Abcesso Pulmonar

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Índice

1. Introdução............................................................................................................................ 3

1.1. Objectivos .................................................................................................................... 3

1.1.1. Geral ..................................................................................................................... 3

1.1.2. Específicos ............................................................................................................ 3

1.2. Metodologias ............................................................................................................... 3

2. Abcesso Pulmonar ............................................................................................................... 4

2.1. Etiologia ....................................................................................................................... 4

2.2. Factores de Risco ......................................................................................................... 4

2.3. Classificação ................................................................................................................ 4

2.4. Quadro Clínico ............................................................................................................. 5

2.5. Complicações ............................................................................................................... 5

2.6. Exames auxiliares e Diagnóstico ................................................................................. 6

2.7. Diagnóstico diferencial ................................................................................................ 6

2.8. Conduta ........................................................................................................................ 7

2.8.1. Tratamento não medicamentoso ........................................................................... 7

2.8.2. Tratamento medicamentoso.................................................................................. 7

3. Bronquiectasias ................................................................................................................... 7

3.1. Classificação e Etiologia .............................................................................................. 7

3.2. Quadro clínico .............................................................................................................. 8

3.4. Exames auxiliares e Diagnóstico ................................................................................. 9

3.5. Diagnóstico Diferencial ............................................................................................... 9

3.6. Conduta ...................................................................................................................... 10

4. Conclusão .......................................................................................................................... 11

5. Referências bibliográficas ................................................................................................. 12


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1. Introdução
O presente trabalho aborda sobre Abcesso pulmonar, dentro desse tema encontramos
alguns subtemas que são Etiologia, Factores de Risco, Quadro Clínico, Exames auxiliares e
Diagnóstico, Conduta, Tratamento não medicamentoso e Tratamento medicamentoso.
Também, aborda sobre Bronquiectasia, iremos profundar nas seguintes aspectos que é a sua
Classificação e Etiologia, Quadro clínico, Exames auxiliares e Diagnóstico, Diagnóstico
Diferencial e a sua Conduta.

1.1. Objectivos

1.1.1. Geral
 Conhecer Abcesso Pulmonar e Bronquiectasia.

1.1.2. Específicos
 Descrever Abcesso Pulmonar e Bronquiectasia;
 Identificar o quadro clinico de abcesso Pulmonar e Bronquiectasia;
 Compreender a conduta abcesso Pulmonar e Bronquiectasia.

1.2. Metodologias
Para a materialização deste trabalho, usou-se o método bibliográfico, em que segundo Gil
(2002), na pesquisa bibliográfica são utilizados livros, artigos científicos de onde serão
subtraídos os conceitos para ilustração do trabalho, isso porque a pesquisa bibliográfica tem o
objectivo conhecer as diferentes contribuições científicas sobre um determinado tema. A
Pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado.
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2. Abcesso Pulmonar
Abcesso pulmonar é um processo inflamatório de origem infecciosa, caracterizado pela
formação de uma colecção de pus dentro de uma cavidade previamente formada por necrose
tecidual, no parênquima pulmonar. É comum aparecer somente um abcesso, mas se forem
vários apresentam-se geralmente do mesmo lado do pulmão. Portanto, Afecta mais
frequentemente o sexo masculino, sobretudo na faixa etária dos 30 aos 60 anos.

2.1. Etiologia

Entretanto, o abcesso pulmonar é uma complicação da aspiração de anaeróbios pulmonares,


sendo estas bactérias os agentes etiológicos mais comuns. As bactérias aeróbicas ou
facultativas como S. aureus, Klebsiella pneumoniae, bastonetes gram negativos, fungos e
parasitas, também podem causar abcessos pulmonares, o bacilo da tuberculose também pode
provocar abcesso pulmonar.

2.2. Factores de Risco


Os factores que predispõem a formação do abcesso pulmonar são:

 Condições que levem a aspiração de material da boca ou garganta até aos pulmões
produzindo uma infecção nos pulmões (alcoolismo, uso de sedativos, anestesia geral,
acidente vascular cerebral, distúrbios esofágicos associados ao refluxo, interferência
mecânica causada por sonda naso gástrica).
 Condições susceptíveis à abundância de germes existentes na cavidade bucal como a
gengivite, sinusite, doença periodontal (por bactérias anaeróbicas).
 Indivíduos toxicodependentes que usem drogas intravenosas.
 Pacientes com neoplasia pulmonar que podem desenvolver obstrução brônquica que
por sua vez dificulta a drenagem e formação de abcesso.
 Imunodepressão de qualquer origem (diabetes, desnutrição, HIV).

