Biodiversidade
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EXTINÇÃO DE ESPÉCIES
Assim como a introdução de novas espécies, a extinção também pode causar
sérios distúrbios ao equilíbrio de um ecossistema. Embora o fenômeno da extinção de
espécies seja comum na natureza, a extinção recente de um grande número de espécies
é consequência da atividade humana.
A destruição de seus habitats e a caça e a pesca excessivas, denominadas caça e
pesca predatórias, têm levado inúmeras espécies à extinção. O tamanho mínimo que
uma população tem de atingir para não se extinguir varia de espécie para espécie. Ele
depende da sua capacidade reprodutiva, da sua vulnerabilidade às influências do meio e
da duração de seu ciclo vital, entre outras coisas.
Das espécies que o homem caça atualmente, muitas estão ameaçadas de
extinção, uma vez que suas populações já estão atingindo o limite de tamanho mínimo
necessário para sua manutenção. Outras, mesmo que a caça para imediatamente, já não
terão capacidade de se recuperar e, fatalmente, se extinguirão.
Energia
A superfície terrestre recebe constantemente a radiação solar e o fluxo da radiação
térmica. Os dois tipos de radiação contribuem para a formação do clima, mas apenas
uma fração da radiação solar é que pode ser convertida pela fotossíntese em energia
potencial. A luz solar que atinge a terra pode ser medida através do pireliômetro ou
solarímetro, e em condições favoráveis corresponde a apenas 67% do total que sai do
sol.
A sua distribuição é alterada a medida que passa através das nuvens, vapor
d'água, da vegetação, dos gases e poeira atmosféricos fazendo assim com que haja uma
enorme variação do fluxo de incidência da radiação solar nos diversos ecossistemas,
influenciando dessa maneira na distribuição dos organismos sobre a superfície terrestre.
Como foi dito, a radiação ao penetrar na atmosfera é atenuada por vários fatores,
a camada de ozônio é responsável por "interromper" grande parte dos raios ultravioletas
letais aos seres vivos. A atmosfera ainda reduz amplamente a luz visível e a radiação
infravermelha de forma que a energia que chega a superfície compreende 10% de raios
ultravioletas, 45% de luz visível e 45% de infravermelho.
Dentre todas as radiações a luz visível é a que menos sofre a atenuação, sendo
que é possível ocorrer fotossíntese em dias nublados ou embaixo d'água até uma certa
profundidade. A sombra fresca observada em florestas decorre da absorção da radiação
visível e dos raios infravermelhos pela folhagem.
A clorofila absorve a luz azul e vermelha, enquanto que a água presente nas folhas
absorve a energia térmica dos raios infravermelhos. Já a radiação térmica provem de
qualquer superfície ou objeto que esteja com a temperatura acima do zero absoluto,
incluindo solo, água, vegetação, assim também como as nuvens. É possível encontrar o
seu valor numa determinada região através do radiômetro.
O fluxo de radiação térmica incide a toda hora e de todas as direções na superfície
terrestre, enquanto que a radiação solar é direcional e está presente somente numa
determinada hora do dia. Vale ressaltar que a biomassa absorve com maior facilidade a
radiação térmica, contudo é a radiação solar que é assimilada pelos organismos.
A diferença entre o fluxo de radiação que sobe (radiação térmica) e o fluxo que
desce (radiação térmica e solar) é chamada de radiação líquida, e esta é dissipada na
evaporação e geração de eventos térmicos, passando então para o espaço em forma de
calor. E qualquer fator que atrase esse processo, tem consequências significativas no
aumento da temperatura terrestre.
Da energia solar total que entra na biosfera apenas 0,8% é direcionada para a
fotossíntese, enquanto que 0,2% é dissipada em vento, ondas e correntes de ar; 23% é
dissipada na evaporação e precipitação; a maior parte. 46%, é convertida diretamente em
calor enquanto os restantes 30% é refletida. Apesar de ser tão pequena a parte que é
convertida em alimento, o restante dos processos são importantes para criar um
ambiente apropriado para a vida, como controle da temperatura, ciclo d'água e
fenômenos meteorológicos.
Recursos energéticos
É o conjunto de meios com os quais os países tentam atender às suas
necessidades de energia. As principais fontes energéticas são o petróleo e o gás natural,
o carvão, os combustíveis sintéticos, energia nuclear, energia solar, biomassa e energia
geotérmica.
O petróleo cru e o gás natural são encontrados em quantidades comerciais em
reservas sedimentarias situadas em mais de 50 países de todos os continentes. As
maiores jazidas se encontram no Oriente Próximo, onde se concentram mais da metade
das reservas conhecidas de petróleo cru e quase um terço das reservas conhecidas de
gás natural.
O carvão é um termo genérico para designar uma grande variedade de materiais
sólidos com um alto conteúdo de carbono. A maioria é queimada em centrais térmicas
para gerar vapor d'água destinado a impulsionar os geradores elétricos. Também se usa
parte do carvão nas fábricas para proporcionar calor aos prédios e aos processos
industriais; Uma variedade especial de carvão de alta qualidade é transformada em
coque metalúrgico para a fabricação de aço.
Os combustíveis sintéticos são fabricados a partir de substâncias existentes na
natureza. Os dois combustíveis sintéticos mais utilizados são o gasóleo e aqueles
fabricados a partir do carvão.
