Mapeamento Das Unidades Do RN

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MAPEAMENTO DAS UNIDADES DE PAISAGEM DO ESTADO DO RIO GRANDE


DO NORTE, BRASIL

Article  in  Boletim Goiano de Geografia · August 2018


DOI: 10.5216/bgg.v38i2.54613

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Marco Túlio Diniz


Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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MAPEAMENTO DAS UNIDADES DE PAISAGEM DO
ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, BRASIL
MAPPING OF THE LANDSCAPE UNITS OF THE
STATE OF RIO GRANDE DO NORTE, BRAZIL

MAPEO DE LAS UNIDADES DE PAISAJE DEL ESTADO


DE RIO GRANDE DO NORTE, BRASIL

Marco Túlio Mendonça Diniz – Universidade Federal do Rio Grande


do Norte – Natal – Rio Grande do Norte – Brasil
[email protected]

Antônia Vilaneide Lopes Costa de Oliveira – Universidade Federal do Rio


Grande do Norte – Natal – Rio Grande do Norte – Brasil
[email protected]

Resumo
O mapeamento de unidades de paisagem é fundamental para o ordenamento do território, pois se trata de
etapa preliminar para o zoneamento ecológico-econômico. O objetivo deste trabalho foi realizar o mapeamento
das unidades de paisagem na escala dos geocomplexos para o estado do Rio Grande do Norte. A pesquisa foi
organizada no sistema taxonômico proposto por Bertrand (1972) e utilizado por Ab’Sáber (2003) para o território
nacional e por Souza (2000) para o estado do Ceará. O mapeamento foi realizado em escala de 1:250.000.
Foram identificados e mapeados 20 geocomplexos, nove regiões naturais e dois domínios morfoclimáticos
para o estado do Rio Grande do Norte. Espera-se que este estudo seja utilizado posteriormente como base para
o planejamento e o ordenamento do território.
Palavras-chave: Unidades de paisagem, paisagem integrada, unidades geoambientais.

Abstract
The mapping of landscape units is fundamental for spatial planning, since this is the preliminary stage for
the Ecological-Economic Zoning. The objective of this work was to map the landscape units on the scale of
geocomplexes for the State of Rio Grande do Norte. The research was organized in the taxonomic system
proposed by Bertrand (1972) and used by Ab’Sáber (2003) for the national territory and by Souza (2000) for
the State of Ceará. The mapping was performed at a scale of 1: 250,000. Twenty geocomplexes, nine natural
regions and two morphoclimatic domains were identified and mapped for the state of Rio Grande do Norte. It is
hoped that this study will be used later as a basis for planning and planning of the territory.
Keywords: Landscape units, integrated landscape, geoenvironmental units.

Resumen
El mapeamiento de unidades de paisaje es fundamental para el ordenamiento del territorio, pues se trata de
etapa preliminar para la Zonificación Ecológico-Económica. El objetivo de este trabajo fue realizar el mapeo de
las unidades de paisaje en la escala de los geocomplejos para el Estado de Rio Grande do Norte. La investigación
fue organizada en el sistema taxonómico propuesto por Bertrand (1972) y utilizado por Ab’Sáber (2003) para el
territorio nacional y por Souza (2000) para el Estado de CearáEl mapeo se realizó a una escala de 1: 250.000. Se
identificaron y mapearon veinte geocomplejos, nueve regiones naturales y dos dominios morfoclimáticos para

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Mapeamento das unidades de paisagem do estado do Rio Grande do Norte, Brasil

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Marco Túlio Mendonça Diniz; Antônia Vilaneide Lopes Costa de Oliveira

el estado de Rio Grande do Norte. Se espera que este estudio sea utilizado posteriormente como base para la
planificación y ordenación del territorio.
Palabras clave: Unidades de paisaje, paisaje integrado, unidades geoambientales.

Introdução

A compartimentação das unidades de paisagem se insere no rol dos


estudos da dinâmica das paisagens e se apresenta como um instrumento
de planejamento ambiental e ordenamento territorial fundamentado em
técnicas integradoras das informações ambientais.
No estado do Rio Grande do Norte, existe uma obra de referência,
que parte dessa abordagem da compartimentação. Essa obra é fruto de
um trabalho técnico encomendado pelo Instituto de Desenvolvimento
Sustentável e Meio Ambiente (IDEMA). O referido trabalho foi executado
em 2006 com a publicação de relatório técnico neste ano (IDEMA, 2006) e
posteriormente publicado no meio científico-acadêmico por Cestaro et al.
(2007), a equipe técnica que elaborou o mapa. Esse material se refere ao
mapeamento das unidades geoambientais do estado supracitado. Na Figura
1, é possível identificar esse mapeamento realizado pelo IDEMA (2006).
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Figura 1 – Mapa do Geossistema do Rio Grande do Norte


Fonte: IDEMA, 2006.

