Gás Natural Gás Natural Associado - GA
Gás Natural Gás Natural Associado - GA
Gás Natural Gás Natural Associado - GA
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(a)
GÁS LIVRE
CAPA DE GÁS
GÁS + ÓLEO
GÁS EM SOLUÇÃO
ÁGUA
(b)
GÁS LIVRE
GÁS EM SOLUÇÃO
GÁS +ÓLEO
ÁGUA
Figura 32: (a) Gás associado (reservatório produtor de óleo) e; (b) Gás não-associado (reservatório
produtor de gás)
PROCESSOS DE REFINO – prof. João Vicente 2023.1
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• Com base na Figura 29, a participação
energética do gás natural em um reservatório
produtor de óleo pode ser caracterizada pelo
conceito de razão gás-óleo, denominada por
RGO.
• A RGO é definida então pela razão entre os
volumes produzidos de gás natural e óleo, ou
seja:
Volume de Gás Natural
RGO =
Volume de Óleo
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• É composto por hidrocarbonetos parafínicos (alcanos),
desde os de moléculas com o menor número de
carbono - o metano (CH4) - até o pentano (C5H12).
• Apresenta, também, pequenas quantidades de
componentes diluentes, como o nitrogênio e o vapor
d’água; e contaminantes (gás sulfídrico – H2S e dióxido
de carbono – CO2), conforme a Tabela 01.
• É considerado gás natural úmido ou rico quando a soma
da percentagem de todos os componentes mais
pesados que o propano (C3), inclusive, encontra-se
acima de 7%.
• O gás natural é mais leve que o ar atmosférico
(densidade 0,6). Não tem cheiro e a sua combustão
fornece 8.000 a 10.000 kcal m-3.
PROCESSOS DE REFINO – prof. João Vicente 2023.1
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Componente % molar
Metano 82,54
Etano 10,36
Propano 2,96
Isobutano 0,75
N-butano 0,76
Isopentano 0,26
N-pentano 0,27
C6+ 0,19
Nitrogênioa,b 1,42
Tabela 01: Composição molar típica do gás
Dióxido de carbonoa 0,49 natural
Fonte: Processamento primário de petróleo
Hélio traços (apostila). Rio de Janeiro: UNIVERSIDADE
PETROBRAS - Escola de Ciências e
Argônio traços Tecnologias E&P, 2007.
a. Reduz o poder calorífico;
b. Corrosivo na presença de água líquida
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4.2. Gás natural – produção
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• A partir de 2002, passou-se a observar um incremento
no interesse e na produção do gás, motivado pelos
“apagões” ocorridos neste período, mais precisamente,
em 1 de julho de 2001 e 27 de setembro de 2002.
• Em relação ao gás natural, as reservas provadasa
tiveram aumento de 15,23% na comparação entre 2009
e 2010, passando de 367.095 milhões de metros
cúbicos para 423.003 milhões de metros cúbicos8.
a. Reservas Provadas são reservas de petróleo e gás natural que, com base em sua
análise por meio de dados geológicos e de engenharia, pode ser estimada com um
grau elevado de confiança a ser comercialmente recuperáveis a partir de uma
determinada data, a partir de reservatórios conhecidos e sob as condições
econômicas atuais. Disponível em: <http://www.indexmundi.com/map/?v=97&l=pt>
8. http://www.brasil.gov.br/noticias/arquivos/2011/02/17/anp-corrige-dados-sobre-reservas-aprovadas-
de-petroleo-e-gas-natural
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• Contando com os recursos contingentesb e com as
estimativas de recursos não-descobertos - RND,
prevê-se uma tendência crescente a partir de 2012,
como resposta à demanda e à consequente
ampliação da infra-estrutura, conforme apresenta a
Figura 33.
• Além disso, observa-se que apesar da parcela do GNA
estar aumentando sua participação no total da
produção de gás natural no Brasil, a principal origem
do gás nacional ainda é associada com o petróleo
produzido: o GA.
b. Recursos Contingentes são volumes estimados de petróleo e/ou gás natural em acumulação já
descoberta, mas que necessitam de mais análises e/ou avaliações e/ou
aquisições/processamento de dados e/ou nova tecnologia para serem considerados
comercialmente produzíveis. Disponível em: <http://www.ogx.com.br/pt/sala-de-
imprensa/Paginas/glossario.aspx#sthash.drtrGvUg.dpuf>
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RD (GA+GNA)+RND (GA+GNA)
MILHÕES DE m3/ DIA
RD (GA+GNA)+RND (GNA)
RD (GA+GNA)
RD (GNA)
Figura 33: Previsão de reserva total de petróleo em bilhões de barris, no período 2008-2017.