2.3. Classificação
De acordo com seu tempo de duração podem ser classificado em:

 Agudo com duração até de 6 semanas


 Crónico com mais de 6 semanas.

Os abcessos pulmonares também podem ser classificados de acordo com a sua origem:
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 Primário (60%): são aqueles que ocorrem subitamente em um indivíduo saudável, e


resultam geralmente da aspiração de microrganismos anaeróbios da flora habitual das
vias respiratórias superiores.
 Secundário: podem estar associados a diversas causas, como progressão de
pneumonia, Disseminação hematogénea de uma infecção, extensão directa de uma
infecção dos órgãos vizinhos, obstruções brônquicas por tumores, corpos estranhos,
estenoses pós tuberculose ou outros processos inflamatórios e estenoses pós
procedimento cirúrgico.

2.4. Quadro Clínico


O quadro clínico é variável, dependendo sobretudo dos agentes infecciosos envolvidos.
Os sintomas podem começar lenta ou repentinamente. Na maioria dos casos o início do
abcesso pulmonar é insidioso, com sinais inespecíficos como febre, mal-estar, anorexia e
podem estar presentes suores nocturnos. O hipocratismo digitálico pode aparecer mas é raro.
Os sintomas respiratórios, incluem:

 Tosse: a tosse é produtiva, com expectoração purulenta, em caso de comunicação do


abcesso com os brônquios, de início discreto, tornando-se após alguns dias abundante
semelhante a um vómito (vómica) com um cheiro pútrido (40% casos), e finalmente
progride para sanguinolenta (hemoptise).
 Dor torácica pleurítica contínua caso o abcesso esteja em contacto com as pleuras.
 Hemoptise pode estar presente.

Os achados do exame físico variam de paciente para paciente, podendo existir:

 A palpação: diminuição da expansibilidade torácica no hemitórax afectado pelo


abcesso, som maciço na área do abcesso.
 A percussão: som timpânico se a cavidade é extensa
 A auscultação: ausência ou diminuição do murmúrio vesicular na área afectada pelo
abcesso, aumento do frémito toracovocal, fervores crepitantes, sopro anfórico ou
cavitário; voz anfórica ou voz cavernosa.

2.5. Complicações
A complicação mais comum do abcesso pulmonar é o empiema (colecção de pus dentro da
cavidade pleural) com ou sem fístula bronco pleural. Outras complicações incluem
pneumonia difusa em caso de disseminação do pus aos brônquios, a fibrose pleural,
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bronquiectasias, insuficiência respiratória, fístula pleural cutânea, hemorragia respiratória em


caso de erosão dos grandes vasos pulmonares.

2.6. Exames auxiliares e Diagnóstico


 Hemograma: apresenta-se normalmente com leucocitose, principalmente á custa de
neutrófilos.
 O exame de Gram da expectoração pode mostrar flora mista (infecção por anaeróbios)
ou bacilo de Kock na baciloscopia.
 Rx do tórax: Devem ser feitas radiografias póstero-anteriores e de perfil. A imagem
típica é uma lesão cavitária de paredes finas com nível hidroaéreo. Habitualmente a
lesão aparece nas regiões inferiores e pouco ventiladas do pulmão.

2.7. Diagnóstico diferencial


 Pneumonia supurativa: as duas entidades apresentam manifestações clínicas
semelhantes. A vómica é característica do abcesso pulmonar, e não da pneumonia. Os
factores de risco como infecções orais (cárie, gengivites), distúrbios esofágicos,
alcoolismo, uso de sedativos, etc, apoiam na orientação do diagnóstico. Em casos de
pneumonia que não melhorem com tratamento adequado, devemos suspeitar de
abcesso pulmonar e o raio X permite diferenciar a pneumonia do abcesso.
 Tuberculose pulmonar: na tuberculose, a evolução costuma ser mais insidiosa, mas
pode se confundir com os abcessos de evolução lenta, sobretudo porque partilham
manifestações como febre, hemoptises, perda de peso, anemia e alguns factores de
risco. Anamnese cuidadosa incluindo contacto com TB, exame físico e raio X do tórax
permitem diferenciar as duas patologias.
 Empiema enquistado: os empiemas enquistados podem ter apresentação clínica e
radiológica sugestiva de abcesso pulmonar, porém a expectoração abundante
(vómica), resultante da rotura do abcesso num brônquio não é característica nos
empiemas. Ao raio X, podem conter nível hidro-aéreo e confundir-se com abcesso,
mas estes localizam-se geralmente na periferia, e têm a forma de um ‘D’ com a parte
encurvada virada para o hilo do pulmão.
 Quistos congénitos e pneumatocele: quistos congénitos pulmonares e pneumatocele
podem sobreinfectar-se e apresentar manifestações clínicas e radiológicas do abcesso
pulmonar.
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2.8. Conduta

2.8.1. Tratamento não medicamentoso


 Medidas gerais: devem ser administradas mediante a apresentação clínica do paciente.
Incluem oxigenoterapia, reposição hidro-electrolítica, entre outras. A fisioterapia
respiratória forçando a tosse para expectoração é um cuidado geral que
frequentemente dá bons resultados.