Assim, considerando que alguns pontos específicos não estavam de


acordo com as principais obras de referência sobre o tema, esta pesquisa
pretendeu atualizar e aperfeiçoar, uma década depois, o mapeamento do
IDEMA (2006) e de Cestaro et al. (2007). Nesse sentido, para o norteamento
da pesquisa que resultou neste artigo, foram considerados os seguintes
pressupostos como avanços em relação ao mapeamento anterior:
1. tomar por referência o geossistema como categoria de análise e
o geocomplexo como unidade taxonômica, conforme apontado
por Beroutchachvili e Bertrand (1978);
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2. considerar a existência de dois domínios morfoclimáticos no


estado, conforme Ab’Sáber (2003), e não levados em conta no
mapeamento anterior;
3. dividir os domínios morfoclimáticos em regiões naturais, não
apresentadas anteriormente;
4. dividir as regiões naturais em geocomplexos;
5. redimensionar algumas unidades que aparentemente se encontram
superestimadas − como o geossistema da depressão semiárida
interiorana −, subdividindo-as (em geocomplexos menores) ou
agrupando-as em outras unidades − como no caso do geossistema
manguezal e apicum (CESTARO et al., 2007; Figura 1);
6. criar uma base de informações necessária ao posterior
zoneamento ecológico-econômico (ZEE) do estado, uma vez que
este não existe.
Desse modo, o objetivo deste trabalho foi mapear as unidades de
paisagem do Rio Grande do Norte em escala de 1:250.000.

Metodologia

O estado do Rio Grande do Norte está localizado no extremo


Nordeste do Brasil (Figura 2), aproximadamente entre as coordenadas 4°
50’ S e 6° 59’ S; e 34° 58’ O e 38° 34’ O. É um dos nove estados da região
Nordeste do Brasil e limita-se a oeste com o Ceará, ao sul com a Paraíba e
a norte e a leste com o Oceano Atlântico. Em 2013, a população estimada
para o estado era de 3.373.959 habitantes (IBGE, 2013).
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Figura 2 – Mapa de localização do estado do Rio Grande do Norte.


Fonte: Elaborado pelos autores (2018)

George Bertrand (1972) apresentou um texto de referência com


grande repercussão na Geografia brasileira. A obra teve como maior
contribuição a elaboração de um sistema taxonômico universal que
permite classificar as paisagens na dupla perspectiva do espaço e do
tempo. O referido autor destaca que a noção de escala é inseparável do
estudo das paisagens, utilizando na sua metologia de trabalho as escalas
têmporo-espaciais de Cailleux e Tricart (1956).
Conforme Bertrand (1972), na delimitação das paisagens, as
unidades superiores são: zona, domínio e região natural; já as inferiores
são: geossistema, geofácies e geótopo.
Cabe destacar que, contrariamente à concepção original de Bertrand,
a ideia de geossistema está além de um simples nível hierárquico, fato que
já havia sido mostrado por V. B. Sochava (1977). Bertrand (Beroutchachvilli;
Bertrand, 1978), na tentativa de criar um consenso com relação às
terminologias empregadas pelos estudiosos da paisagem, admite que a
definição mais lógica de geossistema é a proposta por Sochava (1977),
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sendo o geossistema, da mesma maneira que o ecossistema, uma abstração


e uma categoria de análise que não se detém a uma mera escala espacial
arbitrária, de forma que o geocomplexo passou a ser uma escala de análise
geográfica e o geossistema, o próprio conceito base de sua teoria, ou seja,
dos estudos da Geografia Física Global. Pode-se inclusive afirmar que o
geossistema está para a Geografia Física Global assim como o ecossistema
está para a Ecologia.
Assim, como nível taxonômico que pudesse substituir a
nomenclatura geossistema, surge o geocomplexo, ou complexo geográfico,
que está bem definido na escala têmporo-espacial (4ª e 5ª grandezas).
Nessa escala, evoluem as combinações dialéticas mais interessantes para
o geógrafo (Bertrand, 1972), compatíveis com a escala humana. O homem,
o potencial ecológico (fatores abióticos: geomorfologia, clima, hidrologia)
e a exploração biológica (fatores bióticos: vegetação, solo, fauna) produzem
a síntese dessa dialética da paisagem.
O critério principal para a definição do geocomplexo é o mesmo
proposto por Bertrand (1972) para a definição do geossistema, ou seja, a
vegetação. Entretanto, ele acrescenta que, para alguns casos, o elemento
dominante pode vir a ser a geomorfologia. Esse critério é bastante adotado
nas pesquisas de Aziz Nacib Ab’Sáber (1969) e Marcos José Nogueira de
Souza (2000), que utilizam a hierarquização proposta por Bertrand (1972).
Souza (2000) foi responsável pela delimitação das unidades de
paisagem do estado do Ceará. O autor considera a geomorfologia mais
constante para a delimitação de sistemas ambientais, já que a vegetação do
semiárido brasileiro (o mais povoado do mundo) foi, e ainda é, fortemente
alterada pelo homem. Ab’Sáber, por sua vez, foi orientador de Souza e
se preocupou com a classificação das paisagens em âmbito nacional,
propondo os Domínios Morfoclimáticos e Fitogeográficos do Brasil em
uma série de trabalhos compilados em Ab’Sáber (2003). Ambas as obras
tiveram seus mapeamentos como referências para este trabalho.
Foi utilizado o sistema taxonômico de Bertrand (1972), por sua
aplicação universal, de modo que pode ser empregado para o mapeamento
de unidades de paisagem em todo o globo, de acordo com a escala de
detalhamento escolhida pelo pesquisador. Como já foi dito, o sistema
considera da maior para a menor unidade, propondo as unidades Zona,
Domínio, Região Natural, Geocomplexos, Geofácies e Geotópos. Esse
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mapeamento foi realizado em escala de 1:250.000, avançando até o nível


