos outros planos
de projeção resultam nas seguintes vistas:
A padronização dos sentidos de rebatimentos dos planos de projeção garante que no 1º diedro as
vistas sempre terão as mesmas posições relativas.
41
Desenho Técnico
Observe que não são colocados os nomes das vistas, bem como não aparecem as linhas de
limite dos planos de projeções.
É importante olhar para o desenho sabendo que as vistas, apesar de serem desenhos bidi-
mensionais, representam o mesmo objeto visto por diversas posições.
Com a consciência de que em cada vista existe uma terceira dimensão escondida pela projeção
ortogonal; partindo da posição definida pela vista de frente e sabendo a disposição final conven-
cionada para as outras vistas, é possível entender os tombos (rebatimentos) efetuados no objeto.
Outra conseqüência da forma normalizada para obtenção das vistas principais do 1º diedro é que
as vistas são alinhadas horizontalmente e verticalmente.
42
Desenho Técnico
Exercícios
1) Nomeie os círculos nas projeções de acordo com a perspectiva.
43
Desenho Técnico
Exercícios
2) Nomeie os círculos nas projeções de acordo com a perspectiva.
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Desenho Técnico
Exercícios
1) Procure analisar os rebatimentos de todas as superfícies que compõem cada peça
Abaixo, projetando as seis vistas, para isto utilize um formato A4 na posição de paisagem.
1 2
3 4
45
Desenho Técnico
Dificilmente será necessário fazer seis vistas para representar qualquer objeto. Porém, quaisquer
que sejam as vistas utilizadas, as suas posições relativas obedecerão às disposições definidas pelas
vistas principais.
Na maioria dos casos, o conjunto formado pelas vistas de frente, vista superior e uma das vistas
laterais é suficiente para representar, com perfeição, o objeto desenhado.
Em alguns casos, com auxílio de símbolos convencionais, é possível definir a forma da peça
desenhada com uma única vista.
Não importa o número de vistas utilizadas, o que importa é que o desenho fique claro e objetivo.
O desenho de qualquer peça, em hipótese alguma, pode dar margem a dupla interpretação.
O ponto de partida para determinar as vistas necessárias é escolher o lado da peça que será
considerado como frente. Normalmente, considerando a peça em sua posição de trabalho ou de
equilíbrio, toma-se como frente o lado que melhor define a forma da peça. Quando dois lados definem
bem a forma da peça, escolhe-se o de maior comprimento.
Feita a vista de frente faz-se tantos rebatimentos quantos forem necessários para definir a forma
da peça.
Na Figura 3.8, considerando como frente a direção indicada, as três vistas preferenciais do 1º
diedro são suficientes para representar o objeto. Observe no conjunto de seis vistas que as outras três
vistas, além de apresentarem partes ocultas, são desnecessárias na definição da forma do objeto.
46
Desenho Técnico
Exercício Resolvido
Na Figura 3.9, considerando a frente indicada no objeto, o conjunto formado pelas vistas de frente,
superior e lateral direita é o que melhor representa a peça. Na vista lateral esquerda aparecem linhas
tracejadas, que devem ser evitadas.
Quando a vista de frente for uma figura simétrica, conforme mostra a Figura 3.10, teoricamente
poderia utilizar qualquer uma das vistas laterais, porém deve-se utilizar a vista lateral esquerda para
compor o conjunto das vistas preferenciais.
É preciso ter muito cuidado com a escolha das vistas, porque o uso de vistas inadequadas pode
levar a soluções desastrosas.
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Desenho Técnico
A Figura 3.11 mostra que as duas vistas escolhidas em 3.11 (a) podem representar qualquer uma
das peças mostradas em 3.11 (b) se considerarmos os sentidos de observação indicados no
paralelepípedo.
Ainda que pareça que o problema está resolvido, a solução pode ser enganosa como é mostrado
na Figura 3.12. As duas vistas escolhidas em 3.12 (a) podem corresponder a qualquer uma das quatro
peças mostradas em 3.12 (b).
As vistas precisam ser escolhidas de modo que o desenho defina fielmente a forma da peça e
que, em hipótese nenhuma, dê margem a dupla interpretação.
Exercício Resolvido
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Desenho Técnico
Exercícios
1) Identifique e numere as projeções correspondentes a cada peça apresentada em
perspectiva.
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Desenho Técnico
Exercícios Propostos
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Desenho Técnico
Exercícios
2) Executar em esboço as vistas ortográficas principais (frontal, superior e lateral esquerda)
das peças dadas em perspectiva, respeitando as proporções.
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Desenho Técnico
Exercícios
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Desenho Técnico
Exercícios
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Desenho Técnico
Exercícios
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Desenho Técnico
Exercícios
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Desenho Técnico
Exercícios
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Desenho Técnico
Exercícios
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Desenho Técnico
Exercícios
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Desenho Técnico
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Desenho Técnico
As vistas principais são obtidas em seis planos perpendiculares entre si e paralelos dois a dois,
como se fosse uma caixa de vidro e, posteriormente, rebatidos de modo a formarem um único plano.
