Processos Transdiagnósticos Perfeccionismo - Secad
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JC
Aa
PROCESSOS TRANSDIAGNÓSTICOS NA
CLÍNICA EM TERAPIA COGNITIVO-
COMPORTAMENTAL: DESREGULAÇÃO
EMOCIONAL, AUTOCRITICISMO E
PERFECCIONISMO
MARCELA MANSUR-ALVES
PAOLA LUCENA-SANTOS
LUCAS ANDRÉ SCHUSTER DE SOUZA
ANA CAROLINA MACIEL CANCIAN
MARGARETH DA SILVA OLIVEIRA
> OBJETIVOS
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JC
Aa
> INTRODUÇÃO
Slides aqui
Aa A formação do terapeuta cognitivo-comportamental (de forma específica, a segunda
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Assim, o início do século XXI foi marcado por uma transição na forma de pensar, em
que a prática clínica em TCC passou a ter seu foco mais voltado aos papéis de
diferentes processos (cognitivos, comportamentais e emocionais) na origem e/ou
manutenção de múltiplos transtornos.6 Tal forma de pensar é chamada de abordagem
transdiagnóstica.
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2,6
função dos processos transdiagnósticos compartilhados.
JC
Um ponto que merece destaque nessa discussão é que parecem existir níveis
hierárquicos de complexidade entre os processos transdiagnósticos, sendo que há
aqueles mais básicos (como a desregulação emocional) até aqueles mais complexos,
que seriam produto da intersecção entre processos emocionais, cognitivos e
comportamentais mais básicos (como o perfeccionismo, por exemplo).6
/ DESREGULAÇÃO EMOCIONAL
Por conta
humana e estão intimamente ligadas à qualidade de vida e à saúde mental.
dessa importância, o manejo das emoções tem sido um assunto relevante para
JC
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generativo da emoção.9,10 JC
A regulação emocional visa auxiliar o indivíduo a atingir suas metas e seus objetivos
relevantes no contexto, mediante a modificação da frequência, intensidade, duração
e/ou formas de expressão dos diferentes componentes da resposta emocional, sejam
eles fisiológicos, comportamentais ou experienciais.11 A regulação pode ocorrer em
duas linhas:12
+
Aa
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vem
sinalizando mais claramente a importância de elementos contextuais
desfecho adaptativo ou desadaptativo dos processos de regulação emocional. 15
no
JC
Com o foco recaindo cada vez mais na apreciação do contexto da regulação como
fator crucial na produção de desfechos saudáveis ou patológicos, uma importância
maior vem sendo atribuída aos fatores que facilitam ou dificultam essa sensibilidade
ao contexto pelo indivíduo.10
Cada estágio, por sua vez, é descrito em termos de uma sucessão de ciclos iterativos
de percepções, avaliações e ações do organismo sobre um ambiente em fluxo. Com
essa extensão do modelo, o aspecto dinâmico da regulação emocional se torna mais
nítido e torna possível maior granularidade na identificação de falhas em pontos
específicos do processo regulatório como um todo, bem como a identificação de
processos básicos com potencial de gerar desfechos problemáticos.10
A partir desse ponto de vista, é possível descrever, por exemplo, que falhas
perceptivas no estágio de identificação da necessidade de regulação, especificamente
a sobrerrepresentação de sinais de ameaça por um longo período, representam um
papel preponderante no desencadeamento e na manutenção de ataques de pânico.16
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nomeadamente a avaliação positiva de estratégias mal-adaptativas
de regulação,
contribuem para a ocorrência de autolesões não suicidas e abuso de substâncias no
JC
transtorno borderline.16
Aa
A abordagem da formulação e do diagnóstico dos problemas de
saúde mental, tendo em conta o processo de regulação emocional,
tem um grande potencial de aprimorar a qualidade dos
diagnósticos, permitindo que haja maior integração com o
conhecimento de processos psicológicos básicos, mecanismos
fisiológicos e aspectos contextuais no entendimento dos
problemas de saúde mental.8
Além disso, a adoção desse ponto de vista também pode promover um entendimento
útil de apresentações psicopatológicas subclínicas (isto é, aquelas que não atendem
aos critérios diagnósticos para transtornos específicos) e até mesmo derivar propostas
preventivas de problemas de saúde amparadas no conhecimento dos fatores
emocionais relacionados à saúde mental, uma vez que se entende que a regulação
emocional não é um fenômeno unicamente presente nas condições psicopatológicas,
mas sim uma dimensão do funcionamento humano geral.8
Porém, para que as potencialidades desse ponto de vista sejam efetivadas e, de fato,
seja possível a transposição dos avanços da pesquisa em regulação emocional à
prática clínica, é preciso que existam tecnologias de avaliação e de intervenção
relacionadas aos processos relevantes.