dos geocomplexos.
Foram mapeados os domínios morfoclimáticos e fitogeográficos
apontados por Ab’Sáber (2003) que ocupam o território potiguar, além de
uma área de transição entre esses dois domínios, comumente denominada
Agreste. O Domínio das Depressões Interplanálticas Semiáridas do Nordeste
(vegetado por caatingas) ou Domínio das Caatingas foi mapeado em tons
de cor amarelo, marrom e cinza e o Domínio dos “Mares de Morros”
Florestados ou Domínio da Mata Atlântica teve tons de verde. Esses dois
domínios foram separados com base na pluviometria média mapeada por
Diniz e Pereira (2015). Já as regiões naturais são divisões desses domínios
com base nas unidades geológicas de Angelim, Medeiros e Nesi (2006) e
nos domínios morfoesculturais de Diniz et. al. (2017).
O domínio da Mata Atlântica está posicionado na parte extrema leste
do estado, envolvido pela isoieta de 1000 mm que praticamente coincide
com a delimitação dos subtipos de clima úmido e semiúmido do estado.
Existe uma área de transição de clima semiárido brando (seis meses secos)
imediatamente a oeste do domínio anterior, que foi delimitada entre as
isoietas de 800 e 1000 mm. Já o Domínio das Caatingas está posicionado a
oeste da área de transição, sob clima semiárido que varia de brando (seis
meses secos) a forte (sete a oito meses secos), em sua maior parte dentro da
isoieta de 800 mm, à exceção das áreas mais elevadas do oeste do estado.
As temperaturas médias em todo o estado têm pequena variação,
com médias entre 23ºC e 26°C, uma vez que é mínima a variação
longitudinal, e a altitude supera os 700 m apenas em áreas restritas. Por
isso, a temperatura não é um componente relevante para a delimitação
de Domínios Morfoclimáticos.
Foram utilizados como base cartográfica o mapeamento de solos da
Sudene (1971), de clima de Diniz e Pereira (2015), geomorfológico de Diniz
et al. (2017), de vegetação de Kuhlmann (1977), geológico de Angelim,
Medeiros e Nesi (2006), além de imagens do software Google Earth do ano
de 2016 e imagens de Radar SRTM (Shuttle Radar Topography Mission)
pós-processadas pelo projeto “Topodata” do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (INPE). Toda a base foi georreferenciada em coordenadas
geográficas no Datum SIRGAS 2000. Para o mapeamento, utilizaram-se
os softwares ENVI 5.1 e ArcGIS 10.2, ambos com licenças acadêmicas. Ao
longo dos anos de 2016 e 2017, foram feitas diversas expedições de campo
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para validar o mapeamento, que foi financiado pelo Conselho Nacional


de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Resultados e discussão

Domínios morfoclimáticos

Foram delimitados dois domínios morfoclimáticos e uma área


de transição identificados por Ab’Sáber (2003). Os dois domínios foram
denominados pelo autor por Domínio das Depressões Interplanálticas
Semiáridas do Nordeste (vegetado por caatingas) ou Domínio das
Caatingas e Domínio dos “Mares de Morros” Florestados ou Domínio da
Mata Atlântica (Figura 3).
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Figura 3 – Domínios Morfoclimáticos do estado do Rio Grande do Norte.