A Figura 3.14 mostra os rebatimentos dos planos que compõem a caixa de vidro, onde cada
plano se movimenta 90º em relação ao outro.
Deste modo, considerando o princípio básico e os rebatimentos dados aos planos de projeção,
têm-se as seguintes posições relativas das vistas:
60
Desenho Técnico
A Figura 3.15 mostra as vistas principais resultantes das projeções na caixa de vidro e também
os tombamentos que devem ser dados à peça para obter o mesmo resultado.
No 3° diedro as vistas mais utilizadas, que acabam se constituindo nas vistas preferenciais, são o conjunto
formado pelas vistas de frente, superior e lateral direita. A Figura 3.16 mostra as vistas principais e as vistas
preferenciais do 3º diedro.
Exercícios Resolvidos
Analise as projeções das peças abaixo e procure entender os rebatimentos convencionados para
o 3° diedro.
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Desenho Técnico
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Desenho Técnico
As figuras 3.18 e 3.19 fazem respectivamente a comparação dos sentidos dos rebatimentos dos
planos de projeções e dos tombamentos do objeto.
Observe que no 1º diedro, olha-se a peça por um lado e desenha-se o que se está vendo do outro
lado, enquanto no terceiro diedro, o que se está vendo é desenhado no próprio lado donde se está
olhando a peça.
Não se pode esquecer que cada projeção ortogonal representa o objeto em uma determinada
posição e, assim sendo, no 1º diedro qualquer projeção ortogonal corresponde àquilo que é visto pelo
outro lado da projeção que estiver ao seu lado. Da mesma forma, no 3º diedro qualquer projeção
ortogonal corresponde àquilo que é visto na direção da projeção que estiver ao seu lado.
Para facilitar o entendimento das inversões dos rebatimentos, as Figuras 3.20, 3.21 e 3.23 comparam
os rebatimentos do 1º e do 3° diedros.
63
Desenho Técnico
Para facilitar o entendimento das inversões dos rebatimentos, as Figuras 3.20, 3.21 e 3.23
comparam os rebatimentos do 1º e do 3° diedros.
Em função de uma maior utilização, deve ser dada maior ênfase no estudo dos rebatimentos
formados pelas vistas preferenciais. A Figura 3.23 mostra a comparação destes rebatimentos.
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Desenho Técnico
Na Figura 3.23, no 3º diedro, o objeto seria mais bem representado se fosse utilizado como frente
o lado de trás da peça porque eliminaria a linha tracejada na vista lateral direita.
Para facilitar a interpretação do desenho é recomendado que se faça a indicação do diedro utilizado
na representação. A indicação pode ser feita escrevendo o nome do diedro utilizado, como mostrado
na Figura 3.25 ou utilizando os símbolos da Figura 3.26.
Os desenhos seguintes mostram as três vistas que melhor representam a peça (conjunto de vistas
que têm o menor número possível de arestas invisíveis),mantendo a mesma vista de frente tanto no 1º
como no 3º diedros.
Observe que, para manter a mesma vista de frente nos dois diedros, foi necessário fugir das vistas
preferenciais em um deles.
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Desenho Técnico
PERSPECTIVA
A fotografia mostra um objeto do mesmo modo como ele é visto pelo olho humano, pois transmite a
idéia de três dimensões: comprimento, largura e altura.
O desenho, para transmitir essa mesma idéia, precisa recorrer a um modo especial de representação
gráfica: a perspectiva. Ela representa graficamente as três dimensões de um objeto em um único plano,
de maneira a transmitir a idéia de profundidade e relevo.
Existem diferentes tipos de perspectiva. Veja como fica a representação de um cubo em três tipos
diferentes de perspectiva:
Perspectiva Isométrica
Cada tipo de perspectiva mostra o objeto de um jeito. Comparando as três formas de representação,
você pode notar que a perspectiva isométrica é a que dá a idéia menos deformada do objeto.
Iso quer dizer mesma; métrica quer dizer medida. A perspectiva isomÈétrica mantém as mesmas
proporções do comprimento, da largura e da altura do objeto representado. Além disso, o traçado da
perspectiva isométrica é relativamente simples.
Em desenho técnico, é comum representar perspectivas por meio de esboços, que são desenho
feitos rapidamente a mão livre. Os esboços são muito útéis quando se deseja transmitir, de imediato, a
idéia de um objeto.
A perspectiva não é utilizada nas oficinas de fabricação porque deforma as superfícies e é dificil de
cotar. Além disso, a realizaçào dessas perspectivas exige um trabalho longo e minucioso. Elas são
utilizadas nos catálogos dos construtores para as peças de reposição.
