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Sistemas Estruturais

Material Teórico
Elementos Estruturais

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Me. Gabriel Baião

Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Elementos Estruturais

• Introdução;
• Estudo das Lajes;
• Estudo das Vigas;
• Estudo dos Pilares.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Discernir e dimensionar os diferentes elementos que fazem parte de um sistema estrutu-
ral, conhecendo suas peculiaridades e suas funções na Dinâmica das Estruturas.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Elementos Estruturais

Introdução
Em unidades anteriores, citamos muito os elementos estruturais e vimos algumas
diretrizes da norma que afetam diretamente nas estruturas de concreto armado.
Agora iremos conhecer todos os elementos que compõem um sistema estrutural e
cada uma das suas características, e depois iremos encontrar algumas medidas geo-
métricas para adotar em nossas futuras estruturas, como um cálculo para encontrar
as principais dimensões dos elementos estruturais.

A concepção de um sistema estrutural leva em conta diversos fatores, como:


tecnologia empregada, tipo de empreendimento, malha de pilares, método constru-
tivo, prazo da obra e custo. Todos esses itens irão compor nossa concepção estru-
tural e, após a análise de todas as tecnologias disponíveis e métodos construtivos,
poderemos, enfim, escolher como iremos conceber nossa estrutura.

O sistema estrutural clássico é composto de pilares, vigas e lajes. Cada um desses


elementos terá uma função bem definida dentro do sistema e deverá ser dimensio-
nado para que suporte aos esforços solicitados e que possa transmitir esses esforços
para o próximo elemento. Faz parte desse sistema também o Sistema de Fundações,
porém, eles serão estudados em outra unidade do curso, aqui focaremos apenas nos
elementos constituintes de superestrutura.

Rebello (2000) define como estrutura, ou sistema estrutural, a organização de


alguma coisa, seja na música, seja no DNA humano, seja na estrutura de uma
edificação. A estrutura pode ser definida como o “caminho na qual uma força
percorre” (Rebello, 2000, pag. 22), ou seja, o caminho que seu peso irá percorrer
em uma estrutura quando você está sobre a laje de uma edificação. Então a força
pode ser móvel ou fixa, sendo as móveis mais complicadas e complexas de prever,
pois ora estará em uma região, ora em outra. Então nossa função como projetistas
estruturais é dimensionar o caminho que essas forças irão percorrer, garantindo
que nossos elementos sejam grandes o suficiente para que não haja um “conges-
tionamento”. A comparação com o trânsito de uma grande metrópole talvez seja a
maneira mais fácil de entender como as coisas funcionam.

Imagine que uma carga se encontre na laje do 13° andar – esse elemento estrutural
deve receber toda a carga em repouso sobre ele e transferir para as vigas laterais.
Caso a carga seja muito grande, ou a laje muito fina, ela irá se deformar como uma
cama elástica. Então uma laje com boa espessura tenderá a deformar muito menos
que lajes mais finas, facilitando que nossa carga seja transportada para o próximo
elemento, as vigas. Ao chegar às vigas, nossa carga deverá ser transportada para
os pilares – então imagine que nossa viga seja uma grande via coletora que recebeu
as cargas das vias locais (lajes) e precisam enviar para as vias expressas (pilares),
logo após, chegarão ao seu destino que são as fundações. No  dimensionamento
de uma viga, sua geometria relacionada com sua altura e largura são fundamentais
para que não haja congestionamento no meio do caminho, então, quando temos
problemas no transporte, precisamos modificar sua altura. As vigas em que sua
dimensão “h” (altura) é muito pequena costumam deformar mais conforme as cargas

8
aumentam, sendo necessários ajustes na altura para as cargas fluírem melhor. No
caso dos pilares que correspondem às vias expressas em nosso exemplo, precisamos
dimensionar suas duas dimensões para que seja possível garantir uma “área mínima
de escoamento”, permitindo, assim, que as cargas façam seu movimento de descida
de maneira segura.

Estudo das Lajes


Nosso primeiro elemento estrutural em questão são as lajes – elas são responsá-
veis por receber as cargas verticais repousadas sobre ela e transferir para as vigas.
Esse elemento geralmente é comparado com uma malha, devido à sua pequena
medida de altura em relação ao seu comprimento e profundidade.

2,5
0,1

3,04

Figura 1 – Exemplo de uma laje, temos aqui Lx sendo o menor lado, ou seja, o lado com 2,50 metros

Como vimos na nossa imagem, temos uma pequena espessura se comparada


com as outras dimensões, porém, essa espessura irá definir o quanto de carga essa
laje irá suportar dentro de suas deformações. A espessura também está relacionada
com o tamanho do menor lado da laje, conhecida como “Lx”. Quanto maior essa
laje, maior será a espessura necessária para que ela se deforme dentro do que é
exigido na ABNT NBR 6118:2014. A espessura da laje também varia conforme a
tecnologia construtiva e método utilizado para a construção.

