Antro Polo Gia
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Antro Polo Gia
A antropologia cultural é uma disciplina que estuda as diversas formas de expressão, representação e
interpretação da cultura humana em diferentes sociedades e contextos históricos. A cultura, por sua
vez, é entendida como um conjunto de símbolos, valores, normas, crenças, práticas e instituições que
orientam e organizam a vida social dos indivíduos e dos grupos.
Neste texto, vamos apresentar alguns dos principais temas e desafios da antropologia cultural no
contexto moçambicano, bem como alguns dos autores e obras que se destacam nesse campo de estudo.
Um dos autores que se destacou nesse tema foi o sociólogo brasileiro Gilberto Freyre, que visitou
Moçambique em 1952 e escreveu o livro "Moçambique: ensaio sociológico sobre algumas das bases
físicas e sociais da civilização portuguesa na África tropical". Nesse livro, Freyre defendeu a tese de que a
colonização portuguesa foi mais benigna e integradora do que outras formas de colonização europeia na
África, pois favoreceu a miscigenação entre os colonizadores e os colonizados, criando uma cultura
híbrida e mestiça. Freyre também elogiou a diversidade cultural de Moçambique como uma riqueza e
uma oportunidade para o desenvolvimento do país.
No entanto, essa visão de Freyre foi criticada por vários autores moçambicanos, como o escritor Mia
Couto, o historiador João Paulo Borges Coelho e o antropólogo Paulo Granjo. Eles argumentaram que
Freyre ignorou ou minimizou os aspectos negativos da colonização portuguesa, como a exploração
econômica, a opressão política, a violência racial e a desigualdade social. Eles também apontaram que
Freyre idealizou uma identidade nacional moçambicana baseada na mestiçagem, sem levar em conta as
tensões e os conflitos entre os diferentes grupos culturais do país.
Um dos autores que se destacou nesse tema foi o antropólogo francês Michel Cahen, que realizou várias
pesquisas sobre a história e a sociologia das religiões em Moçambique. Cahen abordou temas como a
conversão ao islamismo, o sincretismo religioso, o pentecostalismo, o catolicismo popular, o papel dos
líderes religiosos na política e na sociedade, entre outros. Cahen também organizou e editou vários
livros coletivos sobre as religiões em Moçambique, como "Moçambique, do outro lado do espelho:
ensaios de antropologia social" (1999), "Moçambique: identidades, colonialismo e libertação" (2002) e
"Moçambique: religiões em confronto?" (2009).
## Conclusão
A antropologia cultural é uma disciplina que oferece uma perspectiva rica e profunda para compreender
a cultura moçambicana em toda a sua diversidade e complexidade. Através do estudo dos temas da
identidade nacional, da religião e da cultura popular, entre outros, os antropólogos culturais podem
contribuir para o conhecimento, o reconhecimento e o respeito das diferentes formas de expressão e de
interpretação da cultura humana em Moçambique. Além disso, a antropologia cultural também pode
colaborar para o diálogo, a cooperação e a integração entre os diferentes grupos culturais do país e do
mundo.
A origem etimologica – a palavra “antropologia” deriva das palavras gregas “logos” (estudo) e
“anthropos” humanidade e significa, literalmente, estudo da humanidade”(MALINOWSKI,
2003).
Porém a atropologia, na época antiga, não era exactamente o que é actualmente. Para os gregos
antropologia, era uma “ciência dedutiva”, isto é, uma discusão baseada em deduções abstratas
sobre natureza dos seres humanos e o significado da existência humana.
Campo amplo da ciência antropológica. Abrange o estudo do homem como ser cultural, isto é,
fazendo de cultura. Investiga as culturas humanas no tempo e no espaço, suas origens e
desenvolvimento, suas semelhanças e diferenças.
Tylor foi o primeiro a formular o conceito de cultura de ponto de vista antropologico da forma
como é utilizado actualmente. Na vardade ele formalizou uma ideia que vinha crescendo desde o
iluminismo.
A cultura não é algo de congénito, mas algo de que se aprende; não nascemos culto. Podemos
nascer programados para aprender, mas nascemos na posse do conjunto de informações e de
comportamento a que chamos de cultura;
Aquisição de cultura significa que alguem foi instruida educado. E que outras pessoas, a
instruíram educaram, a transmissão de cultura é pois um processo social, precisando dos outros
para aprender;
Ser culto não significa somente ter realizado aquisições importantes no campo das artes e das
letras.
Eminentes antropólogos têm realizado e continuam realizando este dever científico para
rectificar e voltar a estabelecer esta verdade científica violada, transformada em mentira pela
antropologia colonial, (MAZULA, 1995).
Apesar das independências dos países da África negra a máquina da transfiguração do negro tem
sido tão importante que as suas sequelas psicológicas têm deixado permanentemente nos negros,
como indivíduos e como colectividade, (IBDEM).