A figura abaixo apresenta um exemplo de uma perspectiva. Podemos dizer que a vista está
detalhada. Separa os diferentes componentes de um sistema de bielas de um moto, enquanto se
respeita a posiçào relativa de montagem.
66
Desenho Técnico
Eixos Isométricos
O desenho da perspectiva isométrica é baseado num sistema de três semi-retas que têm o mesmo
ponto de origem e formam entre si três ângulos de 120°. Veja:
Esboço em Perspectiva
Qualquer que seja a forma da peça a ser desenhada, para se elaborar um esboço em perspectiva é
necessário desenhar, primeiramente, o paralelepípedo de referência.
Das perspectivas paralelas, o tipo mais adequado para se esboçar, com a finalidade de ajudar na
interpretação das projeções ortogonais, é a Perspectiva Isométrica.
Assim sendo, o desenho do paralelepípedo de referência deve começar pelos três eixos isomé-
tricos. No Passo 1 da Figura 4.17 vê-se que um dos eixos isométricos é traçado verticalmente e os
outros dois fazem um ângulo de 30° com uma linha horizontal.
Traçados os eixos isométricos, deve-se marcar sobre eles tamanhos proporcionais às medidas de
comprimento, largura e altura da peça representada nas projeções ortogonais. Seguindo as medidas
marcadas, traçam-se linhas paralelas aos eixos isométricos até obter o paralelepípedo de referência,
conforme aparece no Passo 2 da Figura 4.17.
67
Desenho Técnico
Exemplo:.
68
Desenho Técnico
Nos esboços em perspectivas o traçado das superfícies inclinadas não deve ser orientado pelo
ângulo de inclinação da superfície. A forma mais correta para traçar as superfícies inclinadas é marcar
o comprimento dos catetos, que determina a inclinação da superfície, nas arestas do paralelepípedo
de referência. A Figura 4.18 ilustra a elaboração do desenho do esboço em perspectiva contendo
superfícies inclinadas.
69
Desenho Técnico
Observação:
Como a circunferencia pode ser inscrista em um quadrado, este, ao ser perspectivado, transforma-se
em um losango, que terá uma elipse inscrita. Traçam-se os eixos isométricos X, Y e Z e marcam-se os
lados do quadrado no eixo. Tem-se agora o losango, onde são indicados os pontos médios dos lados E,
F, G e H.ligam-se os pontos A e C aos pontos médios. Com centro nos vértices A e C, traçam-se os arcos
GE e FH. Com os centros nos pontos I e J, traçam-se os arcos GF e EH, completando a elipse
isométrica.
Observe que, para completar a perspectiva de um sólido, será necessário outra circunferência, ou
arco, na face paralela e oposta a primeira, já traçada. Essa circunferência terá as mesmas dimensões e
seus vértices serão isométricamente coincidentes, ou seja, serão ligados por linhas paralelas a um dos
eixos isométricos (como a linha que liga os pontos E e E’ na figura a seguir, que é paralela ao eixo
vertical).
As duas circunferência em perspectiva serão ligadas por linhas que compõem faces do sólido
(seriam como os lados de um cilindro); estas linhas são tangentes aos arcos que compõem a
circunferência, e para definir sua posição basta ligar os pontos de interseção entre os arcos traçados e
as diagonais maiores dos quadrados isométricos (pontos 1 e 2).
70
Desenho Técnico
Como o círculo pode ser inscrito em um quadrado, conclui-se que um cilindro pode ser inscrito em
um paralelepípedo de base quadrada, conforme mostra a figura 4.20.
71
Desenho Técnico
Exercícios
a)
b)
72
Desenho Técnico
Exercícios
5) Desenhe no reticulado da direita a perspectiva isométrica do modelo representado
à esquerda.
Exercício
73
Desenho Técnico
Dimensionamento
O desenho técnico, além de representar, dentro de uma escala, a forma tridimensional, deve conter
informações sobre as dimensões do objeto representado. As dimensões irão definir as características
geométricas do objeto, dando valores de tamanho e posição aos diâmetros, aos comprimentos, aos
ângulos e a todos os outros detalhes que compõem sua forma espacial.
A forma mais utilizada em desenho técnico é definir as dimensões por meio de cotas que são
constituídas de linhas de chamada, linha de cota, setas e do valor numérico em uma determinada
unidade de medida, conforme mostra a Figura 6.1
As cotas devem ser distribuídas pelas vistas e dar todas as dimensões necessárias para viabilizar a
construção do objeto desenhado, com o cuidado de não colocar cotas desnecessárias.
As cotas devem ser colocadas uma única vez em qualquer uma das vistas que compõem o desenho,
localizadas no local que representa mais claramente o elemento que está sendo cotado, conforme
mostram as Figuras 6.2 e 6.3.
