2010 Unicentro Bio Artigo Roseney Zago
2010 Unicentro Bio Artigo Roseney Zago
2010 Unicentro Bio Artigo Roseney Zago
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Autora: Roseney Zago
2
Orientador: Carlos Eduardo Bittencourt Stange
Resumo
Este artigo diz respeito às constantes inquietações daqueles que se preocupam com
a educação, especificamente a prática docente e o uso dos recursos didáticos.
Procurou-se obter um perfil dos educadores de Biologia e Ciências em relação à
utilização dos recursos didáticos, levantando dados sobre o que ocorre durante o
preparo e o ministrar das aulas. Os dados foram coletados a partir de um
questionário respondido por alguns dos profissionais da área que atuam no
município de Pato Branco-PR. Com a coleta destes dados observa-se que os
recursos mais utilizados e com os quais os docentes mais trabalham, ainda fazem
parte dos chamados “tradicionais”. Durante a implementação do Projeto
aconteceram discussões entre os professores embasadas nas literaturas indicadas e
análise dos dados obtidos nos questionários. Os docentes sustentam que entendem
a importância da diversificação metodológica durante as aulas, da experimentação e
de colocar os alunos o mais próximo possível dos conteúdos abordados em aula.
Quanto aos educandos, fica evidente que estão ansiosos por aulas exploratórias e
diversificadas. No término dos dias trabalhados no Grupo de Estudos, observou-se
nos professores a convicção da necessidade de variantes nas aulas de Biologia e
Ciências para se alcançar a almejada aprendizagem significativa.
1 – INTRODUÇÃO
1
Professora de Biologia da Rede Pública do Estado do Paraná, município de Pato Branco, Núcleo
Regional de Educação de Pato Branco, participante do Programa de Desenvolvimento Educacional-
PDE 2010.
2
Mestre em Educação, Professor Efetivo do Departamento de Ciências Biológicas e Diretor do
Núcleo de Avaliação Institucional da UNICENTRO, Orientador do PDE – Guarapuava – PR.
É notório que os educadores buscam trabalhar suas aulas almejando
aprendizagem significativa e consequente alfabetização biológica (letramento) dos
educandos. Em que pese o esforço dos docentes, nem sempre isso ocorre, pois
infelizmente os alunos estão passivos e desmotivados pelo conhecimento da
disciplina. Diante disso, o tema escolhido para estudo, destinando-se aos docentes
da área, é Recursos didáticos para o ensino de Biologia na Educação Básica.
A educação pública brasileira nas últimas décadas passou a atender cada vez
mais um número maior de educandos oriundos de classes populares. Com essa
realidade intensificou-se a discussão contínua sobre o papel do ensino básico para o
projeto de sociedade que se almeja para o país.
É sabido que o ser humano e sua atuação como sujeito participante da
sociedade é fruto do seu tempo histórico e de suas relações sociais nas quais está
inserido e, portanto, irá atuar no mundo a partir do modo como o compreende e
como lhe é possibilitado participar.
Nessa esteira, se faz necessário a promoção de contínuos debates para que
a escola possa desempenhar adequadamente seu papel na formação de cidadãos
participativos. Como coadjuvante neste processo, a disciplina de Biologia como
ressalta Krasilchik (2005), pode ser uma das disciplinas de maior relevância para
alguns educandos ou uma das mais insignificantes e desinteressantes para outros
alunos, dependendo do que, e como for ensinada.
Imperioso destacar que a formação biológica dos indivíduos irá auxiliar para
que os mesmos sejam capazes de compreender e aprofundar conceitos biológicos e
a importância da ciência e tecnologia na vida moderna. Esse conhecimento deverá
contribuir para que o aluno, como cidadão, seja capaz de utilizar o que assimilou ao
tomar decisões no interesse individual e coletivo, considerando sempre o papel do
ser humano na biosfera.
Por isso, é necessário que o educador tome cuidado para evitar postura
alienante ou de desconfiança neste mundo de constante evolução da ciência e
tecnologia em prol da humanidade.
Convém ressaltar que “(...) os usos de recursos didáticos não são garantia de
aprendizagem, é preciso, a partir deles, criar situações e condições favoráveis para
a mesma”. (LOPES, 2009, p.03).
