Relatório III - Espelhos Planos
Relatório III - Espelhos Planos
Relatório III - Espelhos Planos
Aluno: Ana Carolina Ribeiro, Julio Yan Aood, Marcos Albuquerque e Matheus Castelo
𝑐
𝑛=
𝑣
Quando um feixe de luz incide na superfície de um material transparente, como uma fina
camada de vidro, a onda “vê” uma vasta faixa de átomos espaçados que de alguma forma a
espalharão. Uma onda pode ter aproximadamente 500 nm de comprimento, enquanto os
átomos e suas separações possuem aproximadamente 0,2 nm, ou seja, são milhares de
vezes menores. No caso da transmissão através de um meio denso, a onda espalhada se
cancela em todas as direções, exceto na direção direta, e apenas o feixe contínuo é
sustentado. Mas isso só pode acontecer se não houver descontinuidades. Este não é o caso
de uma interface entre dois meios transparentes diferentes (como ar e vidro), que é uma
descontinuidade de salto. Quando um feixe de luz atinge tal interface, alguma luz é sempre
espalhada para trás, e chamamos esse fenômeno de reflexão.
É importante pontuar que, se a transição entre dois meios for gradual - isto é, se a constante
dielétrica (ou o índice de refração) mudar de um meio para outro em uma distância de um
comprimento de onda ou mais - haverá muito pouca reflexão; a interface efetivamente
desaparece. No entanto, caso a transição a entre os meios ocorra em uma distância de 1/4 de
comprimento de onda ou menos, o resultado será uma mudança totalmente descontínua.
Vamos considerar a seguinte situação hipotética ilustrada na figura 1a. Consideremos que a
luz está viajando através de um grande bloco de vidro homogêneo. Agora, supondo que o
bloco seja cortado ao meio perpendicularmente à viga. Os dois segmentos são então
separados, expondo as superfícies lisas e planas mostradas na figura 1b. Pouco antes do
corte ser feito, não havia nenhuma onda de luz viajando para a esquerda dentro do vidro –
sabemos que o feixe apenas avança. Agora deve haver uma onda (feixe-I) se movendo para
a esquerda, refletida da superfície do bloco da direita. A implicação é que uma região de
espalhadores sobre e abaixo da superfície exposta do bloco da direita está agora
“desemparelhada”, e a radiação inversa que eles emitem não pode mais ser cancelada. A
região de osciladores que era adjacente a estes, antes do corte, agora está na seção do vidro
que fica à esquerda. Quando as duas seções estavam juntas, esses espalhadores
presumivelmente também emitiam ondas na direção inversa que estavam 180° fora de fase
com o feixe I e canceladas. Agora eles produzem feixe-II refletido. Cada molécula espalha a
luz na direção inversa e, em princípio, cada molécula contribui para a onda refletida.
O feixe-I reflete no bloco da direita e, como a luz estava inicialmente viajando de um meio
menos denso para um mais opticamente denso, isso é chamado de reflexão externa. Em
outras palavras, o índice do meio incidente (ni) é menor que o índice do meio transmissor (n t).
Como a mesma coisa acontece com a camada desemparelhada na seção que foi movida
para a esquerda, ela também reflete para trás. Com o feixe incidente perpendicularmente a
região interna do vidro e ao ar, uma pequena parcela deve ser novamente refletida, desta vez
como feixe-II. Este processo é referido como reflexão interna porque n i> nt. Se as duas
regiões de vidro forem aproximadas cada vez mais (de modo que possamos imaginar a
lacuna como uma fina película de, digamos, ar), a luz refletida diminuirá até que finalmente
desapareça à medida que as duas faces se fundem e desaparecem e o bloco torna-se
contínuo novamente. Em outras palavras, o feixe-I cancela o feixe-II; eles deveram estar em
180° fora de fase.
As leis da reflexão da luz podem ser determinadas por meio do conceito de raio luminoso.
Considera-se que Euclides foi o primeiro a enunciá-las no ano de 300 a.C.
