Síntese Das Alterações - MDF - 14 Edição
Síntese Das Alterações - MDF - 14 Edição
Síntese Das Alterações - MDF - 14 Edição
Trata-se de resumo das alterações efetuadas relativas à publicação da 14ª edição do MDF, com
vigência a partir do exercício de 2024, conforme aprovado pela Portaria STN/MF nº 699, de 7 de julho
de 2023.
1. CONTEXTUALIZAÇÃO
A publicação da 14ª edição do Manual de Demonstrativos Fiscais (MDF), em julho/2023, para
vigência a partir do exercício de 2024, mostrou-se necessária sobretudo para a exclusão de
regras transitórias que foram introduzidas por meio da versão 2 do MDF 13ª edição, publicada
em 28 de abril de 2023, além de outros ajustes pontuais.
As regras transitórias decorreram tanto de alterações metodológicas introduzidas pela 13ª edição
quanto de alterações na legislação, conforme sintetizado a seguir:
A exclusão desta orientação ocorreu após recebimento de questionamento da Federação que ensejou
discussão junto às áreas responsáveis pela gestão da dívida pública federal e de análise das operações
de crédito para Estados, DF e municípios. Observou-se que pode ocorrer um lapso temporal entre o
ingresso dos recursos destinados ao refinanciamento da dívida (tanto mobiliária quanto contratual) e
o registro da despesa orçamentária com a respectiva amortização.
3.2. ANEXO 3 – DEMONSTRATIVO DA RECEITA CORRENTE LÍQUIDA (RCL)
Com a finalidade de compatibilizar o cálculo da RCL ajustada para fins de cálculo do limite da
despesa com pessoal ao art. 198, §11 da Constituição, com redação dada pela EC 120/2022,
foi necessário realizar um ajuste provisório no demonstrativo para o exercício de 2023 que
passou a apresentar a estrutura a seguir, a partir da publicação da versão 2 da 13ª edição do
MDF:
RECEITA CORRENTE LÍQUIDA (III) = (I - II)
( - ) Transferências obrigatórias da União relativas às emendas
individuais (art. 166-A, § 1º, da CF) (IV)
RECEITA CORRENTE LÍQUIDA AJUSTADA PARA
CÁLCULO DOS LIMITES DE ENDIVIDAMENTO (V) = (III -
IV)
( - ) Transferências obrigatórias da União relativas às emendas de
bancada (art. 166, § 16, da CF) e ao vencimento dos agentes
comunitários de saúde e de combate às endemias (CF, art. 198,
§11)(VI)
RECEITA CORRENTE LÍQUIDA AJUSTADA PARA
CÁLCULO DOS LIMITES DA DESPESA COM PESSOAL
(VII) = (V - VI)
Esta foi uma solução temporária, devido às limitações para a alteração da estrutura do
relatório ao longo do exercício. Para 2024, de modo a conferir maior transparência às
deduções, foram inseridas novas linhas, conforme ajustes destacados no quadro abaixo:
RECEITA CORRENTE LÍQUIDA AJUSTADA PARA
CÁLCULO DOS LIMITES DE ENDIVIDAMENTO (V) = (III -
IV)
( - ) Transferências obrigatórias da União relativas às emendas de
bancada (art. 166, § 16, da CF) e ao vencimento dos agentes
comunitários de saúde e de combate às endemias (CF, art. 198,
§11)(VI)
( - ) Transferências da União relativas a remuneração dos agentes
comunitários de saúde e de combate às endemias (CF, art. 198,
§11)(VII)
( - ) Outras Deduções Constitucionais ou Legais (VIII)
RECEITA CORRENTE LÍQUIDA AJUSTADA PARA
CÁLCULO DOS LIMITES DA DESPESA COM PESSOAL
(VII) = (V - VI) (IX) = (V - VI - VII - VIII)
4.1.1. Ajustes decorrentes das deduções de Despesas com Pessoal estabelecidas pela
EC 120/2022 e 127/2022
A Emenda Constitucional nº 120, de 5 de maio de 2022, acrescentou os §§ 7º a 11 ao art. 198
da Constituição Federal, para dispor sobre a responsabilidade financeira da União na política
remuneratória dos agentes comunitários de saúde (ACS) e agente de combate às endemias
(ACE). O §11 do art. 198 estabeleceu que os recursos financeiros repassados pela União aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para pagamento do vencimento ou de qualquer
outra vantagem dos agentes comunitários de saúde e dos agentes de combate às endemias
não serão objeto de inclusão no cálculo para fins do limite de despesa com pessoal.