ATIVIDADES
C) Apenas a II e a III.
D) A I, a II e a III.
JC
Aa
2. Qual é a estimativa de sobreposição entre os transtornos de ansiedade e
depressão?
A) 35%.
B) 70%.
C) 50%.
D) 76%.
Confira aqui a resposta
A) Apenas a I e a II.
B) Apenas a I e a III.
C) Apenas a II e a III.
JC
D) A I, a II e a III.
Aa
Confira aqui a resposta
Assim como na maioria dos estudos sobre psicopatologia e clínica em saúde mental,
as pesquisas relacionadas à regulação emocional se utilizam principalmente de
instrumentos psicométricos de autorrelato para aferir processos emocionais, de
regulação e seus correlatos. Entre os instrumentos mais utilizados, destaca-se a Escala
de Dificuldades com a Regulação Emocional (em inglês, Difficulties in Emotion
Regulation Scale [DERS]).17
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18,19
uso livre e já foi adaptada a diversas línguas, inclusive ao português brasileiro.
JC
A soma dos escores das subescalas da DERS gera um escore total, em que as maiores
pontuações indicam maiores dificuldades na regulação emocional, sendo possível se
utilizar dos escores nos domínios específicos para um perfil mais detalhado das
dificuldades.
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descrição da situação;
emoções experimentadas e intensidade;
estratégias de regulação usadas;
resultados de curto prazo da regulação;
resultados de longo prazo da regulação.
Outras tecnologias também vêm sendo indicadas como potenciais recursos para
aprimorar a avaliação clínica dos processos de regulação emocional. Além dos
instrumentos de monitoramento descritos, vêm sendo apontados outros, mais
estruturados, voltados a gerar informação detalhada sobre os contextos de regulação
emocional. São exemplos a integração de recursos de avaliação ecológica
momentânea aos processos de avaliação e intervenção clínica ou mesmo o uso mais
frequente de instrumentos voltados a mensurar aspectos regulatórios mais
transitórios e dependentes de estado.29
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ATIVIDADES
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Ainda que tenha sido desenvolvida incialmente para o tratamento de pessoas com
transtorno de personalidade borderline, a conceitualização ampla de desregulação
emocional proposta pela TCD proporciona que esta seja uma intervenção aplicável
(com poucas adaptações) a populações diversas e com as mais diferentes condições
clínicas.37
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TCD e diz
O conceito de desregulação emocional é central na JC
O ponto crucial é que esse ambiente invalidante não ensina a criança a rotular suas
próprias experiências, criando dificuldades para o reconhecimento efetivo de
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a inibição de
as respostas emocionais intensas. Constitui-se então uma oscilação entre
respostas emocionais e as respostas emocionais extremas, que, em geral, são
JC
habilidades de mindfulness;
habilidades de aceitação da realidade e tolerância ao mal-estar;
habilidades de regulação emocional;
habilidades de eficácia interpessoal.
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ATIVIDADES
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Aceitação da realidade e de
tolerância ao mal-estar
de identificação, avaliação e
modificação
das respostas emocionais em seus diversos
JC
/ AUTOCRITICISMO
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QUADRO 1 JC
Aa
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Sistema de busca por É um sistema ativador que visa dar emoções positivas
recursos e recompensas que guiem, motivem e encorajem a buscar os
(desejar, perseguir, recursos que a pessoa e as pessoas amadas precisam
conquistar e consumir — — não apenas para sobreviver, mas também para
ligado à busca, excitação prosperar.
e vitalidade) Os seres humanos sentem prazer e se sentem
motivados a buscar, consumir e obter coisas legais
(p.ex., sexo, comida, confortos, amizades,
reconhecimento, status).
Se esse sistema estiver hiper ou hipoativado, é
possível se deparar com quadros de bipolaridade, em
que o sistema muda de uma ativação muito alta para
uma ativação muito baixa.
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direção
com os outros dois, ele guia a pessoa em
àquilo que é importante em sua vida.
