7 Os Vencedores e o Tribunal de Cristo

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7. Os vencedores e o Tribunal de Cristo.......................

O tribunal de Cristo:
a) O tempo do juízo;
b) O lugar do juízo;
c) Pessoas julgadas.
Três parábolas de juízo:
a) do servo mal;
b) das virgens;
c) do servo negligente.
As três etapas de nossa ressurreição:
a) Ressurreição do espírito
b) Ressurreição da alma
c) Ressurreição do corpo.
Os vencedores e o arrebatamento da Igreja:
Quanto ao conhecimento do tempo do arrebatamento
Quanto ao tempo do arrebatamento e a participação no
mesmo:
1. Pós-tribulacionismo,
2. Pré-tribulacionismo,
3. Os dois arrebatamentos.
Diferença entre a salvação e o reino
As bodas do Cordeiro
Sétima promessa

OS VENCEDORES E O TRIBUNAL DE CRISTO

O tribunal de Cristo

De nenhuma maneira é nossa intenção alarmar aos irmãos que


leiam este trabalho. Longe está de nossa parte ser portadores de
uma mensagem que vá causar tristeza e inquietação, ou que vá
escandalizar; aí estão as páginas das Escrituras, que são as que
dão testemunho de toda verdade exposta. Só queremos ser fiéis
ao Senhor e a Sua Palavra, declarando o que nos adverte a
Palavra de Deus por Seu Santo Espírito; ou seja, dando o sonido
da atalaia quando vê que se aproxima o perigo. O Senhor já está
às portas, e Seu povo deve conhecer tudo o relacionado com
essa preciosa vinda, e uma dessas coisas é que o Senhor
estabelecerá seu tribunal nos ares e julgará à Igreja. Disse o
apóstolo Paulo pelo Espírito em 2 Coríntios 5:10:
" 10 Porque importa que todos nós compareçamos perante o
tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou
o mal que tiver feito por meio do corpo".

Esse é o primeiro de todos os juízos, o da Igreja. Muitos rejeitam


isto, mas é uma declaração bíblica. Irmãos, o juízo da Igreja é
necessário; recordemos que as caras se vêm pelos corações,
não. Mas o Senhor sim que vê tudo. Diz Tiago 5:8,9: "8 Sede
vós também pacientes e fortalecei o vosso coração, pois a vinda
do Senhor está próxima. 9 Irmãos, não vos queixeis uns dos
outros, para não serdes julgados. Eis que o juiz está às portas".

Antes de que o Senhor venha como Noivo, virá como juiz; não
esqueçamos disso (Mateus 25:1-13). Tudo isso, tanto Sua vinda
como o juízo da Igreja, devem encher-nos de alegria. O Senhor,
tudo o que faz, o faz para o bem e em justiça. Em sua qualidade
de administrador dos mistérios de Deus, cada obreiro deve ser
achado fiel. Diz Paulo em 1 Coríntios 4:4-5: "4 Porque de nada
me argui a consciência; contudo, nem por isso me dou por
justificado, pois quem me julga é o Senhor.5 Portanto, nada
julgueis antes do tempo, até que venha o Senhor, o qual não
somente trará à plena luz as coisas ocultas das trevas, mas
também manifestará os desígnios dos corações; e, então, cada
um receberá o seu louvor da parte de Deus".

No tribunal de Cristo será manifesto publicamente nosso caráter


e motivação subjetiva e pessoal, pelo que seremos julgados um
por um. O juízo começa pela casa de Deus. Lemos em 1 Pedro
4:17: " 17 Porque a ocasião de começar o juízo pela casa de
Deus é chegada; ora, se primeiro vem por nós, qual será o fim
daqueles que não obedecem ao evangelho de Deus?"

Disse o irmão Rick Joyner: "O Senhor começa o juízo por Sua
própria casa, porque não pode julgar ao mundo se seu povo vive
nos mesmos caminhos dos maus. Quando chegar o juízo, haverá
uma distinção entre Seu povo e o mundo, mas será porque Seu
povo é diferente".*(1) *(1) Rick Joyner. Liberação da marca
da besta. The Morning Star. 1995.

A Igreja não será julgada ante o grande trono branco, senão mil
anos antes ante o tribunal de Cristo, quando vier o Senhor e
iniciar o reino milenar, para castigo ou recompensa, de acordo
com a vida e obras dos crentes, os santos salvos, filhos de Deus.
"10 Tu, porém, por que julgas teu irmão? E tu, por que
desprezas o teu? Pois todos compareceremos perante o tribunal
de Deus.11 Como está escrito: Por minha vida, diz o Senhor,
diante de mim se dobrará todo joelho, e toda língua dará
louvores a Deus.12 Assim, pois, cada um de nós dará contas de
si mesmo a Deus " (Romanos 14:10-12). Também Paulo em 2
Coríntios 5:10 diz: "10 Porque importa que todos nós
compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um
receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do
corpo". Este juízo não se relaciona com a salvação eterna, e sim
com nossa conduta em nossa condição de filhos de Deus.

Diz Mateus 16:26-27: "26 Pois que aproveitará o homem se


ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o
homem em troca da sua alma?27 Porque o Filho do Homem há
de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos, e, então,
retribuirá a cada um conforme as suas obras".

Aqui fala de recompensas para os seguidores do Senhor em Sua


vinda; mas essas recompensas dependerão da perdição ou
salvação de si mesmos, ou seja, de sua vida natural. Depois de
exortar a que levem em prática certas coisas, o apóstolo Pedro
disse aos irmãos: " 11 Pois desta maneira é que vos será
amplamente suprida a entrada no reino eterno de nosso Senhor
e Salvador Jesus Cristo" (2 Pe. 1:11).

Quando o Senhor vier, muitos crentes reinarão com Ele e outros


não; de modo que a principal recompensa é participar com o
Senhor em Seu reino; e de acordo com o contexto, isto
dependerá de que tenham perdido ou não sua alma. Neste juízo,
o Senhor determinará quem dentre os santos são dignos de
galardões e recompensas, e quem merece e necessita mais de
disciplina. Todo vencedor tem prêmio no reino milenar, pois o
reino será uma recompensa para os crentes vencedores. Disse 2
Timóteo 2:12a " 12 se perseveramos, também com ele
reinaremos; se o negamos, ele, por sua vez, nos negará".

Diz o Salmo 66:18: " 18 Se eu no coração contemplara a


vaidade, o Senhor não me teria ouvido". No coração é onde
residem nossas emoções, motivações, inclinações, afetos,
paixões, desejos, ódio e amor. O coração deve ser renovado. Ali
podemos guardar pecados não confessados e dos quais não os
tenhamos arrependido, não foram eliminados, nem resolvidos de
uma vez por todas sob o sangue do Senhor Jesus. Às vezes se
costuma perdoar em aparência, e em nosso coração não nos
temos esquecido, segue ali latente; então esse problema com
alguém, em realidade não tem sido resolvido convenientemente,
e seguimos guardando iniquidade. Todo pecado que não tenha
sido apagado, voltará a nós no tribunal de Cristo. Uma coisa é
que nossos pecados sejam apagados, e outra diferente é que
seja apagado em nós toda mancha de pecado.

No tribunal de Cristo não se estará julgando a salvação, senão


que as obras do crente são submetidas a juízo. Por exemplo,
Romanos 8:1, diz: "Agora, pois, nenhuma condenação há para
os que estão em Cristo Jesus, os que não andam conforme à
carne, senão conforme ao Espírito" ( Versão Reina Valera).

O andar do crente vencedor é conforme a vida do Espírito dentro


de seu espírito; mas o derrotado é carnal; não anda conforme o
Espírito. No tribunal de Cristo, o santo não vencedor não perde
sua salvação; se anda conforme a carne; tem motivo de juízo no
tribunal de Cristo. Diz João 5:24: "24 Em verdade, em verdade
vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me
enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da
morte para a vida". Também 1 Jo 4:17 diz: "17 Nisto é em nós
aperfeiçoado o amor, para que, no Dia do Juízo, mantenhamos
confiança; pois, segundo ele é, também nós somos neste
mundo". Note que esta declaração é muito séria e encerra um
grande compromisso. Se somos imagem de Cristo, não temos
motivos para sermos disciplinados.

O tempo do juízo. Quando terá lugar o tribunal de Cristo?


Conforme a Lucas 14:14 o tempo das recompensas está
associado com a ressurreição. " 14 e serás bem-aventurado, pelo
fato de não terem eles com que recompensar-te; a tua
recompensa, porém, tu a receberás na ressurreição dos justos".
O momento em que compareceremos ante o tribunal de Cristo é
quando ocorrer a ressurreição da Igreja, na última trombeta. Diz
Apocalipse 11:15-18: " 15 O sétimo anjo tocou a trombeta, e
houve no céu grandes vozes, dizendo: O reino do mundo se
tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos
séculos dos séculos.16 E os vinte e quatro anciãos que se
encontram sentados no seu trono, diante de Deus, prostraram-se
sobre o seu rosto e adoraram a Deus,17 dizendo: Graças te
damos, Senhor Deus, Todo-Poderoso, que és e que eras, porque
assumiste o teu grande poder e passaste a reinar.18 Na
verdade, as nações se enfureceram; chegou, porém, a tua ira, e
o tempo determinado para serem julgados os mortos, para se
dar o galardão aos teus servos, os profetas, aos santos e aos
que temem o teu nome, tanto aos pequenos como aos grandes,
e para destruíres os que destroem a terra".

Como vemos, se trata da sétima trombeta, a última, como diz 1


Coríntios 15:52: " 52 num momento, num abrir e fechar de
olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os
mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos
transformados ". Chega o tempo de estabelecer o reino. Também
confirma esse tempo o Apocalipse 22:12: " 12 E eis que venho
sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a
cada um segundo as suas obras".