74
Desenho Técnico
Quando houver necessidade de utilizar outras unidades, além daquela predominante, o sím-
bolo da unidade deve ser indicado ao lado do valor da cota.
Na prática, a escolha das cotas ou a colocação de tolerâncias para limitar os erros dependerá
dos processos utilizados na fabricação do objeto e também da sua utilização futura.
A Figura 6.5 mostra que as dimensões do recorte que aparece na vista de frente pode ser cotado
valorizando o espaço retirado [Figura 6.5 (a)], ou pode ser cotado dando maior importância às
dimensões das partes que sobram após o corte [Figura 6.5 (b)].
75
Desenho Técnico
De acordo com as dimensões de maior importância, o construtor da peça fará o direcionamento dos
erros conseqüentes dos processos de fabricação e a opção por um dos tipos exemplificados na
Figura 6.5 será feita em função da utilização ou do funcionamento da peça.
Conforme já foi colocado na introdução deste capítulo, a meta é tratar o dimensionamento de obje-
tos somente com o objetivo de preparar os estudantes de engenharia para a elaboração de esboços
cotados.
a)
A Figura 6.6 mostra que tanto as linhas auxiliares (linhas de chamada), como as linhas de cota, são
linhas contínuas e finas. As linhas de chamadas devem ultrapassar levemente as linhas de cota e
também deve haver um pequeno espaço entre a linha do elemento dimensionado e a linha de
chamada.
As linhas de centro ou as linhas de contorno podem ser usadas como linhas de chamada, conforme
mostra a Figura 6.6 (b). No entanto, é preciso destacar que as linhas de centro ou as linhas de
contorno não devem ser usadas como linhas de cota.
Linha
Auxiliar
76
Desenho Técnico
De acordo com as dimensões de maior importância, o construtor da peça fará o direcionamento dos
erros conseqüentes dos processos de fabricação e a opção por um dos tipos exemplificados na
Figura 6.5 será feita em função da utilização ou do funcionamento da peça.
Conforme já foi colocado na introdução deste capítulo, a meta é tratar o dimensionamento de obje-
tos somente com o objetivo de preparar os estudantes de engenharia para a elaboração de esboços
cotados.
a)
A Figura 6.6 mostra que tanto as linhas auxiliares (linhas de chamada), como as linhas de cota, são
linhas contínuas e finas. As linhas de chamadas devem ultrapassar levemente as linhas de cota e
também deve haver um pequeno espaço entre a linha do elemento dimensionado e a linha de
chamada.
As linhas de centro ou as linhas de contorno podem ser usadas como linhas de chamada, conforme
mostra a Figura 6.6 (b). No entanto, é preciso destacar que as linhas de centro ou as linhas de
contorno não devem ser usadas como linhas de cota.
b)
O limite da linha de cota pode ser indicado por setas, que
podem ser preenchidas ou não, ou por traços inclinados,
conforme mostra a Figura 6.7. A maioria dos tipos de
desenho técnico utiliza as setas preenchidas. Os traços
inclinados são mais utilizados nos desenhos Arquitetônicos.
77
Desenho Técnico
c)
Havendo espaço disponível, as setas que limitam a linha
de cota ficam por dentro da linha de chamada com direções
divergentes, conforme são apresentadas nas cotas de 15,
20 e 58 da Figura 6.8. Quando não houver espaço suficiente,
as setas serão colocadas por fora da linha de cota com
direções convergentes, exemplificadas pelas cotas de 7, 8 e
12 também na Figura 6.8. Observe que a cota de 12 utiliza
como seu limite uma das setas da cota de 15.
d)
e)
Os elementos cilíndricos sempre são
dimensionados pelos seus diâmetros e
localizados pelas suas linhas de centro,
conforme mostra a figura 6.10.
f)
Para facilitar a leitura e a interpretação do desenho, deve-se evitar colocar cotas dentro dos
desenhos e, principalmente, cotas alinhadas com outras linhas do desenho, conforme mostra a
Figura 6.11.
78
Desenho Técnico
g)
Outro cuidado que se deve ter para melhorar a interpretação do desenho é evitar o cruzamento de
linha da cota com qualquer outra linha.
As cotas de menor valor devem ficar por dentro das cotas de maior valor, para evitar o cruzamento
de linhas de cotas com as linhas de chamada, conforme mostra a Figura 6.12.
h)
Sempre que possível, as cotas devem ser colocadas alinhadas, conforme mostram as Figuras
6.13 e 6.14.
79
Desenho Técnico
i)
Os números que indicam os valores das cotas devem ter um tamanho que garanta a legibilidade e
não podem ser cortados ou separados por qualquer linha. A Norma NBR 10126 da ABNT fixa dois
métodos para posicionamento dos valores numéricos das cotas.
