Biodiversidade

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Biodiversidade

Diversidade Biológica, ou Biodiversidade, refere-se à variedade de vida no planeta


terra, incluindo: a variedade genética dentro das populações e espécies; a variedade de
espécies da flora, da fauna e de microrganismos; a variedade de funções ecológicas
desempenhadas pelos organismos nos ecossistemas; e a variedade de comunidades,
habitats e ecossistemas formados pelos organismos.
Biodiversidade refere-se tanto ao número (riqueza) de diferentes categorias
biológicas quanto à abundância relativa (equitabilidade) dessas categorias; e inclui
variabilidade ao nível local (alfa diversidade), complementaridade biológica entre habitats
(beta diversidade) e variabilidade entre paisagens (gama diversidade). Biodiversidade
inclui, assim, a totalidade dos recursos vivos, ou biológicos, e dos recursos genéticos, e
seus componentes.
A Biodiversidade é uma das propriedades fundamentais da natureza, responsável
pelo equilíbrio e estabilidade dos ecossistemas, e fonte de imenso potencial de uso
econômico. A Biodiversidade é a base das atividades agrícolas, pecuárias, pesqueiras e
florestais e, também, a base para a estratégica indústria da biotecnologia.
As funções ecológicas desempenhadas pela Biodiversidade são ainda pouco
compreendidas, muito embora considere-se que ela seja responsável pelos processos
naturais e produtos fornecidos pelos ecossistemas e espécies que sustentam outras
formas de vida e modificam a biosfera, tornando-a apropriada e segura para a vida.
A diversidade biológica possui, além de seu valor intrínseco, valores ecológico,
genético, social, econômico, científico, educacional, cultural, recreativo e estético. Um
elemento que ganha crescente destaque dentro da questão ambiental é a biodiversidade,
ou diversidade biológica (de espécies animais e vegetais, de fungos e microrganismos).
Preservar a biodiversidade é condição básica para manter um meio ambiente
sadio no planeta: todos os seres vivos são interdependentes, participam de cadeias
alimentares ou reprodutivas, e sabidamente os ecossistemas mais complexos, com maior
diversidade de espécies, são aqueles mais duráveis e com maior capacidade de
adaptação às mudanças ambientais.
Além disso, a biodiversidade é fundamental para a biotecnologia que, como já
vimos, é uma das indústrias mais promissoras na Terceira Revolução Industrial que se
desenvolve atualmente.
A humanidade já catalogou e definiu quase 1,5 bilhão de organismos, mas isso é
muito pouco: calcula-se que o número total deles na Terra chegue a no mínimo 10 bilhões
e talvez até a 100 bilhões! E a cada ano milhares de espécies são exterminadas para
sempre, numa proporção que pode atingir 30% das espécies totais dentro de três
décadas, se o atual ritmo de queimada e desmatamentos nas florestas tropicais ( as mais
ricas em biodiversidade), de poluição nas águas, etc. continuar acelerado. Isso é
catastrófico, pois essas espécies foram o resultado de milhões de anos de evolução no
planeta, e com essa perda a biosfera vai ficando mais empobrecida em diversidade
biológica, o que e perigoso para o sistema de vida como um todo.
Não podemos esquecer a importância econômica e até medicinal de cada espécie.
Por exemplo: as flores que cultivamos em jardins e os frutos e hortaliças que comemos
são todos derivados de espécies selvagens.
O processo de criar variedades, com cruzamentos ou com manipulação genética,
produz plantas híbridas mais frágeis que as nativas, mais suscetíveis a doenças ou ao
ataque de predadores, que necessitam portanto de mais proteção para sobreviverem e,
de tempos em tempos, precisam de um novo material genético para serem corrigidas e
continuarem produzindo colheitas. Por isso, precisamos ter a maior diversidade possível,
principalmente das plantas selvagens ou nativas, pois são elas que irão fornecer esse
novo material genético.
Os organismos constituem a fonte original dos princípios ativos* dos remédios,
mesmo que estes posteriormente sejam produzidos artificialmente em laboratórios. Os
antibióticos, por exemplo, foram descobertos a partir do bolor ( fungos que vivem em
matéria orgânica por eles decomposta); e a aspirina veio originalmente do chá de uma
casca de árvore da Inglaterra.
É por isso que há tanto interesse atualmente em pesquisas de florestas tropicais
ou dos oceanos, em mapeamento genético de organismos. A grande esperança de um
novo tipo de desenvolvimento, menos poluidor que o atual, está principalmente na
biotecnologia: produzir fontes de energia ou plásticas a partir de bactérias, alimentos em
massa a partir de algas marinhas, remédios eficazes contra doenças que matam milhões
a cada ano originados de novos princípios ativos de microrganismos ou plantas, etc.
A biodiversidade, assim, é também uma fonte potencial de imensas riquezas e o
grande problema que se coloca é saber quem vai lucrar com isso: se os países ricos, que
detêm a tecnologia essencial para descobrir novos princípios ativos e fabricá-los , ou se
os países detentores das grandes reservas de biodiversidade, das florestas tropicais em
especial. O mais provável é um acordo para compartilhar por igual as descobertas e os
lucros, mas ainda estamos longe disso.
Os países desenvolvidos, como sempre, têm um trunfo na mão, a tecnologia; mas
alguns países subdesenvolvidos, os que têm grandes reservas de biodiversidade, têm
agora outro trunfo, uma nova forma de matéria-prima que não está em processo de
desvalorização, como as demais (os minérios e os produtos agrícolas).

Brasil: o País da Mega diversidade


O Brasil é o país com maior Biodiversidade (é o maior dos "países de mega
diversidade"), contando com um número estimado entre 10 e 20% do número total de
espécies do planeta. O Brasil conta com a mais diversa flora do mundo, com mais de
55.000 espécies descritas (22% do total mundial). O país possui, por exemplo, a maior
riqueza de espécies de palmeiras (390 espécies) e de orquídeas (2300 espécies).
Diversas espécies de plantas de importância econômica mundial são originárias do
Brasil, destacando-se dentre elas o abacaxi, o amendoim, a castanha do Pará, a
mandioca, o caju e a carnaúba.
Os animais vertebrados são amplamente representados na fauna brasileira. Foram
registradas no país 394 espécies de mamíferos, 1.573 espécies de aves, 468 espécies
de répteis, 502 espécies de anfíbios e mais de 3000 espécies de peixes.
Esta riqueza de espécies corresponde a pelo menos 10% dos anfíbios e
mamíferos, e 17% das aves de todo o planeta. O Brasil conta ainda com a maior
diversidade de primatas do planeta, com 55 espécies, sendo 19 endêmicas. Como
evidência da riqueza da fauna brasileira e de seu desconhecimento, cinco novas
espécies de macacos foram descritas no país.
O tamanho total da Biodiversidade brasileira não é conhecido e talvez nunca
venha a ser conhecido precisamente tal a sua complexidade. Estima-se, entretanto, que
existam mais de dois milhões de espécies distintas de plantas, animais e microrganismos
no território sob a jurisdição brasileira, uma diversidade genética inestimável e uma
imensa diversidade ecológica dadas as dimensões continentais do país e de sua
plataforma marinha.
Biodiversidade da Amazônia
A riqueza da biodiversidade na Amazônia é famosa, apesar de ter poucas
informações concretas sobre a mesma. Os pressupostos desta riqueza são, no entanto,
válidos tendo em vista o processo evolutivo das plantas e animais amazônicos.
As árvores dominam a paisagem e a estrutura física da floresta, mas não são os
organismos com a maior contribuição à biodiversidade da região. A biodiversidade não
representa apenas os extremos exóticos da diversificação evolucionária e da variedade
excepcional de espécies aproveitadas pelo ser humano.
A biodiversidade da Amazônia é a variação genética que ocorre na natureza deste
bioma e pode ser observada em três diferentes níveis: genes, espécies e ecossistemas. A
diversidade genética é a montagem da informação genética existente na espécie que
constitui a flora, fauna e a microbiota.
A diversidade de espécies é o número de tais espécies usualmente relacionadas
aos diferentes graus de adaptabilidade que os organismos apresentam em relação aos
diferentes habitats ou ecossistemas existentes. A diversidade de ecossistemas não leva
em conta apenas o número e a frequência, mas também a variedade dos habitats,
comunidades bióticas e os processos ecológicos. Além da alta biodiversidade e da alta
diferenciação de habitats, há também a complexidade das interações entre espécies e
habitats.
A existência de um ecossistema depende da interação entre as plantas e animais
que polinizam as flores e propagam as sementes. Muitas destas interações são
extremamente específicas e a perda de apenas uma espécie, que é um agente de
polinização ou uma condição obrigatória para a reprodução, pode afetar muitas outras
espécies, indiretamente. Esta complexidade tem implicações para o desenvolvimento da
região amazônica. Em termos de diversidade animal, o Brasil apresenta as seguintes
estimativas:
• 428 espécies de mamíferos, sendo, portanto, o terceiro no mundo, perdendo para
o Peru e Equador;
• 1.622 espécies de pássaros, perdendo apenas para o Peru e Colômbia;
• 516 espécies de anfíbios, estando em primeiro lugar;
• 467 espécies de répteis, quarto lugar no mundo;
• 1.300 espécies de peixes (podendo chegar a 3.000), em contraste, a Europa tem
apenas 300 espécies.
Os invertebrados são os principais agentes na avaliação quantitativa da
biodiversidade da Amazônia. Estudos sobre insetos do dossel da floresta, conduzidos em
Manaus, Peru e Panamá, indicam que nestas regiões foram encontrados o triplo de
insetos existentes em outras regiões do planeta. O Brasil sozinho fornece habitats para
74 espécies de borboletas. Os artrópodes são estimados em 2.500.000 espécies.

A Importância da Biodiversidade para o Brasil


O setor da Agroindústria responde por cerca de 40% do PIB brasileiro, o setor
florestal responde por 4% do PIB e o setor pesqueiro responde por 1% do PIB. Produtos
da Biodiversidade respondem por 31% das exportações brasileiras, especialmente
através do café, soja e laranja. As atividades de extrativismo florestal e pesqueiro
empregam mais de três milhões de pessoas.
A biomassa vegetal, através do álcool da cana-de-açúcar e da lenha e carvão
derivados de florestas nativas e plantadas respondem por 17% da matriz energética
nacional e em determinadas regiões, como o Nordeste, atendem a mais da metade da
demanda energética industrial e residencial. Grande parte da população brasileira utiliza-
se de plantas medicinais na solução de problemas corriqueiros de saúde.
O potencial de utilização sustentável da Biodiversidade é fruto da disponibilidade
de matéria prima, tecnologia e mercado. Exemplificando, um parente silvestre do trigo
originário da Turquia proporcionou genes resistentes a doenças para as variedades
comerciais de trigo resultando num ganho anual no valor de US$ 50 milhões, somente
nos Estados Unidos. Uma variedade de cevada da Etiópia forneceu um gene que protege
atualmente a cultura da cevada na Califórnia contra um vírus fatal, proporcionando
economia de US$ 160 milhões.
Nos Estados Unidos, 25% dos produtos farmacêuticos receitados atualmente
contêm ingredientes ativos derivados de plantas e existem mais de 3000 antibióticos
derivados de microrganismos. A exploração farmacológica da Biodiversidade brasileira
está em seu início e, a julgar pelos resultados obtidos em outros países, acredita-se que
exista um vasto campo para a produção de fármacos ainda desconhecidos.
Apesar dessa riqueza de espécies nativas, a maior parte de nossas atividades
econômicas está baseada em espécies exóticas: nossa agricultura está baseada na
cana-de-açúcar proveniente da Nova Guiné, no café da Etiópia, no arroz das Filipinas, na
soja da China, no cacau do México, na laranja da China, trigo da Ásia Menor etc.; nossa
silvicultura depende de eucaliptos da Austrália e de pinheiros da América Central; nossa
pecuária depende de capins Africanos, bovinos da Índia, equinos da Ásia Central etc.;
nossa piscicultura depende de carpas da China e tilápias da África Oriental; nossa
apicultura está baseada em variedades da abelha-europa provenientes da Europa e da
África Tropical, e assim por diante. É fundamental que o país continue a ter acesso aos
recursos genéticos exóticos essenciais para o melhoramento da agricultura, pecuária,
silvicultura e piscicultura nacional.

O Problema da Perda da Biodiversidade


Tanto a comunidade científica internacional quanto governos e entidades não
governamentais ambientalistas vêm alertando para a perda da diversidade biológica em
todo o mundo, e, particularmente nas regiões tropicais.
A degradação biótica que está afetando o planeta encontra raízes na condição
humana contemporânea, agravada pelo crescimento explosivo da população humana e
pela distribuição desigual da riqueza. A perda da diversidade biológica envolve aspectos
sociais, econômicos, culturais e científicos. Os principais processos responsáveis pela
perda da Biodiversidade são:
• Perda e fragmentação dos habitats;
• Introdução de espécies e doenças exóticas;
• Exploração excessiva de espécies de plantas e animais;
• Contaminação do solo, água, e atmosfera por poluentes e
• Mudanças climáticas. As inter-relações das causas de perda de Biodiversidade
com a mudança do clima e o funcionamento dos ecossistemas apenas agora começam a
ser vislumbradas.
Três razões principais justificam a preocupação com a conservação da diversidade
biológica: Primeiro porque se acredita que a diversidade biológica seja uma das
propriedades fundamentais da natureza, responsável pelo equilíbrio e estabilidade dos
ecossistemas; Segundo porque se acredita que a diversidade biológica representa um
imenso potencial de uso econômico, em especial através da biotecnologia; Terceiro
porque se acredita que a diversidade biológica esteja se deteriorando, inclusive com
aumento da taxa de extinção de espécies, devido ao impacto das atividades antrópicas.
O Princípio da Precaução, aprovado na Declaração do Rio durante a UNCED (Rio-
92), estabelece que devemos agir já e de forma preventiva ao invés de continuarmos
acomodados aguardando a confirmação das previsões para então tomarmos medidas
corretivas, em geral caras e ineficazes.