O primeiro juízo será o da Igreja ao regresso do Senhor. Diz 1


Pedro 4:17a: " 17 Porque a ocasião de começar o juízo pela
casa de Deus"; mas a Igreja não será mais julgada depois do
tribunal de Cristo. Depois do reino milenar terá lugar o juízo do
grande trono branco, onde serão julgados os ímpios, os que
participam na segunda ressurreição, pois os capítulos 21 e 22 de
Apocalipse descrevem a situação na eternidade, tanto para a
Igreja como para os ímpios e as nações.

Lugar do juízo. No ar. Lemos em 1 Tessalonicenses 4:16,17: "


16 Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem,
ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus,
descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão
primeiro;17 depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos
arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro
do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o
Senhor". Pode ser que ao encontrar-nos com o Senhor no ar,
logo desçamos à terra com Ele, e logo o Senhor estabeleça seu
tribunal em algum lugar da terra.

Pessoas julgadas. Quem será convocado para o juízo da


Igreja? Este juízo será só para os crentes. De acordo com o
contexto do capítulo 5 da segunda carta aos Coríntios, se trata
da Igreja, tanto vencedores como vencidos. Começa o capítulo
falando do anelo da redenção do corpo e de ser revestidos da
habitação celestial, a fim de não ser achados nus. Agora vivemos
nesta terra como peregrinos, ausentes do Senhor; mas desde já
devemos ser agradáveis; e então é quando o versículo 10, com
toda clareza nos diz que "Porque importa que todos nós
compareçamos perante o tribunal de Cristo". De conformidade
com o contexto de 1 Coríntios 3:12-15, ali o juízo é para todos
os crentes com relação à obra de cada um; de como houver
sobre-edificado sobre o único fundamento, Jesus Cristo.
Construíram-se com materiais diferentes dos de Deus, o
resultado será um edifício estranho, que se queimará, e esses
construtores sofrerão perdas; serão castigados, ainda que não
perderão sua salvação. Também o confirma 1 Coríntios 9:24-27,
como temos comentado. Pensemos, ainda que seja por um
momento, a vergonha que sentiríamos naquele dia, ao
contemplar a visão do Senhor sobre nós, sobre a indiferença e
com o pouco caso que fizemos Dele, o que morreu por nós na
cruz e derramou Sua própria vida por uns seres tão ruins e
ingratos. Também pensemos nos milhões de testemunhas que
nos rodearão, onde ninguém terá a oportunidade de ocultar
nada.

Três parábolas de juízo

Todo crente mundano, negligente e carnal, deverá enfrentar a


vergonhosa realidade que aparece na Escritura. Analisemos um
pouco três parábolas em Mateus, que se relacionam intimamente
com a vinda do Senhor e o tribunal de Cristo. A do servo mau
(Mat.24:4551), a das virgens imprudentes (Mt. 25:1-13) e a do
servo negligente (Mat. 25:14-30). Estas três parábolas são
dirigidas à Igreja; para que a Igreja se “belisque”, sobre tudo em
um tempo de tanta expectativa como o que vivemos. A igreja
está atravessando por uma época de grandes e transcendentais
acontecimentos.

A parábola do servo mau. Esta parábola fala de servos fiéis e


infiéis. Aqui os servos representam os crentes no aspecto da
fidelidade ao Senhor. A parábola fala de servos que estão à
frente da servidão, onde deve ser fiel e prudente. Note que o
Senhor aqui não usa a palavra filhos para chamar aos salvos,
senão servos; pois como filhos já recebemos Sua vida; em troca,
como servos, seremos julgados para receber ou não as
recompensas. No começo, nos versos 45-47, a parábola fala de
um servo vencedor, o qual receberá como recompensa ser posto
sobre todos os bens do Senhor no reino. Essa é a bem-
aventurança. Ali diz: " 45 Quem é, pois, o servo fiel e prudente,
a quem o senhor confiou os seus conservos para dar-lhes o
sustento a seu tempo?46 Bem-aventurado aquele servo a quem
seu senhor, quando vier, achar fazendo assim.47 Em verdade
vos digo que lhe confiará todos os seus bens ". Dar alimento a
tempo está relacionado com ministrar a Palavra de Deus aos
crentes, e tudo o que se refira a Cristo como vida da Igreja. O
bom servo tem de dar alimento, não leis, a seus conservos. As
leis quem dá é o Senhor. O labor do servo bom é dar, não buscar
o seu próprio. O ser achado fiel, o bom servo será promovido a
um cargo mais elevado no reino. "47 Em verdade vos digo que
lhe confiará todos os seus bens".

Mas nos versos 48-51 fala do servo mau, que, ainda que seja
salvo, não é vencedor, trata mal aos demais crentes, se
assenhoreia deles como se Deus o houvesse posto na igreja
como um príncipe (1 Pe. 5:3), tem amizade e companheirismo
com as pessoas mundana, não ama a vinda do Senhor nem lhe
interessa o reino. O servo mau é um escravo de suas paixões e
apetites. Ali diz: "48 Mas, se aquele servo, sendo mau, disser
consigo mesmo: Meu senhor demora-se,49 e passar a espancar
os seus companheiros e a comer e beber com ébrios,50 virá o
senhor daquele servo em dia em que não o espera e em hora
que não sabe51 e castigá-lo-á, lançando-lhe a sorte com os
hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes".

O servo mau é levado por uma falsa doutrina. O servo mau


pensa que o Senhor tarda em vir ou que talvez nunca virá, e isso
lhe dá a oportunidade de viver uma vida descuidada para andar
segundo suas próprias concupiscências (2 Pe. 3:3-4). O servo
mau quer impor sua autoridade tratando mal a seus conservos. É
possível que lhe joguem na cara sua conduta e isso o enfurece
mais, ou busca duramente que os demais o reverenciem e se
inclinem ante ele. Para uma pessoa, a vinda do Senhor (ou a
morte da pessoa, é o mesmo, pois acarreta as mesmas
consequências) é algo supremamente terrível. A morte, pois, o
separará de muitas coisas que hoje ama e lhe entretém, deste
mundo que tanto lhe atrai. O que espera a este servo mal
quando se encontrar com o Senhor no juízo da igreja? Espera-lhe
um castigo temporário. Necessitamos ganhar esta carreira aqui,
não só para não sermos castigados temporariamente com os
hipócritas, senão para receber o galardão, o prêmio, dos
vencedores, como diz Paulo (1 Co. 9:24-27).

Note que este servo é salvo, é um filho de Deus; fala de "meu


Senhor"; nenhum ímpio chama, “meu Senhor”, ao Senhor Jesus;
mas no dia em que a Igreja comparecer ante o tribunal de
Cristo, esse servo será separado do Senhor e de Seu reino, e
temporariamente posto no lugar onde irão os hipócritas. Não
eternamente, senão que ali porá só "sua parte", conforme a sua
falta.

A parábola das dez virgens. Em Mateus 25:1-13, encontramos


a parábola das dez virgens, a qual está intimamente relacionada
com o reino dos céus. Aqui as virgens representam aos crentes
no aspecto da vida com o Senhor. O andar do crente com Cristo
em santidade e obediência se relaciona intimamente com sua
plenitude do Espírito Santo. Da constante plenitude do Espírito
Santo em um crente depende sua perfeição na comunhão com
Deus e com os demais irmãos, o conhecer o amor de Cristo e o
de ser cheio de toda a plenitude de Deus (Efésios 3:19).

O número dez é o número das nações, e significa que a Igreja


está constituída por crentes de toda linhagem, de toda tribo, de
todas as raças, línguas e nações do globo.*(2) Claro que, além
da última geração de crentes, inclusive aos irmãos que já estão
mortos na história ("cochilaram e dormiram", diz no verso
5)*(3). Algumas pessoas se confundem pensando que todas as
virgens "dormem" espiritualmente; mas isso seria uma
contradição. A metade das virgens são prudentes e a metade
insensatas. Suas lâmpadas (o espírito de cada crente)
representam que a Igreja, nesta era de trevas, leva o
testemunho do Senhor, é morada do Espírito Santo de Deus;
mas é necessário que cada lâmpada continuamente esteja plena
de azeite de Deus (Seu Espírito), para que possa irradiar essa luz
de Deus começando do interior; porque todo crente é
responsável ante Deus de ser cheio do Espírito Santo. "O espírito
do homem é a lâmpada do SENHOR" (Pr. 20:27a). Lâmpada com
azeite insuficiente não pode alumiar senão com uma luz muito
tênue. "15 Portanto, vede prudentemente como andais, não
como néscios, e sim como sábios,16 remindo o tempo, porque
os dias são maus.17 Por esta razão, não vos torneis insensatos,
mas procurai compreender qual a vontade do Senhor " (Ef. 5:15-
17). O néscio não aproveita bem o tempo, e como vive para si
mesmo, não se interessa de qual seja a vontade do Senhor em
determinados acontecimentos.
*(2) Cfr. Apocalipse 5:9. Não é uma casualidade que no capítulo
10 de Gênesis se descreve as gerações dos filhos de Noé, e que
diga no versículo 32: " São estas as famílias dos filhos de Noé,
segundo as suas gerações, nas suas nações; e destes foram
disseminadas as nações na terra, depois do dilúvio". Dos dez
chifres (as nações globalizadas do último sistema mundial) da
quarta besta surge um chifre que os dominará a todos (Dn. 7:7-
8; Ap. 13:1; 17:3). No tabernáculo, as dez cortinas de Êxodo 26
representam à igreja. Relacione com a noiva de Cantares (1:5).
*(3) Quando se refere aos crentes, o sonho representa a morte,
como em 1 Tes. 4:13-16; João 11:11-13; 1 Coríntios 11:30.