As ciências sociais em geral e em particular a antropologia que deveriam ajudar o ser humano a
libertar-se dos pré-julgamentos, têm sido contaminadas com uma “desonestidade intelectual
alheia a todo rigor científico, dentro do mecanismo de justificação e imposição do imperialismo
ocidental”
Desde a subida ao poder da burguesia, na 1ª metade do século XIX, o estudo dos “costumes
populares” foi considerado uma questão de interesse fundamental
No século XIX e a 1ª metade do século XX, a etnografia associa-se á procura de uma identidade
nacional, deve ser encontrada entre “o povo” e não entre as classes urbanas no poder (que não
conformam o autenticamente português, por não serem rurais, apesar de poderem ter uma
experiencia muito antiga).
Acontece que o popular de hoje é rejeitado como má cultura e o popular de ontem é definido
como “tradicional”. Curiosamente o que antes era só hegemónico e burguês é agora considerado
como “popular”.
É a partir dos fins do século XIX, depois da conferência de Berlim (1884-1885) que se
concretiza a ocupação efectiva do território, foi nos princípios deste século que a administração
portuguesa ocupou todo território e que se concretizou, na sua totalidade, a penetração do
capitalismo, (MAZULA, 1995).
Os processos históricos dos povos de Moçambique foram influenciados pela presença quase
sempre com o apoio da violência, por sistemas políticos, económicos e culturais diferentes que
alteram, as evoluções naturais dessas sociedades.
Com a chegada de outras culturas e sistemas de produção, sobretudo quando foram impostos
militarmente e implantados como dominantes por uma administração estrangeira, provocaram
processos de resistência.
Até 1752 o território dependia de administração portuguesa na índia, funcionando como uma
delegação da EUA, (IBDEM).
Localmente, a presença portuguesa limitava-se a alguns postos costeiros e uns poucos locais no
interior, principalmente ao longo do rio Zambeze.
Esta divisão territorial implica diferentes formas de colonização conforme os objectivos dos
capitais continentes das companhias que actuavam de baixo de uma importante influência do
colonialismo inglês na região.
A colonização directa no sul contribui para que existisse (comparativamente com o centro e norte
de Moçambique) uma maior densidade de serviços públicos, principalmente os relacionados com
a saúde e com a educação. A igreja contribui de forma significativa das acções educativas e
sanitários, que eram realizadas nas “missões religiosas”.
O centro de Moçambique era o mercado pelas explorações agrícolas construtivas a partir das
companhias majestáticas.
Com o acréscimo das necessidades de mão-de-obra nestas plantações e nas minas sul – africanas,
o governo colonial, foi pressionado pela companhia centros de Moçambique a delimitar as áreas
onde era permitido o recrutamento.
Com a formação do novo governo, surge um regime presidencialista com grande concentração
do poder e no reforço autoritarismo.
Para garantir a ordem e tranquilidade foram criadas duma forma voluntaria grupos
dinamizadores, como órgão de base nas empresas e nos bairros, conselhos e produção como
embriões dos sindicatos e as milícias populares, constituídas por voluntários ao nível dos bairros,
aldeias e das empresas e os grupos de vigilância que eram os piquetes de controlo do movimento
de pessoas nos bairros, aldeias e empresas.
O período histórico que corresponde as três décadas em Moçambique foi marcado por duas
grandes viagens: o desencadeamento da luta armada contra o sistema colonial português e a sua
derrota por uma luta articulado em torno de uma ideologia revolucionária visando criar uma
sociedade socialista, (MOSCA, 1985).
É desta forma que se extrai a razão porque a política colonial inverteu pela captação desse
potencial, conhecendo-o e instrumentalizando-o para a começar do seu objectivo.
Actualmente afirmar que se estão perante que se opera ao nível psicológico e individual isto
porque há no íntimo de cada cidadão uma face africana a que a que ele abdica porque faz parte
de si mesmo, como o nível sociológico e colectivo, numa vez que os valores e princípios
tradicionais, como por exemplo o lobolo e outros ritos de iniciação sempre estiveram bem
presentes no dia-a-dia das comunidades rurais assim como urbanas.
Das actividades produtivas salientar-se a caça, a agricultura que é a mais importante de todas, o
artesanato, a olaria, o comércio, a indústria, pesca e navegação (COPANS, 1989).
Das actividades educativas temos a oratura em todas as suas manifestações de contos, lendas,
adivinhas, provérbios e ensinamentos, nas recreativas incluem-se as danças, a música.
3.4.5. Desenvolvimento Histórico e Principais Áreas de Interesse Contemporaneo.
O conceito relações sociais de género tem estado a ganhar, na prática das flexões da sociologia e
da antropologia, estatuto de paradigma, ao informar sobre as relações sociais entre homens e
mulheres, (MAZULA, 1995).
BIBLIOGRAFIA
MARCONI, e PRESOTO, Antropologia: um Introducao a Antropogia 2005
: [Michel Cahen]
: [José Craveirinha]