EXTINÇÃO DE ESPÉCIES
Assim como a introdução de novas espécies, a extinção também pode causar
sérios distúrbios ao equilíbrio de um ecossistema. Embora o fenômeno da extinção de
espécies seja comum na natureza, a extinção recente de um grande número de espécies
é consequência da atividade humana.
A destruição de seus habitats e a caça e a pesca excessivas, denominadas caça e
pesca predatórias, têm levado inúmeras espécies à extinção. O tamanho mínimo que
uma população tem de atingir para não se extinguir varia de espécie para espécie. Ele
depende da sua capacidade reprodutiva, da sua vulnerabilidade às influências do meio e
da duração de seu ciclo vital, entre outras coisas.
Das espécies que o homem caça atualmente, muitas estão ameaçadas de
extinção, uma vez que suas populações já estão atingindo o limite de tamanho mínimo
necessário para sua manutenção. Outras, mesmo que a caça para imediatamente, já não
terão capacidade de se recuperar e, fatalmente, se extinguirão.

O homem e a diversidade biológica


A diversidade biológica está presente em todo lugar, no meio dos desertos, nas
tundras congeladas ou nas fontes de água sulfurosas. A diversidade genética possibilitou
a adaptação da vida nos mais diversos pontos da Terra. As plantas, por exemplo, estão
na base dos ecossistemas.
Como elas florescem com mais intensidade nas áreas úmidas e quentes, a maior
diversidade é detectada nos trópicos, como é o caso da Amazônia e sua excepcional
vegetação. Dois terços da vasta bacia amazônica estão no Brasil, que também abriga o
maior sistema fluvial do planeta.
Entre os cientistas, o Brasil é considerado o país da "mega diversidade".
Aproximadamente 20% das espécies conhecidas no mundo estão aqui. É bastante
conhecido, por exemplo, o potencial terapêutico das plantas encontradas na Amazônia.
Além do uso medicinal de algumas plantas, elas também são importantes na alimentação
humana.
A despeito da diversidade biológica disponível, mais de 50% da base alimentar do
homem concentra-se somente no trigo, no arroz e no milho. As plantações que formam
essa limitada fonte de alimentos são, geralmente, monoculturas e, por isso, suscetíveis a
pestes. Na década de 70 uma praga atacou os campos de arroz asiáticos, ameaçando
milhões de pessoas com a fome. Tempos depois os cientistas descobriram que cruzando
uma espécie não cultivada os agricultores chegariam a um arroz resistente à doença.
Este fato mostrou que à medida que um número crescente de espécies for extinto, será
mais difícil proteger as culturas existentes das pragas.

Energia
A superfície terrestre recebe constantemente a radiação solar e o fluxo da radiação
térmica. Os dois tipos de radiação contribuem para a formação do clima, mas apenas
uma fração da radiação solar é que pode ser convertida pela fotossíntese em energia
potencial. A luz solar que atinge a terra pode ser medida através do pireliômetro ou
solarímetro, e em condições favoráveis corresponde a apenas 67% do total que sai do
sol.
A sua distribuição é alterada a medida que passa através das nuvens, vapor
d'água, da vegetação, dos gases e poeira atmosféricos fazendo assim com que haja uma
enorme variação do fluxo de incidência da radiação solar nos diversos ecossistemas,
influenciando dessa maneira na distribuição dos organismos sobre a superfície terrestre.
Como foi dito, a radiação ao penetrar na atmosfera é atenuada por vários fatores,
a camada de ozônio é responsável por "interromper" grande parte dos raios ultravioletas
letais aos seres vivos. A atmosfera ainda reduz amplamente a luz visível e a radiação
infravermelha de forma que a energia que chega a superfície compreende 10% de raios
ultravioletas, 45% de luz visível e 45% de infravermelho.
Dentre todas as radiações a luz visível é a que menos sofre a atenuação, sendo
que é possível ocorrer fotossíntese em dias nublados ou embaixo d'água até uma certa
profundidade. A sombra fresca observada em florestas decorre da absorção da radiação
visível e dos raios infravermelhos pela folhagem.
A clorofila absorve a luz azul e vermelha, enquanto que a água presente nas folhas
absorve a energia térmica dos raios infravermelhos. Já a radiação térmica provem de
qualquer superfície ou objeto que esteja com a temperatura acima do zero absoluto,
incluindo solo, água, vegetação, assim também como as nuvens. É possível encontrar o
seu valor numa determinada região através do radiômetro.
O fluxo de radiação térmica incide a toda hora e de todas as direções na superfície
terrestre, enquanto que a radiação solar é direcional e está presente somente numa
determinada hora do dia. Vale ressaltar que a biomassa absorve com maior facilidade a
radiação térmica, contudo é a radiação solar que é assimilada pelos organismos.
A diferença entre o fluxo de radiação que sobe (radiação térmica) e o fluxo que
desce (radiação térmica e solar) é chamada de radiação líquida, e esta é dissipada na
evaporação e geração de eventos térmicos, passando então para o espaço em forma de
calor. E qualquer fator que atrase esse processo, tem consequências significativas no
aumento da temperatura terrestre.
Da energia solar total que entra na biosfera apenas 0,8% é direcionada para a
fotossíntese, enquanto que 0,2% é dissipada em vento, ondas e correntes de ar; 23% é
dissipada na evaporação e precipitação; a maior parte. 46%, é convertida diretamente em
calor enquanto os restantes 30% é refletida. Apesar de ser tão pequena a parte que é
convertida em alimento, o restante dos processos são importantes para criar um
ambiente apropriado para a vida, como controle da temperatura, ciclo d'água e
fenômenos meteorológicos.

Classificação de Ecossistemas Baseada na Energia


• Ecossistemas naturais que dependem da energia solar, sem outros subsídios.
(e.g. Oceanos abertos, Florestas de altitude);
• Ecossistemas que dependem da energia solar, com subsídios naturais. (e.g.
Estuário de marés, algumas Florestas úmidas);
• Ecossistemas que dependem da energia solar, com subsídios antropogênicos
(e.g. Agricultura, Aquacultura);
• Sistemas urbano-industriais, movidos a combustível (e.g. Cidades, Bairros
residenciais, Zonas industriais - combustível substitui o Sol como fonte de energia).

Recursos energéticos
É o conjunto de meios com os quais os países tentam atender às suas
necessidades de energia. As principais fontes energéticas são o petróleo e o gás natural,
o carvão, os combustíveis sintéticos, energia nuclear, energia solar, biomassa e energia
geotérmica.
O petróleo cru e o gás natural são encontrados em quantidades comerciais em
reservas sedimentarias situadas em mais de 50 países de todos os continentes. As
maiores jazidas se encontram no Oriente Próximo, onde se concentram mais da metade
das reservas conhecidas de petróleo cru e quase um terço das reservas conhecidas de
gás natural.
O carvão é um termo genérico para designar uma grande variedade de materiais
sólidos com um alto conteúdo de carbono. A maioria é queimada em centrais térmicas
para gerar vapor d'água destinado a impulsionar os geradores elétricos. Também se usa
parte do carvão nas fábricas para proporcionar calor aos prédios e aos processos
industriais; Uma variedade especial de carvão de alta qualidade é transformada em
coque metalúrgico para a fabricação de aço.
Os combustíveis sintéticos são fabricados a partir de substâncias existentes na
natureza. Os dois combustíveis sintéticos mais utilizados são o gasóleo e aqueles
fabricados a partir do carvão.
A energia nuclear é gerada através da fissão de átomos de urânio. O calor deste
processo de fissão é empregado para impulsionar uma turbina que gera eletricidade. O
reator nuclear e o equipamento de geração elétrica são apenas parte de um conjunto de
atividades inter-relacionadas. A produção de um fornecimento seguro de eletricidade a
partir da fissão nuclear exige processos industriais muito complexos e interativos, e
conhecimentos muito especializados.
A energia solar não é apenas uma tecnologia energética, mas também um termo
que se aplica a diversas tecnologias de energias renováveis Sua característica comum é
que, ao contrário de quase todas as demais, é inesgotável. Este tipo de energia se divide
em três grandes grupos: aplicações para calefação e refrigeração, geração de
eletricidade e produção de combustíveis a partir da biomassa, que incluem formas
diferentes, entre elas os combustíveis de álcool, o esterco e a lenha.
A energia geotérmica se baseia no fato de que a Terra fica mais quente quanto
mais profundamente se perfura. A energia geotérmica pode originar-se de vapor de água
encontrado em grandes profundidades sob a superfície terrestre. Fazendo com que
chegue até a superfície, pode mover uma turbina para gerar eletricidade. Outra
possibilidade é o aquecimento de água pelo bombeamento através de rochas quentes
profundas. Ainda que essa fonte de energia seja uma teoria ilimitada, na maior parte das
áreas habitadas do planeta as rochas aquecidas estão situadas em camadas profundas
demais, fazendo com que não seja rentável perfurar poços para sua utilização.

Fontes Alternativas de Energia


As principais pesquisas estão voltadas para o desenvolvimento de novas fontes de
energia que possam substituir os combustíveis não renováveis (petróleo e carvão
mineral). Vamos conhecer algumas dessas fontes de energia alternativa.

Energia hidrelétrica
É a energia obtida pela queda da água para um nível inferior, provocando o
movimento de rodas hidráulicas (aproveitamento mecânico) ou turbinas. A energia
hidrelétrica exige a construção de represas, canais de desvio de rios e a instalação de
grandes turbinas e equipamentos para gerar eletricidade (ver Geração e transmissão de
eletricidade).
A preocupação com o ambiente vem concentrando atenções nessa fonte de
energia renovável. Há algumas centrais baseadas na queda natural da água, quando a
vazão é uniforme. Estas instalações se chamam de água fluente.
A energia hidrelétrica representa cerca de um quarto da produção total de
eletricidade no mundo e sua importância vem aumentando. Em alguns países, foram
instaladas centrais pequenas, com capacidade para gerar entre um kilowatt e um
megawatt. Muitas nações em desenvolvimento estão utilizando esse sistema com bons
resultados.

Álcool
O álcool vem sendo usado em substituição à gasolina e outros combustíveis
derivados do petróleo. No Brasil, a cana-de-açúcar tornou-se a principal fonte de
produção de álcool hidratado. Para tanto muitas usinas foram implantadas em vários
Estados brasileiros.
Todas as atividades ligadas à pesquisa, à produção e à distribuição do álcool em
nosso país são coordenadas pelo Programa Nacional do Álcool - o Proálcool.
O Brasil ocupa uma posição privilegiada na produção de álcool, pois é o primeiro
produtor mundial de cana-de-açúcar e de mandioca. A principal vantagem do uso do
álcool como combustível é a redução das importações de petróleo pelo país. No entanto,
a utilização desse combustível também traz desvantagens, pois grandes áreas, antes
reservadas à produção de alimentos, estão sendo destinadas ao cultivo da cana-de-
açúcar. Além disso, a produção de álcool está provocando sérios desequilíbrios nos
ecossistemas de rios, uma vez que neles são lançados resíduos altamente tóxicos como
o vinhoto.

Energia nuclear
É a energia liberada durante a fissão ou fusão dos núcleos atômicos. As
quantidades de energia que podem ser obtidas mediante processos nucleares superam
em muito as que se pode obter mediante processos químicos, que só utilizam as regiões
externas do átomo.
O átomo é formado por um pequeno núcleo, carregado positivamente, rodeado de
elétrons. O núcleo, que contém a maior parte da massa do átomo, é composto de
nêutrons e prótons, unidos por intensas forças nucleares, muito maiores que as forças
elétricas que ligam os elétrons ao núcleo.
O número de massa A de um núcleo expressa o número de núcleons (nêutrons e
prótons) que o núcleo contém; o número atômico Z é o número de prótons, partículas
com carga positiva. A energia de ligação de um núcleo é a intensidade com que as forças
nucleares mantêm ligados os prótons e nêutrons. A energia de ligação por núcleon, isto é,
a energia necessária para separar do núcleo um nêutron ou um próton, depende do
número de massa A.
A fusão de dois núcleos leves libera milhões de eletrovolts (MeV). Também se
libera energia nuclear quando se induz a fissão de um núcleo pesado.

Fissão nuclear. Uma reação de fissão nuclear libera uma energia 10 milhões de
vezes maior que uma convencional. A fissão de 1 kg de urânio 235 libera 18,7 milhões de
kilovolts/hora em forma de calor. O processo de fissão iniciado pela absorção de um
nêutron por um núcleo de urânio 235 também libera uma média de 2,5 nêutrons, além de
dois novos núcleos, provocando novas fissões nos núcleos de urânio 235, constituindo
assim uma reação em cadeia que leva à liberação continuada de energia nuclear.
Os primeiros reatores de energia nuclear em grande escala foram construídos em
1944, nos Estados Unidos, para a produção de material para armas nucleares.
Posteriormente, em todo o mundo, foram construídos diferentes tipos de reator
(diferenciados pelo combustível, pelo moderador e pelo refrigerante empregado) para a
produção da energia elétrica. O reator a água leve usa como combustível o urânio 235
(também chamado de urânio enriquecido) e como moderador e refrigerante água comum
muito purificada. No reator a água pressurizada, o moderador e refrigerante é água leve a
uma pressão de cerca de 150 atmosferas. A maior parte dos reatores nucleares para
produção de energia elétrica construídos no mundo é desse tipo, incluindo o da usina
brasileira de Angra 1 (ver Energia nuclear no Brasil).
No reator a água em ebulição, a água de refrigeração se mantém a uma pressão
menor, o que faz com que ferva. Outros tipos de reator menos usados incluem o reator a
água pesada, no qual o combustível é urânio 238 (urânio natural) e o moderador e
refrigerante é o deutério, um isótopo do hidrogênio; e os reatores rápidos, em que a
fissão é feita por nêutrons rápidos, isto é, de altas energias (nos outros tipos, são usados
nêutrons de baixas energias, também chamados nêutrons térmicos).
Nos reatores rápidos, o combustível pode ser urânio natural, tório ou plutônio. São
refrigerados a sódio e não utilizam moderador, justamente para manter a alta energia dos
nêutrons.
A queima do combustível nuclear no reator resulta nos chamados produtos de
fissão. São isótopos que não existem naturalmente e são altamente radioativos. Alguns
permanecem milhares de anos liberando radiação. Por isso, seu manuseio e seu
armazenamento exigem cuidados especiais.