Todas as virgens saem do mundo ao encontro do Senhor, porque


as virgens representam os santos, aos apartados do mundo para
Deus; mas " As néscias, ao tomarem as suas lâmpadas, não
levaram azeite consigo;4 no entanto, as prudentes, além das
lâmpadas, levaram azeite nas vasilhas ". A vasilha é a pessoa de
cada um, é sua alma (vasos de honra para Deus e habitação de
Cristo). Todas as virgens tinham azeite em suas lâmpadas; todas
eram salvas; todas tinham o Espírito Santo; mas há uma
distinção entre as virgens prudentes e as insensatas: as
insensatas não tinham reservas em suas vasilhas; de maneira
que suas almas não conheciam a vida do Espírito; eram almas
sem renovação e santificação. Eram crentes que se conformavam
a este século, pois não haviam sido transformados por meio da
renovação de seus entendimentos, de maneira que nesse estado
não tinham capacidade para comprovar qual era a vontade de
Deus em cada caso, em cada circunstancia (Romanos 12:2). Isto
é sério, que Deus nos fale em nosso espírito e nós não possamos
entender o que nos diz. "E não vos embriagueis com vinho, no
qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito" (Ef. 5:18). O
enchimento do Espírito no crente deve ser continua e constante.
Alguns pensam que isso se refere a um ato, mas se trata de um
estado interior permanente para gozar da plenitude de Deus com
os demais irmãos, pois somos um corpo. Ou somos néscios e
seguimos postergando conhecer essa plenitude, ou somos sábios
e buscamos essa provisão constante de azeite para nossas
lâmpadas e nossas vasilhas com mais diligencia que ao ouro e a
prata.

Mas a meia noite, quando a humanidade estiver se debatendo na


grande obscuridade da grande tribulação, se escutará a voz do
arcanjo e a trombeta de Deus; já vem o Senhor, e ocorre a
ressurreição e o arrebatamento da Igreja. O que sucederá então
com os crentes que tendo o Espírito Santo não estejam
suficientemente saturados Dele? A parábola não responde a
todas as nossas interrogações, mas vemos tacitamente que os
crentes néscios não pagaram um preço para serem cheios do
Espírito Santo. Qual é o preço? Tampouco o declara, mas em
outras partes da Escritura Sagrada o vemos. Por exemplo,
renunciar ao mundo, carregar nossa própria cruz cada dia em
obediência ao Pai, negar o eu; em nossa escala de valores pôr a
Cristo em primeiro lugar, por cima de todas as coisas; estimar
todas as coisas como perda por amor de Cristo. Todo crente que
não pagar o preço agora, nesta vida, para ser cheio do azeite do
Espírito, deverá pagar depois da ressurreição, pois todo crente
deve ser aperfeiçoado, se não agora, será depois nas trevas
exteriores. O Senhor agora está nos dando a oportunidade de
que não desperdicemos os passos que Ele está tomando para
levar a todos os Seus filhos à maturidade. Mas, por que se
chamará preço? Porque se trata de renunciar a toda essa
herança que recebemos e que vivemos em outro tempo em
nosso velho homem. Isso é doloroso quando nos aferramos a
essas coisas, costumes, pertences, vícios, amores, valores
ancestrais, cujo centro não é Deus. Agora nosso tesouro é Cristo,
e Deus nos tem escondidos nos lugares celestiais em Seu Filho.
O demais sobra.

Note que as cinco virgens insensatas chegam a tocar a porta


depois que se fecha para iniciar as bodas com as prudentes, os
crentes vencedores. Diz nos versos 10-13: "10 E, saindo elas
para comprar, chegou o noivo, e as que estavam apercebidas
entraram com ele para as bodas; e fechou-se a porta.11 Mais
tarde, chegaram as virgens néscias, clamando: Senhor, senhor,
abre-nos a porta!12 Mas ele respondeu: Em verdade vos digo
que não vos conheço ". Vemos, pois, que se relaciona com a
vinda do Senhor e Seu juízo das obras da Igreja quando Ele
estabelecer Seu tribunal. As cinco virgens insensatas, ainda que
não perdem sua salvação, não são aprovadas para entrar nas
bodas; não têm o vestido apropriado; não tem se ocupado a seu
devido tempo em ter suficiente azeite. Quando no tribunal de
Cristo, o Senhor dizer a alguém: Não os conheço; isso significa
que essa pessoa jamais se interessou por ter comunhão com o
Senhor, não se interessou por conhecer ao Senhor; e a salvação
se relaciona com o conhecimento do Senhor (João 17:3).
Enquanto estamos nesta terra, o Senhor nos dá a oportunidade
de conhecer-lhe e obedecer-lhe, mas quando Ele vier e
estabelecer Seu tribunal para julgar à Igreja, ali, nesse momento
não é o Salvador senão o Juiz (Mateus 5:25) que estará julgando
nossa conduta como filhos de Deus. Se as virgens insensatas não
foram salvas, não poderiam estar aí tocando as portas do reino
dos céus. Irmãos, é um privilégio grande o poder servir ao
Senhor agora. É verdade que podemos estar muito ocupados em
nossos próprios programas "espirituais", e não estar fazendo a
vontade de Deus, e naquele dia receber a reprovação do Senhor
(Mateus 7:21-23).
Por outro lado, o estar cheio do Espírito Santo de outro irmão,
não pode te servir. As virgens insensatas eram salvas pela cruz
do Senhor Jesus Cristo, e depois de haver conhecido a grande
salvação de Deus por Seu Filho unigênito, não viveram para Ele
senão para elas mesmas; todo o tempo de crentes nesta terra foi
lastimosamente desperdiçado.

Para desfrutar do reino temos que entrar pela porta estreita. Mas
nossa tendência natural é entrar pela porta larga, a que nos dá
acesso a múltiplos gozos e vantagens terrenas. Os gozos
terrenos não fazem muito atrativa a porta estreita. É como um
paradoxo: a porta estreita nos leva a um caminho estreito e
difícil, mas o caminho que nos levará ao reino e ao gozo do
Senhor. Em Lucas 13:24-25 diz o Senhor: " 24 Respondeu-lhes:
Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, pois eu vos digo que
muitos procurarão entrar e não poderão.25 Quando o dono da
casa se tiver levantado e fechado a porta, e vós, do lado de fora,
começardes a bater, dizendo: Senhor, abre-nos a porta, ele vos
responderá: Não sei donde sois".

A parábola do servo negligente. Em Mateus 25:14-30


encontramos a mui conhecida parábola dos talentos.
Consideramos que não há necessidade de transcrevê-la toda.
Também começa falando do reino dos céus, porque tem a ver
com o reino dos céus, e o que aqui aparece não se relaciona com
a salvação eterna. O homem que entrega seus bens a seus
servos é Cristo, e o ausentar-se do País é Sua ida aos céus
depois de Sua gloriosa ressurreição. Os talentos são repartidos
de acordo com a capacidade natural de cada crente, e essa
capacidade tem relação com o que somos em nossa vida natural,
nossa herança cultural e genética, nossos costumes, nossa vida
social e nossa aprendizagem. Da forma em que havemos sido
criados por Deus, uma vez temos crido, nessa mesma medida
recebemos os dons do Espírito para pô-los a serviço do Senhor.

Deus conhece exatamente do que podemos ser capazes de


responder, e nessa mesma medida vai nos pedir contas. Aqui os
vencedores, trabalham com os talentos (dons espirituais)
recebidos do Senhor e para a glória do Senhor, em Sua vinda lhe
entregam bons resultados. Estão, pois, representando aos
crentes no aspecto do serviço. Estes servos, os vencedores, são
aprovados e recebem seus galardões e entram a desfrutar do
Senhor no reino milenar, mas sobre tudo o gozo é no aspecto
interior. O Senhor não avalia nossa obra e a premia
fundamentando-se na quantidade e o bom que possa ser, senão
por nossa fidelidade no serviço. O Senhor quer que nos
disponhamos a que o talento que temos recebido Dele seja
usado ao máximo, com uma entrega absoluta, e de acordo com
Sua vontade perfeita. Mas a parábola faz ênfase no servo que
recebeu um só talento e o enterrou. O versículo 18 diz: "Mas o
que recebera um, saindo, abriu uma cova e escondeu o dinheiro
do seu senhor". Com Freqüência é ressaltado os servos que
recebem muitos talentos e se lhes tem em muita estima e até se
lhes exalta; e os que recebem um, porque são menos dotados,
eles mesmos se descuidam, não o utilizam bem ou
definitivamente não o tem em conta, e o enterram; ou seja, que
ao invés de trabalhar com seu talento, se envolvem com o
mundo. Toda associação com o mundo tem em si o perigo de
enterrar o dom que temos recebido do Senhor. Note que
enquanto o Senhor não houver regressado, não tira de ninguém
o dom (cfr. Ro. 11:29), senão que nós mesmos nos
encarregamos de enterrá-lo com nossa associação com o mundo,
ou em nosso próprio orgulho e ambições de tipo espiritual, ou
ocupados em guardar nossa própria reputação. Resulta fácil
encontrar qualquer pretexto mundano ou pessoal para não usar
o dom que o Senhor tem depositado em nós, e desperdiçá-lo,
escondendo-o. Às vezes queremos viver aqui como reis, e
quando isto ocorre, nós mesmos somos os responsáveis de não
sermos reis no reino com o Senhor.

