Álgebra Linear
Álgebra Linear
Álgebra Linear
Espaços Vetorias
Dizemos que um conjunto de vetores V não vazio, ou seja, V ≠ 0 é um espaço vetorial
sobre R se/e somente se estiver definida:
a) α . (β . u) = (α . β) . u;
b) (α + β) . u = α . u + β . u;
c) α . (u + v) = α . u . α . v;
d) 1 . u = u;
O espaço vetorial R:
Sendo R, o conjunto dos número reais, fica fácil perceber que, na soma de número
reais, se verificam válidas as propriedades em I. Da mesma forma, para a
multiplicação, as propriedades em II se verificam válidas.
O espaço vetorial R^2, conjunto dos pares ordenados que formam o plano.
Se R e R^2 são espaços vetoriais, R^n também poderá ser considerado espaço vetorial
sobre R, desde que seja possível a soma e a multiplicação, conforme a seguir:
. (X1, X2, ..., Xn) + (Z1, Z2, ..., Zn) = (X1 + Z1, X2 + Z2, ..., Xn + Zn) ∈
R^n;
. α . (X1, X2, ..., Xn) = (αX1, αX2, ..., αXn) ∈ R^n;
Sejam os polinômios:
. p(x) + q(x) = (An + Bn)X^2 + (An-1 + Bn-1)X^n-1 + ... + (A1 + B1)X + (A0 + B0) ∈
Pn;
. k . p(x) = kAnX^n + kAn-1X^n-1 + ... + kA1X + kA0 ∈ Pn;
Será que existe algum conjunto que não é um espaço vetorial?
Propriedades:
. ∀α ∈ R, α . 0 = 0;
. ∀u ∈ V, u . 0 = 0;
. ∀α ∈ R e ∀u ∈ V, α . u = 0 ⇿ α = u ou α = 0;
. ∀ α ∈ R e ∀u ∈ V, (-α) . u = α. (-u) = -(αu);
. ∀α, β ∈ R e ∀u ∈ V, (α ± β) . u = (αu ± βu);
. ∀α ∈ R e ∀u, v ∈ V, α . (u ± v) = (αu ± αv);
Importante:
. Os elementos u, v de V são denominados vetores, e os números reais α1, ...,
αn, são denominados escalares;
. Note que 0 é o vetor nulo, não confundi-lo com o escalar 0;
. Em todo espaço vetorial existe o vetor nulo;
Subespaços Vetoriais:
I. O vetor nulo 0 ∈ W;
II. ∀u, v ∈ W, temos u + v ∈ W;
III. ∀ α ∈ R e ∀u ∈ W, temos α . u ∈ W;
Exemplo 1:
W = {(0, y, 0) ∈ R^3} é um subespaço vetorial de R^3?
Verificando a condição I: 0 ∈ W:
. Note que o primeiro e terceiro componentes das coordenadas de todos os
vetores que compõem a W devem ser iguais a 0, e que, para o segundo componente, y,
não há uma restrição de valor; logo, 0 = (0, 0, 0) ∈ W.
Exemplo 2:
W = {(x, 1) ∈ R^2} é um subespaço vetorial de R^2?
Note que em todos o vetores que compõem W, o segundo componente da coordenada, será
sempre, igual a 1; assim , 0 = (0, 0) ∉ W. Logo, W não é um subespaço vetorial de
R^2.
Note que os pares ordenados que formam o conjunto de retas que compõem W são da
forma (x, 2x).
Verificando a condição I: 0 ∈ W:
. Se x = 0, verifica-se que y = 2 . 0 = 0, assim 0 = (0, 0) ∈ W.
Exemplo 3:
W = {(w, y, z) ∈ R^3 / x = y e z = 0} é um subespaço vetorial de R^3?
Soma:
Dados U e W, subespaços vetoriais de V, definimos a soma de U com W, denotada por U
+ W, como:
. U + W = {s ∈ W / s = u + w com u ∈ W e w ∈ W}.
Exemplo:
Dado U = {(0, y) ∈ R^2} e W = {(x, 0) ∈ R^2}, ambos subespaços vetoriais de R^2,
determine U ∩ W.
. Pela definição, a intersecção entre U e W é todo valor que, ao mesmo tempo,
pertença a U e a W. Dessa, forma para determinarmos U ∩ W devemos igualar os
vetores de U com os vetores de W.
. (0, y) = (x, 0).
. Para esse sistema, há uma única solução possível, portanto, o sistema
possível e determinado (SPD), x = 0 e y = 0. Logo, U ∩ W = {(0, 0)}.
Exemplo 1:
Dados os subespaços U = {(x, y, 0) ∈ R^3} e W = {(0, y, z) ∈ R^3}, verificar se R^3
é a soma direta de U e W.
Exemplo 2:
Dados os subespaços U = {(x, 0, 0) ∈ R^3} e W = {(0, y, z) ∈ R^3}, verificar se R^3
é a soma direta de U e W.
. II. U + W = V.
(x, 0, 0) + (0, y, z) = {(x, y, z) ∈ R^3}.
. Satisfeitas as condições (I) e (II), podemos afirmar que R^3 é a soma
direta de U e W.
