Coleção Diálogos Encontro 18
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Professor(a),
Se possível, convide alunos de outra sala para fazer uma atividade conjunta
a fim de que os alunos se apresentem e se conheçam melhor. Depois abra o
debate sobre como se sentem ao conhecer novos colegas.
Agora, mostre o texto aos alunos e procure articular essas informações com
outras, como:
Essa é a hora da primeira leitura do texto, que pode ser silenciosa. Leitura
feita, vamos levar os alunos a buscar o sentido das palavras que constam do
Glossário. Caso haja muitas dúvidas ou divergências entre eles, convide-os a
consultar o dicionário.
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Ao término dessa atividade, peça aos alunos que falem sobre as impressões
do que leram (livremente) para que você tenha uma ideia do perfil de cada
aluno/leitor. Em seguida, você pode fazer um exercício de compreensão do
texto, uma exploração topográfica, isto é, um exame parágrafo a parágrafo, linha
a linha, enfim, de tudo o que compõe visualmente o texto, com as seguintes
perguntas:
Depois dessa primeira leitura, você pode ler o texto em voz alta, ou fazer
uma leitura compartilhada e, em seguida, pode levá-los a fazer algumas
inferências, ou seja, a construir novos sentidos para o texto. É o plano da
interpretação do texto, em que se usam estratégias que caracterizam o
comportamento reflexivo, de nível consciente do leitor.
Por que a avó dos meninos disse que Zezinho morreria logo?
Quem é Zezinho? E quem é Filomena?
O que salvou a vida de Zezinho?
Vocês acham que é possível seres diferentes serem tão amigos? Por quê?
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18º ENCONTRO
Zezinho e Filomena
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LIVRO DO
ALUNO
A Filomena continuava lá, recolhendo o calor do sol no seu casco.
O Zezinho sumiu? E a sopa de domingo? – A avó deixou escapar.
Vó, não. Ele é muito novo ainda – protestou Raimundo.
Zezinho não voltou ao entardecer, nem ao anoitecer, nem mesmo no dia
seguinte. Isso era estranho mesmo. Nunca ele tinha sumido desse jeito. Teria se
mudado para o quintal do vizinho? Ou foi tão longe e se perdeu? Vai ver o Zezinho
desconfiou que a sua hora de virar sopa estava chegando, vai ver fugiu por isso.
Raimundo decidiu chamar o irmão, entretido com um brinquedo novo,
uma luneta de bambu feita pelo avô.
Julinho, venha. Vamos procurar o Zezinho.
Saíram os dois em busca, ele podia ter se escondido em algum outro quintal
das redondezas. E se for jogado na panela do vizinho? Aí, de nada adiantaria ter
fugido.
Os dois andaram por entre capins, tentando perceber movimentos e ruídos.
O irmão, todo animado, espiava através de sua luneta. E num certo momento,
gritou Raimundo.
Achei, minha luneta é mágica!
Onde?
Aqui!
Raimundo correu pra trás de uma moita, onde o irmão o chamava. E viu o
Zezinho assustado, com um dos pés preso numa arapuca. O pé do Zezinho estava
estranho, meio solto. Com cuidado, os dois carregaram ele de volta para o quintal.
Ah, encontraram o aventureiro? – a avó viu os meninos chegando.
Vó, ele tá machucado.
Com o pé quebrado – disse ela, assim que o viu de perto.
E agora?
Melhor ele virar sopa logo.
Vó, não! Olha como ele tá, assustado que só.
A avó deve ter ficado com pena do Zezinho, perdido e machucado.
Vocês, procurem umas varetas.
Enquanto isso, a avó buscou barbantes. Cortou as varetas que Raimundo
e Julinho acharam e arranjou uma tala para firmar o pé do Zezinho. Assustado
como nunca, o coitado ficava com aqueles olhos mais redondos do que já eram.
Por um tempo ele teve de andar pulando num pé só.
E aí aconteceu uma coisa estranha. Talvez nem tão estranha assim. Afinal,
os dois eram bem diferentes, mas eram moradores do mesmo quintal. Zezinho
se apegou à Filomena. Enquanto os outros corriam de lá para cá, ficavam eles
imóveis, se olhando. Assim, apenas se olhando. Um nos olhos do outro.
Olha só a Filomena e o Zezinho – Raimundo falou pro irmão.
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LIVRO DO
ALUNO
18º ENCONTRO
Glossário
Para ajudá-lo a compreender o texto, procure inferir o sentido das palavras
abaixo:
destino (l. 4): que não se pode prever.
casco (l. 11): revestimento duro que protege os pés de alguns animais (cavalo,
vaca, entre outros).
entretido (l. 26): distraído; que teve sua atenção completamente desviada.
luneta (l. 27): instrumento cilíndrico, munido de uma ou duas lentes, que serve
para auxiliar a vista ou aumentar objetos a grande distância.
arapuca (l. 39): armadilha para caçar pequenos pássaros ou aves.
tala (l. 50): aparelho rígido ou flexível, que se destina a imobilizar partes de
membros.
