Inicial - Consumidor - Produto Com Defeito

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DO

JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE SÃO JOAQUIM DA


BARRA/ESTADO DE SÃO PAULO

DANILO DOS SANTOS SOUZA, filho de Claudia


Regina dos Santos Nascimento e Delzio Augusto de Souza, brasileiro, solteiro, médico,
portador do RG n. 48.252.647-6 SSP/SP e inscrito no CPF sob o n. 418.368.928-70,
residente e domiciliado na Rua Maranhão, nº 512-R, Bairro Vila Deieno, na cidade de
São Joaquim da Barra/SP, CEP 14600-000, vem, respeitosamente à presença de Vossa
Excelência, propor AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C PEDIDO DE
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS COM PEDIDO DE TUTELA
ANTECIPADA, em face de CASAS BAHIA – VIA VAREJO S/A, pessoa jurídica de
direito privado, inscrita no CNPJ 33.041.260/0652-90, situada na Avenida Rebouças, n°
3.970, A28, São Paulo/SP, CEP - 05420-918, e PHILCO ELETRÔNICOS S.A, pessoa
jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ 11.283.356/0002-87, situada na Rua
Palmeira Do Miriti, Nº 287 - Gilberto Mestrinho - CEP: 69.075-215 Manaus – AM, pelos
fatos e fundamentos a seguir expostos:

DOS FATOS

[email protected]
(16) 9 99332.4770
O autor realizou a compra de uma Smart TV Led 42” da
marca Philco, com WIFI, HDMI, USB e Processador Quad-core, no valor de R$ 1.560,00
(um mil quinhentos e sessenta reais), junto à empresa requerida.

A compra foi realizada no dia 10 de março de 2023 e o autor


optou pela retirada na filial na Comarca de São Joaquim da Barra/SP.

Passados 10 dias da compra, o autor procedeu a instalação


do eletrodoméstico, ao ligá-lo, verificou que estava com uma “faixa preta” na tela, e as
imagens não apareciam.

Pois bem, entrou em contato com a requerida e informou o


ocorrido, o atendente informou ao autor, que já havia passado o prazo de “7 dias da
garantia” e que o produto deveria ser conduzido a assistência, e não mais a troca do
produto.

A requerida informou, também, que seria o próprio autor


que teria que levá-lo até a assistência, e forneceu 2 endereços onde o autor poderia
proceder com a reparação do aparelho de TV.

O autor se deslocou por duas vezes até as assistências


indicadas pela parte requerida na cidade de Franca, a qual está situada há
aproximadamente 60 quilômetros de seu domicílio, e ainda, uma última vez até a
assistência na cidade de Ribeirão Preto, há 70 quilômetros de seu domicílio.

Por essas três vezes foi informado ao autor que nada poderia
ser feito no presente caso, ou seja, o autor se deslocou por três vezes desnecessariamente,
haja vista que não obteve êxito na tentativa de resolução do problema, deixando-o
frustrado, se sentindo impotente diante de tal situação.

Cabe salientar, que até a presente data o produto encontra-


se sem reparo, e o autor encontra-se nesse estado de impotência, como já mencionado,
pois não pode desfrutar do bem que comprou com tanto sacrifício, razão pela qual não
encontrou outa alternativa, senão a busca do Judiciário.

DO DIREITO

DA APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA


DO. CONSUMIDOR

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(16) 9 99332.4770
O Código de Defesa do Consumidor define, de maneira
bem nítida, que o consumidor de produtos e serviços deve ser agasalhado pelas suas regras
e entendimentos, senão vejamos:

Art. 3º. Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica,


pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como
os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades
de produção, montagem, criação, construção,
transformação, importação, exportação, distribuição ou
comercialização de produtos ou prestações de serviços.

Com esse postulado, o Código de Defesa do


Consumidor consegue abarcar que deve responder por todos os fornecedores, sejam eles
pessoas físicas, ou jurídicas, ficando evidente que quaisquer espécies de danos porventura
causados aos seus tomadores.

Com isso Excelência, fica espontâneo o vislumbre da


responsabilização da empresa requerida sob a égide da Lei nº 8.078/90, visto que se trata
de um fornecedor de produtos que, independentemente de culpa, causou danos efetivos a
um de seus consumidores.

DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

Percebe-se, outrossim, que o requerente deve ser


beneficiado pela inversão do ônus da prova, pelo que reza o inciso VIII do artigo 6º do
Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que a narrativa dos fatos encontra
respaldo nos documentos anexos, que demonstram a verossimilhança do pedido,
conforme disposição legal:

Art. 6º. São direitos básicos do consumidor:

VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive


com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no
processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil
a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as
regras ordinárias de experiências;”

O requerimento ainda encontra respaldo em diversos


estatutos de nosso ordenamento jurídico, a exemplo do Código Civil, que evidenciam a
pertinência do pedido de reparação de danos.

Além disso, segundo o Princípio da Isonomia, todos devem


ser tratados de forma igual perante a lei, mas sempre na medida de sua desigualdade. Ou
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seja, no caso ora debatido, o requerente realmente deve receber a supracitada inversão,
visto que se encontra em estado de hipossuficiência, uma vez que disputa a lide com uma
empresa de grande porte, que possui maior facilidade em produzir as provas necessárias
para a cognição do Excelentíssimo Magistrado.

DA RESPONSABILIDADE DAS REQUERIDAS

A responsabilidade pelos vícios de qualidade apresentados


por produtos de consumo duráveis é suportada solidariamente pelo comerciante, nos
exatos termos do artigo 18 do Código de Defesa do Consumidor:

Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo


duráveis ou não duráveis respondem solidariamente
pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem
impróprios ou inadequados ao consumo a que se
destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por
aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações
constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou
mensagem publicitária, respeitadas as variações
decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor
exigir a substituição das partes viciadas.

O dispositivo traduz a responsabilidade solidária, que


obriga os diversos níveis de fornecedores a resolver o problema. No caso de protelarem
a solução por um dos envolvidos, os outros também podem ser chamados à
responsabilidade.

Basicamente, todas as empresas envolvidas na lesão ao


consumidor têm participação e devem responder pelos problemas causados. Cabe ao
consumidor escolher se quer acionar o comerciante ou o fabricante.

Ora Excelência, assim como preconiza o Art. 18 CDC, se


ao adquirir um produto, se o consumidor verificar que ele apresenta defeito, o Código de
Defesa do Consumidor assegura, que:

§ 1º Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta


dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua
escolha:
I- a substituição do produto por outro da mesma
espécie, em perfeitas condições de uso;
II- a restituição imediata da quantia paga,
monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais
perdas e danos;
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III – o abatimento proporcional do preço.

Portanto, findo o trintídio a que alude o parágrafo primeiro


do artigo 18, sem que o fornecedor efetue o reparo (é direito do revendedor tentar eliminar
o vício nesse prazo), cabe ao consumidor a escolha de qualquer das alternativas acima
mencionadas.

Contudo Vossa Excelência, a Requerente opta, por resolver


o contrato em perdas e danos, pleiteando a restituição imediata da quantia despendida, no
valor de R$1.560,00 (um mil quinhentos e sessenta reais) corrigida e atualizada
monetariamente, com fulcro no disposto no inciso II do § 1º do artigo 18, do diploma
consumerista.

DO DANO MORAL E MATERIAL

Se vê claramente que as Empresas Requeridas, não se


prontificaram em resolver o problema de forma definitiva, seja pelo conserto do produto
em tempo hábil ou mesmo a restituição da quantia paga, trazendo assim toda sorte de
transtornos ao Requerente, que se sentiu lesado e humilhado.

O desgaste imposto ao Requerente, como já relatado, é


ainda maior pelo fato de ter que procurar por diversas vezes, a Requerida Casas Bahia na
tentativa de resolver o problema, todavia, não fora logrado êxito. A sensação de
impotência ao tentar solucionar o problema junto às requeridas foi maior, pois a
Requerente foi tratada com total descaso e negligência, mesmo diante da explanação do
problema, que atingiu de pronto sua alma.

Cumpre mencionar também acerca da ma fé da Requerida


Casas Bahia uma vez que informou ao Requerente que, já passado 10 dias, havia superado
o prazo da garantia de 7 dias do produto.

Vale lembrar que, a garantia de fabricante do produto é de


um ano, e o prazo de 7 dias mencionado pela requerida, se refere ao direito de
arrependimento do consumidor, onde este, no prazo de 7 dias, pode exercer seu direito de
arrependimento a lei não exige que o comprador explique por que desistiu da compra, e
o vendedor não tem outra opção que não seja a imediata devolução do valor pago, é o que
dispõe o art. 49 do CDC.