2
Neste contexto de múltiplas exigências, acredita-se que melhorias da
qualidade de ensino devem ter como ponto de partida a caracterização do ensino,
ou seja, conhecer o perfil do professor, suas dificuldades, metodologias utilizadas
em sala de aula, e as perspectivas de formação permanente.
Neste sentido Lopes (2007/2008) coloca que,
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de recursos didáticos no ensino da disciplina de Biologia, nas escolas públicas da
rede estadual de ensino, almejando contribuir com propostas fundamentadas de
intervenção didática e consequente melhora do processo de ensino e aprendizagem.
Para possibilitar uma reflexão sobre as aulas de Biologia houve a
necessidade da produção de um material específico, baseado na proposta de
autores como Krasilchik, Stange, Ausubel, Moreira, Mizukami dentre outros que
serviram de base teórica para as discussões e consequente implementação do
projeto. Optou-se pela produção de um caderno pedagógico que abordou
Microscopia, Visitas Orientadas e Sensoriamento Remoto como recursos didáticos
para as aulas de biologia.
Ainda atualmente, muitas experiências educacionais criativas e de sucesso
estão em andamento na Rede Estadual de Ensino, na qual o Portal Dia a Dia
Educação é uma das ferramentas que proporciona o acesso a projetos como:
cadernos pedagógicos e temáticos, Objetos de Aprendizagem Colaborativa – OACs,
artigos, folhas, etc. Materiais estes, que vem colaborar para melhorar a prática
pedagógica dos educadores da disciplina, alunos universitários e todos que
demonstrarem interesse pelo tema.
O estudo realizado e a produção deste artigo permitiram avanços na análise e
repensar da prática pedagógica dos docentes da área participantes do Grupo de
Estudos, contribuindo assim com a aprendizagem significativa objeto de busca
diante dos educandos. Se com este estudo os docentes estiverem mais convictos da
necessidade de variantes nas aulas de Biologia para se alcançar a almejada
aprendizagem significativa, atingiu-se o propósito principal de estudo desta autora.
2 - DESENVOLVIMENTO
Este artigo será norteado pelos dados obtidos através das discussões que
embasaram a pesquisa durante a aplicação do projeto com alguns professores da
disciplina de ciências e biologia do município de Pato Branco - PR .
5
Como fundamentação teórica, os itens do desenvolvimento foram:
Através de amparo teórico nos textos de Myriam Krasilchik e Maria da
G. N. Mizukami, Marco A. Moreira, Carlos E. B. Stange e DCEs
promoveram-se reflexões e discussões a cerca de variantes na
metodologia utilizada pelos docentes da disciplina de Biologia em sala
de aula;
Divulgação dos resultados obtidos e analisados na pesquisa realizada
com base no questionário que foi elaborado com o objetivo de levantar
um repensar e autoavaliação sobre a prática pedagógica na área;
Apresentação e estudos com o enfoque teórico do uso do recurso
didático de Sensoriamento Remoto com alguns dos possíveis
conteúdos que podem ser trabalhados a partir desta modalidade
didática;
A realização das atividades práticas de microscopias sugeridas no
material didático pelos docentes participantes do Grupo de Estudos, no
laboratório de Ciências do Colégio Estadual La Salle;
Discussão sobre Aprendizagem significativa, como atingi-la, tendo por
referência Ausubel apud Moreira (2005), objetivando a compreensão
do que é de fato aprender significativamente.
6
Finalmente, como último item deste desenvolvimento, discutem-se os
resultados, as dificuldades encontradas e os objetivos atingidos.
7
o aprendido, a partir da experiência pessoal refletiria um
comportamento coerente por parte do profissional educador.
8
3.2 Tecnologias no auxílio da educação.
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devem ser decorados seus nomes, ciclos, tabelas e conteúdos para simplesmente o
cumprimento de grade curricular.
Stange (2004) ressalta que de acordo com a teoria de Vygotsky o
desenvolvimento cognitivo não pode ser entendido sem referência ao contexto
social, histórico e cultural em que ocorre. Por isso, é fundamental que o aluno seja
instigado a propor uma explicação e confrontá-la com conhecimento científico
estabelecido, gerando um conflito cognitivo, um dos motores da evolução conceitual.
Outro ponto de relevância é que ao trabalhar-se uma maior diversidade
metodológica haverá maiores chances de atingir os educandos na sua formação
integral desenvolvendo sua criticidade, formando um cidadão consciente e atuante
que desempenha seu papel na sociedade.