Diz o versículo 19: "Depois de muito tempo, voltou o senhor


daqueles servos e ajustou contas com eles". Logo o Senhor Jesus
Cristo regressa e acerta contas com seus servos no tribunal de
Cristo, depois de transcorrida toda a idade da Igreja. Milhões de
irmãos não têm nem a menor idéia de que o Senhor virá e a
primeira coisa que vai fazer é instalar seu tribunal no ar para
acertar as contas com seus servos que Ele comprou com Seu
próprio sangue*(4). Diz Apocalipse 22:12: "E eis que venho sem
demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a
cada um segundo as suas obras".
*(4) 1 Coríntios 7:22,23; 2 Co.5:10; Ro. 14:10; 1 Co. 4:5

Dizem os versículos 24-28 da parábola: "24 Chegando, por fim,


o que recebera um talento, disse: Senhor, sabendo que és
homem severo, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde
não espalhaste,25 receoso, escondi na terra o teu talento; aqui
tens o que é teu.26 Respondeu-lhe, porém, o senhor: Servo
mau e negligente, sabias que ceifo onde não semeei e ajunto
onde não espalhei?27 Cumpria, portanto, que entregasses o
meu dinheiro aos banqueiros, e eu, ao voltar, receberia com
juros o que é meu.28 Tirai-lhe, pois, o talento e dai-o ao que
tem dez". O fato de que este servo compareça ante o tribunal de
Cristo, demonstra que foi ressuscitado ou transformado e
trasladado com a Igreja, pois é salvo eternamente. Mas este
servo falha em sua vida interior, conduta e obras diante do
Senhor; conhecia ao Senhor mais objetiva que subjetivamente.
Temos que trabalhar na obra do Senhor com o que recebemos do
Senhor, partindo do zero; de conformidade com os resultados,
estaremos participando do reino; e do servo negligente será
tirado os dons espirituais e será desqualificado e lançado nas
trevas exteriores, disciplinado, o tempo que for necessário.

As três etapas de nossa ressurreição

É importante ter sempre em conta que nós como seres humanos


estamos conformados de três partes: espírito, alma e corpo, e
essas três partes que integram nosso ser são salvas em três
tempos diferentes, como ensinamos no primeiro capítulo. O
espírito é salvo no ato da regeneração, quando cremos em
Cristo; a alma é salva no curso de nossa vida cristã, pois temos
que nos ocupar da salvação de nossa alma com temor e tremor,
e isso devemos fazer juntamente com a ação em nós do Espírito
Santo; deve ser uma ação continua de renovação e santificação
da alma; e o corpo será salvo no futuro, quando ocorrer a
ressurreição da Igreja. Mas as três partes devem ser achadas
irrepreensíveis (1 Tessalonicenses 5:23). E assim como as três
partes de nosso ser são salvas em três etapas diferentes,
também nossa ressurreição ocorre em três etapas.

De conformidade com a Palavra de Deus, haverá no futuro duas


grandes ressurreições, e só duas: Uma, a primeira, a dos mortos
em Cristo, quando o Senhor regressar, no soar da última
trombeta, antes do reino milenar (1 Tessalonicenses 4:16; 1
Coríntios 15:52; Apocalipse 20:4-6); e a outra ressurreição terá
ocasião depois de mil anos (Apocalipse 20:7, 11-15). Mas dentro
dos que participam da primeira ressurreição, haverá um
remanescente de vencedores que obterão uma melhor
ressurreição, conforme lemos em Hebreus 11:35: " Mulheres
receberam, pela ressurreição, os seus mortos. Alguns foram
torturados, não aceitando seu resgate, para obterem superior
ressurreição".

A respeito, e para uma melhor compreensão do que significa


essa superior ressurreição, entremos a analisar um pouco em
Filipenses 3:10-11. No contexto, desde que se inicia o capítulo 3
de Filipenses, Paulo vem falando de gozar-nos e gloriar-nos no
Senhor, e não na nossa confiança, na força e recursos da carne e
seus interesses, tendo por esterco tudo aquilo que em nós
chegou a ocupar um lugar privilegiado, incluindo tudo o
relacionado com nossa antiga religião, e considerar tudo isso
como perda; logo diz no versículo 9: " e ser achado nele( em
Cristo ), não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a
que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus,
baseada na fé".

No curso de nossa vida cristã deve chegar o momento em que


devemos ser achados vivendo não em nossa própria justiça, essa
que provem de nossos próprios esforços por guardar a lei, e sim
ser achados em Cristo. Ser achados por quem? Pelos homens,
pelos anjos e pelos demônios. Logo nos versículos 10 e 11, diz:
" 10 para o conhecer, e o poder da sua ressurreição, e a
comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me com ele na
sua morte;11 para, de algum modo, alcançar a ressurreição
dentre os mortos".

Nossa justiça deve ser a que procede de Deus; a vida de Deus


em nós, a fim de poder lhe conhecer. Conhecer ao Senhor é
experimentá-lo; não é meramente ler ou escutar sobre Ele.
Conhecer ao Senhor é experimentar o poder da ressurreição de
Cristo. Note que para isto é necessário que participemos dos
sofrimentos de Cristo, configurando-nos a Sua morte. Isso
enriquece nossa vida de ressurreição. Essa experiência de viver
uma vida crucificada vai nos aperfeiçoando ao Seu
conhecimento.

A revelação é aperfeiçoada pela experiência até o conhecimento


de Cristo; e então podemos experimentar o poder da
ressurreição de Cristo. A vivência dessa ressurreição nos faz
aptos para uma super-ressurreição, a qual não será alcançada
por muitos. Muitos não querem a cruz, mas preferem benção
materiais e carnais. No original grego, a palavra ressurreição que
aparece no versículo 10, não é a mesma traduzida no versículo
11. No versículo 10 a palavra traduzida ressurreição, no grego é
anastaseos, mas no versículo 11 encontramos uma palavra um
pouco diferente; ali diz exanastasin, a qual se poderia traduzir
como uma super-ressurreição ou uma ressurreição
sobressalente, que será um prêmio para os santos vencedores.
Para chegar a esta ressurreição sobressalente, indica que todo
nosso ser, espírito, alma e corpo, já tenha passado por um
processo de ressurreição desde o momento em que conhecemos
a Cristo. É um processo paulatino, progressivo, continuo, no qual
podemos explicar assim:

1. Ressurreição do espírito. A nossa condição antes de


conhecer a Cristo era de morte. Isso explica vivamente a Palavra
em Efésios 2:1-4: "Ele vos deu vida, estando vós mortos nos
vossos delitos e pecados,2 nos quais andastes outrora, segundo
o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do
espírito que agora atua nos filhos da desobediência;3 entre os
quais também todos nós andamos outrora, segundo as
inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos
pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como
também os demais.4 Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por
causa do grande amor com que nos amou..." Antes de conhecer
ao Senhor nosso espírito estava morto, mas o Senhor o
ressuscita para a vida eterna. Lemos em Efésios 2:5-6, onde os
verbos estão no tempo passado:
"5 e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida
juntamente com Cristo, —pela graça sois salvos,6 e, juntamente
com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares
celestiais em Cristo Jesus".

O espírito não volta a ressuscitar devido a que jamais volta a


morrer. Na ressurreição do corpo, o espírito só faz reunir-se com
o corpo glorioso para reunir-se com Jesus. De conformidade com
Romanos 6:3-11, o batismo tem um aspecto ressuscitador; ou
seja, ao ser batizado no corpo de Cristo (1 Coríntios 12:12),
participamos de todos os aspectos e experiências de Cristo,
incluída a ressurreição, de maneira que fomos ressuscitados
juntamente com Cristo "e a vossa vida está oculta juntamente
com Cristo, em Deus" (Col. 3:3). Essa é uma constante em todo
o Novo Testamento. Em nossa vida de ressurreição não devemos
praticar as coisas de nossa velha natureza, a terrena.
" tendo sido sepultados, juntamente com ele, no batismo, no
qual igualmente fostes ressuscitados (tempo passado)
mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os
mortos" (Col.2:12). "Portanto, se fostes ressuscitados( tempo
passado) juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto,
onde Cristo vive, assentado à direita de Deus." (Col. 3:1).

2. Ressurreição da alma. Uma vez que temos


experimentado a ressurreição do espírito, o Senhor passa a
trabalhar para ressuscitar nossa alma; mas a alma, para que
possa ressuscitar, deve morrer antes. Um crente novo ainda é
carnal, sua alma não tem sido renovada, de maneira que temos
que passar por um processo de crescimento espiritual, provas e
negação do eu, até que nossa alma chegue a ser renovada, e
tenhamos uma alma espiritual, com uma mente renovada, que
possamos pensar como Cristo; ao sermos conformados, não à
nossa maneira de pensar passada, mas sim à mente de Cristo.
Uma alma totalmente renovada é uma alma ressuscitada a uma
nova vida.

Diz Romanos 8:6: "Porque o pendor da carne dá para a morte,


mas o do Espírito, para a vida e paz". Nosso velho homem foi
crucificado juntamente com Cristo,*(1) mas devemos tomar
nossa cruz a cada dia,*(2) a fim de que essa morte (da alma
carnal) seja uma realidade presente em cada um de nós.
Enquanto nos ocupemos (nossa alma) da carne, não há morte
em nosso eu; mas ao participar na morte de Cristo, nossa alma
tem vida e verdadeiramente somos trasladados da velha criação,
do velho homem, à nova criatura, ao novo homem, que é Cristo
em nós. O processo desta ressurreição é um assunto presente.
Essa ressurreição especial é a meta de nossa vida cristã.
*(1) Cfr. Romanos 6:6
*(2) Cfr. Lucas 9:23

3. Ressurreição do corpo. Nosso corpo será ressuscitado


no futuro, ao som da última trombeta; e nessa ressurreição se
lhe unirão o espírito e a alma. Romanos 8:10,11 diz:
"10 Se, porém, Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está
morto por causa do pecado, mas o espírito é vida, por causa da
justiça.11 Se habita em vós o Espírito daquele que ressuscitou a
Jesus dentre os mortos, esse mesmo que ressuscitou a Cristo
Jesus dentre os mortos vivificará também o vosso corpo mortal,
por meio do seu Espírito, que em vós habita".