Dessa forma, as esferas patrimonial e emocional foram


plenamente atingidas, sendo que os efeitos do ato ilícito praticado pelas requeridas
alcançaram a vida íntima do Requerente, que viu quebrada a sua paz.

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É notória a responsabilidade objetiva da requerida, a qual
independe do seu grau de culpabilidade, uma vez que incorreu em uma lamentável falha,
gerando o dever de indenizar, pois houve defeito relativo à prestação de serviços. O
Código de Defesa do Consumidor consagra a matéria em seu artigo 14, dispondo que:

Art. 14. O fornecedor de serviço responde,


independentemente da existência de culpa, pela
reparação dos danos causados aos consumidores por
defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como
por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua
fruição e riscos.

Sabe-se que, em relação ao dano moral puro, resta


igualmente comprovado que as requeridas, com sua conduta negligente, violaram
diretamente direito do Requerente, qual seja, de ter sua paz interior e exterior inabalado
por situações com ao qual não concorreu. Trata-se do direito da inviolabilidade à
intimidade e à vida privada.

A indenização dos danos puramente morais deve


representar punição forte e efetiva, bem como, remédio para desestimular a prática de
atos ilícitos, determinando, não só à requerida, mas principalmente a outras empresas, a
refletirem bem antes de causarem prejuízo a outrem.

Imperativo, portanto, que o Requerente seja indenizada


pelo abalo moral em decorrência do ato ilícito, em razão de ter sido vítima de completa e
total falha e negligência das demandadas, assim como seja indenizado pelo abalo moral
em decorrência do ato ilícito.

Em sede de jurisprudência, o Tribunal de Justiça de São


Paulo entendeu que:

Apelação. Ação de rescisão contratual c./c. devolução


das quantias pagas e reparação por danos morais.
Compra e venda de veículo usado. Vício oculto no
motor. Sentença de procedência. Relação de consumo.
Responsabilidade objetiva e solidária dos fornecedores.
Individualizada a responsabilidade da revendedora e da
financeira, sem recurso do autor para reconhecimento
da responsabilidade solidária dos fornecedores. Autor
que comprovou vício oculto no motor da motocicleta,
que havia sido reparado com solda. Revendedora que se
comprometeu a arcar com 80% do valor do reparo,
atribuindo ao consumidor o restante. Cláusula abusiva
e nula por atenuar a responsabilidade do fornecedor
pelo vício oculto (art. 51, I, do CDC). Decadência.
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Inocorrência. Autor que buscou solução com a
revendedora dentro do prazo decadencial ao tomar
ciência do vício oculto. Revendedora que, apesar de se
comprometer a arcar com o conserto, não efetuou o
pagamento, impossibilitando a compra de peças e
posterior conserto, negando o pedido do autor de troca
do produto ou devolução de valores. Ação ajuizada
dentro do prazo decadencial após a recusa da
revendedora. Perícia judicial que constatou que o vício
oculto era preexistente e não havia indícios de mau uso
pelo consumidor. Problema não solucionado no prazo
de trinta dias. Rescisão do contrato, restituição dos
valores pagos e dos dispendidos com oficina (art. 18, §
1º, II, do CDC). Situação que superou o mero dissabor e
aborrecimento. Perda do tempo útil. Desvio produtivo
do consumidor. Danos morais mantidos (R$ 8.000,00).
Responsabilidade da empresa que comercializa o bem e
da instituição financeira que concede financiamento.
Rescisão dos contratos de compra e venda e de
financiamento por serem coligados e dependentes, na
medida em que é a concessão do crédito que viabiliza a
venda do automóvel pela revendedora, não subsistindo
isoladamente. Precedentes desta Corte. Inteligência do
art. 54-F do CDC. Sentença mantida com observação
em relação ao termo inicial dos juros de mora da
indenização moral, incidente desde a citação.
Honorários majorados. RECURSOS DESPROVIDOS.
(TJ-SP - AC: 10140423320208260100 SP 1014042-
33.2020.8.26.0100, Relator: L. G. Costa Wagner, Data
de Julgamento: 23/02/2022, 34ª Câmara de Direito
Privado, Data de Publicação: 23/02/2022)