A linha AB está ao longo de uma frente de onda de entrada, enquanto CD está em uma frente
de onda de saída - com efeito, AB se transforma na reflexão em CD. Vemos que a wavelet
emitida por A chegará a C em fase com a wavelet recém emitida por D (já que é estimulada
por B), desde que as distâncias AC e BD sejam iguais. Em outras palavras, se todas as
wavelets emitidas por todos os espalhadores de superfície devem se sobrepor em fase e
formar uma única onda plana refletida, deve ser que AC = BD. Então, como os dois triângulos
têm uma hipotenusa comum, pela Lei dos senos teremos:
sin 𝜃𝑖 sin 𝜃𝑟
=
𝐵𝐷 𝐴𝐶
Todas as ondas viajam no meio incidente com a mesma velocidade vi. O intervalo de tempo
(Δt) que leva para o ponto B na frente de onda atingir o ponto D na superfície, é igual ao
intervalo de tempo que a wavelet emitida de A leva para atingir o ponto C. Em outras
palavras, BD = viΔt = AC, e assim da equação acima , sin Өi = sin Өr, o que significa que:
𝜃𝑖 = 𝜃𝑟
Antes de prosseguirmos com a definição dos espelhos planos é importante que tenhamos em
mente alguns conceitos fundamentais.
Um sistema óptico consiste em uma sucessão de elementos, que podem incluir lentes,
espelhos, fontes de luz, detectores, telas de projeção, prismas refletores, dispositivos de
dispersão, filtros e filmes finos e feixes de fibras ópticas.
3.5.2- Espelho
Um espelho pode ser definido como uma superfície extremamente polida e refletora. No
passado, os espelhos eram geralmente feitos por revestimento de vidro com prata, escolha
realizada devido à sua alta eficiência no UV (ultravioleta) e IR (infravermelho). Revestimentos
de alumínio evaporado a vácuo em substratos altamente polidos tornaram-se o padrão aceito
para espelhos de qualidade. Revestimentos protetores de monóxido de silício ou fluoreto de
magnésio também são frequentemente colocados sobre o alumínio. Em aplicações especiais
(por exemplo, em lasers), onde mesmo as pequenas perdas devido a superfícies metálicas
não podem ser toleradas, espelhos formados por filmes dielétricos multicamadas são
indispensáveis.
Um corpo pode ser observado quando emite luz própria o quando reflete a luz. Para estes
casos, por meio dos nossos olhos somos capazes de captar os raios luminosos que saem ou
são refletidos de um corpo (a imagem do corpo é formada em nosso cérebro). A figura 5
ilustra cada um dos casos citados.
Como já discutido, para observar um corpo os olhos captam os raios luminosos provenientes
desses corpos.
Para entender como se forma a imagem no ponto A’, analisamos a situação anterior sob uma
nova perspectiva (Fig. 8).
Os espelhos planos são constituídos de duas áreas, uma área real, onde se encontra o objeto
e o observador, e uma virtual, onde a imagem é formada. A figura 9 ilustra essas áreas.
Na figura 9 observa-se que a imagem do ponto se forma na prolongação do raio luminoso que
incide de forma perpendicular ao espelho plano. Θ é a distância do objeto, e é definida como
sendo a distância do ponto luminoso ao espelho. i é a distância da imagem, e é definida como
sendo a distância da imagem virtual a superfície do espelho.
|𝜃 | = |𝑖 |
O campo de um objeto com relação a um corpo (O) é a região do espaço onde deve estar
situado um observador para que lhe seja visível a imagem (I) de um corpo pontual.
O campo visual de um espelho é a região interna a uma superfície cônica ou piramidal cujo
vértice é a imagem (I) do objeto e cuja diretriz é o contorno do espelho (Fig. 10).
Por conseguinte, ao unir todos os pontos teremos a imagem do corpo (Fig. 11).
Na figura 12, existe um observador (1) que se encontra no campo visual do espelho. Este
observador consegue determinar as seguintes características da imagem do corpo:
I) A imagem é virtual
III) A imagem do ponto A (parte superior) se mantém sobre a imagem do ponto D (parte
inferior). Portanto, a imagem é direita.
O observador (2) não se encontra no campo visual, logo não conseguirá determinar a imagem
do corpo AD.
Na figura 13 observa-se que ao levantar a mão esquerda sua imagem parece ser da mão
direita. Interpretamos esse fenômeno como uma inversão da esquerda para a direita ou vice-
versa. Mas agora nos perguntamos, por que a inversão não é de cima para baixo (ou vice-
versa)?