Fonte: Elaborado pelos autores (2018).
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O Domínio da Mata Atlântica no Rio Grande do Norte é


predominantemente ocupado pela vegetação com influência marinha
(restinga), sendo restrita a ocorrência de Floresta Ombrófila Densa (Floresta
Tropical Pluvial) que caracteriza a maior parte do Domínio da Mata
Atlântica ao longo do litoral oriental do país; também ocorrem redutos de
Floresta Estacional Semidecidual. Existem áreas com certa predominância
da Savana Estépica (Caatingas), especialmente nas proximidades da área
de transição, onde se misturam espécies características dos Cerrados,
das Caatingas e das Florestas Tropicais. O Domínio das Caatingas é
caracterizado pela predominância da Savana Estépica, à exceção das áreas
mais elevadas onde ocorrem relictos de Floresta Semidecicual.

Regiões naturais

O estado do Rio Grande do Norte tem ao todo oito regiões naturais


(Figura 4). Nesse nível taxonômico, foi identificada maior participação do
relevo e do embasamento geológico na delimitação das unidades.
O Domínio das Caatingas foi subdividido em quatro regiões naturais:
planícies e tabuleiros costeiros semiáridos, planaltos sedimentares,
planaltos cristalinos e depressões semiáridas.
Planícies e Tabuleiros Costeiros Semiáridos são áreas que
correspondem ao extremo norte do estado, onde, apesar da predominância
de rochas sedimentares, ocorrem também diversas formas de solos jovens
como neossolos quartzarênicos, neossolos flúvicos e neossolos regolíticos.
Essa alta taxa de renovação se dá pela agressividade do clima Tropical
de Zona Equatorial de subtipo semiárido, que tem na torrencialidade e
na concentração de chuvas algumas de suas principais características.
Trata-se de terrenos planos, em forma de uma rampa suave do interior
para o litoral, de cerca de 50 m de altitude até a cota 0 m junto ao oceano.
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Figura 4 – Regiões naturais do estado do Rio Grande do Norte.


Fonte: Elaborado pelos autores (2018).
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Planaltos Sedimentares: essa região natural engloba as áreas de


tabuleiros interiores, mais as áreas planálticas propriamente ditas de clima
semiárido do Rio Grande do Norte. As altitudes são variáveis, superando
os 700 m nas áreas de chapadas sobrepostas ao embasamento, que são
paisagens que se desenvolvem sobre o capeamento da formação Serra do
Martins por sobre o embasamento cristalino. Nessas áreas “serranas”
do Rio Grande do Norte, as temperaturas médias são mais amenas, com
médias anuais de 23,2ºC em Martins, mais de 3ºC a menos do que Caicó
(26,7ºC), localizada a 143 m de altitude nos Sertões do Piranhas. Além da
amenidade da temperatura, a precipitação é maior, com média de 1106,8
mm/ano na mesma Martins (Diniz; Pereira, 2015), o que proporciona a
ocorrência de relicto de Floresta Estacional Semidecidual (Mata Plúvio-
Nebular) nesse platô. No restante da área, a vegetação varia conforme o
clima, predominando a Savana Estépica (caatingas) no clima semiárido
forte.
Planaltos Cristalinos: essa região natural é composta pelas áreas
mais elevadas sobre as rochas cristalinas no estado, variando desde cerca
de 200 m de altitude no sopé da Borborema até 868 m no extremo oeste,
no maciço do Pereiro. Esses terrenos têm características que variam
conforme a altitude e a planimetria. Nas áreas mais aplainadas existem
verdadeiros sertões suspensos, como o Seridó Oriental, nas proximidades
de Currais Novos, onde as atividades humanas dominantes são as mesmas
dos sertões. Já nas áreas mais escarpadas, a ocupação é rarefeita e ocorrem
verdadeiros relictos de caatinga arbórea, pois nela é maior a preservação
das condições naturais. O clima é semiárido brando nas áreas elevadas
do oeste potiguar e mais seco nas proximidades da encosta de sotavento
da Borborema.
Depressões Semiáridas: a região natural dos sertões do Rio Grande
do Norte concentra ainda grande parte da população e até poucas
décadas era a região econômica mais relevante do estado (Gomes, 1997;
Diniz; Bernardino; Oliveira, 2015). Espacialmente é a região natural
mais representativa. É uma das áreas core do Domínio das Caatingas,
especialmente nos Sertões do Seridó. As características mais marcantes
do domínio estão presentes nesta área, como ocupação humana com base
em arcaicos sistemas agropastoris que vêm degradando as caatingas desde
o século XVIII, tendo resultado na predominância de vegetação herbácea
com arbustos espaçados, como na Caatinga Seridó, assim denominada por
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Kuhlmann (1977). O clima é o Tropical de Zona Equatorial, que é mais