RECURSO - APELAÇÃO CÍVEL -BEM MÓVEL -


COMPRA E VENDA – APARELO DE TELEVISÃO –
RELAÇÃO CONSUMERISTA – VÍCIO OCULTO -
AÇÃO REDIBITÓRIA CUMULADA COM
REPARATÓRIA DE DANOS MORAIS – MATÉRIA
PRELIMINAR. Decadência. Não ocorrência. Prazo
decadencial previsto no artigo 26 do Código de Defesa
do Consumidor não superado, atentando-se para a data
de surgimento do vício. Legitimidade passiva.
Requeridas que são parte legítima a responder pelo
vício redibitório e eventuais danos decorrentes, dada a
prova da relação contratual, na condição de fabricante,
vendedora e seguradora. Matéria preliminar afastada.
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RECURSO - APELAÇÃO CÍVEL -BEM MÓVEL -
COMPRA E VENDA – APARELO DE TELEVISÃO –
RELAÇÃO CONSUMERISTA – VÍCIO OCULTO -
AÇÃO REDIBITÓRIA CUMULADA COM
REPARATÓRIA DE DANOS MORAIS - MÉRITO.
Requerente que aponta vício oculto em aparelho de
televisão adquirido no estado de novo, que deixou de
funcionar antes de esgotada a garantia contratual.
Sentença de procedência da ação declarando rescindido
o negócio, condenadas a lojista, a fabricante e a
seguradora ao ressarcimento de valores e pagamento de
danos morais. Apelos das correqueridas. Prova nos
autos do vício redibitório, inclusive por perícia técnica
oficial realizada por profissional gabaritado e
equidistante do interesse das partes. Escorreita a
respeitável sentença reorrida quanto ao desfazimento
da compra e venda. Dano moral configurado pela
frustração da plena utilização do produto, bem como
recusa das requeridas seja no reparo do bem defeituoso,
seja na substituição do aparelho. Problemas que
suplantam mero aborrecimento cotitiano, demonstrada
a frustração da expectativa do consumidor em adquidir
bem durável em boas condições para o uso. Danos
morais fixados em montante razoável e proporcional
abalo suportado. Procedência. Sentença mantida.
Recursos de apelação das requeridas não providos,
descabida a majoração da honorária advocatícia da
parte adversa prevista no parágrafo 11 do artigo 85 do
atual Código de Processo Civil, vez que fixada no
patamar máximo na origem. (TJ-SP - AC:
10027616520208260590 SP 1002761-65.2020.8.26.0590,
Relator: Marcondes D'Angelo, Data de Julgamento:
07/06/2021, 25ª Câmara de Direito Privado, Data de
Publicação: 07/06/2021)

A culpa pelo evento danoso é atribuída às Requeridas pela


inobservância de um dever que devia conhecer e observar.

Está assegurado na Constituição Federal de 1988 o direito


relativo à reparação de danos materiais, senão vejamos:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de


qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do

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direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:

X – São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra


e a imagem das pessoas, assegurado o direito à
indenização por dano material ou moral decorrente de
sua violação.

Sobre a responsabilidade de reparar o dano causado a


outrem, Luis Chacon diz que:

(…) o dever jurídico de reparar o dano é proveniente da


força legal, da lei. Esse dever jurídico tem origem,
historicamente, na ideia de culpa, no respondere do
direito romano, tornando possível que a vítima de ato
danoso culposo praticado por alguém pudesse exigir desse
a reparação dos prejuízos sofridos. Obviamente que se a
reparação não for espontaneamente prática será possível
o exercício do direito de crédito, reconhecido por sentença
em processo de conhecimento, através da coação estatal
que atingirá o patrimônio do devedor causador dos danos.
(CHACON, Luis Fernando Rabelo. São Paulo: Saraiva,
2019).

Os artigos 79, 80 e 81 disciplinam o regime da


responsabilidade das partes por dano processual. Exige-se como pressuposto a prática de
ato caracterizado como litigância de má-fé, presumindo-se o prejuízo aos interesses da
parte adversa, merecedora de indenização por perdas e danos.

A responsabilização do litigante ímprobo, seja ele autor ou


réu, dever ser auferida e exigida nos mesmos autos, dispensando-se ação autônoma. O ato
descrito como de má-fé pressupõe o dolo do litigante. A norma não sanciona a categoria
dos advogados, que poderão responder regressivamente perante seu cliente em ação
própria, caso constatada sua responsabilidade civil pelo ilícito processual.