JC
seguro.
JC
Aa O entendimento de Gilbert50 acerca dos sistemas de ameaça e autoproteção e do
sistema de afiliação e contentamento é compartilhado por Neff e Germer, que são os
criadores do programa Mindful Self Compassion (MSC).51
Para Neff e Germer, quando uma pessoa se autocritica, ela acessa o sistema
fisiológico de ameaça, o qual é rápido e facilmente desencadeado quando se está
diante de algum perigo e que tende a funcionar muito bem quando se enfrentam
perigos externos (corpo físico).51
Assim, o AC, ao ativar o sistema de ameaça e proteção, torna-se uma das reações mais
frequentes quando as coisas não ocorrem como o esperado. Ao perceber uma
ameaça, a amígdala é ativada, e o corpo libera cortisol e adrenalina para que se possa
ser capaz de lutar, fugir ou congelar. Assim, a autocrítica provoca estresse físico e
mental e, quando crônica, pode levar à ansiedade e depressão.51,52
Quanto às origens da autocrítica, muitos autores concordam que se trata de uma voz
real e externa introjetada/internalizada durante o processo de desenvolvimento, voz
essa geralmente relacionada a relações precoces cruciais com os pais.45,48,53
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Aa Isso faz os teóricos sugerirem que tanto o AC como a autotranquilização são
decorrentes de históricos de relações interpessoais, em que as pessoas aprendem a se
relacionar consigo próprias da mesma maneira que os outros se relacionaram com
ela.54
Indo além, Whelton e Greenberg realizaram um estudo experimental sobre AC, por
meio do qual encontraram evidências de que não somente o conteúdo autocrítico em
si é internalizado, mas sobretudo o tom emocional de desprezo e
descontentamento.53
ATIVIDADES
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JC
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Quando se olha para o conteúdo dos itens dessas escalas, pode-se facilmente
perceber que avaliam mais algo como baixa autoestima ou comparações sociais. A
partir de seu entendimento, é necessário que se pense o AC em termos de
comentários, diálogos e sentimentos internos associados à crítica.
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Embora não tenha sido incluída neste capítulo, por não focar em avaliar o AC em si,
às funções
mas sim no que leva as pessoas a se engajarem nele, no que diz respeito JC
Para Neff e Germer, quando o estresse é desencadeado por uma ameaça percebida ao
autoconceito, a pessoa apresenta uma tendência a apresentar uma trindade profana
de reações: luta (AC), fuga (isolamento) ou congelamento (ruminação). Segundo os
autores, essas três reações autocríticas seriam justamente o oposto dos componentes
da autocompaixão (por exemplo, autobondade, humanidade compartilhada e
mindfulness).51
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Mesmo quando padrões altos são atingidos, a pessoa com ACI não se sente satisfeita,
mostrando-se relutante em reconhecer o seu próprio sucesso. Em vez
disso, responde
ao sucesso redefinindo-o como um fracasso e aumentando a definição de sucesso
JC
Uma das medidas mais utilizadas para avaliação do AC enquanto uma tendência
disposicional é o Questionário de Experiências Depressivas (em inglês,
Depressive Experiences Questionnaire [DEQ]).46
O DEQ trata-se de uma medida cuja versão original possui 66 itens, os quais se
agrupam em três diferentes fatores: dependência, AC e eficácia (este último como
fator protetivo). A dimensão de AC avalia:
sentimentos de culpa;
autoavaliação negativa;
vazio;
desesperança;
insatisfação;
insegurança;
fracasso em atender expectativas ou alcançar determinados padrões;
sentimentos de ambivalência para consigo mesmo e os outros;
medo de mudanças;
tendência de assumir a culpa;
sentimentos críticos direcionados ao próprio self.
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Além disso, é importante que o terapeuta se mantenha atento à forma do AC. O self-
inadequado pode ser identificado diante de falas que denotem desapontamento ou
frustração consigo próprio, assim como sentimentos de inadequação ou inferioridade.