Posteriormente, a Emenda Constitucional nª 127, de 22 de dezembro de 2022 acrescentou os
§§ 14 e 15 ao art. 198 da CF, estabelecendo a obrigatoriedade de a União prestar assistência
financeira complementar aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios e às entidades
filantrópicas, bem como aos prestadores de serviços contratualizados que atendam, no
mínimo, 60% (sessenta por cento) de seus pacientes pelo sistema único de saúde, para o
cumprimento dos pisos salariais profissionais nacionais para o enfermeiro, o técnico de
enfermagem, o auxiliar de enfermagem e a parteira.
De modo a evitar sucessivas modificações no Anexo 1 do RGF, em razão das alterações
legislativas, definiu-se que seria oportuno abrir um item no demonstrativo para abranger
ambas as situações e outras similares que venham a ser expressamente previstas pela
Constituição, evitando recorrentes alterações de leiaute no modelo de relatório gerado no
Siconfi.
Desse modo, as linhas referentes às despesas não computadas passam a apresentar a
seguinte estrutura (grifamos):
DESPESAS NÃO COMPUTADAS (II) (§ 1º do art. 19 da LRF)
Indenizações por Demissão e Incentivos à Demissão Voluntária
Decorrentes de Decisão Judicial de Período Anterior ao da Apuração
Despesas de Exercícios Anteriores de Período Anterior ao da Apuração
Inativos e Pensionistas com Recursos Vinculados
Agentes Comunitários de Saúde e de Combate às Endemias com Recursos Vinculados (CF, art. 198, §11)
Parcela dedutível referente ao piso salarial do Enfermeiro, Técnico de Enfermagem, Auxiliar de Enfermagem e Parteira (ADCT, art. 38,
§2º)
Outras Deduções Constitucionais ou Legais
Assim, a partir de 2024, será válida a nova estrutura que inclui uma nova linha no
demonstrativo para dar transparência a esses valores. Para melhor evidenciação da
composição dos valores registrados na linha “Deduções Constitucionais”, recomenda-se a
utilização de notas explicativas, com a segregação dos montantes referentes a: (i) Despesas
de vencimentos dos agentes comunitários de saúde e de combate às endemias com recursos
transferidos pela União (CF, art. 198, §§ 7º a 11); (ii) Despesas com vencimento de enfermeiro,
técnico de enfermagem, auxiliar de enfermagem e parteira, com recursos transferidos pela
União (CF, art. 198, §§12 a 15); e (iii) Demais deduções que eventualmente venham a ser
estabelecidas por novas Emendas Constitucionais ao longo do exercício.
Ressalta-se que nesses casos os pagamentos realizados às categorias de profissionais
especificadas na legislação pertinente deverão compor a despesa bruta com pessoal, sendo
deduzido tão somente para fins de limite.
O quadro APURAÇÃO DO CUMPRIMENTO DO LIMITE LEGAL também foi ajustado de modo a
refletir, no cálculo da RCL ajustada para cálculo dos limites da despesa com pessoal, as
alterações realizadas no ANEXO 3 do RREO.
Os modelos de demonstrativos válidos a partir do exercício de 2024, assim como as
orientações para o adequado preenchimento, foram incorporadas ao texto do MDF 14ª
edição.