• nas linhas de cota horizontais o número deverá estar acima da linha de cota, conforme mostra a figura
6.15 (a);
• nas linhas de cota verticais o número deverá estar à esquerda da linha de cota, conforme mostra a
figura 6.15 (a);
• nas linhas de cota inclinadas deve-se buscar a posição de leitura, conforme mostra a figura 6.15 (b).
Pelo segundo método, as linhas de cota são interrompidas e o número é intercalado no meio da linha
de cota e, em qualquer posição da linha de cota, mantém a posição de leitura com referência à base da
folha de papel, conforme mostra a Figura 6.16.
80
Desenho Técnico
j)
As Figuras 6.17 (a) e (b) mostram, respectivamente, a cotagem de ângulos pelos dois métodos
normalizados pela ABNT. A linha de cota utilizada na cotagem de ângulos é traçada em arco cujo centro
está no vértice do ângulo.
l)
Para melhorar a leitura e a interpretação das cotas dos desenhos são utilizados símbolos para
mostrar a identificação das formas cotadas, conforme mostra a tabela 6.1.
81
Desenho Técnico
m)
Quando a forma do elemento cotado estiver claramente definida, os símbolos podem ser omitidos,
conforme mostram as Figuras 6.19 (a) e (b).
Tipos de Cotagem
a) Cotagem em Cadeia
As cotas podem ser colocadas em cadeia ( cotagem em série), na qual as cotas de uma mesma
direção são referenciadas umas nas outras, como mostram as Figuras 6.20 (a) e (b), ou podem ser
colocadas tendo um único elemento de referência, como mostram as Figuras 6.21 (a) e (b).
Na cotagem em série, mostrada nas Figuras 6.20 (a) e (b), durante os processos de fabricação da
peça, ocorrerá a soma sucessiva dos erros cometidos na execução de cada elemento cotado.
82
Desenho Técnico
b) Cotagem em Paralelo
A cotagem mostrado nas Figuras 6.21 (a) e (b) como todas as cotas, de uma determinada direção,
são referenciadas ao mesmo elemento de referência, não ocorrerá a soma dos erros cometidos na
execução de cada cota.
A cotagem por elemento de referência, mostrada nas Figuras 6.21 (a) e (b), é chamada de cotagem
em paralelo.
c) Cotagem em Aditiva
Outro tipo de cotagem por elemento de referência é a cotagem aditiva. A cotagem aditiva é uma
variação simplificada da cotagem em paralelo, que pode ser usada onde houver problema de espaço.
Na prática a cotagem aditiva não é muito utilizada porque existe a possibilidade de dificultar a
interpretação do desenho e conseqüentemente gerar problemas na construção da peça. A Figura 6.22
mostra o desenho da Figura 6.21 (b) utilizando cotagem aditiva ao invés da cotagem em paralelo.
83
Desenho Técnico
Para definir um elemento angular são necessárias pelo menos duas cotas, informando os
comprimentos de seus dois lados ou o comprimento de um dos seus lados associados ao valor de um
dos seus ângulos, conforme mostra a Figura 6.25 (a). Quando o valor do ângulo for 45°, resultará em
ângulos iguais e lados iguais e, nesta situação, pode-se colocar em uma única linha de cota o valor dos
dois lados ou de um lado associado ao ângulo, como mostra a Figura 6.25 (b).
84
Desenho Técnico
Da mesma forma, os cantos vivos dos furos também são quebrados com pequenas superfícies
inclinadas, que no caso dos furos são chamadas deescareados. A cotagem dos escareados segue os
princípios da cotagem de elementos angulares e está exemplificada na Figura 6.27
85
Desenho Técnico
Os espaçamentos eqüidistantes angulares podem ser cotados indicando somente o valor do ân-
gulo de um dos espaços e da quantidade de elementos, conforme mostra a Figura 6.28 (b).
Quando os espaçamentos não forem eqüidistantes, será feita a cotagem dos espaços, indicando a
quantidade de elementos, conforme mostram as Figuras 6.29 (a) e (b).
Sabendo que as vistas em Meio Corte só podem ser utilizadas para representar objetos simétricos,
conclui-se que a metade que aparece cortada também existe no lado não cortado e vice-versa.
86
Desenho Técnico
Exercícios
87
1) Utilizando a perspectiva abaixo, desenhe as projeções ortogonais necessárias e a
cotagem da peça. Exercutar o desenho na escala 1:1.
88
2) Utilizando a perspectiva abaixo, desenhe as projeções ortogonais necessárias e a
cotagem da peça. Exercutar o desenho na escala 1:1.
89
3) Utilizando a perspectiva abaixo, desenhe as projeções ortogonais necessárias e a
cotagem da peça. Exercutar o desenho na escala 1:2.
