Exercicios Resolvidos

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Captulo 8

Exerccios Resolvidos
Neste captulo apresentamos alguns de exerccios resolvidos relacionados com os conceitos
apresentados nos captulos anteriores.
.
Exemplo 8.1 Seja V = {(x, y, z, w) R4 : y = x, z = w2 }.
Verifique se (V, +, ) um espao vetorial real onde (+ e so as operaes usuais
de R4 ).
Resoluo:
Observemos que
(0, 0, 1, 1) V

mas

1 (0, 0, 1, 1) = (0, 0, 1, 1) V.

Assim, (V, +, ) no um espao vetorial real.


.
Exemplo 8.2 Sejam A Mn (R) uma matriz quadrada de ordem n fixada e W = {X
Mn1 (R) : A.X = O}, onde O Mn1 (R) denota a matriz coluna identicamente nula.
Verifique se (W, +, ) um subespao vetorial real do espao vetorial (Mn1 (R), +, )
(onde + e so as operaes usuais de Mn1 (R)).
Resoluo:
Observemos que W Mn1 (R).
.
1. Seja O = (0) a matriz coluna n 1 nula.
Como A.O = O, temos que O W.
2. Se X, Y W e R, ento, pelas propriedades de soma e de multiplicao por escalar
usuais entre as matrizes e, tambm, pelas propriedades do produto entre matrizes,
temos
A.(X + Y) = A.X + A.( Y) = A.X + A.Y = O + .O = O.
Portanto X + Y W.
Com isto podemos afimar que W um subespao vetorial do espao vetorial real (Mn1 (R), +, ).
109

110

CAPTULO 8. EXERCCIOS RESOLVIDOS

Exemplo 8.3 Consideremos o espao vetorial real (P3 (R), +, ) (onde + e so as operaes usuais de P3 (R)).
Encontre o subespao vetorial do espao vetorial real (P3 (R), +, ) gerado pelo con.
junto S = {p, q, r, s} P3 (R) onde
.
p(t) = 1,

.
q(t) = t,

.
r(t) = t2 ,

.
s(s) = 1 + t3 ,

t R.

Resoluo:
Observemos que
t3 = (t3 + 1) 1 = s(t) p(t) t R. ()
Logo, dado u P3 (R) existem escalares ao , a1 , a2 , a3 R tais que
u(t) = ao + a1 t + a2 t2 + a3 t3 ,

t R.

Mas
()

u(t) = ao + a1 t + a2 t2 + a3 t3 = ao + a1 t + a2 t2 + a3 [(t3 + 1) 1]
= (ao a3 ) + a1 t + a2 t2 + a3 (t3 + 1)
= (ao a3 ) p(t) + a1 q(t) + a2 r(t) + a3 s(t),

t R,

ou, equivalentemente:
u = (ao a3 ) p + a1 q + a2 r + a3 s,
ou seja, u P3 (R) pode ser obtido como combinao linear dos vetores de S, isto , u [S].
Portanto P3 (R) = [S].
Exemplo 8.4 Encontre o subespao vetorial do espao vetorial (M2 (R), +, ) (onde + e
so as operaes usuais de M2 (R)) gerado por
{(
) (
)}
0 1
0 0
S=
,
0 0
1 0
Resoluo:
Temos que A [S] se, e somente se, existem , R tais que
(
)
(
) (
)
0 1
0 0
0
A=
+
=
,
0 0
1 0
0
ou seja, A [S] se, e somente se, os elementos da diagonal principal de A so nulos, ou seja,
[S] o subespao vetorial de (M2 (R), +, ) formado por todas as matrizes que tem zero na
diagonal principal.


111
Exemplo 8.5 Encontre um conjunto finito de geradores para o subespao vetorial
W = {u M31 (R) : A.u = 0},
do espao vetorial real (M31 (R), +, ) (onde
onde

A= 2
1

+ e so as operaes usuais de M31 (R))

1 0

1 0 .
1 4

Resoluo:
Observemos que

0 1 0


u = W 2 1 0 = 0

1 1 4


1 1 4

0
1 1
4


2 1 0 = 0 0 1 4 = 0
0 1 0

0
0 1
0


1 1 4

0
1 1 4


0 1 4 = 0 0 1 4 = 0
0 1 0

0
0 0 4


1 1 4


0 1 4 = 0 = = = 0.
0 0 1

0
Portanto


W = 0 .

