Atos Administrativos
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03/08/2022
Atos administrativos
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Atos Administrativos
SUMÁRIO
SUMÁRIO .......................................................................................................................................................... 3
DIREITO ADMINISTRATIVO ......................................................................................................................... 5
QUAL DEVE SER O FOCO? ....................................................................................................................................5
1. ATOS ADMINISTRATIVOS ................................................................................................................................5
1.1. Necessária Distinção ....................................................................................................................................5
1.2. Atos Administrativos x Atos da Administração ...................................................................................7
1.3. Atos Administrativos ....................................................................................................................................9
1.4. Elementos ou Requisitos do Ato Administrativo.............................................................................. 10
1.4.1. Competência ........................................................................................................................................ 10
1.4.2. Finalidade .............................................................................................................................................. 16
1.4.3. Forma...................................................................................................................................................... 17
1.4.4. Motivo..................................................................................................................................................... 19
1.4.5. Objeto ..................................................................................................................................................... 24
1.5. Elementos e pressupostos do ato administrativo segundo Celso Antônio Bandeira de Mello
.................................................................................................................................................................................. 26
1.6. Atributos do Ato Administrativo............................................................................................................ 27
1.6.1. Presunção de veracidade ................................................................................................................. 27
1.6.2. Presunção de legitimidade .............................................................................................................. 27
1.6.3. Imperatividade ou Coercibilidade .................................................................................................. 29
1.6.4. Exigibilidade ......................................................................................................................................... 29
1.6.5. Executoriedade ou autoexecutoriedade ...................................................................................... 30
1.6.6. Tipicidade (Di Pietro) ......................................................................................................................... 31
1.7. Fases de constituição do ato administrativo ...................................................................................... 31
1.7.1. Perfeição (ou existência)................................................................................................................... 31
1.7.2. Validade (ou regularidade) .............................................................................................................. 32
1.7.3. Eficácia ................................................................................................................................................... 32
1.7.4. Atos após a formação ....................................................................................................................... 33
1.8. Classificação dos Atos Administrativos .............................................................................................. 34
1.8.1. Quanto ao grau de liberdade .......................................................................................................... 34
1.8.2. Quanto à Formação ............................................................................................................................ 34
1.8.3. Quanto aos destinatários ................................................................................................................. 38
1.8.4. Quanto ao objeto ................................................................................................................................ 38
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1.8.5. Quanto à estrutura ............................................................................................................................. 39
1.8.6. Quanto aos efeitos ............................................................................................................................. 39
1.8.7. Quanto aos resultados na esfera jurídica.................................................................................... 40
1.8.8. Quanto ao alcance .............................................................................................................................. 40
1.9. Espécies de Atos Administrativos ......................................................................................................... 41
1.9.1. Atos Normativos ................................................................................................................................. 41
1.9.2. Atos Ordinatórios ............................................................................................................................... 42
1.9.3. Atos Negociais..................................................................................................................................... 43
1.9.4. Atos Enunciativos ............................................................................................................................... 46
1.9.5. Atos Punitivos ...................................................................................................................................... 50
1.10. Extinção dos Atos Administrativos .................................................................................................... 51
1.10.1. Extinção Natural ............................................................................................................................... 52
1.10.2. Renúncia ............................................................................................................................................. 52
1.10.3. Desaparecimento da pessoa ou coisa sobre a qual o ato recai ......................................... 53
1.10.4. Retirada ............................................................................................................................................... 53
1.10.5. Anulação ............................................................................................................................................. 53
1.10.7. Revogação .......................................................................................................................................... 63
1.10.8. Cassação ............................................................................................................................................. 66
1.10.9. Caducidade/Decaimento ................................................................................................................ 66
1.10.10. Contraposição (derrubada)......................................................................................................... 67
1.11. Estabilização dos efeitos do ato .......................................................................................................... 67
TAREFAS PARA O ESTUDO ATIVO ................................................................................................................ 69
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TEMA
DIREITO ADMINISTRATIVO
Atos administrativos.
ARTIGOS IMPORTANTES
Tipicidade
4- Mérito administrativo
5- Anulação x revogação
1. ATOS ADMINISTRATIVOS
b) Fato Jurídico – Quando os fatos interferem nas relações travadas entre pessoas e, por isso,
b.1. Fatos da Natureza (fatos jurídicos strictu sensu) – ex: Nascimento e morte.
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b.2. Fatos de Pessoas (atos jurídicos) – Ato humano que manifesta vontade de forma a
interferir no direito.
FATO ATO
prescrição).
Poder Público, visando produzir algum efeito jurídico, enquanto que fato
que o determina.