A energia nuclear é gerada através da fissão de átomos de urânio. O calor deste
processo de fissão é empregado para impulsionar uma turbina que gera eletricidade. O
reator nuclear e o equipamento de geração elétrica são apenas parte de um conjunto de
atividades inter-relacionadas. A produção de um fornecimento seguro de eletricidade a
partir da fissão nuclear exige processos industriais muito complexos e interativos, e
conhecimentos muito especializados.
A energia solar não é apenas uma tecnologia energética, mas também um termo
que se aplica a diversas tecnologias de energias renováveis Sua característica comum é
que, ao contrário de quase todas as demais, é inesgotável. Este tipo de energia se divide
em três grandes grupos: aplicações para calefação e refrigeração, geração de
eletricidade e produção de combustíveis a partir da biomassa, que incluem formas
diferentes, entre elas os combustíveis de álcool, o esterco e a lenha.
A energia geotérmica se baseia no fato de que a Terra fica mais quente quanto
mais profundamente se perfura. A energia geotérmica pode originar-se de vapor de água
encontrado em grandes profundidades sob a superfície terrestre. Fazendo com que
chegue até a superfície, pode mover uma turbina para gerar eletricidade. Outra
possibilidade é o aquecimento de água pelo bombeamento através de rochas quentes
profundas. Ainda que essa fonte de energia seja uma teoria ilimitada, na maior parte das
áreas habitadas do planeta as rochas aquecidas estão situadas em camadas profundas
demais, fazendo com que não seja rentável perfurar poços para sua utilização.
Energia hidrelétrica
É a energia obtida pela queda da água para um nível inferior, provocando o
movimento de rodas hidráulicas (aproveitamento mecânico) ou turbinas. A energia
hidrelétrica exige a construção de represas, canais de desvio de rios e a instalação de
grandes turbinas e equipamentos para gerar eletricidade (ver Geração e transmissão de
eletricidade).
A preocupação com o ambiente vem concentrando atenções nessa fonte de
energia renovável. Há algumas centrais baseadas na queda natural da água, quando a
vazão é uniforme. Estas instalações se chamam de água fluente.
A energia hidrelétrica representa cerca de um quarto da produção total de
eletricidade no mundo e sua importância vem aumentando. Em alguns países, foram
instaladas centrais pequenas, com capacidade para gerar entre um kilowatt e um
megawatt. Muitas nações em desenvolvimento estão utilizando esse sistema com bons
resultados.
Álcool
O álcool vem sendo usado em substituição à gasolina e outros combustíveis
derivados do petróleo. No Brasil, a cana-de-açúcar tornou-se a principal fonte de
produção de álcool hidratado. Para tanto muitas usinas foram implantadas em vários
Estados brasileiros.
Todas as atividades ligadas à pesquisa, à produção e à distribuição do álcool em
nosso país são coordenadas pelo Programa Nacional do Álcool - o Proálcool.
O Brasil ocupa uma posição privilegiada na produção de álcool, pois é o primeiro
produtor mundial de cana-de-açúcar e de mandioca. A principal vantagem do uso do
álcool como combustível é a redução das importações de petróleo pelo país. No entanto,
a utilização desse combustível também traz desvantagens, pois grandes áreas, antes
reservadas à produção de alimentos, estão sendo destinadas ao cultivo da cana-de-
açúcar. Além disso, a produção de álcool está provocando sérios desequilíbrios nos
ecossistemas de rios, uma vez que neles são lançados resíduos altamente tóxicos como
o vinhoto.
Energia nuclear
É a energia liberada durante a fissão ou fusão dos núcleos atômicos. As
quantidades de energia que podem ser obtidas mediante processos nucleares superam
em muito as que se pode obter mediante processos químicos, que só utilizam as regiões
externas do átomo.
O átomo é formado por um pequeno núcleo, carregado positivamente, rodeado de
elétrons. O núcleo, que contém a maior parte da massa do átomo, é composto de
nêutrons e prótons, unidos por intensas forças nucleares, muito maiores que as forças
elétricas que ligam os elétrons ao núcleo.
O número de massa A de um núcleo expressa o número de núcleons (nêutrons e
prótons) que o núcleo contém; o número atômico Z é o número de prótons, partículas
com carga positiva. A energia de ligação de um núcleo é a intensidade com que as forças
nucleares mantêm ligados os prótons e nêutrons. A energia de ligação por núcleon, isto é,
a energia necessária para separar do núcleo um nêutron ou um próton, depende do
número de massa A.
A fusão de dois núcleos leves libera milhões de eletrovolts (MeV). Também se
libera energia nuclear quando se induz a fissão de um núcleo pesado.
Fissão nuclear. Uma reação de fissão nuclear libera uma energia 10 milhões de
vezes maior que uma convencional. A fissão de 1 kg de urânio 235 libera 18,7 milhões de
kilovolts/hora em forma de calor. O processo de fissão iniciado pela absorção de um
nêutron por um núcleo de urânio 235 também libera uma média de 2,5 nêutrons, além de
dois novos núcleos, provocando novas fissões nos núcleos de urânio 235, constituindo
assim uma reação em cadeia que leva à liberação continuada de energia nuclear.