Já o self-odiado é bem distinto, indicando formas mais severas de autocrítica, em que
estão presentes sentimentos de ódio para consigo mesmo.42
Pode ser relevante analisar a possível relação entre ameaças antigas e as origens e
memórias de AC para se obter uma ideia mais clara do tipo de ameaças/gatilhos que
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se fazem presentes quando o AC começa. A avaliação poderá ser feita por meio de
perguntas que possam levar à identificação das ameaças que estavam
quando o AC começou, como:42
ao redor
JC
“Quando foi a primeira vez que você se lembra (ou tomou consciência) que estava
Aa
sendo autocrítico?”;
“O que estava acontecendo?”;
“Qual foi o desapontamento, frustração ou sonho/objetivo/projeto que foi ‘por
água abaixo’?”;
“Por que isso era importante para você?”.
Uma vez que uma revisão detalhada fugiria do escopo do presente capítulo, serão
apresentadas a seguir duas das principais abordagens que possuem o AC como foco
explícito do tratamento: a CFT e o programa MSC.
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Uma vez que os diferentes sistemas de regulação das emoções possuem diferentes
parecem
correlações neurofisiológicas, em que o AC e a compaixão/autocompaixão
operar de diferentes formas, pertencendo a diferentes sistemas, o trabalho
JC
terapêutico não se foca no sistema de ameaça ao qual o AC está relacionado, mas sim
Aa em fortalecer o sistema de afiliação por meio do desenvolvimento de habilidades
compassivas, de maneira que elas amorteçam seus efeitos negativos e fortaleçam o
self.42
ATIVIDADES
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/ PERFECCIONISMO
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percepção de discrepância constante entre aquilo que alcança e aquilo que gostaria
de alcançar;
preocupação com erros e fracasso;
JC
Portanto, os sentimentos atrelados à crença de que os outros não vão aceitá-la como
ela é fazem a pessoa perfeccionista buscar a perfeição como forma de conseguir
aceitação de si mesma e dos outros.68
Parece que o afeto condicional das figuras parentais pode ser uma das principais
causas do autovalor perfeccionista atrelado ao desempenho e, como consequência, de
sua crença de que, na ausência de um desempenho sem falhas, ele não seria
merecedor de afeto.68
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Assim, ainda que seja mais fácil observar o padrão de funcionamento perfeccionista
Aa em ambientes de trabalho ou educacionais, o perfeccionismo pode estar direcionado
a ter um corpo perfeito, a ser o melhor atleta ou o melhor dançarino, a ter uma
alimentação perfeitamente saudável e a não poder cometer falhas nos
relacionamentos românticos e de amizade.
Para além das crenças de rejeição e fracasso, o mindset perfeccionista, como vem
sendo conhecido o conjunto de cognições e comportamentos frequentemente
observados, é composto por uma diversidade de crenças e pensamentos disfuncionais
que não são exclusivos de perfeccionistas.68 Assim, algumas características podem ser
observadas comumente em perfeccionistas:69
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emoções em
muitas dificuldades para identificar e descrever emoções e de expressar
situações sociais ou de possível avaliação. Neste último caso, a reduzida expressão
JC
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Assim, é possível concluir que o perfeccionismo parece ser um fator relevante a ser
Aa considerado quando se fala de diferentes quadros clínicos. Por isso, a seguir, serão
abordadas estratégias de avaliação e possibilidades de uso dessas informações no
contexto clínico.
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https://lavisufmg.wixsite.com/website. JC
As escalas APS-R, FMPS e H&FMPS oferecem pontuações referentes aos níveis gerais
Aa de perfeccionismo (perfeccionismo total) e em cada componente do perfeccionismo
conforme operacionalizado pelo modelo teórico que orientou a construção da escala.
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quando ele alcança temporariamente os altos padrões impostos (nesse caso, ele
reavalia que apenas alcançou os padrões porque eles não eram suficientemente
elevados);
JC
Flett e colaboradores, por sua vez, propõem uma estratégia de avaliação a ser utilizada
com pacientes perfeccionistas que inclui níveis distintos de análise e construção de
um diagrama completo do quadro apresentado pelo paciente.68
ATIVIDADES
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A seguir, serão apresentados dois exemplos clínicos sobre a aplicação dos processos
transdiagnósticos, e em um deles utiliza-se o diagrama de avaliação.
exposição. JC
ATIVIDADES
N. tem 23 anos e é jogadora de vôlei de uma equipe profissional em seu estado. Ela
busca terapia por indicação da treinadora da sua equipe, que acredita que o
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desempenho de N. nos jogos tem sido prejudicado pelo que ela nomeia de
desequilíbrio emocional, excesso de ansiedade e cobrança pessoal excessiva.