Fonte: http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/files/Reservas_Producao_Petrleo_x_Gas.pdf
RD – Recursos Descobertos; RND – Recursos Não-descobertos; GA – Gás associado; GNA - Gás Não-associado
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4.3. Gás natural – utilização
1. O gás natural é prioritariamente consumido nas
instalações de produção, com o propósito de:
✓ Promover a elevação artificial (gás lift c);
✓ Gerar energia em termelétricas - utilização em turbinas a
gás para geração de eletricidade aproveitando a mesma
energia para produção de calor, conhecida como
cogeração;
✓ Utilizá-lo como combustível em turbogeradoresd; fornos
e caldeiras.
c. O “gás lift” é um método de elevação artificial que utiliza a energia de um gás pressurizado para
elevar fluidos (óleo e água) até a superfície onde ficam as instalações de produção. Disponível
em: < http://camposmarginais.blogspot.com.br/2012/03/o-metodo-gas-lift.html>
d. O turbogerador de uma central hidrelétrica extrai energia mecânica da água em queda e a
converte em energia elétrica.
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GNL – Gás natural liquefeito e GNV- Gás natural veicular
• A partir do gás natural bruto extraído diretamente do
poço produtor, é possível obter:
✓ frações de hidrocarbonetos leves ou pobres que
constitui o gás processado, combustível ou residual
gerando o GNV – gás natural veicular;
✓ frações de hidrocarbonetos pesados ou ricos, que
constitui a porção condensável do gás, ou a
gasolina natural (C5+), chamados de gás natural
liquefeito – GNL ou líquido de gás natural – LGN,
gerando a gasolina natural e o gás liquefeito de
petróleo - GLP.
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• O LGN é um dos produtos das UPGNs
(Unidade de Processamento de Gás Natural).
• A gasolina retirada do gás natural, é bastante
"leve", ou seja, volátil, sendo seu uso apropriado
para misturas com combustíveis automotivos.
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GLP – Gás liquefeito de petróleo
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• A quantidade de GLP produzida direto da
destilação é pequena e composta
exclusivamente por hidrocarbonetos parafínicos.
• A quantidade de GLP extraída do petróleo é
aumentada através de processos de
craqueamento de produtos mais pesados, como
no craqueamento catalítico, no qual são gerados
também olefinas como o propeno e o buteno.
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4.4. Gás natural - condicionamento
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• Os processos ou operações unitárias mais
comumente utilizados no condicionamento de
gás natural são:
✓ Separação de óleo e gás;
✓ Depuração de gás;
✓ Filtração de gás;
✓ Dessulfurização;
✓ Desidratação;
✓ Compressão; e
✓ Injeção de inibidor de hidrato.
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4.4.1. Separação de óleo e gás
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4.4.2. Depuração e filtração do gás
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4.4.3. Dessulfurização do gás
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• O gás natural dessulfurizado é comprimido
(compressão do gás) e segue para o módulo de
desidratação de gás.
• A desidratação do gás natural pode ser feita através
de processos de absorção ou adsorção.
• Esta unidade tem a finalidade de especificar o gás
tratado segundo o teor de umidade definido pelo
projeto, para garantia do escoamento eficiente
através dos gasodutos até a unidade de
processamento, sem a ocorrência de hidratos
(Figuras 34, 35 e 36), e com a qualidade necessária.
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Figura 34: Início da formação de hidratos nas paredes de uma tubulação.
Fonte: www.iku.sintef.no/content/lab/hydrate.htm)
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Figura 35: Remoção de um plugue de hidrato do interior de uma tubulação de gás natural
Fonte: www.mines.edu/outreach/Cont_Ed/hydrates.html
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• Os principais compostos a serem removidos pelas
etapas de condicionamento do gás natural ou reduzidos
a determinados teores estabelecidos por normas ou
padrões são:
✓ Água;
✓ Compostos sulfurados (H2S, CS2, COSf);
✓ Dióxido de carbono (CO2);
✓ Sólidos (areia, óxidos de ferro, produtos de corrosão); e
✓ Líquidos (condensado de gás, produtos químicos).
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• Nem sempre a desidratação é a maneira mais econômica
de solucionar os problemas causados pela presença da
água no gás.