Os primeiros reatores de energia nuclear em grande escala foram construídos em
1944, nos Estados Unidos, para a produção de material para armas nucleares.
Posteriormente, em todo o mundo, foram construídos diferentes tipos de reator
(diferenciados pelo combustível, pelo moderador e pelo refrigerante empregado) para a
produção da energia elétrica. O reator a água leve usa como combustível o urânio 235
(também chamado de urânio enriquecido) e como moderador e refrigerante água comum
muito purificada. No reator a água pressurizada, o moderador e refrigerante é água leve a
uma pressão de cerca de 150 atmosferas. A maior parte dos reatores nucleares para
produção de energia elétrica construídos no mundo é desse tipo, incluindo o da usina
brasileira de Angra 1 (ver Energia nuclear no Brasil).
No reator a água em ebulição, a água de refrigeração se mantém a uma pressão
menor, o que faz com que ferva. Outros tipos de reator menos usados incluem o reator a
água pesada, no qual o combustível é urânio 238 (urânio natural) e o moderador e
refrigerante é o deutério, um isótopo do hidrogênio; e os reatores rápidos, em que a
fissão é feita por nêutrons rápidos, isto é, de altas energias (nos outros tipos, são usados
nêutrons de baixas energias, também chamados nêutrons térmicos).
Nos reatores rápidos, o combustível pode ser urânio natural, tório ou plutônio. São
refrigerados a sódio e não utilizam moderador, justamente para manter a alta energia dos
nêutrons.
A queima do combustível nuclear no reator resulta nos chamados produtos de
fissão. São isótopos que não existem naturalmente e são altamente radioativos. Alguns
permanecem milhares de anos liberando radiação. Por isso, seu manuseio e seu
armazenamento exigem cuidados especiais.
O Desequilíbrio Ecológico
Há na natureza um equilíbrio dinâmico entre os organismos vivos e o ambiente em
que vivem, compartimentos estes que, como já vimos, formam os ecossistemas, com
suas trocas e influências entre organismos e entre eles e o meio. Fator de desequilíbrio é
qualquer acontecimento ou evento que venha a perturbar as características naturais de
um ecossistema.
Chuva Ácida
A chuva ácida é um fenômeno que surgiu com a crescente industrialização do
mundo, em relação direta com a poluição do ar, manifestando-se com maior intensidade
e maior abrangência nos países desenvolvidos. Não obstante, tal fenômeno começa a
manifestar-se também em pontos isolados, em países como o Brasil.
As emissões de fumaça das usinas termelétricas à base de carvão, das indústrias
de celulose, das refinarias, dos veículos automotores, assim como qualquer poluente
gasoso lançado na atmosfera, contribuem para a formação de chuva ácida. Compostos
de enxofre e nitrogênio são os principais componentes desta chuva, que pode se
manifestar tanto no local de origem.
Um exemplo disto ;é a mineração de carvão em Criciúma, em Santa Catarina, que
é responsável pela chuva acidificada pelo enxofre emanado do carvão depositado, que
se mistura às formações de nuvens, em suspensão no ar.
Esta chuva quando transportada pelos ventos vai cair, por exemplo, no parque
nacional de São Joaquim, também em Santa Catarina, situado a muitos quilômetros de
distência.
Nos gases produzidos por fábricas e motores (em especial quando há queima de
carvão mineral) são liberados para a atmosfera óxidos de enxofre (SO2) os quais reagem
com o vapor da água produzindo ácido sulfúrico (H2SO4), que é diluído na água da
chuva e dando origem a chuva ácida, com pH muito ácido.
O pH (índice utilizado para medir acidez : quanto menor mais ácido), medido para
a maioria das chuvas ácidas, assume valores inferiores a 4,5 (o pH de uma chuva normal
é de 5,0).
Este tipo de chuva, quando frequente provoca acidificação do solo, prejudicando
também plantas e animais, a vida dos rios e florestas. Da mesma forma as edificações
presentes na área são afetadas. Um lago que tem seu pH reduzido a 4,5, por doses
repetidas de chuva ácida, impossibilita condições de vida para vários organismos. Um pH
2,0, iguala-se ao pH do suco de limão.
O excesso de nitrogênio lançado pela chuva ácida em determinados lagos também
pode causar crescimento excessivo de algas, e consequentemente perda de oxig6enio,
provocando um significativo empobrecimento da vida aquática. A ingestão de água
potável acidificada, por longos períodos, pode causar a doença de Parkinson e de
Alzheimer, a hipertensão, problemas renais e , principalmente em crianças, danos ao
cérebro. Estima-se que nos E.U.A. a chuva ácida é a terceira maior causa de doenças
pulmonares.
Continuando no ritmo atual de poluição do ar, nos próximos 30 anos a chuva ácida
causará maiores alterações na química dos solos do que as florestas tropicais poderiam
suportar. Este fenômeno pode ser reduzido pela instalação de equipamentos que evitem
as emissões gasosas, principalmente de compostos de enxofre e nitrogênio.
No Brasil, a mata atlântica é extremamente afetada pela chuva ácida, uma vez que
muitos centros urbanos e industriais se localizam próximos ao litoral. Em Cubatão (São
Paulo) vários programas de reflorestamento têm acontecido nos últimos anos, a fim de
proteger as encostas cuja vegetação foi destruída.