Para responder a esta pergunta vamos considerar como um espelho inverte a imagem de um
objeto tridimensional representando suas faces por setas mutuamente perpendiculares (x, y,
z). A Figura 14 ilustra esta situação.
Observa-se que as setas paralelas ao plano do espelho (x, z) são idênticas à sua imagem
especular, apenas a direção da seta (y) muda por reflexão. Então é mais correto dizer que um
espelho inverte a frente pelo verso, de modo que não se vê a imagem da letra A, mas a
imagem de I, que deve estar no verso do cubo. Isso também acontece no caso da mão
esquerda, a imagem que se vê é a palma da referida mão e não a mão direita.
Agora iremos analisar o movimento experimentado pela imagem vista em um espelho plano
devido ao seu movimento de translação ou rotação.
Considere um objeto a uma distância d de um espelho plano. Se o espelho for movido a uma
distância d do objeto, o que acontece com a distância da imagem? Para responder tal
questionamento, vamos considerar a seguinte situação ilustrada na figura 15.
Da Figura 16 pode-se ver que quando o espelho é deslocado uma distância d, sua imagem é
deslocada duas vezes 2d.
𝑑𝑖 = 2𝑑𝑒
𝑑
𝑣𝑒 =
𝑡
2𝑑
𝑣𝑖 =
𝑡
𝑣𝑖 = 2𝑣𝑒
(I)
1
𝑑𝑒 = 𝑣0 𝑡 + 𝑎𝑒 𝑡 2
2
(II)
1
𝑑𝑖 = 𝑣0 𝑡 + 𝑎𝑖 𝑡 2
2
1 2
𝑑𝑒 2 𝑎𝑒 𝑡
=
𝑑𝑖 1 𝑎 𝑡 2
2 𝑖
𝑑 𝑎𝑒
=
2𝑑 𝑎𝑖
𝑎𝑖 = 2𝑎𝑒
É importante analisar o ângulo em que o raio refletido é desviado quando o espelho é girado
em um determinado ângulo, mantendo a direção do raio incidente fixa. Por exemplo, na figura
17, um raio de luz sai de um buraco. Ao atingir o espelho giratório, o feixe é refletido em
diferentes direções abrindo as portas que possuem sensor de luz.
No gráfico, se o espelho gira em um ângulo θ, sua normal gira junto com ele em um ângulo θ.
𝛼=𝜃
Agora, vamos determinar o ângulo que um raio de luz é dobrado girando o espelho em um
ângulo θ. Assumiremos condições convenientes para o raio e o espelho.
𝛼 =𝜃+𝑅
Da lei da reflexão sabemos que 𝜃 = 𝑅. Logo:
𝛼 = 2𝜃
O raio refletido é desviado por um ângulo igual ao dobro do ângulo girado pelo espelho (Fig.
19).
Observe que a imagem é sempre formada a uma distância R do centro de rotação, portanto, a
imagem encontra-se em uma circunferência de raio R.
𝐼𝐹 𝐶̂ 𝑃 = 𝑂𝐶̂ 𝑃
𝜃 + (𝛽 − 𝛼 ) = 𝛽 + 𝛼
𝜃 = 2𝛼
Portanto, quando o espelho gira, as imagens de um ponto luminoso se encontram nos pontos
de uma circunferência cujo raio é à distância do eixo de rotação ao ponto luminoso. Além
disso, o ângulo que gira o raio que une a imagem com o eixo é o dobro do ângulo que gira o
espelho
Num primeiro caso vamos construir uma imagem por dupla reflexão. Para isso, vamos
considerar dois espelhos que formam um ângulo de 90 °(Fig. 23).
Dois raios de luz que partem do objeto atingem o espelho (1), estes são refletidos atingindo o
espelho (2) para serem refletidos novamente (reflexão dupla). No prolongamento desses
novos raios refletidos a imagem é formada por dupla reflexão.
Existe ainda um caso de particular atenção, que é quando os espelhos são paralelos ou
formam um ângulo (espelhos angulares).
I) Espelhos paralelos
Consideremos dois espelhos paralelos E e E' (Fig. 24), e um objeto colocado entre eles.
Primeiro formamos as imagens iniciais.
Se dois espelhos paralelos são grandes (infinitos) imagens infinitas serão formadas.
Na figura 25, observe que se forma uma dupla série de imagens: I1, I2.., I’1, I’2, ..., cada uma
correspondendo a uma primeira reflexão em E ou em E', respectivamente.
