Para Sempre 4

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PARA SEMPRE – 4 – ADEMIR PASCALE (ORG)

PARA SEMPRE – 4 – ADEMIR PASCALE (ORG)

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PARA SEMPRE – 4 – ADEMIR PASCALE (ORG)

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PARA SEMPRE – 4 – ADEMIR PASCALE (ORG)

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PARA SEMPRE – 4 – ADEMIR PASCALE (ORG)

Sublime rainha levanta os olhos teus


Negras Opalas, fendem cruel grilhão
Que aprisiona assaz meu coração
Seja da angustia do pesar o adeus

Flama ardente, do siroco irmã


Orgulhosa cria do Humano Berço
Brasão com dos sentimentos, o mais terso
Dispersa a mortalha da noite vã

Olhar intenso, emana calor fagueiro


Rasga os céus o rugido arauto seu
Mingua caolho chacal traiçoeiro

Fé nova, real ... derruba crença obscura


Desvanece pois o amor que faleceu
Do amor a dor, só com o amar a alma se cura.

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PARA SEMPRE – 4 – ADEMIR PASCALE (ORG)

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PARA SEMPRE – 4 – ADEMIR PASCALE (ORG)

Existe um real valor atribuído,


Que não sabemos, mas que é constituído
Nesta palavra “Amizade”, que lhe dá muito sentido.

É um amor que preenche com seu fluído,


Que em aglomeração pode ser repartido,
E seu efeito aos presentes convertido.

Amizade é um sentimento divinal distribuído.


A inimizade do homem com Deus, o homem é desfavorecido.
Porém, se a inimizade for com o mundo, este não é esquecido.

Para Deus a amizade conosco é muito importante.


Contudo, para isso não podeis permanecer distantes.
Deveis permanecerdes próximos e sempre constantes.

Seremos considerados amigos de Deus, se obedecermos.


Temos seus mandamentos, os quais te prejudicam,
Se por acaso os esquecermos,
E da amizade com Ele, tem aqueles que abdicam (1)

Nota: (1) (Renunciar; renunciam, Rejeitar; Rejeitam.)

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PARA SEMPRE – 4 – ADEMIR PASCALE (ORG)

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PARA SEMPRE – 4 – ADEMIR PASCALE (ORG)

aquele
amor
escreveu-se
errado

ela é de
ditongos
gosta do que
não separa

ele é de
hiatos
gosta do que
não junta

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PARA SEMPRE – 4 – ADEMIR PASCALE (ORG)

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PARA SEMPRE – 4 – ADEMIR PASCALE (ORG)

tantos
te
quiseram
tantos
te
tiveram
eu
que
nunca
te
tive
ainda
te
quero

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PARA SEMPRE – 4 – ADEMIR PASCALE (ORG)

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tenho um coração
de quatro estações
esquenta
desfolha
esfria
floresce
(...)
tenho amor
pra todo
dia

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PARA SEMPRE – 4 – ADEMIR PASCALE (ORG)

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PARA SEMPRE – 4 – ADEMIR PASCALE (ORG)

quando
nossas retinas
fecharam
e nossos lábios
colaram
quando nosso
corpo encaixou
e vibrou
o tempo
parou

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PARA SEMPRE – 4 – ADEMIR PASCALE (ORG)

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PARA SEMPRE – 4 – ADEMIR PASCALE (ORG)

O teu amor
Para mim
É praia enluarada
É sol ao fim do dia
Um ou outro ponto oposto
E no mais
O mesmo gosto
É vibração
É sintonia
É paixão orvalhada
É meu tudo
Minha estrada

E de tão intenso
Toma-me as entranhas
Invade-me
Imenso
Quanto mais te penso
Mais que tu me ganhas

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a saudade
me
escorre pelos poros
sem fim
something about
you.

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PARA SEMPRE – 4 – ADEMIR PASCALE (ORG)

vi-me sem tempo,


vi um sorriso,
as horas ficarem caducas
e o acontecimento
de dois corpos
extraviarem o real
embriagados de desejo.

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PARA SEMPRE – 4 – ADEMIR PASCALE (ORG)

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PARA SEMPRE – 4 – ADEMIR PASCALE (ORG)

Os dias vagos sempre transpiram os mesmos,


o calendário parou mês a mês,
talvez o tempo desandou no itinerário
ou mapas lunares viciaram o horário,
por ventura o sol a pino andara cansado.

Os dias a sorrir são sempre os mesmos,


o calendário ficou em junho
o calejado amor em outro calendário.

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Quando tardes anoitecem


nos teus lábios de açucena,
sinto o aroma de tulipa
em tua boca pequena
e percebo nos teus pretos
ondulados lisos fios
estações noutras cores
que noutra constelação acena.

