STJ AGINT-ARESP 1305193 d5026
STJ AGINT-ARESP 1305193 d5026
STJ AGINT-ARESP 1305193 d5026
EMENTA
ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas,
acordam os Ministros da TERCEIRA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, por
unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Nancy Andrighi, Paulo de Tarso Sanseverino, Ricardo
Villas Bôas Cueva e Moura Ribeiro votaram com o Sr. Ministro Relator.
Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Moura Ribeiro.
EMENTA
RELATÓRIO
Trata-se de agravo interno interposto por TUFI RASXID NETO contra
decisão monocrática proferida por esta relatoria (e-STJ, fls. 383-390), que conheceu do
agravo para, conhecendo em parte do recurso especial, negar-lhe
provimento, conforme a seguinte ementa:
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO. JULGAMENTO NÃO
UNÂNIME. TÉCNICA DE JULGAMENTO ESTENDIDO. AGRAVO DE
INSTRUMENTO. REFORMA DE DECISÃO PARCIAL DE MÉRITO. NÃO
OCORRÊNCIA. SÚMULA 83/STJ. ARREMATAÇÃO. FALTA DE INTIMAÇÃO
DOS CREDORES. NULIDADE. SÚMULA 83/STJ. PREJUÍZOS
CONSTATADOS. REEXAME. SÚMULA 7/STJ. CRÉDITO PREFERENCIAL.
PREPONDERÂNCIA SOBRE A ANTERIORIDADE DE INSCRIÇÃO DA
PENHORA. TESE NÃO PREQUESTIONADA. SÚMULA 211/STJ.
PREQUESTIONAMENTO FICTO. AUSÊNCIA DE CITAÇÃO DE AFRONTA
AO ART. 1.022 DO CPC/2015. AGRAVO CONHECIDO PARA CONHECER
EM PARTE DO RECURSO ESPECIAL E, NESSA EXTENSÃO, NEGAR-LHE
PROVIMENTO.
Frisa que, de acordo com o princípio da pas de nullité sans grief, a nulidade
só pode ser decretada quando atestado prejuízo para as partes.
É o relatório.
VOTO
Consta dos autos que o recorrente interpôs recurso especial (e-STJ, fls. 293-
310), com fulcro nas alíneas a e c do permissivo constitucional, alegando divergência
jurisprudencial e violação aos arts. 619, 685-A, § 3º, e 711 do CPC/1973; 804, 908, §
2º, e 942 do CPC/2015; e 250, I, da Lei 6.015/1973.
Confiram-se:
PENHORA E ARREMATAÇÃO. AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO DE CREDOR
HIPOTECÁRIO DA REALIZAÇÃO DE HASTA PÚBLICA. INOBSERVÂNCIA
DO ART. 698 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. NULIDADE.
I - Conforme entendimento firmado no âmbito desta Corte Superior, é
necessária a intimação do credor hipotecário da realização da praça do bem
imóvel dado em garantia, sob pena de nulidade da
arrematação.Precedentes: REsp nº 739.197/DF, Rel. Min. LAURITA VAZ,
DJe de 08/02/2010; e REsp nº 397.899/AL, Rel. Min. FRANCIULLI NETTO,
DJ de 31/03/2003.
II - Agravo regimental improvido.(AgRg nos EDcl no AREsp 116.955/SP, Rel.
Ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 28/08/2012,
DJe 09/10/2012)
Cita-se:
O inconformismo, contudo, não prospera.
Com efeito, a arrematação aconteceu sem prévia intimação da
exequente(hoje Massa Falida), cujo crédito, está garantido pelo imóvel ora
em discussão, por força de penhora anteriormente averbada.
Tal providência afigurava-se necessária, ex vi do que dispõe o art. 889, inc.
V, do CPC.
Com efeito, comentando aludido dispositivo processual, Nelson Nery Junior e
Rosa Maria de Andrade Nery (Comentários ao Código de Processo Civil2ª.
Tiragem Novo CPC Lei 13.105/2015 RT pg. 1771), observam que é
estritamente necessária a intimação das pessoas indicadas no art. 899, incs.
II a VIII, porquanto, “essas pessoas têm direito sobre o bem penhorado.
Além disso, o juiz não pode transferir ao arrematante mais do que o
executado efetivamente tem (cf. Pontes de Miranda, Coment. CPC (1973),
v.X, p. 302); essas pessoas devem ter oportunidade de contrapor seu direito
àquele do credor na execução”.
