Interacao Genes-Cultura Antropologia

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A natureza dos homens é a mesma, são

seus hábitos que os mantêm separados


Confúcio (séc. IV AC)

Cada qual considera bárbaro o que não se


pratica em sua terra
Montaigne (1533-1573)
Determinismo Biológico
(para as características da cultura) :

Crenças tais como:


“os brasileiros herdaram a preguiça dos negros,
a imprevidência dos índios e a luxúria dos
portugueses...”
(germânico)
– simbolizava todos os aspectos espirituais de
uma comunidade

(francês)
– realizações materiais de um povo
Edward Tylor (1832 – 1917):

(inglês) em seu amplo sentido etnográfico é


este todo complexo que inclui conhecimentos,
crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer
outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem
como membro de uma sociedade.

Abrange:
Todas as possibilidades de realização humana
Marca fortemente o caráter do

.
Nenhuma ordem social é baseada em verdades
inatas, uma mudança no ambiente resulta numa
mudança no comportamento.

(adaptado)
Cultura refere-se a todo comportamento aprendido,
tudo aquilo que independe (ou vai além) de uma
transmissão genética.
Tantas foram as definições do
conceito que uma das
tarefas da antropologia moderna
é a reconstrução desse conceito.
conjunto de conhecimentos e comportamentos
partilhados pelas pessoas de uma sociedade
Conhecimento adquirido
(em oposição ao herdado via genética)

Transmitido ao longo das gerações via


socialização

Cultura = adaptação unicamente humana


(controvérsias)
De acordo com a Antropologia:
É a grande variedade na operação de um número
tão pequeno de funções que faz com que o humano
seja considerado um ser predominantemente
cultural.

Os seus comportamentos não são biologicamente


determinados.

A cultura é um meio de – modela as


aptidões humanas sem que necessitemos de
modificações anatômicas, embora os dois planos
não deixem de interagir.
Um humano é resultado do meio natural e do
meio cultural em quem foi socializado.

Do ponto de vista da cultura, muito do que em


termos de senso comum considera-se “instinto”
é na verdade um
.
Como os humanos adquiram esse processo que
os diferenciou tanto?

resultado de um cérebro mais volumoso e complexo

A cultura surgiu no momento em que o ser humano


convencionou a primeira regra, a primeira norma
(proibição do incesto).
Passagem do estado “animal” para “humano”: quando o
cérebro foi capaz de gerar símbolos.

É o exercício da faculdade de simbolização que cria a


cultura e o uso dos símbolos torna possível sua
perpetuação.

Para perceber o significado de um símbolo é necessário


conhecer a cultura que o criou.
A evolução para um ser tão cultural foi contínua e
incrivelmente lenta.

(não se aceita mais a “Teoria do Ponto Crítico”)

A maior parte do crescimento do cérebro humano


foi posterior e não anterior ao desenvolvimento da
cultura.
Força unificadora dentro de uma cultura
Extremos: xenofobia, provincianismo
A base antropológica: (materialista)

estudo da diversidade biológica


e comportamental humana – espaço e tempo

Diversidade ou variação em populações


ÞAspectos importantes da evolução
ÞEvolução importante na antropologia
(presente e passado)
Para os :
As diferenças genéticas não são determinantes
das diferenças culturais dado que:

Qualquer criança humana pode ser educada


em qualquer cultura
Também de acordo com a antropologia, é falso
afirmar que:

“As diferenças de comportamento existentes


entre pessoas de sexos diferentes sejam
determinadas biologicamente”, porque:

Atividades atribuídas às mulheres em uma


cultura, são atribuídas aos homens em outra.

O comportamento dos indivíduos depende de um


processo chamado “endoculturação” ou
“socialização”
(para as características da cultura):

Desde a antiguidade foram comuns as


tentativas de explicar as diferenças de
comportamento entre humanos a partir das
variações nos ambientes físicos
Ex: Hipócrates – Grécia
(humores: sangue, fleuma, bile amarela, bile negra)
Séc. XVIII – Montesquieu
“Causa e efeito entre ambiente e fenômeno social”
(sempre valorizando o próprio ambiente como
determinante das melhores qualidades do próprio
povo em relação aos demais)
As diferenças do ambiente físico condicionam a
diversidade cultural (geógrafos de finais do séc. XIX
e início do séc. XX)

- ex: clima considerado como fator importante


na dinâmica do progresso

Regiões nas quais as características ambientais e


culturais básicas = semelhantes (Polinésia;
planícies americanas)
A partir de 1920 – antropólogos como Boas,
Wissler, Kroeber, assumem que:

-existe uma limitação na influência geográfica


sobre os fatores culturais

- é possível e comum existir uma grande


diversidade cultural localizada em um mesmo
tipo de ambiente físico

(ex: diferenças culturais entre esquimós e lapões)


Semelhanças devidas a conexões históricas, não a
influências ambientais simplistas

(difusões históricas entre grupos culturais e


semelhanças ambientais)

Mas o ambiente determina o conjunto de alternativas


. ambiente precede a cultura

. causa da diversidade cultural => ambientes

. Processo de mão única


(embora a cultura determine mudanças posteriores)
(explicando as características da cultura):

Tylor explica a diversidade cultural como diferenças


de estágio no processo evolutivo das sociedades.
A antropologia deveria estabelecer uma “escala de
civilização”.

