Adoração - ... de Coração A Coração

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… de Coração a coração!

Monição: Queremos nesta hora de adoração pedir a graça de abrir o nosso coração ao Seu, de
forma a O conhecermos internamente, a deixar-nos conquistar por ele e a convencer-nos que só
vivendo com um coração aberto como o d’Ele, estaremos dispostos a amar e a dar tudo para que na
terra se viva o Reino. Acolhamos, neste momento e nesta hora, o Seu desafio a estar com Ele, de
coração aberto, sem resistências, nem receios… Para isso, permitamos que esta hora seja um tempo
onde a honestidade da nossa vida pessoal, da nossa vida comunitária e da nossa vida apostólica,
junto ao nosso desejo de, em tudo, O querermos amar e servir, esteja, tal como o Senhor se expõe a
nós agora, não se reservando nada.
A nossa adoração consistirá num ‘preâmbulo’ e em três pontos.

Cântico de exposição: Panis


Angelicus
Pão dos Anjos
Torne-se o pão dos homens;
Panis angelicus O pão do paraíso
Fitpanishominum; Fim de toda dúvida
Datpaniscoelicus Que maravilha!
Figuristerminum Que consome a Deus
O resmirabilis! Pobre, pobre,
ManducatDominum Humilde servo
Pauper, pauper, Pobre, pobre,
Servusethumilis. Humilde servo.
Pauper, pauper,
Servusethumilis.

1
Preâmbulo: rezamos a dois coros
Olhar o Coração de Cristo é olhar esse Ser de Deus Olhar o Coração de Cristo é entregar-Lhe a
que se torna vivo e presente, de um modo único, Humanidade
na eucaristia, extremo ato de amor; com as suas injustiças, opressões, sofrimentos,
que nos dá a Vida e nos capacita para amar. inquietudes e dores,
para que Ele transforme tudo em alegria.
Olhar o Coração de Cristo é olhar Aquele que diz:
EU SOU… o Caminho, a Verdade e a Vida. Olhar o Coração de Cristo é acolher com gozo
É fazer-se, cada um de nós, caminho, verdade e vida… o chamamento a viver com o coração aberto
Lugar de encontro de Deus com o irmão. a Deus e aos homens, dispostos ao que for,
É dar-se para que Ele fale aos outros: até nos deixarmos “trespassar”,
‘Eu sou o teu Deus’. respondendo como Ele e desde Ele:
vivendo desde a Gratuidade.
Olhar o Coração de Cristo é experimentar
esse amor-misericordioso que liberta o ser humano. Olhar o Coração de Cristo
É fazer-se canal agradecido desse dom que se recebe: é deixar que o seu Coração, manso e humilde,
a misericórdia que restaura, regenera e nos impele trespassado, feito Eucaristia,
a amarmo-nos sem limite nem distinção. nos conquiste definitivamente
Viver desde a misericórdia é habitar no Deus que é para caminhos de humildade,
Amor Universal. transformando a nossa necessidade
de protagonismo e soberba
Olhar o Coração de Cristo é reparar. É ver, é notar, em Pão e Vinho que recebemos e que somos
é dar-se conta da mais pequena falta de vida urgidos a entregar.
e responder entregando a Vida.
É aprender a olhar, a descobrir e a extrair o bem Olhar o Coração de Cristo
de todas as situações humanas, é fazer com que TUDO seja Coração de Cristo.
enchendo-as de esperança.

- voltamos a ler lentamente de forma orante esta oração, ficando ‘parados’ na parte com
que mais nos identificamos -

Cantamos: Nada te perturbe, nada te espante. Quem a Deus tem nada lhe falta. Nada te perturbe,
nada te espante. Só Deus basta.

