Poder Judiciário: Justiça Do Trabalho
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PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 10ª REGIÃO
EMENTA
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FUNDAMENTAÇÃO
ADMISSIBILIDADE
Dessa forma, não há por que falar em ausência de ataque aos fundamentos da
sentença, inexistindo nessa conclusão violação ao art. 1.010 do CPC ou contrariedade à Súmula 422/TST.
Preliminar rejeitada.
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MÉRITO
A reclamada postula, em seu recurso adesivo, a reforma do julgado quanto à prescrição parcial
da pretensão. Em suas considerações, argumenta que tendo o autor sido admitido em 16/01/2009, a partir desta data
surgiu a pretensão autoral para discutir os termos do cálculo de sua nova remuneração. Ajuizada a ação em 5/2/2019,
haveria a prescrição quinquenal total da pretensão em relação a eventuais danos decorrentes da suposta alteração
contratual.
Conforme reconhecido pela própria reclamada em defesa e nas razões recursais (fls. 78 e 191,
respectivamente), o reclamante foi readmitido pela reclamada em 16/1/2009, por força da Lei nº 8.878/94, permanecendo
seu contrato em vigor. Logo, desde então deveriam ser buscadas as parcelas objeto do direito de que entendia ser titular.
Não há que se falar em incidência da prescrição total estabelecida na parte inicial da Súmula
294/TST, uma vez que a Lei nº 8.878/94 instituiu um novo contrato de emprego ao reclamante. Em síntese, houve uma
nova admissão, cuja lesão em relação à jornada de trabalho se renova a cada mês, fato apto a afastar a incidência das
disposições da referida súmula.
Isso porque as regras de prescrição quanto a direitos trabalhistas têm disciplina própria na
Constituição Federal de 1988 (art. 5º, XXIX) e na CLT (art. 11), e como tal devem ser observadas no Processo do Trabalho,
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cabendo à legislação infraconstitucional aplicação meramente subsidiária (CLT, art. 8º). Logo, a fixação do marco
prescricional fundado na legislação própria e pertinente à matéria, em detrimento às disposições do art. 1º do Decreto nº
20.910/1932 não viola o referido diploma legal.
As jurisprudências transcritas nas razões recursais não vinculam este Órgão Julgador, logo,
não se mostram como elementos aptos a afastar as conclusões aqui expostas.
Nego provimento.
Quando a parte percebe valor superior ao percentual de 40% do limite máximo dos
benefícios do Regime Geral de Previdência Social e declarar a sua hipossuficiência jurídica (de próprio punho
ou por procurador com poderes especiais - art. 105 do CPC), essa declaração possui presunção de
veracidade, na forma do art. 99, § 3º, do CPC.
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O recorrente afirma que sua jornada no BNCC era de seis horas e foi readmitido
com jornada de 40 horas, fazendo jus às diferenças salariais entre a remuneração outrora percebida pela
jornada de seis e a remuneração atual pertinente à jornada de oito horas.
Como se vê, a readmissão dos anistiados possui regras legais bem definidas, as
quais não podem ser imbricadas para formar uma terceira norma.
Art. 309. O empregado de órgão ou entidade da União beneficiado pela Lei nº 8.878, de 11 de maio de 1994, que
retornar ao serviço em órgão ou entidade da administração pública federal direta, autárquica e fundacional com
fundamento no parágrafo único do art. 2o daquela Lei estará sujeito à jornada semanal de trabalho de 40 (quarenta)
horas, salvo situação especial prevista em lei.
Art. 310. Caberá ao empregado que retornar ao serviço na administração pública federal direta, autárquica e
fundacional apresentar comprovação de todas as parcelas remuneratórias a que fazia jus no prazo decadencial de
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15 (quinze) dias do retorno, as quais serão atualizadas pelos índices de correção adotados para a atualização dos
benefícios do regime geral da previdência social, desde aquela data até a do mês anterior ao do retorno.
§ 1o. Não sendo válida ou não havendo a comprovação referida no caput deste artigo, o Poder Executivo fixará o
valor da remuneração dos empregados de que trata o caput deste artigo, de acordo com a área de atuação e o nível
do emprego ocupado, nos termos dos valores constantes do Anexo CLXX desta Lei.
§ 2o. É vedada a combinação da remuneração fixada nos termos do § 1o deste artigo com as parcelas
remuneratórias de que trata o caput deste artigo.
§4o. Aos empregados de que trata o art. 309: (Redação dada pela Lei nº 13.324, de 2016) (Produção de efeito)
I - aplica-se o disposto nos arts. 38, 46, 47, 58, 59, 73 e 74 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990; e (Incluído
pela Lei nº 13.324, de 2016) (Produção de efeito)
II - são devidos os auxílios transporte e alimentação conforme as normas aplicáveis aos servidores públicos federais.