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administrativo voluntário). Nem sempre tem como fundamento atos
Nem todo ato praticado pela Administração Pública é ato administrativo, sendo o ato da
administração mais amplo do que a noção de ato administrativo, uma vez que este é espécie
daquele.
● José dos Santos Carvalho Filho, CABM (corrente majoritária): considera que atos da
Administração são atos jurídicos praticados pela Administração Pública que não se
no exercício da função atípica, os atos políticos definidos na CF, os atos regidos pelo
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federal, veto a projeto de lei, indulto.
JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO entende que esses atos NÃO
controle. Por outro lado, são esses os atos que permitem a condução das
Atos Privados ou São os atos da Administração Pública regidos pelo direito privado, em que a
compra e venda.
Atos Atos por meio dos quais a Administração atua por meio da função
Estado ou de quem lhe faça as vezes. Podem ser praticados ou não pela
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1.3. Atos Administrativos
Segundo Maria Sylvia Zanella di Pietro, tem-se que ato administrativo é a declaração do
Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob
Ainda, Alexandre Mazza define ato administrativo como toda manifestação expedida no
São atos jurídicos decorrentes da manifestação de vontade humana que repercute na esfera
a definição legal com critérios objetivos de determinados elementos dos atos administrativos,
mesmo nos discricionários. Até mesmo os elementos do ato administrativo que podem ter feição
De acordo com Rafael Carvalho Rezende Oliveira, o mérito pode ser entendido como a
liberdade dada pelo legislador ao agente público para que se exerça o juízo de ponderação dos
motivos e se escolha os objetos dos atos administrativos discricionários, não havendo mérito na
JULGADO IMPORTANTE
O Poder Judiciário não pode fazer a revisão judicial do mérito da decisão administrativa proferida
pelo CADE. (STF. 1ª Turma. RE 1083955/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 28/5/2019 - Info 942)
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STF reafirma sua jurisprudência de que não cabe controle judicial
referente à correção das questões em concurso público, uma vez que isso
seria controle de mérito, que não pode ser feito pelo Poder Judiciário.
MENDES)
deve ser praticado pelo Poder Público, não administrador público mediante análise das
juízo de valor pela autoridade estatal, de modo discricionariedade NÃO se confunde com
enseja direito adquirido a particulares. dentro dos limites definidos pela legislação
aplicável.
● Competência
● Finalidade
● Forma
● Motivo
● Objeto
1.4.1. Competência
Alguns autores preferem utilizar a “competência”, já Rafael Oliveira prefere utilizar o termo
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“sujeito” ou “agente” como elemento da existência do ato, uma vez que a competência é requisito de
validade do ato, pg. 298 (nota de rodapé), Livro “Curso de Direito Administrativo” da Editora Gen.
da CF e não pode ser alterado por vontades das partes ou do administrador público.
A competência em Direito Administrativo abarca a capacidade civil, isto é, o sujeito para ser
competente possui capacidade civil. Nesse sentido, a perda de capacidade civil gera a perda da
competência.
administrativo.
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Segundo Odete Medauar, verifica-se a competência do agente baseando-se em três pontos:
a) matérias incluídas entre suas atribuições, levando-se em conta o grau hierárquico e possível
desempenhadas -competência ratione loci; c) limite de tempo para o exercício das atribuições -
AVOCAÇÃO DELEGAÇÃO
inderrogável)
Não se extingue com a inércia Não pode ser atribuída ao Em função do princípio da
competência originária;
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No ato de delegação, deve se definir o tempo e a matéria delegada de forma específica,
estabelecendo os limites de atuação do agente delegado, já que os atos de delegação genérica são
Como regra geral, o agente delegante NÃO transfere a competência, mas apenas a amplia,
SÚMULA 510 STF: Praticado ato por autoridade, no exercício de competência delegada,
Esse entendimento se respalda no fato de que o ato praticado por delegação deve ser
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II - a decisão de recursos administrativos;
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
Art. 15, Lei 9784/99. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos
pela função que será exercida pelo delegatário; na segunda hipótese, o delegatário apenas assina
atos administrativos em nome do delegante, sem assumir qualquer responsabilidade pelo respectivo
omissão administrativa, que deve ser punida disciplinarmente. Na delegação, o agente transfere a
competência para outro agente para que a função administrativa seja efetivamente exercida.
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a) Por incompetência: ocorre por excesso de poder, usurpação de função ou função de fato.
