Estatuto Do Indigenato
Estatuto Do Indigenato
Estatuto Do Indigenato
I semestre 2023
História de Direito de Moçambique
Tema:
Estado Novo: Estatuto do Indigenato
I semestre 2023
História de Direito de Moçambique
Tema:
Estado Novo: Estatuto do Indigenato
Discentes:
Anifa Zacarias
Helena Eduardo
Kassia Rosa
Miriamo Chaleca
Pedro Mário
Capítulo I: Introdução.......................................................................................................................1
1. Introdução.....................................................................................................................................1
1.2. Objecivos...................................................................................................................................1
1.2.1. Objectivo geral.......................................................................................................................1
1.2.2. Objectivos específicos............................................................................................................1
1.3. Metodologia de Pesquisa...........................................................................................................1
Capítulo II: revisão de literatura.......................................................................................................2
I - Estatuto do indegenato do Estado Novo......................................................................................2
1. Noções preliminares.....................................................................................................................2
1.1. Estado Novo..............................................................................................................................2
2. Características do Estado novo.....................................................................................................3
2.1. Corporativismo..........................................................................................................................3
2.2. Antiparlamentarismo e antipartidarismo...................................................................................3
2.3. Concentração de poderes no Presidente do Conselho de Ministros..........................................3
3. Decadência do Estado novo..........................................................................................................4
4. Estatuto do indigenato..................................................................................................................4
5. Estatuto dos Indígenas Portugueses das Províncias da Guine, Angola e Moçambique...............6
5.1. estado de indígena de acordo com o Estudo do indigenato.......................................................7
5.2. Noção e capacidade jurídica do indígena..................................................................................7
6. Cidadania originária e cidadania derivada (assimilação).............................................................8
6.1. Situação jurídica dos indígenas................................................................................................8
6.1. Indígena como mão de obra......................................................................................................9
7. Extinção da condição de indígena e aquisição da Cidadania.....................................................10
Capítulo III: Revisão de Literatura.................................................................................................12
1. Colusão.......................................................................................................................................12
2. Referências bibliográficas..........................................................................................................13
Capítulo I: Introdução
1. Introdução
1.2. Objecivos
1. Noções preliminares
2
2. Características do Estado novo
2.1. Corporativismo
O Estado Novo foi considerado pelos seus ideólogos como um "Estado corporativo",
definindo-se oficialmente como uma "República Corporativa", devido à forma republicana de
governo e à vertente doutrinária e normativa corporativista, refletida no edifício das leis
(Constituição política, Estatuto do Trabalho Nacional e numerosa legislação avulsa) e na
configuração do próprio Estado (Câmara Corporativa, Corporações, Ministério das Corporações,
Instituto Nacional do Trabalho e Previdência, Sindicatos Nacionais de direito público, Grémios
Nacionais, Grémios da Lavoura, Casas do Povo, Casas dos Pescadores, Comissões Reguladoras,
etc.). Salazar considerou o corporativismo como a faceta do seu regime com maiores
potencialidades futuras, mas a sua implantação prática foi muito gradual e, sobretudo, obedeceu a
um padrão de "corporativismo de Estado" e não a um figurino de "corporativismo de associação",
que poderia ter conferido um maior papel à iniciativa privada e à autorregulação da sociedade
civil. (CARVALHO, 2018)
4. Estatuto do indigenato
O Estatuto do Indígena ou Estatuto do indigenato é o termo utilizado para definir os direitos,
mas sobretudo os deveres, dos indígenas das colónias portuguesas, expressos em vários diplomas
legais. O primeiro foi o Estatuto Político, Social e Criminal dos Indígenas de Angola e
Moçambique, de 1926, o Acto Colonial de 1930, a Carta Orgânica do Império Colonial Português
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e Reforma Administrativa Ultramarina, de 1933 e finalmente o Estatuto dos Indígenas
Portugueses das Províncias da Guiné, Angola e Moçambique, aprovado por Decreto-lei de 20 de
Maio de 1954, e que era uma lei que visava a "assimilação" dos indígenas na cultural colonial
(ocidental).