(Incluído pela Lei nº 13.324, de 2016) (Produção de efeito)
§ 5o. A partir da data do retorno, as parcelas remuneratórias de que trata o caput e o § 1o deste artigo serão
reajustadas nas mesmas datas e índices da revisão geral dos vencimentos dos servidores públicos federais.
§ 6º. As parcelas remuneratórias de que trata o caput ficam majoradas em: (Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014)
I - 10,25% (dez inteiros e vinte e cinco centésimos por cento), a partir de 1o de janeiro de 2014; (Redação dada pela
Lei nº 13.324, de 2016) (Produção de efeito)
II - 5% (cinco por cento), a partir 1o de janeiro de 2015; (Redação dada pela Lei nº 13.324, de 2016) (Produção de
efeito)
III - 5,5% (cinco inteiros e cinco décimos por cento), a partir de 1o de agosto de 2016; e (Incluído pela Lei nº 13.324,
de 2016) (Produção de efeito)
IV - 5% (cinco por cento), a partir de 1o de janeiro de 2017. (Incluído pela Lei nº 13.324, de 2016) (Produção de
efeito)
§ 7º. O disposto no § 6o não se aplica aos empregados de que trata o § 1º. (Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014)
(Produção de efeito)"
Do que foi exposto e da transcrição feita, verificamos que duas são as formas
remuneratórias, a saber:
Além das duas formas de fixação da remuneração, o art. 310, § 2º, da Lei
11.907/2009 é expresso em afirmar que "é vedada a combinação da remuneração fixada nos termos do § 1.º
deste artigo com as parcelas remuneratórias de que trata o caput deste artigo", ou seja, não é permitido que o
empregado anistiado faça a combinação das duas remunerações, devendo estar enquadrado em uma ou
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outra.
Em face das regras expostas, por óbvio que o readmitido não tem direito aos
benefícios e vantagens concedidos aos empregados durante o seu afastamento, não pode contar como
tempo de serviço o período em que ficou afastado, não pode receber benefícios retroativos, tudo nos termos
dos artigos 2.º e 6.º da Lei 8.878/1994.
No período em que autor ficou afastado ele não era empregado, logo, não pode ser
deferido a ele nenhum benefício ou vantagem referente a esse período, sob pena de violação do art. 6.º da
Lei 8.878/94.
Não obstante o conceito jurídico de anistia, ela deve ser aplicada com observância
dos limites determinados na lei que a concedeu.
No caso dos autos, o autor não busca direitos relativos à remuneração percebida
como empregado do BNCC, mas apenas que a remuneração recebida na readmissão seja adequada à
jornada de oito horas, porquanto sustenta que a União deixou de efetivar no cálculo do salário-hora do
empregado o acréscimo da 7ª e da 8ª horas trabalhadas, acarretando decréscimo no valor do salário-hora do
trabalhador, fato que viola o princípio da irredutibilidade salarial.
No que diz respeito à jornada de trabalho, o autor, ao ser readmitido, teve formado a
partir da data de readmissão novo contrato de trabalho regido pelo art. 309, da Lei 11.907/2009 que dispõe
que o empregado "estará sujeito à jornada semanal de trabalho de 40 (quarenta) horas, salvo situação
especial prevista em lei".
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A Lei n.º 11.907/2009 assegurou tão somente correção nominal dos salários para o
labor em quarenta horas semanais. Ademais, o reclamante não mais exerce atividade bancária a enquadrá-lo
em jornada excepcional de seis horas, logo, a princípio não faz jus o autor a aumento proporcional ao
acréscimo na jornada.
Com efeito, embora não tenha havido redução nominal do salário (não há
controvérsia acerca da metodologia da remuneração adotada na readmissão), há redução salarial em razão
do decréscimo no valor do salário-hora, o que torna imperativo a adequação da remuneração do recorrente à
sua nova jornada laboral.
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dias de prazo decadencial para comprovar todas as parcelas remuneratórias a que faziam jus antes do desligamento
do emprego, e desse ônus o autor se desincumbiu, conforme asseverou o Regional. Tendo em vista, portanto, que as
diferenças salariais concedidas em outra decisão judicial já tinham sido incorporadas ao seu patrimônio jurídico,
devem compor a remuneração atual, em respeito à previsão do artigo 310, caput, da Lei nº 11.907/2009.
Precedentes. Agravo de instrumento desprovido. DIFERENÇAS SALARIAIS. MODIFICAÇÃO DA JORNADA.