Fusão nuclear. A liberação de energia nuclear pode produzir-se também através


da fusão de dois núcleos leves em um mais pesado. A energia irradiada pelo Sol deve-se
a reações de fusão que se produzem em seu interior. A fusão nuclear artificial foi obtida
pela primeira vez em princípios da década de 1930, com o bombardeio de um alvo que
continha deutério por núcleos de deutério, acelerados num ciclotron para alcançar altas
energias (ver Aceleradores de partículas).
Na década de 1950, produziu-se a primeira liberação em grande escala de energia
de fusão em testes de armas nucleares realizados pelos Estados Unidos, a antiga União
Soviética, a Grã-Bretanha e a França. É um tipo de liberação breve e não controlada, que
serve para bombas, mas não para a produção de energia elétrica.
A ciência ainda não conseguiu resolver o principal problema para a utilização
comercial da fusão nuclear na produção de eletricidade: a energia necessária para
acelerar os núcleos de deutério e fazê-los colidirem e se fundirem é muito maior que a
energia obtida.
Por isso, os pesquisadores ainda buscam maneiras mais eficientes de esquentar o
gás a altas temperaturas e armazenar uma quantidade suficiente de núcleos durante um
tempo longo o bastante para permitir a liberação de uma energia maior que a necessária
para aquecer e armazenar o gás. Outro problema importante é a captura dessa energia e
sua conversão em eletricidade.
Em dezembro de 1993, os pesquisadores da Universidade de Princeton, nos
Estados Unidos, usaram o Reator Experimental de Fusão Tokamak para produzir uma
reação de fusão controlada que gerou 5,6 megawatts. O reator consumiu mais energia do
que produziu durante seu funcionamento. Se a energia de fusão se tornar viável,
oferecerá as seguintes vantagens:
1) uma fonte ilimitada de combustível, o deutério procedente da água dos
oceanos;
• 2) baixo risco de acidente no reator, já que a quantidade de combustível no
sistema é muito pequena; e
• 3) resíduos muito menos radioativos e mais simples de manejar que os
procedentes dos sistemas de fissão.

Energia nuclear no Brasil


É uma fonte energética pouco expressiva no país, tendo em vista que o potencial
hidrelétrico brasileiro ainda não foi totalmente aproveitado. O Brasil busca, porém,
dominar a tecnologia da geração de energia nuclear, considerando a sua importância
para a segurança nacional e para o futuro do país, como fonte útil para o meio de
transporte no espaço e nos mares, como é o caso do submarino nuclear em construção
pela Marinha brasileira.
Apesar de o desenvolvimento da física nuclear no Brasil ter começado em 1938,
no Departamento de Física da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade
de São Paulo (o departamento iniciou seus estudos sobre fissão nuclear quase na
mesma época em que pesquisas semelhantes ocorriam no exterior), o interesse pelas
aplicações desse tipo de energia só surgiu depois do fim da II Guerra Mundial.
Materializou-se a partir dos anos 50, quando o almirante Álvaro Alberto, envolvendo a
comunidade científica, alertou o governo da sua importância para a segurança do país.
Dois foram os principais debates que surgiram na ocasião em relação à energia
nuclear. Em primeiro lugar, discutiu-se a exportação indiscriminada, pelo Brasil, de suas
reservas de minérios de importância nuclear, como o urânio e tório.
A segunda questão polêmica foi a fracassada tentativa de compra, pelo Brasil, de
ultracentrífugas de origem alemã, equipamentos destinados ao enriquecimento de urânio.
Impedido de adquiri-las, porque às nações detentoras da tecnologia de produção do
urânio enriquecido não interessava repassá-la a países em vias de desenvolvimento, o
Brasil, país rico em minérios atômicos, decidiu lançar-se numa linha autônoma de
pesquisas, que permitisse o uso do urânio natural.
Para isso foi criado em 1951 o Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq),
atualmente rebatizado de Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq), e, em 1956, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
Enquanto ao CNPq caberia financiar pesquisas e a formação de pesquisadores, à
CNEN foi dada a tarefa de desenvolver a utilização da energia nuclear em todas as
formas de aplicação pacífica, com crescente autonomia tecnológica; garantir a segurança
das usinas nucleares, das instalações do ciclo de combustível e das demais instalações
nucleares e radioativas.
Foram vinculados à CNEN os seguintes institutos de pesquisa e desenvolvimento
nuclear: Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), em São Paulo; o Centro
de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear (CDTN), em Belo Horizonte; o Instituto de
Radioproteção e Dosimetria (IRD) e o Instituto de Energia Nuclear (IEN), os dois últimos
no Rio de Janeiro.
No final dos anos 60, a situação brasileira em relação à tecnologia nuclear
continuava, contudo, a ser de dependência em relação ao exterior. A linha de pesquisas
de aproveitamento do urânio natural pouco havia avançado. Em 1969, o governo
brasileiro decidiu construir uma usina nuclear na praia de Itaorna, no município
fluminense de Angra dos Reis. Adquiriu um reator de urânio enriquecido nos Estados
Unidos.
Esta decisão foi muito criticada pelos físicos brasileiros, principalmente porque a
compra se deu em regime de turn-key, o que significava um pacote fechado de
equipamentos, que não permitia o acesso à tecnologia. A construção da usina, mais tarde
batizada de Angra I, começou em outubro de 1972. Prevista para entrar em operação
comercial em 1979, sofreu grande atraso, só sendo inaugurada em 1983.
Ainda na década de 70, o governo do presidente Ernesto Geisel assinou um amplo
acordo de transferência de tecnologia nuclear com a então República Federal da
Alemanha.
Assinado em 1974, incluía, além da aquisição de usinas nucleares, a possibilidade
de transferência das diversas tecnologias do ciclo do combustível nuclear, tais como o
enriquecimento e o reprocessamento de urânio.
Na realidade, o processo de enriquecimento a ser transferido, batizado de jato
centrífugo, encontrava-se ainda em estudos nos laboratórios alemães, portanto sua
aplicação era muito duvidosa.
Com o acordo com a Alemanha, o governo federal decidiu erguer mais duas
usinas em Angra dos Reis. Batizou o complexo de Central Nuclear Almirante Álvaro
Alberto.
O reator de Angra I (com 620 MW de potência) é do tipo PWR (reator de água leve
pressurizada). As duas outras unidades — Angra II e Angra III — previstas no projeto
inicial somam uma capacidade total de 2.600 MW.
Com reatores também de água leve pressurizada, foram adquiridas em indústrias
alemãs. Angra I é a única em funcionamento até os dias de hoje. Para 1999 prevê-se a
entrada em operação de Angra II.
Ao longo dos anos 80, o ambicioso programa de cooperação nuclear com a
Alemanha desenhado na década anterior foi sendo gradativamente reduzido. Nesse
período, o Brasil conseguiu dominar a tecnologia de algumas etapas da fabricação do
combustível nuclear que periodicamente abastece a usina de Angra I.
Em setembro de 1987, porém, o governo do presidente José Sarney anunciou o
domínio da tecnologia de enriquecimento de urânio por ultracentrifugação, admitindo que
pesquisas alternativas e autônomas vinham ocorrendo em segredo, no IPEN, em São
Paulo.
De fato, um dos mais avançados resultados no campo da energia nuclear vem
sendo obtido pela Marinha, que objetiva a construção de um submarino de propulsão
nuclear, assim como uma tecnologia brasileira de construção de reatores nucleares.
Energia solar
Energia radiante produzida no Sol como resultado de reações nucleares de fusão.
Chega à Terra através do espaço em blocos de energia chamados fótons, que interagem
com a atmosfera e a superfície terrestre.
A intensidade da radiação solar na borda exterior da atmosfera, caso se considere
que a Terra está a certa distância média do Sol, é chamada de constante solar e seu
valor é de 1,37 × 106 erg/s/cm2, ou cerca de 2 cal/min/cm2. Mesmo assim, esta
quantidade não é exatamente constante, já que parece haver cerca de 0,2% de variação
a cada 30 anos.
A intensidade de energia real disponível na superfície terrestre é menor do que a
constante solar, por causa da absorção e da dispersão da radiação que origina a
interação dos fótons com a atmosfera. A absorção natural de energia solar acontece na
atmosfera, nos oceanos e nas plantas.
Além disso, esta energia pode ser captada, de modo artificial, com o uso de
dispositivos que recebem o nome de coletores solares. A energia, uma vez absorvida, é
empregada em processos térmicos, fotoelétricos ou fotovoltaicos. Pode ser convertida em
energia elétrica sem nenhum dispositivo mecânico intermediário.

O Desequilíbrio Ecológico
Há na natureza um equilíbrio dinâmico entre os organismos vivos e o ambiente em
que vivem, compartimentos estes que, como já vimos, formam os ecossistemas, com
suas trocas e influências entre organismos e entre eles e o meio. Fator de desequilíbrio é
qualquer acontecimento ou evento que venha a perturbar as características naturais de
um ecossistema.

Fatores Naturais de Desequilíbrio


São eventos muito esporádicos, imprevisíveis, como grandes furacões, terremotos,
tempestades, maremotos, vendavais, etc. , os quais tendem a gerar intensa destruição
nos ambientes onde ocorrem.
Dependendo do tipo de ecossistema atingido, os danos na comunidade biológica
podem ser intensos, sendo necessários vários anos para a sua plena recuperação. Em
alguns casos, eventos esporádicos, mas cíclicos (voltam a ocorrer em períodos de tempo
longos, mas relativamente regulares), induzem as comunidades ao desenvolvimento de
adaptações, como, por exemplo, nos cerrados, onde o fogo é um fator estressante
periódico, que ocorre em intervalos de alguns anos.
Neste exemplo, muitas árvores e plantas já se encontram adaptadas ao fogo,
algumas inclusive necessitando dele em alguns processos reprodutivos. Neste caso, o
fogo do cerrado é um fator de desequilíbrio para alguns componentes do ecossistema
mas para outros não.

Fatores de desequilíbrio induzidos pelo Homem


Nesta categoria se encontram todos os tipos de estresse produzido pelo homem
na natureza: poluição atmosférica, poluição dos rios e lagos, poluição dos mares e
oceanos, desmatamento de florestas, matas e mangues, depredação e captura de
espécies para comércio, macacos, aves, focas, sobrepesca (captura excessiva de peixes,
captura de peixes muito jovens e peixes em época reprodutiva), aquecimento global
(efeito estufa), redução na camada de ozônio, explosão demográfica, etc.
Estes e outros fatores, ligados às atividades humanas causam perturbações nos
ecossistemas que vão desde efeitos imperceptíveis a curto prazo até a total destruição de
ecossistemas inteiros, como ocorre com os aterros de manguezais, queimadas na
Amazônia, derrames de petróleo, etc.
Um aspecto muito importante no que diz respeito aos fatores de desequilíbrio
ecológico, é que estando todas as espécies interligadas em um ecossistema e
dependendo do ambiente físico para viver, as perturbações ocorridas em uma espécie ou
um compartimento ecológico (por exemplo, animais herbívoros), refletirão em toda a teia
trófica, causando danos muito maiores, em todo o ecossistema.
Exemplo:
• O ambiente - Os costões rochosos do litoral de São Paulo, situados nos cantos
das praias, e nas ilhas, são ecossistemas ricos em diversidade e densidade de
organismos, os quais são agrupados em produtores (algas verdes, vermelhas, pardas),
herbívoros (caramujos pastadores, caranguejos, ouriços, etc), carnívoros (caramujos,
siris, caranguejos, estrelas do mar), comedores de areia (pepinos do mar) e filtradores
(cracas, mexilhões, ostras...). Todos estes organismos, cuja diversidade pode chegar a
várias centenas de espécies, estão ligados pela teia trófica, na qual uns servem de
alimento para outros.
• O fato - Um derrame de óleo atinge o costão recobrindo parte da comunidade
presente nas rochas. Diversas espécies de algas morrem intoxicadas pelos compostos
químicos do óleo, bem como estrelas do mar, anêmonas e ouriços.
Caranguejos herbívoros e caramujos morrem asfixiados e recobertos pelo óleo.
• Consequências - Com a redução drástica das algas presentes na rocha, os
herbívoros que sobreviveram não terão recursos para se alimentarem e sua taxa de
mortalidade aumentará; consequentemente, os carnívoros que deles se alimentavam
também iniciarão um período de abstinência alimentar, e assim por diante ao longo de
toda a teia alimentar.
Por outro lado, com a morte das algas, muito espaço na rocha foi desocupado e as
espécies mais resistentes e com grande capacidade reprodutiva, como as cracas,
ocupam a rocha descoberta, em uma área diferente da sua área natural de ocupação.
Com o tempo, um processo de sucessão ecológica se inicia, onde o ambiente
passa por fases de recuperação até retornar às condições próximas às de antes do
derrame de petróleo.
A recuperação após perturbações ecológicas graves, pode durar muitos anos ou
até décadas, como é o caso dos manguezais (desmatamento e aterro de manguezais
não possibilitam a recuperação natural dos mesmos).
A séria realidade do desmatamento da Amazônia é outro bom exemplo. A floresta
vive sobre um sedimento extremamente pobre em nutrientes. Os sais, oligo elementos
(substâncias vitais mas necessárias em pequenas quantidades) e todos os nutrientes
necessários às plantas são extraídos das camadas superficiais do solo onde se acumula
grande quantidade de matéria orgânica vegetal e animal.
Todo este material é constantemente decomposto pelas bactérias e fungos
(decompositores) com o auxílio dos insetos que trituram e 'picotam' os restos vegetais, e
os nutrientes retornam às plantas fechando um ciclo delicado e equilibrado. Com o
desmatamento, para a formação de pasto para o gado, este ciclo da floresta é quebrado.
O pasto que cresce no lugar da floresta logo extingue os poucos nutrientes do solo
e não consegue mais resistir, tornando necessários novos desmatamentos. A própria
queima, método utilizado no desmatamento já é bastante prejudicial ao solo.
O desequilíbrio ecológico, resultante de atividades humanas desordenadas causa
perturbações, a curto, médio e longo prazo nos ecossistemas naturais, mas também
tende a reverter estas perturbações ao próprio homem, uma vez que ele vive e depende
do meio ambiente para continuar a sobreviver.
Sem água potável, sem ar respirável, sem florestas, sem fauna e flora em
equilíbrio, a qualidade de vida do próprio homem se encontrará ameaçada. Há muitos
indícios de que as mesmas espécies marinhas e terrestres que hoje estão se extinguindo
estão levando consigo substâncias presentes em seus corpos que poderiam ser a
solução de muitas doenças. Isto é especialmente verdadeiro para as centenas de
espécies de plantas e animais desconhecidos da Amazônia, cujas populações inteiras,
neste momento estão sendo destruídas, sem ter sido sequer descobertas e estudadas.
Finalmente, o fato que é considerado a causa de muitos processos de
desequilíbrio ecológico é a explosão demográfica da população humana, graças ao
desenvolvimento da tecnologia, da medicina, da melhoria da qualidade de vida em geral.
É importante se ter ciência de que a população humana está crescendo em
progressão geométrica, mas os recursos necessários à nossa sobrevivência não. Esta é
a tônica do brilhante livro "Destruição e equilíbrio - o homem e o ambiente no espaço e
no tempo" (RODRIGUES, 1989).
No livro o autor explica a evolução da população humana mundial desde os
primórdios, na idade da pedra, até os dias de hoje. Diz, por exemplo que no ano 8.000
AC a população humana mundial era de apenas 8 milhões de habitantes, metade da
população da cidade de São Paulo. No ano de 1780, a população era de 800 milhões de
habitantes, 100 vezes mais, o que significa que a cada 1500 anos a população dobrava.
No entanto, respeitando-se a tendência de crescimento em progressão
geométrica, no início do século XX, segundo RODRIGUES, a população já dobrava a
cada 100 anos. Atualmente, calcula-se que para a humanidade dobrar de tamanho sejam
necessários apenas 30 anos (quando no ano 2.000 atingiremos a marca dos 6 bilhões de
habitantes).
A pergunta é como irá se comportar o meio ambiente e os ecossistemas do
planeta com este crescimento e desenvolvimento desordenado? É possível que a
resposta, esteja ligada, pelo menos em parte, ao chamado desenvolvimento sustentado,
no qual é possível o uso racional dos ecossistemas em benefício do Homem, sem que
estes sejam destruídos, mas uns sustentam os outros.