Em nosso curso, iremos aprender a dimensionar uma laje de concreto maciço


de maneiras diferentes, sempre buscando adequar uma geometria para o problema
proposto. Para entender uma laje, precisamos sempre buscar conceber uma estru-
tura sobre uma planta baixa, seja ela fictícia ou fornecida por um futuro cliente.
Uma laje deve ser posicionada sempre analisando os seguintes itens:
• Posicionar uma laje única nas áreas molhadas;
• Lajes com áreas molhadas costumam possuir rebaixo (espessura inferior) em
relação às lajes adjacentes, para que seja possível realizar os serviços de imper-
meabilizações e proteções, mantendo o piso acabado nivelado ou um pouco
abaixo do piso externo;
• Sempre que houver 4 vigas apoiando uma parte da laje, aquela parte é consi-
derada uma laje única – ver a figura 2.

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UNIDADE Elementos Estruturais

Figura 2 – Exemplo de uma laje apoiada nas quatro extremidades.


Pilares em vermelho, vigas em verde, laje em azul
• O lado que levaremos em questão no nosso dimensionamento é conhecido como
“Lx” e é sempre o menor lado da laje entre o comprimento e a profundidade.

Segundo Botelho (2007), é possível considerar alguns valores para o pré-dimen-


sionamento das lajes maciças de concreto. Para chegar a esses números, foram
consultados diversos projetistas e sua própria experiência profissional:
• Espessura de 6 cm para lajes de forro e com no máximo 10 m2 de área;
• Espessura de 8 cm para lajes de forro e com no máximo 20 m2 de área;
• Espessura de 7 cm para lajes de piso de até 10 m2 de área;
• Espessura de 9 cm para lajes de piso de até 20 m2 de área.

Ele considera as lajes de forro como aquelas que não receberão carga adicional,
são lajes que ficam na cobertura do edifício. As lajes de piso já são transitáveis por
pessoas – nesses casos não entram lajes que receberão grandes equipamentos ou
grandes cargas devido a um uso específico. A área informada corresponde à multi-
plicação entre o comprimento e profundidade da laje, então não levamos em conta
nessa análise o Lx (menor lado) de maneira isolada.

Dependendo da área em que precisamos vencer, nos vãos entre pilares muito
grandes, onde a espessura da laje for muito grande ≥ 15 cm, aconselhamos o uso
de outro tipo de tecnologia, como as lajes nervuradas, onde conseguimos reduzir
drasticamente o peso devido a espaços vazios. Veja a figura 3.
0,1

0,25

Figura 3 – Exemplo de uma laje nervurada, utilizada quando precisamos de uma espessura
muito grande. Fisicamente, essa laje é considerada como espessura de 25 centímetros,
porém, temos várias regiões sem material, diminuindo o peso e o custo

10
Outra variável fundamental para a análise de uma laje é quanto à maneira como
ela se encontra apoiada. Podemos apoiar a laje de duas maneiras: apoiada nas
quatro extremidades, ou parcialmente apoiada. No primeiro caso, onde as qua-
tro extremidades estão apoiadas, chamamos nossa laje de engastada, no segundo
caso, ela pode ter um ou mais lados em balanço. As lajes, quando estão engastadas,
costumam ter sua maior deformação ocorrendo no centro, conhecido aqui como
flecha – ver imagem Figura 4. Já as lajes em balanço costumam apresentar suas
maiores deformações nas bordas livres – ver imagem Figura 5. Então, por defor-
marem mais, precisam receber um tratamento diferenciado no cálculo estrutural e
costumam ser mais espessas do que as lajes engastadas. As lajes em balanço não
são consideradas por Botelho (2007), então aqueles valores são válidos apenas
para as lajes engastadas.

Figura 4 – Exemplo de uma deformação de laje apoiada nas quatro extremidades

Figura 5 – Exemplo de deformação de uma laje com um dos lados em balanço (sem apoio)

Agora que sabemos todas as variáveis para a definição de como será nosso ele-
mento estrutural laje, precisamos aprender um método matemático para fazer um
pré-cálculo ou uma pré-análise do nosso elemento estrutural. Nosso cálculo parte
das seguintes expressões:

h = Lx
40

ou

h = Lx
30

Sendo a primeira equação para lajes engastadas, ou seja, apoiada nas quatro
extremidades e a segunda equação para lajes em balanço.

O valor de Lx será sempre o menor lado da laje em que queremos calcular sua
espessura em centímetros.

Nesse cálculo, sempre iremos encontrar o valor de espessura para uma laje maciça
em concreto, ou seja, sem espaços vazios ou elementos vazados embutidos ou aparentes.

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11
UNIDADE Elementos Estruturais

Exemplo 1
Calcule a espessura necessária para uma laje com medidas de 3 x 2,50 metros,
onde ela se encontra engastada e depois calcule a mesma espessura caso ela esti-
vesse em balanço:

Primeiro vamos calcular pensando em uma viga engastada, então precisamos


utilizar a primeira fórmula onde temos h = Lx/40, onde Lx é o menor lado entre
3,00 metros e 2,50 metros.