Quando o passado me cobre,


o espectro no ar açoita-me,
reflexo do olor das pétalas
presas ao mofo do sol,
tons de raios despem-me.
Ventos batem à janela
e na sacada da casa
só a cadeira vazia
trazem tuas formas nua
noutras belas vestes dela.

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PARA SEMPRE – 4 – ADEMIR PASCALE (ORG)

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Matam-me as horas
mais além de dias da costura soturna,
do ode à morte.

Absorvem-me escórias,
um corrupião infante,
persistente doer em silêncio.

Antes dos laços rompidos,


antes mesmo dos amores bebidos,
amor dos mesmos laços alicerçados.
Antes mesmo de mim,
matam-me os amores (que não tive).

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PARA SEMPRE – 4 – ADEMIR PASCALE (ORG)

Prenda minha,
prenda-me ainda distante,
mesmo a ser no pó dos quadros
a varrerem as memórias.

Prenda-me
no rejunte da pedra
aglomerante de nossas raízes,
como a presilha
a prender tuas tranças.
Prenda minha, prenda-me
ao menos na amnésia,

mas prenda-me.

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Era uma vez... em anos idos...


uma menina.
O seu ancião, Ana seguia.
Junto aos seus pares,
a mata, adentrava,
com o frescor das crianças inocentes.

Era, do superior, a aceitação total.


Incondicional entrega
à sabedoria do seu "velho",
que, reverenciado, transmitia,
acima de tudo,
dedicação e amor.

Era seguir... e descobrir...


O desabrochar do discípulo
ante a Natureza.
Fauna, flora
e cristalinos riachos.
Do "lobo mau", à espera.

Era fonte de proteção e conhecimento,


o seu ancião.
Da confiança dos pequenos,
depositário pleno.
E o "lobo mau" nunca veio.
Como não veio, qualquer outro mal.

Era andar por todo um dia...


E a energia dos andarilhos, esgotava.
Mas, aos "desbravadores" mirins,
imenso bem-estar,
aquela vivência, "eternizada",
ao corpo e à alma, propiciava.

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PARA SEMPRE – 4 – ADEMIR PASCALE (ORG)

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PARA SEMPRE – 4 – ADEMIR PASCALE (ORG)

Da interação superficial
ou distante e reservada
que aos "tempos modernos",
se estende, consequente fissura.
Para muitos, "fria" sem complacência
ou afeição, afigurar.
E pelo ilógico da conjuntura
esclarecer sentimentos,
desconforto muitas vezes traz.
O enlaçar e expor segredados
recônditos... vulneráveis recantos...
desguarnece a persona.
E sem se acautelar,
o embaralhado embaraçoso
pode se tornar.

O não demonstrar
facilmente clara afeição
sem qualquer
proposital intenção
a parecer ofensa... sem razão!
No subconsciente que é
da personalidade, próprio,
obscuras singularidades.
Mas, rendo-me a velados apelos
e afirmo: dúvidas não tenham!
Afetos são para mim, sólidos
como são certos nos céus
a lua e o sol.

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PARA SEMPRE – 4 – ADEMIR PASCALE (ORG)

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Aqueles olhinhos
que tanto brilhavam,
agora na minha memória...
bailam...
o que me dói no peito...
mas fazem-me puxar por alegres
recordações - insuficientes no entanto...
só amenizam
mas não preenchem o vazio.

Aqueles olhinhos já não estão...


não mais a constância nos dias...
quando "bom dia!" e "boa noite!"...
diziam...
sem palavras... sem esforços...
e em si, à procura de afagos,
verdadeiros sorriam.

A sua sentida ausência


parece congelar... o tempo...
o que qualquer tentativa de fuga
ou esquecimento, transgride...
indelével marca que não
desaparece mas nos espaços
e nos atos, que dela relembram,
faz-se presente.

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PARA SEMPRE – 4 – ADEMIR PASCALE (ORG)

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Para uma singela lápide contendo


as imagens de três profundas
e doídas saudades, olhando...
a brevidade da vida contemplo.

Para o amargo peso da ausência


o meu coração não acinzentar,
na maior parte dos meus dias
evito às minhas perdas me entregar.

Curta existência... Inelutavelmente!


No permitir relembrar... as dolorosas
fatalidades a minha pequenez
desnudam... inevitavelmente.

E a não desejada fragilidade


a amargar o que se quer doce...
Vulnerabilidade a não dar tréguas
à felicidade que sentir se quer.

Na impermanência que se vive,


de ansiedades e inegáveis eclipses
tento convencer-me a me poupar
e transtornos e constrições, diluir.

Pela perda dos queridos entes,


um forçoso disciplinar da mente...
Na obscura profundidade do eu,
um incessante resguardar da dor.

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