Conforme os artigos 79 e 80 do CPC:

Art. 79. Responde por perdas e danos aquele que litigar


de má-fé como autor, réu ou interveniente.

Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que:


I – deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de
lei ou fato incontroverso;
II – alterar a verdade dos fatos;
III – usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
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IV – opuser resistência injustificada ao andamento do
processo;
V – proceder de modo temerário em qualquer incidente
ou ato do processo;
VI – provocar incidente manifestamente infundado;
VII – interpuser recurso com intuito manifestamente
protelatório.

Está evidente, que As Requeridas, causaram danos, a


Requerente, devendo, conforme a lei, repará-la.

Art. 927 do Código Civil. Aquele que, por ato ilícito


(arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,


independentemente de culpa, nos casos especificados em
lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida
pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco
para os direitos de outrem.

Posto isto, resta evidente e devidamente demonstrada a


existência do dano moral indenizável.

DO QUANTUM INDENIZATÓRIO

Quanto ao valor da indenização deve ser considerada a


condição econômica das partes para que não seja uma fonte de fortuna para a vítima, mas
que não seja inócua à entidade lesante e funcione como meio inibidor de novos
constrangimentos.

Ademais, diante do poderio econômico que possui a parte


ré o valor da indenização não pode ser ínfimo e deve possuir força intimidatória, capaz
de fazer a mesma criar ou oferecer mecanismos e serviços mais eficientes aos
consumidores e cidadãos.

Uma vez reconhecida a existência do dano moral, e o


conseqüente direito à indenização dele decorrente, necessário se faz analisar o aspecto do
quantum pecuniário a ser considerado e fixado, não só para efeitos de reparação do
prejuízo, mas também sob o cunho de caráter punitivo e sancionatório, preventivo,
repressor.

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Essa indenização que se pretende em decorrência dos danos
morais, há de ser arbitrada, mediante estimativa prudente, que possa em parte, compensar
o "dano moral" do autor, no caso, uma vez que demonstrada a frustração da expectativa
do consumidor em adquirir bem durável em boas condições para o uso, além dos gatos
que obteve tendo que se deslocar por três vezes para comarcas diversas de seu domicílio
sob o ludibrio de que o seu bem seria reparado pela assistência técnica oferecida.

Portanto, requer-se a condenação das requeridas ao


pagamento de indenização por danos morais, e que ao fazê-la, lembre-se dos transtornos
pelos quais está passando o autor e que os mesmos se deram em virtude do
comportamento arbitrário, ilegal e desidioso das demandadas e tal valor deve ser fixado
em valor não inferior a R$ 15.000,00 (quinze mil reais) cada.

DO PEDIDO

Diante todo o exposto requer:

a) A citação das Requeridas para que respondam à


presente ação, no prazo legal, sob pena de revelia e confissão;

b) A concessão da Justiça Gratuita, nos termos da Lei


nº 1.060/50, assegurados pela Constituição Federal, artigo 5º, LXXIV e pela Lei
13.105/2015 (NCPC), artigo 98 e seguintes;

c) A procedência do pedido, com a condenação das


requeridas ao ressarcimento imediato das quantias pagas, no valor de R$ 1.560,00 (um
mil quinhentos e sessenta reais), acrescidas ainda de juros e correção monetária, conforme
artigo 18 do Código de Defesa do Consumidor;

d) Sejam as Requeridas condenadas por Vossa


Excelência, pagar à Requerente um quantum a título de danos morais, qual seja o não
inferior a R$ 15.000,00 (quinze mil reais), em atenção às condições das partes,
principalmente o potencial econômico-social da lesante, e, a gravidade da lesão, sua
repercussão e as circunstâncias fáticas, este não seria enriquecimento sem causa e, devido
ao poder financeiro das Requeridas, tornando-se tal pena pecuniária em uma proporção
que atingisse o caráter punitivo ora pleiteado, como também o compensatório;

e) A aplicabilidade do CDC e todas as suas


disposições, inclusive o tocante à inversão do ônus da prova;

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f) Protesta provar o alegado com todos os meios de
provas em direito admitidas;

Dá-se a causa o valor de R$16.560,00 (dezesseis mil,


quinhentos e sessenta reais) cento e trinta e um reais e quarenta e dois centavos).

Nestes termos,
Pede e espera deferimento.

São Joaquim da Barra/SP, 15 de maio de 2023.

MARÍLIA RECHI DE SOUZA


OAB/SP nº 442.082

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