● Ocorre excesso de poder quando o agente atua fora ou além de sua esfera de
abuso de poder é o gênero, do qual são espécies o excesso de poder (vício de competência)
● A usurpação da função é crime (art. 328 do CP) cometido por alguém que não foi por
nenhuma forma investido no cargo, emprego ou função pública. O agente não tem
nenhuma espécie de vinculo funcional com a administração (DI PIETRO). Neste caso, a
● Ocorre a função de fato quando a pessoa foi investida no cargo, emprego ou função
b) Por incapacidade: A Lei 9.784/99 prevê, em seu art. 18, os casos de impedimento, e no art. 20,
CPC. Cumpre salientar, porém que, no Direito Administrativo, ambas as hipóteses se enquadram
como atos anuláveis, passíveis de convalidação por autoridade que não esteja na mesma situação
de impedimento ou suspeição.
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1.4.2. Finalidade
É escopo do ato, sendo tudo aquilo que se busca proteger com a prática do ato. A finalidade é
o efeito jurídico MEDIATO do ato administrativo, isto é, aquilo que o administrador público quer
OBSERVAÇÃO
finalidade específica, a exemplo de quando se exonera um servidor público com a intenção de puni-
lo. Assim, sendo violada a finalidade específica, mesmo que o agente esteja buscando o interesse
Ainda que o Administrador Público NÃO atue com a intenção de satisfazer interesses pessoais,
a prática do ato com a intenção de alcançar finalidade diversa da expressamente imposta na regra
que a definiu configura vício, por desvio de poder, SALVO nos casos de tredestinação lícita, na
desapropriação.
ser discricionário se analisada a finalidade genérica que é o interesse público (conceito jurídico
indeterminado).
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De encontro à maioria da doutrina, Celso Antônio Bandeira de Mello entende que existe
Subdivide-se em:
Ocorre quando o agente público pratica ato Ocorre quando o agente público excede os
1.4.3. Forma
projeção do ato.
previamente definidos em lei, sob pena de irregularidade da conduta. Nesse caso, o desrespeito às
finalidades específicas NÃO gera a inexistência do ato, mas a sua ilegalidade, devendo ser
anulado.
A declaração de ilegalidade poderá ser feita pela própria Administração Pública, no exercício
Os atos administrativos devem ser praticados por escrito, em língua portuguesa, salvo em
algumas exceções.
A forma NÃO configura a essência do ato – finalidade estatal -, mas tão somente o
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instrumento necessário para que a conduta administrativa alcance os seus objetivos.
Vale ressaltar que, Maria Sylvia Zanella di Pietro assevera que é integrante do conceito de
forma a motivação do ato administrativo, ou seja, a exposição dos fatos e do direito que serviram de
fundamento para a prática do ato; a sua ausência impede a verificação de legitimidade do ato.
Formalismo moderado.
De acordo com o dispositivo legal, os atos do processo administrativo não dependem de forma
Ademais, o § 1o afirma que os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em
SILÊNCIO ADMINISTRATIVO
O silêncio administrativo, diante de determinada situação, NÃO produz qualquer efeito, salvo
as hipóteses previstas no próprio texto legal. A ausência de conduta NÃO configura um ato
Sobre o silêncio da Administração Pública, Alexandre Mazza ressalta que, em regra, a inércia
administrativa não tem importância para o Direito, podendo ocorrer, porém, de a lei atribuir-lhe
ADMINISTRATIVO?
Caso a omissão da Administração Pública venha a resultar em um dano jurídico, tal omissão
poderá ensejar responsabilização patrimonial do Estado, bem como a do próprio servidor, nos
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As hipóteses de responsabilização não se restringem à ausência de resposta pelo exercente
da função administrativa, devendo ser também aplicáveis às situações em que a resposta surja
quando já superado o tempo razoável para aquela manifestação (direito à razoável duração do
Nas hipóteses de não haver previsão legal específica de prazo para a oferta de resposta pela
(arts. 49 e 59, § 1º), responsável pela regulação do processo administrativo no âmbito federal.
Diante de provocação feita pelo particular, a inércia administrativa é ilicitude sanável por meio
de provocação do Poder Judiciário, o qual pode determinar que o agente público pratique o ato,
cessando a ilegalidade que decorria da omissão estatal, não configurando invasão no mérito
administrativo, desde que o Judiciário NÃO interfira no conteúdo da conduta a ser praticada.
O vício de forma é sanável quando não gerar prejuízo ao interesse público nem a terceiros,
devendo ser mantido o ato viciado. No entanto, em algumas situações, o vício de forma é insanável,
De modo geral, a forma é sempre elemento vinculado, mesmo nos atos administrativos
discricionários, SALVO se a lei estabelecer mais de uma forma possível para o ato ou for silente
quanto à forma a ser obedecida para a prática de determinado ato, quando então será
discricionária.
1.4.4. Motivo
Para que o motivo do ato seja válido, e consequentemente não haja irregularidades, exige-se
que o fato narrado no ato praticado seja real e efetivamente tenha ocorrido da forma como descrita
na conduta estatal, bem como a situação fática perpetrada pelo particular deve corresponder
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exatamente à situação disposta em lei como justificadora do ato administrativo (subsunção da norma
à situação de fato).