ANISTIA. SALÁRIO-HORA. Nos termos dos artigos 1º e 2º da Lei no 8.878/94, os empregados anistiados
retornariam ao serviço no cargo ou emprego anteriormente ocupado, ou naquele resultante de sua transformação,
salvo se extinto o respectivo órgão ou entidade, e as atividades não tenham sido transferidas, absorvidas ou
executadas por outro órgão ou entidade da Administração Pública federal. No caso, extrai-se da decisão regional que
o reclamante exercia a função de bancário e foi readmitido para exercer jornada de 8 horas e 40 semanais. O artigo
309 da Lei nº 11.907 de 2009 dispõe que "o empregado de órgão ou entidade da União beneficiado pela Lei nº 8.878,
de 11 de maio de 1994, que retornar ao serviço em órgão ou entidade da administração pública federal direta,
autárquica e fundacional com fundamento no parágrafo único do art. 2º daquela Lei estará sujeito à jornada semanal
de trabalho de 40 (quarenta) horas, salvo situação especial prevista em lei" . Portanto, pela dicção legal, não haverá
manutenção da jornada inicialmente pactuada, em decorrência do aproveitamento do reclamante em outro cargo,
não fazendo jus às diferenças de horas extras pleiteadas. Esclarece-se que o retorno ao trabalho dos empregados
anistiados, promovido pela Lei nº 8.887/94, enquadra-se no conceito de readmissão, não lhes cabendo as vantagens
salariais relativas ao tempo da primeira relação jurídica. Não obstante, de acordo com o entendimento firmado pela
SbDI-1 desta Corte superior, ainda que não seja devido o pagamento das horas extras decorrentes da alteração da
jornada cumprida após a anistia, a previsão constante no caput do artigo 310 da Lei nº 11.907/2009 garante a
remuneração nos mesmos moldes percebidos anteriormente. Dessa forma, a ampliação da jornada, mesmo com a
manutenção da remuneração mensal, implica, inexoravelmente, a redução do salário-hora do trabalhador anistiado,
em ofensa à previsão do próprio dispositivo ora mencionado. Destaca-se que não se trata de alteração contratual na
forma do artigo 468 da CLT, pois, conforme referido, a anistia implica nova contratação, porém o novo contrato deve
observar as disposições contidas na Lei nº 11.907/2009. Agravo de instrumento desprovido" (AIRR-2137-
79.2011.5.04.0018, 2ª Turma, Relator Ministro José Roberto Freire Pimenta, DEJT 04/10/2019).
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trabalhadores da mesma categoria do anistiado e deferidos, no caso, mediante decisão judicial, sob pena de retornar
ao trabalho percebendo remuneração inferior até àquela prevista para o início da carreira. Desse modo, não se
vislumbra a violação à literalidade dos arts. 6° da Lei 8.878/94 e 310 da Lei 11.907/2009 e nem contrariedade à
Orientação Jurisprudencial Transitória 56 da SBDI-1 do TST. No tocante ao art. 472 do CPC de 1973, o Regional não
se manifestou a respeito da matéria à luz dos limites subjetivos da coisa julgada e nem a parte interessada objetivou
tal prequestionamento nos embargos declaratórios opostos, estando preclusa a discussão. Incidência da Súmula 297
do TST. Aresto inservível (alínea a do art. 896 da CLT). Recurso de revista não conhecido. ANISTIA. AMPLIAÇÃO
DA CARGA HORÁRIA SEMANAL POR DETERMINAÇÃO LEGAL. AUSÊNCIA DE RESPECTIVO ACRÉSCIMO
REMUNERATÓRIO. PEDIDO SUCESSIVO DE DIFERENÇAS SALARIAIS. ART. 309 DA LEI 11.907/2009. A
jurisprudência desta Corte entende que, em face do disposto no artigo 309 da Lei 11.907/2009, o retorno do
empregado ao trabalho em carga horária semanal de quarenta horas, por ausência de situação especial prevista em
lei, não resulta, por si só, em alteração contratual lesiva, à luz do artigo 468 da CLT, sendo indevidas as 7ª e 8ª horas
como extraordinárias. No entanto, o aumento da jornada de trabalho, de seis para oito horas diárias, sem o aumento
proporcional da contraprestação ao obreiro, constitui redução salarial, configurando afronta ao princípio insculpido no
artigo 7º, VI, da Constituição Federal, em face da sensível diminuição do valor do salário-hora, e alteração contratual
lesiva nos termos do artigo 468 da CLT, a ensejar a condenação do empregador ao pagamento proporcional das
horas acrescidas à jornada de trabalho, de forma simples, e reflexos. No caso, o Regional, ao manter o deferimento
do pedido sucessivo de diferenças salariais decorrentes do pagamento proporcional das horas acrescidas à jornada
de trabalho, decidiu em consonância com a atual, notória e reiterada jurisprudência desta Corte (Súmula 333 do TST