• Uma alternativa bastante usada é a aplicação de
produtos químicos inibidores, que reagem com a água
livre diminuindo a temperatura de formação dos hidratos.
• Os mais utilizados são os alcoóis (metanol, etanol anidro,
monoetilenoglicol, dietilenoglicol e trietilenoglicol), que,
posteriormente, são regenerados e recirculados no
processo.
• Cada inibidor tem o seu uso limitado a certa faixa de
temperatura, devendo ser injetado no gás em um ponto
de grande dispersão.
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4.4.5. Etapas do condicionamento do gás
Gás especificado
para a venda
Figura 36: Diagrama esquemático com as etapas do condicionamento do gás natural
Fonte: Processamento primário de petróleo (apostila). Rio de Janeiro: UNIVERSIDADE PETROBRAS - Escola de Ciências
e Tecnologias E&P, 2007.
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4.5. Gás natural – processamento (UPGN)
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• Então, o gás natural antes de ser processado é
denominado de gás úmido, por conter
hidrocarbonetos condensáveis - líquido de gás
natural (LGN), como mencionado antes, enquanto
que o gás residual é o gás seco, pois não possui
hidrocarbonetos condensáveis.
• Este processo é realizado nas Unidades de
Processamento de Gás Natural, as UPGNs também
chamadas de Plantas de Gasolina.
• Atualmente a Petrobras conta com 27 plantas,
algumas operadas pela Transpetro e outras pelo
E&P, nos estados de SP, RJ, ES, BA, SE, RN, CE e
AM.
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4.5.1. Processos aplicáveis em uma UPGN
• Em uma UPGN, a etapa mais importante é o
abaixamento da temperatura do gás natural, para
permitir a liquefação dos hidrocarbonetos mais
pesados do que o etano.
• Os tipos de processos aplicáveis a uma UPGN, pelos
quais diferem entre si termodinamicamente, são os
seguintes:
✓ Expansão de (processo) Joule-Thomson (JT);
✓ Refrigeração simples;
✓ Absorção refrigerada; e
✓ Turbo-Expansão (TE).
PROCESSOS DE REFINO – prof. João Vicente 2023.1
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Expansão de Joule-Thomson
• É o processo mais barato, mais simples e, naturalmente, o
mais limitado. Consequentemente, este processo não é
adequado para tratar adequadamente qualquer tipo de
gás natural produzido.
• O processo tem fundamento no efeito Joule-Thomson,
que explica como a temperatura varia quando um gás se
expande, mantendo-se a entalpia do sistema constante.
• O processo consiste em uma compressão inicial
(opcional) e resfriamento do gás antes de sua
despressurização na válvula de controle de pressão, onde
ocorre a liquefação dos componentes mais pesados,
devido à redução de temperatura do gás, formando uma
mistura bifásica, que é separada em um vaso.
PROCESSOS DE REFINO – prof. João Vicente 2023.1
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Refrigeração simples
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• O processo consiste inicialmente na compressão do gás
e submetido a resfriamentos sucessivos, até atingir a
temperatura de – 37oC. Adiciona-se glicol – MEG para
inibir a formação de hidratos.
• A corrente resfriada entra em um vaso trifásico no qual
são separados o gás seco, os hidrocarbonetos
condensados e o MEG.
• A fase líquida sofre uma expansão em uma válvula, e ,
consequentemente, sua temperatura é reduzida a –
60oC.
• Após a expansão, a fase líquido-vapor formada segue
para uma torre desetanizadora, onde o produto de fundo
segue para a torre desbutanizadora, onde é separado
em GLP e C5+ (gasolina natural).
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Absorção refrigerada
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Turbo-Expansão
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• As recuperações de líquidos que podem ser
alcançadas dependem do tipo de processo
utilizado e da riqueza do gás.
• É comum se recuperar 100% de butanos e
hidrocarbonetos mais pesados, 90% a 95% de
propano e até cerca de 80% de etano, em
percentagens molares.
• Caso haja uma produção significativa, o gás poderá
ser transferido para as refinarias ou direcionado
para queimadores, enquanto que a parte liquefeita
poderá ser adicionada ao óleo para posterior
aproveitamento nas unidades de processo, para
transferência.
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O Turbo-Expansor é uma máquina composta por
três partes principais: uma turbina de expansão (1)
um eixo rotativo (2) e um compressor rotativo (3).
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