[1] VIDA PÚBLICA DE CRISTO: “Aprendei de mim”

“Eu te louvo, Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e
inteligentes, e as revelaste aos pequeninos. Vinde a mim todos os que estais cansados. E aprendei
de mim que sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para as vossas vidas.”
Mt.11, 25.28-29

VIDA PÚBLICA DE CADA UM DE NÓS:


“O grande risco do mundo actual, com a sua múltipla e avassaladora oferta de consumo, é uma
tristeza individualista que brota no coração comodista e mesquinho, da busca desordenada de
prazeres superficiais, de consciência isolada. Quando a vida interior se fecha nos próprios interesses,
deixa de haver espaço para os outros, já não entram os pobres, já não se ouve a voz de Deus, já não
se goza a doce alegria do Seu amor, nem fervilha o entusiasmo de fazer o bem. Este é um risco, certo
2
e permanente que correm também os crentes. Muitos caem nele, transformando-se em pessoas
ressentidas, queixosas, sem vida. Esta não é a escolha duma vida digna e plena, este não é o
desígnio que Deus tem para nós, esta não é a vida no Espírito que jorra do coração de Cristo
ressuscitado. Convido todo o cristão, em qualquer lugar e situação que se encontre, a renovar hoje
mesmo o seu encontro pessoal com Jesus Cristo.[…] Os Apóstolos nunca mais se esqueceram do
momento em que Jesus lhes tocou o coração: ‘Eram as quatro horas da tarde’ (Jo.1,39)” [cfr.E.G.6; 13]

- comentário/pistas para encontrar o verdadeiro descanso em Cristo, a vida que jorra do Seu
coração ressuscitado: desde a honestidade a que me propus, e diante do Senhor exposto a
mim, como é que sobretudo me reconheço? … como uma pessoa ressentida, queixosa… ou
como uma pessoa que fervilha entusiasmada com o bem e em fazer o bem?... com uma vida
interior que se fecha nos próprios interesses… ou com uma vida interior aberta ao Seus
interesses, aos outros, aos pobres, a ouvir a Sua voz?... com uma consciência isolada… ou
com uma consciência solidária, fraterna? - adoração silenciosa ‘de coração
aberto’ –

Cantamos: Tua fidelidade é grande, tua misericórdia incomparável é. Ninguém como Tu, bendito ó
Deus, grande é a tua fidelidade.

[2] PAIXÃO E MORTE DE JESUS CRISTO: “Vendo que já estava morto…”

“Aproximaram-se de Jesus, Vendo que já estava morto não Lhe quebraram as pernas, mas um
soldado atravessou-Lhe o coração com uma lança, e imediatamente saiu sangue e água.”
Jo.19,33 -34

PAIXÃO E MORTE EM CADA UM DE NÓS:


“O bem tende sempre a comunicar-se. Toda a experiência autêntica de verdade e de beleza procura,
por si mesma, a sua expansão; e qualquer pessoa que viva uma libertação profunda adquire maior
sensibilidade face às necessidades dos outros. E, uma vez comunicado, o bem radica-se e
desenvolve-se. Por isso, quem deseja viver com dignidade e em plenitude não tem outro caminho
senão reconhecer o outro e buscar o seu bem. Assim, não nos deveriam surpreender frases de S.
Paulo como estas: ‘O amor de Cristo absorve-nos completamente’ (2Cor.5,14); ‘ai de mim, se eu não
evangelizar’.” [cfr.E.G.9]
- comentário/pistas para viver apaixonado: “de onde saiu sangue e água”. Dois símbolos
nos quais a Igreja vê, desde sempre, o baptismo e a eucaristia. Dois símbolos ‘líquidos’, com
características de movimento e de possível forma sempre diferente; de se adaptar a todos os
regos que possam existir; de correr por entre obstáculos aparentemente intransponíveis; de
‘furar’ qualquer camada dura que não os queira deixar passar; de encharcar qual superfície,
qualquer matéria; de encontrar alternativas de percurso… Viver, de forma ‘líquida’ o nosso
batismo e a nossa eucaristia, na rotina do nosso dia, tem uma enorme força apostólica e
supõe uma abertura ao Espírito que nos obriga a querer reconhecer os ‘regos’ que Ele nos
indica e por onde Ele nos quer levar. Do que é que precisamos para viver assim de coração
aberto? - adoração silenciosa ‘de coração aberto’ –

3
Cantamos: Nada te perturbe, nada te espante. Quem a Deus tem nada lhe falta. Nada te perturbe,
nada te espante. Só Deus basta.