Chuva Ácida
A chuva ácida é um fenômeno que surgiu com a crescente industrialização do
mundo, em relação direta com a poluição do ar, manifestando-se com maior intensidade
e maior abrangência nos países desenvolvidos. Não obstante, tal fenômeno começa a
manifestar-se também em pontos isolados, em países como o Brasil.
As emissões de fumaça das usinas termelétricas à base de carvão, das indústrias
de celulose, das refinarias, dos veículos automotores, assim como qualquer poluente
gasoso lançado na atmosfera, contribuem para a formação de chuva ácida. Compostos
de enxofre e nitrogênio são os principais componentes desta chuva, que pode se
manifestar tanto no local de origem.
Um exemplo disto ;é a mineração de carvão em Criciúma, em Santa Catarina, que
é responsável pela chuva acidificada pelo enxofre emanado do carvão depositado, que
se mistura às formações de nuvens, em suspensão no ar.
Esta chuva quando transportada pelos ventos vai cair, por exemplo, no parque
nacional de São Joaquim, também em Santa Catarina, situado a muitos quilômetros de
distência.
Nos gases produzidos por fábricas e motores (em especial quando há queima de
carvão mineral) são liberados para a atmosfera óxidos de enxofre (SO2) os quais reagem
com o vapor da água produzindo ácido sulfúrico (H2SO4), que é diluído na água da
chuva e dando origem a chuva ácida, com pH muito ácido.
O pH (índice utilizado para medir acidez : quanto menor mais ácido), medido para
a maioria das chuvas ácidas, assume valores inferiores a 4,5 (o pH de uma chuva normal
é de 5,0).
Este tipo de chuva, quando frequente provoca acidificação do solo, prejudicando
também plantas e animais, a vida dos rios e florestas. Da mesma forma as edificações
presentes na área são afetadas. Um lago que tem seu pH reduzido a 4,5, por doses
repetidas de chuva ácida, impossibilita condições de vida para vários organismos. Um pH
2,0, iguala-se ao pH do suco de limão.
O excesso de nitrogênio lançado pela chuva ácida em determinados lagos também
pode causar crescimento excessivo de algas, e consequentemente perda de oxig6enio,
provocando um significativo empobrecimento da vida aquática. A ingestão de água
potável acidificada, por longos períodos, pode causar a doença de Parkinson e de
Alzheimer, a hipertensão, problemas renais e , principalmente em crianças, danos ao
cérebro. Estima-se que nos E.U.A. a chuva ácida é a terceira maior causa de doenças
pulmonares.
Continuando no ritmo atual de poluição do ar, nos próximos 30 anos a chuva ácida
causará maiores alterações na química dos solos do que as florestas tropicais poderiam
suportar. Este fenômeno pode ser reduzido pela instalação de equipamentos que evitem
as emissões gasosas, principalmente de compostos de enxofre e nitrogênio.
No Brasil, a mata atlântica é extremamente afetada pela chuva ácida, uma vez que
muitos centros urbanos e industriais se localizam próximos ao litoral. Em Cubatão (São
Paulo) vários programas de reflorestamento têm acontecido nos últimos anos, a fim de
proteger as encostas cuja vegetação foi destruída.

Desmatamento das Florestas


Originalmente, a 10.000 anos atrás, as florestas recobriam cerca de 50 % da
superfície de todos os continentes, exceto a Antártica, ocupando uma área estimada de
6,2 bilhões de hectares. Atualmente a área das florestas foi reduzida a 28 %, ou seja, 4,5
bilhões de hectares.
Em termos mundiais, pode-se dizer que as florestas ainda ocupam uma área muito
representativa, apesar do acelerado processo de desmatamento atualmente em curso.
Por outro lado, áreas consideráveis encontram-se em diferentes níveis de
degradação, devido à poluição e uso inadequado pelo homem. Como consequência do
desmatamento, as imagens de satélite mostram um aumento gradativo nas áreas de
deserto no planeta.
O papel das florestas no equilíbrio da biosfera é fundamental pois participam
ativamente dos ciclos biogeoquímicos e da água. Absorvem gás carbônico e liberam
oxigênio na atmosfera, regulam a umidade do ar, influem no clima e na quantidade de
nuvens e chuvas; filtram o ar e a água, mantendo a sua qualidade.
As florestas também representam talvez o mais importante patrimônio ecológico
da terra. Comportam uma enorme quantidade de espécies animais e vegetais,
contribuindo decisivamente para a elevada biodiversidade existente no planeta. Acredita-
se que metade das espécies vivas sejam habitantes das florestas.
As florestas mais ricas biologicamente são as tropicais, as quais representam
apenas 7% da superfície terrestre do planeta. Estas áreas estão concentradas
principalmente na Amazônia e nas zonas tropicais da África e Ásia. Nestas regiões, as
matas tropicais estão sendo dizimadas a uma taxa de mais de 13 milhões de hectares
por ano, o que equivale a uma perda de pelo menos 1 % de florestas virgens por ano.
A extração de madeiras é uma das principais causas do desmatamento, sendo que
as florestas sustentam toda a demanda mundial, especialmente no primeiro mundo, em
países como o Japão, Estados Unidos, Inglaterra e França. A madeira tem sido utilizada
para diversos fins, como a construção de móveis, barcos, na construção civil e na
produção de papel para livros jornais, revistas e embalagens.
O uso da madeira como combustível (carvão vegetal) é outra causa das mais
importantes do desmatamento florestal, tendo consequências graves não só nas florestas
mas também nos níveis de poluição. Estima-se que 30 % das emissões de carbono na
atmosfera estão vinculadas à destruição das florestas.
Esta quantidade de gases carbônicos emitidos pelo uso da madeira como
combustível, acentua o processo do efeito estufa e o aquecimento global do planeta.
Acredita-se que pelo menos 25% da humanidade depende da madeira como fonte
principal de energia.
Isto significa um sério impacto na biodiversidade do planeta, podendo representar
extinções em massa, de espécies inclusive nunca descobertas e estudadas. Erosão das
terras desmatadas, surtos de doenças (como a malária, leishmaniose, dengue e febre
amarela) e assoreamento de rios são algumas das consequências esperadas.
Consideráveis alterações climáticas, especialmente no regime de chuvas e grau
de umidade do ar, tendem a surgir com o desmatamento.
O uso das florestas deve ser feito de forma equilibrada onde seja possível associar
o desenvolvimento da sociedade humana e a preservação dos recursos naturais do
planeta, o que é denominado de desenvolvimento sustentado. Caso isso não ocorra, o
homem corre o risco de sofrer graves consequências, muitas delas ainda desconhecidas.

Destruição das Florestas Tropicais


Durante as últimas cinco décadas, uma tragédia de proporções incalculáveis vem
se desenrolando nas florestas tropicais do mundo. Esses ecossistemas inigualáveis, os
mais ricos e antigos da Terra, estão sendo destruídos numa escala sem precedentes.
Isso afeta toda a humanidade. As florestas tropicais regulam o fluxo da água e protegem
os mananciais para os agricultores. Também regulam o clima e produzem oxigênio,
fornecem toras de madeira de lei e madeira combustível e são o lar de povos indígenas.
Além disso, abrigam recursos genéticos que valem incontáveis bilhões de dólares.

Florestas em Queda
Apenas cerca de metade das florestas tropicais maduras que outrora adornavam o
planeta ainda se mantêm em pé. As estimativas mais recentes sugerem que vieram
abaixo entre 750 e 800 milhões dos 1,5 a 1,6 bilhão de hectares originais. A maior parte
do que ainda resta está na Bacia Amazônica.
As florestas estão sendo destruídas num ritmo cada vez mais frenético. Até
recentemente, as estimativas mais abalizadas, baseadas numa pesquisa da Organização
das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), sugeriam que 11,4 milhões
de hectares de florestas tropicais estavam sendo derrubados a cada ano.
Mas uma pesquisa de 1990, publicada na World Resources 1990/1991, que pela
primeira vez utilizou observações de satélite, sugeria que o índice de destruição havia
aumentado para 16,4 a 20,4 milhões de hectares anuais. A cifra mais alta correspondente
a uma área duas vezes superior à da Áustria.
Individualmente, os países mostraram um aumento ainda mais rápido no índice de
destruição. Em Myanmá, a área devastada aumentou em mais de seis vezes, de 105.000
hectares em 1980 para 677.000 no relatório de 1990. Na índia, a última cifra é dez vezes
superior à de dez anos atrás, passando de 147.000 hectares de floresta tropical,
destruídos durante o ano de 1980, para 1,5 milhão em 1990.
Depois de aumentar a destruição na maior parte dos anos 80, o Brasil reverteu a
tendência no final da década: entre 1988 e 1990, o desmatamento caiu de 3,5 milhões de
hectares para cerca de 1,3 milhão. Devido à pressão internacional e a uma mudança de
governo, o Brasil acabou com os subsídios ao desmatamento e reduziu o corte ilegal de
árvores.
Muitos outros países, incluindo a Indonésia, a Tailândia, a Malásia, a China, Sri
Lanka, Laos, a Nigéria, a Libéria, a Guiné, e a Costa do Marfim já Perderam extensas
áreas de suas florestas úmidas. Cerca de 18% das florestas do arquipélago das Filipinas
já foram cortadas.
Em 1960, a América Central ainda tinha quatro quintos de suas florestas originais;
hoje restam apenas dois quintos dela. Metade dos 24,3 milhões de hectares do estado de
Rondônia foram destruídos ou gravemente degradados nos últimos anos. Lá, como nas
florestas tropicais de todo o mundo, povos indígenas estão sendo banidos da terra em
que viveram e que mantiveram de forma sustentável durante milhares de anos.
As florestas tropicais apresentam-se em duas variedades: úmidas e de terra firma.
Ambas estão ameaçadas. A destruição mais séria está ocorrendo nas úmidas. A América
Latina perdeu 37% de suas florestas tropicais úmidas originais; a Ásia, 42%, e a África,
52%.

Três Passos para a Destruição


A exploração indiscriminada de madeira, que há muito se imaginava ser o principal
motivo do desmatamento, assume agora o segundo lugar. Fica atrás da agricultura
itinerante, promovida por lavradores sem-terra das florestas, estimados em 150 milhões
no mundo todo, e a da transformação da mata em glebas agrícolas, plantações e pastos.
Em geral, a erradicação das florestas tropicais é um processo por três estágios.
As empresas madeireiras conseguem concessões e fazem a terraplanagem das
estradas de acesso até a floresta nativa para extrair a madeira. Famílias de lavradores
seguem as estradas em direção à mata, em busca de terra e sustento. Abrem clareiras
nas florestas para plantar culturas de subsistência, cortando todas as árvores e
queimando-as (as cinzas são utilizadas como fertilizantes).
Depois de apenas três ou quatro colheitas, pragas de insetos, ervas daninhas e o
empobrecimento do solo forçam os lavradores a se mudarem e repetirem o ciclo em
áreas intactas. Alguns semeiam glebas com gramíneas e as vendem a criadores de gado,
que completam então o terceiro e último estágio da destruição. Cerca de dois terços da
floresta da América Central foram destruídos para fornecer carne barata, geralmente para
hambúrguer. Nesse processo, são destruídas duas árvores para se produzir um
hambúrguer.
Em alguns casos, liquida-se a floresta para dar lugar a extensas plantações de
morango, berinjela, pimenta, abacaxi, banana, açúcar, amendoim, palmito e algodão, eu
servirão para suprir países mais ricos. Barbados, por exemplo, substituiu florestas por
cana-de-açúcar. Na Malásia, em média, 255.000 hectares de florestas tropicais estão
desaparecimento a cada ano, para dar lugar a novas plantações de borracha e óleo de
palma.