Florestas em Queda
Apenas cerca de metade das florestas tropicais maduras que outrora adornavam o
planeta ainda se mantêm em pé. As estimativas mais recentes sugerem que vieram
abaixo entre 750 e 800 milhões dos 1,5 a 1,6 bilhão de hectares originais. A maior parte
do que ainda resta está na Bacia Amazônica.
As florestas estão sendo destruídas num ritmo cada vez mais frenético. Até
recentemente, as estimativas mais abalizadas, baseadas numa pesquisa da Organização
das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), sugeriam que 11,4 milhões
de hectares de florestas tropicais estavam sendo derrubados a cada ano.
Mas uma pesquisa de 1990, publicada na World Resources 1990/1991, que pela
primeira vez utilizou observações de satélite, sugeria que o índice de destruição havia
aumentado para 16,4 a 20,4 milhões de hectares anuais. A cifra mais alta correspondente
a uma área duas vezes superior à da Áustria.
Individualmente, os países mostraram um aumento ainda mais rápido no índice de
destruição. Em Myanmá, a área devastada aumentou em mais de seis vezes, de 105.000
hectares em 1980 para 677.000 no relatório de 1990. Na índia, a última cifra é dez vezes
superior à de dez anos atrás, passando de 147.000 hectares de floresta tropical,
destruídos durante o ano de 1980, para 1,5 milhão em 1990.
Depois de aumentar a destruição na maior parte dos anos 80, o Brasil reverteu a
tendência no final da década: entre 1988 e 1990, o desmatamento caiu de 3,5 milhões de
hectares para cerca de 1,3 milhão. Devido à pressão internacional e a uma mudança de
governo, o Brasil acabou com os subsídios ao desmatamento e reduziu o corte ilegal de
árvores.
Muitos outros países, incluindo a Indonésia, a Tailândia, a Malásia, a China, Sri
Lanka, Laos, a Nigéria, a Libéria, a Guiné, e a Costa do Marfim já Perderam extensas
áreas de suas florestas úmidas. Cerca de 18% das florestas do arquipélago das Filipinas
já foram cortadas.
Em 1960, a América Central ainda tinha quatro quintos de suas florestas originais;
hoje restam apenas dois quintos dela. Metade dos 24,3 milhões de hectares do estado de
Rondônia foram destruídos ou gravemente degradados nos últimos anos. Lá, como nas
florestas tropicais de todo o mundo, povos indígenas estão sendo banidos da terra em
que viveram e que mantiveram de forma sustentável durante milhares de anos.
As florestas tropicais apresentam-se em duas variedades: úmidas e de terra firma.
Ambas estão ameaçadas. A destruição mais séria está ocorrendo nas úmidas. A América
Latina perdeu 37% de suas florestas tropicais úmidas originais; a Ásia, 42%, e a África,
52%.
O FOGO E O DESMATAMENTO
Os efeitos do fogo aparentam ser úteis, mas somente prejudicam o homem e o
solo. Ao queimar uma lavoura, você queimará todos os nutrientes do solo, deixando-o
seco e pobre em vitaminas, não sendo mais possível plantar no mesmo lugar.
Parecida é a ação do desmatamento. O solo enquanto protegido pela sombra das
árvores é fértil e altamente produtivo, mas ao cortar uma grande quantidade de árvores, o
solo fica desprotegido e exposto ao sol direto e a ação do tempo. Não tendo condições
de equilibrar nutrientes com as árvores, o solo se torna improdutível e inútil.
A erosão pluvial é a ação das águas dos rios e das chuvas sobre a superfície
terrestre. Ao passar, a água dos rios e das chuvas carregam grãos de terra, pequenas
pedras e pedaços minúsculos de argila, formando falhas, buracos ou rebaixamentos no
solo. A erosão eólica é a ação dos ventos sobre a superfície terrestre. Ela exerce a
mesma função dos outros tipos de erosão, só que é o vento que se encarrega de levar
partículas de solo para outros lugares.
Desertificação
Redução da vegetação e da capacidade produtiva do solo, principalmente de
regiões áridas, semiáridas e sub úmidas, causada por atividades humanas inadequadas
e em menor grau, por mudanças naturais. Segundo o World Watch Institute, cerca de
15% da superfície terrestre sofre algum grau de desertificação. As áreas mais afetadas
são o oeste da América do Sul, o nordeste do Brasil, o norte e o Sul da África o Oriente
Médio, Ásia Central, o noroeste da China, a Austrália e o sudeste dos Estados Unidos. A
desertificação pode atingir também áreas úmidas.
No Brasil, os exemplos mais sérios são os pampas gaúchos, o cerrado do
Tocantins e o norte do Mato Grosso. Desde a primeira Conferência Mundial sobre
Desertificação, no Quênia em 1997, os cientistas tem mostrado que o aumento das
regiões áridas não decorre somente da progressão natural do deserto.
O alastramento vem sendo provocado principalmente pelo homem, por meio do
desmatamento de extensas áreas de floresta, da agropecuária predatória e de alguns
tipos de mineração, como a extração dos cristais das rochas.