JC
Em entrevista inicial com a paciente, ela relata humor deprimido, níveis altos de
estresse antes e após os jogos (mesmo quando a equipe sai vencedora) e
Aa
comportamentos associados à ansiedade. Ela relata ainda que vem experimentando
uma preocupação excessiva com seu peso e sua forma física, manifestada em
restrições alimentares e comportamentos purgativos. Disse que quer ser a melhor do
time, ter um desempenho perfeito e que não tem paciência com os próprios erros e os
erros das colegas de equipe.
A paciente relata que sempre foi assim, cobrando-se muito desde pequena, não
apenas nos esportes, mas também na escola e nas relações familiares. Ela disse ser a
filha perfeita e que sua família teve sempre muito orgulho dela. O pai é ex-jogador de
vôlei e a mãe era bailarina, porém teve que abandonar a dança em virtude de uma
fratura séria que acabou por comprometer os movimentos da perna. Ela tem dois
irmãos.
N. refere-se ao pai como um atleta perfeito e um pai amoroso, mas muito rigoroso.
Sempre valorizou, acima de tudo, o bom desempenho e sucesso dos filhos. A mãe,
segundo N., é supercontroladora e protetora, é frustrada com a forma como a carreira
terminou e projeta nela (filha única) todas as expectativas de sucesso que possui.
> DISCUSSÃO
Seria possível, ainda, a partir da aplicação das escalas, verificar se seu perfil estaria
voltado mais para esforços, ou para preocupações perfeccionistas ou para ambos.
Associados aos altos níveis de perfeccionismo, podem ser observados sintomas de
ansiedade e de possível transtorno alimentar, que também precisa ser melhor
averiguado para elaboração de uma proposta de intervenção.
Além das escalas, como mencionado, seria possível levantar com a paciente outras
informações com o intuito de elaborar um diagrama que contenha as cognições e
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descrição de comportamentos, cognições e emoções presentes em
perfeccionistas
seja organizada em níveis de análise, do mais profundo ao mais superficial.68
JC
QUADRO 2
ATIVIDADES
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> CONCLUSÃO
Aa Considerando os elevados níveis de comorbidades entre transtornos psicológicos e o
fato de muitos transtornos compartilharem os mesmos processos, a sua utilização na
clínica psicológica apresenta diversas vantagens, como maior parcimônia no nível de
treinamento necessário para avaliação e intervenção, junto com a possibilidade da
construção de um diagrama de causalidade para diferentes psicopatologias, o qual
considere os variados processos e seus respectivos níveis de complexidade e
influência temporal.
Por fim, espera-se que este capítulo instigue maior interesse de alunos, professores e
pesquisadores quanto à relevância e utilidade dos processos transdiagnósticos na
clínica psicológica, servindo como uma ferramenta propulsora de novos estudos,
pesquisas e desenvolvimento de materiais de uso clínico na língua portuguesa.
Atividade 1 // Resposta: B
Comentário: A TCC se consolidou como um modelo de intervenção orientado ao
transtorno.
Atividade 2 // Resposta: D
Comentário: Existem elevadas taxas de comorbidades entre os transtornos. Em geral,
metade dos indivíduos que possuem diagnóstico para um transtorno também atende
aos critérios diagnósticos para uma segunda psicopatologia. Considerando apenas os
transtornos de ansiedade e depressão, alguns estudos apontam para sobreposição
entre ambos em 76% das pessoas.
Atividade 3
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subjacentes a múltiplos (geralmente comórbidos) transtornospsicológicos,
considerando que grande parte desses processos integra o funcionamento psicológico
JC
Atividade 5
RESPOSTA: As etapas da geração de emoções segundo o modelo modal são:
reconhecimento de uma situação emocionalmente relevante; direcionamento da
atenção a essa situação; avaliação e interpretação da situação; e ocorrência de uma
resposta emocional envolvendo componentes experienciais, fisiológicos e
comportamentais.
Atividade 6 // Resposta: C
Comentário: O modelo processual apresenta cinco grandes conjuntos de estratégias
de regulação emocional: seleção da situação, modulação da situação, mudança no
foco atencional, mudança cognitiva e modulação da resposta, cada um deles incidindo
sobre uma das etapas do processo de geração da emoção.
