4 - Revestimentos Tradicionais
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4 - Revestimentos Tradicionais
de Construção
Material Teórico
Revestimentos Tradicionais
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Revestimentos Tradicionais
• Revestimentos Cerâmicos;
• Revestimentos Pétreos;
• Revestimentos Mistos e Compostos.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Identificar os principais revestimentos utilizados na Construção Civil.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Revestimentos Tradicionais
Revestimentos Cerâmicos
Histórico
A cerâmica é uma mistura de argila e outras matérias-primas inorgânicas, quei-
madas em altas temperaturas. É produzida há séculos e destinada a variadas aplica-
ções, como fins utilitários (louças, tijolos cerâmicos) e fins estéticos (esculturas). Sua
aplicação na Arquitetura, com o uso dos revestimentos cerâmicos, tem início com
as civilizações do Oriente.
Já no século XV, são encontrados Palácios Reais revestidos em seu interior com
azulejos. Mas, é a partir do século XVI, com uma produção regular de revestimen-
to cerâmico no país, que seu uso se torna frequente em Igrejas, Conventos e em
Palácios da alta burguesia. O uso, em sua maioria, restringia-se aos interiores, em
forma de tapetes, ou apenas como material ornamental.
Acesse também o vídeo “Azulejo do Porto, Portugal”, este apresenta fotografias de azulejos
em três edifícios localizados em Porto: https://youtu.be/gGWTzV77m2o
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século XVIII, expande-se para as fachadas. Tratava-se de um material importado
de Portugal e utilizado em pequena escala nas residências da alta burguesia.
Figura 2 – Teatro Cultura Artística, São Paulo. Projeto arquitetônico de Rino Levi
e painel em pastilhas cerâmicas de Di Cavalcante, 1950
Fonte: Wikimedia Commons
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UNIDADE Revestimentos Tradicionais
Processo de Fabricação
Os pisos e os revestimentos cerâmicos são peças constituídas, normalmente,
por material de natureza argilosa e porosidade variável, com ou sem cobertura de
natureza vítrea.
Em seguida, o material será moldado nos formatos que darão origem às peças
cerâmicas. Esse processo é executado por prensagem ou extrusão. A prensagem é
o processo de moldagem mais utilizado na fabricação de peças cerâmicas, devido à
maior estabilidade dimensional que se consegue no produto final.
A próxima etapa é a queima, que pode ser por processo único, monoqueima,
em que o esmalte é queimado simultaneamente com a base cerâmica; ou por bi-
queima, em que se queima primeiro a base cerâmica, para depois aplicar o esmalte
e novamente queimar os dois materiais juntos.
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O processo de biqueima é o mais tradicional, gerando maior ligação entre es-
malte e base, melhor resistência à abrasão e à flexão. Para peças mais detalhadas,
pode ser executada uma terceira queima, na qual se decora o esmalte já queimado.
A peça, então, vai pela terceira vez ao forno sob temperaturas mais baixas, para
obter o design definitivo.
Importante! Importante!
As peças cerâmicas são elementos modulares que se repetem pela extensão de toda a
superfície a ser revestida. Assim, a qualidade e as características de superfície estão dire-
tamente relacionadas à uniformidade dos componentes individuais. Grandes diferenças
dimensionais e irregularidades dentro de um mesmo tipo podem comprometer a apa-
rência e a funcionalidade do ambiente a ser revestido.
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UNIDADE Revestimentos Tradicionais
Os dois principais efeitos resultantes dos vários tipos de ações abrasivas são a
remoção dos materiais superficiais da peça, progressivamente consumidos, e a alte-
ração da aparência superficial, como a perda de brilho, variações de tonalidade etc.
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e micróbios que entram em contato com a superfície sob condições normais de
trabalho, sem que permaneçam resíduos.
Quanto mais brilhante a superfície for, mais fácil e eficiente será a sua limpeza,
já que é nivelada, lisa, impermeável. Se a superfície não for corretamente nivelada
e tiver vincos, criam-se pontos preferenciais de acúmulos permanentes de sujeira,
de difícil remoção.
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O rejunte deve ser executado com as peças limpas, livres de pó, óleos e gorduras.
Prepara-se a argamassa de acordo com as instruções do fabricante e a aplicação é
realizada com desempenadeira ou espátula, pressionando-as contra as juntas para
que se obtenha preenchimento uniforme. O acabamento final deve ser executado
após pelo menos 40 minutos, passando esponja limpa e umedecida em água sobre
as juntas. A limpeza final é feita após 72 horas, com estopa limpa e umedecida.
Importante! Importante!
A junta seca não deve ser executada em áreas molhadas, pois a passagem de água
pelos cantos das peças danifica a argamassa de assentamento, podendo gerar desco-
lamento das peças ou infiltração nos substratos, caso a superfície abaixo não possua
impermeabilização.
O cobogó tem sua origem ligada à cultura árabe, baseado nos muxarabis, cons-
truídos em madeira, que eram utilizados como divisórias em ambientes internos, bem
como elementos de transição entre espaços abertos e fechados (Figura 5).
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Edifícios do Parque Guinle, Rio de Janeiro. Projeto arquitetônico de Lucio Costa 1948-1954:
Explor
https://goo.gl/GezamN
https://goo.gl/Ax5SZq
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Revestimentos Pétreos
Características dos revestimentos pétreos
O uso de rochas na construção de abrigos e habitáculos vem desde o princípio
da história da Humanidade. Juntamente com a madeira, foi o primeiro material de
construção utilizado pelo homem (Figura 6), sendo marcante como revestimento
desde antes do período greco-romano, e vem sendo utilizado até os dias de hoje.
