M4 - S17 - Sustentabilidade e Inovação

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Curso FIC em Agente de Sustentabilidade e Inovação

Módulo 4 – Semana 17 - Pág. 1

MÓDULO 4/4 – SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL, FERRAMENTAS DE GESTÃO E INOVAÇÃO


AULA 3/4 - SEMANA 16
17. Sustentabilidade e Inovação
17.1. Ecodesign e Design Sustentável
17.2. Biomimética
17.3. Empreendedorismo Social
17.4. Comunidades Sustentáveis

Olá pessoal! Na semana anterior conhecemos algumas ferramentas de gestão que podem
auxiliar empresas de qualquer porte a implementar a sustentabilidade e usufruir de seus benefícios.
Estudamos também acerca do Centro Sebrae de Sustentabilidade (CSS), um prédio baseado na
arquitetura indígena e totalmente sustentável.

Segundo o Sebrae (2013), os termos inovação e sustentabilidade tornam-se dois pilares para a
construção de uma visão empresarial futura. As empresas constroem vantagem competitiva ou no
mínimo, o sustento do negócio. Inovar é pensar além, já que a sustentabilidade é um terreno fértil
para o sucesso do empreendedorismo. Neste contexto, o ODS 9 – Indústria, Inovação e Infraestrutura,
destaca a importância do desenvolvimento sustentável e do fomento à inovação para o país.

ODS 9 – Indústria, Inovação e Infraestrutura

Imagem: brasil.un.org

Inovar é buscar soluções diferentes e formas mais práticas e eficientes para a rotina das
empresas. Mudar o pensamento de desperdício e extravagância que assola nossa sociedade,
implementando soluções ambientalmente e socialmente corretas, inova na medida em que concorre
para um mundo mais justo e para a manutenção das necessidades das futuras gerações. Novas ideias,
produtos, negócios ou metodologias que objetivem a conservação do meio ambiente e a qualidade de
vida de todas as pessoas envolvidas.

Reduzir o consumo de energia, melhorar as condições de trabalho, reduzir os materiais de


consumo e os danos gerados ao meio ambiente é o modo como a sustentabilidade se relaciona com a
inovação, segundo o manual de Oslo (OECD, 2005).

Se o mundo está passando por transformações, os negócios também, pois nele estão contidos.
Se o consumidor da atual geração já está fazendo a sua parte, o mesmo ele espera das instituições

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para a promoção de uma sociedade ecologicamente sustentável, socialmente justa e sem abrir mão
de suas responsabilidades financeiras com os acionistas. Segundo Lima et al (2020), a inovação tem
sido considerada um elemento estratégico para a competitividade das organizações e apresenta um
caminho para que as empresas de pequeno porte sejam competitivas e sustentáveis.

Ainda segundo Lima et al (2020), o conceito schumpeteriano (Joseph Schumpeter) caracteriza


o ato empresarial em cinco tipos de inovação: i) lançamento de um novo produto ou de uma nova
espécie de produto já conhecido; ii) aplicação de novos métodos de produção ou vendas de um
produto; iii) abertura de um novo mercado; iv) aquisição de novas fontes de abastecimento de
materias-primas ou produtos semiacabados e v) nova organização de um setor industrial, como a
criação ou destruição de uma posição de monopólio (LIMA et al, 2020).

Inovar também é aproveitar ao máximo os recursos com o minimo de desperdício. Os impactos


ambientais e sociais podem ser minimizados? Com certeza esses impactos não são bons para o
objetivo do negócio. A empresa continua oferecendo os mesmos produtos de décadas atrás? Como
se dá a gestão das embalagens? Quantos resíduos são produzidos e o que é feito com eles?

Procurar fornecedores e relacionar-se com institutos de pesquisa e universidades para a


descoberta de novos materiais. Refletir valores ambientais e sociais através dos seus serviços e
produtos, agregando valor ao negócio e levar as pessoas a repensar suas atividades e impactos no
mundo. O capitalismo de propósito ou dos stakeholders, assumiu o lugar do capitalismo de valor. A
reputação das empresas será cada vez mais baseada em ESG. (VOLTOLINI, 2021).

