Trabalho Constitucional
Trabalho Constitucional
Trabalho Constitucional
1. Como se caracteriza o controle difuso (ou aberto) também chamado por via de
exceção ou defesa?
O controle difuso de constitucionalidade se caracteriza tendo por objeto toda norma
proferida após a Constituição Federal de 1988. Sua competência é válida a todos os
magistrados e toda e qualquer pessoa possui legitimidade para utilizar, sendo que todo
juízo ou tribunal pode declarar a inconstitucionalidade. A via de exceção refere-se a análise
do Judiciário quanto ao na questão prévia em que deve ter seu mérito julgado, a fim de que
seja declarada a inconstitucionalidade em um dado caso concreto. Vale salientar que o
controle difuso é incidental, direto, e inter partes, isto é, caracteriza um caso concreto.
Tal controle se instalou no Brasil em 1894, com a lei federal de número 221.
3. Nos termos da CF/88, qual o papel do Senado Federal no controle difuso? Explique
e fundamente.
O papel do Senado Federal no controle difuso está exposto no art. 52, inciso X, da
Constituição Federal, que diz que é de sua competência a suspensão da execução a fim de
que a norma se torne erga omnes no que se refere aos seus efeitos, e não possua mais os
efeitos ex nunc. Hoje, o Senado atua na mera publicidade da norma.
9. Como são os efeitos da decisão proferida no controle por via direta? E por via de
exceção?
No controle por via direta, a decisão tem efeito erga omnes, ou seja, vincula a todos e tem
eficácia imediata. Isso significa que a norma declarada inconstitucional é considerada nula
desde sua origem, e todos os atos praticados com base nessa norma são igualmente nulos
(ex tunc). Já no controle por via de exceção, os efeitos da decisão são limitados ao caso
concreto em que a inconstitucionalidade foi reconhecida. Isso significa que a norma
declarada inconstitucional é considerada nula apenas para aquele caso específico, não
sendo aplicável a outras situações. Além disso, a decisão tem eficácia inter partes, ou seja,
vincula-se somente ao caso concreto.
10. Proposta uma ADIN sobre uma determinada lei, sendo esta revogada antes do
julgamento da ação, a ADIN perde seu
objeto? Sim? Não? Por quê?
Sim, se uma lei é revogada antes do julgamento da ação direta de inconstitucionalidade
(ADIN), a ADIN perde o objeto e é extinta pelo Tribunal sem julgamento de mérito, ou seja,
fica sem objeto ou sem finalidade prática. Isso ocorre porque a finalidade da ADIN é
declarar a inconstitucionalidade de uma norma, a fim de evitar que ela produza efeitos
jurídicos contrários à Constituição. Logo, se a norma não existe mais, não há mais motivo
para se declarar a sua inconstitucionalidade.
14. Para efeito de ADI o que pode ser considerado como ato normativo?
Exemplifique.
Para efeito de ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade), ato normativo é qualquer ato
emitido por uma autoridade competente que possua natureza normativa, ou seja, que crie,
modifique ou extinga direitos ou obrigações para um determinado grupo de pessoas. Isso
inclui leis, decretos, resoluções, portarias, entre outros atos que tenham essa natureza
regulamentadora e que possam ser questionados quanto à sua constitucionalidade. Ex: Leis
questionáveis criadas após a CF de 1988.
15- As medidas provisórias (não sendo consideradas formalmente como leis) estão
sujeitas ao controle abstrato de constitucionalidade perante o STF?
R: Sim, as medidas provisórias estão sujeitas ao controle abstrato de constitucionalidade
perante o STF. Isso ocorre porque, embora as medidas provisórias não sejam consideradas
formalmente como leis, possuem força de lei desde sua publicação e, portanto, estão
sujeitas aos mesmos controles de constitucionalidade aplicados às leis.
16. As normas constitucionais originárias, inseridas na CF pelo legislador
constituinte no momento de sua elaboração podem ser objeto de controle pelo STF?
Justifique.
17- É possível, pela via direta, fazer o controle de constitucionalidade de lei anterior à
Constituição? Qual o entendimento do STF sobre o caso?
R: Não é possível por ADIN fazer o controle contra lei anterior à Constituição Federal
vigente, pois caso presente alguma incompatibilidade com a C.F., essa estaria prejudicada,
já que se encontraria revogada. O entendimento do STF sobre tal contudo, é que seria
possível o controle concentrado nos termos da Lei nº 9.882/99, desde que presentes os
requisitos exigidos para a arguição de descumprimento de preceito fundamental.