Combinação Linear:
Seja V um espaço vetorial sobre R, considere o subconjunto U = {(u1, u2, ..., un) ⊂
V}.
Definição:
Chamamos [U] de "subespaço gerado" de U e cada elemento de [U] é uma "combinação
linear" de u1, u2, ..., un, ou a combinação linear de U. Podemos dizer que os
vetores de U geram [U] ou, ainda, que os vetores de U são geradores.
Exemplo:
Escrever o vetor u = (4, 3) como a combinação linear dos vetores v = (1, 0) e w =
(0, 1), para que u seja a combinação linear de v e w devemos ter:
. u = αv + βw;
. (4, 3) = α(1, 0) + β(0, 1);
. (4, 3) = (α, 0) + (β, 0);
. (4, 3) = (α, β);
Da igualdade, podemos montar o sistema {α = 4, β = 3. Logo, (4, 3) = 4(1, 0) + 3(0,
1).
Base e Dimensão:
Base
Considere um espaço vetorial, finitamente, gerado V. Designamos de base de V o
subconjunto B ⊂ V, se/e somente se:
I. [B] = V;
II. B é linearmente independente (LI);
Dimensão
Denominamos dimensão um espaço vetorial finitamente gerado em V e a quantidade de
vetores de qualquer uma das suas bases. Para a dimensão de um espaço vetorial,
usaremos a notação dim V.
Exemplo:
Seja V = R^3 = {(x, y, z) / x, y, z ∈ R^3}, consideremos o subconjunto U = {(1, 0,
0), (0, 1, 0), (0, 0, 1)}. Mostraremos que U é a base de V.
I. [U] = V:
. x(1, 0, 0) + y(0, 1, 0) + z(0, 0, 1) = (x, 0, 0) + (0, y, 0) + (0, 0, z)
= (x, y, z) = V
II. U é LI: δ β
. α(1, 0, 0) + β(0, 1, 0) + δ(0, 0, 1) = (0, 0, 0);
. (β, 0, 0) + (0, β, 0) + (0, 0, δ) = (0, 0, 0);
. (α, β, δ) = (0, 0, 0) ⇨ α = β = δ = 0;
. Como o sistema apresentou uma solução única (SPD), U é LI. Logo, U é a
base de V e dim V = 3.
Unidade 2
Transformação Linear
Sendo U e V espaços vetoriais, e ('esse F signífica função') F : U ⇨ V, F uma
função com domínio U e contradomínio V, dizemos que uma função F é uma
transformação linear se valem as condições:
III. Se uma função leva o vetor nulo de U em um vetor não nulo de V, isto é,
F(0U) ≠ 0V; então, ela não pode ser linear.
Exemplo:
Verifique se a função F: R^2 ⇨ R^2, definida por F(x, y) = (2x, 3x + 4y) é linear:
Condição I:
. F(0, 0) = (2 . 0, 3 . 0 + 4 . 0) = (0, 0). OK!
Condição II:
Sendo u1 = (x, y) e u2 = (r, s), temos:
. F(u1 + u2) = F(x + r, y + s) = (2x + 2r, 3x + 3r + 4y + 4s);
. F(u1) + F(u2) = F(x, y) + F(r, s) = (2x + 2r, 3x + 3r + 4y + 4r);
. Portanto, F(u1 + u2) = F(u1) + F(u2). OK!
Condição III:
Sendo u = (x, y) e a, temos:
. F(α . u) = F(α . (x, y)) = (2ax, 3ay + 4ax);
. α . F(u) = α . F(x, y) = (2ax, 3ay + 4ax);
. Portanto, F(α . u) = a . F(u). OK!
. Satisfeitas as três condições, F é a transformação linear.
Exemplo:
Sejam os vetore u = (1, 2, 3) e v = (0, 0, 1), determine a imagem de u e de v pela
transformação linear T: R^3 ⇨ R^2, T(x, y, z) = (x + z, y).
Solução:
. T(u) = T(1, 2, 3) = (1 + 3, 2) = (4, 2);
. T(v) = T(0, 0, 1) = (0 + 1, 0) = (1, 0);
Exemplo:
Determinar o núcleo da transformação linear T: R^2 ⇨ R^2, definida por T(x, y) = (y
- 2x, y + 2x):
. 2y = 0 ⇨ y = 0; logo, x = 0;
. N(T) = {(0, 0)}.
Exemplo:
Sendo F:R^2 ⇨ R^2 definida por F(x, y) = (x - 2y, 2x + y), e G: R^2 ⇨ R^2 definida
por G(x, y) = (x, x - y), determine:
. Sabemos que cada um dos vetores T(u1), ..., T(un) está em V e, portanto, podem
ser escritos como a combinação linear da base C.
É uma transformação linear T: R^2 ⇨ R^2 que leva um ponto do plano ao seu simétrico
em relação:
Cisalhamento:
a) Na direção do eixo x (cisalhamento horizontal): T(x, y) = (x + ky, y).
. A matriz canônica dessa transformação é: (1 k)
(0 1).
Projeção:
É uma transformação linear T: R^2 ⇨ R^2 que leva um vetor do plano à sua projeção
ortogonal sobre o eixo x ou sobre o eixo y.
Assim, podemos dizer que a rotação é uma transformação T: R^2 ⇨ R^2, tal que: