Modelo Psicodinâmico Do Apoio Psíquico
Modelo Psicodinâmico Do Apoio Psíquico
Modelo Psicodinâmico Do Apoio Psíquico
funcionamento psíquico
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Modelo Psicodinâmico do Funcionamento Psíquico
O modelo psicodinâmico é uma abordagem teórica que busca entender o funcionamento
psíquico a partir da interação entre diferentes instâncias mentais, como o consciente, o
pré-consciente e o inconsciente. Assim, a base psicanalítica proposta por Freud determina
que o comportamento é guiado por forças internas, chamadas pulsões, sobre as quais o
indivíduo não possui total controle.
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Freud (2011, p. 275) observa que as pulsões se dividem entre vida e morte, sendo que
Eros representa a primeira, que se relaciona diretamente às pulsões sexuais e instintos
libidinosos, tendo como objetivo formar “unidades cada vez maiores com a substância
viva e assim manter o prosseguimento da vida e levá-la a desenvolvimentos cada vez
mais altos”. Em contrapartida, a pulsão de morte, também chamada de Tânatos, pode ser
autodestrutiva ou mesmo estar dirigida a outrem, se tornando agressiva, violenta ou
mesmo destrutiva.
Na fase oral, a zona de erotização é a boca e conforme explica Freud (2016), o indivíduo
incorpora o objeto desejado, comendo-o, ainda que simbolicamente.
Já na fase anal, a zona de erotização é o ânus e ela se relaciona diretamente com o valor
simbólico das fezes projetado pelo indivíduo, que estabelece relações de projeção e
controle.
A última é a fase genital, que se configura pela consciência de que o objeto de desejo
não está realmente associado ao próprio corpo e agora se direciona ao outro,
correspondendo ao desenvolvimento humano que é socialmente esperado, visto que o
indivíduo começa a se relacionar com outros de maneira significativa.
É fundamental destacar ainda que existe o processo de fixação sexual, ou seja, quando
o indivíduo fixa a sua energia sexual em pessoas ou imagos, vislumbrando uma
possibilidade de satisfação sem adiamento ou acumulação (FREUD, 2016).
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Quando se desenvolve um tratamento psicanalítico com a criança, inevitavelmente as
histórias de seus cuidadores, sejam pais ou apenas responsáveis, também virão à tona,
revelando assim, as inseguranças e sofrimentos deles. Desta maneira, quando o adulto
responsável também passa pelo processo de análise, existe uma possibilidade de sua
relação consigo mesmo melhorar e consequentemente, melhorar os cuidados em relação
à criança, favorecendo a relação entre eles.
Pastore (2018) explica que na neurose, os sintomas revelam, ainda que de maneira
simbólica, os processos de recalque, chamado de "Verdrängung", ou seja, mandando para
o inconsciente quaisquer experiências que pudessem causar algum dolo para o indivíduo,
atuando como uma estratégia de defesa. Freud definiu a neurose como um distúrbio
psicológico que surge de conflitos internos não resolvidos entre os desejos inconscientes e
os mecanismos de defesa do ego. Esses conflitos podem resultar em sintomas neuróticos,
como ansiedade, fobias, obsessões, compulsões e distúrbios do sono. Segundo Freud, a
neurose é uma tentativa de evitar o confronto direto com desejos e pensamentos
inaceitáveis ou dolorosos, reprimindo-os no inconsciente.
Um exemplo clássico de neurose em Freud está no caso do “Homem dos Ratos”, onde o
mesmo apresentava a idéia obsessiva de que se visse uma mulher nua, seu pai teria que
morrer. Desta forma, a representação do desejo da morte do pai obsessiva, que fora
recalcada, retorna na forma de sintoma e expressa bem sua estrutura edípica, ou seja,
proibição de ver uma mulher nua, ligada ao pai.