Essas atividades levam a diminuição da cobertura vegetal, ao surgimento de
terrenos arenosos, à perda de água do subsolo, à erosão e ao assoreamento de rios e
lagos. O problema é agravado ainda pelo efeito estufa, pela chuva ácida e pelo buraco na
camada de ozônio, ocasionados também pela ação do homem. Quando o solo se
desertifica, a população busca outras terras, onde na maioria das vezes, provocam os
mesmos danos. Cria-se então um ciclo contínuo.
Esse é u dos motivos da migração, que forma cinturões de pobreza ao redor dos
centros urbanos. A longo prazo, a desertificação pode causar uma diminuição drástico
das terras férteis, o que, aliado ao crescimento da demanda por alguma alimento, levaria
ao aumento da fome no mundo. Para deter o avanço dos desertos são usadas medidas
como reflorestamento, técnica de controle do movimento das dunas de areia e rotação de
cultura.
Em 1994 é criada a Convenção da ONC, contra a desertificação. A primeira
reunião acontece em outubro de 1997, em Roma, Itália, com o objetivo de recuperar as
áreas degradadas, evitar que zonas áridas se transformem em deserto e definir modos
de financias os projetos já existentes. Ministros de uma centena de países participam do
encontro, marcado pela ausência de E.U.A, Japão e Federação Russa. Para os
especialistas a África é o continente mais afetado, mas nenhum está isento do problema.
Desertificação no Brasil
No Brasil, as áreas consideradas e enquadradas na fórmula de Thornthwaite são
aquelas abrangidas pelo Polígono das Secas, ou seja, as regiões semiáridas e sub
úmidas secas do nordeste brasileiro. O primeiro mapa de susceptibilidade à
desertificação foi elaborado pelo Núcleo Desert IBAMA em 1992, por ocasião da
realização da Conferência Internacional sobre o Impacto das Variações. O Nordeste
apresenta grande diferenciação ecológica, com secas e estiagens atingindo grande parte
do território. Simplificadamente a região pode ser dividida em 4 grandes conjuntos
fisiográficos: Mata, Agreste, Cerrado e Sertão.
A porção semiárida do nordeste compreende uma área de cerca de 900.000 km2,
quase toda no embasamento cristalino e sob forte irregularidade climática. Constatamos
também que o clima e a qualidade das terras apresentam limitações muito fortes para o
desenvolvimento de atividades de cunho agropecuário que possam competir com os
produtos oriundos de outras regiões.
A não ser em algumas áreas específicas e, contando com significativos
investimentos em tecnologia, a produtividade agrícola é baixa e a produção incerta.
Causas da Desertificação
O processo de exploração tradicional e com baixo nível tecnológico dos recursos,
aliado ao aumento populacional e à expansão dos mercados, tem levado à super
exploração do ambiente e ao virtual esgotamento da biodiversidade. A pecuária
extensiva, forçada pelos mecanismos de intensificação da exploração dos recursos como
mencionado, exerce grande pressão sobre a vegetação nativa, tanto pela eliminação das
plantas como pela compactação do solo devido ao pisoteio excessivo.
Em função da falta de manejo adequado na pecuária, as caatingas vêm se
exaurindo. De modo geral, os criadores aumentam o número de bovinos, caprinos,
ovinos, etc., em limites superiores à capacidade de suporte do ecossistema, que é muito
baixa, cerca de 20 hectares por unidade animal (5 a 15 kg de peso vivo por habitantes).
Estudos realizados para a Conferência Nacional da Desertificação mostraram que
a pecuária tradicional é fator de alteração ambiental que atinge toda a região, mudando a
composição florística da vegetação nativa e permitindo a difusão de espécies invasoras
sem valor ecológico.
Outro fator agravante é a agricultura tradicional de sequeiro com as culturas de
milho, feijão e arroz, associada à prática da pecuária extensiva. Estas culturas são
bastante exigentes em solo e água, o que raramente permite que se retirem colheitas
abundantes devido às secas periódicas e à má distribuição das chuvas. A frustração das
safras e o esgotamento rápido dos solos promovem a agricultura itinerante e a constante
rotação de terras, com o pastoreio excessivo das áreas em pousio.
Assim, muitas áreas são deixadas em pousio já em estado de degradação
avançada, podendo agravar os problemas de perda de solo, além da perda de fertilidade
natural em virtude da proliferação de pragas invasoras. Estes fatos contribuem para a
degradação dos solos, para o aumento da superexploração do extrativismo como forma
compensatória de obtenção de renda e a consequente perda da biodiversidade.
O Nordeste abriga o maior contingente populacional do país vivendo na zona rural.
São 43,1%, mais de 18 milhões de pessoas (das quais mais de 16 milhões estão no
semiárido), o que equivale a quase o dobro da região sudeste, a duas vezes e meia a
região sul e a nove vezes a região centro-oeste. Deste total, mais de 55% são
considerados indigentes na conceituação proposta pelo Mapa da Fome do IPEA. É,
também, a maior concentração de indigência do país.
Os estudos sobre a desertificação realizados pelo Núcleo Desert para a CONSLAD
apontam para um quadro de abrangência que atinge, nos seus vários níveis, 55% da
área semiárida do Nordeste e 42% de sua população.