Exemplo 8.6 Encontre um conjunto finito de geradores para o susbepao vetorial


W = {u M41 (R) : Au = 0}
do espao vetorial real (M41 (R), +, ) (onde +, so as operaes usuais de M41 (R)),
onde

1 1 1 0

1 1
2 0
A=
.
0 1
3 1
0 2 3 1

112

CAPTULO 8. EXERCCIOS RESOLVIDOS

Resoluo:
Observemos que

1 1 1 0

2 0

1 1 0

u = W
=
0 1 0

3 1

0 2 3 1


1 1 1 0


0 2 3 1 0

=
0 2 3 1 0
0 2 3 1

0
1 1 1 0


0 2 3 1 0

=
0 0 0
0 0
0
0 0
0 0


1 1 1
0


0 1 3/2 1/2 0

=
0
0 0
0 0
0 0
0
0


1 0 1/2
1/2


0 1 3/2 1/2 0

=
0
0 0
0 0
0 0
0
0

0
{
= /2 /2

,
= 3/2 + /2
isto ,

Portanto:

/2 /2
1/2
1/2

3/2 + /2
3/2
1/2
u=
=
+
,

1
0

0
1

, R.

1/2
1/2
3/2 1/2

W =
.
,
1 0
1
0


Exemplo 8.7 Encontre uma base do subespao vetorial


.
U = [(1, 0, 1), (1, 2, 0), (0, 2, 1)]
do espao vetorial real (R3 , +, ) (onde + e so as operaes usuais de R3 ).

113
Resoluo:
Primeiro Modo:
Observemos que (x, y, z) U se, e somente se, existem , , R tais que
(1, 0, 1) + (1, 2, 0) + (0, 2, 1) = (x, y, z),
ou seja, (x, y, z) U se, e somente se, a equao matricial abaixo admite soluo

1 1 0

x
1 1
0

2 = y
0 2 2 = y 0 2
1 0 1

z
0 1 1

zx


x
1 1
0


0 1
1 = y/2
0 1 1

zx

1 1 0

0 1 1 =
y/2

0 0 0

z x + y/2

1 0 1

x y/2

0 1 1 =
y/2

0 0 0

z x + y/2
e esta equao matricial possui soluo, que ser dada por
= + x y/2, = + y/2, R,

z = x y/2.

Dessa forma,
(x, y, z) = ( + x y/2) (1, 0, 1) + ( + y/2) (1, 2, 0) + (0, 2, 1) =
= (x, y, x y/2) = x (1, 0, 1) + y (0, 1, 1/2)
e como
(1, 0, 1), (0, 1, 1/2)
so l.i., segue-se que formam uma base de U.
Segundo Modo:
Notemos que os vetores (1, 0, 1) e (1, 2, 0) so l.i. e pertencem a U.
Vejamos se estes vetores juntamente com (0, 2, 1) so l.d. ou l.i. .
Para isto consideremos:
(1, 0, 1) + (1, 2, 0) + (0, 2, 1) = (0, 0, 0)
( + , 2 + 2, ) = (0, 0, 0)

+ = 0
+ = 0 = = ,

= 0

(8.8)

114

CAPTULO 8. EXERCCIOS RESOLVIDOS

ou seja, os vetores
(1, 0, 1), (1, 2, 0), (0, 2, 1)
so l.d..
Portanto, da proposio (5.20), segue que
(8.9)

(1, 0, 1), (1, 2, 0)


formam uma base de U.
Embora as bases (8.8) e (8.9) no coincidam, ambas esto corretas.
Basta observar que
(1, 2, 0) = (1, 0, 1) + 2(0, 1, 1/2).


Exemplo 8.10 Dados os subespaos vetoriais
[(
U = {A M2 (R) : At = A}

W=

)]
1 1
0 1

do espao vetorial real (M2 (R), +, ) (onde + e so as operaes usuais de M2 (R)),


encontre uma base dos subespaos vetoriais U, W, U W e U + W, no caso em que no
se reduzam a {0}.
Resoluo:
De U :
Observemos que

. a b
A=
) (
)
(
c d
a b
a c
A W A = At

=
c = b.
c d
b d
Portanto, A U se, e somente se,
(
)
(
)
(
)
(
)
a b
1 0
0 1
0 0
A=
=a
+b
+d
,
b d
0 0
1 0
0 1

a, b, d R.