=h Lx
= 250 = 6, 25 cm
40 40

A norma ABNT NBR 6118:2013 nos orienta a não realizar lajes com espessura
inferior a 7 centímetros.

No nosso caso, como o valor é quebrado, ou seja, 6,25 cm precisamos arre-


dondar para a próxima casa de número inteiro, facilitando, assim, a produção das
formas e posicionamento da armadura. Nosso resultado adotado para esse caso
será 7 centímetros de espessura.

Nosso segundo passo é descobrir a espessura dessa mesma laje no caso de ela
ser construída em balanço. Então iremos utilizar nossa segunda fórmula:

h = Lx
30

Onde Lx será o menor lado dessa laje novamente, entre 3,00 e 2,50 metros.

=h Lx
= 250 = 8, 33 cm
30 30

Nesse caso, iremos novamente seguir o passo anterior de arredondar nossa laje
para o próximo valor inteiro, sendo adotado 9 centímetros de espessura.

Existe outro método para realizar essa análise sem a utilização de cálculos que
é utilizado no livro “A concepção Estrutural e a Arquitetura”, do engenheiro civil
Conrado Pereira Rebello. O autor aponta diversos valores de pré-dimensionamento
para os elementos estruturais mais conhecidos e os pouco utilizados, ou de uso
restrito. Aqui em nosso material, iremos apresentar em forma de tabelas, em cada
uma das unidades. Nesta unidade em questão, iremos estudar apenas o concreto
armado e o concreto protendido, nas duas próximas unidades, iremos apresentar as
tabelas referentes à tecnologia de estruturas metálicas e de madeira.

Vamos conhecer, então, o pré-dimensionamento dos nossos diferentes tipos la-


jes e poderemos comparar os resultados dos diferentes métodos construtivos, o que
norteará a maneira como iremos definir a concepção da nossa estrutura.

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Tabela 1 – Lajes de Concreto – Maciça – Adaptado de Rebello (2000)
Liga de Concreto – Maciça
Lx – menor lado (em m) h mínimo (em cm) h máximo (em cm)
1,00 6 8
1,50 6 8
3,00 8 12
4,50 10 16
6,00 14 20

Em caso de necessidade de valores intermediários, utilize o valor mínimo refe-


rente à próxima medida notável, por exemplo:

Em uma laje com 2,50 metros em seu menor lado, iremos adotar a espessura mínima
do nosso próximo ponto notável que é 3 metros, ou seja, 8 centímetros de espessura.

Se compararmos ambos os métodos numéricos e pelos ábacos, vemos que nos-


sa diferença foi de 1 centímetro maior, ou seja, estamos adotando uma laje com
espessura maior, então mais segura.

Tabela 2 – Lajes de Concreto – Nervurada – Adaptado de Rebello (2000)


Lajes de Concreto – Nervurada (Quando a distância
entre nervuras é ≤ 1 metro)
h mín (Nervura + h max (Nervura +
Vão em metro
Laje (cm)) Laje (cm))
3,00 18 24
6,00 18 35
9,00 28 46
12,00 32 55
15,00 46 60
18,00 60 60

Tabela 3 – Lajes de Concreto – Caixão perdido – Adaptado de Rebello (2000)


Lajes de Concreto – Caixão perdido
h mín. (Nervura + h máx. (Nervura +
Vão em metro
Laje (cm)) Laje (cm))
3,00 4 17
6,00 14 28
9,00 18 35
12,00 27 46
15,00 40 57
18,00 47 57

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UNIDADE Elementos Estruturais

Tabela 4 – Lajes de Concreto – Chapa Dobrada – Adaptado de Rebello (2000)


Lajes de Concreto – Chapa Dobrada
h mín. (Nervura + h máx. (Nervura + Espessura da chapa
Vão em metro
Laje (cm)) Laje (cm)) (em cm)
6 100 150 7
12 100 160 7
18 130 210 10
24 150 300 10
30 150 350 10
36 200 450 10
42 300 460 10
48 350 550 15

Agora temos capacidade teórica para resolver e pré-dimensionar lajes em dife-


rentes ocasiões e necessidades, sempre buscando a viabilidade técnica e financeira
que nosso cliente necessita. Esses diferentes métodos construtivos possuem custos
diferentes e, dependendo do nosso orçamento, ou o uso da edificação, eles poderão
ser descartados na fase preliminar de concepção do nosso projeto. Os cálculos aqui
realizados são apenas para obtermos uma noção da geometria dos nossos elemen-
tos, pois eles poderão sofrer alterações em suas medidas conforme o calculista faz
a análise e o cálculo estrutural. Entretanto, entregar para ele um projeto muito bem
resolvido do ponto de vista estrutural evita que surpresas desagradáveis apareçam,
como vigas altas em ambientes com pé direito baixo, pilares locados em regiões/
posições indevidas etc.