brando (seis meses secos), tanto quanto se afasta da encosta de sotavento
da Borborema, onde se chega a ter nove meses secos (Diniz; Pereira, 2015).
Planícies e Tabuleiros do Agreste: essa região natural de transição
não havia sido mapeada anteriormente. A região tem características
comuns tanto às planícies e aos tabuleiros costeiros semiáridos como às
planícies e aos planaltos sedimentares úmidos e semiúmidos.
Depressão Agreste, também com características transitórias entre
as Depressões Semiáridas e Depressões Úmidas.
No Domínio da Mata Atlântica, existem duas regiões naturais:
As Planícies e Planaltos Sedimentares Úmidos e Semiúmidos estão
posicionados no extremo oriental do estado. Sua característica comum
são os terrenos sedimentares em clima que varia de úmido mais a leste a
subúmido no contato com o agreste, o que evidencia a forte influência da
maritimidade nos climas na parte oriental do estado (Diniz; Pereira, 2015).
A região natural das Depressões Úmidas não havia sido mapeada
anteriormente. É uma área de terrenos cristalinos, a sudeste do estado,
com clima semiúmido (quatro a cinco meses secos).

Geocomplexos

As Planícies e Tabuleiros Costeiros semiáridos têm três


geocomplexos (Figura 5):
A Planície Costeira Semiárida se trata de uma subdivisão da unidade
“duna” de Cestaro et al. (2007). Neste trabalho, foram consideradas três
planícies costeiras, uma semiárida, outra do agreste e outra úmida. A
área é composta por praias arenosas com ausência de solos. Neossolos
quartzarênicos ocorrem nas dunas semifixas desse geocomplexo; ocorrem
ainda extensas planícies flúvio-marinhas. A maior área estuarina é o delta
do Açu, que tem mais de 220 km² (Diniz; Vasconcelos, 2017).
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Figura 5 – Unidades de paisagem (geocomplexos) do estado do Rio Grande do Norte.


Fonte: Elaborado pelos autores (2018).
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O segundo geocomplexo é das Planícies Fluviais Semiáridas, que


se trata da junção das unidades “vale lagunar” e “vale fluvial semiárido”,
de Cestaro et al. (2007), uma vez que se considerou que essas planícies
têm características de clima, solos e vegetação idênticas. São colonizadas
originalmente por mata ciliar, onde imperava a carnaúba (Copernicia
prunifera), ainda bastante presente na região. Mas, nos dias de hoje, os
carnaubais são intercalados por culturas de várzeas nos neossolos flúvicos
da área. Essas culturas têm um marco espacial de separação importante
no vale do Açu. A montante da barragem de Armando Ribeiro Gonçalvez,
elas são tradicionais e de técnicas rudimentares, enquanto a jusante
desse açude as atividades são altamente tecnificadas e realizadas por
empresas transnacionais para a exportação dos produtos da fruticultura
ali praticada.
O terceiro geocomplexo é o dos Tabuleiros Costeiros Semiáridos,
que tem limites praticamente coincidentes com o “tabuleiro semiárido
costeiro” da classificação anterior (Cestaro et al., 2007), áreas de relevo
suave em forma de rampa que se inclinam desde 50 m de altitude até o
contato com a planície costeira, que é quase toda em cotas abaixo de 3
m. São áreas que têm neossolos quartzarênicos nos fácies mais arenosos
da Formação Barreiras; esses solos são renovados pela torrencialidade do
clima. Em geral, predominam latossolos amarelos e vermelho-amarelos
formados em climas úmidos pretéritos.
Esses tabuleiros têm ocupação rarefeita, pois, à exceção dos rios
Apodi-Mossoró e Açu, não há outra fonte de água em superfície que
sustente expressiva ocupação humana no litoral setentrional do estado.
A fonte de água para as populações locais são poços artesianos.
Não existem cidades com seu território exclusivo nesse geocomplexo, à
exceção de Parazinho, uma pequena cidade com pouco mais de cinco mil
habitantes, o que se deve à quase ausência de água em superfície.
Os Planaltos sedimentares têm quatro geocomplexos (Figura 5).
A Chapada da Serra do Mel, que não havia sido mapeada por Cestaro
et al. (2007), compunha a unidade “tabuleiro semiárido costeiro” destes
autores; trata-se de um domo salino (MAIA, 2012). Nessa área, a Formação
Barreiras foi soerguida até 280 m de altitude, seriam tabuleiros suspensos
com os mesmos latossolos vermelho-amarelos e demais características
geoambientais também em semelhança. Sua distinção se dá pelo marcante
desnível topográfico.
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O segundo geocomplexo é o da Chapada do Apodi, que não havia


