05 Batismo
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05 Batismo
BATISMO – AULA 05
Pr. Judiclay Santos
OS DISTINTIVOS BATISTAS.
Os batistas têm uma visão bem peculiar e distintiva de outras tradições cristãs no que
tange o Batismo e a Ceia do Senhor. Desde o século XVII, quando os primeiros batistas
surgiram no contexto do protestantismo inglês, o entendimento o Batismo e a Ceia do
Senhor foram reconhecidos como sinais visíveis da presença de Cristo com seu povo.
Esses sinais são chamados de ordenanças, pois o próprio Cristo ordenou essas práticas.
Uma atenciosa leitura do Novo Testamento indicará que, tanto por mandamento como
por exemplo, os discípulos de Jesus foram ordenados a praticar o Batismo e a celebrar
a Ceia.
1
Jesus foi batizado por João Batista e ordenou a seus discípulos que batizassem em
nome do Deus trino (Mt. 28.19). Nosso Senhor celebrou a Ceia com os seus discípulos
e ordenou que os mesmos fizessem isto em memória dele (Mt. 26.26-28). Portanto, a
prática dessas ordenanças não é uma invenção da igreja, mas um sinal de sua
obediência às expressas ordens do Mestre.
O batismo é uma ordenança de Jesus Cristo. Não se trata de uma invenção da igreja.
O batismo não é uma ideia do homem ou de uma denominação. Foi Jesus quem
ordenou o batismo, e esta tem sido uma prática cristã há séculos. Faz parte da missão
da igreja fazer discípulos e batizá-los em nome do Deus Trino. Há várias passagens
bíblicas que provam isso. A passagem bíblica da grande comissão é um texto clássico
sobre o assunto (Mt 28.28-29).
O batismo não tem o propósito de salvar, mas de confirmar, pela pública profissão de
fé, aquele que já foi salvo pela graça. Os batistas preferem a palavra ORDENANÇA ao
invés de sacramento, por pelo menos duas razões: primeiro, deixa evidente tratar-se
de uma ordem expressa de nosso Senhor. Em segundo lugar, porque se distancia do
conceito católico de sacramento e seu equívoco ensino da regeneração batismal.
2
Considerando o contexto mais amplo dessa passagem, o apóstolo Paulo está
enfatizando a fé como meio através do qual somos unidos a Cristo. O batismo é
demonstração pública de uma realidade espiritual. Pense na aliança de casamento. O
anel não é o casamento em si, mas simboliza a união do casal e sinaliza o compromisso
que o envolve. O batismo, em si e por si, não salva ninguém. O propósito do batismo
é tornar pública a união com Cristo em sua morte, sepultamento e ressurreição. O
batismo simboliza o que aconteceu conosco quando nos tornamos cristãos. Fomos
unidos a Cristo. Sua morte se tornou a nossa morte. Nós morremos com ele. No mesmo
instante, Sua vida tornou-se a nossa vida (1 Co 12.13; Tt 3.5)
A Bíblia ensina que o batismo simboliza uma experiência de natureza espiritual que já
aconteceu na vida do crente em Cristo. O novo nascimento é uma realidade espiritual
representada pelo batismo, que é um símbolo externo de uma graça interna.
“... enquanto Noé construía a arca, na qual poucas pessoas, isto é, oito, foram salvas
por meio da água. Aquilo que lhe corresponde é o batismo que agora vos salva, não
aquele que consiste na remoção da imundície do corpo, mas no compromisso solene
da boa consciência para com Deus pela ressurreição de Jesus Cristo”. 1 Pedro 3.20b-21
1
GRUDEN, Wayne. Teologia Sistemática. São Paulo: Vida Nova, 1999, p.162
3
Como anel de noivado no dedo dela, assim o batismo fala aos que são
batizados, dando-lhe certeza de que são justificados e seus pecados são
perdoados. Não são justificados porque foram batizados; são batizados
porque são justificados. O batismo não é o meio de seu perdão e justificação,
e sim, a certeza deles. O batismo é um sinal de ser membro da Igreja, a qual
é Seu corpo. É uma separação e uma introdução oficial, de uma maneira
externa, no corpo visível de Cristo. Já estamos no invisível, porém aqui,
entramos no visível, e o batismo é um sinal ou emblema disso. 2
Tendo sido levados pelo Espírito Santo a aceitar a Jesus Cristo como único
e suficiente Salvador, e tendo sido batizados, sob profissão de fé, em nome
do Pai, do Filho e do Espírito Santo, decidimos–nos unânimes, como corpo
em Cristo, firmado solene e alegremente, na presença de Deus e desta
congregação, seguinte e Pacto:
É por essa razão, isto é, por considerar o batismo um rito de iniciação que marca
visivelmente a entrada do crente no Corpo de Cristo, é que a Ceia do Senhor é restrita
aos discípulos batizados e em comunhão com a igreja local. A Ceia é um rito de
permanência e o Batismo, de iniciação. Quem ainda não começou não pode
permanecer. Por isso, a Ceia é uma ordenação para os discípulos batizados.