Nesta semana 17 (S17), vamos estudar sobre sustentabilidade e práticas inovadoras como
ecodesign, Design Sustentável, Biomimética, Empreendedorismo Social e Comunidades Sustentáveis.
Bons Estudos!

17.1. Ecodesign e Design Sustentável


Ecodesign é um conceito recente, segundo Fiksel (1996), originado no início dos anos 1990, com
as indústrias eletrônicas dos Estados Unidos, procurando criar produtos menos agressivos ao
meio ambiente.
O Ecodesign visa minimizar o impacto ambiental, a poluição, reduzir custos de produção e
possibilitar as empresas um diferencial competitivo dentro de um mercado mundial cada vez mais
voltado ao desenvolvimento sustentável. Segundo Venzke (2002), é a convergência de duas
tendências que orientam as formas atuais de produção, integração empresarial e
desenvolvimento sustentável.

Dentre os benefícios do ecodesign, podemos citar a economia com a promoção do racionamento


e o uso inteligente de recursos, tanto ambientais quanto financeiros; o destaque no mercado que
a sustentabilidade oferece àquelas empresas ao agregar “outro” valor ao produto; o atendimento
a legislações; a ecoeficiência e a possibilidade de alcançar novas oportunidades de negócios.

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Segundo o Ecycle(2022), o conceito é aplicado para reduzir a geração de resíduo e economizar


custos da disposição final. Seus princípios são: materiais de baixo impacto ambiental, eficiência
energética, qualidade e durabilidade, modularidade e reutilização/reaproveitamento.

Embora pareçam a mesma coisa e algumas vezes sejam utilizados como sinônimos, ecodesign e
design sustentável são conceitos diferentes. Segundo Finger (2019) enquanto o ecodesign foca
em reduzir o consumo de recursos não renováveis e o impacto ambiental focando na fase de
concepção de produtos, o design sustentável tem como foco principal todas as formas de
sustentabilidade, considerando preocupações sociais e econômicas e não somente ambientais.

O upcycling, assunto da nossa S6, é um exemplo de ecodesign na medida em que empresa utiliza
materiais que não teriam mais uso e onde o produto é pensado para durar o maior tempo possível,
gerando menos resíduo do início ao final do seu ciclo de vida, com pouca energia ou a menor
quantidade possível, matérias primas não poluentes, não tóxicas e priorizando a escolha de
matéria prima de fontes renováveis.

No design sustentável, o projeto deve ser ao mesmo tempo socialmente equitativo com o bem
estar de quem trabalha na produção e de quem vai consumí-lo, economicamente viável gerando
retorno para a economia local e ecologicamente favorável buscando por matérias primas
recicladas, renováveis e corretas.

A fim de exemplificar um ecodesign, podemos citar o exemplo de roupas feitas com plástico
retirado dos oceanos. Já com um design sustentável, essas roupas seriam produzidas por
funcionários da comunidade local, para a comunidade local (social) e cujos recursos oriundos da
venda, seriam revertidos para atividades artísticas na própria comunidade. O ecodesign, portanto,
está dentro do design sustentável.

Segundo o Ecycle (2022) o design sustentável propõe uma visão holística de todos os elementos
envolvidos no processo produtivo de um serviço ou produto, oferecendo um maior compromisso
com a sustentabilidade ambiental e social e mantendo um cuidado com um número maior de
fatores, como a forma como o produto é pensado, projetado e criado; seu impacto ambiental; sua
embalagem; o transporte; a venda; a forma como ele chega na casa do consumidor; a forma da
reciclagem, descarte e até mesmo a reutilização do produto, tentando reduzir ao máximo o
número de resíduos gerados e aumentando o seu ciclo de vida.

O Design Sustentável procura dar atenção as pessoas influenciadas por todas as etapas do
processo, atendendo principalmente as menos favorecidas. Dentre as abordagens do Design
Sustentável podemos citar a Biomimética.