sido mapeada por Cestaro et al. (2007). Compunha o “tabuleiro semiárido
interiorano” desses autores. Trata-se do reverso dessa chapada em forma de
uma rampa suave, que diminui desde 270 até 40 m de altitude próximo ao
vale do rio Apodi-Mossoró. São áreas tabulares formadas majoritariamente
pelo calcário Jandaíra, com alguns capeamentos da Formação Barreiras,
onde ocorrem vertissolos e cambissolos (Sudene, 1971). Nessas áreas,
existe fruticultura irrigada em médias propriedades, principalmente no
município de Baraúnas.
A terceira unidade é das Chapadas Sobrepostas ao Embasamento,
com limites praticamente coincidentes com o da unidade das “chapadas”
do mapeamento anterior (Cestaro et al., 2007). Essas áreas são as chamadas
“serranas” no Rio Grande do Norte. São as chapadas do Monte das
Gameleiras, Serra de Santana, Serra de João do Vale e Serras de Portalegre
e Martins. Estas últimas são mais úmidas, pois, conforme identificado por
Diniz e Pereira (2015), a umidade nas áreas do interior do Rio Grande do
Norte tende a ser mais elevada tanto mais estejam essas áreas distantes
da vertente de barlavento da Borborema. A temperatura média anual é
em torno de 23ºC, mas é comum ela ficar abaixo dos 20°C em noites de
inverno.
Essas chapadas são compostas majoritariamente por latossolos
vermelho-amarelos, como os da Formação Barreiras, mas nessas áreas
predominam as Florestas Semideciduais e Deciduais, diferente das
savanas estépicas dos tabuleiros semiáridos. Tal fato se deve à maior
umidade de chuvas e da própria neblina, o que permite chamar essas
florestas de plúvio-nebulares.
O quarto geocomplexo dessa região natural é o dos Tabuleiros
Interiores, que tem limites idênticos ao da unidade “tabuleiro semiárido
interiorano” (Cestaro et al., 2007), exceto a Chapada do Apodi, que
não havia sido mapeada. Esses tabuleiros são semelhantes em forma
aos tabuleiros costeiros semiáridos, sendo áreas aplanadas, em forma
tabular, que se inclinam desde 200 até cerca de 50 m de sul para norte,
assim como os tabuleiros costeiros semiáridos, apresentando água
em superfície nas áreas das planícies fluviais. O agravante para esses
tabuleiros é que, diferentemente dos outros, aqui predomina o calcário
Jandaíra em superfície, uma rocha bastante solúvel, que não acumula
água em subsuperfície, a não ser em lagos subterrâneos. Assim, além de
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não haver água em superfície, a de subsuperfície é rara, o que dificulta a


ocorrência de populações humanas. Os calcários também são responsáveis
pela ocorrência de vertissolos, cambissolos e argissolos nesta área.
A ocupação humana que merece menção é a cidade de João Câmara,
com pouco mais de 34 mil habitantes (IBGE, 2017), que tem sua dinâmica
econômica mais associada à rodovia BR-406, que liga Natal à região
salineira de Macau, do que às atividades produtivas locais. De resto, essas
áreas são semidesertos como o redor de cidades como Angicos e Lajes.
A região dos Planaltos Cristalinos tem dois geocomplexos (Figura
5). O Planalto da Borborema (utiliza o mesmo nome e praticamente os
mesmos limites do mapeamento de Cestaro et al., 2007) e Planaltos
Cristalinos Residuais e Estruturais (limites semelhantes aos da unidade
“planalto residual” de Cestaro et al., 2007). Ambos estão em áreas de clima
semiárido, que é mais severo a sotavento da Borborema e mais brando
no Maciço do Pereiro, no extremo oeste. Essas paisagens têm pelo menos
dois tipos de fácies: um em áreas mais afetadas pela secular atividade
pecuária e os inselbergs e escarpas serranas, onde o homem ainda não
interferiu na dinâmica natural de forma decisiva. As Savanas Estépicas
Gramíneo-Lenhosas (arbustivo-herbáceas) colonizam áreas de luvissolos
crômicos associados a neossolos litólicos na Borborema. Nos planaltos do
oeste do estado, predominam argissolos vermelhos que sustentam Savanas
Estépicas Arborizadas (arbustivo-arbóreas). Esses planaltos do oeste têm
clima semiárido brando (seis meses secos) nas áreas mais elevadas (acima
dos 500 m).
A região das Depressões Semiáridas tem três geocomplexos (Figura
5). A Depressão Oriental no mapeamento anterior (Cestaro et al., 2007)
foi chamada “depressão subúmida Oriental” e teve seus limites alterados
de acordo com os divisores de águas que drenam a área; já o termo
subúmida foi retirado por se tratar de área de clima semiárido. A área
drena água para os rios que deságuam no litoral oriental; são paisagens
mais secas tanto mais estejam afastadas do Atlântico, uma vez que o efeito
da maritimidade se faz sentir a até áreas afastadas entre 80 e 100 km do
oceano. Nessa unidade (Diniz; Pereira, 2015), ocorrem neossolos litólicos
no sopé da Borborema e planossolos associados a luvissolos crômicos nas
áreas menos secas, mais a leste.
Os Sertões do Piranhas são partes da “depressão semiárida
interiorana” do mapeamento anterior (Cestaro et al., 2007). São as
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Mapeamento das unidades de paisagem do estado do Rio Grande do Norte, Brasil