Deve haver adequação entre o motivo que deu ensejo à prática do ato e o resultado a ser obtido
pela atuação estatal propriamente dita (para alguns doutrinadores, isso seria a causa do ato
MOTIVO X MOTIVAÇÃO
do ato administrativo, a motivação integra a formalização do ato. Assim, o ato sem motivação
Segundo Matheus Carvalho, deve ser feita a diferenciação entre duas hipóteses:
para a prática da conduta. Nesses casos, pode-se dizer que o ato é viciado, por
Motivo – É a situação prevista em lei que ocorre, de fato, justificando a prática do ato
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administrativo;
administrativo
Segundo Maria Sylvia Zanella di Pietro, não se pode confundir motivo com motivação do ato,
vez que motivação é a demonstração, por escrito, de que os pressupostos de fato realmente
OBRIGATORIEDADE DE MOTIVAÇÃO
O art. 50 da Lei nº 9.784/99 preconiza que a motivação é obrigatória para todos os atos
administrativos que:
discricionários.
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a motivação estaria implícita nestes.
Lei nº 9.787/99.
Teoria dos Motivos Determinantes: Segundo essa teoria, que surgiu no direito francês,
adotada pelo STJ (AgRg no Resp 1280729), a Administração, ao justificar o ato administrativo, fica
vinculada às razões ali expostas, para todos os efeitos jurídicos. A motivação é que legitima e confere
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validade ao ato discricionário, de modo que, enunciadas pelo agente as causas em que se pautou,
mesmo que a lei não haja imposto tal dever, o ato só será legítimo se elas realmente tiverem
ocorrido.
de se adotar a motivação de outro ato administrativo. Na motivação do ato que se pratica, remete-
se a outro ato. Ex.: estou anulando o contrato em razão dos motivos apontados no parecer A.
O vício consistente na falta de motivação é vício de forma e pode ser convalidado mediante a
exposição, em momento posterior, dos motivos idôneos e preexistentes que justificaram o ato. (Info
529/STJ)
Segundo Rafael Carvalho Rezende Oliveira, até mesmo em situações excepcionais em que a
lei não exige a motivação, se o agente expuser os motivos do ato, a validade da medida dependerá
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https://youtu.be/lup_-Ymrkoo
Betti.
1.4.5. Objeto
É aquilo que o ato dispõe, é o efeito causado pelo ato administrativo no mundo jurídico, em
O objeto é o efeito jurídico IMEDIATO do ato administrativo, isto é, aquilo que a Administração
disposição do ato administrativo. Todavia, há quem defenda que o conteúdo seria a disposição do
ato, enquanto o objeto seria o bem ou a relação jurídica sobre a qual o ato administrativo incide.
Para que o ato administrativo seja válido, o objeto deve ser lícito, possível e determinável ou
determinado.
Um ato administrativo pode possuir um objeto plúrimo ou um objeto único, ou seja, é possível
que um ato administrativo possua mais de um efeito imediato ou apenas um único efeito. A título de
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exemplo, a concessão de férias a servidor vai possuir apenas um único efeito. Por outro lado, um ato
administrativo que concede o pagamento de um benefício e uma licença a servidor possui dois
efeitos.
Nesse sentido, o ato administrativo com objeto único será insanável, caso apresente um vício
no objeto. Por outro lado, o ato com objeto plúrimo poderá ser sanado.
Segundo o professor Rafael Oliveira, o objeto do ato administrativo pode ser determinado ou
indeterminado.
Nessa linha, o objeto indeterminado (discricionário) a lei não define de maneira exaustiva o
conteúdo do ato (ex.: na autorização para uso privativo de bem público, a legislação confere
Por sua vez, objeto determinado (vinculado) a lei delimita o conteúdo do ato administrativo
sem deixar espaço para análises subjetivas por parte do agente público (ex.: licença para dirigir
veículo automotor em todo o território nacional, sendo vedado ao administrador limitar o conteúdo
elemento vinculado.
Competência Vinculado
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Forma - Em regra Vinculado
Motivo Discricionário
Objeto Discricionário
Com relação ao MOTIVO E OBJETO, por serem discricionários, não pode haver controle pelo
administrador público. Logo, o Poder Judiciário pode controlar a legalidade, mas não o mérito dos
1.5. Elementos e pressupostos do ato administrativo segundo Celso Antônio Bandeira de Mello
Seriam ELEMENTOS do ato administrativo, intrínsecos ao próprio ato e cuja ausência de algum
praticado.
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b) Motivo
ato.
anteriores.