O FOGO E O DESMATAMENTO
Os efeitos do fogo aparentam ser úteis, mas somente prejudicam o homem e o
solo. Ao queimar uma lavoura, você queimará todos os nutrientes do solo, deixando-o
seco e pobre em vitaminas, não sendo mais possível plantar no mesmo lugar.
Parecida é a ação do desmatamento. O solo enquanto protegido pela sombra das
árvores é fértil e altamente produtivo, mas ao cortar uma grande quantidade de árvores, o
solo fica desprotegido e exposto ao sol direto e a ação do tempo. Não tendo condições
de equilibrar nutrientes com as árvores, o solo se torna improdutível e inútil.
A erosão pluvial é a ação das águas dos rios e das chuvas sobre a superfície
terrestre. Ao passar, a água dos rios e das chuvas carregam grãos de terra, pequenas
pedras e pedaços minúsculos de argila, formando falhas, buracos ou rebaixamentos no
solo. A erosão eólica é a ação dos ventos sobre a superfície terrestre. Ela exerce a
mesma função dos outros tipos de erosão, só que é o vento que se encarrega de levar
partículas de solo para outros lugares.

Desertificação
Redução da vegetação e da capacidade produtiva do solo, principalmente de
regiões áridas, semiáridas e sub úmidas, causada por atividades humanas inadequadas
e em menor grau, por mudanças naturais. Segundo o World Watch Institute, cerca de
15% da superfície terrestre sofre algum grau de desertificação. As áreas mais afetadas
são o oeste da América do Sul, o nordeste do Brasil, o norte e o Sul da África o Oriente
Médio, Ásia Central, o noroeste da China, a Austrália e o sudeste dos Estados Unidos. A
desertificação pode atingir também áreas úmidas.
No Brasil, os exemplos mais sérios são os pampas gaúchos, o cerrado do
Tocantins e o norte do Mato Grosso. Desde a primeira Conferência Mundial sobre
Desertificação, no Quênia em 1997, os cientistas tem mostrado que o aumento das
regiões áridas não decorre somente da progressão natural do deserto.
O alastramento vem sendo provocado principalmente pelo homem, por meio do
desmatamento de extensas áreas de floresta, da agropecuária predatória e de alguns
tipos de mineração, como a extração dos cristais das rochas.
Essas atividades levam a diminuição da cobertura vegetal, ao surgimento de
terrenos arenosos, à perda de água do subsolo, à erosão e ao assoreamento de rios e
lagos. O problema é agravado ainda pelo efeito estufa, pela chuva ácida e pelo buraco na
camada de ozônio, ocasionados também pela ação do homem. Quando o solo se
desertifica, a população busca outras terras, onde na maioria das vezes, provocam os
mesmos danos. Cria-se então um ciclo contínuo.
Esse é u dos motivos da migração, que forma cinturões de pobreza ao redor dos
centros urbanos. A longo prazo, a desertificação pode causar uma diminuição drástico
das terras férteis, o que, aliado ao crescimento da demanda por alguma alimento, levaria
ao aumento da fome no mundo. Para deter o avanço dos desertos são usadas medidas
como reflorestamento, técnica de controle do movimento das dunas de areia e rotação de
cultura.
Em 1994 é criada a Convenção da ONC, contra a desertificação. A primeira
reunião acontece em outubro de 1997, em Roma, Itália, com o objetivo de recuperar as
áreas degradadas, evitar que zonas áridas se transformem em deserto e definir modos
de financias os projetos já existentes. Ministros de uma centena de países participam do
encontro, marcado pela ausência de E.U.A, Japão e Federação Russa. Para os
especialistas a África é o continente mais afetado, mas nenhum está isento do problema.

Desertificação no Brasil
No Brasil, as áreas consideradas e enquadradas na fórmula de Thornthwaite são
aquelas abrangidas pelo Polígono das Secas, ou seja, as regiões semiáridas e sub
úmidas secas do nordeste brasileiro. O primeiro mapa de susceptibilidade à
desertificação foi elaborado pelo Núcleo Desert IBAMA em 1992, por ocasião da
realização da Conferência Internacional sobre o Impacto das Variações. O Nordeste
apresenta grande diferenciação ecológica, com secas e estiagens atingindo grande parte
do território. Simplificadamente a região pode ser dividida em 4 grandes conjuntos
fisiográficos: Mata, Agreste, Cerrado e Sertão.
A porção semiárida do nordeste compreende uma área de cerca de 900.000 km2,
quase toda no embasamento cristalino e sob forte irregularidade climática. Constatamos
também que o clima e a qualidade das terras apresentam limitações muito fortes para o
desenvolvimento de atividades de cunho agropecuário que possam competir com os
produtos oriundos de outras regiões.
A não ser em algumas áreas específicas e, contando com significativos
investimentos em tecnologia, a produtividade agrícola é baixa e a produção incerta.

Causas da Desertificação
O processo de exploração tradicional e com baixo nível tecnológico dos recursos,
aliado ao aumento populacional e à expansão dos mercados, tem levado à super
exploração do ambiente e ao virtual esgotamento da biodiversidade. A pecuária
extensiva, forçada pelos mecanismos de intensificação da exploração dos recursos como
mencionado, exerce grande pressão sobre a vegetação nativa, tanto pela eliminação das
plantas como pela compactação do solo devido ao pisoteio excessivo.
Em função da falta de manejo adequado na pecuária, as caatingas vêm se
exaurindo. De modo geral, os criadores aumentam o número de bovinos, caprinos,
ovinos, etc., em limites superiores à capacidade de suporte do ecossistema, que é muito
baixa, cerca de 20 hectares por unidade animal (5 a 15 kg de peso vivo por habitantes).
Estudos realizados para a Conferência Nacional da Desertificação mostraram que
a pecuária tradicional é fator de alteração ambiental que atinge toda a região, mudando a
composição florística da vegetação nativa e permitindo a difusão de espécies invasoras
sem valor ecológico.
Outro fator agravante é a agricultura tradicional de sequeiro com as culturas de
milho, feijão e arroz, associada à prática da pecuária extensiva. Estas culturas são
bastante exigentes em solo e água, o que raramente permite que se retirem colheitas
abundantes devido às secas periódicas e à má distribuição das chuvas. A frustração das
safras e o esgotamento rápido dos solos promovem a agricultura itinerante e a constante
rotação de terras, com o pastoreio excessivo das áreas em pousio.
Assim, muitas áreas são deixadas em pousio já em estado de degradação
avançada, podendo agravar os problemas de perda de solo, além da perda de fertilidade
natural em virtude da proliferação de pragas invasoras. Estes fatos contribuem para a
degradação dos solos, para o aumento da superexploração do extrativismo como forma
compensatória de obtenção de renda e a consequente perda da biodiversidade.
O Nordeste abriga o maior contingente populacional do país vivendo na zona rural.
São 43,1%, mais de 18 milhões de pessoas (das quais mais de 16 milhões estão no
semiárido), o que equivale a quase o dobro da região sudeste, a duas vezes e meia a
região sul e a nove vezes a região centro-oeste. Deste total, mais de 55% são
considerados indigentes na conceituação proposta pelo Mapa da Fome do IPEA. É,
também, a maior concentração de indigência do país.
Os estudos sobre a desertificação realizados pelo Núcleo Desert para a CONSLAD
apontam para um quadro de abrangência que atinge, nos seus vários níveis, 55% da
área semiárida do Nordeste e 42% de sua população.

Eutrofização
É o aumento de nutrientes no meio aquático, acelerando a produtividade primária,
ou seja, intensificando o crescimento de algas. Esse fenômeno pode ser provocado por:
lançamento de esgotos, resíduos industriais, fertilizantes agrícolas e a erosão. É fácil de
concluir que, em certas proporções, a eutrofização pode ser benéfica ao ecossistema.
Contudo, em excesso acarretará um desequilíbrio ecológico, pois provocará o
desenvolvimento incontrolado de uma espécie em detrimento de outras. É o fenômeno
conhecido como "floração da água" e torna reservatórios de águas potáveis em lagoas e
lagos imprestáveis para o uso.
Os florescimentos de algas são uma consequência da eutrofização o super
enriquecimento das águas pelo excesso de nutrientes das plantas. Além do seu aspecto
inestético, estas verdadeiras explosões de algas constituem uma ameaça de toxicidade
para os fornecimentos de água bem como para as pessoas que consumirem a água
afetada, uma vez que as algas produzem venenos poderosos.
Quando estas morrem, as toxinas são libertadas na água, tornando-se muito difícil
removê-las através dos processos normais de tratamento de águas. Na Grã-Bretanha,
têm morrido animais após a ingestão das algas, não se registrando, contudo, óbitos
humanos. Em 1989, onze soldados foram hospitalizados depois de terem andado de
canoa em águas afetadas de um lado de Staffordshire; em outros países, houve notícia
de doenças, nomeadamente inflamações do fígado, entre pessoas que beberam água
contaminada.
Alguns animais conseguem concentrar as toxinas nos tecidos; no verão de 1990,
detectaram-se níveis elevados em mariscos da costa oriental britânica, tendo sido postos
a circular avisos preventivos do consumo de tais alimentos. Na Finlândia e na União
Soviética, ocorreram mortes entre pessoas que ingeriram peixes com concentrações de
toxinas no fígado.
As explosões de algas dão-se naturalmente em determinadas áreas e nem todas
as espécies são tóxicas em geral são as algas azuis e as algas verdes as que produzem
veneno.
Poluição
Existe, na natureza, um equilíbrio biológico entre todos os seres vivos. Neste
sistema em equilíbrio os organismos produzem substâncias que são úteis para outros
organismos e assim sucessivamente. A poluição vai existir toda vez que resíduos
(sólidos, líquidos ou gasosos) produzidos por microorganismos, ou lançados pelo homem
na natureza, forem superior à capacidade de absorção do meio ambiente, provocando
alterações na sobrevivência das espécies.
A poluição pode ser entendida, ainda, como qualquer alteração do equilíbrio
ecológico existente. A poluição é essencialmente produzida pelo homem e está
diretamente relacionada com os processos de industrialização e a consequente
urbanização da humanidade.
Esses são os dois fatores contemporâneos que podem explicar claramente os
atuais índices de poluição. Os agentes poluentes são os mais variáveis possíveis e são
capazes de alterar a água, o solo, o ar, etc. Poluição, é portanto, uma agressão à
natureza, ao meio ambiente em que o homem vive. Os efeitos da poluição são hoje tão
amplos que já existem inúmeras organizações de defesa do meio ambiente.

Classificação dos Poluentes


De acordo com a origem:
a) Poluentes Primários - Estão presentes na atmosfera na forma em que são
emitidos como resultado de algum processo. Os principais poluentes desta categoria são
tanto sólidos, como líquidos e gasosos, ou mesmo radiações. Citamos como poluentes
primários; partículas finas, partículas grosseiras, compostos de nitrogênio, óxidos de
carbono, compostos de enxofre, compostos halogenados, compostos orgânicos, entre
outros.
b) Poluentes Secundários - São produzidos na atmosfera pela reação entre dois
ou mais poluentes primários, ou pela reação com constituintes normais atmosféricos, com
ou sem fotoativação. Citamos como poluentes secundários; oxidantes, névoas ácidas.

De acordo com o Estado


a) Gases e vapores - CO, CO2, SO2, NO2
b) Partículas sólidas e liquidas - Poeiras, fumos, névoas e fumaças
De acordo com a composição Química
a) Poluentes Orgânicos - Hidrocarbonetos, aldeídos e cetonas
b) Poluentes Inorgânicos - H2S, HF, NH3

POLUIÇÃO DAS ÁGUAS


A poluição das águas tem sido um problema para a nossa sociedade, e é tempo
de por fim a todo o custo este assunto. Nestes últimos anos o governo tem tentado
sensibilizar a opinião pública para esta situação que tem vindo a agravar-se devido há
falta de fundos.
Também as indústrias, que cada vez fazem mais poluição sem qualquer medida
protecionista contribuem fortemente para o problema sem qualquer multa por parte do
Governo. Nós neste trabalho vamos falar nas formas de poluição aquática no mundo e no
Brasil.
Também vamos falar dos poluentes da água e os seus perigos para a sociedade.
Durante um longo período de tempo, a introdução dos poluentes nos oceanos poderá
conduzir a uma acumulação de substâncias tóxicas, a longo prazo, disseminando
mortandade e contaminação de seres vivos do oceano.
Uma vez chegado a isto, não há hipótese de voltar atrás mas não vamos deixar
que isto se alastre para causas muito piores do que aquelas que já existem por isso
contamos com a colaboração de toda a sociedade e começar a sensibilizar a sociedade
escolar, ou seja, mais os alunos que serão o futuro de amanhã para não continuarem a
poluir como os nossos antepassados poluíram.
A maior parte dos poluentes atmosféricos reage com o vapor de água na
atmosfera e volta à superfície sob a forma de chuvas, contaminando, pela absorção do
solo, os lençóis subterrâneos.
Nas cidades e regiões agrícolas são lançados diariamente cerca de 10 bilhões de
litros de esgoto que poluem rios, lagos, lençóis subterrâneos e áreas de mananciais. Os
oceanos recebem boa parte dos poluentes dissolvidos nos rios, além do lixo dos centros
industriais e urbanos localizados no litoral.
O excesso de material orgânico no mar leva à proliferação descontrolada de
microrganismos, que acabam por formar as chamadas "marés vermelhas" - que matam
peixes e deixam os frutos do mar impróprios para o consumo do homem.
Anualmente 1 milhão de toneladas de óleo se espalham pela superfície dos
oceanos, formando uma camada compacta que demora para ser absorvida. Desde há
muito que os peritos marinhos e aquáticos argumentam que todos os novos compostos
introduzidos no nosso mar e rios deveriam ser considerados potencialmente letais.
Eis um testemunho desses peritos:

"No dia seguinte navegávamos sob vento fraco através de um


oceano onde a água límpida estava cheia de massas flutuantes e
negras de alcatrão, aparentemente sem fim... O Atlântico já não era
azul, mas sim cinzento esverdeado e opaco, coberto de coágulos de
petróleo que variavam de tamanho, desde a cabeça de um alfinete
até às dimensões de um sanduíche. No meio do lixo, flutuavam
garrafas de plástico. Poderíamos estar num sujo porto citadino...
Tornou-se claro para nós que a humanidade estava realmente a
poluir a sua mais vital nascente, o indispensável filtro do nosso
planeta, o oceano."