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superfícies deprimidas que drenam águas para o rio Piranhas e seus


afluentes como o rio Seridó, área interiorana de ocupação mais antiga,
que se iniciou ainda no século XVIII e, por isso, é a porção de terrenos
cristalinos mais degradada do estado.
O clima é mais seco nesses sertões nas proximidades da encosta
de sotavento da Borborema, como em Acari e Parelhas. Predominam os
neossolos litólicos associados a manchas de luvissolos crômicos nas áreas
menos degradadas, colonizados por savana estépica gramíneo-lenhosa, a
Caatinga Seridó (Kuhlmann, 1977).
Os Sertões do Apodi-Mossoró (outra parte da “depressão semiárida
interiorana” do mapeamento anterior de Cestaro et al., 2007)) têm solos
mais preservados, com amplas áreas de argissolos vermelhos, associados
a luvissolos crômicos; não raro, são encontrados perfis com mais de 2 m
de profundidade. A drenagem superficial no alto oeste do estado (parte
mais a sudoeste do território) é basicamente de alto curso do rio, onde
são maiores as declividades. Existem sertões a 400 m de altitude, por isso
a disponibilidade para a açudagem é mais restrita, o que provavelmente
teria sido o fator responsável pela maior conservação dessas terras.
Os três geocomplexos têm escoamento superficial intenso quando
se dão as chuvas torrenciais da estação chuvosa, devido à presença de
solos de horizonte B textural ou mesmo de afloramentos rochosos que são
naturalmente impermeáveis, o que favorece esse escoamento.
Para as planícies e tabuleiros do agreste, foram propostos três
geocomplexos, até então não mapeados para esta área de transição situada
entre os dois grandes domínios morfoflimáticos do estado (Figura 5), uma
vez que a área de transição entre os dois domínios morfoclimáticos foi
delimitada pela primeira vez nesta oportunidade:
As Planícies Fluviais do Agreste Potiguar são áreas bastante
utilizadas pela atividade humana. As planícies do Ceará-Mirim e Potengi
são as mais expressivas, ainda assim muito inferiores em extensão às
planícies do sertão. Ao longo da ocupação do Rio Grande do Norte, o
agreste tem se dedicado à produção de alimentos, com áreas de culturas
como mandioca, milho e feijão.
Os Tabuleiros do Agreste Potiguar têm basicamente as mesmas
atividades humanas praticadas na unidade anterior. Os latossolos estão
associados aos neossolos quartzarênicos, que evoluíram sobre a Formação
Barreiras e são colonizados por savana estépica gramíneo-lenhosa com
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Florestas Caducifólias, combinação típica dessas áreas de transição. A


secular agricultura praticada é de baixo rendimento
A Planície Costeira do Agreste Potiguar está localizada no extremo
nordeste do estado, tem extensos campos de dunas formados pelos
constantes alísios de sudeste. O clima semiárido brando dessa área
favorece o intenso transporte eólico, uma vez que os sedimentos da área
de pós-praia têm menor coesão durante os seis meses de estiagem da
área. As dunas semifixas apresentam vegetação de restingas jovens sobre
os neossolos quartzarênicos, o restante da área tem ausência de solos e
vegetação. São paisagens dominadas pela atividade de transporte eólico
e pela ação das ondas e marés, por isso mesmo fortemente instáveis.
A região natural da Depressão Agreste tem apenas um geocomplexo,
a Depressão do Agreste Potiguar (Figura 5), uma paisagem também
dedicada à pecuária extensiva e à policultura de alimentos nos planossolos
que predominam na área (Sudene, 1971). A diferença deste para os outros
geocomplexos do agreste se dá no embasamento geológico cristalino e
no tipo de solo (planossolos) diferenciado graças a esse embasamento, já
que o clima é o mesmo Tropical do Nordeste Oriental, subtipo semiárido
brando (seis meses secos). A ocupação humana também é semelhante aos
outros geocomplexos do agreste.
A região natural das Planícies e Planaltos Sedimentares úmidos
e semiúmidos apresenta três geocomplexos (Figura 5). Os Tabuleiros
Costeiros Úmidos se tratam de uma redefinição dos limites do “tabuleiro
subúmido oriental” do mapeamento anterior (Cestaro et al., 2007), de
acordo com os aspectos do clima principalmente. São áreas da Formação
Barreiras em clima úmido e semiúmido. Ao norte do rio Ceará-Mirim,
tem forma tabular propriamente dita e, ao sul desse rio, são tabuleiros
dissecados. Os solos variam entre os latossolos vermelho-amarelos na
parte mais oeste até argissolos vermelho-amarelos nas áreas mais úmidas
ao sul, onde ocorre Floresta Semidecidual, bastante degradada pela secular
atividade canavieira. Ocorrem neossolos quartzarênicos nos fácies mais
arenosos, que são encontrados em paleodunas na parte mais norte,
colonizadas por cerrados (savana) (Sudene, 1971).
As Planícies Costeiras Úmidas são parte das unidades “duna”
e “manguezal e apicum” do mapeamento anterior. Pertencem à Costa
Mista de Dunas e Falésias na compartimentação do litoral do Nordeste
do Brasil (Diniz; Oliveira, 2016), de modo que, na área, essas planícies
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Mapeamento das unidades de paisagem do estado do Rio Grande do Norte, Brasil