Eutrofização
É o aumento de nutrientes no meio aquático, acelerando a produtividade primária,
ou seja, intensificando o crescimento de algas. Esse fenômeno pode ser provocado por:
lançamento de esgotos, resíduos industriais, fertilizantes agrícolas e a erosão. É fácil de
concluir que, em certas proporções, a eutrofização pode ser benéfica ao ecossistema.
Contudo, em excesso acarretará um desequilíbrio ecológico, pois provocará o
desenvolvimento incontrolado de uma espécie em detrimento de outras. É o fenômeno
conhecido como "floração da água" e torna reservatórios de águas potáveis em lagoas e
lagos imprestáveis para o uso.
Os florescimentos de algas são uma consequência da eutrofização o super
enriquecimento das águas pelo excesso de nutrientes das plantas. Além do seu aspecto
inestético, estas verdadeiras explosões de algas constituem uma ameaça de toxicidade
para os fornecimentos de água bem como para as pessoas que consumirem a água
afetada, uma vez que as algas produzem venenos poderosos.
Quando estas morrem, as toxinas são libertadas na água, tornando-se muito difícil
removê-las através dos processos normais de tratamento de águas. Na Grã-Bretanha,
têm morrido animais após a ingestão das algas, não se registrando, contudo, óbitos
humanos. Em 1989, onze soldados foram hospitalizados depois de terem andado de
canoa em águas afetadas de um lado de Staffordshire; em outros países, houve notícia
de doenças, nomeadamente inflamações do fígado, entre pessoas que beberam água
contaminada.
Alguns animais conseguem concentrar as toxinas nos tecidos; no verão de 1990,
detectaram-se níveis elevados em mariscos da costa oriental britânica, tendo sido postos
a circular avisos preventivos do consumo de tais alimentos. Na Finlândia e na União
Soviética, ocorreram mortes entre pessoas que ingeriram peixes com concentrações de
toxinas no fígado.
As explosões de algas dão-se naturalmente em determinadas áreas e nem todas
as espécies são tóxicas em geral são as algas azuis e as algas verdes as que produzem
veneno.
Poluição
Existe, na natureza, um equilíbrio biológico entre todos os seres vivos. Neste
sistema em equilíbrio os organismos produzem substâncias que são úteis para outros
organismos e assim sucessivamente. A poluição vai existir toda vez que resíduos
(sólidos, líquidos ou gasosos) produzidos por microorganismos, ou lançados pelo homem
na natureza, forem superior à capacidade de absorção do meio ambiente, provocando
alterações na sobrevivência das espécies.
A poluição pode ser entendida, ainda, como qualquer alteração do equilíbrio
ecológico existente. A poluição é essencialmente produzida pelo homem e está
diretamente relacionada com os processos de industrialização e a consequente
urbanização da humanidade.
Esses são os dois fatores contemporâneos que podem explicar claramente os
atuais índices de poluição. Os agentes poluentes são os mais variáveis possíveis e são
capazes de alterar a água, o solo, o ar, etc. Poluição, é portanto, uma agressão à
natureza, ao meio ambiente em que o homem vive. Os efeitos da poluição são hoje tão
amplos que já existem inúmeras organizações de defesa do meio ambiente.
POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
As fontes de emissão de poluentes primários e dos componentes secundários
pode ser as mais variadas possíveis. A emissão de gases tóxicos por veículos
automotores é a maior fonte de poluição atmosférica. Nas cidades, esses veículos são
responsáveis por 40% da poluição do ar, porque emitem gases como o monóxido e o
dióxido de carbono, o óxido de nitrogênio, o dióxido de enxofre, derivados de
hidrocarbonetos e chumbo.
As refinarias de petróleo, indústrias químicas e siderúrgicas, fábricas de papel e
cimento emitem enxofre, chumbo e outros metais pesados, e diversos resíduos sólidos. A
identificação de uma fonte de poluição atmosférica, depende, antes de mais nada, dos
padrões adotados para definir os agentes poluidores e seus efeitos sobre homens,
animais, vegetais ou materiais outros, assim como dos critérios para medir os poluentes e
seus efeitos.
Essas alterações provocam no homem distúrbios respiratórios, alergias, lesões
degenerativas no sistema nervoso, e em órgãos vitais, e câncer. Em cidades muito
poluídas, esses distúrbios agravam-se no inverno com a inversão térmica, quando uma
camada de ar frio forma uma redoma na alta atmosfera, aprisionando o ar quente e
impedindo a dispersão dos poluentes.
Sem indicar a que nível estamos interessados a conversar a qualidade do ar, é
impossível controlar as fontes de poluição. Outros fatores a considerar são de natureza
social (pressão de grupos), ambientais (Sinergimos ou antagonismos) e mesmo pessoal
como suscetibilidade de indivíduos ou grupos, e vários outros.
Poluentes Comuns
• Dióxido de Enxofre - Combustões domésticas, usinas termelétricas, refinarias de
petróleo, olarias, usinas de aço e ferro.
• Material Particulado - Emissões de veículos, combustões domésticas, usinas de
gás, geração de eletricidade, incineradores, fábricas de cimento, refinarias de petróleo,
fornos de cal, fábricas de cerâmica, fundições, estufas e carvão.
Hidrocarbonetos - Emissões de veículos, refinarias de petróleo.