Atividade 7 // Resposta: B
Comentário: A distinção entre as alterações dos elementos internos e externos ao
indivíduo são divididas em: alterações externas — que envolvem as estratégias de
seleção da situação (por exemplo, evitação ou confrontação de situações ansiogênicas
com vistas a objetivos de curto ou longo prazo) e estratégias de modificação da
situação (por exemplo, estratégias de soluções de problemas ou busca de apoio
social); e alterações internas — que envolvem as estratégias de modificação do foco
atencional (por exemplo, ruminação, distração, mindfulness) e de modificação
cognitiva (por exemplo, verificação de evidências, reavaliação das situações ou da
própria capacidade de enfrentamento).
Atividade 8
RESPOSTA: De acordo com o modelo processual estendido, o processo de regulação
emocional se compõe de um ciclo com quatro estágios: identificação da necessidade
de regular emoções; seleção da estratégia de regulação emocional; implementação da
estratégia de regulação; e monitoramento da implementação ao longo do tempo, a fim
de verificar a necessidade de modificações táticas ou estratégicas.
Atividade 9 // Resposta: A
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Atividade 10
Resposta: A DERS é composta por 36 itens que formam seis subescalas: não aceitação
da resposta emocional; falta de clareza emocional; acesso limitado a estratégias de
regulação emocional; dificuldade em controlar os impulsos; dificuldade em manter um
comportamento dirigido a objetivos; falta de consciência emocional.
Atividade 11 // Resposta: B
Comentário: No protocolo unificado, a regulação emocional faz parte da
fundamentação e formulação de caso e informa diretamente as estratégias de
intervenção.
Atividade 12
Resposta: Ainda que tenha sido desenvolvida incialmente para o tratamento de
pessoas com transtorno de personalidade borderline, a conceitualização ampla de
desregulação emocional proposta pela TCD proporciona que esta seja uma
intervenção aplicável (com poucas adaptações) a populações diversas e com as mais
diferentes condições clínicas.
Atividade 13 // Resposta: D
Comentário: Com o desenvolvimento das habilidades do módulo de mindfulness,
promove-se melhora do controle atencional e redução de tendências automáticas de
resposta, junto com a atenuação do impacto de vieses de avaliação cognitiva. Com as
habilidades de regulação emocional, proporciona-se um aumento do repertório de
identificação, avaliação e modificação das respostas emocionais em seus diversos
componentes, bem como o incremento da capacidade de alterar situações geradoras
de emoções positivas e negativas. Com as habilidades de aceitação da realidade e de
tolerância ao mal-estar, promove-se, por um lado, um aumento na capacidade de
identificar situações em que a regulação pode não ser necessária e, por outro,
incrementam-se as capacidades de inibir respostas e impulsos problemáticos em
situações emocionalmente carregadas. Por fim, com as habilidades de efetividade
interpessoal, promove-se melhor reconhecimento e clarificação de objetivos pessoais
em diferentes contextos, assim como a melhora na capacidade de mobilização de
recursos no ambiente e de obtenção de apoio social.
Atividade 14 // Resposta: C
Comentário: Um indivíduo com níveis altos de autocrítica, diante de diferentes
contratempos e falhas, tende a hipergeneralizar seus erros, ao ponto de isso gerar um
estado emocional negativo global para consigo mesmo enquanto pessoa.
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Atividade 15 // Resposta: A
Comentário: A compaixão e a autocompaixão atuam no sistema de afiliação e
contentamento, enquanto o AC ativa o sistema de ameaça e autoproteção. Uma vez
JC
que pessoas com níveis altos de autocrítica tendem a ter o sistema de ameaça
Aa hiperativado, gerando desequilíbrio entre os três sistemas, as habilidades
compassivas/autocompassivas podem ser estimuladas para maior ativação do sistema
afiliativo, de maneira a diminuir os efeitos prejudiciais do AC.
Atividade 16
Resposta: O AC tem sido consistentemente associado a uma ampla diversidade de
dificuldades, incluindo sintomas depressivos, de ansiedade, transtornos alimentares,
transtornos de personalidade, sintomatologia psicótica, problemas interpessoais,
abuso de substâncias, suicídio, vergonha, comparações sociais desfavoráveis e
insatisfação corporal.
Atividade 17
Resposta: As medidas elaboradas para avaliar o AC variam desde a sua avaliação
enquanto traço, como resposta às situações difíceis, enquanto estratégia de regulação
emocional ou enquanto AC repetitivo (uma forma de pensamento negativo e
ruminativo que desvaloriza o self).