O estatuto foi abolido em 1961 por efeito do Decreto-Lei n.º 43893, de 6 de setembro no
ensejo das reformas introduzidas por Adriano Moreira quando foi Ministro do Ultramar, com o
objectivo de permitir aos indígenas um acesso mais fácil e abrangente à cidadania portuguesa e
aos direitos a ela inerentes. (AGUIAR, 1910)
Até à introdução do Estatuto e, de uma forma geral, os indígenas não tinham virtualmente
nenhuns direitos civis, ou jurídicos, nem cidadania. Com a nova lei ficavam estabelecidos três
grupos populacionais: os indígenas, os assimilados e os brancos. Para a passagem era necessário
demonstrar um conjunto de requisitos (como saber ler e escrever, vestirem e professarem a
mesma religião que os portugueses e manterem padrões de vida e costumes semelhantes aos
europeus, por exemplo) que os indígenas teriam de alcançar para obter o estatuto de "assimilado"
e poderem usufruir direitos que estavam vedados aos indígenas não assimilados.
Segundo TJIPILICA (2014), o estatuto do indigenato foi regulado de forma geral pela base
18.ª anexa à Lei n.º 277 de 15 de agosto de 1914, que organizou a administração civil das
províncias ultramarinas. Essa base estabelecia as seguintes regras gerais para o estatuto civil,
político e criminal dos indígenas: “protecção nos seus actos e contratos”; regulação das “relações
civis entre eles” pelos seus “usos e costumes privativos”; ausência de “direitos políticos em
relação a instituições de carácter europeu”; “especial consideração os seus usos e costumes
privativos” na “definição e punição dos crimes, delitos e contravenções”; administração da justiça
por “funcionários ou tribunais especiais, ou chefes administrativos assistidos de grandes
(indígenas), letrados conhecedores da lei especial ou outros indivíduos de respeito e consideração
no seu meio”; disposições de processo civil e criminal “adequadas às condições especiais da vida
do indígena”; e “codificação dos usos e costumes dos indígenas” para segurança do direito. Em
suma, o estatuto pessoal do indigenato envolvia:
Este autor avança em dizer que a base 16.ª anexa à mesma Lei atribuía ao Governador-Geral ou
Governador de Província as competências de “dirigir as relações políticas com os chefes
indígenas e agrupamentos sob a sua dependência”, “definir e regular o estatuto civil, político e
criminal desses indígenas”, “lançar o imposto denominado indígena” e promover “a sua instrução
e progresso”. Nos termos desta Lei, o estatuto do indigenato era extensivo a todas as províncias
ultramarinas, mas diferia nas diversas províncias, e eventualmente mesmo dentro de cada uma,
em função do grau de desenvolvimento dos respectivos povos de cultura não europeia.
A regulamentação dos princípios gerais contidos nestas bases exige que sejam alterados
alguns dos preceitos dos chamados «Estatuto Político, Civil e Criminal dos Indígenas» e
«Diploma Orgânico das Relações de Direito Privado entre Indígenas e não Indígenas» Decretos
n.º 16.473 e 16.474, de 6 de Fevereiro de 1929), que, por outro lado, haveria ja anteriormente
conveniência em modificar e aditar em parte, a fim de uniformizar procedimentos, extinguir
regimes locais inadequados e alargar o âmbito das reformas. Com efeito, em leis gerais de
carácter fundamental, como o Acto Colonial, a Carta Orgânica do Império Colonial Português e a
pr6pria Constituição Política, algumas das regras contidas no estatuto e no diploma Orgânico
foram gradualmente aperfeiçoados, ao mesmo tempo que outros diplomas como Decreto n.º
35.461, de 22 de Janeiro de 1946, sobre o casamento enunciavam preceitos que bem caberiam no
6
estatuto. Acresce que certas matérias importantes, entre as quais a aquisição da cidadania por
antigos indígenas, eram reguladas apenas em textos locais, falhos de homogeneidade.
7
dos cidadãos portugueses. Consideram-se igualmente indígenas os indivíduos nascidos de pai e
mãe indígena é locais estranhos àquela província para qual se tem um deslocado.
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requerida pelo interessado ou aceita pelo juiz com limitação de algumas das espécies de relações
indicadas neste artigo.