90
4) Utilizando a perspectiva abaixo, desenhe as projeções ortogonais necessárias e a
cotagem da peça. Exercutar o desenho na escala 1:2.5
91
5) Utilizando a perspectiva abaixo, desenhe as projeções ortogonais necessárias e a
cotagem da peça. Exercutar o desenho na escala 1:2
92
6) Utilizando a perspectiva abaixo, desenhe as projeções ortogonais necessárias e a
cotagem da peça. Exercutar o desenho na escala 1:2
93
Apostila de Desenho Técnico
Parte II
Cortes e Seções
Vistas Especiais
Tolerância e Acabamento
Cortes
Mas, nem sempre é possível aplicar cortes reais nos objetos, para
seu estudo.
95
Desenho Técnico
Superfícies atingidas
pelo corte: represen-
tam a parte maciça.
96
Desenho Técnico
Hachuras
97
Desenho Técnico
Corte Total
Corte total é aquele que atinge a peça em toda a sua extensão. Veja.
98
Desenho Técnico
99
Desenho Técnico
Omissão de Corte
100
1) Desenhe a vistas frontal e superior das peça abaixo, aplicando o corte total na vista
frontal. Faça também a cotagem.
101
2) Desenhe a vistas frontal e superior das peça abaixo, aplicando o corte total na vista
frontal. Faça também a cotagem.
102
3) Desenhe a vistas frontal e superior das peça abaixo, aplicando o corte total na vista
frontal. Faça também a cotagem.
103
Desenho Técnico
104
1) Desenhe a vistas frontal e a vista lateral esquerda da peça abaixo, aplicando o corte
em desvio na lateral esquerda. Faça também a cotagem.
105
2) Desenhe a vistas frontal e a vista superior esquerda da peça abaixo, aplicando o
corte em desvio na vista frontal. Faça também a cotagem.
106
Desenho Técnico
Exemplo de aplicação
107
1) Desenhe as vistas das peças abaixo utilizando o corte em desvio por planos
concorrentes. Hachurie e faça a cotagem.
108
2) Desenhe as vistas das peças abaixo utilizando o corte em desvio por planos
concorrentes. Hachurie e faça a cotagem.
109
Desenho Técnico
Meio Corte
110
1) Desenhe a vista frontal e a superior da peça abaixo, utilizando o meio-corte na vista
frontal. Faça a cotagem.
111
1) Desenhe em vista única aplicando meio-corte na vista frontal. Faça a cotagem.
112
Desenho Técnico
Corte Parcial
113
1) Desenhe em vista única aplicando corte parcial na vista frontal. Faça a cotagem.
114
2) Desenhe a vista frontal e a vista superior aplicando corte parcial na vista superior.
Faça a cotagem.
115
Desenho Técnico
116
Desenho Técnico
Seção
117
Desenho Técnico
118
Desenho Técnico
Seções enegrecidas
119
1)Desenhe as peças abaixo em vista única, utilizando o recurso da seção fora da vista e
faça a cotagem.
120
Desenho Técnico
Encurtamentos
121
Desenho
Desenho Técnico
Técnico
122
123
Desenho Técnico
Detalhe Ampliado
124
Desenho Técnico
Vistas Auxiliares
125
1)Desenhe a peça abaixo em vista frontal uma vista auxiliar, aplique também um corte
parcial para mostrar o furo rebaixado de 30mm.
126
Desenho Técnico
Meia Vista
127
Desenho Técnico
128
129
Desenho Técnico
Vistas Parciais
130
1) Represente a peça abaixo em vista única. Na vista frontal deve ser aplicado um corte
parcial a fim de representar o furo de 16mm com profundidade de 15mm. Aplique,
também, a vista parcial onde aparece o furo de 10mm.
131
1) Represente a peça abaixo em vista única, cortada no sentido longitudinal (corte total).
Aplique a vista parcial para representar a orelha.
132
Desenho Técnico
Vista Simplificada
133
1)Desenhe o modelo abaixo em vista única com corte total, utilize também a vista
simplificada para representar os furos, faça a cotagem.
134
Desenho Técnico
Tolerância dimensional
É muito difícil executar peças com as medidas rigorosamente exatas porque todo processo de
fabricação está sujeito a imprecisões. Sempre acontecem variações ou desvios das cotas indicadas
no desenho. Entretanto, é necessário que peças semelhantes, tomadas ao acaso, sejam inter-
cambiáveis, isto é, possam ser substituídas entre si, sem que haja necessidade de reparos e ajustes.
A prática tem demonstrado que as medidas das peças podem variar, dentro de certos limites, para
mais ou para menos, sem que isto prejudique a qualidade. Esses desvios aceitáveis nas medidas
das peças caracterizam o que chamamos de tolerância dimensional.