As lajes possuem também a função de travamento dos demais elementos estrutu-


rais como vigas e pilares, sendo decisivas na estabilidade de todo o conjunto do siste-
ma estrutural. Os elementos que apoiam as lajes são nosso próximo assunto e podem
ser executados em diversos materiais e técnicas, diferentes geometrias e possuem
o pré-dimensionamento também simplificado. O que precisamos levar como ponte
para nosso próximo assunto é que, na transição entre as lajes para as vigas, nossa
carga sempre irá percorrer a menor distância possível entre os elementos estruturais.

Estudo das Vigas


As vigas são elementos estruturais dispostos no sentido vertical como as lajes
e devem ser dimensionados a partir da medida da largura da base e altura. Geral-
mente são realizadas em formato retangular ou quadrado e, quanto à sua geome-
tria, a medida da base sempre será utilizada o valor de 19 centímetros em nossos
cálculos. A ABNT NBR 6118:2013 diz que a medida mínima é 14 centímetros,
porém, adotaremos 19 para adaptá-la melhor aos nossos futuros pilares, evitando
excentricidades desnecessárias. A altura será a medida de interesse para nós em
nossos dimensionamentos.

14
As vigas costumam ser elementos onde seu comprimento é muito maior que todas
as outras medidas, quanto mais longa, maior será a deformação. Para controlar esse
efeito, iremos aumentar seu tamanho em “h” ou a altura dela, porém, não é possível
ficar aumentando a altura infinitamente conforme vamos esticando nossa viga, pois
nosso elemento vai acabar sofrendo de um efeito chamado “esbeltez”. A esbeltez
ocorre em vigas e pilares quando uma das suas dimensões geométricas é muito maior
que a outra, geralmente h > 4b, onde h é altura e b a largura da base. Com isso
dizemos que nosso elemento estrutural tende a girar naquele sentido, partindo-se ao
meio, conforme a Figura 6.

0,2

Figura 6 – Exemplo de viga sofrendo flambagem devido à sua altura ser muito superior à largura da sua base

Então, quando vamos realizar o dimensionamento de uma viga, precisamos le-


var em conta como ela está apoiada e quantos apoios estão abaixo dela. A quan-
tidade de apoio, a distância entre eles, tudo isso determina como nosso elemento
estrutural irá se deformar e o quanto ele irá se deformar, veja as imagens Figura 7,
Figura 8 e Figura 9.

Figura 7 – Exemplo de uma deformação de viga apoiada nas duas extremidades

Figura 8 – Exemplo de deformação de uma viga com um dos lados em balanço (sem apoio)

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UNIDADE Elementos Estruturais

Figura 9 – Exemplo de deformação de uma viga com três apoios

Então vimos que vigas com apoios apenas em suas extremidades possuem sua
deformação máxima no meio do seu vão. As vigas com múltiplos apoios (superior
a 3) se deformam parcialmente no vão e parcialmente sobre os pilares, então cada
uma das seções entre os apoios irá se deformar de uma maneira diferente.

Conforme Botelho (2007), é possível dimensionar as vigas a partir do seu vão


principal, a maneira como ela está apoiada e se há ou não balanços:
• As vigas não podem ter a dimensão de sua base “b” menor que 12 centíme-
tros, pois isso atrapalha no processo de vibração e adensamento do concreto;
• Vigas biapoiadas, ou seja, com apoios apenas nas extremidades, podemos
considerar a altura “h” como 1/10 do vão;
• No caso de vigas contínuas, ou seja, aquelas que possuem múltiplos apoios,
podemos considerar “h” como 1/12 de cada um dos vãos, ou dimensionar a
partir do maior vão e adotar para o restante da viga;
• No caso de vigas em balanço, ou seja, com uma de suas pontas sem nenhum
apoio, podemos considerar “h” sendo 1/5 do vão;
• Em casos em que, na altura da viga, o valor chega a ser 1/5 do vão total, o
cálculo deixa de ser uma viga e precisaria de métodos mais complexos; para
resolver isso, seria necessário adicionar mais um apoio.

Assim, vimos nesse método que o importante, ao tratarmos de vigas, é a relação


entre seu comprimento (vão) e sua altura “h”. Agora vamos aprender a resolver
pelo método de cálculo, em que utilizamos a seguinte fórmula:

h
 LoxL 
10

Onde:
• Lo depende da situação em que essa viga se encontra apoiada. Utilizamos o
valor de 0,60 caso ela esteja apoiada somente nas extremidades (Figura 6), e
0,75 caso ela tenha mais do que três apoios (Figura 8);
• L sempre será o comprimento de eixo a eixo dos pilares;
• h será então o valor da altura para nosso elemento estrutural.
Calcule sempre o valor de L em centímetros, pois isso evita que seja necessário reali-
zar conversões posteriores.

16
Exemplo 2
Um arquiteto precisa construir um vão de 8 metros utilizando apenas apoios
nas extremidades e uma viga. Porém, ele desconhece a altura da viga. Qual valor
mínimo você indicaria para ele?

h
 Lo x L  
 0, 60 x 800   48 centímetros
10 10

Como as vigas possuem apoios apenas nas extremidades, nosso Lo adotado


será 0,60, nosso L entra sem centímetros e é só calcular.