• Óxidos de Nitrogênio - Emissões de veículos, fábricas de ácido nítrico, usinas
termoelétricas, usinas de ferro e aço, fábricas de fertilizantes.
O uso de praguicidas
Praguicidas ou defensivos agrícolas são substâncias venenosas utilizadas no
combate às pragas, organismos considerados nocivos ao homem. Os principais
praguicidas são:
• Herbicidas, usados para matar ervas daninhas;
• Fungicidas, utilizados no combate de fungos parasitas;
• Inseticidas, usados contra insetos, e
• Nematócidos, que controlam nematódios parasitas.
Acontece que os defensivos químicos empregados no controle de pragas são
muito pouco específicos, destruindo indiferentemente espécies nocivas e úteis. Existem
praguicidas extremamente tóxicos, mas instáveis.
Existem praguicidas extremamente tóxicos, mas instáveis. Eles podem causar
danos imediatos, mas não causam poluição a longo prazo. Existem praguicidas menos
tóxicos, ou seja, persistentes em ecossistemas, provocando efeitos por muitos anos.
Os praguicidas podem ser transportados a longas distâncias, causando danos
bem longe das regiões em que foram aplicados. Outro problema reside no acúmulo ao
longo das cadeias alimentares.
Assim, por exemplo, as minhocas, alimentando-se de grandes quantidades de
folhas mortas e ingerindo partículas do solo, cumulam no seu organismo grandes
quantidades de inseticidas clorados; as aves que se alimentam de minhocas, como as
galinhas, passam a ingerir altas concentrações de veneno.
Outro efeito nocivo é que as praguicidas reduzem a Biodiversidade das
biocenoses.
O controle biológico
O chamado controle biológico consiste no combate às pragas através de seus
inimigos naturais, predadores ou parasitas. Nesse processo os parasitas, por serem mais
específicos, são preferidos em relação aos predadores.
O problema do Lixo
O lixo urbano é constituído predominantemente por matéria orgânica e como tal
sofre intensa decomposição, permitindo a reciclagem. A decomposição pode ser feita por
dois processos: aeróbio e anaeróbio. A decomposição aeróbia é muito mais rápida, e os
resíduos resultantes são: gás carbônico, sais minerais e alguns compostos orgânicos
que, mais resistentes à biodegradação não chegam a se decompor totalmente.
A decomposição anaeróbia, entretanto pode originar compostos nocivos, como gás
sulfídrico, mercaptans e outros compostos que podem ser tóxicos ou exalar mau cheiro.
O lixo urbano sofre quatro processos: lixões, aterros sanitários, compostagem e
incineração. No caso dos "lixões", o lixo simplesmente é levado para terrenos baldios
onde fica exposto e é aproveitado pelos "catadores de lixo" que correm o risco de contrair
doenças. Por outro lado o lixão provoca intensa proliferação de moscas e outros insetos.
Outro inconveniente é o "chorume", liquido que resulta da decomposição do lixo e
que polui o solo e os lençóis d'água.
O chamado aterro sanitário não é um processo de tratamento. Consiste na
decomposição de camadas de lixo alternadas com camadas de argila em terrenos bem
drenados. Nessas condições as camadas de lixo sofrem decomposição aeróbia e depois
anaeróbia.
Um inconveniente do aterro sanitário é a possibilidade de contaminação das águas
subterrâneas, além da não reciclagem dos materiais para os locais de origem. A
incineração é um processo dispendioso, no qual o lixo é queimado em câmaras de
incineração.
As cinzas resultantes podem ser usadas para indústrias de fertilizantes. No
processo de compostagem o material orgânico do lixo sofre um tratamento biológico do
qual resulta o chamado "composto", material utilizado na fertilização e recondicionamento
do solo.
Efeito Estufa
Para dar uma ideia imediata do problema, transcrevo a seguir duas declarações de
personalidades, feitas em dezembro de 1997:
Brent Blackwerder, presidente da organização Amigos da Terra:
"O aquecimento global está afetando tudo o que vive e respira no
planeta. Grandes tempestades, furacões, ciclones, chuvas em
grande quantidade, enchentes... Algumas nações desaparecerão
totalmente. Isto é o que nos acontecerá, e será pior do que
imaginamos, se não começarmos a nos tornar inteligentes."
Camada de Ozônio
Na rarefeita estratosfera, na faixa dos 25 mil metros, logo acima da altitude do
cruzeiro dos aviões supersônicos, paira ao redor da Terra uma Tênue camada de um gás
muito importante no equilíbrio ecológico do planeta: o Ozônio.
A quantidade deste gás é ínfima se considerarmos a composição de toda a
atmosfera, e o tempo de vida de suas moléculas, em constante processo de formação e
dissociação, extremamente curto.
Paradoxalmente, é nessa existência efêmera que reside o papel fundamental do
ozônio na manutenção da vida, a molécula de oxigênio atmosférico mais abundante, O2 ,
absorve uma parte das radiações ultravioleta, UV, proveniente do sol, e se quebra em
dois átomos livres, O, que imediatamente se reagrupam com moléculas O2 para formar
ozônio, O3 .