(8.11)

Observemos tambm que as


(
) (
) (
)
1 0
0 1
0 0
,
,
0 0
1 0
0 1
so l.i. (veifique!).
Portanto, as trs matrizes acima so l.i. e geram U, ou seja, formam uma base do subsepao vetorial U, em particular, temos
(U) = 3.
De W :

dim

115
(

Como a matriz

)
1 1
0 1

gera W e no nula, ela serve como base de W, em particular, temos


De U W:
(
A U W A = At e existe R tal que A =
Logo

)

0

(
=

dim(W) = 1.
)

.
0

)t (
)

0
=
,
0

mostranod que = 0, ou seja, A = O. Desse modo, UW = {O}, em particular,


0.
De U + W:
Temos

dim(UW) =

dim(U + W) = dim
(U) + dim(W) dim(U W) = 4 = dim(M2 (R).
| {z } | {z } |
{z
}
=3

=1

=0

Portanto, U + W = M2 (R) (na verdade a soma direta, pois


uma base pode ser a base cannica de M2 (R), isto , dada por
(
) (
) (
) (
)
1 0
0 1
0 0
0 0
,
,
,
.
0 0
0 0
1 0
0 1

dim(U W) = 0) e assim


.
.
Exemplo 8.12 Sejam U = {p P2 (R) : p (t) = 0, t R}, W = {p P2 (R) : p(0) =
p(1) = 0} subespaos vetoriais do espao vetorial real (P2 (R), +, ) (onde + e so as
operaes usuais de (P2 (R)).
Encontre bases para os subespaos vetoriais U, W, U W e U + W, no caso em que
no se reduzam a {0}.
Resoluo:
Para U :
Observemos que p P2 (R) ento existem ao , a1 , a2 R tais que
p(t) = ao + a1 t + a2 t2 ,

t R,

assim
p (t) = a1 + 2a2 t,

t R.

Logo
p U p (t) = 0, t R a1 + 2a2 t = 0, t R a1 = a2 = 0,

116

CAPTULO 8. EXERCCIOS RESOLVIDOS

Logo, p U se, e somente se, p(t) = ao , t R, para ao R.


.
Se considerarmos po (t) = 1, t R ento, po U e alm disso, p U se, e somente se,
p = po , para R, ou seja, U = [po ], e como po = O, segue que {po } ser uma base de
U, em particular,
(U) = 1.
Para W :
Observemos que se
{
ao = p(0) = 0
[p(t)=ao +a1 t+a2 t2 , tR]
pW

ao + a1 + a2 = p(1) = 0

dim

[ao =0, a2 =a1 ]

p(t) = a1 t a1 t2 = a1 (t t2 ), t R.

.
Logo se considerarmos p1 (t) = t t2 , t R ento p1 W e p W se, e somente se,
p(t) = a1 (t t2 ) = a1 p1 (t),

t R,

dim

ou seja, W = [p1 ] e como p1 = 0 segue que {p1 } e uma base de W, em particular,


(W) = 1.
Para U W :
Dos itens acima temos que p U W = [po ] [p1 ] se, e somente se, existem , R tais
que
po = p = p1 = (t t2 ), t R.
Logo = = 0, ou seja, deveremos ter p = 0 P(R).
Assim, U W = {0}, em particular,
(U W) = 0.
Para U + W :
Como
(U + W) =
(U) +
(W)
(U W) = 1 + 1 0 = 2
| {z } | {z } |
{z
}

dim

dim

dim

=1

dim

=1

e como a soma U + W uma soma direta (pois


como base de U + W.

dim

=0

dim(U W) = 0), podemos tomar {po, p1}




Exemplo 8.13 Seja (V, +, ) um espao vetorial real .


Sejam B e C bases do espao vetorial real (V, +, ), formadas pelos vetores e1 , e2 , e3 e
g1 , g2 , g3 , respectivamente, relacionados da seguinte forma:

g1 = e1 + e2 e3
()
g2 = 2e2 + 3e3

g = 3e + e
3
1
3
1. Determine as matrizes de mudana da base B para a base C, isto , MBC , e da
base C para a base B, isto , MCB .
2. Se as coordenadas e a
matriz
das coordenadas do vetor v em relao a base B, isto
1

, [v]B , so dadas por 3 encontre as coordenadas e a matriz das coordeanadas
2
do vetor v em relao a base C, isto , [v]C .