Exemplo 3
Agora nosso arquiteto deseja construir uma viga com 3 apoios, sendo o central
localizado a 3 metros de distância do pilar da esquerda, o comprimento total da
viga será de 10 metros. Neste exercício, iremos desconsiderar a geometria dos pi-
lares, então trabalharemos com os vãos brutos.

hab  ( Lo x L) 
 0, 75 x 300   22, 5 centímetros
10 10

Então temos que nomear os pilares, da esquerda para a direita A, B e C. Nosso


primeiro vão de viga está apoiado entre A e B e possui um vão de 3 metros. Como
é um pilar contínuo, nós utilizamos Lo de 0,75 e o comprimento entre os eixos
desses pilares.

hab 
 Lo x L  
 0, 75 x 700   52, 5 centímetros
10 10

Agora vamos calcular para o outro trecho de viga, utilizando os mesmos Lo.
Porém, com uma distância de 7 metros.

Então nossa viga possui duas alturas diferentes, conforme a imagem na Figura 9.
0,23
0,53

Figura 10 – Exemplo do resultado do nosso exercício

17
17
UNIDADE Elementos Estruturais

Dependendo de suas situações estéticas e arquitetônicas, não será admissível


uma única viga com duas alturas, então você pode adotar a altura maior para todo
o trecho de viga em questão. Outro detalhe importante é evitar utilizar valores que
não sejam múltiplos de 5, aumentando o desperdício e o número de recortes nas
formas. Então, no nosso exemplo 2, iremos adotar uma altura de 50 centímetros e,
no exemplo 3, temos 55 centímetros. A outra dimensão chamada base ou “b” será
sempre 19 centímetros em nosso pré-dimensionamento.

Podemos encontrar a geometria da nossa viga utilizando os cálculos de Rebello


(2000) e os ábacos para os diferentes tipos de vigas de concreto armado.

Tabela 5 – Viga de Concreto – Alma cheia – Adaptado de Rebello (2000)


Viga de Concreto – Alma cheia
Vão em metro h mínima (em centímetros) h máxima (em centímetros)
1,50 30 45
3,00 35 45
4,50 40 55
6,00 45 65
7,50 50 75
9,00 60 85
10,50 70 90
12,00 80 90
13,00 90 90

Tabela 6 – Viga de Concreto Protendido – Tipo I – Adaptado de Rebello (2000)


Viga de Concreto Protendido – Tipo I
Vão em metro h mínima (em centímetros) h máxima (em centímetros)
4,50 30 40
9,00 30 60
13,50 45 75
18,00 60 100
22,50 80 125
27,00 110 140
31,50 130 180
36,00 180 180

Tabela 7 – Viga de Concreto Protendido – Tipo T – Adaptado de Rebello (2000)


Viga de Concreto Protendido – Tipo T
Vão em metro h mínima (em centímetros) h máxima (em centímetros)
4,50 15 30
9,00 20 50
13,50 30 70
18,00 45 85

18
Viga de Concreto Protendido – Tipo T
Vão em metro h mínima (em centímetros) h máxima (em centímetros)
22,50 60 110
27,00 75 120
31,50 90 120
36,00 100 120
40,50 120 120

No caso das vigas, os resultados entre o método numérico, os valores apresen-


tados por Rebello (2000) e Botelho (2007) costumam apresentar grande variação.
Isso acontece por utilizarem como base dados diferentes, coeficientes de segurança
diferentes etc. Em nosso estudo, por se tratar de um pré-dimensionamento, ou seja,
essa geometria precisará ser revista utilizando outros meios de cálculos e analisadas
mediante outros efeitos, podemos utilizar o método que for mais prático ou confor-
tável para nós.

Antes de finalizarmos nosso estudo sobre as vigas, iremos apontar sua importân-
cia em relação à estabilidade da nossa estrutura. Esses elementos são responsáveis
por fazerem as ligações entre os pilares e garantirem parte da rigidez de nossa es-
trutura. Outra função interessante das vigas é no controle de flambagem do nosso
próximo elemento em questão, os pilares – elas são responsáveis em travá-los em
uma ou mais direções, evitando deformações e movimentos excessivos.

Então, agora que já possuímos bom conteúdo teórico sobre as vigas, vamos
partir para o nosso terceiro elemento em questão, o último componente da parte
estrutural conhecida como superestrutura.

Estudo dos Pilares


Os pilares são os elementos responsáveis por receberem as cargas das vigas e
transportá-las paras as fundações, esse é o único elemento da nossa superestru-
tura que é construído no sentido vertical, enquanto as lajes e vigas são orientadas
no plano horizontal. Segundo a NBR 6118/2014, “Elementos lineares de eixo
reto, usualmente dispostos na vertical, em que as forças normais de compressão
são preponderantes”. A NBR 6118/2014 cita outro tipo de pilar muito utilizado
para garantir a estabilidade dos núcleos rígidos das edificações, conhecidos como
pilares-parede:
Elementos de superfície plana ou casca cilíndrica, usualmente dispostos
na vertical e submetidos preponderantemente à compressão. Podem ser
compostos por uma ou mais superfícies associadas. Para que se tenha
um pilar-parede, em alguma dessas superfícies a menor dimensão deve
ser menor que 1/5 da maior, ambas consideradas na seção transversal
do elemento estrutural.