Afastamentos
Os afastamentos são desvios aceitáveis das dimensões nominais, para mais ou menos, que
permitem a execução da peça sem prejuízo para seu funcionamento e intercambiabilidade. Eles
podem ser indicados no desenho técnico como mostra a ilustração a seguir:
+0.28
+0.18
Ø20
Neste exemplo, a dimensão nominal do diâmetro do pino é 20 mm. Os afastamentos são: + 0,28 mm
(vinte e oito centésimos de milímetro) e + 0,18 mm (dezoito centésimos de milímetro). O sinal + (mais) indica
que os afastamentos são positivos, isto é, que as variações da dimensão nominal são para valores maiores.
O afastamento de maior valor (0,28 mm, no exemplo) é chamado de afastamento superior; o de menor
valor (0,18 mm) é chamado de afastamento inferior. Tanto um quanto outro indicam os limites máximo e
mínimo da dimensão real da peça.
Somando o afastamento superior à dimensão nominal obtemos a dimensão máxima, isto é, a maior medida
aceitável da cota depois de executada a peça. Então, no exemplo dado, a dimensão máxima do diâmetro
corresponde a: 20 mm + 0,28 mm = 20,28 mm.
Somando o afastamento inferior à dimensão nominal obtemos a dimensão mínima, isto é, a menor medida
que a cota pode ter depois de fabricada. No mesmo exemplo, a dimensão mínima é igual a 20 mm + 0,18 mm,
ou seja, 20,18 mm.
Assim, os valores: 20,28 mm e 20,18 mm correspondem aos limites máximo e mínimo da dimensão do
diâmetro da peça. Depois de executado, o diâmetro da peça pode ter qualquer valor dentro
desses dois limites.
A dimensão encontrada, depois de executada a peça, é a dimensão efetiva ou real; ela deve estar dentro
dos limites da dimensão máxima e da dimensão mínima.
135
Desenho Técnico
Tolerância
136
Desenho Técnico
Ajustes
Para entender o que são ajustes precisamos antes saber o que são eixos e furos de peças. Quando
falamos em ajustes, eixo é o nome genérico dado a qualquer peça, ou parte de peça, que funciona
alojada em outra. Em geral, a superfície externa de um eixo trabalha acoplada, isto é, unida à
superfície interna de um furo. Veja, a seguir, um eixo e uma bucha. Observe que a bucha está em corte para
mostrar seu interior que é um furo.
Eixos e furos de formas variadas podem funcionar ajustados entre si. Dependendo da função do
eixo, exis-tem várias classes de ajustes.
Quando o afastamento superior do eixo é menor ou igual ao afastamento Inferior do furo, temos um
ajuste com folga. Ou seja, o eixo se encaixa no furo de modo a deslizar ou girar livremente.
Neste tipo de ajuste o afastamento superior do furo é menor ou igual ao afastamento inferior do ei-
xo. Ou seja, o eixo se encaixa no furo com certo esforço, de modo a ficar fixo, temos um ajuste com
interferência.
137
Desenho Técnico
Ajuste incerto
É o ajuste intermediário entre o ajuste com folga e o ajuste com interferência. Neste caso, o
afastamento superior do eixo é maior que o afastamento inferior do furo, e o afastamento superior do
furo é maior que o afastamento inferior do eixo.
O sistema ISO consiste num conjunto de princípios, regras e tabelas que possibilita a escolha
racional de tolerâncias e ajustes de modo a tornar mais econômica a produção de peças mecânicas
intercambiáveis. Este sistema foi estudado, inicialmente, para a produção de peças mecânicas com
até 500 mm de diâmetro; depois, foi ampliado para peças com até 3150 mm de diâmetro. Ele
estabelece uma série de tolerâncias fundamentais que determinam a precisão da peça, ou seja, a
qualidade de trabalho, uma exigência que varia de peça para peça, de uma máquina para outra.
A norma brasileira prevê 18 qualidades de trabalho. Essas qualidades são identificadas pelas le-
tras: IT seguidas de numerais. A cada uma delas corresponde um valor de tolerância. Observe, no
quadro abaixo, as qualidades de trabalho para eixos e furos:
A letra I vem de ISO e a letra T vem de tolerância; os numerais: 01, 0, 1, 2,... 16, referem-se às 18
qualidades de trabalho; a qualidade IT 01 corresponde ao menor valor de tolerância. As qualidades 01
a 3, no caso dos eixos, e 01 a 4, no caso dos furos, estão associadas à mecânica extraprecisa. É o
caso dos calibradores, que são instrumentos de alta precisão. Eles servem para verificar se as
medidas das peças produzidas estão dentro do campo de tolerância especificado. Veja:
138
Desenho Técnico
Peças que funcionam acopladas a outras têm, em geral, sua qualidade estabelecida entre IT 4 e IT
11, se forem eixos; já os furos têm sua qualidade entre IT 5 e IT 11. Essa faixa corresponde à mecânica
corrente, ou mecânica de precisão.
O campo de tolerância, é o conjunto de valores aceitáveis após a execução da peça, que vai da
dimensão mínima até a dimensão máxima.