Prerrogativa presente em todos os atos administrativos, de modo que até prova em contrário,
o ato administrativo goza de fé pública e os atos presumem-se verdadeiros (presunção juris tantum).
Diz respeito a fatos e causa a inversão do ônus da prova dos fatos alegados pelo particular.
Trata-se de presunção jurídica, de modo que até prova em contrário presume-se que o ato foi
editado em conformidade com a lei e o ordenamento jurídico (presunção juris tantum). Esse atributo
NÃO diz respeito a fatos, mas à adequação da conduta com a norma jurídica posta. – É atributo de
TODOS os atos da administração, inclusive os de direito privado, dada a prerrogativa inerente aos
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Segundo Fernanda Marinela, os atos administrativos presumem-se legais por serem
compatíveis com a lei, além de legítimos, porque se coadunam com as regras da moral e são
verdadeiros, considerando que os fatos alegados estão condizentes com a realidade posta.
“Ressalte-se que não são todos os atos emanados do Poder Público que
como:
quanto aos direitos e obrigações civis, na forma do art. 173, § 1.º, II, da
CRFB);
(ex.: particular alega que não foi intimado para se manifestar em processo
Gen.
ATENÇÃO!! Importante observar que, em razão desses atributos, um ato administrativo, ainda
que ilegal, produzirá seus regulares efeitos como se válido fosse até a declaração de ilegalidade e a
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1.6.3. Imperatividade ou Coercibilidade
Todo ato administrativo que cria obrigação ao particular encerra um poder dado à
Administração de, unilateralmente, estabelecer obrigação aos particulares, desde que dentro dos
limites da Lei. Trata-se de característica presente apenas nos atos que dispõem acerca de obrigações
e deveres aos particulares, ao passo em que os atos que definem direitos e vantagens NÃO são
imperativos.
reveste.
Segundo Fernanda Marinela, por conta desse atributo, a Administração pode impor
que as determinações impostas pelo poder público devem ser cumpridas. – NÃO incide para atos
negociáveis e enunciativos.
1.6.4. Exigibilidade
Não sendo cumprida a obrigação imposta pelo ato administrativo, o poder público terá que,
desse atributo não dispensa o respeito ao devido processo legal, com contraditório e ampla defesa.
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trânsito, são necessárias as notificações da autuação e da aplicação da pena
decorrente da infração.
Aplicação de meio diretos de execução dos atos administrativos, em que o Estado executa o
ato administrativo diretamente, frente ao descumprimento pelo particular, sem que haja participação
deste e auxílio do Poder Judiciário. Ou seja, permite a execução material dos atos administrativos ou
de dispositivos legais, usando a força física se for preciso. São exemplos: guinchamento de carro
mercadorias contrabandeadas.
De acordo com José dos Santos Carvalho Filho, “a autoexecutoriedade tem como fundamento
jurídico a necessidade de salvarguardar com rapidez e eficiência o interesse público, o que não
ocorreria se a cada momento tivesse que submeter suas decisões ao crivo do Judiciário”1.
a decisão - e executoriedade - poder que possui o administrador para executá-la sem a autorização
do Poder Judiciário.
CONTRADITÓRIO DIFERIDO!
A executoriedade afasta o controle judicial prévio dos atos administrativos, sendo possível
apenas a posteriori. Não está presente em todos os atos administrativos, dependendo sempre de
previsão legal ou de uma situação de urgência em que a prática do ato de imponha à garantia do
interesse público.
1
CARVALHO FILHO, José Santos. Manual de Direito Administrativo. 26ª ed. rev. ampl. atual. São Paulo: Atlas, 2013.
p.123.
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Atos Administrativos
1.6.6. Tipicidade (Di Pietro)
Seria a exigência de que todo ato administrativo esteja previsto em lei. Diz respeito à
necessidade de respeitar-se a finalidade específica definida na lei para cada espécie de ato
administrativo. Em verdade, não é prerrogativa concedida ao ente estatal, mas limitação para a
prática de atos não previamente estipulados por lei. Trata-se, portanto, de uma derivação do
Para Rafael Carvalho, “alguns autores mencionam, ainda, a tipicidade como quarto atributo
dos atos administrativos unilaterais, uma vez que a Administração somente pode editar atos que
Entendemos que a atuação administrativa deve ser pautada pelo respeito ao ordenamento jurídico,
mas isso não pressupõe a tipificação e a nominação prévias de todos os atos administrativos, mas
apenas daqueles atos que estabeleçam sanção ao administrado (atos sancionatórios), razão pela
qual não destacaremos o referido atributo na presente obra”, pgs.313/314, Livro “Curso de Direito
Decorre do cumprimento das etapas previstas em lei, necessárias à formação do ato. Isso
ocorre pois todo ato administrativo é formalizado por procedimento administrativo prévio.