17.2. Biomimética
A biomimética (bios – vida, mimesis – imitação) é uma ciência que se inspira nas soluções
adotadas pela natureza para desenvolver produtos e projetos em diferentes áreas do
conhecimento, como por exemplo nas áreas de design de moda, engenharias e arquitetura. A
biomimética pode ser, antes de tudo, um exercício de humildade para os seres humanos.
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Entender as soluções naturais pode ser um bom caminho para arquiteturas mais sustentáveis.
Neste sentido, torna-se vital a aproximação de engenheiros, designers e biólogos com o mundo
natural. No processo de desenvolvimento de produtos, alguns organismos vivos estão muito a
frente de nós e suas estratégias de sobrevivência, adaptação e eficiência dos sistemas, servem de
analogia para aplicação. Os sistemas biológicos realizam suas funções utilizando o máximo que a
natureza fornece com o mínimo de energia, visando assim adquirir estratégias de sobrevivência
e de vida saudável.

O termo biomimética já existe há muitos séculos, mas o termo ganhou popularidade através do
cientista americano Janine Benyus em 1997, com o lançamento do livro Biomimicry: innovation
Inspired by Nature (“Biomimética: Inovação inspirada pela natureza”, numa tradução livre). Um
dos exemplos mais famosos da biomimética é o popular velcro que usamos nas roupas. Após
observar a semente do carrapicho no microscópio e notar que ela era dotada de filamentos
entrelaçados com pequenos ganchos nas pontas, o engenheiro suiço Georges de Mestral (1941)
criou a invenção, isto é, “copiou” da natureza.

Um outro exemplo que vem do japão é o famoso trem bala inspirado em um pássaro chamado
martim-pescador. O trem-bala pode alcançar velocidade de 300 km/h, mas o som emitido por ele
era superior aos padrões ambientais de poluição sonora. Uma parte do problema estava no design
da parte frontal do trem (BBC, 2017). Quando entrava em túneis, o veículo também enfrentava
uma mudança drástica na resistência do ar. Na natureza, existia um animal que passa por
condições semelhantes, chamado martim-pescador.

Tram Bala / Pássaro Martin Pescador

Imagens: bbc.com

Esse pássaro precisa mergulhar para se alimentar e troca rapidamente de um ambiente de baixa
resistência (ar) para um com muita resistência (água), logo, possui a aerodinâmica perfeita para a
mesma situação do trem. A parte do trem foi remodelada para um formato similar ao bico do
martim-pescador e os trens não só passaram apenas a viajar de maneira mais silenciosa, como
também se tornaram 10% mais rápidos e 15% mais econômicos.

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Outro exemplos clássicos são os edifícios no Zimbábue (Eastgate Centre em Harare) e na


Austrália (CH2 – Council House 2 em Melbourne), inspirados na circulação de ar de cupinzeiros.
Este é provavelmente o exemplo mais conhecido de uso da biomimética na arquitetura. No caso
do Zimbábue, trata-se de um edifício de duas torres, onde a primeira funciona um shopping
Center e a segunda é um prédio de escritórios.

Edifícios Eastgate Centre (Harare, Zimbábue) / Cupinzeiro

Fonte: Going Green Brasil

Projetado pelo arquiteto Mick Pearce, o grande empreendimento não possui sistema de ar
condicionado. Apesar disso, sua temperatura interna permanece agradável e regular o ano inteiro.
Como isso foi possível? Pearce se inspirou nos grandes cupinzeiros africanos.

Esses cupins se alimentam de um fungo que é cultivado dentro do próprio cupinzeiro. Para tal, a
temperatura interna do cupinzeiro deve estar na casa dos 30,5ºC. Para manter essa temperatura,
os cupins cavam e fecham constantemente várias saídas de ar, cujo fluxo permite a obtenção da
temperatura interna desejada (GOINGGREEN, 2018).

O princípio das nadadeiras das baleias também foi aplicado às turbinas utilizadas para geração de
energia eólica. A geometria das barbatanas da baleia jubarte utilizada nas turbinas da empresa
Whale Power, produzem 32% menos atrito e 8% menos arrasto que as lâminas convencionais.