A tolerância do eixo vem indicada por h7. O numeral 7 é indicativo da qualidade de trabalho e, no
caso, corresponde à mecânica corrente. A letra h identifica o campo de tolerância.
O sistema ISO estabelece 28 campos de tolerâncias, identificados por letras do alfabeto latino.
Cada letra está associada a um determinado campo de tolerância. Os campos de tolerância para eixo
são representados por letras minúsculas, como mostra a ilustração a seguir:
Volte a examinar o desenho técnico do furo. Observe que a tolerância do furo vem indicada por H7.
O numeral 7 mostra que a qualidade de trabalho é a mesma do eixo analisado anteriormente. A letra H
identifica o campo de tolerância.
139
Desenho Técnico
Imagine que este desenho representa parte de uma máquina com vários furos, onde são acoplados
vários eixos. Note que todos os furos têm a mesma dimensão nominal e a mesma tolerância H7; já as
tolerâncias dos eixos variam: f7, k6, p6. A linha zero, que você vê representada no desenho, serve
para indicar a dimensão nominal e fixar a origem dos afastamentos. No furo A, o eixo A ’ deve girar com
folga, num ajuste livre; no furo B, o eixo B ’ deve deslizar com leve aderência, num ajuste incerto; no
furo C, o eixo C ’ pode entrar sob pressão, ficando fixo.
Para obter essas três classes de ajustes, uma vez que as tolerâncias dos furos são constantes,
devemos variar as tolerâncias dos eixos, de acordo com a função de cada um. Este sistema de ajuste,
em que os valores de tolerância dos furos são fixos, e os dos eixos variam, é chamado de sistema furo-
base. Este sistema também é conhecido por furo padrão ou furo único. Veja quais são os sistemas
furo-base recomendados pela ABNT a seguir:
A letra H representa a tolerância do furo base e o numeral indicado ao lado indica a qualidade da mecânica.
Sistema eixo-base
Imagine que o próximo desenho representa parte da mesma máquina com vários furos, onde são
acoplados vários eixos, com funções diferentes. Os diferentes ajustes podem ser obtidos se as
tolerâncias dos eixos mantiverem-se constantes e os furos forem fabricados com tolerâncias
variáveis. Veja:
O eixo A ’ encaixa-se no furo A com folga; o eixo B ’ encaixa-se no furo B com leve aderência; o eixo C ’
encaixa-se no furo C com interferência.
140
Desenho Técnico
Entre os dois sistemas, o furo-base é o que tem maior aceitação. Uma vez fixada a tolerância
do furo, fica mais fácil obter o ajuste recomendado variando apenas as tolerâncias dos eixos.
Quando a tolerância vem indicada no sistema ABNT/ISO, os valores dos afastamentos não são
expressos diretamente. Por isso, é necessário consultar tabelas apropriadas para identificá-los.
O diâmetro interno do furo representado neste desenho é 40 H7. A dimensão nominal do diâmetro
do furo é 40 mm. A tolerância vem representada por H7; a letra maiúscula H representa tolerância de
furo padrão; o número 7 indica a qualidade de trabalho, que no caso corresponde a uma mecânica de
precisão.
A tabela que corresponde a este ajuste tem o título de: Ajustes recomendados sistema furo-base
H7. A primeira coluna - Dimensão nominal - mm - apresenta os grupos de dimensões de 0 até 500
mm. No exemplo, o diâmetro do furo é 40 mm. Esta medida situa-se no grupo de dimensão nominal
entre 30 e 40. Logo, os valores de afastamentos que nos interessam encontram-se na 9ª linha da
tabela, reproduzida abaixo:
141
Desenho Técnico
142
Desenho Técnico
143
Desenho Técnico
144
Desenho Técnico
Exercícios
1
~
O QUE E DIMENSAO EFETIVA:
H7
~
10
QUAL A DIMENSAO NOMINAL:
2
~
+0.010
-0.005
~
QUAL A DIMENSAO MINIMA
Ø30
Ø30
Ø10
Ø10
^
QUAL A TOLERANCIA DO EIXO
145
Desenho Técnico
Exercícios
10) A variação entre a dimensão máxima e a dimensão mínima, denomina-se:
(a) Ajuste com folga (c) Desvio (e) Ajuste com interferência
(b) Ajuste incerto (d) Tolerância
+0.007 0.000
11) Com base no ajuste indique o valor da tolerância.30 K7 / h6. Dados: K 7 -0.018 h6 -0.016
146
Desenho Técnico
ACABAMENTO
RUGOSIDADE
147
Desenho Técnico
SINAIS DE RUGOSIDADE
148
Desenho Técnico
149
Desenho Técnico
150
Desenho Técnico
Exemplos de aplicação
151
Desenho Técnico
152
Desenho Técnico
153
Desenho Técnico
154