CAPÍTULO I, II, III, IV - Inteligência Policial
CAPÍTULO I, II, III, IV - Inteligência Policial
CAPÍTULO I, II, III, IV - Inteligência Policial
No ano 510 a.C. Sun-Tzu, escreveu o primeiro documento que tratava sobre
inteligência, “Princípios da Guerra”, o qual buscava aperfeiçoamento de suas táticas
para vencer as guerras.
Na mesma trilha, CEPIK (2003), define que existem dois usos principais do
termo inteligência fora do âmbito das ciências cognitivas. Uma definição ampla diz que
inteligência é toda informação coletada, organizada ou analisada para atender a
demanda de um tomador de decisões. De forma mais restrita CEPIK (2003) afirma que
inteligência são as coletas de informações negadas, ou seja, sem o consentimento, a
cooperação ou mesmo o conhecimento por parte dos alvos da ação.
Diante das afirmações, fica evidente que não concordar com a importância da
atividade de inteligência na defesa do Estado e da sociedade é um fato difícil, apesar da
falta de esclarecimento por parte da sociedade sobre a importância da atividade.
Contudo, deve se levar em conta que a produção de conhecimentos de inteligência para
subsidiar o processo decisório das autoridades públicas, associada à neutralização de
atividades adversas, sempre devem ser vista como a garantia da manutenção da ordem
pública do Estado, e a preservação dos direitos individuais constitucionalmente
consagrados.
Pacheco (2005, p. 5) leciona que a inteligência dita de Estado (ou seja, relativa à
segurança nacional, isto é, do Estado e da sociedade como um todo) deve ser
complementada pela inteligência de segurança pública (ISP), cujo conceito está em
construção. Para o Promotor de Justiça de Minas Gerais, a inteligência de segurança
pública (ou inteligência criminal) divide-se em inteligência policial (desenvolvida no
âmbito das Polícias), e inteligência prisional (ou, mais restritivamente, inteligência
penitenciária, desenvolvida no âmbito dos estabelecimentos prisionais).
Para o autor o contexto atual apresenta contradições que podem apontar mudanças
significativas sobre o foco da atividade de inteligência interna e, sobretudo, em relação ao critério
utilizado para eleger os inimigos internos do país.
O dado negado estará sempre protegido, seja por força corporativa, ou por sigilo
da pessoa que detém a informação. Neste instante a atividade de Inteligência passa a ser
arriscada, pois quanto maior o valor do dado e o grau de proteção a que estiver sujeito a
informação, maior será a dificuldade para obter lá. Assim, o risco da missão se dá pelo
fato de que o agente ao ser infiltrado deverá ocultar, por motivo de proteção, sua
verdadeira identidade.
3.2. Dificuldades no emprego da Inteligência
4. INTELIGÊNCIA ESTRATÉGICA
Tais fatores, dentre outros, poderíamos citar como os que são mais observados: a
falta de mentalidade de informações, a vaidade pessoal, o egoísmo em não compartilhar
dados, o problema cultural que mitiga a importância da atividade de Inteligência e a
falta de preparo dos agentes.
Mais de 318 mil jovens foram assassinados no Brasil entre 2005 e 2015. Apenas
em 2015, foram 31.264 homicídios de pessoas com idade entre 15 e 29 anos, uma
redução de 3,3% na taxa em relação a 2014. No que diz respeito às Unidades da
Federação, é possível notar uma grande disparidade: enquanto em São Paulo houve uma
redução de 49,4%, nesses onze anos, no Rio Grande do Norte o aumento da taxa de
homicídios de jovens foi de 292,3%.
Avalia-se que, no Brasil, falhas na investigação fazem com que a maior parte
dos casos de crime fique sem solução, sem haver sequer o seu encaminhamento ao
Ministério Público para o estabelecimento de denúncia (Adorno e Pasinato, 2010). Isto
reflete uma dificuldade histórica e estrutural das polícias brasileiras que,
tradicionalmente, não mantêm as atividades de investigação e inteligência em posição
de destaque entre suas atribuições. Ou seja, para além da crítica comum quanto à
“morosidade da justiça”, a grande diferença entre o número de delitos que geram
atendimentos policiais e o que realmente se transforma em processos penais representa
um dos maiores fatores de impunidade no país (Misse, 2010).
Os órgãos de segurança pública não podem operar com uma visão restrita de
conhecimento. A quantidade de dados acumulados pelas polícias brasileiras é grande,
mas dispersos. É preciso haver interesse em recuperá-los e transformá-los em orientação
útil para lidar com qualquer tipo de crime: da chamada criminalidade organizada, como
os tráficos de drogas e de armas, até os tipos de delitos mais corriqueiros, como furtos,
arrombamentos e roubos de veículos. Com o trabalho de inteligência, que também
envolve a capacidade crítica, por parte dos profissionais da área, de preencher as
lacunas de informação com julgamento analítico, é possível munir as polícias com
estratégicas mais eficientes para cumprir o seu papel, provendo maior segurança aos
cidadãos.
Nas últimas décadas, as atividades criminosas têm passado por uma série de
mudanças, que culminaram em ações cada vez mais organizadas por parte de
delinqüentes e organizações criminosas. A partir da segunda metade da década de 1970,
com o fortalecimento do narcotráfico e o desenvolvimento de grandes mercados
consumidores – em especial EUA e Europa Ocidental –, as organizações criminosas
aperfeiçoaram seu modus operandi, atualmente com caráter muito mais complexo e
transnacional. Assim, os últimos 25 anos presenciaram o fortalecimento do crime
organizado, com ramificações nos mais diversos tipos de atividades ilícitas, do
narcotráfico à extorsão e corrupção, passando pela prostituição, tráfico de pessoas e
órgãos, tráfico de armas e lavagem de dinheiro. Além do caráter empresarial, as
organizações criminosas têm cooperado entre si e formado verdadeiros conglomerados
transnacionais promotores de delitos. Diante do grau de complexidade e diversificação
do crime organizado, a atividade de inteligência adquire grande importância não só para
a repressão, mas, sobretudo, no que concerne à prevenção contra o desenvolvimento do
crime organizado. A atividade de inteligência é útil para o planejamento de estratégias
de ação das autoridades no contexto da segurança pública. E as ações de inteligência
devem reunir inteligência governamental e policial, em escala federal e estadual.
http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/103/01.pdf?sequence=3
http://ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=30253