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são formadas por dunas intercaladas por falésias. As dunas migram para
noroeste, carregadas pelos constantes alísios de sudeste. Elas variam desde
móveis como em Genipabu até fixas como em Natal.
As Planícies Fluviais Úmidas, anteriormente denominadas “vale
fluvial subúmido” (Cestaro et al., 2007), são áreas semelhantes às planícies
fluviais do agreste, com pequena expressão espacial, mas importantes na
produção canavieira, na qual os neossolos flúvicos tiveram quase toda a
vegetação ciliar substituída pela cultura agrícola.
A região natural das Depressões Úmidas não havia sido mapeada
anteriormente e tem apenas um geocomplexo, o da Depressão Úmida
(Figura 5), uma área de terrenos cristalinos, a sudeste do estado, com
clima semiúmido. Tem os mesmos planossolos da depressão do agreste e
também é uma área de agropecuária extensiva.

Considerações finais

Neste trabalho, foram delimitadas as paisagens do estado do Rio


Grande do Norte em escala de 1:250.000. Este estudo deve servir de base
para o planejamento e o ordenamento do território do estado. Espera-se que
possa ser o passo inicial rumo ao Zoneamento Geoambiental e Ecológico-
Econômico do estado (ZEE).
Os 20 geocomplexos, oito regiões naturais e dois domínios
morfoclimáticos mostram a grande diversidade paisagística em uma das
menores unidades da Federação. Isso se deve à sua posição no limite
extremo Nordeste do continente sul-americano, o que lhe confere
a ocorrência de dois tipos climáticos bastante distintos em uma área
contígua, parte mais influenciada pelos climas que dominam a Costa
Semiárida Brasileira (Nordeste Setentrional) e os que dominam a Costa
dos Recifes (Nordeste Oriental).
Outra característica decisiva para essa diversidade paisagística
é a ocorrência de duas províncias geológicas, a da Borborema e a das
Bacias Marginais. As mudanças de altitude e os processos erosivos e
deposicionais também são responsáveis pelas variações paisagísticas, que
têm, por sua vez, grupos vegetacionais distintos como resposta à interação
dos elementos supracitados.
A ocupação humana é também diversa, em grande parte se
adaptando às condições naturais, uma vez que a maior parte das atividades
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humanas é de baixo desenvolvimento técnico em grande porção do


território do estado.
Espera-se, com esta pesquisa, a unificação de um sistema
taxonômico, que por sua vez crie uma hierarquia das unidades
geoambientais do estado e de estados vizinhos, uma vez que este
mapeamento tem limites coincidentes com as unidades de Souza (2000)
nas áreas limítrofes com o estado do Ceará. Pretende-se, com a criação
desse sistema hierárquico em diferentes escalas, que ele possa servir de
embasamento para as diversas pesquisas de grande escala cartográfica.

Agradecimentos

Os Autores agradecem ao CNPq pelo financiamento desta pesquisa


através da Chamada CNPq/ MCTI Nº 25/2015 Ciências Humanas, Sociais
e Sociais Aplicadas. Agradecem ainda ao professor Luiz Antônio Cestaro,
da UFRN, pela leitura e pelas sugestões.

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BGG
Artigo

Marco Túlio Mendonça Diniz – Possui graduação em Licenciatura Plena em Geografia, mestrado e doutorado
pela Universidade Estadual do Ceará. Atualmente é Professor Adjunto III da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte.

Antônia Vilaneide Lopes Costa de Oliveira − Graduada em Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande
do Norte, mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela mesma Universidade. Atualmente é douto-
randa em Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Recebido para publicação em 21 de abril de 2018


Aceito para publicação em 29 de maio de 2018

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