No século XX, Mies Van der Rohe (Figura 7) e Le Corbusier foram de grande
importância na utilização desses materiais numa configuração alinhada à arquite-
tura moderna.
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A extração de granito e mármore é realizada em grandes depósitos, as pedreiras
ou lajes, em diversas partes do globo. As operações de mineração usam diferentes
métodos de corte para extração de material, dependendo do tipo de depósito. Após
a extração e o corte em grandes placas, realiza-se o polimento.
O polimento das rochas ornamentais é constituído por uma série de etapas que
procuram reduzir, ao máximo, a rugosidade da superfície a ser trabalhada, dando-
-lhe o maior brilho possível. São utilizados equipamentos nos quais os rebolos são
fixados em cabeçotes rotativos que circulam sobre a superfície, sob determinada
pressão e rotação controladas. O polimento é feito sob fluxo constante de água,
para refrigerar o equipamento e a rocha, além de permitir o escoamento de resí-
duos. Após o polimento, aplica-se cera à base de carnaúba, com a finalidade de
promover o brilho das placas, melhorando a aparência final do produto. As placas
são, então, enviadas para o comércio, que as corta nos tamanhos e comprimentos
apropriados para o uso comercial e doméstico.
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necessidade de limpeza e polimento, a fim de evitar a natural perda de brilho
devido ao tráfego de pessoas e condições gerais de uso, as superfícies revestidas
com rochas ornamentais (pisos, paredes, tampões de pias e mesas) são sensíveis
as seguintes substâncias:
• Ácidos: substâncias de baixo valor de pH, presentes em muitos líquidos co-
muns como detergentes, bebidas alcoólicas, refrigerantes, sucos de frutas e vi-
nagre. Os ácidos têm forças diferentes; alguns são fracos e outros muito fortes.
Esses últimos podem danificar os revestimentos pétreos;
• Álcalis: substâncias de alto valor de pH, encontradas na maioria dos alvejan-
tes caseiros, limpadores industriais, decerantes de piso e amônia, hidróxido
de sódio, entre outros. Na maioria das vezes, essas substâncias são conside-
radas seguras para a limpeza de quase todas as superfícies; no entanto, é ne-
cessário dosar as aplicações de maneira correta, seguindo as especificações
do fabricante.
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• Para manter uma superfície com alto brilho, na maioria das pedras não se re-
comenda a utilização de ceras acrílicas ou outros tipos de materiais que formem
películas na superfície da pedra. Quando o revestimento começa a perder o bri-
lho adquirido em seu polimento, o indicado é a execução de um novo polimento
por um profissional especializado. O procedimento vai desbastar a superfície da
pedra para remover riscos, desnivelamentos e desgaste causados pelo tráfego
de pessoas. Esse polimento é feito com um pó abrasivo, óxido de alumínio, óxi-
do de estanho ou outro abrasivo, com uma politriz de piso. A necessidade e a
frequência de um novo polimento depende do tipo de pedra, da intensidade de
trafego e das condições climáticas e ambientais a que o material está exposto;
• Geralmente, quando todas as etapas de manutenção são realizadas correta-
mente, a restauração de um revestimento pétreo só é necessária uma vez
a cada cinco anos, aproximadamente. No processo, o revestimento é lixado
para a remoção dos riscos profundos e, em seguida, o polimento é refeito.
Esse processo requer alto grau de experiência e habilidade, sendo executado,
exclusivamente, por profissionais especializados.
Esses produtos são comercializados tanto sob a forma de placas como aplicados
in loco por meio de massas que, após sua consolidação, são polidas e lustradas.
A produção deles tem menor impacto no meio ambiente, pois cerca de 30% do
material extraído anteriormente perdido durante o desmonte das pedreiras serve
como matéria-prima para revestimentos mistos e compostos.
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Sua aplicação, porém, é trabalhosa. Quanto às cores, além da grande variedade
de coloração natural das pedras e suas misturas, podem ser adicionados pigmentos
artificiais à massa aglutinante, alcançando as mais variadas tonalidades.
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Granilite
O Granilite é um piso de alta resistência por ser constituído à base de cimento
(branco ou cinza) e granilhas (pedras moídas de origem calcária ou basáltica e/ou
agregados de diversas cores e granulometrias), que, depois de aplicado, sofre suces-
sivos polimentos até ficar com a superfície lisa, pronta para ser impermeabilizada.
Possibilita a execução de piso monolítico (fundido no local e com grande espaça-
mento entre juntas de dilatação), oferece elevada resistência à abrasão e ao impac-
to, cores variadas com ilimitadas combinações decorativas e facilidade de limpeza.
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Mármore composto
O mármore composto é produzido pela mistura de partículas de mármore na-
tural e agentes aglutinantes, resultando num material aparentemente similar ao
mármore natural.
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UNIDADE Revestimentos Tradicionais
Corian
Corian é um material sólido, não poroso, homogêneo, composto por resina
acrílica de minerais naturais. O principal mineral é TriHidrato de Alumina (ATH),
derivado da bauxita, da qual o alumínio é produzido.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Assentamento de Granito em Parede
https://youtu.be/-FqTC5Hlsc8
Dicas sobre Cobogós
https://youtu.be/ALsSM4UelXU
Corian Thermoforming
https://youtu.be/kE9xcIUULvc
Novos Revestimentos Cerâmicos e Cimentícios
https://youtu.be/P8sJN8uqhBw
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Referências
AZEREDO, H. A. O edifício e seu acabamento. São Paulo: Edgard Blucher, 1987.
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