Deus quer que todo nosso ser (1 Tes. 5:23) seja achado
irrepreensível quando vier o Senhor, e todo nosso ser
completamente ressuscitado, seja em forma integral liberado do
velho homem que tinha Satanás escravizado. Que trabalhe, pois,
em nós o poder de ressurreição que operou em Cristo Jesus.
Disto tiramos a conclusão que haverá crentes não vencedores,
que suas almas não haverão experimentado a respectiva
ressurreição, de maneira que não experimentarão essa
ressurreição especial no último dia. Note que Paulo adverte em
Filipenses 3:11, quando diz: " para, de algum modo, alcançar a
ressurreição dentre os mortos". É bem claro que não está se
referindo à ressurreição geral da Igreja senão a essa ressurreição
especial, pois Paulo estava seguro que participaria da
ressurreição geral.

Os vencedores e o arrebatamento da Igreja

As Escrituras dão fé de que a Igreja será levantada pelo Senhor


em Sua vinda, evento no qual ocorrerá a ressurreição dos justos
e a transformação dos que permanecerem vivos até o glorioso
regresso de Cristo. Vejamos acerca desse fato em quanto ao
conhecimento de tal evento por parte dos crentes e em quanto à
participação no mesmo.

Quanto ao conhecimento do tempo do arrebatamento.

De conformidade com Atos 1:9-11 e outros muitos textos


bíblicos, o Senhor virá outra vez. "9 Ditas estas palavras, foi
Jesus elevado às alturas, à vista deles, e uma nuvem o encobriu
dos seus olhos.10 E, estando eles com os olhos fitos no céu,
enquanto Jesus subia, eis que dois varões vestidos de branco se
puseram ao lado deles11 e lhes disseram: Varões galileus, por
que estais olhando para as alturas? Esse Jesus que dentre vós foi
assunto ao céu virá do modo como o vistes subir". De acordo
com certos sinais dados na Bíblia, sabemos que Sua vinda não
demora, porque ninguém sabe nem o dia nem a hora, mas
podemos saber o tempo em que esse evento ha de ocorrer.
Quem saberá o tempo em que o Senhor ha de regressar? Haverá
irmãos que, ou por não amar a vinda do Senhor ou por andar
preocupados em seus desejos carnais e vida do mundo, vivem
despercebidos e esse fato os surpreenderá como ladrão na noite,
e a outros, que estarão velando, não.

Por exemplo, aos irmãos de Sardes, os que estão marcados


dentro do protestantismo denominacional, os que tem nome de
que vivem, e estão mortos, o Senhor lhes diz (Ap. 3:3):
"Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, guarda-o e
arrepende-te. Porquanto, se não vigiares, virei como ladrão, e
não conhecerás de modo algum em que hora virei contra ti". O
curioso é que isso mesmo diz o Senhor ao mundo com respeito
de Sua vinda. Registramos no texto de 1 Tessalonicenses: 5:2-3:
"2 pois vós mesmos (os santos) estais inteirados com precisão
de que o Dia do Senhor vem como ladrão de noite.3 Quando
andarem dizendo: (no mundo) Paz e segurança, eis que lhes
sobrevirá (os ímpios) repentina destruição, como vêm as dores
de parto à que está para dar à luz; e de nenhum modo
escaparão". Uma coisa é o mundo e o crente descuidado, e outra
o que vela e ama a vinda do Senhor. Transcrevemos na
continuação os versículos seguintes (4-10): "4 Mas vós, (os que
velam) irmãos, não estais em trevas, para que esse Dia como
ladrão vos apanhe de surpresa;5 porquanto vós todos sois filhos
da luz e filhos do dia; nós não somos da noite, nem das trevas.6
Assim, pois, não durmamos (não nos descuidemos no mundo)
como os demais; pelo contrário, vigiemos e sejamos sóbrios.7
Ora, os que dormem dormem de noite (nas trevas do mundo), e
os que se embriagam é de noite que se embriagam.8 Nós,
porém, que somos do dia, sejamos sóbrios, revestindo-nos da
couraça da fé e do amor e tomando como capacete a esperança
da salvação;9 porque Deus não nos destinou para a ira, mas
para alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo,10
que morreu por nós para que, quer vigiemos, quer durmamos,
vivamos em união com ele". Este texto fala por si só.

Quanto ao tempo do arrebatamento e à participação no


mesmo.
A ortodoxia doutrinal bíblica ensina que haverá duas
ressurreições: Uma, a primeira, a dos santos na vinda do
Senhor, depois da grande tribulação, e a segunda, a dos ímpios,
ao finalizar o milênio. Sobre este ponto crucial da Escatologia,
através da história se foram desenvolvendo os pontos de vista de
várias escolas de interpretação, dos quais destacamos os
seguintes.

1. Pós-tribulacionismo. A sã doutrina bíblica é que toda a


Igreja do Senhor será arrebatada pelo Senhor e trasladada aos
ares, onde nos encontraremos com o Senhor. Quando ocorrerá
esse evento? Na última trombeta. "51 Eis que vos digo um
mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos
todos,52 num momento, num abrir e fechar de olhos, ao
ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos
ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados." (1
Coríntios 15:51-52). "16 Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua
palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a
trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo
ressuscitarão primeiro;17 depois, nós, os vivos, os que
ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre
nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim,
estaremos para sempre com o Senhor" (1 Tessalonicenses 4:16-
17). Ao ser levantada a Igreja ao toque da sétima trombeta,
significa que a Igreja estará aqui na terra durante os sete anos
do governo do anticristo, porque ao toque da última trombeta é
quando ocorrerá a gloriosa vinda do Senhor e o começo de Seu
reino milenar; e isso não ocorrerá senão ao finalizar os sete anos
do governo da besta. Vejamos o que diz Apocalipse sobre isso.

"15 O sétimo anjo tocou a trombeta, e houve no céu grandes


vozes, dizendo: O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e
do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos.16 E os
vinte e quatro anciãos que se encontram sentados no seu trono,
diante de Deus, prostraram-se sobre o seu rosto e adoraram a
Deus,17 dizendo: Graças te damos, Senhor Deus, Todo-
Poderoso, que és e que eras, porque assumiste o teu grande
poder e passaste a reinar.18 Na verdade, as nações se
enfureceram; chegou, porém, a tua ira, e o tempo determinado
para serem julgados os mortos, para se dar o galardão aos teus
servos, os profetas, aos santos e aos que temem o teu nome,
tanto aos pequenos como aos grandes, e para destruíres os que
destroem a terra" (Apocalipse 11:15,18). Este ponto de vista era
o sustentado pela igreja primitiva, pois é o que aparece nos
documentos do primeiro século, como a Didaqué; logo foi o
ponto de vista interpretativo dos chamados pais da igreja, e dos
escolásticos; também foi o ponto de vista dos reformadores; por
último foi sustentado por várias das grandes denominações da
linha reformada e outras; são pós-tribulacionistas inclusive
algumas correntes presbiterianas e batistas. Também foram pós-
tribulacionistas os irmãos Benjamím Newton e George Mueller,
dentro da linha dos Irmãos ou Brethren, os quais se opuseram a
Darby.

Apocalipse fala dos santos saídos da grande tribulação. "9


Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém
podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em
pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras
brancas, com palmas nas mãos;10 e clamavam em grande voz,
dizendo: Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro,
pertence a salvação.11 Todos os anjos estavam de pé rodeando
o trono, os anciãos e os quatro seres viventes, e ante o trono se
prostraram sobre o seu rosto, e adoraram a Deus,12 dizendo:
Amém! O louvor, e a glória, e a sabedoria, e as ações de graças,
e a honra, e o poder, e a força sejam ao nosso Deus, pelos
séculos dos séculos. Amém!13 Um dos anciãos tomou a palavra,
dizendo: Estes, que se vestem de vestiduras brancas, quem são
e donde vieram?14 Respondi-lhe: meu Senhor, tu o sabes. Ele,
então, me disse: São estes os que vêm da grande
tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue
do Cordeiro,15 razão por que se acham diante do trono de Deus
e o servem de dia e de noite no seu santuário; e aquele que se
assenta no trono estenderá sobre eles o seu tabernáculo.16
Jamais terão fome, nunca mais terão sede, não cairá sobre eles
o sol, nem ardor algum,17 pois o Cordeiro que se encontra no
meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da água
da vida. E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima"
(Apocalipse 7:9-17). O pós-tribulacionismo é o que se chama
como a teologia do pacto. Mas o que sucedeu?

2. Pré-tribulacionismo. Não obstante que a igreja


primitiva e a patrística sustentavam a interpretação do Novo
Testamento no sentido de que a Igreja seria arrebatada depois
da grande tribulação, entretanto, no ano 374, Efraim o Sírio, sem
demonstrar profundamente, pela primeira vez na história lança a
ideia de um arrebatamento antes da grande tribulação; mas não
fez muito eco, pois até 1754 é quando retoma este ponto de
vista um pastor batista chamado John Gill; posteriormente
retomaram suas bandeiras os seguintes: em 1810 um jesuíta
chileno de apelido Lacunsa; em 1812, um irmão inglês chamado
Edward Irving; também ensinou o prétribulacionismo em 1816
uma mulher, ao parecer mística, chamada Margaret McDonald.
Mas o que deu o respaldo final foi o irmão John Nelson Darby em
1820, que havia escutado de Eduard Irving. O irmão Darby foi da
linha dos Brethren, também conhecidos na história como Os
irmãos de Plymouth, intimamente relacionados com a
restauração da igreja bíblica e a unidade do Corpo de Cristo.
Darby havia sido um arcebispo anglicano, de onde saiu para se
unir aos Irmãos em Plymouth. Darby aprofundou e sistematizou
o pré-tribulacionismo e o dispensacionalismo. Mas quem deu
ampla difusão ao prétribulacionismo e ao dispensacionalismo foi
o Dr. Scofield com suas famosas anotações da Bíblia, e por esse
meio essa corrente de ensinamento teve fácil entrada em muitas
denominações. A morte de Scofield, quem retomou as bandeiras
do pré-tribulacionismo foi Lewis Sperry Shaffer, fundador do
Seminário Fundamentalista de Dallas, Texas, onde se tem
formado muitos pastores denominacionais, e autor de una
famosa teologia sistemática; de maneira que tem sido meios
poderosos para que se difunda o pré-tribulacionismo. Outros
influentes pré-tribulacionista tem sido Charles Ryrie, John F.
Walvoord, das Assembleias de Deus, e J. Dwight Pentecost, autor
da conhecida obra dispensacionalista "Eventos do Porvir", que
tanta influência tem projetado no denominacionalismo.