Segundo o Decreto 951 de 15 de Outubro de 1914, “Todo o indígena válido das colónias
portuguesas fica sujeito à obrigação moral e legal de, por meio do trabalho, prover ao seu
sustento e de melhorar sucessivamente a sua condição social” (artigo 1.º) e se “não tiver
domicílio certo, nem meios de subsistência, nem exercer habitualmente alguma profissão, ofício
ou outro mestre em que ganhe a sua vida”, “será julgado pelo curador de serviçais e colonos,
administrador do respectivo concelho ou circunscrição civil, ou capitão-mor respectivo, conforme
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os casos”. Sendo condenado, “será entregue à autoridade administrativa, que lhe poderá fornecer
trabalho pelo período que entender conveniente” (artigo 2.º).
A prova dos fatos referidos neste artigo era feita segundo a lei, mas os requisitos das alíneas b), c)
e d) Podem também provar-se por meio de certificados dos administradores dos conselhos ou
circunscrições em que o indivíduo tenha residido nos últimos três anos. Para a prova do bom
comportamento, para Além deste atestado, e também necessária certidão do seu registo criminal
para a comprovação de que o indivíduo não sofreu nenhuma condenação maior ou condenação
que corresponde a uma pena correcional.
A condição de indígena extingue-se sempre isso pela condição de não indígena (estado de
cidadão). A aquisição da cidadania pode sempre revestir formas diversas que podem agrupar-se
da seguinte maneira:
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demonstrado que o indígena reúne todos os requisitos necessários ou essenciais à
aquisição da cidadania mencionados no art. 56 do Estatuto do Indigenato.
b) Forma automática de aquisição da cidadania: esta forma é regulada pelo artigo 60 do
Estatuto. Segundo esta forma, o bilhete de identidade será passado sem dependência do
despacho a que se refere o número 2 do artigo 59, e, portanto, sem processo
administrativo a quem apresentar o documento comprovativo de alguma das
circunstâncias enunciadas no artigo do Estatuto do indigenato.
c) Forma graciosa de aquisição da cidadania: através desta forma adquire-se a cidadania
através da Conceição dos governos das províncias ultramarinas neste caso, o governo da
província Moçambicana, Angolana e Guinesa
A mulher indígena casada com indivíduo que adquira a cidadania nos termos do artigo 56 do
Estatuto e os filhos legítimos ou ilegítimos perfilhados, menores de 18 anos, que vivam sob a
direcção do pai à data daquela aquisição, podem também adquirir a cidadania desde que tenham
os requisitos das alíneas b) e d).
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Capítulo III: Revisão de Literatura
1. Colusão
Este trabalho abordou a matéria inerente ao Estado novo, mais concretamente sobre o
estatuto do indigenato. Ao fim deste concluímos que Estado Novo foi o regime político ditatorial,
autoritário, autocrata e corporativista de Estado que vigorou em Portugal a partir de 1933.
Estatuto do indigenato é o termo utilizado para definir os direitos, mas sobretudo os deveres, dos
indígenas das colónias portuguesas, expressos em vários diplomas legais. O Estatuto indígenato
distinguia a cidadania originária da cidadania derivada, a primeira nunca se perde, ao passo que a
segunda é passiva de perda nos termos do artigo 64 do Estatuto do indígena, segundo o qual, a
cidadania reconhecida nos termos do artigo 58 e 60 do Estatuto pode ser revogada.
Os indígenas estavam sujeitos aos costumes próprios de sua região, no entanto, o estatuto
do indígenato permitia que a lei comum fosse aplicada caso o indígena optasse por esta nas
situações descritas pela lei. Relativamente ao trabalho, os indígenas poderiam segundo o estatuto
escolher a área na qual gostariam de trabalhar, quero por conta própria, quer trabalho alheio,
quero nas suas terras para as quais foram designados.
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2. Referências bibliográficas
Doutrina:
TJIPILICA, Valério Nuno. Estatuto colonial do império colonial português. 1ᵃ edição. Coimbra,
2014
FERREIRA, Carlos Ney; VEIGA, Vasco Soares da. Estatuto dos Indígenas Portugueses. Lisboa:
Coimbra, 1957.
Legislação:
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