O Batismo é uma ordenança do Novo Testamento, estabelecido por Cristo, para ser
administrado sobre pessoas que professam fé́, que são discípulos, os quais por sua
confissão de fé́ devem ser batizados e depois participar da Ceia do Senhor. Se a
salvação é pela graça mediante a fé, por que instituir um ritual ou um símbolo para
representar a fé?
2
JONES, Martyn Lloyd. A Igreja e as Últimas coisas. PES: São Paulo, 1999, p. 55
3
MILNE, Bruce. Estudando as doutrinas da Bíblia. São Paulo: ABU, 1998, p. 241
4
Então, mandou parar o carro, ambos desceram a água, e Filipe batizou o eunuco. (...) e
este foi seguindo o seu caminho, cheio de júbilo. At 8.36-38,39b
Eis aqui água; QUE ME IMPEDE QUE EU SEJA BATIZADO? Foi a pergunta do etíope!
A resposta de Filipe é muito oportuna para mostrar que a fé em Cristo precede o
batismo. Ele respondeu: É lícito se creres de todo coração! Nós batistas somos
CREDOBATISTAS, isto é, nós cremos que o batismo deve ser ministrado somente
àqueles que fazem pública profissão de fé.
Observem que em todo o Novo Testamento, o batismo sempre é ministrado aos que
professaram a fé pessoal. Esse é o principal ponto de debate nas denominações
evangélicas. Um bom número de igrejas é PEDOBATISTA. Ou seja, crê e pratica o
batismo infantil. São dois os principais argumentos. 1) O batismo no Novo Testamento
é o substituto da circuncisão do AT, assim como a Ceia é o substituto da Páscoa. A
circuncisão era um ritual familiar, administrado aos oito dias de idade aos filhos do sexo
masculino, nascidos no povo de Deus. Sendo assim, o batismo deve ser aplicado aos
filhos dos crentes. Esse é a prática dos metodistas, presbiterianos, anglicanos e outras
denominações. Curioso notar que “Jesus, seus discípulos e a primeira geração de
judeus cristãos, todos receberam ambos; portanto, não existe uma evidência clara de
que a primeira igreja imaginou um deles substituindo o outro”4. 2) As referencias ao
batismo de casas inteiras no Novo Testamento incluíam crianças. Esse argumento
não é conclusivo, muito pelo contrário, é muito vago. A principal diferença entre o
Antigo Testamento e o Novo Testamento é o contraste entre o físico e o espiritual. No
Antigo Testamento, a entrada na comunidade da aliança era por descendência física,
mas no Novo Testamento é por novo nascimento. Os que nasceram de novo confirmam
sua fé em Cristo por meio do batismo nas águas, simbolizando sua união com Cristo.
Agostinho, cuja mãe era uma piedosa cristã, não foi batizado na infância. Esse não é
um argumento conclusivo, mas mostra que o batismo infantil não era uma prática
universal na igreja primitiva. Na verdade, não há registro de batismo infantil antes do
ano 175 DC.
O Batismo deve ser ministrado aos discípulos de Jesus Cristo. Por essa razão, os
batistas não praticam o batismo infantil. Bebês não podem fazer pública profissão nem
tampouco dar evidências do novo nascimento. “Se, com a tua boca, confessares Jesus
como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás
salvo. Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito
da salvação.” Romanos 10. 9-10
4
MILNE, Bruce. Estudando as doutrinas da Bíblia, p. 242
5
5. O BATISMO É POR IMERSÃO.
Ora, João estava também batizando em Enom, perto de Salim, porque havia ali muitas
águas, e para lá concorria o povo e era batizado. João 3.23
Logo ao sair da água, viu os céus rasgarem-se e o Espírito descendo como pomba
sobre ele. Mc 1.10
O batismo é em nome do Deus trino: Pai, Filho e Espírito Santo. De modo algum pode
ser realizado em nome da igreja, ou do pastor, ou de quem quer que seja. A fórmula
trinitária faz parte da ordem de Jesus, pois a nossa redenção, simbolizada no batismo,
é uma obra do Deus trino. O Pai planejou a nossa salvação, o Filho realizou na cruz, e
o Espírito Santo aplica as bênçãos conquistadas no calvário àqueles que creem em
Cristo.
5
JONES, Martyn Lloyd. A Igreja e as Últimas coisas, p. 64
6
“Cada uma das três pessoas da santíssima Trindade desempenha um
papel em nossa salvação. O Pai, quanto à predestinação; O Filho, quanto
à propiciação; o Espírito Santo, quanto à regeneração. O Pai nos
escolheu; o Filhos morreu por nós; O Espírito Santo nos vivifica. O Pai se
preocupou conosco; O Filho derramou seu sangue por nós e o Espírito
Santo realiza a sua obra em nós”. Arthur W. Pink
Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo, para que, como Cristo foi
ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em
novidade de vida. Rm 6.4