Parte da poluição é muito visível: rios espumosos, um brilho oleoso à superfície de


um lago, cursos de água atulhados de lixo doméstico (como é o caso do nosso rio
Douro). Mas grande parte é invisível. Lagos afetados pelas chuvas ácidas podem ainda
parecer muito bonitos, mas sem vida. Infelizmente a agressão ao nosso ambiente
aquático não acaba aqui.
Nos mares, lagos e rios existe uma enorme diversidade de espécies diferentes
muitas das quais fornecem à humanidade muita comida nutritiva. Não existiam ameaças
a esta fonte de alimentos antes do séc. XIX. Quando navios maiores e técnicas
piscatórias mais eficientes, começaram a provocar um sério desgaste nas populações
reprodutoras.
Desde a baleia de oceano até ao mais pequeno crustáceo de água doce tem sido
dizimado pelo Homem. A difusão de lixo marítimo de polo a polo torna necessária uma
vigilância internacional. Os navios que derramam impunemente petróleo e poluentes
químicos na água dos oceanos.
Mas embora as descargas e derrames de petróleo no alto mar tenham efeitos
locais importantes, estas águas encontram-se livres dos piores efeitos da poluição. As
principais áreas de preocupação são as que se encontram próximo de terra e de
aglomerados humanos. É aqui que a poluição se concentra, é também aqui que se
encontra a maioria de vida marinha, nas plataformas continentais.
O lixo da sociedade tornou-se uma praga para a vida marinha. As tartarugas
marinhas e as baleias ingerem sacos de plástico, que tomam por medusas, provocando-
lhe a morte por asfixia. Uma vez, encontrou-se um cachalote com 50 sacos de plásticos
entalados na garganta.
As aves marinhas ingerem pequenas bolas de polietileno que flutuam à superfície
do mar; as aves sentem-se fartas e isso impede as de se alimentarem adequadamente.
Não conseguem engordar e, assim, a sua aptidão para sobreviverem é reduzida.
Nas ilhas Aleutas, no Pacífico Norte, a população de focas tem diminuído 10%,
não devido à caça ou à diminuição das reservas de peixes, mas por serem apanhadas
por precintas plásticos de embalagem e por tiras plásticas que mantêm unidas as latas de
bebidas.
Anualmente, um milhão e meio de quilômetros de redes de pesca, de "nylon"
(conhecidas por "a cortina da morte"), são lançadas ao mar e cerca de 100 quilômetros
de rede acabem por perder-se. Essas "redes - fantasmas" continuam a pescar, sem
governo.
Capturam e provocam o afogamento de tartarugas marinhas, focas, aves
marinhas, golfinhos e baleias. A partir de finais de 1988, deverá ter entrado em vigor um
tratado internacional que tornará ilegal o despejo de matérias plásticas ou redes de
"nylon" no mar. A poluição das águas fluviais são, hoje, constantemente agredidas pelo
excesso de poluentes derramados e despejados destas águas.
Os constantes despejos de esgotos das fábricas e dos centros urbanos estão
carregados de substâncias que podem constituir causa séria de poluição como por
exemplo: ovos de parasitas, fungos, bactérias, e vírus que ocasionam doenças como tifo,
tuberculose, hepatite e cólera. A poluição marinha se dá principalmente pelo
derramamento de petróleo em caso de vazamentos e acidentes com petroleiros.

As grandes formas de poluição aquática


Esgotos pluviais e escoamento urbano - Escoamento de superfícies impermeáveis
incluindo ruas, edifícios e outras áreas pavimentadas para esgotos ou tubos antes de
descarregarem para águas superficiais.
Industrial - Fábricas de polpa e de papel, fábricas de químicos, fábricas de têxteis,
fábricas de produtos alimentares.
Agrícola - Excesso de fertilizantes que vão infiltrar-se no solo e poluir os lençóis
de água subterrâneos e por sua vez os rios ou ribeiros onde estes vão dar Extração de
recursos Minas... - Modificações hidrológicas Canalizações, construção de barragens...

Poluição Química das águas


É um tipo de poluição de águas que atinge rios e oceanos. Dois tipos de poluentes
caracterizam a poluição química:
a) Biodegradáveis - São produtos químicos que ao final de um tempo, são
decompostos pela ação de bactérias. São exemplos de poluentes biodegradáveis o
detergente, inseticidas, fertilizantes, petróleo, etc.
b) Persistentes - São produtos químicos que se mantém por longo tempo no meio
ambiente e nos organismos vivos.
Estes poluentes podem causar graves problemas como a contaminação de alimentos,
peixes e crustáceos. São exemplos de poluentes persistentes o DDT, o mercúrio, etc.
Geralmente o mercúrio é utilizado na mineração para separar o ouro nos rios. Se
um peixe contaminado por mercúrio for ingerido por pessoas, este peixe contaminado
pode levar estas pessoas até a morte se não tomarem providências imediatas.
Os rios geralmente conseguem "diluir" uma certa quantidade de poluentes
químicos, mas se estas quantidades forem ultrapassadas desenvolve-se no rio algas
verde azuladas, que o fazem cheirar mal.
Estas bactérias se reproduzem rapidamente e vão aumentando roubando todo o
oxigênio da água. Sem oxigênio os peixes vão morrendo aos poucos, e toda vida no rio
vai deixando de existir, morrendo inclusive as bactérias.

Poluição por fosfatos e nitratos


Os adubos e fertilizantes usados na agricultura contêm grandes concentrações de
nitrogênio e fósforo. Esses poluentes orgânicos constituem nutrientes para as plantas
aquáticas, especialmente as algas, que transformam a água em algo semelhante a um
caldo verde, fenômeno também conhecido por floração das águas. Em alguns casos,
toda a superfície é recoberta por um "tapete", formado pelo entrelaçamento de algas
filamentosas.
Com isso, ocorre a desoxigenação da água. Pode parecer incoerente. Afinal, as
algas são seres que produzem o oxigênio durante a fotossíntese.
Assim, a quantidade de oxigênio deveria aumentar e não diminuir. De fato, as
algas liberam oxigênio, mas o tapete superficial que elas formam faz com que boa parte
desse gás seja liberado para a atmosfera, sem se dissolver na água.
Além do que, a camada superficial de algas dificulta a penetração de luz. Isso
impossibilita a fotossíntese nas zonas inferiores, reduzindo a produção de oxigênio e a
morte de vegetais. A decomposição dos vegetais mortos aumenta o consumo de
oxigênio, agravando a desoxigenação das águas.

Indicadores da situação ambiental


Os indicadores da situação ambiental adotados são o Índice de Qualidade de
Água - IQA e a contaminação por tóxicos. O IQA foi desenvolvido pela National Sanitation
Foundation, USA, adaptado pela Fundação CETEC.
No seu cálculo são considerados os seguintes parâmetros: oxigênio dissolvido,
coliformes fecais, pH, demanda bioquímica de oxigênio, nitratos, fosfatos, temperatura da
água, turbidez e sólidos totais, gerando um índice com valores variando de 0 a 100, que
correspondem aos seguintes níveis de qualidade: Assim definido, o IQA reflete a
contaminação por esgotos sanitários e por outros materiais orgânicos, por nutrientes e
por sólidos.
A contaminação por tóxicos é avaliada considerando-se os seguintes
componentes: amônia, arsênio, bário, cádmio, chumbo, cianetos, cobre, cromo
hexavalente, índice de fenóis, mercúrio, nitrito e zinco. Em função das concentrações
observadas a contaminação é caracterizada como Baixa, Média ou Alta.

O que fazer para diminuir a poluição da água


Existem várias maneiras de contribuir para a diminuição da poluição da água:
• Utilize apenas detergentes que não contenham fosfatos e usa uma quantidade
inferior à indicada no rótulo;
• Compre apenas bebidas engarrafadas em recipientes recicláveis e nunca as
deixes na praia ou na rua. Junte- as e entregue-as na loja.
• Diga aos teus pais para comprarem apenas papel higiênico que não tenha sido
branqueado com cloro ou tingido. Depois do papel se decompor, o cloro e os corantes
permanecem na água, prejudicam a vida de muitos animais.
• Utilize sempre que puderes recipientes recicláveis em vez de sacos de plástico.
Quanto menos lixo houver nas lixeiras, menor é a probabilidade da água subterrânea ser
contaminada.

Poluição por resíduos não-biodegradáveis


Todos os compostos orgânicos são biodegradáveis, ou seja, podem ser
decompostos pelas bactérias. Existem, entretanto, alguns compostos orgânicos
sintetizados pela indústria que não são biodegradáveis. Tais compostos também podem
ser chamados de recalcitrantes ou biologicamente resistentes.
Não sendo degradados, tais compostos vão se acumulando na água, atingindo
concentrações tão altas que geram sérios riscos aos seres vivos. Dessas substâncias
não degradáveis merecem destaque o DDT, o mercúrio, etc. Os fosfatos são encontrados
na maior parte dos detergentes e, como já vimos, provocam a eutrofização.
A poluição por óleo é feita, principalmente, pelos navios petroleiros, por ocasião da
lavagem.

POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
As fontes de emissão de poluentes primários e dos componentes secundários
pode ser as mais variadas possíveis. A emissão de gases tóxicos por veículos
automotores é a maior fonte de poluição atmosférica. Nas cidades, esses veículos são
responsáveis por 40% da poluição do ar, porque emitem gases como o monóxido e o
dióxido de carbono, o óxido de nitrogênio, o dióxido de enxofre, derivados de
hidrocarbonetos e chumbo.
As refinarias de petróleo, indústrias químicas e siderúrgicas, fábricas de papel e
cimento emitem enxofre, chumbo e outros metais pesados, e diversos resíduos sólidos. A
identificação de uma fonte de poluição atmosférica, depende, antes de mais nada, dos
padrões adotados para definir os agentes poluidores e seus efeitos sobre homens,
animais, vegetais ou materiais outros, assim como dos critérios para medir os poluentes e
seus efeitos.
Essas alterações provocam no homem distúrbios respiratórios, alergias, lesões
degenerativas no sistema nervoso, e em órgãos vitais, e câncer. Em cidades muito
poluídas, esses distúrbios agravam-se no inverno com a inversão térmica, quando uma
camada de ar frio forma uma redoma na alta atmosfera, aprisionando o ar quente e
impedindo a dispersão dos poluentes.
Sem indicar a que nível estamos interessados a conversar a qualidade do ar, é
impossível controlar as fontes de poluição. Outros fatores a considerar são de natureza
social (pressão de grupos), ambientais (Sinergimos ou antagonismos) e mesmo pessoal
como suscetibilidade de indivíduos ou grupos, e vários outros.

Classificação das fontes de Poluição Atmosférica


a) Fontes Específicas Fixas Ocupam na comunidade área relativamente
limitada. Quase todas de natureza industrial Permitem avaliação na base de fonte por
fonte.
b) Fontes Múltiplas Fixas ou móveis Geralmente se dispersam pela comunidade.
Não podem ser praticamente avaliada na base de fonte por fonte.
c) Fontes Naturais Estas fontes dificilmente serão reconhecidas se o padrão
adotado for o correspondente exclusivamente a dano à saúde das populações. Entre elas
podemos apontar:
• O solo que nos fornece as poeiras de terra, oriundas de locais desabrigados de
vegetação, como estradas, desertos, etc.
• A vegetação constituída de resíduos vegetais, levantados pelos ventos, ou por
pólen, ambos com possibilidades de causarem alergias.
• Dos oceanos são desprendidas gotículas de água carregadas ou não de sais que
não disseminadas pelos ventos. O sal assim carregado constitui mais uma parcela de
material particulado na atmosfera.
• Vulcões e fontes naturais de líquidos, gases e vapores, que podem inundar uma
região com impurezas em qualidade e quantidade indesejáveis.
• Descargas elétricas atmosféricas.
• As neblinas, nevoeiros e a garoa, por si só não são considerados poluentes

Classificação Física dos Poluentes


Os agentes poluentes atmosféricos, segundo o seu estado físico, podem
apresentar sob várias formas sólidas, líquidas ou gasosas, das seguintes maneiras:
• Poeiras - São pequenas partículas sólidas, com diâmetro de 0,1 a mais de 100
microns, originada de parcelas maiores, por processos mecânicos de desintegração,
como lixamento, moagem, etc., ou poeiras naturais como o pólen, esporos, etc.
Exemplos: Partículas de rochas, de metais, de cimento, etc. Pode também ser definido
como um aerossol de partículas sólidas
• Fumos - São partículas sólidas com diâmetros inferiores a um mícron, formadas
pela condensação de vapores de materiais sólidos, geralmente metais, e
consequentemente solidificação. Normalmente este mecanismo é acompanhado de
oxidação. Os fumos são inorgânicos. Exemplo: Fumos de óxidos de chumbo, de zinco,
etc.
• Fumaça - São partículas, geralmente mas não obrigatoriamente, sólidas
em suspensão no ar, e oriundas da combustão incompleta de materiais orgânicos. As
fumaças industriais de importância são formadas por partículas com diâmetros inferiores
a meio mícron.
• Neblina - A neblina é constituída de partículas líquidas de pequeníssimas
dimensões, em suspensão no ar, originadas de um processo mecânico de subdivisão,
como a nebulização.
• Nevoeiro - São também partículas líquidas de pequeníssimas dimensões, em no
ar, mas resultante da condensação de vapores.
• Vapores - É a forma gasosa de substâncias que se encontram sob a forma
líquida ou sólida a 25º C de temperatura e a uma atmosfera de pressão.
• Gases - São substâncias que se encontram em estado gasoso a temperatura de
25º C e sob uma atmosfera de pressão. Os gases são fluídos sem forma própria e que
possuem a tendência de ocupar qualquer espaço inteira e uniformemente.
• Aerossol - São substâncias sólidas ou líquidas de tamanho microscópico, em
suspensão no meio gasoso, sob forma particulada.
• Névoa Fotoquímica - São produtos de reação foto químicas, geralmente
combinados com um valor de água. As partículas são geralmente menores que 1,5
micrômetros. As unidades de medida para os poluentes atmosféricos mais utilizados são:
Para poeira, o número de partículas por unidade de volume de ar, é muito usado a
unidade "mmpc" (milhões de partículas por pé cubico de ar). No caso de medidas de
névoas, neblinas e fumos pode-se usar "mg/m3 "(miligrama por metro cúbico) isto é, peso
por unidade de volume. Gases e vapores são medidos em "ppm" (partes por milhão)
Abaixo relaciona-se uma lista resumida de poluentes gerais, relacionadas as suas
principais fontes produtoras:

Poluentes Comuns
• Dióxido de Enxofre - Combustões domésticas, usinas termelétricas, refinarias de
petróleo, olarias, usinas de aço e ferro.
• Material Particulado - Emissões de veículos, combustões domésticas, usinas de
gás, geração de eletricidade, incineradores, fábricas de cimento, refinarias de petróleo,
fornos de cal, fábricas de cerâmica, fundições, estufas e carvão.
Hidrocarbonetos - Emissões de veículos, refinarias de petróleo.
• Óxidos de Nitrogênio - Emissões de veículos, fábricas de ácido nítrico, usinas
termoelétricas, usinas de ferro e aço, fábricas de fertilizantes.