Porém para uma maior diversidade nas práticas pedagógicas é necessário
que o educador disponha de tempo para o preparo dessas aulas e tenha à sua
disposição estrutura física, material pedagógico bem como o apoio da equipe
pedagógica e administrativa da escola.
Pensando nisso encontra-se disponibilizado no Portal Dia a Dia Educação
material didático procurando auxiliar o educador na sua busca incessante pela
melhora na sua prática pedagógica.
Um dos recursos didáticos de grande importância, senão o mais importante, é
o da experimentação no ensino de biologia. Os docentes da rede estadual de ensino
do município de Pato Branco – PR parecem compartilhar desta ideia. No entanto, é
notória a inoperância dos laboratórios na maioria das escolas, o que é fato
preocupante.
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significativa o aprendiz não é um receptor passivo. (...) ele deve fazer uso dos
significados que já internalizou”. (MOREIRA, 2005, p.13).
Aulas desestimulantes, metódicas, sem variante na sua metodologia não irá
propiciar o “ ‘aprender a aprender’ que permitirá à pessoa lidar frutiferamente com a
mudança, e sobreviver.” (MOREIRA,2005, p.10)
De acordo com Stange (2004), na teoria de Piaget o ensino deve ser
acompanhado de ações e demonstrações e, sempre que possível, tem que dar aos
alunos a oportunidade de fazer (trabalho prático).
Aulas práticas são excelentes para o contato direto com o material biológico e
fenômenos naturais, devendo incentivar o envolvimento, a participação e o trabalho
em equipe. No entanto, isto só será possível no momento em que um experimento
bem planejado seja investigativo e tenha relação com o contexto de vida do aluno.
Evita-se também a armadilha de achar que as aulas devem ser extremamente
atrativas e coloridas. Na verdade o envolvimento, o interesse e a participação virão
pelos “significados” que o tema possa gerar nos educandos e não pelo espetáculo
que proporcionam. Como lembra Stange (2004), Ausubel ensina que uma
aprendizagem somente é significativa se o conteúdo descoberto se liga a conceitos
subsunçores relevantes já existentes na estrutura cognitiva.
Isso vem ressaltar a importância em se levar em conta o conhecimento prévio
do educando, pois uma aprendizagem significativa só irá ocorrer quando uma nova
informação se relacionar com outra preexistente. Portanto, repete-se que para que
essa aprendizagem ocorra e seja possível formar educandos multidimensionais
capazes de pensar, adquirir e avaliar informações, adquirindo conhecimentos para
aplicar em prol de melhorias na qualidade de vida dele próprio e dos demais, é
necessário uma maior diversidade didática na prática pedagógica dos educadores.
Não se trata também de negar a importância das aulas expositivas, que
representam a comunicação na sua forma mais fundamental. O que é inadmissível
são a preponderância dessa modalidade de ensino e a passividade que ela
promove, uma vez que está inevitavelmente vinculada a um modelo de ensino que
deve ser superado.
12
Muito se fala em alfabetização biológica; mas, o modelo de aulas expositivas,
centrada nos livros didáticos e na memorização de informações demonstra que são
formados alunos analfabetos biologicamente. Decorar não é saber.
Krasilchik (2005, p.13) classifica os alunos quanto ao seu nível de
alfabetização biológica em,
13
Entretanto não só parece, mas é inevitável que haja incorporação da internet
na prática pedagógica em Instituições de Ensino Público, já que é notável
ferramenta de ensino.
Por isso, muito embora ainda haja dúvidas em sua utilização para ministrar
aulas, para o docente que teve sua formação através do modelo tradicional, bem
como para todos os demais que detiverem tal necessidade, é forçoso dizer que a
internet é ferramenta que deve ser estudada e utilizada constantemente.
Saídas de campo;
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Análises críticas de informações científicas veiculadas pela mídia;
A utilização do Sensoriamento Remoto como recurso didático no ensino da
disciplina;
Visitas orientadas a museus, reservas ecológicas, instituições de pesquisa,
etc.;
Observação do ambiente natural e urbano, da diversidade animal e vegetal,
bem como, da influência humana na degradação e na preservação de
ambientes;
Análise de casos reais que envolvam os alunos nas discussões sobre dilemas
fazendo-os refletirem sobre questões éticas e morais geradas pelo avanço da
ciência.