Especialmente nas eólicas, os engenheiros precisam lidar constantemente com fortes rajadas de
ventos que danificam a estrutura do moinho. Mas com o desenvolvimento dessa nova tecnologia
baseada no design das nadadeiras da Jubarte, o vento pode ser desviado facilmente, permitindo
que a energia seja melhor aproveitada, aumentando significativamente a velocidade do giro e
consequentemente gerando mais energia, além de diminuir a manutenção das hélices.

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Nadadeiras das Baleias Jubarte / Turbinas para Geração de Energia Eólica

Fonte: Futuroexponencial.com

Por mais diferente que possa ser, o carro abaixo, o Mercedes-Benz Box Fish, teve seu design
inspirado no peixe-cofre, um habitante dos oceanos Índico, Pacífico e Atlântico.

Quando Dieter Gürtler, um dos engenheiros mais importantes da Daimler Chrysler, recebeu a
missão de desenvolver um carro-conceito, com foco na aerodinâmica, ele levou seus colegas de
trabalho para passearem em um museu de história natural. O objetivo? Observar a aerodinâmica
de peixes e mamíferos marinhos. Depois de analisar muitas espécies esguias, cujos formatos, se
adaptados para um carro, deixariam motorista e passageiros bem apertados, Gürtler e sua equipe
foram apresentados ao peixe-cofre (Ostracion cubicus).

Mercedes Benz Box Fish / Peixe Cofre

Fonte: TecMundo

Apesar de não ser uma espécie muito bonita, esse peixe possui grande mobilidade, além de ser
bem espaçoso, o que resultaria em mais conforto para as pessoas dentro de um carro construído
com aquele design.

Depois disso, a equipe trabalhou em um modelo 3D do peixe e fez testes em túneis de vento e
tanques d’água. A forma do modelo proporcionava uma performance quase tão boa quanto a de
uma gota d’água, considerada como uma das formas mais aerodinâmicas que existem. Esses
foram apenas alguns exemplos, mas você encontra diversos outros na internet.

https://www.youtube.com/watch?v=h-4nK-jyQoY
Biomimética
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17.3. Empreendedorismo Social


O empreendedorismo social é um processo que envolve pessoas que irão aplicar os seus
conhecimentos e experiências a favor dos outros, a fim de melhor a qualidade de vida de todos
envolvendo aspectos de saúde, alimentação, moradia, geração de trabalho e renda, lazer,
recreação, cultura, etc. Diferentemente do empreendedorismo tradicional, ele é voltado em
transformar a realidade de comunidades pobres. São empresas que existem para promover
soluções que geram mudanças na realidade de pessoas ou comunidades vulneráveis, assim, o
desenvolvimento do negócio busca uma forma de vida mais justa e com menos desigualdade
social.
https://www.youtube.com/watch?v=P8j67-yR37I
Quem se Importa?

Jeff Skoll (2013) define os empreendedores sociais como pessoas sonhadoras de práticas que têm
o talento, habilidade e visão para resolver os problemas e mudar o mundo para melhor, operando
em um mercado onde o sucesso não é medido apenas em lucros, mas na melhoria da qualidade
de vida.

Motivados pelo altruísmo, o empreendedor social gera valor para a sociedade em primeiro lugar,
buscando atrair parceiros e oportunidades, focados na população de baixa renda. São antes de
tudo inovadores e idealizadores com senso de solidariedade e empatia, colocando o propósito em
primeiro lugar. O site meusucesso.com indica como ideias de empreendedorismo social a
revitalização de comunidades; saneamento e distribuição de energia; atendimento popular de
advogados; consultas médias, psicológicas e odontológicas acessíveis; inclusão digital; espaço
cultural; artesanato e centros de distribuição; agricultura e reciclagem.

Segundo Rosolen et al (2014) O movimento do empreendedorismo social também foi


intensamente disseminado nos países em desenvolvimento, porém o termo empresa social não
adquiriu tanta aceitação em regiões como a América Latina e Ásia. Assim, surgiram novas
nomenclaturas, como negócios sociais e negócios inclusivos. Ainda segundo Ferreira et al, 2014,
se na Europa predomina o termo economia social, e dependendo do país, empresa social; nos
Estados Unidos predominam empreendedorismo social e negócio social. Já nos países em
desenvolvimento, sobretudo na Índia, é utilizado empresa social, e especificamente, no Brasil,
negócio social.