Efeitos da Poluição Atmosférica


O homem, mergulhado na atmosfera que os cerca, faz passar por seus pulmões,
em média, 12m3 de ar, por dia. Este ar mergulha no sistema respiratório, atingindo as
regiões mais profundas, tomando contato com os alvéolos pulmonares, irrigando uma
área de mais de 70m2.
O ar deverá transportar o vital oxigênio, mas poderá também levar outros gases
menos saudáveis, além de material particulado de tamanho suficiente para atingir os
alvéolos, e destes serem removidos e levados para as regiões onde podem ser
absorvidos, ou onde vão produzir ação irritante mais ou menos acentuada.
As defesas naturais do homem, contra as impurezas do ar, são muito precárias,
entre elas podemos citar:
• Secreção mucosa das vias aéreas superiores, que tende aglutinar as partículas
sólidas e fixar gases e vapores;
• Cílios que vão desde a traqueia até os brônquios com a finalidade de levar as
partículas inaladas em direção a faringe;
• Forma peculiar das fossas nasais, fazendo com que as partículas de maior
tamanho sejam precipitadas sobre a base da língua;
• Espasmos das cordas vocais e da musculatura brônquica, procurando evitar a
penetração de impurezas nas partes mais profundas das vias aéreas;
• Reflexos de tosse e espirro, criando violentas correntes de ar com a finalidade de
expulsar substâncias estranhas das vias aéreas. A determinação da influência da
poluição do ar na saúde humana e extremamente complexa e difícil.
Exige uma avaliação quantitativa e qualitativa de um grande número de fatores,
tais como a concentração de poluente, duração da exposição, localização da sua
atuação, efeitos sinergéticos ou antagônicos, tudo aliado à influência de fatores
meteorológicos.
Salvo as exceções de casos graves específicos, não há prova científica de que a
poluição atmosférica, seja capaz, por si só de causar doença. Os efeitos sobre a saúde
do homem podem ser avaliados em quatro níveis:
• Ausência de efeitos biológicos apreciáveis pelos métodos atuais de investigação;
• Irritação dos órgãos sensoriais;
• Efeitos adversos sobre função biológica, podendo chegar a doenças crônicas;
• Doença aguda e "morte"

POLUIÇÃO DOS SOLOS


O solo no ecossistema já vimos que o solo faz parte integrante dos ecossistemas,
pela sua participação nos ciclos biogeoquímicos. A utilização de água e nutrientes é
cíclica desde que, retirados do solo, tais elementos retornem ao mesmo através dos
ciclos biogeoquímicos.
Um dos problemas ecológicos atuais é a despreocupação humana em relação a
essa reciclagem, especialmente no que concerne aos nutrientes de vegetais e
condicionadores de solos agriculturáveis. Em relação à poluição do solo analisaremos: o
uso de adubos sintéticos e praguicidas e o lixo.
O uso excessivo de adubos sintéticos A fim de atender à crescente demanda de
alimentos, acarretada pelo crescimento populacional, a produção e o uso de adubos
sintéticos vêm sendo intensificados progressivamente.
Para a produção desses adubos a indústria de fertilizantes retira elevadas
quantidades de nitrogênio do ar e fosfatos das rochas. O emprego excessivo de
fertilizantes gera um desequilíbrio ecológico. Os agentes decompositores não conseguem
reciclá-la na mesma proporção em que são adicionados ao solo provocando eutrofização,
bem como alterações caracterizadas pelo decréscimo de materiais orgânicas e retenção
de água.

O uso de praguicidas
Praguicidas ou defensivos agrícolas são substâncias venenosas utilizadas no
combate às pragas, organismos considerados nocivos ao homem. Os principais
praguicidas são:
• Herbicidas, usados para matar ervas daninhas;
• Fungicidas, utilizados no combate de fungos parasitas;
• Inseticidas, usados contra insetos, e
• Nematócidos, que controlam nematódios parasitas.
Acontece que os defensivos químicos empregados no controle de pragas são
muito pouco específicos, destruindo indiferentemente espécies nocivas e úteis. Existem
praguicidas extremamente tóxicos, mas instáveis.
Existem praguicidas extremamente tóxicos, mas instáveis. Eles podem causar
danos imediatos, mas não causam poluição a longo prazo. Existem praguicidas menos
tóxicos, ou seja, persistentes em ecossistemas, provocando efeitos por muitos anos.
Os praguicidas podem ser transportados a longas distâncias, causando danos
bem longe das regiões em que foram aplicados. Outro problema reside no acúmulo ao
longo das cadeias alimentares.
Assim, por exemplo, as minhocas, alimentando-se de grandes quantidades de
folhas mortas e ingerindo partículas do solo, cumulam no seu organismo grandes
quantidades de inseticidas clorados; as aves que se alimentam de minhocas, como as
galinhas, passam a ingerir altas concentrações de veneno.
Outro efeito nocivo é que as praguicidas reduzem a Biodiversidade das
biocenoses.

O controle biológico
O chamado controle biológico consiste no combate às pragas através de seus
inimigos naturais, predadores ou parasitas. Nesse processo os parasitas, por serem mais
específicos, são preferidos em relação aos predadores.
O problema do Lixo
O lixo urbano é constituído predominantemente por matéria orgânica e como tal
sofre intensa decomposição, permitindo a reciclagem. A decomposição pode ser feita por
dois processos: aeróbio e anaeróbio. A decomposição aeróbia é muito mais rápida, e os
resíduos resultantes são: gás carbônico, sais minerais e alguns compostos orgânicos
que, mais resistentes à biodegradação não chegam a se decompor totalmente.
A decomposição anaeróbia, entretanto pode originar compostos nocivos, como gás
sulfídrico, mercaptans e outros compostos que podem ser tóxicos ou exalar mau cheiro.
O lixo urbano sofre quatro processos: lixões, aterros sanitários, compostagem e
incineração. No caso dos "lixões", o lixo simplesmente é levado para terrenos baldios
onde fica exposto e é aproveitado pelos "catadores de lixo" que correm o risco de contrair
doenças. Por outro lado o lixão provoca intensa proliferação de moscas e outros insetos.
Outro inconveniente é o "chorume", liquido que resulta da decomposição do lixo e
que polui o solo e os lençóis d'água.
O chamado aterro sanitário não é um processo de tratamento. Consiste na
decomposição de camadas de lixo alternadas com camadas de argila em terrenos bem
drenados. Nessas condições as camadas de lixo sofrem decomposição aeróbia e depois
anaeróbia.
Um inconveniente do aterro sanitário é a possibilidade de contaminação das águas
subterrâneas, além da não reciclagem dos materiais para os locais de origem. A
incineração é um processo dispendioso, no qual o lixo é queimado em câmaras de
incineração.
As cinzas resultantes podem ser usadas para indústrias de fertilizantes. No
processo de compostagem o material orgânico do lixo sofre um tratamento biológico do
qual resulta o chamado "composto", material utilizado na fertilização e recondicionamento
do solo.

Efeito Estufa
Para dar uma ideia imediata do problema, transcrevo a seguir duas declarações de
personalidades, feitas em dezembro de 1997:
Brent Blackwerder, presidente da organização Amigos da Terra:
"O aquecimento global está afetando tudo o que vive e respira no
planeta. Grandes tempestades, furacões, ciclones, chuvas em
grande quantidade, enchentes... Algumas nações desaparecerão
totalmente. Isto é o que nos acontecerá, e será pior do que
imaginamos, se não começarmos a nos tornar inteligentes."

Al Gore, vice-presidente dos Estados Unidos da América:

"Na semana passada, fomos informados pelos cientistas que 1997


será o ano mais quente desde que se começaram a fazer registros
de temperatura. A tendência é clara, pois nos últimos dez anos
registraram-se os nove anos mais quentes deste século. As
consequências humanas e os custos econômicos de uma falha em
agir são inimagináveis. Mais secas, mais doenças, enchentes
recordes e pragas espalhadas por toda parte; fracasso da
agricultura e fome, geleiras a derreter, tempestades cada vez mais
fortes e os mares subindo de nível."