Se os docentes continuarem no aprofundamento dessa discussão, poderão
obter resultados significativos, pois, percebe-se que já existe, não só uma maior
abertura a inovações metodológicas, como também uma necessidade real de buscar
novos caminhos para a educação científica.
(...)
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Essas habilidades não podem ser medidas em provas escritas. É
necessário colocar o aluno no laboratório realizando os experimentos
para verificar realmente o que aprendeu e como se comporta frente a
um problema concreto.
Através deste artigo, com fundamentos revisados e ilustrados, como parte dos
estudos relativos ao Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) promovido
pela Secretaria Estadual de Educação do Paraná (SEED-PR), realizou-se uma
pesquisa sobre a utilização dos recursos didáticos nas aulas de Biologia e Ciências.
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O método desenvolvido na pesquisa baseou-se em instrumentos diagnósticos
avaliativos, os quais buscaram identificar a relação dos professores com uma
variedade de recursos didáticos possíveis no âmbito da Biologia. Para tanto foi
elaborado um material destinado à traçar o perfil dos educadores entrevistados.
Os itens abordados foram:
Intensidade da utilização dos recursos didáticos;
Preparo quanto à utilização;
Opinião da sua utilização e as várias possibilidades dos recursos didáticos;
Disponibilidade dos materiais;
Disponibilidade de tempo para o empreendimento destes recursos;
A relação de aceitação dos alunos quanto ao uso de diferentes recursos;
Informações sobre o ambiente de trabalho;
Dimensionamento das dificuldades na atividade docente.
Todos os itens avaliativos foram abordados e percebidos através de questões
fechadas com respostas restritas as alternativas:
Pouco utilizado, muito utilizado ou nada utilizado;
Sim, não e às vezes;
Concordo, discordo ou indeciso;
Pouca influência, muita influência ou nenhuma influência.
Este questionário foi respondido pelos participantes do Grupo de Estudos, bem
como pelos docentes da disciplina de Biologia e Ciências do município de Pato
Branco, totalizando 66 (sessenta e seis) professores, e, portanto, 66 (sessenta e
seis) posicionamentos, a seguir elencados.
Sobre os professores que responderam ao questionário:
58 professores eram do sexo feminino e 8 do sexo masculino;
09 professores trabalham com a disciplina de Biologia; 32 com a disciplina de
Ciências e 25 com as duas disciplinas;
11 professores têm até 25 anos; 36 têm entre 25 e 40 anos; 15 entre 40 e 50
anos e 4 mais que 50 anos;
41 professores tem curso superior completo; 03 são acadêmicos; 14 são
especialistas; 08 são professores PDE;
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08 professores atuam a menos de 5 anos; 14, atuam entre 5 à 10 anos; 32
atuam a mais de 10 anos, e 12 ensinam a mais de 20 anos;
61 professores ensinam em mais de uma escola e só pública, enquanto 5
atuam em escola pública e particular;
54 professores colocam que o conhecimento científico está em construção;
por sua vez, 08 entendem que o conhecimento científico é relativo, e 04
acreditam que é absoluto;
43 professores afirmam que as obras de Piaget, Ausubel, Vygotsky, Novak,
etc., deveriam ser usadas como base teórica de preparação de aulas e
metodologia de trabalho, e 17 professores colocam que às utilizam somente
às vezes, e 06 deixaram em branco em razão de que os autores citados não
serem familiares;
57 professores acreditam que ser professor é ser um profissional sempre
familiarizado com os aspectos da pesquisa educativa e inovações didáticas, e
09 colocaram que somente às vezes isto ocorre.
Os dados obtidos na pesquisa são os detalhados nas tabelas abaixo.
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4.2.1 Quanto à intensidade da utilização dos recursos didáticos.
37,8% dos docentes entrevistados afirmam que utilizam outros livros didáticos
de ensino médio no momento de preparação de suas aulas;
Dos profissionais entrevistados apenas 16,6% afirmaram não utilizar a
internet no momento de preparação de suas aulas;
Ressalta-se aqui a preocupação desta autora quanto a afirmação dos
docentes onde se constata que 46,9% não utilizam experimentos e 39,3%
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utilizam somente “às vezes” experimentos no momento de preparação de
suas aulas;
Quanto a utilização de periódicos científicos e outras revistas parece haver
uma equivalência de percentual de docentes afirmando que utilizam ou
utilizam somente às vezes para preparar suas aulas.
