Cap II
Cap II
Cap II
Curso: Gestão
C
apítulo II – Aspectos e conceitos básicos
- Convergentes (1)
- Divergentes (2)
- Independentes
MOTOR
Montagem
CHASSIS
CARROÇARIA
(2) Refinaria
GASOLINA
PETRÓLEO GASÒLEO
FUEL OIL
Exemplos:
1. Função de Aprovisionamento
Esta acepção de custo de compra incluí todos os custos até à colocação dos bens
em armazém, ou seja:
2. Função Produção
O SNC define o custo de produção de um bem como sendo o custo que inclui
“...a soma dos custos das matérias-primas e outros materiais diretos consumidos, da
mão-de-obra direta, dos custos industriais variáveis e dos custos industriais fixos
necessariamente suportados para produzir e colocar no estado em que se encontra e no
local de armazenagem ...”
A) Classificação tecnológica
B) Classificação contabilística
Matérias indiretas: aquelas cujo consumo não se pode nem é fácil, ou não é
conveniente relacionar especificamente com um produto (ou lote de produtos) bem
determinado. São em geral matérias subsidiárias e materiais de consumo.
Classificação da mão-de-obra
3. Função Distribuição
- Publicidade
- Ordenados e comissões dos vendedores
- Transporte
- Custos do armazém de produtos acabados
- Despesas de cobrança
- Custos com o funcionamento da secção de vendas
- Etc.
4. Função Administração
- Deslocações e estadas
- Representação
- Ordenados
- Custos de funcionamento das secções administrativas
- Etc.
5. Função Financiamento
- Juros
- Comissões bancárias
- Descontos de pronto pagamento
- Provisões para cobranças duvidosas
- Etc.
1 – Custo Primo
2 – Custo de Transformação
CT = MOD + GGF
CI = MD + MOD + GGF
4 – Custo Comercial
C Com. = CI + CD
5 – Custo Complexivo
CC = CI + CD + CA + CF
C Econ. – Téc. = CC + CS
Legenda:
Por outro lado, os custos começam por ser calculados em relação aos produtos,
só se transformando em custos dum dado período contabilístico, à medida que a
produção é vendida. De facto, só os custos contidos nos produtos vendidos são
evidenciados nas demonstrações de Resultados como componentes negativas do rédito.
Os custos contidos nos produtos que passam em stock para o período contabilístico
seguinte, são custos suspensos, não extintos.
Assim, para obtermos o custo industrial dos produtos vendidos (CIPV) temos de
considerar a variação dos stocks de produtos acabados:
Onde, EIPA e EFPA são as existências iniciais e finais dos produtos acabados.
Em esquema:
EiMP
+
Compras MP
-
EfMP PVFi
= +
Consumo MP + MOD + GGF = CIP
-
PVFf
=
EiPA + CIPA - EfPA = CIPV
+
CD
=
C Com. + CA + CF = CC
+
CS
=
C. Económico
1
Por produtos e trabalhos em curso ou produtos em vias de fabrico, devem ser entendidos os produtos
que se encontram em fabrico na data da segmentação do exercício.
Contabilidade de Gestão e Controlo Orçamental I 10
Cap. II – Conceitos fundamentais e classificação de custos
Custos supletivos
Os custos supletivos são custos calculados que não dão origem ou resultam de
desembolsos monetários.
São custos que não são relevados pela Contabilidade Geral, mas que, muitas
vezes, é preciso ter em conta na Contabilidade Analítica, para se chegar ao verdadeiro
custo económico das produções.
A lei comercial não permite que o empresário receba juros dos capitais
investidos na empresa, entendendo que a forma de os remunerar consiste nos lucros da
atividade. Contudo, o investimento deve ser rentável independentemente da sua forma
de financiamento recorrer mais ou menos a capitais próprios ou alheios, o que torna
aconselhável que a Contabilidade Analítica deva ter em conta, para efeitos de análise de
rendibilidade, uma remuneração calculada para os capitais próprios.
2a – Mais complexa, diz respeito à imputação desses custos pelas várias secções
e produtos. Uma solução possível é considerar a maturidade das aplicações de fundos
no interior da empresa.
2.3.3 – Margens
Uma margem resulta sempre da diferença entre o preço de venda e uma dada
configuração de custo.
LB = VV - CIPV
- Lucro Líquido
LL = VV - CC
Melhor será, muitas vezes, ficar pelo cálculo do lucro líquido global da empresa
ou, em certos casos, por atividades.
- Lucro Puro
LP = VV – Custo Econ. (Técnico)
concorrência, tende para zero no longo prazo dado o natural afluxo de capitais aos
sectores de atividade com lucros anormais.
Suponhamos uma fábrica, dirigida por um diretor fabril, com duas secções
fabris, cada uma chefiada por um encarregado. São fabricados quatro produtos sendo
A1 e A2 fabricados na secção X e B1 e B2 fabricados na secção Y.
- Da estrutura da empresa;
Os custos especiais são de imputação direta aos objetos de custo: são CUSTOS
DIRECTOS.
Sejam os produtos A e B
PRODUTO A PRODUTO B
Custos Diretos 40% Custos Diretos 75%
Custos Indiretos 60% Custos Indiretos 25%
Obviamente que existe muito mais certeza quanto à realidade do custo total do
produto B do que do produto A.