(Essa afirmação ocorreu sob o impacto da


publicação da Origem das Espécies de Darwin –
1859 - a antropologia nascente foi dominada por
uma visão unilinear de evolução
– ).
A idéia do relativismo cultural está associada à
concepção de .

Franz Boas (1858 – 1949) viu limitações no método


comparativo em antropologia e criticou o
evolucionismo (por assumir a evolução cultural como
unilinear).

Para Boas, a antropologia deveria:


- fazer a reconstrução da história dos povos ou
regiões particulares
- comparar a vida social de diferentes povos, cujo
desenvolvimento segue as mesmas leis.
As são relevantes para
descobrir a origem deste ou aquele traço
cultural e para interpretar a maneira pela qual
toma lugar num dado conjunto sociocultural –

essa abordagem caracterizou o

– ou Escola Cultural Americana,


no estudo da cultura.
Interações recíprocas entre ambiente e cultura
(1930’s, abordagem empírica)

O meio de subsistência de um grupo


(as principais maneiras de se obter alimento)
está diretamente relacionado aos outros aspectos da
cultura

Subsistência de um grupo
(incluindo economia básica e tecnologia) =
Núcleo cultural => influencia a organização cultural
e social de um grupo

Organização cultural e social de um grupo =>


ideologia e religião

Ambiente – efeitos diretos – somente sobre o núcleo


cultural
1) relações recíprocas entre o núcleo cultural e o
ambiente

2) antropologia cultural de um dado sistema de


subsistência = padrões de comportamentos
associados ao núcleo cultural de um grupo

3) relação (geralmente unidirecional) entre os


comportamentos associados ao núcleo cultural e
outras partes da cultura
(ex: organização social, ideologia/representações)
- permitiu o estudo da modificação do ambiente
pela cultura humana

- > complexidade cultural, > capacidade de


modificar o ambiente e > n° de opções de
padrões de comportamento

=> – área importante de


estudo na ecologia cultural
Ex:
. como as pessoas se sustentam
. que escolhas perpetuam em seus comportamentos
. como sua subsistência influencia seu comportamento
. se os comportamentos são individuais ou coletivos
. se as pessoas são transportadas até os recursos ou estes a
essas para a realização das atividades de subsistência
=> graus de amplitude que o comportamento permite
(mais ou menos escolhas)

influências históricas – importantes na determinação de outros


aspectos da cultura

(Steward - considerar: a demografia, os padrões de assentamento,


as estruturas de parentesco, a posse das terras, o uso de terras
entre outros aspectos culturais – e suas inter-relações)
Melhoras (?!)/Mudanças na subsistência levam a
mudanças gerais na cultura – evolução cultural

novos níveis de integração sócio-cultural

caçadores-coletores – núcleos familiares

agricultura – família extensa


Principais Padrões de Subsistência Humana

forrageio
pastoralismo
horticultura
agricultura intensiva

detalhamos mais esses tipos, de acordo com


Lenski & Lenski (1982); Nolan & Lenski (2006)
grande ênfase na cultura, menor importância
ao ambiente

Críticas de
(1968 – propõem a Antropologia Ecológica)
criticam a concentração dos estudos na aquisição de recursos
(com muita ênfase em alimentos)
desconsiderando outros fatores ecológicos importantes
Aspecto positivo:
como as atividades de subsistência influenciam
outros aspectos da cultura

mas: pouca atenção a como os humanos se adaptam


biológica e culturalmente a situações de
estresse ambiental
não considerou essas adaptações
(adaptações biológicas, fluxo de energia e ciclo de
matéria no ecossistema da região)
Ecologia de populações humanas
Passado e presente

- Como os grupos humanos persistem nos diversos


ambientes?

- Como a ecologia desses grupos influencia suas


características culturais?
Incorpora métodos da ecologia de sistemas.

Estuda o ciclo de matéria e o fluxo de energia nas


famílias e populações.

Crítica: Generaliza dados que diferem entre


indivíduos quanto ao gênero, idade e status social.
Como o cultural core que inclui as tecnologias de
subsistência organiza e caracteriza a sobrevivência de um
grupo humano em um dado local.

Como os seres humanos se organizam biológica e


culturalmente para enfrentar o principal estressor
ambiental do seu ambiente – modelo do estressor único.

Crítica/Limitação: quando há mais de um estressor


relevante à adaptação local da população
A cultura age seletivamente e não casualmente
sobre o meio ambiente
– explora possibilidades e limites ao
desenvolvimento, para o qual as forças decisivas
estão na própria cultura e na história da cultura.

Portanto:

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