O ato perfeito NÃO é retratável, mas pode ser revisado ou anulado (princípio da autotutela).
Segundo Maria Sylvia Zanella di Pietro, não pode se confundir perfeição e validade. Enquanto
a primeira diz respeito às etapas de formação do ato, exigidas por lei para que ele produza efeitos,
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1.7.2. Validade (ou regularidade)
Aferida quando todas as etapas realizadas estiverem de acordo com a Lei. A validade é a
É segundo plano de análise dos atos administrativos, só podendo ser analisado de o ato for ao
1.7.3. Eficácia
Aptidão para a produção de efeitos concedida ao ato administrativo. Alguns têm eficácia
imediata, logo após a publicação, mas outros podem ter sido editados com previsão de termos
iniciais ou condições suspensivas, sendo atos ineficazes enquanto a situação de pendência não for
resolvida.
JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO discorda, ao entender que o ato que completou o
seu ciclo de formação é eficaz, ainda que depende de termo ou condição futuros para ser executado,
posto que, no seu entender, termo e condição podem ser óbices à imperatividade do ato, mas nem
por isso descaracterizariam a sua eficácia => Ocorre que o autor diferencia eficácia de
exequibilidade, considerando que esta pode ser obstada por previsão no próprio ato, opinião da
Atos Administrativos Pendentes: São os atos perfeitos e válidos que ainda não estão aptos a
estatal;
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b) Impróprios (atípicos) – Decorrem, de forma indireta, da prática do ato administrativo,
embora não esteja estipulado em sua redação nem seja sua intenção inicial. Podem
ser:
Ato perfeito, Quando o ato cumpre todas as etapas de sua formação e a conduta é
Perfeito, válido e O ato cumpriu todas as etapas de formação e foi expedido em conformidade
ineficaz com a Lei, mas não está apto a produzir efeitos por depender de termo ou
Perfeito, inválido Não corresponde às normas legais definidas para a sua prática, no entanto
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Perfeito, inválido Sempre que a ilegalidade do ato for demonstrada, NÃO poderá produzir
e ineficaz efeitos contrários àqueles definidos na legislação que trata da sua edição.
Definidos em lei que não confere ao agente Não obstante regulamentados por lei, admitem
De acordo com Odete Medauar, os atos administrativos discricionários são aqueles resultantes
de alguma escolha efetuada pela autoridade administrativa, enquanto os vinculados dizem respeito
àqueles que são editados sem margem de escolha, já que a legislação já predetermina o seu teor,
Ato Simples Para a sua formação depende de uma única manifestação de vontade.
Ato Composto Para a sua perfeição depende de mais de uma manifestação de vontade, sendo
compostos por uma vontade principal (ato principal) + vontade que ratifica esta
autoridade.
revisora.
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Ato Complexo Formado pela soma de vontades de órgãos públicos independentes, em
mesmo nível hierárquico, de forma que tenham a mesma força, não se podendo
de serem atos que dependem de mais de uma vontade para a sua formação, no ato
complexo estas vontades são expedidas por órgãos independentes para a formação
diversas, dentro de uma mesma estrutura orgânica, sendo que uma das condutas é
Contas. Inclusive, a não aprovação pelo Tribunal de Contas do ato de aposentadoria NÃO é
considerado novo ato, mas sim impedimento da perfeição do ato de aposentadoria, não dependendo
O STF decidiu que o Tribunal de Contas tem o prazo de 5 anos para julgar a legalidade do ato
processo à Corte:
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Em atenção aos princípios da segurança jurídica e da confiança legítima,
de Contas.
Nesses termos, por constituir exercício da competência constitucional (CF, art. 71, III), tal ato
ampla defesa.
necessário fixar-se um prazo para que a Corte de Contas exerça seu dever constitucional.
Diante da inexistência de norma que incida diretamente sobre a hipótese, aplica-se ao caso o
(LINDB).
Assim, tendo em vista o princípio da isonomia, seria correta a aplicação, por analogia, do
Decreto 20.910/1932.
Portanto, se o administrado tem o prazo de cinco anos para buscar qualquer direito contra a
Fazenda Pública, também deve-se considerar que o Poder Público, no exercício do controle externo,
tem o mesmo prazo para rever eventual ato administrativo favorável ao administrado.