Atividade 18
Resposta: A partir do modelo teórico que embasa a DEQ, a dimensão de AC é
compreendida como um fator de vulnerabilidade à depressão.
Atividade 19 // Resposta: A
Comentário: O MSC foi desenvolvido por Kristin Neff e Christopher Germer, sendo
um dos programas baseados na compaixão mais conhecidos ao redor do mundo.
Contudo, o MSC está em sua infância no que diz respeito às evidências de
efetividade, sendo ainda necessários mais estudos controlados para garantir uma
adequada avaliação de seus potenciais benefícios.
Atividade 20 // Resposta: C
Comentário: O perfeccionismo é uma característica multidimensional da
personalidade que engloba, portanto, vários componentes que vêm sendo
comumente chamados de esforços perfeccionistas e preocupações perfeccionistas.
Embora o excesso de crítica sobre si mesmo faça parte das definições de
perfeccionismo, o AC é apenas um aspecto do perfeccionismo. Além disso, as
tendências perfeccionistas podem estar voltadas para a própria pessoa e para as
outras pessoas (perfeccionismo orientado ao outro, por exemplo).
Atividade 21 // Resposta: A
Comentário: Os altos níveis de afetividade negativa estão presentes em
perfeccionistas. Não obstante, mesmo diante do sucesso, os perfeccionistas se
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experimentando, assim, menos emoções positivas do que seria esperado.
JC
Atividade 22
RESPOSTA: Como característica multidimensional, deve-se considerar que o
Aa
perfeccionismo possui em sua essência a interação de múltiplos componentes, como:
busca por excelência; altos padrões de desempenho; expectativas elevadas;
percepção de discrepância constante entre aquilo que alcança e aquilo que gostaria
de alcançar; preocupação com erros e fracasso; dúvidas sobre as próprias ações;
intolerância com o erro.
Atividade 23 // Resposta: D
Comentário: Stoeber e Otto propõem a existência de três tipos de perfeccionistas:
não perfeccionistas (baixos níveis de esforços e baixos níveis de preocupações
perfeccionistas), perfeccionistas saudáveis (altos esforços combinados a níveis médios
a baixos de preocupações perfeccionistas) e perfeccionistas não saudáveis (altos
níveis de esforços e altos níveis de preocupações perfeccionistas).
Atividade 24 // Resposta: A
Comentário: O processo de avaliação do perfeccionismo na clínica deve incluir a
mensuração de sua intensidade, obtida pela aplicação de escalas que forneçam
pontuações gerais e possibilidade de obter o tipo de perfeccionismo apresentado pelo
paciente, mas também por meio de entrevistas que possibilitarão a construção de um
diagrama completo sobre as cognições, as emoções e os comportamentos
perfeccionistas e suas situações desencadeadoras. Ainda não é consensual o número
de tipos de perfeccionistas existentes, havendo um modelo que trabalha com três e
outro com quatro tipos de perfeccionistas.
Atividade 25 // Resposta: C
Comentário: A primeira estratégia envolve o recurso a uma outra pessoa como apoio
para regular as emoções de E., por isso, pode ser considerada uma estratégia de
regulação interpessoal. No que concerne à sua classificação conforme a família de
estratégias propostas no modelo processual, trata-se de uma estratégia de seleção da
situação, pois envolve a criação prévia de um ambiente com menor poder de
desencadear respostas emocionais desadaptativas em E.
Atividade 26 // Resposta: A
Comentário: A segunda estratégia do plano terapêutico de E. trata-se de uma
estratégia de reorientação da atenção utilizada no momento inicial da geração da
emoção. Ao estabelecer um foco alternativo para a atenção às atividades concretas
que E. está fazendo a cada instante, é possível atenuar vieses atencionais que podem
levar a uma sobrerrepresentação de sinais de perigo no ambiente externo (por
exemplo, velocidade do carro, olhar do avaliador, entre outros) e no ambiente interno
(por exemplo, cognições catastróficas, aceleração do ritmo cardíaco, sensação de calor
e boca seca).
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Atividade 27
paciente para
Resposta: Certamente seria preciso ter informações mais detalhadas da
elaboração de um diagrama de compreensão completo do caso. Não obstante, tendo
JC
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lidando com Marcar como concluído terapia
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