2.8.2. Tratamento medicamentoso


Alívio da dor e febre – anti-inflamatórios como diclofenac ou ibuprofeno, associados ou não a
paracetamol.

Tratamento antibiótico:

Antibioterapia endovenosa:

a) Ampicilina 1 a 3 g EV de 6 em 6 horas ou Penicilina cristalina 2 - 3 milhões UI EV de


6 em 6 horas, +
b) Gentamicina 240 mg EV por dia, administrados em uma, duas ou três tomas, +
c) Metronidazol 500mg EV de 8 em 8 horas
d) Após a melhoria do quadro clínico e dos sinais radiológicos, o paciente passa para
antibioticoterapia oral com:
e) Amoxicilina (500 mg) 2 comprimidos de 8 em 8 horas ou
f) Amoxicilina (500 mg)+ ac.clavulânico (125 mg) 2 comprimido de 8 em 8 horas.

A duração do tratamento é longa, sendo em geral mantido por 4 a 6 semanas. O controlo


radiográfico é importante durante o tratamento antibiótico, orientando a sua manutenção até
haver evidências radiográficas de resolução da cavidade.

3. Bronquiectasias
Bronquiectasia é a dilatação anormal e irreversível dos brônquios e bronquíolos, resultante da
destruição dos mesmos.

3.1. Classificação e Etiologia


As bronquiectasias são classificadas da seguinte maneira:

Quanto a localização em:


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 Focais: quando é envolvida uma área limitada do parênquima pulmonar.


 Difusas: quando afecta vias aéreas mais amplas.
 Podem ser unilaterais ou bilaterais e geralmente afectam os lobos inferiores

Quanto a forma em:

 Cilíndricas
 Saculares
 Fusiformes

Quanto a etiologia em:

Congénitas: caracterizadas pela falência das defesas normais pulmonares que levam à
deficiente eliminação das secreções brônquicas, infecções de repetição, e como consequência
surgem as bronquiectasias.

Adquiridas: resultantes de processos pulmonares agudos ou crónicos decorrentes na infância


ou na vida adulta, que levam à destruição da árvore brônquica. São exemplos:

a) Infecções pulmonares na infância (broncopneumonia associada ao Sarampo, tosse


convulsa
ou Pertussis, tuberculose, pneumonias severas).
b) Infecções pulmonares diversas na vida adulta por micobactérias, bactérias, fungos e
vírus.
c) Obstrução brônquica por corpo estranho, asma, DPOC, neoplasia.
d) Alteração do processo de limpeza/eliminação do muco bronco pulmonar por
alterações genéticas como a fibrose quística e a síndrome do cílio imóvel.
e) Tabagismo.
f) Aspiração de conteúdo gástrico.

3.2. Quadro clínico


A maior parte (80%) dos pacientes com bronquiectasias apresentam tosse produtiva associada
a expectoração muco purulenta de volume variável e de evolução crónica, intercalada por
períodos de exacerbação e melhoria. Quando procuram os serviços de saúde, muitas vezes é
devido ao agravamento dos sintomas decorrente de uma sobre infecção, ou do surgimento de
um sintoma novo como hemoptises.

A maioria dos pacientes com bronquiectasias queixam - se de:


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 Tosse com expectoração purulenta ou hemoptóica.


 Hemoptises: ocorre nos casos de sobre infecção bacteriana severa.
 Dor torácica pleurítica.
 Dificuldade respiratória.
 Sintomas constitucionais como febre, calafrios, suores nocturnos, mal-estar, anorexia,
fadigam.

3.3. Complicações
As principais complicações das bronquiectasias são as infecções pulmonares de repetição, por
vezes associadas a hemoptises profusas. Outras complicações são ‘‘cor pulmonale’’ (doença
cardíaca associada a doença pulmonar), e a insuficiência respiratória.