2. Em “Filomena vai ter uma vida muuuito longa”, (l. 1), o advérbio destacado
dá uma ideia de
A) afirmação.
B) intensidade.
C) modo.
D) tempo.
D12 – Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por
conjunções, advérbios, etc.
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LIVRO DO
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3. O trecho “Olha como ele tá, assustado que só.” (l. 46), indica que o falante
usa a linguagem
A) culta, empregada em cerimônias.
B) cotidiana, falada entre amigos.
C) escolar, estudada na escola.
D) regional, empregada em certas regiões.
D10 – Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor
de um texto
2 Compreendendo o texto
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18º ENCONTRO
3 Interpretando o texto
10. Por que a avó dos meninos disse que Zezinho morreria logo?
Porque ele ia virar sopa.
13. Você acha que é possível seres diferentes serem tão amigos? Por quê?
(Resposta pessoal)
14. Afinal, por que será que a avó, sempre que se referia ao Zezinho, falava
em “almoço de domingo”, “virar sopa”?
Porque ela tinha a intenção de fazer sopa do Zezinho.
16. Você acha que a avó agiu adequadamente ao fazer uma tala para firmar
o pé do Zezinho? Comente.
Sim. É preciso ajudar os que estão sofrendo.
Dígrafo
É o grupamento de consoantes o qual representa apenas um som.
São dígrafos:
1. ch, lh, nh = chapéu, palha, sonho.
2. rr, ss = carro, massa.
3. gu, qu (antes de “e” e “i”) = guerra, que.
4. sc, sç, xc = fascinar, desça, excelência.
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Nesse texto, há várias palavras em que ocorre dígrafo.
17. Retire do texto três palavras em que ocorre dígrafo e anote-as na linha
abaixo.
Há várias ocorrências ao longo do texto. Destacamos alguns exemplos:
Zezinho (l. 2), quis (l. 2), esse (l. 3) que (l. 4 ), isso (l. 6), quanto (l. 8), quintal
(l. 8), chão (l. 9).
Discurso indireto
No discurso indireto não há diálogo. O narrador não põe os personagens a
falar diretamente, mas faz-se intérprete deles.
“Raimundo decidiu chamar o irmão, entretido com um brinquedo novo,” (l. 26)
Discurso direto
É o texto, oral ou escrito, da fala de alguém, na íntegra. É quando as palavras
de outra pessoa ou personagem são reproduzidas e separadas das falas do
narrador. Este é o mais comum e natural entre os tipos de discurso. É uma forma
de dar vida própria aos personagens, o que faz o leitor ficar mais interessado
e mergulhar na história. Para fazer discurso direto são utilizados dois pontos,
aspas ou travessão de diálogo. Esses recursos ajudam a identificar a quem
pertencem as falas.
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18º ENCONTRO
Desenvolvendo a escrita
6 Atividade para casa
www.pexels.com
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7 Conhecendo o gênero textual
Conto
O conto é uma narrativa curta. Corresponde a um momento da vida
do personagem, ou dos personagens. O conto cria um universo de seres
e acontecimentos, de fantasia ou imaginação. Como todos os textos de
ficção, o conto apresenta um narrador, personagens, ponto de vista e
enredo. Classicamente, diz-se que o conto se define pela sua pequena
extensão. Mais curto que a novela ou o romance, o conto tem uma
estrutura fechada, desenvolve uma história e tem apenas um clímax.
Num romance, a trama desdobra-se em conflitos secundários, o que não
acontece com o conto. O conto é conciso.
8 Conhecendo o autor
Lúcia Hiratsuka
Nasceu em 1960, em Duartina, São Paulo. Além de escritora, trabalha com
ilustrações de livros infantojuvenis há quase quinze anos. Formada em Artes
Plásticas pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Lúcia também frequentou
a Universidade de Educação de Fukuoka no Japão. Em 1988, seu trabalho
recebeu o Prêmio APCA e a coleção Contos e Lendas do Japão recebeu a
rubrica de Altamente Recomendável, concedida pela Fundação Nacional do
Livro Infantojuvenil – FNLIJ.
Sugestões de leitura
1. O bicho MI, 2. Biruta,
Elba GGomes e Histórias escolhidas,
O B
Luciene GGomes, Lygia Fagundes
Editora Franco. Telles, Boa Leitura
Editora, 1961.
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