Sempre que estejamos perante fabricação múltipla, quanto maior for o peso
relativo dos custos indiretos, maiores dificuldades existem e mais complexo se torna o
apuramento dos custos dos vários produtos.
Noção e Classificação
Havendo um novo cliente que se propõe comprar 200 unidades de A mas que
não aceite pagar mais de 0,35 u.m. por unidade, deverá a empresa aceitar essa
encomenda ?
A fixidez destes custos supõe uma análise de curto prazo, em que a estrutura se
mantém inalterada.
Dotada a empresa com uma dada estrutura pode-se fazer, em cada momento,
uma maior ou menor utilização da mesma.
3
O volume é sempre uma quantidade por unidade de tempo:
- nº de unidades produzidas
- quantidade de matéria-prima transformada
- horas de trabalho das máquinas
Contabilidade de Gestão e Controlo Orçamental I 16
Cap. II – Conceitos fundamentais e classificação de custos
No conjunto dos custos da empresa é possível ainda encontrar alguns que têm
um comportamento misto com o nível de atividade, os chamados Custos Semi-fixos ou
Semi-variáveis.
São os casos dos custos com a energia eléctrica e a manutenção das máquinas.
Independentemente do consumo de energia a empresa paga um valor fixo mensal
correspondente à taxa de potência – parte fixa do custo – e paga, uma parte variável
com o consumo, que é suposto variar com o nível de atividade – parte variável do custo.
Também, no que se refere à conservação, existe uma manutenção mínima das máquinas
mesmo em situação de fábrica parada – custo fixo – e uma parte variável de acordo com
a intensidade do trabalho das mesmas – custo variável.
1. Custos Globais
Progressivo Proporcional
Volume Volume
Custo Total
CT
Custos CV
CF
Volume
2. Custos Médios
Fixos Variáveis
Custos Custos
Progressivo
Proporcional
Degressivo
Volume Volume
Custo Total
(com cv proporcional)
Custos
CT
CV
CF
Volume
Admitir a linearidade dos custos é definir que o custo total possa ser
representado por uma equação do tipo:
Y = a + bx
Em que:
- y = custo total
- a = custo fixo global
- b = custo variável médio
- x = atividade
Zona Relevante
Custo
Total
A B
0 Q1 Q2 Atividade
1. Análise Normativa
0 + 3.000 cv = 137 €
cv = 0,04567 €
CT = 216 + 0,04567 Hm
Ou seja:
O método dos pontos extremos leva-nos a valores aproximados para a parte fixa
e variável do custo, pois parte-se do princípio que a evolução dos custos é linear, o que
não corresponde exatamente à realidade.
490
470
450
418
410
353
216
Yt = a + bxt
Demonstra-se que:
n
(xt - x) (yt - y)
t=1
b=
n
(xt - x)2
t=1
a = y - bx
Exemplo:
média de X = 4666,667
média de y = 425,5
b = 0,046286
a= 209,5
Ao eliminar o produto que dava 100 Euros de prejuízo, o lucro global em vez de
aumentar diminuiu em 50 u.m. e o produto C que era rentável passou a dar prejuízo.
O problema é que apesar de dar prejuízo o valor das vendas de B cobriam todos
os custos variáveis e ainda 50 u.m. de custos fixos (70+40+40-100), custos esses que
agora são suportados pelos dois produtos restantes.
4
Orçamentos calculados para diversos níveis de actividade possíveis.
Contabilidade de Gestão e Controlo Orçamental I 24
Cap. II – Conceitos fundamentais e classificação de custos
- Custos Permanentes: são aqueles que não variam quando se tomam decisões
face às alternativas possíveis que influenciam a atividade da empresa.
CDf = C = C2 – C1
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Por vezes utiliza-se o termo custo marginal na acepção de custo diferencial, o que tem a ver com o facto
de na maior parte das indústrias, uma variação unitária da actividade não ter significado.
Contabilidade de Gestão e Controlo Orçamental I 25
Cap. II – Conceitos fundamentais e classificação de custos
CT = CF + CV
CT = CF + cvQ
Com CF fixo,
CT = CV
Calcule o custo total, fixo e variável médios e o custo marginal para cada nível
de produção. Comente os resultados.
Assim:
São custos calculados à anteriori com base em estimativas para um período; são
custos de referência cuja comparação com os custos reais permite identificar os desvios
que servem para o controlo de gestão.
- Custos Orçados
6
Não esquecer contudo que a “realidade” dos custos é algo sempre discutível face à existência de custos
indirectos, a influência do nível de actividade e a outras dificuldades próprias da Contabilidade Analítica.
7
A desenvolver em Análise de Custos e Gestão Orçamental.
Contabilidade de Gestão e Controlo Orçamental I 29
Cap. II – Conceitos fundamentais e classificação de custos
Pode dizer-se que a escolha do tipo de custos básicos depende dos objectivos de
cálculo dos custos. Sempre que a empresa promove uma gestão previsional, os custos
orçados obtidos dos seus orçamentos de exploração, apresentam-se como os mais
vantajosos quanto ao objectivo de controlo de gestão, dado que o seu cálculo tem em
consideração a análise das condições de exploração concretas da empresa.
Contudo:
- Nem todos os custos variáveis são controláveis e nem todos os custos fixos
são não controláveis.
- A longo prazo todos os custos são controláveis.
- O carácter controlável ou não dum custo depende da posição hierárquica na
empresa, de quem o considera.