Desse modo, a fixação do prazo de cinco anos se afigura razoável para que o TCU proceda ao
registro dos atos de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou pensão, após o qual se
o transcurso do prazo de cinco anos da chegada do processo ao TCU encontra-se prejudicada. Isso
porque, findo o referido prazo, o ato de aposentação considera-se registrado tacitamente, não
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https://youtu.be/udFN3Ry0JUk
Ato Administrativo e o
Segundo Alexandre Mazza, atos complexos são formados pela conjugação de vontades de
existência do ato complexo. Tanto que apenas depois dela, o ato tornar-se-á perfeito, com ingresso
no mundo jurídico. Assim, a partir da integração da vontade do último órgão ou agente, o ato passa
Ainda, importante salientar acerca da recente decisão do STJ sobre aplicação do prazo
hipótese em que a revisão do ato de concessão se dá pela própria Administração Pública, vejamos:
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legalidade do ato pela Corte de Contas, quando a revisão do ato de
INFORMATIVO 750)
pessoas, com caráter abstrato e impessoal. especificados no próprio ato. Se subdividem em:
na conduta.
Aqueles nos quais a Executados pelo Poder Público Praticados como forma de dar
definidas.
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OBSERVAÇÃO
Segundo entendimento do STJ, não cabe MS em face de atos de gestão. Segundo o Tribunal,
“Os atos de gestão não possuem o requisito da supremacia, por isso são meros atos da
em igualdade de condições, em que o ato praticado não se submete aos princípios da atividade
pode ser impetrado contra ato de gestão de concessionária de serviço público. (REsp 1778579)
Praticados com a finalidade de resolver uma Definem regra genérica que deverá ser aplicada
situação específica, exaurindo os seus efeitos sempre que a situação descrita no ato ocorrer
faltoso.
Segundo Mazza, atos abstratos ou normativos são aqueles que se aplicam a uma quantidade
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nova, previamente inexistente, preexistente, mediante o sem que seja extinta, NÃO
estabelecidas. atestado.
Segundo Mazza, ainda existem os atos alienativos – que realizam a transferência de bens ou
direitos a terceiros – e os atos abdicativos - os que o titular abre mão de um direito. Outrossim, esse
Atribuem direitos e vantagens aos seus Atos que impõem obrigações ou aplica
vantagens previamente requeridas pelo dos limites da lei, como uma multa de trânsito.
interessado.
OBSERVAÇÃO
Atos Ablativos/Ablatórios: são todos os atos que restringem direitos dos administrados.
unilaterais.
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1.9. Espécies de Atos Administrativos
São atos que contêm comandos gerais e abstratos e que que geram obrigações a uma
Enseja a produção de normas gerais, sempre inferiores aos comandos legais, NÃO podendo
a) Regulamentos executivos – Editados para a fiel execução da lei. Caso inove, viola o princípio
da legalidade;
sobre matérias não disciplinadas mediante previsão legislativa. São admissíveis apenas para as
II –Aviso – Ato normativo expedido pelos órgãos auxiliares direto do Poder Executivo (Ministérios
fim daquele Órgão. Para alguns doutrinadores, seria espécie de ato ordinatório.
III – Instruções Normativas – Atos expedidos por quaisquer autoridades públicas ou órgãos públicos
IV – Regimento – Ato normativo para definição de normas internas, estabelecendo as regras para o
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VI – Resolução – Atos normativos dos órgãos colegiados, usados pelos Poderes Legislativo e
Atenção:
As agências reguladoras possuem poder normativo que se restringe ao âmbito técnico da prestação
Atenção:
Atos internos não geram direitos adquiridos aos seus destinatários, podendo ser revogado
III – Ordem de Serviço – Conduta estatal com a finalidade de distribuir e ordenar o serviço interno
IV – Despacho – Ato administrativo por meio do qual as autoridades públicas proferem decisões
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acerca de determinadas situações específicas, de sua responsabilidade funcional.
VI – Ofícios – Ato emanado para garantir a comunicação entre autoridades públicas ou entre estas
coercibilidade, por NÃO estabelecer obrigações ou aplicar penalidades, mas garante a concessão
I – Autorização – Ato discricionário e precário por meio do qual a Administração autoriza o uso de
coletivo de utilização normal deste bem. Para uso normal, não precisa de
autorização.
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atividades fiscalizadas pelo Estado.
desfeito a qualquer momento SEM direito à indenização, não gerando direito adquirido aos
beneficiários.
uso de determinado bem público de forma anormal ou privativa. – É ato que faculta a utilização
privativa de bem público, no qual a administração autolimita o seu poder de revogar unilateralmente
o ato.
AUTORIZAÇÃO X PERMISSÃO
A) Doutrina Tradicional
* Autorização de uso – Ato adequado para o uso de bem público em situações mais
B) Doutrina Moderna
deve ser precedida de licitação sempre que houver mais de um interessado em usufruir
do benefício.
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⇨ Em determinadas situações, a permissão de uso é concedida por prazo
beneficiado.