Os irmãos que tem ensinado e difundido o pré-tibulacionalismo


merecem todo o respeito, mas devo declarar o que diz a Bíblia,
que se aos crentes é ensinado que a Igreja do Senhor será
trasladada antes da aparição do anticristo na esfera política
mundial, estão lhes enganando. "1 Irmãos, no que diz respeito à
vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com ele,
nós vos exortamos, 2 a que não vos demovais da vossa mente,
com facilidade, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por
palavra, quer por epístola, como se procedesse de nós, supondo
tenha chegado o Dia do Senhor.3 Ninguém, de nenhum
modo, vos engane, porque isto não acontecerá sem que
primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da
iniqüidade, o filho da perdição,4 o qual se opõe e se levanta
contra tudo que se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de
assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse
o próprio Deus.5 Não vos recordais de que, ainda convosco, eu
costumava dizer-vos estas coisas? 6 E, agora, sabeis o que o
detém, para que ele seja revelado somente em ocasião própria.7
Com efeito, o mistério da iniqüidade já opera e aguarda somente
que seja afastado aquele que agora o detém;8 então, será, de
fato, revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o
sopro de sua boca e o destruirá pela manifestação de sua vinda "
(2 Tessalonicenses 2:1-8).

Os pré-tribulacionista interpretam o versículo 7 no sentido de


que é o Espírito Santo quem impede a manifestação do
anticristo, e que o Espírito Santo será tirado da terra ao ser
arrebatada a Igreja. Mas tenhamos em conta que o Espírito
Santo está em todas as partes, inclusive no Hades. "7 Para onde
me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face?8
Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais
profundo abismo, lá estás também " (Salmos 139:7-8). Isso
significa que o Espírito continuará na terra depois que a Igreja
for arrebatada ao céu; inclusive estará nas duas testemunhas de
Deus cujo ministério se desenvolverá em Jerusalém durante a
grande tribulação.*(3) O Espírito não é quem tem detido a
manifestação dos grandes impérios mundiais. Deus tem traçado
um plano na história dos homens. Medite bem o leitor na estátua
do sonho de Nabucodonosor de Daniel 2; aí aparece a sucessão
dos impérios mundiais até a vinda do Senhor. As pernas da
estátua correspondem ao império romano; logo vem uma
explicação mais detalhada disto mesmo nas bestas de Daniel 7.
Note que a estátua termina em dez dedos, e a quarta besta
(Roma) aparece com dez chifres, dos quais se levantará outro, a
besta, que se encarregará de quebrantar aos santos do Senhor
(Daniel 7:14-25; Apocalipse 13:5,7; Apocalipse 17:12-13). A
Escritura se interpreta por si própria; de maneira que o que
impede a manifestação do anticristo é o império romano; ao ser
tirado o poder de Roma, aparecerá o anticristo. *(3)
Apocalipse 11_1-12

Vemos que para que na história se manifestasse o Império


Romano foi necessário que fosse tirado o império grego, e que
para que antes houvesse manifestado a Grécia, havia sido
necessário que se tirasse a Medo-Pérsia, etc. Muitos ignoram que
o Império Romano continuou governando em forma latente. Os
bárbaros podiam haver desferido um golpe mortal à Roma
imperial, mas esse mesmo espírito continua ao surgir a Roma
papal, a qual herdou os poderes imperiais sobre toda Europa e
suas colônias, poder que se encarregou de reviver o império
romano com o Sacro Império Romano Germânico com Carlos
magno e seus sucessores na Europa. De maneira, pois, que
estamos vendo um ressurgir do Império Romano no antigo
território europeu do império, suas antigas províncias, os países
que hoje formam a Comunidade Européia. Daí sairá o anticristo,
mas será um império diferente, pois o anticristo "o qual será
diferente dos primeiros... e cuidará em mudar os tempos e a lei "
(Dn. 7:24,25).

3. Os dois arrebatamentos. Ao analisar os dois anteriores


pontos de vista, e talvez vendo em ambos alguma razão, surgiu
uma terceira escola de interpretação com os irmãos Robert
Govett, G. H. Pember, D. M. Panton, pioneiros da restauração da
igreja bíblica, e ultimamente com o irmão Lang, com a convicção
de que o arrebatamento da Igreja tem duas etapas ou dois
arrebatamentos, um antes da tribulação para as primícias, os
vencedores, e outro depois da tribulação para a colheita, ou seja,
o resto dos cristãos salvos. Para ele tomam textos bíblicos tanto
do Antigo como do Novo Testamento. Este foi o ponto de vista
que seguiram e ensinaram os irmãos Watchman Nee e Witness
Lee, apóstolos da restauração na China. Mas devemos ter em
conta que só há duas ressurreições: Uma no começo do milênio
para a igreja, e outra no final do reino milenar, para os ímpios.
Também a Escritura fala de primícias da ressurreição, mas diz
que as primícias é Cristo. "20 Mas, de fato, Cristo ressuscitou
dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem.21
Visto que a morte veio por um homem, também por um homem
veio a ressurreição dos mortos.22 Porque, assim como, em
Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em
Cristo.23 Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo , as
primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda" (1
Coríntios 15:20-23). De maneira que Cristo é as primícias da
primeira ressurreição; a igreja é a colheita.

OS VENCEDORES E O TRIBUNAL DE CRISTO

Diferença entre a salvação e o reino

Satanás quebrou a ordem divina instaurada no universo,


envolvendo nele mais tarde o homem. Mas o Filho de Deus
encarnou para iniciar a restauração de tudo, conforme o
propósito inicial de Deus, incluindo a Igreja que Ele mesmo
resgatou, até instaurar sobre a terra o reino dos céus, até que
sejam postos todos seus inimigos por estrado de Seus pés.

O Pai é quem nos revela a Seu Filho Jesus Cristo, por Seu
Espírito, o qual é quem nos dá a convicção e a capacidade de
arrepender-nos, "8 Porque pela graça sois salvos, mediante a
fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus;9 não de obras, para
que ninguém se glorie" (Ef. 2:8,9). Essa salvação não está
condicionada a obra alguma de nossa parte, nem boa nem má, e
dela não nos separará nem o presente nem o porvir*(1). Esta
salvação corresponde ao espírito. Mas a alma também deve ser
salva; e devemos nos ocupar da salvação de nossa alma, de
nosso eu, com temor e tremor*(2). Se não se faz uma clara
diferença entre a salvação da alma e do espírito, a confusão é
grande. Não confundas a alma e o espírito. O homem é um ser
tripartido. A alma é o eu da pessoa, ali está a sede de sua
personalidade, pois é o assento do intelecto (pensamentos),
vontade (faculdade de decidir) e emoções, e dali emana sua
responsabilidade e seu poder de decisão. Portanto, é necessário
que nosso espírito (homem interior, o chama Paulo), já salvo,
seja fortalecido com o poder do Espírito Santo, para que em
conseqüência habite Cristo pela fé em nossos corações, que é
outra forma bíblica de chamar a alma mais a consciência do
espírito*(3), e chegue a ser Ele vivendo em nós e não nós
mesmos*(4). Quando isto ocorrer, teremos sido aperfeiçoados
pelo Senhor, teremos salvo nossa alma e teremos chegado a ser
verdadeiros vencedores.
*(1) Cfr. Romanos 8:38*(2) Filipenses 2:12*(3) Efésios
3:16,17*(4) Gálatas 2:20

A salvação do espírito se relaciona com a vida eterna, e a


salvação da alma e as boas obras estão intimamente
relacionadas com a participação no reino, que são dois aspectos
diferentes. Uma coisa é a salvação eterna, que é um dom de
Deus imerecido e que não se perde, e outra coisa diferente é a
recompensa de Deus ou o castigo temporário durante a era do
reino. O problema da eternidade já está resolvido desde antes da
fundação do mundo e faz dois mil anos que teve seu
cumprimento na cruz do Calvário, mas o da posição no reino e
sua recompensa dependem de que nós nos mantenhamos
firmes. Não se deve confundir o reino com a salvação eterna. A
salvação se recebe pela fé; é um presente, é a vida eterna; por
outro lado, no reino se entra por nossa fidelidade até a morte, se
recebe por obras, por obedecer ao Pai; no caso de Esmirna é a
coroa da vida. Quando a palavra de Deus diz em Romanos 8 que
não nos separará do amor de Cristo nem o porvir, ali não está
condicionando que classe de porvir em nossas vidas. Aconteça o
que acontecer no futuro, não perderemos nossa salvação eterna.
Romanos 8:35-39 declara que não há maneira de separar-nos de
Cristo. Nossa salvação eterna não se perde, pois não depende de
nossas obras nem de nossas justiças próprias; se assim fosse,
aparte de que anularia a obra do Senhor, se acaso hoje fosse
salvo e amanhã não; talvez depois de amanhã sim; e depois?
Nossa salvação nem sequer assim poderia sustentar-se firme,
pois nada do que façamos ou deixamos de fazer nos fará
merecedores de podermos chegar até Deus. A Bíblia não indica
nenhum caminho nem esforço humano para chegar a Deus. Pelo
contrário, nos revela que a melhor de nossas justiças é como
trapo de imundícia frente à obra de Deus; mas, graças ao Senhor
que nossa salvação não depende de nós, inúteis humanos,
depende da obra que Cristo levou a cabo por nós em Sua
encarnação, em Sua morte na cruz, em Sua ressurreição e em
Sua glorificação. Tudo tem feito Cristo, "que nos salvou e nos
chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras,
mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi
dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos" (2 Timóteo
1:9). "Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus,
nosso Salvador, e o seu amor para com todos,5 não por obras
de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia,
ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do
Espírito Santo " (Tito 3:4.5).