3.4. Exames auxiliares e Diagnóstico


O diagnóstico clínico é difícil, pois quando os pacientes se apresentam nos serviços de saúde
apresentam um quadro clínico compatível com bronquites, pneumonias, ou tuberculose.
Contudo uma história clínica detalhada, enfocando nos antecedentes, deve chamar a atenção
do clínico. O Rx de tórax apresenta imagens areolares ou em favo de mel localizadas ou
imagens hipertransparentes com múltiplos níveis no seu interior (indicando presença de
secreções), são compatíveis com bronquiectasias. Há aumento do desenho bronco-vascolar
nos pulmões. O Rx é normal em cerca de 5 a 10 % dos pacientes, mesmo nos períodos de
agudização.

3.5. Diagnóstico Diferencial


 Tuberculose: na bronquiectasia a evolução do quadro é diferente, e caracteriza-se pela
presença de tosse com expectoração crónica e frequente surgimento de episódios de
agudizações e remissões. A deterioração do estado geral não é tão rápida como na
tuberculose, e a menos que haja coincidência, não há contacto com TB. O raio X do
tórax diferencia as lesões brônquicas dos infiltrados alvéolo-intersticiais pulmonares
da tuberculose.
 DPOC: na DPOC o principal sintoma é a dispneia de esforços que pode progredir para
dispneia de decúbito (ortopneia) e dispneia paroxística nocturna. Ao exame físico, há
evidências de hiperinsuflação crónica das vias aéreas (tórax em tonel), a auscultação
pulmonar revela murmúrios vesiculares diminuídos, mas há presença de ruídos
adventícios (roncos, sibilos e fervores - devido a presença de quantidades maiores de
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muco). A DPOC ocorre geralmente após os 30 anos, em indivíduos preferencialmente


do sexo masculino, com antecedentes de exposição a poeiras e de tabagismo.
 Carcinoma brônquico: os quadros clínicos podem ser muito semelhantes, pois os
pacientes com carcinoma brônquico também fazem pneumonias de repetição. No
carcinoma brônquico há anorexia, astenia, perda marcada de peso. Para além dos
sintomas respiratórios, podem estar presente disfagia e odinofagia por compressão
esofágica. Sinais e sintomas de afecções metastáticas podem estar presentes em outros
órgãos como coração ou órgãos intra-abdominais. O Rx do tórax permite a
diferenciação das duas entidades.

3.6. Conduta
O tratamento tem 4 metas principais:

 Controlo da infecção, principalmente durante as exacerbações agudas.


 Melhoria da eliminação das secreções.
 Redução da inflamação.
 Tratamento do problema subjacente detectável.

O tratamento médico assenta em 3 aspectos:

 Medidas gerais: cinesioterapia (percussão torácica várias vezes ao dia mas


principalmente nas manhãs que apoia na drenagem do muco), controle da febre, dor
torácica, reposição hídrica, oxigenoterapia, entre outros.
 Antibioterapia: os antibióticos comuns são:
1) Amoxicilina cpr 500mg: 2cpr de 8/8h durante 10 dias ou
2) Cotrimoxazol cpr 480mg: 2comp de 12/12horas durante 10 a 14 dias ou
3) Eritromicina cpr 500mg: 1cpr de 6/6horas durante 10 dias.
 Prevenção das infecções de repetição: consistem na melhoria da drenagem brônquica.
Incluem:
1) Cinesioterapia diária.
2) Administração de mucolíticos (ingestão abundante de líquidos, benzoato de
sódio) e
corticosteróides.
3) Evitar ambientes com poluentes aéreos como gases tóxicos, vapores, poeiras,
etc.
4) Abandono ao ao tabagismo.
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4. Conclusão
Com este trabalho, percebe‐se que abcesso pulmonar é um processo inflamatório de origem
infecciosa, caracterizado pela formação de uma colecção de pus dentro de uma cavidade
previamente formada por necrose tecidual, no parênquima pulmonar. É comum aparecer
somente um abcesso, mas se forem vários apresentam-se geralmente do mesmo lado do
pulmão. Tambem O quadro clínico é variável, dependendo sobretudo dos agentes infecciosos
envolvidos. Os sintomas podem começar lenta ou repentinamente. Na maioria dos casos o
início do abcesso pulmonar é insidioso, com sinais inespecíficos como febre, mal-estar,
anorexia e podem estar presentes suores nocturnos. Portanto, Bronquiectasia é a dilatação
anormal e irreversível dos brônquios e bronquíolos, resultante da destruição dos mesmos.
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5. Referências bibliográficas
Braunwald E, & , Kasper (2001). Princípios de medicina de Harrison (Harrison’s principles
of medicine). 15ª edição. McGraw-Hill.

Ducla .S, & Semiologia (2007)Princípios, métodos e interpretação. São Paulo.

Chilvers, & Haslett, (2002). Princípios e prática da medicina (Davidson’s principles and
practice of medicine). 19ª edição. Churchill Livingstone.

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