4.2.3 Durante o processo avaliativo o (a) professor (a) sempre que possível
deve:
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84,8% dos entrevistados concordam que o docente precisa estar atento para
que o grau de dificuldade da avaliação esteja sempre de acordo com os
conteúdos ministrados.
Tabela 3 – Critérios que o docente sempre que possível deve utilizar durante o
processo avaliativo.
Concordo Discordo Indeciso
Prof. Prof.
Prof.
Prof. Prof. Biol. Prof Prof. Biol. Prof. Prof.
Critérios Biol. e
Biol. Ciên. e Biol. Ciên. e Biol. Ciên.
Ciên.
(%) (%) Ciên. (%) (%) Ciên. (%) (%)
(%)
(%) (%)
Utilizar critérios e
instrumentos avaliativos 12,1 42,4 33,3 0 0 0 1,51 4,54 4,54
muito claros.
Diversificar seus
instrumentos de
avaliação e estes devem
9,09 37,8 33,3 1,51 6,06 0 3,03 4,54 4,54
ser revisados e seus
resultados comentados
com os alunos.
Ter em mente que o
ensino também de ve 7,57 28,7 22,7 3,03 4,54 9,09 3,03 15,1 6,06
ser avaliado.
Observar para que o
grau de dificuldade
esteja sempre de acordo 10,6 40,9 33,3 0 0 0 3,03 7,57 4,54
com os conteúdos
ministrados.
Propor uma avaliação
que também ocupe-se
de atitudes e 7,57 6,06 7,57 0 22,7 16,6 6,06 19,6 13,6
procedimentos
científicos.
Acreditar que uma
avaliação correta é
aquela que cobra do
aluno tudo que se 3,03 13,6 9,09 6,06 22,7 19,6 4,54 12,1 9,09
ensinou em forma de
provas com perguntas e
respostas objetivas.
Fonte: a autora
22
A maioria dos professores (62%) informaram que suas escolas dispõe
de laboratório de informática;
Uma parcela significativa de docentes afirma que suas escolas
favorecem sua participação em cursos de formação continuada ou
atualização;
Uma parcela significativa afirma que não dispõem de um laboratório de
ciências funcional e não se sentem apoiados para desenvolver projetos
diferenciados;
Quanto às condições de disponibilidade e auxílio na busca por
condições que possibilitem atividades de saída de campo e visitas às
instituições houve uma equiparação em percentual de educadores que
afirmam sentirem-se apoiados e de docentes que se sentem
desmotivados por falta de incentivo e apoio na realização destas
atividades.
23
4.2.5 Quanto à influência nas dificuldades encontradas pelos docentes em sua
prática pedagógica:
A maioria dos docentes afirma que o número excessivo de alunos por sala de
aula influencia consideravelmente ressaltando as dificuldades encontradas
pelos docentes na sua prática pedagógica;
A grande maioria dos docentes entrevistados afirmou que encontram
dificuldades na atividade docente em decorrência da falta de entendimento,
por parte dos alunos, da importância da disciplina e desinteresse dos alunos
pelos assuntos da disciplina;
Outros fatores de importância quase unânime entre os docentes que
dificultam o ensino e a aprendizagem dos educandos são: a indisciplina dos
alunos, a falta de apoio dos pais e comunidade escolar;
Para 34,7% dos docentes entrevistados, as condições socioeconômicas na
qual a escola e os educandos estão inseridos influenciam consideravelmente
e para 39,2% acreditam que isto pouco influencia no aumento das
dificuldades enfrentadas pelos docentes na sua busca por uma aprendizagem
significativa.
26
qual modalidade didática o professor escolha para trabalhar em determinada aula,
desde que a prepare e assim alcance a tão almejada aprendizagem significativa.
A mesma autora (1986, p.79-80) enfatiza ainda que,
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Portanto, repete-se que para que essa aprendizagem ocorra, formando
educandos multidimensionais capazes de pensar, adquirir e avaliar informações,
adquirindo conhecimentos para aplicar em prol de melhorias na qualidade de vida
dele próprio e dos demais, é necessário uma maior diversidade didática na prática
pedagógica dos educadores.
Pensando nisso, é que a implementação do Projeto “Os recursos didáticos
nas aulas de Biologia” ocorreu com a realização de um Grupo de Estudos com os
docentes das disciplinas de Biologia e Ciências, através do qual aconteceram três
encontros.