Alguns gases da atmosfera, principalmente o dióxido de carbono (CO2), funcionam


como uma capa protetora que impede que o calor absorvido da irradiação solar escape
para o espaço exterior, mantendo uma situação de equilíbrio térmico sobre o planeta,
tanto durante o dia como durante a noite.
Sem o carbono na atmosfera a superfície da Terra seria coberta de gelo. A essa
particularidade benéfica da camada de ar em volta do globo se dá o nome de "efeito
estufa".
A importância do efeito estufa pode ser melhor compreendida quando se observa
as condições reinantes na Lua. Lá não há uma atmosfera, e portanto nenhum efeito
estufa; por isso as temperaturas variam de 100°C durante o dia a -150°C durante a noite.
O efeito estufa na Terra é garantido pela presença do dióxido de carbono, vapor de
água e outros gases raros. Esses gases são chamados de raros porque constituem uma
parcela muito pequena na composição atmosférica, formada em sua maior parte por
nitrogênio (75%) e oxigênio (23%).
Alguns pesquisadores acreditam que se o percentual de oxigênio na atmosfera
fosse um pouco mais elevado, um simples relâmpago poderia ocasionar incêndios
gigantescos. O alto percentual de oxigênio na composição atmosférica, mais a existência
dos gases raros faz com que muitos cientistas classifiquem a atmosfera terrestre como
uma "anomalia", quando comparada às de outros planetas.
Seria muito mais acertado se esses cientistas dissessem que um tipo assim tão
especial de atmosfera é um presente do Criador, que dessa forma possibilita às suas
criaturas viverem e desenvolverem-se num planeta maravilhoso. Todavia, uma dedução
assim tão simples e clara a ciência não tem capacidade de fazer, já que ela só consegue
se pautar pela lógica fria e restrita do intelecto.
Anômalos, na verdade, são a maioria desses escravos da ciência, que podem,
sim, dissecar cientificamente uma flor até as minúcias, mas se mostram incapazes de
reconhecer em sua beleza singela um reflexo do Amor de seu Criador.
O efeito estufa gerado pela natureza é, portanto, não apenas benéfico, mas
imprescindível para a manutenção da vida sobre a Terra. Se a composição dos gases
raros for alterada, para mais ou para menos, o equilíbrio térmico da Terra sofrerá
conjuntamente.
A ação do ser humano na natureza tem feito aumentar a quantidade de dióxido de
carbono na atmosfera, através de uma queima intensa e descontrolada de combustíveis
fósseis e do desflorestamento. A derrubada de árvores provoca o aumento da quantidade
de dióxido de carbono na atmosfera pela queima e também por decomposição natural.
Além disso, as árvores aspiram dióxido de carbono e produzem oxigênio. Uma
menor quantidade de árvores significa também menos dióxido de carbono sendo
absorvido.
Estima-se que em 1850 (época da disseminação da Revolução Industrial) a
quantidade de CO2 na atmosfera era de 270 ppm1. Hoje, essa quantidade é de
aproximadamente 360 ppm, um aumento de 33%. A cada ano cerca de 6 bilhões de
toneladas de CO2 são lançadas na atmosfera do planeta.
Na primeira metade do século esse tipo de poluição era até considerado benéfico.
No livro "Worlds in the making", de 1906, o químico sueco Arrhenius dizia: "Por influência
do percentual crescente de dióxido de carbono na atmosfera, temos esperança de
desfrutar de épocas com climas melhores e mais estáveis, sobretudo nas regiões mais
frias da Terra."
Em 1938, o inglês George Callendar achava que o dióxido de carbono que estava
sendo lançado no ar "melhoraria o clima do mundo e fertilizaria as terras cultiváveis."
No início da década de 80 ainda havia a esperança de que as alterações
provocadas pelo efeito estufa não seriam muito intensas. Roger Revelle, dirigente do
Scripps Intitution of Oceanography, dizia na época: "As mudanças não serão grandes
acontecimentos; serão alterações ambientais lentas e difusas. A maioria das pessoas
nem se aperceberá delas, ano a ano."
O efeito da maior concentração de CO2 na atmosfera é uma exacerbação do
originalmente benéfico efeito estufa, isto é, o planeta tende a se aquecer mais do que o
normal; em outras palavras, a temperatura média da Terra tende a subir.
Os mais avançados modelos matemáticos indicam que a temperatura média da
Terra deverá aumentar em 2°C para uma duplicação da concentração de dióxido de
carbono a partir do nível de 270 ppm. No tópico sobre o clima já vimos o que a mudança
de apenas 1ºC na temperatura média global é capaz de fazer…
O mapa abaixo mostra os pontos em que se detectou alteração na temperatura da
superfície do planeta entre 1951 e 1993. Os pontos em vermelho significam acréscimo de
temperatura, e os pontos em azul, decréscimo; de acordo com as dimensões, os pontos
indicam variações de 2ºC a 6ºC por século. Fica fácil constatar que a Terra está, de fato,
esquentando.
Existe um consenso de que o aumento do efeito estufa só não é maior atualmente
porque uma grande parte de CO2 é dissolvida nos oceanos e extraída pela vegetação.
Sem esses mecanismos reguladores, há muito o ser humano já teria, sozinho,
desequilibrado totalmente o clima da Terra.
As tentativas das nações de solucionar o problema por elas mesmas criado beiram
o ridículo. Na Conferência do Clima de 1995, em Berlim, os governos concordaram que
"não foram adequadas" as medidas tomadas no sentido de tentar a redução das
emissões de gases que provocam o efeito estufa. A Conferência do Clima de 1996, em
Genebra, terminou com uma declaração em que os países "se comprometem a negociar
a redução do uso de gases responsáveis pelo efeito estufa".
O tratado firmado na Conferência do Clima de 1997, em Kioto, estabeleceu que as
38 nações industrializadas reduziriam a emissão de gazes em 5,2% entre 2008 e 2012...
Os critérios de aplicação dessa redução serão decididos em 1998, numa reunião
marcada especialmente para isso em Buenos Aires. De qualquer forma, os congressistas
americanos já avisaram que não há como aprovar o tratado.
Só para não perder o costume das propostas mirabolantes, surgiu recentemente a
proposição de se injetar 190 mil toneladas de amônia no fundo do mar para forçar o
oceano a retirar da atmosfera dois milhões de toneladas de CO2. Bela solução. Reduzir a
poluição do ar aumentando a dos mares...
A ocorrência de efeitos climáticos extraordinários em curtos períodos de tempo
também é atribuída ao incremento do efeito estufa. Em 1984 foi publicado um trabalho
por uma equipe da Universidade de East Anglia, na Grã-Bretanha, onde se previa que um
aquecimento da Terra decorrente do efeito estufa provocaria invernos mais intensos na
Europa. Nos três anos seguintes a Europa foi atingida por invernos rigorosíssimos.
Para os especialistas da Agência Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados
Unidos (NOAA), tanto o clima mais rigoroso, como as chuvas que se tornam mais
torrenciais, são decorrência do recrudescimento do efeito estufa no planeta. Segundo um
estudo publicado na revista Nature de setembro de 1995, desde 1911 o total de chuvas
torrenciais (superiores a 50 mm) aumentou entre 2% e 3% nos Estados Unidos, enquanto
que as precipitações comuns aumentaram 20% naquele país.
O cientista William Stevens disse que "agora já há um consenso que as
tempestades têm se tornado mais comuns." No ano de 1987 já havia sido observado que
os corais de Porto Rico, no Caribe, estavam ficando brancos. A causa apontada foi o
aquecimento do mar provocado pelo efeito estufa.
De lá para cá essa ocorrência foi se espalhando e em 1995, só no Brasil, já era
observada em três regiões. "O que se pensava ser um fenômeno isolado é hoje visto em
escala global", afirma o biólogo Clóvis Barreira, do Museu Nacional do Rio de Janeiro. O
Comitê Oceanográfico Internacional da ONU considera os corais como termômetros vivos
da saúde marítima.
Seu branqueamento significa que as algas microscópicas responsáveis pelas suas
cores estão se afastando, possivelmente pelo aumento da temperatura da água. Sem
essas algas os corais tornam-se frágeis e acabam não dispondo de energia suficiente
para a reprodução.
Em 1997, o Fundo Mundial para a Natureza divulgou um informe dando conta de
que os recifes de coral no Chile poderiam extinguir-se...
Além de mais quentes, o nível dos oceanos está subindo, como vimos no tópico sobre o
Clima.
Na costa brasileira e em todos os países litorâneos, o avanço do mar assusta a
população. A causa é o aumento do nível do mar, acarretado entre outros fatores pelo
incremento do efeito estufa. No Brasil, várias praias ameaçam simplesmente sumir do
mapa.
Ano após ano elas perdem grandes faixas de areia e são tomadas pelo mar. Na
cidade litorânea de Caiçara do Norte, Estado do Rio Grande do Norte, o mar avançou 50
metros nos últimos dez anos; oitenta casas sumiram e seus moradores foram forçados a
abandonar a cidade.
O aquecimento da Terra também não fica sem efeito sobre a flora e a fauna. Na
Antártida estão sendo vistas atualmente espécies de plantas que não existiam há dez ou
quinze anos, "efeito do aumento de 15 graus na temperatura do continente ao longo dos
últimos 40 anos", explica o físico brasileiro Paulo Artaxa.
Enquanto isso, no resto do mundo, muitas espécies estão desaparecendo.
Segundo Jonathan Weiner, em seu livro "Os Próximos Cem Anos", já em 1977 alguns
ornitólogos constataram que os bosques norte-americanos estavam ficando mais
silenciosos.
No México, em 1996, observou-se que em determinadas altitudes cerca de 50%
das espécies de borboletas haviam desaparecido, forçadas a migrar para regiões mais
frias. Também em 1996 o mundo ficou sabendo que os batráquios (sapos e rãs) estavam
desaparecendo nos quatro continentes, possivelmente em decorrência do aquecimento
da Terra.
Constatou-se o declínio acentuado da população desses bichos nos seguintes
países: Brasil, Japão, Canadá, Porto Rico, Grã-Bretanha, Panamá, Noruega, Suíça e
Alemanha. Nos Estados Unidos e Canadá muitos sapos também começaram a aparecer
deformados: eles apresentam uma perna extra ou uma perna faltante, além de olhos e
outras partes do corpo fora do lugar.
A respeito do inexplicável desaparecimento de espécies do planeta, cito aqui
trechos de um artigo do jornalista Gilles Lapouge (agosto de 1996) comentando o sumiço
das colmeias nos Estados Unidos: "Destaco uma informação 'breve' que apareceu na
revista Time: Nos Estados Unidos, o número de colmeias caiu de 6 milhões para 500 mil
em relação à década de 40. 'Sem o trabalho da abelha', diz um especialista na Time, 'não
teríamos mais nem frutos, nem legumes, nem grãos.' (...) As contrariedades desse
himenóptero intrépido, inteligente e generoso afetam diretamente os homens. Um
eventual crepúsculo desse antigo agente da História anunciaria, em nosso inconsciente,
o declínio, a apatia da própria História.
A abelha e o homem embarcaram no mesmo navio: se as abelhas desertarem,
não será isso um prenúncio de naufrágio? (...) O desaparecimento das abelhas seria um
acontecimento tão gigantesco como o foi, na Idade Média, a invenção do relógio
mecânico.
E comparadas a um acontecimento como este, as revoluções ou as eleições, as
crises econômicas ou as mudanças de maioria nos parlamentos não teriam consistência
ou importância maior que a passagem das nuvens pelo firmamento."
As consequências climáticas do incremento do efeito estufa é apenas mais um dos
sinais de que o habitat dos seres humanos está sofrendo grandes transformações. O ser
humano usou e abusou da natureza durante séculos, agrediu o planeta tanto quanto quis,
sem dó nem piedade, vendo diante de si unicamente seu conforto imediato. Agora,
chegou a hora do ajuste de contas. De experimentar em si mesmo todos os crimes
cometidos contra o meio ambiente.
A poluição acarretada pelos gases decorrentes da atividade humana é apenas
uma pequena conta no rosário de culpas da humanidade. E não é a vontade dela, nem
suas ridículas providências que farão a Terra voltar a esfriar.
A maioria dos que se ocupam com o fenômeno do efeito estufa estudam-no ainda
apenas como mais uma curiosidade científica interessante, talvez também um pouco
preocupados com o que possa ocorrer com a Terra num futuro longínquo.
Breve, muito breve porém, essas curiosidades se transformarão em ameaças
concretas, que não mais poderão ser encobertas com palavras tranquilizadoras de
pretensos apaziguadores científicos.
Ozônio
O envelope de ar que cobre a Terra contém basicamente nitrogênio (78%) e
oxigênio (21%). Embora insignificante em quantidade, algo como 0,03% do total, o CO2 é
importante porque absorve e retém calor, que de outra forma, escaparia para o espaço,
mantendo constante a temperatura do planeta.
As atividades humanas, porém vêm aumentando a concentração de CO2 e de
outros gases no ar, o que desequilibra a harmonia e provoca a elevação da temperatura
global. É o chamado efeito estufa.
Acredita-se que a temperatura pode subir até 4,5º C em cinquenta anos. Alguns
destes gases também reagem com o vapor de água da atmosfera, tornando a chuva
ácida. Ela pode contaminar lençóis de água e oceanos (2/3 das chuvas caem sobre eles).
Por sua vez, o clorofluorcarbono (CFC) usado na refrigeração, destrói o manto de
ozônio, protetor contra os raios ultravioletas do Sol. Eles causam câncer de pele, catarata
e afetam o fitoplâncton, a fina camada vegetal sobre o oceano, responsável pela vida no
mar.

Camada de Ozônio
Na rarefeita estratosfera, na faixa dos 25 mil metros, logo acima da altitude do
cruzeiro dos aviões supersônicos, paira ao redor da Terra uma Tênue camada de um gás
muito importante no equilíbrio ecológico do planeta: o Ozônio.
A quantidade deste gás é ínfima se considerarmos a composição de toda a
atmosfera, e o tempo de vida de suas moléculas, em constante processo de formação e
dissociação, extremamente curto.
Paradoxalmente, é nessa existência efêmera que reside o papel fundamental do
ozônio na manutenção da vida, a molécula de oxigênio atmosférico mais abundante, O2 ,
absorve uma parte das radiações ultravioleta, UV, proveniente do sol, e se quebra em
dois átomos livres, O, que imediatamente se reagrupam com moléculas O2 para formar
ozônio, O3 .
A instável molécula de ozônio, por sua vez, absorve outra parte das radiações UV
e se quebra novamente em O2 e O, reiniciando o ciclo. Nessas reações, a chamada
Camada de Ozônio absorve a maior porção daquela faixa de invisíveis radiações,
evitando assim que atinjam os seres vivos que habitam a superfícies. Assim como o
Efeito Estufa, também este é um fenômeno atmosférico natural, apropriado à
sobrevivência das atuais formas de vida que, de outro modo só seria possível debaixo
das rochas e em águas profundas.
Os seres vivos se encontram estreitamente condicionados a uma filtragem
permanente daquela faixa de radiação solar.
Recentemente, a camada de ozônio vem sendo bastante afetada pela ação de
algumas substâncias químicas voláteis que, ao chegares na estratosfera, perturbam o
frágil equilíbrio de sua composição.
Pela interferência dessas substâncias, as reações normais do ciclo do oxigênio na
camada de ozônio vêm sendo gradativamente reduzidas, resultando em um perigoso
aumento dos níveis de radiação UV sobre a superfície. Por razões climatológicas
peculiares ao Polo Sul, a redução tem sido mais drástica sobre o continente antártico (o
buraco de ozônio), mas atinge quase todo o planeta.
As principais substâncias que promovem a destruição da camada de ozônio são
produtos sintéticos fabricados pela indústria química e denominados
"clorofluorcarbonetos", CFC. O leque de aplicações é bastante amplo, indo desde
atividades essenciais, como conservação de alimentos em geladeiras e frigoríficos, até
futilidades descartáveis como bandejas de isopor em embalagens de alimentos vendidos
em supermercados.
Nos frigoríficos, freezers, geladeiras, e frigobares, o CFC é o "gás de geladeira"
(FREON ou FRIGEN) e sua função é absorver o calor na placa do congelador ( onde se
forma gelo) e liberá-lo pelo radiador atrás, do lado de fora do aparelho.
Nos ar condicionados de parede, centrais e de automóveis, o princípio de
funcionamento é o mesmo, e é o CFC, também o agente que promove a troca de calor.
Quando bem fabricados e corretamente utilizados, estes aparelhos mantém o gás em
circuito fechado, não havendo vazamento para a atmosfera.
Quando vão para conserto ou são sucateados, a tubulação é aberta, o gás
escapa, e sobe até atingir a camada de ozônio. A destruição que lá ocorre é muito
grande. Cada molécula de CFC destrói centenas de milhares de moléculas de ozônio, até
ser neutralizada, entre 75 e 110 anos mais tarde.
Nos aparelhos de ar condicionado de carros, sujeitos a condições adversas, as
ocasiões em que ocorre a liberação de CFC são ainda mais frequentes pois, além dos
casos de colisões, há vazamento contínuo de gás pelas mangueiras e conexões.
CFCs são adicionados sob pressão a embalagens em lata, conhecidas tanto pelo
nome "spray",quanto de "aerossol", para expelir ininterruptamente o seu conteúdo
enquanto se mantém apertado o botão existente no topo. O CFC escapa junto com o
produto cada vez que o spray é usado.
A apresentação em spray tornou-se muito comum em produtos de uso pessoal,
doméstico, inseticidas e outros, difundida muito além dos casos em que seu emprego
possa ser considerado necessário, como em certos medicamentos para uso humano e
veterinário.
Desde novembro de 1989 está proibida no Brasil a venda de sprays que
contenham CFCs e, desde então, é comum encontrar nas embalagens em selo padrão
em que os fabricantes afirmam que seus produtos não agridem a camada de ozônio.
Mas não se pode constatar que a produção industrial de CFCs para este fim tenha
diminuído, não se tem notícia de fiscalização e análise de conteúdo dos sprays, e é
surpreendente que todos os produtos que até bem pouco tempo continham CFC tenham
se adaptado à troca deste produto por outro propelente em suas fórmulas, sem
modificações perceptíveis em suas características usuais
Ao contrário dos CFCs, outras substâncias propelentes tendem a reagir com o
produto dentro da lata, alterando-o. Algumas são tóxicas e inflamáveis. Portanto, é difícil
substituir o CFC em todas as aplicações.
Outra fonte de liberação de CFCs na atmosfera são as espumas sintéticas flexíveis
utilizadas em estofamentos de carros, poltronas, colchões, tapetes é isolamento térmico
de paredes de refrigeradores, e as espumas sintéticas rígidas (geralmente brancas, como
isopor) largamente empregadas em isolamento térmico na construção civil, em
embalagens de equipamentos eletrônicos, bandejas, pratos e copos descartáveis, caixa
de ovos e embalagens de comida pronta para levar.
O CFC escapa durante a confecção destes produtos, quando é adicionado para
conferi-lhes a consistência e porosidade características, e depois, quando vão para o lixo
e começam a fragmentar-se.
Outras substâncias semelhantes aos CFCs também contribuem para a destruição
da camada de ozônio. Entre as principais estão o tetracloreto de carbono e o
metilcloroformio, usados como solventes em lavagens a seco e no ramo farmacêutico, e
os "halons", usados em alguns extintores de incêndio, que contêm bromo e são dez
vezes mais destruidores de ozônio do que os CFCs.
O aumento da incidência de radiação U.V. aumentaria a taxa de mutações nos
seres vivos, atingindo especialmente o fitoplâncton. Para o homem, haveria aumento do
índice de câncer (especialmente de pele) e de cataratas.

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