Destarte, a despeito de eventual regularidade e legalidade que revestiu o
procedimento de arrematação do imóvel pelo agravante (frisando-se que o
lance ofertado pelo arrematante equivaleu ao seu crédito compensação de
crédito), forçoso convir que tal ato não produziu efeitos em relação à ora
exequente, independentemente da natureza alimentar do crédito do ora
suplicante.
Insta enfatizar (mais uma vez), outrossim, que a alienação judicial que
culminou na arrematação levada a efeito em favor do agravante, foi realizada
em data posterior ao registro da penhora determinada nestes autos (fl. 129).
A propósito, confira-se a matrícula do imóvel exibida a fls. 137/145,
especialmente os registros de nºs. 17, 22 e 23.
Por fim, como bem anotado pela agravada a fls. 270, não colhe êxito, a
alegação de que seus argumentos, deveriam, como observado pelo
agravante, ter sido apresentados quando da realização da hasta pública.
De fato, como bem observado pela Douta Procuradoria, no parecer lançado
nestes autos (fls. 275/277), não foi assegurado à ora exequente
oportunidade para se manifestar sobre o pedido de adjudicação“(...) embora
tivesse penhora registrada anteriormente. Não foi seguida a norma para o
incidente de concurso de credores no caso de pluralidade de penhora
previsto no artigo 685 - A, § 3° do CPC revogado, repetida no artigo 876 §
6º, do Código de Processo Civil vigente. A adjudicação, feita sem prévia
intimação da credora que ora é Massa Falida e sem o concurso especial ou
particular (concurso entre os credores que possuem garantia sobre o mesmo
imóvel), não produziu efeitos em relação a ela e foi esse o fundamento
do indeferimento do pedido de cancelamento (fls. 148), ratificado a fls. 250,
como observado na resposta do nobre Administrador Judicial.A tese do
Agravante da dispensa do incidente do concurso particular de credores por
ter seu crédito natureza alimentar (contrato de honorários advocatícios)
ofende o princípio do contraditório e da ampla defesa, sendo de rigor abrir
oportunidade para a Falida discutir a prioridade de sua garantia em razão de
sua anterioridade, ainda mais que há nos autos notícia de anterior alegação
de simulação do contrato de honorários
A propósito:
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. NEGATIVA
DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA.
PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA Nº 211/STJ. PREQUESTIONAMENTO
FICTO. NÃO CONFIGURAÇÃO. IMPENHORABILIDADE. RENDA.
ALUGUEL. REEXAME DE PROVAS. SÚMULA Nº 7/STJ.
1. Recurso especial interposto contra acórdão publicado na vigência do
Código de Processo Civil de 2015 (Enunciados Administrativos nºs 2 e
3/STJ).
2. Na hipótese, não subsiste a alegada ofensa aos arts. 489 e 1.022 do
CPC/2015, pois o tribunal de origem enfrentou as questões postas, não
havendo no aresto recorrido omissão, contradição ou obscuridade.
3. A falta de prequestionamento da matéria suscitada no recurso especial, a
despeito da oposição de declaratórios, impede seu conhecimento, a teor da
Súmula nº 211 do Superior Tribunal de Justiça.
4. Nos termos do art. 1.025 do CPC/2015, não há falar em
prequestionamento ficto se a alegada matéria não foi discutida na origem e
não foi verificada nesta Corte a existência de erro, omissão ou obscuridade.
5. O reexame do conjunto fático-probatório da causa obsta a admissão do
recurso especial tanto pela alínea "a" quanto pela "c" do permissivo
constitucional.
6. Agravo interno não provido.
(AgInt no AREsp 1304311/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS
CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 03/12/2018, DJe 06/12/2018)
Diante de tal fato, não há como o STJ rever o posicionamento adotado pelo
Tribunal local, a fim de verificar a ausência ou não de dano, com a ilegalidade
constatada, sem que tal exame esbarre no óbice imposto pela Súmula 7/STJ.
É como voto.
TERMO DE JULGAMENTO
TERCEIRA TURMA
AgInt no AREsp 1.305.193 / SP
Número Registro: 2018/0135145-6 PROCESSO ELETRÔNICO
Número de Origem:
21868021920168260000 2483720098260038 380120090002484 21923826420158260000 00112391720028260362
40006207120138260362 00002483720098260038 20170000558422 20170000386521 0380120090002484
Relator do AgInt
Exmo. Sr. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro MOURA RIBEIRO
AUTUAÇÃO
AGRAVO INTERNO
TERMO
A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, decidiu negar provimento
ao recurso, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Nancy Andrighi, Paulo de Tarso Sanseverino, Ricardo Villas Bôas Cueva e
Moura Ribeiro votaram com o Sr. Ministro Relator.
Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Moura Ribeiro.