[3] JESUS CRISTO RESSUSCITADO: “Estando fechadas as portas, Jesus entrou.”

“Estando fechadas as portas, Jesus entrou. Ficou no meio deles e disse: ‘A paz esteja convosco’.
Depois disse a Tomé: ‘Chega aqui o teu dedo e vê as minhas mãos. Estende a tua mão e mete-a no
meu coração. Não sejas incrédulo, mas crente’.Tomé respondeu a Jesus: ‘Meu Senhor e meu Deus!’.”
Jo.20,26-28

RESSURREIÇÃO EM CADA UM DE NÓS:


“Cada Igreja particular, porção da Igreja Católica sob a guia do seu Bispo, está, também ela, chamada
à conversão missionária. […] É a Igreja encarnada num espaço concreto, dotada de todos os meios
de salvação dados por Cristo, mas com um rosto local. A sua alegria de comunicar Jesus Cristo
exprime-se tanto na sua preocupação por anunciá-lo noutros lugares mais necessitados, como numa
constante saída para as periferias do seu território ou para os novos âmbitos socioculturais. Procura
estar sempre onde fazem mais falta a luz e a vida do Ressuscitado.” [E.G. 30]

- comentário/pistas para a profissão de fé ‘meu Senhor e meu Deus’: o que levou à 1ª


profissão de fé foi a incredulidade de Tomé. Incapaz de acreditar que Jesus estava vivo,
apesar dos testemunhos daqueles que O viram ressuscitado. Tomé precisa de ver as chagas,
as marcas físicas da morte violenta que ele O viu padecer. Como acreditar que Aquele que
me dizem terem visto é o mesmo Jesus que vi morrer? Só aquelas marcas feitas no Seu corpo
me dirão que aquele que vejo vivo é aquele que vi morrer. Tomé precisa daquelas marcas
porque elas são, de facto, a única prova da ressurreição, de que Ele está vivo! Na
continuidade deste texto sabemos que nos foi dito ‘felizes os que acreditarem sem terem
visto’, mas a verdade é que todos nós, de alguma forma, somos como Tomé. Que dificuldade
temos em reconhecer Jesus realmente vivo no meio de nós, em viver de acordo com essa
certeza vital, ‘meu Senhor e meu Deus’! Jesus está vivo! Sabemo-lo! Teria que ser fácil
reconhecê-l’O, mas, há que confessar a verdade: não é! E não será porque, ao contrário de
Tomé, separamos de forma inconsciente as chagas da ressurreição, tornando inconsistente a
perceção da presença real de Cristo ressuscitado? Será possível reconhecê-l’O, pondo de
lado as marcas físicas da dor e do sofrimento? Será possível reconhecê-l’O se não virmos as
Suas chagas, se não pusermos a mão no Seu coração aberto? “Quando é que eu te vi com
fome e te dei de comer, com sede e te dei de beber, preso e te fui visitar…?” Será possível
experimentar, para além do saber da fé, Cristo vivo sem tocar ‘o lado aberto’ dos nossos
tempos, sem entrar em contacto com as situações dilacerantes que ocorrem cada dia, sem
querer ver onde é que tenho que pôr a minha mão e, desde aí, professar com fé “meu Senhor
e meu Deus!”?Eu preciso de encontrar-me com as marcas, e nessas chagas encontro-O
VIVO! Experimentarei que o Senhor é fiel e não abandona quem sofre. Esperarei em silêncio
e oração a Sua salvação. Cristo vivo, ontem, hoje e sempre! O convite de Jesus a Tomé
permanece para nós o mesmo: ‘põe a tua mão no meu coração aberto…’
- adoração silenciosa ‘de coração aberto’ –

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Partilhamos a nossa oração: voltando à oração inicial e repetindo uma das suas frases…, pedindo a
graça duma consciência solidária…, de viver com o coração aberto e derramar-me pelos ‘regos’ que o
Senhor me mostrar…, pedindo pelas situações de sofrimento que conheço…; …

Terminamos rezando juntos: Pai-nosso…

Cantamos: Nada te perturbe, nada te espante. Quem a Deus tem nada lhe falta. Nada te perturbe,
nada te espante. Só Deus basta.

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