21. Cabe medida cautelar em ADIN e ADC? Quais os requisitos e o quórum para sua
concessão?
R: Em se tratando de órgão administrativo, o STF deverá dar ciência para a adoção das
providências necessárias em até trinta dias, possibilitando futura responsabilização do Poder
Público caso a omissão persista. Ademais, em se tratando do Poder Judiciário, não será
estabelecido prazo para a adoção das providências, as quais deverão/poderão sim ser
tomadas, mas fixa-se judicialmente a ocorrência da omissão, com efeitos retroativos ex tunc
e erga omnes, permitindo-se sua responsabilização por perdas e danos, na qualidade de
pessoa de direito público da União Federal, se da omissão ocorrer qualquer prejuízo.
23. Cabe medida cautelar em ADIN por omissão? Caso seja possível, qual ou quais
seriam as providências a serem tomadas? Fundamente.
R: Em regra, os institutos são incompatíveis entre si, mas a Lei nº 12.063/09 previu a
possibilidade – em caso de excepcional urgência e relevância da matéria –, de concessão
da medida cautelar pela maioria absoluta dos membros do Supremo Tribunal Federal, após
a audiência, no prazo de 5 dias, dos órgãos ou autoridades responsáveis pela omissão
inconstitucional e, se o relator entender indispensável, no prazo de 3 dias, a oitiva do
Procurador-Geral da República. Tal medida cautelar poderá consistir na suspensão da
aplicação da lei ou do ato normativo questionado, somente em se tratando de hipótese de
omissão parcial; na suspensão de processos judiciais ou de procedimentos administrativos;
ou ainda quaisquer outras providências a serem fixadas pelo STF.
24. Cabe recurso em decisão do STF que julga ADIN ou ADC? Fundamente.
Não cabe ação rescisória, no entanto, a decisão, ainda que transitada em julgado, não
vincula o Supremo Tribunal Federal, que poderá, futuramente, rever o seu entendimento.
25. Como funciona o efeito vinculante e a eficácia erga omnes das decisões do STF na
fiscalização abstrata.
26. Comente o artigo 11 da Lei 9.882/99 e artigo 27 da Lei n. 9868/99 e dê sua opinião a
respeito da restrição dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade pelo STF
(modulação).
27. Diferencie quórum de instalação, quórum de decisão e quórum para imprimir efeito
restritivo em ADIn.
Quórum de instalação é aquele previsto no artigo 22 da lei 9.868/99, segundo o qual a decisão
sobre a inconstitucionalidade da norma só poderá ser tomada se presentes na sessão ao
menos oito ministros, isto é, se o número de ministros presentes na sessão for inferior a oito
os debates não poderão ter início, não se discutindo a questão do mérito. Entretanto,
cumprido o quórum de instalação, o STF só poderá declarar constitucional ou inconstitucional
uma norma pelo voto da maioria absoluta de seus ministros, isto é, ao menos seis, de modo
que o debate terá início, mas dele não saíra uma decisão. O quórum de modulação exige a
decisão da maioria de dois terços dos membros do Tribunal, bem como a presença de razões
de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, de modo a alterar o efeito da
decisão de inconstitucionalidade, suspendendo a aplicação da norma em vez de anulá-la.
28. É possível haver desistência nas ações diretas perante o STF? Fundamente.
Por se tratar de questão de ordem pública, superior e independente da vontade do autor, não
se admite desistência nas ações diretas de controle de constitucionalidade do STF, nos
termos do artigo 5º da lei 9.868/99: “Art. 5o Proposta a ação direta, não se admitirá
desistência.”
Sim é possível a ADO desde a publicação da Lei 12.063/09, o qual estabeleceu a disciplina
processual acrescentando o Capítulo II-A, com os arts. 12-A até 12-H na Lei nº 9.868/99.
Um exemplo recente é a ADO 18 de 2013, a qual buscou suprir omissão da Presidenta da
República no encaminhamento da proposta orçamentária integral do Poder Judiciário para o
ano de 2012.
É cabível para evitar/reparar lesão a preceito fundamental quando for relevante a controvérsia
constitucional de lei/ato normativo.
Sim, pois o conteúdo da ADPF é subsidiário da ADI, não se limitando às normas após a
Constituição;
34. Quando pode o STF dar interpretação conforme a Constituição a uma norma?
Explique e de um exemplo real de aplicação pelo STF.
É uma técnica de hermenêutica constitucional em que a norma, mesmo que tenha uma
interpretação inconstitucional, será constitucional se tiver outra interpretação conforme a
constituição, e essa será a interpretação a ser seguida.