117
3. Se amatriz
das coordenadas do vetor v em relao a base C, isto , [v]C , dada
2

por 3 encontre a matriz das coordenadas do vetor v em relao a base B,


1
isto , [v]B .
Resoluo:
1. De (*) temos

MBC
Como MCB = (MBC )1 , passemos
e II):

.
1 0 3 .. 1

1 2 0 ... 0

.
1 3 1 .. 0

1 0 3

0 1 2
0 3 4

1 0 3

0 1 2
0 0 1

1 0 3

= 1 2 0 .
1 3 1

a encontrar a inversa da matriz MBC (ver Apndice I

.
1 0 3 .. 1 0 0

0 2 3 ... 1 1 0

1 0


..
0 3 4 . 1 0 1
0 1

0 0


..
1 0 3
. 1 0 0

..

3
. 12 12 0
0 1 2
..
. 1 0 1
0 0 172

.
9
6
1 0 0 .. 172

17
17

..

4
3
1

0 0 1 0 . 17 17
17
.
2
2
0 0 1 .. 175 173
17
17

..
. 1
0
..
1
. 21
2
.. 5
. 17 173

Portanto,

MCB =

2. Como [v]C = MCB .[v]B , temos:

[v]C =

3. Como [v]B = MBC [v]C ,

2
17
171
5
17

..
. 1
0 0

..
. 12 12 0

.. 5
3
. 2 2 1

2
17
171
5
17

9
17
4
17
173

9
17
4
17
173

176
3
17
2
17

176
3
17
2
17


1
1

3 = 1 .
0
2


1
2
1 0 3


[v]B = 1 2 0 3 = 8 .
6
1
1 3 1

118

CAPTULO 8. EXERCCIOS RESOLVIDOS

Exemplo 8.14 Considere o seguinte subespao do espao vetorial real (M2 (R), +, ) (onde
+ e so as operaes usuais de M2 (R)):
{(
)
}
x y
.
W=
M2 (R); x y z = 0 .
z t
1. Mostre que o conjunto B formando pelas matrizes
(
)
(
)
(
)
1 1
1 0
0 0
.
.
.
B1 =
, B2 =
, B3 =
0 0
1 0
0 1
e o conjunto C formado pelas matrizes
(
)
(
)
(
)
1 0
0 1
0 0
.
.
.
C1 =
, C2 =
, C3 =
1 0
1 0
0 1
so bases do subespao vetorial W.
2. Encontre as matrizes de mudana de base da base B para a base C (isto , MBC )
e da base C para a base B (isto , MCB ).
3. Encontre uma base D do subespao vetorial

1 1

P= 0 0
0 3

W, tal que a matriz

2
1

seja a matriz de mudana da base D para a base B (isto , P = MDB ).


Resoluo:
1. Observemos que

(
)
x y
AWA=
W x = y + z.
z t

Assim, A W se, e somente se,


(
)
(
)
(
)
(
)
y+z y
1 1
1 0
0 0
A=
=y
+z
+t
,
z
t
0 0
1 0
0 1
(

) (

y, z, t R.

) (
)
1 1
1 0
0 0
Logo W = [
,
,
].
0 0
1 0
0 1
(
) (
) (
)
1 1
1 0
0 0
Como as matrizes
,
,
so l.i. (verifique!) temos que elas forma0 0
1 0
0 1
ro uma base de W, em particualr
(W) = 3.

dim

119
Como C formado por trs vetores de W e a dimenso de W trs, basta verificar que
tais vetores so l.i. para que C seja uma base de W.
Para isto observemos que,
(
)
(
)
(
) (
)
1 0
0 1
0 0
0 0

+
+
=
1 0
1 0
0 1
0 0
(
) (
)

0 0

=
= = = 0,
+
0 0
mostrando que C l.i. .
2. Observemos que

C1 = B2
,

C2 = B1 + B2

C = B
3
3
assim
MBC
Temos tambm: MBC , vemos que

0 1 0

= 1 1 0 .
0 0 1

B1 = C1 C2
B2 = C1

B = C
3
3

assim
MCB

1 1 0

= 1 0 0 .
0 0 1

3. Procuremos D1 , D2 e D3 em W de modo que formem uma base W e alm disso MDB = P.


Como MDB = P deveremos ter:

B1 = 1.D1 + 0.D2 + 0.D3 = D1


B2 = 1.D1 + 0.D2 + 3.D3 = D1 + 3.D3

B = 0.D + 2.D + 1.D = 2.D + D


3
1
2
3
2
3

e, resolvendo o sistema linear, obteremos:


D1 = B1 ,

D3 =

B2 B1
,
3

D2 =

B3

B2 B1
3

3B3 + B1 B2
.
6

Assim, a base D ser formada pelas matrizes D1 , D2 e D3 que so dadas por (verifique!)
(
) (
) (
)
1 1
0
1/6
0 1/3
,
,
.
0 0
1/6 1/2
1/3
0

120

CAPTULO 8. EXERCCIOS RESOLVIDOS

Captulo 10
Exerccios Resolvidos
Neste captulo resolveremos alguns exerccios relacionados com tpicos desenvolvidos nos
captulos anteriores
Exemplo 10.1 Sejam (P2 (R), +, ) espao vetorial real (onde + e so as operaes
usuais de P2 (R)) e T : P2 (R) P2 (R) dada por
.
T (p) = p + p ,

p P2 (R).