e art. 896, § 4º, da CLT - atual § 7º). Recurso de revista não conhecido. DIFERENÇAS SALARIAIS. ATUALIZAÇÃO E
REAJUSTES PREVISTOS NO ART. 310 DA LEI 11.907/2009. O art. 310 da Lei 11.907/2009 dispõe sobre a
atualização e reajuste das parcelas remuneratórias dos anistiados a partir do retorno ao serviço na Administração
Pública Federal. No tocante à atualização, o dispositivo legal estabelece duas formas distintas de atualização. A
primeira, prevista no caput do art. 310 da referida norma, ocorre quando o empregado anistiado apresenta a
comprovação válida de todas as parcelas remuneratórias a que tinha direito, no prazo decadencial de quinze dias do
retorno. Nesse caso, tais parcelas remuneratórias serão atualizadas pelos mesmos índices de correção adotados
para a atualização dos benefícios do regime geral da previdência social, desde a data da dispensa até a data do mês
anterior ao do retorno, além de serem majoradas nos percentuais e datas previstas no § 6º do mesmo artigo legal. A
segunda, disposta no § 1º do art. 310 em comento, quando não for válida ou não havendo a comprovação referida no
caput do art. 310, o valor da remuneração será fixado pelo Poder Executivo, nos termos dos valores constantes na
tabela do Anexo CLXX da Lei 11.907/2009. Em relação aos reajustes posteriores ao retorno, o § 5º determina que a
remuneração, após a atualização em qualquer de suas formas previstas no art. 310 (caput ou § 1º), será reajustada
nas mesmas datas e índices da revisão geral dos vencimentos dos servidores públicos federais. O § 2º do referido
dispositivo legal, bem como o § 7º, vedam, expressamente, a cumulação das duas formas distintas de atualização.
No caso, é fato incontroverso que a atualização a ser adotada é aquela prevista no caput do art. 310 da Lei
11.907/2009. Assim, nas diferenças salariais decorrentes de reajustes após o retorno, considerando o disposto no §
5º do art. 310 da Lei 11.907/2009, os reajustes devem incidir sobre a integralidade do salário do autor já atualizada
na forma prevista no caput do art. 310 da Lei 11.907/2009. Nesse contexto, o Regional, ao entender pela
condenação do pagamento de diferenças salariais decorrentes de reajustes a incidir sobre parcelas remuneratórios
atualizadas mediante o acúmulo dos dois critérios legais (caput e § 1º), violou os §§ 2º e 5º do art. 310 da Lei
11.907/2009. Recurso de revista conhecido e parcialmente provido. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. AUSÊNCIA DE
ASSISTÊNCIA SINDICAL. Conforme a jurisprudência desta Corte , permanece válido o entendimento de que, nos
termos do art. 14, caput e § 1º, da Lei 5.584/70, a sucumbência, por si só, não justifica a condenação ao pagamento
de honorários pelo patrocínio da causa, mesmo frente à lei civil, que inclui expressamente os honorários advocatícios
na recomposição de perdas e danos. Entende-se que não foram revogadas as disposições especiais contidas na
aludida Lei 5.584/70, aplicada ao processo do trabalho, consoante o art. 2º, § 2º, da LINDB. Desse modo, se o
trabalhador não está assistido por advogado credenciado pelo sindicato profissional ou não declara insuficiência
econômica (item I da Súmula 463 do TST), conforme recomenda a Súmula 219, I, do TST, indevidos os honorários
advocatícios. No caso concreto, não há assistência pelo sindicato de classe. Ressalva do relator. Recurso de revista
conhecido e provido " (RR-633-72.2010.5.04.0018, 6ª Turma, Relator Ministro Augusto César Leite de Carvalho,
DEJT 09/08/2019).
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Emerge dos excertos acima que o Eg. TST tem admitido a condenação da
reclamada ao pagamento da proporcionalidade entre a jornada de 8 horas e a de 6 horas, por entender
configurada a alteração contratual lesiva, e a situação vivenciada pelo recorrente reflete os casos análogos
acima citados.
O art. 53 da Lei nº 9.784/1999 dispõe que "A Administração deve anular seus
próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos".
Incólumes os artigos 5º, LV, 7º, IV, V, VI e XIII, e 37, § 3º da CR/88, 2º e 3º da Lei nº
8.878/1994, 309 e 310 da Lei nº 11.970/2009 e 19 da Lei nº 8.112/1990, porquanto não violados.
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CONCLUSÃO
É o meu voto.
ACÓRDÃO
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Representando o Ministério Público do Trabalho a Dra. Renata Coelho Vieira (Procurador Regional do
Trabalho).
Coordenadoria da 3ª Turma;
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