Apesar da quantidade de imagens ser infinita, a partir de um certo ponto há uma perda da
nitidez.
Espelhos que formam um ângulo menor que 180°. Ao colocar um objeto dentro do ângulo, a
imagem refletida em cada caso atuará como um objeto em outro espelho, originando um
conjunto de imagens por reflexão múltipla.
Do caso anterior, segue-se que o número de imagens apresentadas por uma série (I1, I2, ...) é
igual a 180°/α; Se esta quantidade for um número inteiro, as últimas imagens coincidem
formando uma única imagem, então pode-se estabelecer o seguinte.
360°
𝑁= −1
𝛼
II) Se 180°/α não é um número inteiro, neste caso o número de imagens depende da posição
do objeto.
4 – Material Utilizado
- 1 vela
- 2 espelhos planos retangulares
- 2 espelhos planos circulares
5 – Procedimentos:
Em relação aos procedimentos realizados, todos eles foram feitos pelo docente da
disciplina, enquanto os discentes observavam e anotavam todas as informações fornecidas
pelos experimentos.
Primeiramente, o professor demonstrou formação de imagem real e virtual, usando
uma vela como ponto objeto. Posteriormente, o docente pediu para os alunos escreverem a
palavra “física” ao contrário para mostrar a propriedade de simetria do espelho plano.
Em seguida, foi mostrado o comportamento da imagem em relação ao objeto com os
movimentos de translação e rotação.
Por fim, foi abordada a questão da associação de espelhos, sendo o primeiro caso
acerca da associação angular e o segundo sobre associação em paralelo.
6 – Resultados e Discussão:
Acerca das imagens virtuais e reais, foi analisado durante o experimento a seguinte
diferença entre elas: quanto as imagens virtuais, foi constatado que essas são formadas pelo
prolongamento dos raios luminosos da vela; quando as imagens reais, foi observado que a
sua formação se dá pelos próprios raios luminosos.
Em segundo lugar, observou-se que a imagem formada no espelho plano possuía as
seguintes características: a mesma era virtual, igual, direita e seus lados invertidos, conforme
ilustrado na figura 27.
FIGURA 27: PROPRIEDADE DE SIMETRIA DO ESPELHO PLANO
Por conseguinte, foi possível inferir que o ângulo que gira o raio que une a imagem
com o eixo é o dobro do ângulo no qual o espelho rotaciona.
É importante pontuar, ainda, a questão dos espelhos angulares. Na primeira situação,
avaliou-se ângulos inferiores a 180°, para o nosso caso utilizamos o ângulo de 72° e, como
visto no referencial teórico, para este caso é válido o uso da equação do número de imagens.
Na figura 28, obtivemos o total de 4 imagens, e isso é claro se substituirmos o valor do ângulo
na equação
360°
𝑁= −1
72°
𝑁 =5−1
𝑁=4
Nesse sentido, apesar da quantidade de imagens ser infinita, observou-se que a partir
de um certo ponto há uma perda de nitidez.
7 – Conclusão
a) Em relação aos espelhos planos: as imagens são virtuais, direitas e do mesmo tamanho.
c) Em relação à rotação, o ângulo que gira o raio que une a imagem com o eixo é o dobro do
ângulo no qual o espelho rotaciona.
d) Acerca dos espelhos angulares, o ângulo é menor que 180° e o valor é independente da
posição do objeto entre os espelhos.
Sobre o experimento em questão, é possível concluir que é bastante efetivo, uma vez que
conseguimos realizar a mesma atividade nas nossas próprias casas ou em outros lugares
além do laboratório de física, já que é muito comum haver espelhos planos nos ambientes em
geral. Além disso, nota-se também que esta atividade pode provocar interesse em qualquer
pessoa, independentemente da idade, por ter uma aplicabilidade bastante simples. Por fim,
este experimento cumpre com os seus objetivos, ou seja, cumpre positivamente o processo
de ensino-aprendizagem.
8 – Referências
JENKINS, T. L. ; WHITE H. E. Fundamentals of optics. McGraw Hill, s/d.
ALONSO, M.; FINN, E. J. Física: um curso universitário vol. II campos e ondas. Coordenador
da tradução: Giorgio Moscati. São Paulo: Edgard Blucher Ltda, 1972.