A Bíblia diz que a salvação é um presente de Deus que não se


perde, pois fomos salvos uma só vez e para sempre; diz que
ninguém tem merecido a salvação, nem pode fazer algo de sua
própria natureza para recebê-la. É um presente que se recebe
pela fé, e a própria fé nos é dada por Deus. É Deus que tem
eleito à quem vai salvar. Deus "4 assim como nos escolheu nele
( Em Cristo) antes da fundação do mundo, para sermos santos e
irrepreensíveis perante ele; e em amor " (Efésios 1:4). Diz em
João 15:16: " Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo
contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que
vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo
quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda". Desde
antes da fundação do mundo temos sido predestinados a uma
salvação que não se perde jamais. "Os gentios, ouvindo isto,
regozijavam-se e glorificavam a palavra do Senhor, e creram
todos os que haviam sido destinados para a vida eterna" (At.
13:48). Levemos em conta que o que Deus dá, não tira. "Ele vos
deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados" (Ef.
2:1); aqui, como em outras partes, aparece no passado, se trata
da salvação do espírito; por outro lado quando se trata da
salvação da alma, sempre aparece no presente ou futuro. Por
exemplo, diz 1 Timóteo 4:16: "Tem cuidado de ti mesmo e da
doutrina. Continua nestes deveres; porque, fazendo assim,
salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes ". Também
Lucas 21:19 diz: "É na vossa perseverança que ganhareis a
vossa alma".

A maioria dos teólogos, mestres e estudiosos da Bíblia, em sua


concepção e exegese tradicional ignoram ou seguem tendo
dificuldade para interpretar e concordar corretamente o conteúdo
das passagens que se relacionam com o tribunal de Cristo e o
juízo da Igreja. Ao ignorar a exegese dos respectivos textos ou
se confundirem, tem chegado à concepção da falsa doutrina de
que a salvação se perde, porque não fazem diferença entre a
alma e o espírito e seus respectivos tempos de salvação. Se tu és
um legítimo cristão, não estás perdido eternamente, mas pode
ser que leves uma vida vencida e tenha motivos suficientes para
merecer um tratamento adicional do Senhor; esse tratamento
disciplinar pode ser executado agora, nesta era da Igreja ou
quando vier o Senhor, o qual não significa que se vá perder tua
salvação eterna. É muito certo o que nos diz João 3:16, mas
também é certo o que nos diz Apocalipse 2:11. Podemos fazer,
por exemplo, uma relação entre Mateus 5:13 com Lucas 14:34-
35. Nos diz o Senhor em Mateus 5:13: "Vós sois o sal da terra;
ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para
nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos
homens". Os cristãos são o sal da terra. O que significa ser
lançado fora? Significa ser excluídos do reino dos céus. Diz em
Lucas 14:34-35, onde o Senhor nos dá a chave: "34 O sal é
certamente bom; caso, porém, se torne insípido, como
restaurar-lhe o sabor?35 Nem presta para a terra, nem mesmo
para o monturo; lançam-no fora. Quem tem ouvidos para ouvir,
ouça ". O sabor e utilidade desse sal dependem da conduta do
crente nesta terra, de seu grau de renuncia ao mundo e aos
deleites terrenos. O que acontecerá com os que não renunciam a
todas as coisas da vida presente? Que não serão aptos para o
reino dos céus (na terra), nem para a estrumeira, ou inferno,
porque são filhos de Deus, então serão lançados da glória do
reino às trevas exteriores. Se tu és um cristão derrotado, jamais
deixas de ser um filho e servo de Deus, mas há em tua vida a
opção de ser jogado fora da terra, às trevas exteriores, longe da
glória do reino de Cristo, durante o Milênio. Como temos anotado
no capítulo 4, em muitas partes da Palavra de Deus vemos que
haverá diferentes classes de castigos disciplinares para os
crentes derrotados.

O sermão do monte foi dito pelo Senhor a Seus discípulos, e são


princípios e normas que se referem ao reino, para que a Igreja
saiba o que lhe corresponde quanto ao trato e inter-relações dos
irmãos, seus compromissos e atividades na obra do Senhor, sua
atitude frente às coisas terrenas. No Antigo Testamento, temos o
Salmo 89, um salmo messiânico que se relaciona com o pacto de
Deus com Davi, o qual tem seu pleno cumprimento com o
Senhor Jesus Cristo, de quem nos versos 27-29 diz:
" 27 Fá-lo-ei, por isso, meu primogênito, o mais elevado entre os
reis da terra.28 Conservar-lhe-ei para sempre a minha graça e,
firme com ele, a minha aliança".
Logo nos versos 30-37 nos diz: "30 Se os seus filhos
desprezarem a minha lei e não andarem nos meus juízos,31 se
violarem os meus preceitos e não guardarem os meus
mandamentos, 32 então, punirei com vara as suas
transgressões e com açoites, a sua iniqüidade.33 Mas
jamais retirarei dele a minha bondade, nem desmentirei a
minha fidelidade.34 Não violarei a minha aliança, nem
modificarei o que os meus lábios proferiram.35 Uma vez jurei
por minha santidade (e serei eu falso a Davi?):36 A sua
posteridade durará para sempre, e o seu trono, como o sol
perante mim.37 Ele será estabelecido para sempre como a lua e
fiel como a testemunha no espaço".

Vemos que o não vitorioso terá seu castigo, ainda que não
perderá sua salvação. Se sabe pela Palavra de Deus que no
cristianismo professo há discórdia e gente não regenerada dentro
de suas fileiras, e já sabemos o que sucederá com essas
pessoas, mas também é um fato indiscutível que na Igreja, entre
os regenerados e lavados pelo sangue do Senhor há servos fiéis,
menos fiéis e infiéis, vencedores e derrotados, valentes e
covardes, maduros e imaturos, espirituais e carnais, diligentes e
negligentes, crianças flutuantes e adultos na fé. Em Mateus
24:45-51, encontramos o que acontecerá tanto com uma classe
de servos como com a outra, na vinda do Senhor e o
estabelecimento de seu tribunal, quando diz:
" 45 Quem é, pois, o servo fiel e prudente, a quem o senhor
confiou os seus conservos para dar-lhes o sustento a seu tempo?
46 Bemaventurado aquele servo a quem seu senhor, quando
vier, achar fazendo assim.47 Em verdade vos digo que lhe
confiará todos os seus bens.48 Mas, se aquele servo, sendo
mau, disser consigo mesmo: Meu senhor demora-se,49 e passar
a espancar os seus companheiros e a comer e beber com
ébrios,50 virá o senhor daquele servo em dia em que não o
espera e em hora que não sabe 51 e castigá-lo-á, lançando-lhe
a sorte com os hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes ".

Onde estiverem os hipócritas sofrendo eternamente, ali mesmo


estarão sendo castigados por um tempo (diz, sua parte) os
crentes descuidados, desobedientes, glutões, bêbados, viciosos,
preguiçosos, mundanos, amadores dos prazeres mais que de
Deus; os que buscam impor sua autoridade e suas leis na igreja.
É importante ter em conta que a Escritura diz com toda clareza
que somos salvos pela graça de Deus mediante a fé, como um
presente de Deus em Cristo; entretanto, a continuação e as
entrelinhas seguidas afirmam no mesmo contexto que o Pai
preparou um trabalho exclusivo para cada um de nós. "10 Pois
somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as
quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas"
(Ef. 2:10).

Isso significa, não obstante, que como filhos de Deus, temos a


responsabilidade diante Dele de fazer algo específico que Deus
preparou para que fizéssemos, dentro dos propósitos Dele na
edificação de Sua casa, e do qual devemos dar conta. Deus não
tem deixado Sua criação nem muito menos a edificação de Sua
Igreja ao arbítrio dos homens. É necessário trabalhar de acordo a
um plano minuciosamente traçado pelo Senhor, de acordo com
Sua vontade, e seguindo os fundamentos bíblicos. Não se trata,
pois, de fazer as coisas de acordo com nosso próprio plano e
propósito, assim nos pareça que o que fazemos é perfeito e
aceito por Deus.

É necessário, pois, e para benefício nosso, que desviemos nossa


atenção dos meros interesses terrenos, tanto de tipo pessoal
como dos relacionados com organizações religiosas não
fundamentadas na Palavra de Deus, e não descuidar a salvação
de nossa alma.

"...desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor" (Fp.


2:12); e a razão disto encontramos também na bendita Palavra
de Deus, quando diz " Pois que aproveitará o homem se ganhar o
mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em
troca da sua alma?" (Mateus 16:26). De acordo com o contexto,
isto não disse o Senhor às multidões mundanas e sim a seus
discípulos. Disse o irmão W. Nee:
"Não podemos mesclar a perdição eterna com a disciplina. Muitos
versículos, que parecem dizer que os cristãos podem se perder
de novo, realmente falam da disciplina dos cristãos. Não só está
o assunto da disciplina e o assunto da falsidade, Mas também o
assunto do reino e da recompensa. Estas poucas coisas são
fundamentalmente diferentes. Muitas vezes, aplicamos as
palavras para o reino à era eterna, e as palavras com respeito à
recompensa ao tema da vida eterna.
Naturalmente, isto produzirá muitos problemas. Devemos darnos
conta de que existe uma diferença entre o reino e a salvação, e
entre a vida eterna e a recompensa. A maneira em que Deus
tratará conosco no milênio é diferente da maneira em que Ele
tratará conosco na eternidade. Há uma diferença na maneira em
que Deus trata com o homem no mundo restaurado e no mundo
novo. O milênio está relacionado com a justiça. Está relacionado
com nossas obras e com nosso andar depois de que temos
chegado a ser cristãos. O reino milenar tem como propósito
julgar nosso andar; entretanto, na eternidade, nos novos céus e
nova terra, tudo é graça gratuita. E o que tem sede pode vir e
beber gratuitamente (Apocalipse 22:17). Esta palavra é falada
depois de que os novos céus e a nova terra tenham vindo".*(5)
*(5) Watchman Nee. O Evangelho de Deus. L. S. M. Tomo II.
Pág. 357.

