Nietzsche, Foucault e A Arte de Viver
Nietzsche, Foucault e A Arte de Viver
Nietzsche, Foucault e A Arte de Viver
ARTE DE VIVER
POR CLAUDEMIR LUÍS ARALDI
SOBRE O AUTOR:
Clademir Luis Araldi
Possui graduação em Filosofia pela extinta Faculdade de Filosofia 'Nossa
Senhora de Imaculada Conceição' (1991), mestrado em Filosofia pela
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1995) e doutorado em Filosofia
pela Universidade de São Paulo (2002). É Professor Titular da Universidade
Federal de Pelotas. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em
Ética, História da Filosofia Moderna e Contemporânea e na Filosofia de
Nietzsche, atuando principalmente nos temas de ética e crítica da moral.
Realizou estágios de pesquisa na Universidade Técnica de Berlim -
Alemanha, em 2001-02, em 2007-08 e em 2014. Realizou pós-doutorado
no PGFILOS da Universidade Federal do Paraná (2020-2021). É
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da UFPel.
Desde 2018 coordena o GT-Nietzsche da ANPOF. É membro do GIRN -
Groupe International de Recherche sur Nietzsche e do HyperNietzsche -
International Research Group.
APRESENTAÇÃO
“É necessário construir
uma arte de viver?” (p. 8)
FOUCAULT: AS RELAÇÕES DE PODER E A
GENEALOGIA DAS ARTES DE VIVER
“A vida correta e virtuosa é mais elevada que a vida de prazeres e vícios, pois ‘A
vida com felicidade é a vida segundo a natureza’ (SÊNECA, A vida feliz, VIII). Viver
conforme a natureza significa viver conforme o logos que governa o mundo, a
natureza e a vida dos sábios. Quem quer ser artífice da sua vida, nesse sentido,
deve confiar na razão inabalável.” (p. 72).
OS EXERCÍCIOS ASCÉTICOS PROPOSTOS
POR EPICTETO E MARCO AURÉLIO
"O modo de vida do artista moderno é condição para sua obra de arte: a
"ruptura escandalosa" aparece tanto em seu modo de vida cquanto em sua
arte. Além disso, Foucault vê nas artes modernas (pintura, m´suica,
literatura) um outro elo forte com o cinismo: a arte moderna visa um
desnudamento e desmascaramento da realidade, um movimento de
"Redução elementar da existência" (p. 119).
"É uma forma moderna de parresía, de coragem da
verdade, a saber, a coragem do artista de expressar
verdades 'bárbaras' [...] É no domínio da arte que se
concentram as formas "mais intensas" do dizer-a-
verdade corajoso" (p. 120)
"Se não é mais possível a nós exercer a coragem da verdade, como
Sócrates e Diógenes, nas ruas ou na praça pública, isso não significa
que devemos abandonar os esforços para a arte de viver e para a
“verdadeira vida”. A arte de viver pode ser exercida em outros tempos e
lugares, cabe a nós reinventá-la. É preciso abalar a segurança frágil das
convenções sociais e valores herdados. Essa é a condição para construir
novos hábitos e atitudes que resultem em formas de vida, assumidas
como próprias de cada um. Ser artistas de nossa própria existência: eis
uma tarefa que cada um de nós pode assumir, na situação própria de
sua existência"
Sendo assim, para fazer da vida uma obra de arte, uma arte-de-viver, é
preciso que voltemos o olhar para nós, “é preciso que o sujeito inteiro se
volte para si e se consagre a si mesmo”(FOUCAULT, 2004, p. 302).
OBRIGAD@