Mostre que T um operador linear em P2 (R), encontre uma base e a dimenso do


ncleo de T e uma base e a dimenso da imagem de T .
Resoluo:
Deixaremos como exerccio para o leitor mostrar que T L (P(R)).
Ncleo de T :
Lembremos que p P2 (R) se, e somente se, existem ao , a1 , a2 R tais que
p(x) = ao + a1 x + a2 x2 ,

x R.

()

Logo
p (x) = a1 + 2a2 x

p (x) = 2a2 ,

x R.

()

Logo p N (T ) se, e somente se, p + p = 0 ou, equivalentemente,


{
a1 + 2a2 = 0
()
p (x) + p (x) = 0, x R (a1 + 2a2 x) + 2a2 = 0, x R
|
{z
}
2a2 = 0
=(a1 +2a2 )+2a2 x

cuja nica soluo ser a1 = a2 = 0.


Desta forma, de (*), temos que p N (T ) se, e somente se, p(x) = ao , x R, isto ,
p = ao po , onde po (x) = 1, x R (veja que po P2 (R)).
Logo {po } ser uma base de N (T ), em particular,
[N (T )] = 1.
Imagem de T :
.
Como B = {po , p1 , p2 }, onde

dim

.
po (x) = 1,

.
p1 (x) = x,
165

.
p2 (x) = x2 ,

x R,

166

CAPTULO 10. EXERCCIOS RESOLVIDOS

uma base de P2 (R) que completa a base de N (T ) vemos que, pela demonstrao do teorema
.
(9.56), C = {T (p1 ), T (p2 )} ser uma base da imagem de T , assim
[T (P2 (R)] = 2.
Observemos que

dim

[T (p1 )](x) = p1 (x) + p1 (x)


[T (p2 )](x) = p2 (x) + p2 (x)

[p1 (x)=x]

[p2

1,

(x)=x2 ]

2x + 2,

x R.

Exemplo 10.2 Sejam (M2 (R), +, ) espao vetorial real (onde + e so as operaes
usuais de M2 (R)) e T : M2 (R) M2 (R) dada por
.
T (X) = AX + X,

X M2 (R),

)
1 4
.
2 3
Mostre que T um operador linear em M2 (R), encontre uma base e a dimenso do
ncleo de T e uma base e a dimenso da imagem de T .

.
onde A =

Resoluo:
Deixaremos como exerccio para o leitor mostrar que T L (M2 (R)).
Ncleo de T :
Observe que
T (X) = (A + I2 )X, X M2 (R),
onde I2 a matriz identidade de ordem dois.
Logo se
(
X=
vemos que X N (T ) se,
(
)(
2 4
a
2 4
c

)
a b
c d

e somente se,
) (
)
(
)(
) (
)
b
0 0
1 2
a b
0 0
=

=
d
0 0
0 0
c d
0 0
{
{
a + 2c = 0
a = 2c

b + 2d = 0
b = 2d

ou, equivalentemente
(
)
(
) (
) (
)
(
)
0 2
2c 2d
2c 0
0 2d
2 0
+d
.
X=
=
+
=c
0 1
c
d
c
0
0 d
1 0
| {z }
| {z }
.
.
=A1
=A2
.
Notemos que o conjunto B = {A1 , A2 } l.i. (verifique!) logo ser uma base de N (T ), em
particular,
[N (T )] = 2.
Imagem de T :

dim

167
Utilizando o teorema do completamenteo, iremos encontrar matrizes A3 , A4 M2 (R) tais
que {A1 , A2 , A3 , A4 } uma base de M2 (R).
Isto equivalente a encontrar A3 e A4 tais que a nica soluo da equao matricial
A1 + A2 + A3 + A4 = |{z}
O

()

M2 (R)

seja a soluo trivial, isto , a matriz nula de ordem 2 (pois neste caso as quatro matrizes
sero l.i. e assim formaro uma base de M2 (R))).
Consideremos
)
)
(
(
x
y
a
b
.
.
.
e A4 =
A3 =
z t
c d
Substituindo em (*)
(
)
(
)
(
)
(
) (
)
2 0
0 2
a b
x y
0 0

+
+
+
=
,
1 0
0 1
c d
z t
0 0
que equivale equao matricial (verifique!)

