Impugnação
Impugnação
Impugnação
03/10/2020
Número: 0600391-89.2020.6.13.0241
Classe: REGISTRO DE CANDIDATURA
Órgão julgador: 241ª ZONA ELEITORAL DE SABARÁ MG
Última distribuição : 26/09/2020
Processo referência: 06003347120206130241
Assuntos: Registro de Candidatura - RRC - Candidato, Cargo - Prefeito, Eleições - Eleição
Majoritária
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
RODOLFO TADEU DA SILVA (REQUERENTE)
Caminhando com a verdade 17-PSL / 70-AVANTE / 33-PMN /
27-DC / 18-REDE (REQUERENTE)
AVANTE, de Sabará/MG (REQUERENTE)
DIRETORIO MUNICIPAL DO PARTIDO SOCIAL
DEMOCRATA CRISTAO DE SABARA (REQUERENTE)
PARTIDO DA MOBILIZACAO NACIONAL (REQUERENTE)
PARTIDO SOCIAL LIBERAL - COMISSAO PROVISORIA
MUNICIPAL - SABARA / MG (REQUERENTE)
COMISSAO PROVISORIA DA REDE SUSTENTABILIDADE
DE SABARA (REQUERENTE)
PROMOTOR ELEITORAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS
(FISCAL DA LEI)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
11296 01/10/2020 18:22 Impugnação Impugnação
773
O Ministério Público Eleitoral, pela Promotora ao final signatária, no regular exercício da delegação legal que lhe é conferida pelo artigo
78, da Lei Complementar 75/93, vem à presença de V.Exa., nos termos do artigo 3º, da Lei Complementar 64/90, propor a presente AÇÃO DE
IMPUGNAÇÃO AO REGISTRO DA CANDIDATURA em face de RODOLFO TADEU DA SILVA, devidamente qualificado(a) nos autos do Pedido de
Registro Nº 0600391-89.2020.6.13.0241, em face das seguintes razões de fato e de direito:
A Coligação protocolou pedido de registro dos candidatos designados pela sigla coligada Partido Social Liberal – PSL e junto com ele a
documentação exigida em lei, autuada em anexo.
Na autorização que o(a) Impugnado(a) conferiu a Coligação e/ou ao Partido para o pedido de registro, qualificou-se como POLICIAL
MILITAR.
De acordo com o artigo 1º, inciso IV, alínea “c”, da LC 64/90, ”as autoridades policiais, civis ou militares, com exercício no
Município”, são inelegíveis se não se afastarem, de fato e de direito, de suas funções nos 4 (quatro) meses anteriores ao pleito.
A necessidade do efetivo afastamento do(a) ora Impugnado(a) que aspira à candidatura está firmada, inclusive, pela jurisprudência,
conforme se depreende dos julgados infra colacionados:
"(...) Desincompatibilização. Declaração. Provimento. Declaração passada por autoridade do Estado é documento hábil
para comprovar o afastamento do servidor para fins de registro de candidatura (art. 19, II, CF)." NE: (...) "Nos termos da
jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral 'a concessão do registro de candidatura (...) dar-se-á somente com o
afastamento de fato' (...)". (TSE, Ac. no 23.200, de 23.9.2004, rel. Min. Humberto Gomes de Barros.)
Essa incompatibilidade entre o exercício da função de autoridade policial, civil ou militar, no município de Sabará, e a candidatura
justifica-se pela necessidade de se salvaguardar a igualdade de forças na disputa eleitoral. Com efeito, milita em favor do(a) ora impugnado(a) a
superioridade de oportunidades relativamente aos demais adversários, podendo advir, daí, desequilíbrios no processo eleitoral.
Constituindo o status de autoridade policial, civil ou militar, no município de sabará, causa de inelegibilidade, cabe ao
candidato(a), para nela não incorrer, desincompatibilizar-se de suas funções, no prazo que a lei estabelece. E mais, cabe-lhe, junto ao pedido de
seu registro, provar documentalmente sua efetiva desincompatibilização.
“Percebe-se que o que atrai a inelegibilidade é exatamente o exercício das funções do cargo ocupado pelo candidato.
Para livrar-se da inelegibilidade, basta que o candidato se desincompatibilize das funções, observado o prazo
recomendado pelo texto constitucional. Assim, a desincompatibilização é forma de afastamento da inelegibilidade
resultante do exercício de certas funções. Esse afastamento, que em alguns casos se dará por simples licença (para os
funcionários públicos efetivos), em outros por exoneração (para os servidores ocupantes de cargo em comissão) e em
outros por renúncia (para os titulares de mandato eletivo), resolve a inelegibilidade, se observados os prazos fixados na
lei” (Curso de Direito Eleitoral. 8ª ed. rev. e atual. Belo Horizonte: Del Rey, 2016, p. 161. Grifo no original).
A propósito do tema, a jurisprudência vem se posicionando no sentido de que o deferimento do registro de candidatura não prescinde da
prova do afastamento do exercício da função pública incompatível com a candidatura:
“Recurso ordinário. Registro de candidatura. (...) Lei Complementar no 64/90. Servidor público. Não-comprovação de
afastamento de cargo público. Inelegibilidade configurada. (...) 2. Corretas as razões expendidas no parecer ofertado pelo
Ministério Público Eleitoral: in casu, ao recorrente foi dada a oportunidade para regularizar os vícios presentes em seu
requerimento de registro. Assim, após o julgamento de seu registro, precluiu para o recorrente a chance de regularizar as
falhas encontradas no requerimento, sendo intempestiva a juntada da cópia do Diário Oficial de fls. 37 (fl. 48). (...). 4.
Recurso ordinário não provido.” (Ac. de 20.9.2006 no RO no 1.090, rel. Min. José Delgado.) (grifos nossos)
In casu, não se vê nos autos, particularmente no anexo que cuida do candidato da referência, a prova do seu afastamento, mediante
licença, exoneração ou renúncia.
1) Seja recebida a presente e autuada junto aos autos do registro de candidatura do(a) Impugnado(a);
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Número do documento: 20100118215984300000010788723
2) Seja determinada a notificação do(a) Impugnado(a) para a defesa que tiver, no prazo de 07 (sete) dias;
3) Estando a matéria fática provada por documentos, sem necessidade de dilação probatória, seja julgada procedente a impugnação para
indeferir-se o pedido de registro de candidatura do(a) Impugnado(a);
4) Para o caso de V. Exa. entender necessária a produção de provas, protesta o Ministério Público Eleitoral por todos os meios admitidos,
com o fim de fazer prevalecer a verdade real dos fatos.
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