A instável molécula de ozônio, por sua vez, absorve outra parte das radiações UV
e se quebra novamente em O2 e O, reiniciando o ciclo. Nessas reações, a chamada
Camada de Ozônio absorve a maior porção daquela faixa de invisíveis radiações,
evitando assim que atinjam os seres vivos que habitam a superfícies. Assim como o
Efeito Estufa, também este é um fenômeno atmosférico natural, apropriado à
sobrevivência das atuais formas de vida que, de outro modo só seria possível debaixo
das rochas e em águas profundas.
Os seres vivos se encontram estreitamente condicionados a uma filtragem
permanente daquela faixa de radiação solar.
Recentemente, a camada de ozônio vem sendo bastante afetada pela ação de
algumas substâncias químicas voláteis que, ao chegares na estratosfera, perturbam o
frágil equilíbrio de sua composição.
Pela interferência dessas substâncias, as reações normais do ciclo do oxigênio na
camada de ozônio vêm sendo gradativamente reduzidas, resultando em um perigoso
aumento dos níveis de radiação UV sobre a superfície. Por razões climatológicas
peculiares ao Polo Sul, a redução tem sido mais drástica sobre o continente antártico (o
buraco de ozônio), mas atinge quase todo o planeta.
As principais substâncias que promovem a destruição da camada de ozônio são
produtos sintéticos fabricados pela indústria química e denominados
"clorofluorcarbonetos", CFC. O leque de aplicações é bastante amplo, indo desde
atividades essenciais, como conservação de alimentos em geladeiras e frigoríficos, até
futilidades descartáveis como bandejas de isopor em embalagens de alimentos vendidos
em supermercados.
Nos frigoríficos, freezers, geladeiras, e frigobares, o CFC é o "gás de geladeira"
(FREON ou FRIGEN) e sua função é absorver o calor na placa do congelador ( onde se
forma gelo) e liberá-lo pelo radiador atrás, do lado de fora do aparelho.
Nos ar condicionados de parede, centrais e de automóveis, o princípio de
funcionamento é o mesmo, e é o CFC, também o agente que promove a troca de calor.
Quando bem fabricados e corretamente utilizados, estes aparelhos mantém o gás em
circuito fechado, não havendo vazamento para a atmosfera.
Quando vão para conserto ou são sucateados, a tubulação é aberta, o gás
escapa, e sobe até atingir a camada de ozônio. A destruição que lá ocorre é muito
grande. Cada molécula de CFC destrói centenas de milhares de moléculas de ozônio, até
ser neutralizada, entre 75 e 110 anos mais tarde.
Nos aparelhos de ar condicionado de carros, sujeitos a condições adversas, as
ocasiões em que ocorre a liberação de CFC são ainda mais frequentes pois, além dos
casos de colisões, há vazamento contínuo de gás pelas mangueiras e conexões.
CFCs são adicionados sob pressão a embalagens em lata, conhecidas tanto pelo
nome "spray",quanto de "aerossol", para expelir ininterruptamente o seu conteúdo
enquanto se mantém apertado o botão existente no topo. O CFC escapa junto com o
produto cada vez que o spray é usado.
A apresentação em spray tornou-se muito comum em produtos de uso pessoal,
doméstico, inseticidas e outros, difundida muito além dos casos em que seu emprego
possa ser considerado necessário, como em certos medicamentos para uso humano e
veterinário.
Desde novembro de 1989 está proibida no Brasil a venda de sprays que
contenham CFCs e, desde então, é comum encontrar nas embalagens em selo padrão
em que os fabricantes afirmam que seus produtos não agridem a camada de ozônio.
Mas não se pode constatar que a produção industrial de CFCs para este fim tenha
diminuído, não se tem notícia de fiscalização e análise de conteúdo dos sprays, e é
surpreendente que todos os produtos que até bem pouco tempo continham CFC tenham
se adaptado à troca deste produto por outro propelente em suas fórmulas, sem
modificações perceptíveis em suas características usuais
Ao contrário dos CFCs, outras substâncias propelentes tendem a reagir com o
produto dentro da lata, alterando-o. Algumas são tóxicas e inflamáveis. Portanto, é difícil
substituir o CFC em todas as aplicações.
Outra fonte de liberação de CFCs na atmosfera são as espumas sintéticas flexíveis
utilizadas em estofamentos de carros, poltronas, colchões, tapetes é isolamento térmico
de paredes de refrigeradores, e as espumas sintéticas rígidas (geralmente brancas, como
isopor) largamente empregadas em isolamento térmico na construção civil, em
embalagens de equipamentos eletrônicos, bandejas, pratos e copos descartáveis, caixa
de ovos e embalagens de comida pronta para levar.
O CFC escapa durante a confecção destes produtos, quando é adicionado para
conferi-lhes a consistência e porosidade características, e depois, quando vão para o lixo
e começam a fragmentar-se.
Outras substâncias semelhantes aos CFCs também contribuem para a destruição
da camada de ozônio. Entre as principais estão o tetracloreto de carbono e o
metilcloroformio, usados como solventes em lavagens a seco e no ramo farmacêutico, e
os "halons", usados em alguns extintores de incêndio, que contêm bromo e são dez
vezes mais destruidores de ozônio do que os CFCs.
O aumento da incidência de radiação U.V. aumentaria a taxa de mutações nos
seres vivos, atingindo especialmente o fitoplâncton. Para o homem, haveria aumento do
índice de câncer (especialmente de pele) e de cataratas.