No primeiro promoveram-se análise dos resultados obtidos nos questionários
respondidos pelos professores, bem como estudos embasados nas literaturas citada
nas referências bibliográficas deste artigo.
No segundo encontro, abordou-se o recurso didático de Sensoriamento
Remoto, teoricamente e de forma prática através de sites como ENGESAT,
GOOGLE EARTH e EMBRAPA. Houve a apresentação de alguns dos possíveis
enfoques de conteúdos que podem ser trabalhados a partir desta modalidade
didática. Os docentes alegaram desconhecer o uso desta modalidade no ensino da
disciplina. Foram receptivos e participativos quanto à utilização dos recursos que
esse dispositivo propicia.
Nesse sentido Gonçalves (2007) coloca que as atividades pedagógicas
devem ter como proposta o rompimento das barreiras disciplinares, tornando
permeável a sua fronteira e caminhando em direção a uma postura interdisciplinar.
A mesma autora coloca ainda que,
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Na busca incessante por melhorias na qualidade das aulas a fim de alcançar
uma aprendizagem significativa, o uso de recursos como o sensoriamento remoto é
mais uma modalidade didática que vem somar de forma positiva para se alcançar o
sucesso tão almejado. Sempre em busca pela formação de cidadãos conscientes e
agentes de transformação do meio em que vivem, propiciando cada vez mais
melhoria na qualidade de vida dos próprios educandos e da sociedade na qual estão
inseridos.
No terceiro e último encontro do Grupo de Estudos foi proposto aos
educadores participantes à realização das atividades práticas de microscopia
sugeridas no material didático. Percebeu-se na maioria dos participantes o
empenho. Alguns professores alegaram já conhecer e utilizar algumas das práticas
propostas. Porém, mesmo diante disso, salientaram que eram práticas fáceis de
serem trabalhadas e que gostavam de trabalhá-las.
Em suma, todos os participantes apreciaram a utilização da máquina
fotográfica digital acoplada ao microscópio, documentando o visual do resultado de
cada experimento. Outro ponto positivo foi que, através de tal didática, os docentes
puderam praticar para a posterior utilização, em seu dia a dia em aula, de câmeras
acopladas em microscópios recebidos pelas Escolas, no intuito de trabalhar as
imagens na TV pendrive.
Finalmente, a avaliação ocorreu através da observação do envolvimento dos
professores nas discussões; atividades práticas; e elaboração de roteiro de uma
aula através do recurso didático do sensoriamento remoto. Todas sugeridas durante
as horas trabalhadas no Grupo de Estudos.
Com a realização deste Grupo de Estudos, alcançou-se o objetivo geral deste
projeto, ou seja, discutir sobre a utilização de recursos didáticos no ensino da
disciplina de Biologia, almejando contribuir com propostas fundamentadas de
intervenção didática, e consequente melhora do processo de ensino e
aprendizagem.
Promoveu-se assim, uma autoavaliação dos docentes quanto a sua prática
pedagógica. As discussões e estudos levaram os docentes a trocar experiências e
conhecimentos sobre os recursos didáticos que lhes servem de amparo.
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Com isso, espera-se ter contribuído com o trabalho do educador, provocando
o docente na utilização da pesquisa e da construção do conhecimento científico
através de modalidades didáticas como: experimentação, visitas orientadas e
sensoriamento remoto. Sempre buscando a aprendizagem significativa e
consequente melhora do processo de ensino e aprendizagem.
Cabe ao docente não esquecer-se que a observação da realidade do
educando, nos diferentes tipos de saberes que o aluno possui, deve auxiliar e
subsidiar a construção de conhecimento mais elaborado e mais crítico do discente.
Lopes (2007/2008) sabiamente coloca que,
30
REFERÊNCIAS
GONÇALVES, Amanda Regina; ANDRÉ, Iara Regina N.; AZEVEDO, Thiago S.;
GAMA, Valquíria Z. Analisando o uso de Imagens do “Google Earth” e de mapas
no ensino de geografia. Ar@cne. Revista electrónica de recursos en Internet sobre
Geografía y Ciencias Sociales. Barcelona: Universidad de Barcelona, n o 97, 01 de
junho de 2007. Disponível em: http://www.ub.es/geocrit/aracne/aracne-097.htm. Acesso
dia 18/07/2011.
32