Como exemplo de empreendedorismo social podemos citar o Grupo de Apoio ao Adolescente e


à Criança com Câncer que existe em São Paulo desde 1991. É uma iniciativa do oncologista
pediátrico Antônio Sérgio Petrille e uma forte aliada ao câncer infantil no Brasil. A entidade já
tratou mais de 5 mil pacientes, apresentando uma taxa de cura em torno de 70% (MEUSUCESSO,
2021). A organização funciona com base em um rigoroso sistema de gestão e atendimento que
envolve pesquisadores de universidades, iniciativa privada e sociedade.

https://graacc.org.br/
Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (GRAACC)

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17.4. Comunidades Sustentáveis


As comunidades sustentáveis são projetadas para reduzir o impacto no meio ambiente sem
reduzir a qualidade de vida. Também conhecidas como comunidades verdes, eco-vilarejos ou
ecovilas, as pessoas que vivem nessas comunidades, têm um modo de vida que atende às
necessidades básicas, de forma que estas possam ser mantidas indefinidamente para as futuras
gerações. As ecovilas possuem como condição primordial o viver coletivamente. Nessas
comunidades, as pessoas se unem com o objetivo de resgatar sua liberdade de escolha por viver
em grupo, revertendo seus conceitos relativos ao individualismo e egoísmo. Este conceito pode
ser agregado também à agricultura familiar, com o planejamento da produção, escoamento e
tratamento dos resíduos, sem qualquer desperdício.

Algumas comunidades sustentáveis são tão radicais que se desconectam dos serviços públicos e
evitam o uso do dinheiro emitido pelo governo. De acordo com o GEN (Global Ecovillage Network,
ou Rede Global de Ecovilas, em tradução livre), as ecovilas podem ser definidas como
comunidades que, como propósito comum, ajudam a implementar os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável da ONU e os Acordos Climáticos em nível local (SENRA, 2022).

Se a comunidade possui uma fazenda orgânica, elimina a necessidade de comprar alimentos em


locais distantes. Se tudo fica organizado favorecendo pequenas distâncias, estas podem ser
percorridas a pé ou de bicicleta evitando a emissão de GEE. Se usam técnicas de construção
sustentável, aproveitam a capacidade de iluminação natural e com a Instalação de sistemas de
economia de energia e captação de água da chuva, evitam o esgotamento desses recursos.

De acordo com a Global Ecovillage Network (GEN), existem mais de 400 ecovilarejos no mundo.
O GEN conta com um diretório específico para a América Latina, a rede CASA (Conselho de
Assentamentos Sustentáveis da América Latina), no qual são cadastradas atualmente 36 ecovilas
no Brasil. No Brasil, desde 1978, a ABRASCA (Associação Brasileiras de Comunidades
Autossustentáveis) informa a existência de cerca de 300 ecovilas no país (RICHENA, 2022).

Já que a maioria das cidades já foi planejada, conforme a necessidade e o crescimento da


população, o ODS 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis busca reduzir o impacto ambiental
negativo das cidades, com atenção à qualidade do ar, gestão de resíduos, sistemas de transporte
sustentáveis, investimento em energias limpas, habitação e melhoria do planejamento e gestão
urbana de forma participativa e inclusiva.

RESUMO DA SEMANA
Sustentabilidade e Inovação caminham juntas na construção por uma vantagem competitiva e
para o sustento do negócio. O capitalismo de propósito é uma exigência da nova geração de
consumidores e investidores, onde a reputação das empresas estará cada vez mais baseada em ESG e
seus produtos e serviços em conceitos como ecodesign, design sustentável, biomimética e cidades e
comunidades sustentáveis. Na próxima semana, encerramos nosso módulo 04 – Sustentabilidade
Empresarial, Ferramentas de Gestão e Inovação, apresentando de ações práticas de empresas
relacionadas aos ODS da Agenda 2030. Até lá!

8/8

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