As bodas do Cordeiro

Não tem havido muita clareza no relacionado com as bodas do


Cordeiro e com a Igreja. Muitos irmãos pensam que toda a
Igreja, ou seja, cem porcento dos irmãos participarão como
noiva nas bodas. Mas a Escritura não diz isso. Na parábola da
festa de bodas diz que "o reino dos céus é semelhante a um rei
que fez festa de bodas a seu filho" (Mt. 22:2). Pelo contexto
vemos que para participar nesta festa de bodas é necessário
cumprir certos requisitos, como ser dignos (v.8) e estar vestido
de certo tipo de vestido de boda. Dizem os versos 1113: "11
Entrando, porém, o rei para ver os que estavam à mesa, notou
ali um homem que não trazia veste nupcial12 e perguntou-lhe:
Amigo, como entraste aqui sem veste nupcial? E ele
emudeceu.13 Então, ordenou o rei aos serventes: Amarrai-o de
pés e mãos e lançai-o para fora, nas trevas; ali haverá choro e
ranger de dentes". O que significa este vestido de boda? O fato
de que este homem entrou à festa de bodas é porque é salvo,
mas não estava vestido com as vestes dos vencedores, o da
justiça subjetiva em seu andar com o Senhor.

O compreenderemos melhor com Apocalipse 19:7-9: " 7


Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe a glória, porque são
chegadas as bodas do Cordeiro, cuja esposa a si mesma já se
ataviou,8 pois lhe foi dado vestir-se de linho finíssimo,
resplandecente e puro. Porque o linho finíssimo são os atos de
justiça dos santos.9 Então, me falou o anjo: Escreve: Bem-
aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do
Cordeiro. E acrescentou: São estas as verdadeiras palavras de
Deus". Então vemos que as bodas do Senhor não se farão com
toda a Igreja; nem todos são chamados para participar ali, senão
só com Seus vencedores, os quais vêm a ser a esposa. Por um
lado vemos que na parábola fala de alguém que, mesmo que
seja salvo, é lançado fora por não estar com o vestido adequado;
e por outro vemos em Apocalipse 19:7-9 que fala do vestido de
linho fino, que são os atos de justiça dos santos, e esses atos
justos só se veem nos vencedores.

A noiva do Cordeiro deve estar preparada antes desse


acontecimento. Como é essa preparação? Deve levar o vestido
adequado, que simboliza a vida do Senhor em nós, nossa justiça,
nossa conduta, nossas obras em Deus, e além disso, estar cheios
de azeite do Espírito Santo, como diz Eclesiastes 9:8: "Em todo
tempo sejam alvas as tuas vestes, e jamais falte o óleo sobre a
tua cabeça". Temos o caso das cinco virgens insensatas. Lhes
faltou pureza, limpeza de toda mancha, lhes faltou azeite, não
haviam pagado o preço, e sendo salvas, pois foram até o tribunal
de Cristo, não puderam participar nas bodas do Cordeiro. Não
haviam se preparado para as bodas. "E, saindo elas ( As
insensatas) para comprar(pagar o preço), chegou o noivo, e as
que estavam apercebidas entraram com ele para as bodas; e
fechou-se a porta.11 Mais tarde, chegaram as virgens néscias,
clamando: Senhor, senhor, abre-nos a porta!12 Mas ele
respondeu: Em verdade vos digo que não vos conheço" (Mateus
25:10-12). Sem fé não podemos alcançar a salvação eterna;
mas sem obras justas não poderemos desfrutar do reino dos
céus, incluindo as bodas de Cordeiro. Na Palavra de Deus se fala
de una vestidura de bodas, e explica em que consiste; ninguém
pode confeccionar esse vestido a não ser com a ajuda de Senhor.
O Senhor faz em nós e nós fazemos Nele. Trabalhar sem Ele, é
trabalhar em madeira, feno e palha. A vestidura objetiva significa
que somos revestidos de Cristo, digamos, por fora, somos
mudados de posição; e a vestidura subjetiva significa que somos
habitados por Cristo por dentro; que somos conformados a Sua
imagem. Ele é forjado em nós, manifestando seus atributos
através das virtudes de nossa alma renovada. Irmão, medita na
arca do pacto. Foi feita de madeira de acácia (a humanidade),
mas revestida de ouro (a divindade) por dentro e por fora. Para
que possamos participar nas bodas, é necessário que nosso eu
seja aniquilado, e Cristo forjado em nós antes; temos tido que
sofrer dores de parto. Mas Cristo se forma em nós com nosso
consentimento, usando também de nossa vontade. Paulo disse
aos santos, salvos de Galácia: "meus filhos, por quem, de novo,
sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em vós" (Gálatas
4:19).

Quando se levarão a cabo as bodas? Imediatamente depois do


juízo da Igreja ante o tribunal de Cristo, seguidas pelas festas,
naturalmente, as quais se prolongarão por todo o milênio. "E o
Espírito e a Noiva dizem: Vem". Só o Espírito Santo e a Noiva
estão preparados para o encontro com o Senhor. Antes vejamos
que o Espírito falava às igrejas; agora o Espírito de Deus e os
vencedores se tem feito um, e expressam o desejo de que venha
prontamente o Senhor.

A sétima promessa

"Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim


como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono"
(Ap. 3:21). Este é o máximo galardão que o Senhor pode
outorgar ao um vencedor. O Senhor tem falado à Igreja; então o
Senhor está à porta, chamando a quem queira abrir. A grande
multidão dos crentes são crianças carnais, entretidos em seus
próprios deleites e diversões, nas falsas doutrinas de
prosperidade; têm se enchido de riquezas materiais, e orgulho;
se gabam dos muitos conhecimentos que vão adquirindo, de
suas posições ante o Estado e as esferas sociais; já não
necessitam de Deus. Mas o Senhor recorre aos vencedores, ao
que lhe escute e lhe obedeça, ao que abre suas intimidades com
Ele; ao que esteja disposto a se por de acordo com Ele. O tempo
já está pronto para se cumprir; já vai terminar a era da graça, e
vem a do reino milenar; se aproxima o juízo da Igreja ante o
tribunal de Cristo; então o Senhor, em troca dos "tronos"
fabricados pelos homens, oferece a máxima posição de glória,
sentar-se com o Senhor em Seu trono. Por que precisamente a
esta igreja do morno período de Laodicéia? Ainda que a Igreja
esteja ocupada em seus próprios interesses e glórias terrenas,
entre os vencedores já existe a expectativa da vinda do Senhor.
Eles sabem que esse glorioso dia está às portas; o esperam
ansiosos e amam o regresso do Senhor. Os vencedores que
receberem este galardão de se sentarem com o Senhor em Seu
trono, hão de participar da autoridade do Senhor, em sua
qualidade de reis, governando com Ele sobre toda a terra
durante o reino milenar de Cristo. Mas antes os vencedores têm
comprado de Deus ouro puro refinado pelo fogo.
Aqui o que vence o faz sobre a mornidão da igreja degradada,
gerada pelo orgulho do conhecimento de muita doutrina, mas
sem o Senhor. Aqui o vencedor é o que paga o preço para
comprar o ouro refinado nas provas de fogo, as vestiduras
brancas de seu andar em Cristo e o colírio da unção e a luz do
Espírito Santo. Ao vencedor compete vencer não só a hostilidade
do mundo e de seu próprio eu, senão também, e o que é pior, a
infidelidade, cegueira, prepotência e desvio da Igreja.

A Igreja está cheia de outras glórias alheias à verdadeira glória


do Senhor; a Igreja se embriaga dos potentes imãs do progresso
material, e tem se esquecido da verdadeira glória do reino, o
qual se ganha com a cruz, negando-se a si mesmo. Todo crente
que se ocupe hoje em exaltar a si mesmo e a seu ministério,
atropelando às ovelhas do Senhor, chegará nesse dia em que
sofra a mais dolorosa humilhação. Na Igreja se tem generalizado
o conceito de que o Senhor só nos salvou do inferno; já não
temos que ir ao inferno, pois não há idéia de qual seja o plano de
Deus para a Igreja; e, além disso, nos salvou para que vivamos
nesta terra cheios de bens materiais e felicidades temporárias.
Mas vem o juízo de Deus, e o juízo começa por Sua própria casa.
Irmão, deixa que o Senhor julgue agora teu andar; permite que
o Senhor julgue cada pensamento; submete ao juízo do Senhor
cada ato teu, cada passo que dê; acostuma-te a viver abaixo do
juízo da Palavra de Deus, do Espírito Santo por tua consciência,
da voz do Senhor dentro de ti. Julga-te a ti mesmo usando as
ferramentas que o Senhor te ha dado. Se isso chega a ser tua
realidade cotidiana, o dia que o Senhor julgar a Seu povo, para ti
será um dia de glória.

Todo vencedor estará reinando no milênio a um mesmo nível que


os demais? De acordo com a parábola das minas de Lucas
19:11-26, cada crente exercerá no reino um serviço de acordo
com o uso que tenhamos feito aqui dos dons que nos tem
outorgado o Espírito Santo, postos ao serviço de Deus. Nem
todos teremos a mesma posição no reino dos céus, nem os
mesmos privilégios, nem desfrutar ao Senhor no mesmo grau de
proximidade. O Senhor é justo e trabalha com justiça. Na terra
medimos as classes e as posições de maneira diferente a como
se medem no céu.

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