19
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UNIDADE Elementos Estruturais

Neste material, iremos sempre nos referir a pilares de seção retangular, quadrada
ou redonda, sempre trabalhando com pilares simples e sem funções de contraven-
tamento, ou seja, queremos aqui conhecer sua geometria, sendo desconsiderados
os efeitos de flambagem e de ordens. Os pilares podem ser considerados como
pilares de contraventamento e pilares contraventados.
• Pilares de contraventamento: são pilares dimensionados para resistir aos es-
forços laterais (horizontais) provocados por forças dos ventos. Esses elementos
são dispostos ao longo do grid da estrutura para favorecer ventos que atuem
nas diferentes fachadas norte, sul, leste e oeste. Geralmente são pilares de
grandes dimensões como pilares-paredes ou elementos estruturais robustos;
• Pilares contraventados: são os pilares que não estão dimensionados para
resistirem aos esforços horizontais provocados pelas ações dos ventos, eles são
dimensionados apenas para os esforços verticais oriundos das cargas descen-
dentes que chegam até eles.

Figura 11 – Pilares contraventados e elementos de contraventamento


Fonte: Adaptado de FUSCO, 1981

Os pilares também são classificados de acordo com sua posição no grid estru-
tural de nossa estrutura – em cada uma, precisamos tomar diferentes cuidados no
dimensionamento estrutural, porém, a localização deles não afeta o pré-dimen-
sionamento dos nossos elementos. A localização dos pilares recebe três diferentes
nomes: pilar intermediário, pilar de extremidade, pilar de canto.
• Pilar intermediário: são os pilares centrais que são travados em suas quatro
faces, costumam ser os pilares mais equilibrados e com menor probabilidade
de flambagem devido à falta de travamento;

20
Figura 12 – Pilar intermediário
Fonte: Adaptado de BASTOS, 2017

• Pilar de extremidade: são os pilares localizados geralmente na fachada, po-


rém, podem ser encontrados dentro do nosso grid estrutural. Esses elementos
possuem como características estarem travados em três lados pelas vigas e
tendo um lado livre onde poderão ocorrer grandes deslocamentos devido a
forças laterais;

Figura 13 – Pilar de extremidade


Fonte: Adaptado de BASTOS, 2017

• Pilar de canto: são os pilares que se encontram nos cantos da minha estru-
tura, eles costumam ser os pilares mais problemáticos por terem duas faces
livres para o deslocamento. Esses elementos são os mais deformáveis entre os
pilares e costumam ser mais robustos para que seja garantida sua estabilidade
junto ao conjunto;

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UNIDADE Elementos Estruturais

Figura 14 – Pilar de canto


Fonte: Adaptado de BASTOS, 2017

Os pilares podem receber diversas geometrias no seu dimensionamento estrutu-


ral. Para o pré-dimensionamento, o importante é conhecer sua área, a geometria
não irá interferir no resultado, apenas do ponto de vista estético e arquitetônico.
Para o pré-dimensionamento, precisamos levar em conta a quantidade de andares
apoiados, o material que estamos utilizando e a área que podemos atribuir como
responsável por descarregar os esforços para aquele pilar, então vamos conhecer
alguns métodos para descobrir a geometria desse elemento estrutural.

Segundo Botelho (2007), alguns detalhes devem ser previstos na hora do lança-
mento dos pilares:
• Preferir pilares com seção retangular ou circulares;
• Lançar primeiramente os pilares de canto;
• Em seguida, lançar os pilares sob o cruzamento das vigas principais;
• Depois lançar os pilares próximos de regiões com grandes balanços ou onde
acreditar estar acontecendo grandes esforços;
• As dimensões mínimas dos pilares devem ser de 20 x 20 centímetros;
• Em edifícios com grandes alturas, deve ser considerado o contraventamento
para ambos os lados, em edifícios menores, podemos considerar os pilares
dispostos ortogonalmente na menor direção.

p1 p2 p3 p4

p5 p6 p7 p8

Figura 15 – Exemplo de posicionamento de pilares retangulares


Fonte: Adaptado de BOTELHO, 2007

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Para realizar um pré-cálculo, utilizamos a seguinte fórmula:

Ap = Atrib x Nand x Carga


Rconc

Onde:
• Atrib: representa uma área de laje que descarrega suas cargas nos pilares, são
localizadas traçando uma mediatriz entre o eixo de dois pilares vizinhos;
• Nand: número de andares que estão se apoiando nesse pilar;
• Carga: uma carga fictícia de 12 KN/m2;
• Rconc: uma resistência característica do concreto definida como 1 KN/cm2.

