Unidade II-SEBENTA
Unidade II-SEBENTA
Unidade II-SEBENTA
As propriedades de um solo nem todas combinam para uma aptidão. Existem as que levam a
fertilidade ou a infertilidade. As propriedades constituem reflexos das caracteristicas dos factores
e denunciam a existência ou não de um factor predominante ou determinante nas propriedades
que o solo apresenta. Na superfície existe um mosaico de diferentes tipos de solos que reflectem
a variação espacial na intensidade da interação dos factores e no caracter dos processos.
a) A COR
A cor o solo depende não só do material de origem mas também da combinação dos factores de
formação. A cor do solo é uma propriedade mais fácil de ser observada. Muitos solos são
conhecidos pelas cores que apresentam e é mais fácil memorizar os nomes quando associados as
cores. Existem solos de varias cores: castanho, preto, vermelhos, esbranquiçados e outras.
É a característica que mais salta a vista e é um sinal essencial para os processos ocorridos nos
solos. Por isso, embora a cor tenha fraca ou quase nula influência directa sobre os fenómenos que
se verificam no solo, tem grande importância para a interpretação da génese dos solos, para a sua
classificação e para a identificação de unidades – solo já definidas como o comprovam
inclusivamente varias designações de grupos de solo derivados da cor.
Elaborado por: Nelson Filipe, Departamento de Ciências da Terra e Ambiente, UniSave, 2019
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a) Horizontes orgânicos de solos minerais são geralmente pardos – escuros a negros (tanto
mais escuros quanto maior o grau de decomposição).
b) A cor parda pode ser devida a óxido de ferro ou a influência combinada de óxido de ferro
e matéria orgânica.
c) A cor vermelha ou laranja dos solos é devida em geral a óxidos de ferro não hidratados
ou de certos compostos de manganês – indicam boas condições de drenagem e de
arejamento.
d) As cores amarelas são devidas a óxidos de ferro mais ou menos hidratados e,
possivelmente a mistura de óxidos de ferro e de alumínio.
e) As cores cinzentas claras a esbranquiçadas de todo ou parte de perfil, podem ser devidas
a constituintes muito diversas: caulinite, carbonato de cálcio e de magnésio, gesso,
concentrações de sódio, materiais quartzosos e feldspáticos entre outros.
b) A TEXTURA
É a proporção relativa em tal solo de lotes constituídos por partículas minerais de dimensões
compreendidas entre certos limites. Para a definição de classes de textura consideram-se diversos
lotes da chamada terra fina, que passa por um crivo com orifício de 2 mm de diâmetro.
A proporção em relação ao total, dos minerais primários e, ou fragmentos da rocha com maiores
dimensões que retidos no mesmo crivo, pode considerar-se para completar a designar da textura
elementos grosseiros. Para a especificação laboratorial da textura efectua-se a análise
granulométrica, que consiste na determinação das proporções em que entram na terra fina
diversas fracções. A análise granulometrica pode ser por crivagem faz-se para analisar uma
determinada quantidade do solo num crivo de orifício de dimensões de diâmetro; sedimentação e
decantação, levitação, peritagem e dissimetria.
Elaborado por: Nelson Filipe, Departamento de Ciências da Terra e Ambiente, UniSave, 2019
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O termo textura refere-se a proporção relativa das fracções de areia, limo e argila em solo.
Raramente um horizonte é constituído de uma única fracção, mas de combinação dessas três, a
qual define a classe de textura. Estas são identificadas graficamente nos diagramas triangulares
feitos com esse propósito (Gráfico 1).
100 0
80
20
% Limo
% Argila
SOLO ARGILOSO
20
SOLO 80
BARRENTO
SOLO
SOLO LIMOSO
ARENOSO
0 100 80 60 40 20 0 100
% Areia
i. Uma amostra, por exemplo, é classificada como arenosa se tem mais de 80% de fracções
de tamanho areia; argilosa se possuir mais de 35% de argila; e barrenta, ou franca, se
tiver as três fracções em quantidades equilibradas.
ii. Algumas vezes, com fins práticos, os solos arenosos são referidos como de "textura
grosseira", os barrentos como de "textura média" e os argilosos como de "textura
pesada".
Elaborado por: Nelson Filipe, Departamento de Ciências da Terra e Ambiente, UniSave, 2019
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Escala granulométrica
Elaborado por: Nelson Filipe, Departamento de Ciências da Terra e Ambiente, UniSave, 2019
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A textura do solo é determinada por análise mecânica que possibilita a separação, por crivagem,
dos componentes minerais após eliminação da componente orgânica por acção de ácidos e da
componente líquida por aquecimento na estufa a 105ºC. A análise mecânica permite estabelecer
classes de textura e assim classificar os solos com base em digramas triangulares de
classificação. A textura de um solo depende do seu grau de evolução, natureza da rocha – mãe,
da topografia e do clima.
c) ESTRUTURA
É a característica física do solo expressa pelo tamanho, forma e arranjo das partículas e dos
respectivos vazios, considerando-se não só as partículas individuais da areia, limo e argila, mas
também as partículas compostas (pedes ou agregados estruturais). Na estrutura distingue-se a)
textura refere-se apenas ao arranjo das partículas e os vazios associados; e b) pedalidade ou
agregação refere-se ao tamanho, forma e arranjo dos agregados.
Caso o material do solo não apresente pedes, diz-se que o solo não possui pedalidade ou
agregação ou então que é um solo apelido. Para examinar a estrutura do solo, retira-se um lote de
terra de um horizonte e calmamente procura-se seleccionar com os dedos aqueles lotes que, em
condições naturais estão fracamente ligados uns aos outros. Depois que estão separados
verificam-se a sua forma, tamanho e grau de desenvolvimento, ou coesão dentro de e fora dos
lotes.
Os lotes podem ter formato e tamanhos variados. Quando tem aspectos de esferas, ou se a maior
parte das faces são arredondadas, determina-se esta estrutura; granular quando as faces são
planas ou quase planas, são de estrutura angular ou sub angular e quando as faces são planas e as
dimensões horizontais excedem as dimensões verticais, a estrutura é laminar; finalmente se as
dimensões verticais ultrapassam as dimensões horizontais tem-se a estrutura prismática (se todas
as faces são planas) ou colunar (se a face superior é arredondada).
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Elaborado por: Nelson Filipe, Departamento de Ciências da Terra e Ambiente, UniSave, 2019
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d) CONSISTÊNCIA
As partículas da areia, húmus ou argila são aglomeradas em lotes ou torrões mas mantidas,
coesas com diferentes graus de coesão. Dai que uns solos são mais macios e outros duros. A
resistência dos lotes a qualquer forca que tende a desfaze-los denomina-se consistência e, na
pratica, é determinada pressionando-se um lote do solo entre os dedos. O grau de consistência
do solo vai mudando em função da: a) textura, b) tipos dos minerais, c) da fracção da argila, d)
óxidos de ferro, entre outras.
A consistência é a resistência que o solo oferece a deformação ou a ruptura por acção de força
externa através de instrumentos aratórios (enxada, charrua, etc). A consistência pode influenciar
no crescimento das raízes, e a susceptibilidade do solo a compactação e a erosão. Dela depende a
escolha da altura para a mobilização do solo. Esta propriedade pode ser modificada incorporando
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no solo correctivos (estrumes, calcário, etc), ou por meio de trabalhos de mobilização bem
conduzidos. A consistência é avaliada pela:
i. Tenacidade ou Dureza
manifesta-se em solo seco, conforme se desfaz facilmente ou não. Quanto a tenacidade os
solos podem ser classificados em brandos, ligeiramente duros, duros, muito duros ou
extremamente duros. A tenacidade aumenta com o aumento da argila. Por exemplo, os
solos arenosos não são adesivos, nem plásticos e são classificados como soltos e brandos.
ii. Adesividade
É a tendência maior ou menor que os solos tem de aderir (ou colarem-se) aos orgãos das
máquinas ou objectos. De acordo co esta propriedade os solos podem ser classificados
em: não pegajoso, pouco pegajoso, muito pegajoso. Este influi na mobilização do solo e
no trafego das maquinas. Um solo pegajoso não pode ser trabalhado quando humido
porque pode aderir as rodas do trator e as alfaias agrícolas. Contudo os solos bastante
pegajosos (com muita tenacidade) muito coesivas (com muita adesão) são estáveis e
oferecem um apoio seguro as plantas.
iii. Plasticidade
É a capacidade que o solo tem de se deformar por acção da pressão exercida, ou seja é a
possibilidade de, amassando um pouco do solo com água, o moldar, de modo a conservar
a forma que for dada. Resulta da existência de quantidade suficiente de argila e, por isso
pode ser usada como forma de verificar no campo, aproximadamente a textura.
iv. Expansibilidade
v. Contractibilidade
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E) DRENAGEM
É a Capacidade que o solo tem de deixar passar água no seu perfil (drenagem interna),
Capacidade de escoamento de água à superfície esta relaciona-se estreitamente com a topografia.
Os solos leves, arenosos ou de baixa densidade tem geralmente boa drenagem; Os solos pesados,
argilosos, elevada densidade possuem menor capacidade de drenagem ou seja tem drenagem
deficiente.
F) POROSIDADE / PERMEABILIDADE
A permeabilidade pode ser medida por intermédio da porosidade, que é o conjunto de espaços
vazios entre as partículas ou agregados do solo1. Podendo ser determinado pela seguinte formula:
G) DENSIDADE
Também designada por massa volumétrica aparente. Corresponde à massa de solo seco por
unidade de volume de solo. Este peso varia com a pressão, como é natural, porque os espaços
intercalares podem ser maiores ou menores.
Determina-se colhendo um volume conhecido do solo com uma sonda especial para manter a
estrutura natural (sem compactar), e secando-o a 105ºC e de seguida pesa-se.
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H) TEMPERATURA
O calor do solo provém, na sua quase totalidade, da energia radiante emitida pelo sol. Porém
existe outras fontes secundárias tais como: Calor proveniente do centro da terra; as chuvas
quentes do verão intertropical; calor da hidratação do material coloidal do solo (húmus);
decomposição da matéria orgânica. A temperatura do solo exerce maior ou menor influencia em
algumas das suas características:
a) Composição do ar;
b) Níveis de matéria orgânica
c) Quantidade de nutrientes
d) Na humificação
e) Nitrificação
f) Germinação das sementes
g) Na vida das plantas superiores
h) Na actividade da fauna
i) Da microfauna do solo
A temperatura do solo é factor condicionado da produção agrícola e ainda é elemento
fundamental para a distinção de unidades taxonómicas. A cor influi na temperatura do solo
porque é ela que determina a intensidade de reflexão das radiações solares. Por analogia, é
igualmente do conhecimento de muitos que por exemplo as roupas de cores escuras são mais
quentes que as roupas de cores claras.
Os solos mais escuros são menos refletores e absorvem mais radiação solar do que os solos mais
claros e por isso aquecem mais depressa em relação a mesma intensidade de insolação. Em solos
frios as reações químicas e biológicas são mais lentas. A decomposição da matéria orgânica e a
libertação de nutrientes minerais é menor, assim é a absorção de água e nutrientes pelas plantas.
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As propriedades Químicas dos solos são: Ph, Capacidade de troca catiónica (CTC), matéria
orgânica. Elementos químicos importantes e sua origem. Tipos de argilas no solo. O
complexo argilo-húmico.
Acidez pH
É a concetração dos iões de Hidrogénio H +
Neutro
Os solos ácidos são solos lixiviados sem catiões de troca (Ca, Al, H, Mg, K, ) sobrando
neles apenas (Fe, Al, H, C, S, Cl). Os solos básicos são ricos em catiões de troca (Ca, Al,
H, Mg, K, ). Os solos com textura argilosa argila tem grande quantidade de catiões de
troca.
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principal da fertilidade do solo porque são estes catioes que sao utilizadas pelas plantas para sua
alimentação. Sao solos quimicamente activos e relactivamente ferteis.
Quanto maior for a quantidade de azoto no solo ou nitrogénio maior é a fertilidade e materia
organica e maior a actividade dos microrganismos. Sio2 a sua maior quantidade revela fertilidade
do solo e leveza do solo. Fe2o3 indica o grau de meteorização do solo. A falta destes elementos
exige a reposicao pelo homem (adubos).
ACTIVIDADE 2
1. Definir Albedo
2. “Um solo nú aquece e arefece mais depressa e tem maior amplitude térmica do que um
solo revistido”. Justifique.
3. Relacione a drenagem com os factores de formação de solos.
4. “Nem todos os solos têm estrutura”. Concorda com afirmação? Justifique o teu
posicionamento.
5. Como se pode aplicar na prática os conhecimentos sobre as propriedades físicas,
químicas e biológicas dos solos?
6. Explique porquê é que os solos das zonas equatoriais são pouco evoluídos e de menor
fertilidade apesar de enorme vegetação?
7. Trabalho Prático
i. Apartir de um local do seu bairro, elabore um perfíl do solo com as devidas
coordenadas geográficas;
ii. Identique a cor, a textura e a estrutura;
iii. Explique a relação entre textura-porosidade-permeabilidade e drenagem;
iv. Avalie as suas diversas formas de consistência;
v. Analise a relação entre as suas propriedades físicas com as químicas e biológicas;
vi. Descreve os processos de uso e aproveitamento sustentável dele pelas
comunidades.
Elaborado por: Nelson Filipe, Departamento de Ciências da Terra e Ambiente, UniSave, 2019