A perversão, de acordo com Netto (1999, p. 157), se liga aos "instintos e apontam para
os desvios, aberrações e inversões na função biológica", por isso nesse processo psíquico
não há o recalque das pulsões e sim sua livre manifestação. Portanto, há o desmentido de
tal Castração. Freud usava o termo "perversão" de uma maneira específica e diferente do
seu uso popular. Para ele, a perversão se referia a padrões sexuais atípicos que envolvem
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a busca de prazer em objetos, atividades ou fantasias considerados socialmente
inaceitáveis ou desviantes. No entanto, Freud não via a perversão como uma patologia em
si mesma, mas como uma variação das formas normais de funcionamento sexual. Ele
acreditava que as perversões se originavam de experiências e conflitos específicos na
infância e se desenvolviam como formas alternativas de satisfação sexual.
Já a psicose é representada por Freud como um conflito do ego com uma realidade
externa e de acordo com Silva e Castro (2018), ela é explicitada a partir do momento em
que o ego rejeita qualquer manifestação contrária à sua intenção, ignorando-a, sendo um
mecanismo de defesa contra rejeições e frustrações. Na psicose, não há o reconhecimento
de tal Castração, o retorno aponta “a relação de exterioridade do sujeito com o
significante”, aparecendo nos distúrbios de linguagem, como as vozes alucinadas. Aqui, a
realidade a qual esta representação pertence, também é aniquilada do ego, fazendo com
que esta instância psíquica fique com um furo, um vazio, sendo que é a partir da
percepção de tal “buraco” que surge as alucinações, que não deixam de ser realidade.
Assim, a neurose não seria o negativo da perversão; estas estariam juntas em contraponto
à psicose - estrutura de maior destaque na obra lacaniana. A nosologia freudiana pode ser
resumida por meio do esquema a seguir:
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Vale ressaltar que a psicose é uma estrutura da personalidade que prejudica a percepção
e o pensamento da pessoa, afetando sua capacidade de julgamento. Diferentemente do
neurótico, o psicótico não reconhece as regras ou mesmo que as reconheça se sente
indiferente a elas, nem respeita as normas estabelecidas.
O terapeuta trabalha com o indivíduo para explorar suas experiências passadas, seus
desejos inconscientes e seus padrões comportamentais para ajudá-lo a entender melhor a
origem de seus problemas emocionais.
Os atos falhos
Para Sigmund Freud, os atos falhos eram vistos como revelações simbólicas do
inconsciente. Freud acreditava que os desejos, pensamentos reprimidos ou conflitos
psicológicos não resolvidos poderiam emergir na forma de atos falhos, escapando do
controle consciente. Esses erros ou falhas eram vistos como uma manifestação dos
conteúdos inconscientes que buscavam encontrar uma saída. Por exemplo, alguém pode
se enganar ao nomear uma pessoa, substituindo o nome correto por outro nome que
tenha significância emocional para a pessoa, indicando que sentimentos não resolvidos
estão relacionados a essa relação. Ou pode ocorrer um lapso de linguagem em que uma
palavra com um significado diferente é usada no lugar de outra, revelando uma
associação inconsciente.
Os atos falhos são considerados pela psicanálise como uma forma de revelação do
inconsciente e são analisados como pistas para compreender os conteúdos reprimidos, os
conflitos psíquicos e os desejos ocultos de uma pessoa. Eles são considerados importantes
na investigação psicanalítica, pois podem fornecer insights sobre questões não
conscientes que afetam a vida mental e emocional de um indivíduo.
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Referências
BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi.
PSICOLOGIAS: uma introdução ao estudo de psicologia. São Paulo: Editora Saraiva, 2001.
492 p.
FREUD, Sigmund. Freud (1901-1905) - Obras completas Volume 6: três ensaios sobre a
teoria da sexualidade, análise fragmentária de uma histeria ("o caso dora") e outros
textos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016. 408 p.
MENDONÇA, Roberto Lopes et al. A neurose como negativo da perversão: um estudo das
perversões em Freud. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 41, 2021.
SILVA, Beatriz de S.; CASTRO, Júlio Eduardo de. A construção do conceito de psicose de
Freud a Lacan e suas implicações na prática clínica. Analytica: Revista de Psicanálise,
São João Del-Re, v. 7, n. 13, p. 145-160, dez. 2018.