2 0 a x
0


0 c z 0
1

=
0 2 b y 0

0
1 d t
0
{z
}
|
.
=B
que admite uma nica soluo se, e somente se, o determinante da matriz de ordem quatro
B for diferente de zero.
Mas
(B) = (2c + a)(2t + y) + (2z + x)(2d + b),

det

assim

det(B) = 0 se, e somente se,


(2z + x)(2d + b) = (2c + a)(2t + y).

Dessa forma, por exemplo:


(
) (
)
1 2
. a b
A3 =
=
c d
0 1

.
A4 =

()

(
) (
)
x y
1 1
=
,
z t
2 0

satisfazem a condio (**) (verifique!).


Segue da demonstrao do teorema (9.56) que {T (A1 ), T (A2 )} um base de T (M2 (R) ,
assim
[T (M2 (R)] = 2.
Notemos que
((
)) (
)
((
)) (
)
1 2
2 0
1 1
6 2
T (A1 ) = T
=
e T (A2 ) = T
=
.
0 1
2 0
2 0
6 2

dim

168

CAPTULO 10. EXERCCIOS RESOLVIDOS

Exemplo 10.3 Sejam (R3 , +, ) espao vetorial real (onde + e so as operaes usuais
de R3 ).
Determinar um operador linear T : R3 R3 cuja imagem seja gerada pelos vetores
(1, 2, 0) e (1, 1, 1).
Resoluo:
.
.
Como v1 = (1, 2, 0) e v2 = (1, 1, 1) so linearmente independentes (verifique!), o subespao
gerado por estes vetores tem dimenso dois.
Como
(R3 ) =
[N (T )] +
[T (R3 )] =
[N (T )] = 1.
| {z }
| {z }

dim

dim

dim

=3

dim

=2

Logo, a transformao procurada dever ter, necessariamente, ncleo unidimensional, por


.
.
exemplo, gerado pelo vetor u1 = (0, 0, 1), isto , B = {u1 } uma base de N (T ).
.
Logo a base cannica de R3 , B = {(1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1)}, uma base de R3 que contm
| {z } | {z }
.
.
=u2
=u3
o vetor u1 .
Segue da demonstrao do teorema (9.56) que {T (u2 ), T (u3 )} ser uma base de T (R3 ).
Como {v1 , v2 } tambm base de T (R3 ) basta definirmos, por exemplo,
.
T (1, 0, 0) = (0, 0, 0),

.
T (0, 1, 0) = (1, 2, 0)

.
e T (0, 0, 1) = (1, 1, 1).

()

Como conhecemos o operador linear T em uma base de R3 (no caso a base cannica) segue
que podemos encontrar a expresso para T ((x, y, z)), para qualquer (x, y, z) R3 .
Para isto basta observarmos que

T ((x, y, z)) = T [x (1, 0, 0) + y (0, 1, 0) + z (0, 0, 1)]


[T linear]

x T ((1, 0, 0)) +y T ((0, 1, 0)) +z T ((0, 0, 1))


| {z }
| {z }
| {z }
()

= (0,0,0)

()

= (1,2,0)

()

= (1,1,1)

= x (0, 0, 0) + y (1, 2, 0) + z (1, 1, 1) = (y + z, 2y + z, 1), (x, y, z) R3 ,


ou seja, T : R3 R3 dada por
T ((x, y, z)) = (y + z, 2y + z, 1), (x, y, z) R3 ,
tem as propriedades pedidas (verifique!).
Exemplo 10.4 Sejam (P2 (R), +, ) e (P3 (R), +, ) espaos vetoriais reais (onde + e
so as operaes usuais de P2 (R) e P3 (R), respectivamente).
Determinar T L (P3 (R), P2 (R)) cujo ncleo seja gerado pelos polinmios p, q
P3 (R), onde
.
p(x) = 1 + x3
e q(x) = 1 x2 , x R.

169
Resoluo:
Como p, q so l.i. em P3 (R) (verifique!), teremos que
assim
[P3 (R)] =
[N (T )] +
[T (P3 (R))] =
|
{z
} |
{z
}

dim

dim

=4

dim

dim[N (T )] = dim([p, q]) = 2,


dim[T (P3(R))] = 2,

=2

ou seja, a imagem da transformao T procurada dever ter, necessariamente, dimenso dois.