Então os valores de Carga e Rconc sempre serão esses, agora falta descobrir
como encontrar a Atrib. Para isso, vamos utilizar o modelo abaixo:

Figura 16 – Esboço do projeto estrutural


Fonte: Acervo do Conteudista

Em nosso primeiro exemplo, temos 4 pilares (azul), 4 vigas (verde) e 1 laje (ver-
melho) e, para que efetuarmos o dimensionamento dos pilares, precisamos conhecer
A1, A2, A3 e A4. Vamos adotar que cada um dos lados seja 7 metros, então teremos:
• A1 é metade do vão da viga orientada em x e metade do vão da viga orientada
em y, isto é, 3,5 x 3,5 metros = 12,25 m2;
• A1 = A2 = A3 = A4 devido ao nosso projeto ser um quadrado, então todos os
pilares vão possuir o mesmo tamanho;
• Vamos adotar em nosso projeto a ideia de que temos 15 andares.

=Ap 12
=, 25 x 15 x 12 2205cm 2
1

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UNIDADE Elementos Estruturais

Detalhe importante: nossa área tributária é colocada em metros quadrados, po-


rém, nosso resultado será apresentado em centímetros quadrados. Agora precisa-
mos definir qual geometria iremos usar, retangular, quadrada ou circunferência:
• Área de um retângulo ou quadrado é a multiplicação da sua base pela sua
altura. A = b x h
• Área de uma circunferência é a multiplicação de 2 x π x r2

Então vamos calcular para cada um deles:


• Retangular: vamos considerar um dos lados com tamanho mínimo de 20
centímetros, conforme orientado por Botelho (2007):

A  bxh
2205  20 x h  h  2205  110, 25 cm, então 115 cm
20

• Quadrado: esse pilar terá suas dimensões iguais, então precisamos tirar uma
raiz quadrada da minha área:

=L 2205 46, 96 cm, então 50 x50 cm


=
2

• Circular: vamos querer descobrir o raio e depois multiplicar por dois para en-
contrar o diâmetro do nosso pilar:

A  2 x x r2
r2  A  2 350  18, 72
2 x

Então, nosso diâmetro é duas vezes o raio, total 37,45 cm, ou 40 cm de diâmetro.

Essa estrutura também poderia ser idealizada de outra maneira, na qual precisa-
ríamos calcular utilizando áreas diferentes:

Figura 17 – Esboço do projeto estrutural


Fonte: Acervo do Conteudista

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Nesse exemplo, os dois pilares centrais forçam a divisão das áreas de 4 para 6,
onde as novas A6 e A5 possuem o mesmo tamanho de todas as áreas do exemplo
anterior. Em nosso caso atual, os pilares de canto possuem metade da área de influên-
cia das lajes do que os pilares intermediários, então serão 50% menores. Em relação
à laje, mesmo com essa modificação, continuamos tendo uma única laje em nossa
estrutura, e apenas aumentamos as “vias” por onde as cargas serão transportadas
para as fundações. Agora vamos modificar novamente nossa estrutura, buscando um
conceito mais equilibrado e com elementos mais leves e menores.

Figura 18 – Esboço do projeto estrutural


Fonte: Acervo do Conteudista

Agora travamos nossos pilares centrais com uma viga, garantindo maior estabili-
dade e adicionamos um pilar central. Nesse novo modelo, foi adicionada uma nova
área de influência e podemos notar que o pilar central que recebe A7 é o mais carre-
gado entre todos eles. Nesse caso, assim como no anterior, temos pilares fora da re-
gião dos cantos que ainda estão pouco travados, podendo se deslocar em 2 direções,
quanto mais travada sua estrutura, melhor sua estabilidade, sempre faça uma análise
dessas questões. Nossa estrutura já está quase totalmente concebida, ainda falta um
detalhe que não pode ser esquecido, o pilar central está alocado no meio da sala,
uma região muito nobre para receber esse elemento que irá incomodar muito nosso
futuro usuário. Sempre que possível, posicione-o dentro de alvenarias ou divisórias.

Figura 19 – Esboço do projeto estrutural


Fonte: Acervo do Conteudista

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UNIDADE Elementos Estruturais

Finalmente, chegamos à nossa concepção final da estrutura, após todas as aná-


lises necessárias, encontramos a situação mais estável, onde todos os elementos se
encontram na melhor posição possível em relação às deformações e à arquitetura,
uma compatibilização completa. Na última revisão, temos as menores dimensões
para os elementos estruturais, que são compostos de:
• 6 vigas;
• 9 pilares;
• 4 lajes.

Faça o pré-dimensionamento de cada uma das versões e confira a diferença de


tamanho entre os elementos estruturais nas diferentes configurações propostas.
Todas as opções utilizadas nesse exemplo são possíveis, então você precisa utilizar
alguns critérios para definir qual será a escolha ideal para o seu projeto:
• Viabilidade econômica: estruturas com poucos elementos deformam mais,
então é necessário torná-las mais robustas (pesadas) para que consiga resistir
aos esforços e ser mais estável;
• Concepção da arquitetura: em casos extremos, onde sua arquitetura não
pode ser modificada, você precisará adotar o melhor método de travamento
possível ou pensar em trabalhar com outros materiais;
• Estabilidade: estruturas com maiores travamentos são mais estabilizadas para
ações de vento, então em edifícios com grandes fachadas verticais ou horizon-
tais, sempre faça o melhor travamento possível e sempre no sentido oposto
da maior fachada, ou seja, sempre formando um ângulo ortogonal (90°) em
relação à sua maior fachada.

Para encerrar nosso assunto sobre pilares, vamos aprender a dimensionar a


partir dos dados fornecidos pelos ábacos de Rebello (2000). Na referência, temos
ábacos para dois tipos de pilares distintos, os pilares de térreos e mezaninos com pé
direito duplo ou superior e para pilares que suportam diversos andares. Em casos
em que você possui ambas as funções em um mesmo pilar, precisará analisar para
os dois e escolher o pior caso, ou seja, a geometria maior.

Tabela 8 – Pilar de concreto – Andar único – Adaptado de Rebello (2000)


Pilar de concreto – Andar único
Altura não travada em metro L mínimo (em centímetros) L máximo (em centímetros)
1,50 20 20
3,00 20 40
4,50 25 50

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Pilar de concreto – Andar único
Altura não travada em metro L mínimo (em centímetros) L máximo (em centímetros)
6,00 25 60
7,50 30 65
9,00 35 75
10,50 40 80
12,00 50 85
13,50 50 90
15,00 50 95

Os pilares do ábaco acima são pilares com andar único, ou seja, eles não são
construídos em múltiplos pavimentos. A altura não travada se refere ao pé direito
dele até encontrar uma viga que seja conectado até ele, esses pilares são facilmente
encontrados em galpões, lojas e recepções de edificações onde o térreo possui um
enorme pé direito.

Tabela 9 – Pilar de concreto – Andar único – Adaptado de Rebello (2000)


50Pilar de concreto – Vários andares
Número de andares apoiados L mínimo (em centímetros) L máximo (em centímetros)
0 25 45
5 30 65
10 30 75
15 35 85
20 40 85
25 45 90
30 50 95
35 55 95
40 65 100
45 70 100
50 70 100

Então essas são as nossas tabelas para pilares de concreto, por meio das quais
é possível realizar o pré-dimensionamento e os critérios de cálculo que vimos an-
teriormente. No caso das nossas tabelas, devemos nos lembrar de que L vale para
os dois lados de um quadrado e estamos nesse caso sempre pensando em um pilar
quadrado. Para fazermos a conversão para outros formatos, basta multiplicarmos
ambos os lados e encontraremos a área, em seguida, aplicaremos a fórmula da área
da geometria desejada.

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UNIDADE Elementos Estruturais

Em Síntese Importante!

Para melhorar suas aptidões em concepção estrutural, será necessário muito treino e expe-
riência. Então comece agora, pegue os projetos que você já tem realizado no curso e propo-
nha sua estrutura, desenhe, pense como vai funcionar. Um arquiteto que é capaz de pro-
jetar sua concepção estrutural, mesmo que seja um pré-projeto no qual outro profissional
habilitado irá refinar posteriormente, tende a não ter surpresas na hora da elaboração do
projeto executivo, pois as modificações serão mínimas, e com isso não perderá tempo tendo
que criar elementos para esconder pilares e vigas que não foram pensados ali.
O que aprendemos aqui será essencial para que seus projetos sejam um sucesso na fase
de execução das pranchas finais, aquelas que irão para as mãos dos construtores. Lem-
bre-se de que o pré-dimensionamento nos fornece informações quanto à geometria,
porém, não é um projeto executável – antes um profissional calculista deverá realizar
correções, calcular as armaduras e como esses elementos se deformam devidos aos es-
forços internos e aos carregamentos solicitados.
Até aqui já somos capazes de entender a geometria de nossos elementos estruturais que
compõem a superestrutura. Em nossa próxima unidade, vamos conhecer os elementos
estruturais que sustentam a superestrutura, nossas fundações. Então até a próxima uni-
dade e bons estudos, e não se esqueça de praticá-los!

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Livros
A Concepção Estrutural e a Arquitetura
REBELLO, Y. C. P. A concepção Estrutural e a Arquitetura. São Paulo: Zigurate, 2000.

Leitura
Sistemas Estruturais na Arquitetura
http://bit.ly/35J8EtQ
Sistemas Estruturais na Arquitetura
http://bit.ly/35PqMSL
Sistemas Estruturais na Arquitetura I - 2012.2
http://bit.ly/35IeR9z

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UNIDADE Elementos Estruturais

Referências
BOTELHO, M. H. C. Concreto armado, eu te amo: para arquitetos. 2. ed. São
Paulo: Edgard Blutcher, 2011.

REBELLO, Y. C. P. A Concepção Estrutural e a Arquitetura. São Paulo: Zigurate, 2000.

FUSCO, P.B. Estruturas de concreto: Solicitações normais. Rio de Janeiro, Ed.


Guanabara Dois, 1981.

FUSCO, P.B. Técnica de armar as estruturas de concreto. São Paulo, Ed. Pini, 2000.

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