O primeiro passo utilizar o teorema do completamento, para completar o conjunto
formado pelos vetores p, q a uma base de P3 (R).
Para isto, basta acrescentarmos, por exemplo, os polinmios po , p1 P3 (R), onde
.
.
po (x) = 1 e p1 (x) = x, x R.
De fato, o conjunto {p, q, po , p1 } uma base de P3 (R), pois
p + q + po + p1 = O

xR

.p(x) + .q(x) + .po (x) + .p1 (x) = 0,


.(1 + x3 ) + .(1 x2 ) + .1 + .x = 0
( + + ) + .x x2 + x3 = 0,

xR

e isto ocorrer se, e somente se, = = = = 0, logo {p, q, po , p1 } um conjunto l.i. em


P3 (R) e como
[P3 (R)] = 4 segue que {p, q, po , p1 } ser uma base de P3 (R).
Assim, as imagens dos polinmios p e q, pela transformao T procurada precisam, necessariamente, ser linearmente independentes.
Para isto, consideremos T L (P3 (R), P2 (R)) tal que
.
.
.
T (po ) = po , T (p1 ) = p1 , T (p) = O e T (q) = O.

dim

Deste modo T (P3 (R)) = [po , p1 ], logo ter dimenso 2 e N (T ) = [p, q], como querimos.
Se p P3 (R) sabemos que existem ao , a1 , a2 , a3 R tais que
p(x) = ao + a1 x + a2 x2 + a3 x3 ,

x R.

Podemos reescrever o polinmio p da seguinte forma


p(x) = (ao + a2 a3 ). |{z}
1 +a1 |{z}
x +a3 (1 + x3 ) a2 (1 x2 )
| {z }
| {z }
=po (x)

=p1 (x)

=p(x)

=q(x)

= (ao + a2 a3 ).po (x) + a1 .p1 (x) + a3 .p(x) a2 .q(x)


= [(ao + a2 a3 ) po + a1 p1 + a3 p a2 q](x),

x R.

Logo
T (p) = T [(ao + a2 a3 ) po + a1 p1 + a3 p a2 q])
[T linear]

(ao + a2 a3 ) T (po ) +a1 T (p1 ) +a3 T (p) a2 T (q)


|{z}
| {z }
| {z }
|{z}
=po

= (ao + a2 a3 ) po + a1 p1 ,

=p1

=O

=O

170

CAPTULO 10. EXERCCIOS RESOLVIDOS

onde
p = ao po + a1 p1 + a2 p2 + a3 p3 P3 (R).
Com isto temos que T definido desta forma satisfaz as propriedades requeridas.
Exemplo 10.5 Sejam (P2 (R), +, ) e (R, +, ) espaos vetoriais reais (onde + e so as
operaes usuais de P2 (R) R, respectivamente).
Considere T : P2 (R) R dado por
.
T (p) =

p P2 (R).

p(x)dx,
0

Vimos anteriormente que T L (P2 (R), R).


Encontre a matriz da transformao linear T com relao s bases cannicas de
P2 (R) e R, respecticamente.
Resoluo:
.
.
Sejam B = {po , p1 , p2 } e C = {|{z}
1 } as bases de P2 (R) e de R, respectivamente, onde
.=u
.
po (x) = 1,

.
p1 (x) = x,

.
p2 (x) = x2 ,

x R.

Temos
1
T (po ) =

1
po (x) dx =

1
T (p1 ) =
0

x dx =
0

x2 dx =
0

x x=1 1
1
1
|x=0 = = |{z}
1 = u
2
2
2
2
=u

1
p2 (x) dx =

=u

1
p1 (x) dx =

T (p2 ) =

dx = 1 = 1 |{z}
1 = 1 u,

1
1
x x=1 1
|x=0 = = |{z}
1 = u.
3
3
3
3
=u

Assim, a matriz de T com relao s bases cannicas de P2 (R) e R, respecticamente ser


dada por
(
)
1 1
[T ]B,C = 1
M13 (R).
2 3
Exemplo 10.6 Sejam (P2 (R), +, ) e (P3 (R), +, ) espaos vetoriais reais (onde + e
so as operaes usuais de P2 (R) e P3 (R), respectivamente) e T : P3 (R) P2 (R) dado
por
T (p) = p , p P3 (R).
Vimos anteriormente que T L (P3 (R), P2 (R)).
Encontre a matriz da transformao linear T com relao s bases cannicas de
P3 (R) e P2 (R).

171
Resoluo:
.
.
Sejam B = {po , p1 , p2 } e C = {po , p1 } a bases de P3 (R) e de P2 (R), respectivamente, onde
.
po (x) = 1,

.
p1 (x) = x,

.
p2 (x) = x2 ,

x R.

Temos
[T (po )](x) = po (x) = 0 = 0.po (x) + 0.p1 (x) + 0.p2 (x)
= [0 po + 0 p1 + 0 p2 ](x),
[T (p1 )](x) = p1 (x) = 1 = 1.po (x) + 0.p1 (x)x + 0.p2 (x)
= [1 po + 0 p1 + 0 p2 ](x),
[T (p2 )](x) = p2 (x) = 2x = 0.po (x) + 2.p1 (x)x + 0.p2 (x)
= [0 po + 2 p1 + 0 p2 ](x),
[T (p3 )](x) = p3 (x) = 3x2 = 0.po (x) + 0.p1 (x)x + 3.p2 (x)
= [0 po + 0 p1 + 3 p2 ](x),
Logo a matriz da transformao linear T com

0 1

[T ]B,C = 0 0
0 0

x R.

relao s bases cannicas ser dada por

0 0

2 0 .
0 3

Observao 10.7 A matriz acima uma matriz triangular superior.


Exemplo 10.8 Sejam (R3 , +, ) espao vetorial real (onde + e so as operaes usuais
de R3 ) e T : R3 R3 dada por
.
T (x, y, z) = (x + z, y + z, x + y + 2z),

(x, y, z) R3 .

Mostre que T um operador linear em R3 e encontre as matrizes da transformao


linear T com relao base cannica B de R3 , isto , [T ]B e com relao base C de R3
formada pelos vetores
.
.
.
u = (1, 1, 2), v = (1, 1, 0), w = (1, 1, 1),
isto , [T ]C .
Resoluo:
Deixaremos como exerccio para o leitor a verificao que T L (R).
.
Com relao base cannica B = {(1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1)} temos:
| {z } | {z } | {z }
.
.
.
=e2
=e2
=e3
T (e1 ) = T (1, 0, 0) = (1, 0, 1) = 1 e1 + 0 e2 + 1 e3
T (e2 ) = T (0, 1, 0) = (0, 1, 1) = 0 e1 + 1 e2 + 1 e3
T (e3 ) = T (0, 0, 1) = (1, 1, 2) = 1 e1 + 1 e2 + 2 e3 .

172

CAPTULO 10. EXERCCIOS RESOLVIDOS

Portanto,

1 0 1

[T ]C = 0 1 1 .
1 1 2

Com relao base C, temos


T (u) = T (1, 1, 2) = (3, 3, 6) = 3u = 3 u + 0 v + 0 w
T (v) = T (1, 1, 0) = (1, 1, 0) = v = 0 u + 1 v + 0 w
T (w) = T (1, 1, 1) = (0, 0, 0) = 0 u + 0 v + 0 w.
Portanto,

3 0 0

[T ]C = 0 1 0 .
0 0 0

Exemplo 10.9 Sejam (U, +, ) um espao vetorial de dimenso finita e T um operador


linear idempotente definida em U (ver definio (9.62)).
Pela proposio (9.66), segue que
U = N (T ) T (U).
Seja B uma base de U formada pelos vetores u1 , . . . , up , que formam uma base de
N (T ), juntamente com v1 , . . . , vq , que formam uma base de T (U).
Encontre a matriz do operador linear [T ]B .
Resoluo:
Como uj N (T ), para j = 1, , p, segue que
T (uj ) = O = 0 u1 + + 0 up + 0 v1 + + 0 vq .

()

Para cada j = 1, , q temos que T (vj ) T (U) e v1 , , vq uma base de T (U), logo
existem escalares ij R, i = 1, , q tais que
T (vj ) = 1j v1 + + qj vq
= 0 u1 + + 0 up + 1j v1 + + qj vq .

()

Logo de (*) e (**) segue que a matriz do operador linear idempotente T ser da forma:

0 0 0
0
..
..
.. . . ..
..
. .
.
.
.
.

0 0 0
0
.

[T ]B =

11
1q

.. . . ..
..
..
.
.
.
. .
.
.
.
0 0 q1 qq
Observao 10.10 Uma matriz quadrada do tipo acima ser denominada matriz de bloco
e, como veremos, ter um papel importante no captulo 11.

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