ATENÇÃO!!! Não confundir a permissão aqui estudada com a permissão de serviço público. Esta, de
III – Licença – Ato de polícia através do qual o Poder Público permite a realização de determinada
É ato vinculado, e caso o particular preencha os requisitos legais, adquire o direito subjetivo à
A licença é ato vinculado e NÃO pode ser revogada nem pela administração, nem pelo
judiciário.
Licença Alvará
Conteúdo Forma
Se for licença para construção e reforma, a jurisprudência entende ser possível a sua
revogação, desde que justificada por razões e interesse público superveniente, caso em que o ente
Vale ressaltar, segundo Mazza, que a licença ambiental é ato discricionário, o que já foi alvo de
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IV – Admissão – Ato unilateral e vinculado pelo qual o poder público permite que o particular
com base na legalidade de ato anterior, além dos critérios de oportunidade e conveniência do agente
pela própria Administração Pública, sendo possível haver o controle de mérito na atuação estatal. –
É ato vinculado e unilateral pelo qual a administração reconhece a legalidade de um ato jurídico. Se
NÃO produzem efeitos e NÃO podem ser revogados. Certificam ou atestam uma situação
existente, NÃO contendo manifestação de vontade da Administração. Por isso, NÃO produzem
situação de fato, para então proferir ato que ateste aquela ocorrência fática.
II – Certidão – É ato por meio do qual a Administração Pública certifica um determinado fato que já
III – Apostila ou Averbação – Ato administrativo pelo qual o ente estatal acrescenta informações
IV – Parecer – Ato administrativo por meio do qual se emite opinião de órgão consultivo do Poder
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O parecer pode ser facultativo, nas situações em que não é obrigatória a sua emissão para
a prática regular do ato administrativo, sendo obrigatório nas hipóteses em que a apresentação
Mesmo quando obrigatório, o parecer NÃO tem natureza vinculante, sendo somente ato que
manifesta opinião técnica sobre determinado assunto de interesse da Administração Pública => A
Segundo Maria Sylvia Zanella di Pietro, apesar do parecer ser, em geral, ato meramente
opinativo - não produz efeitos jurídicos - o Supremo Tribunal Federal tem admitido a
O Decreto nº 9.830/2019 foi mais enfático que o art. 28 da LINB e afirmou que o agente
Art. 12. O agente público somente poderá ser responsabilizado por suas
ATENÇÃO
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Imagine que o administrador público tomou uma decisão com base em um parecer exarado
pelo assessor jurídico do órgão ou entidade. Posteriormente, detectou-se que esse assessor
jurídico agiu com dolo ou culpa grave (erro grosseiro). Neste caso, o parecerista poderá ser
responsabilizado, nos termos do art. 28 da LINDB. Vale ressaltar, no entanto, que o simples fato
de ter ficado comprovado que o parecerista agiu com dolo ou erro grosseiro não levará,
Para que o decisor seja responsabilizado será necessário que fique demonstrado que ele:
grosseiro; ou
Decreto nº 9.830/2019
Art. 12 (...)
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(...) 3. Esta Suprema Corte firmou o entendimento de que “salvo
(Info 680).
decide.
parecerista, já que a
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se ficar configurada a se ficar configurada a deve ser de acordo com o
grosseiro. grosseiro.
Logo, o parecerista
responde solidariamente
necessário demonstrar
Atos por meio dos quais o Poder Público determina a aplicação de sanções em face do
administrativas;
III. Destruição de coisas: é o ato sumário de inutilização de bens particulares impróprios para
I- Ato administrativo vinculado que tenha vício de competência poderá ser convalidado por
meio de ratificação, desde que não seja de competência exclusiva.
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No concurso da PGM Caruaru – PE (FCC – 2018), o tema foi cobrado da seguinte forma:
Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, o ato administrativo pode ser extinto por:
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outorgada pelo ato precedente”; o exemplo dado é a caducidade de
Ocorre quando o ato já cumpriu todos os efeitos nele dispostos ou pelo advento do termo
determinado ou que dependam da ocorrência de evento futuro e incerto para que deixe de produzir
efeitos, Ex: autorização por porte de armas concedida por 01 ano que se extingue após expirado esse
prazo.
1.10.2. Renúncia
É forma de extinção que se aplica somente para atos ampliativos, que geram direitos a
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1.10.3. Desaparecimento da pessoa ou coisa sobre a qual o ato recai
1.10.4. Retirada
Extinção de uma determinada conduta estatal, mediante a edição de ato concreto que a
1.10.5. Anulação
● Atos nulos
● Atos anuláveis
2) Direito Administrativo
Fagundes);
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exclusivamente, na possibilidade de convalidação:
Atos sanáveis:
Em regra, a anulação produz efeitos ex tunc, exceto a anulação de atos unilaterais ampliativos
e de atos praticados por funcionário de fato, havendo, nos dois casos, boa-fé.
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aos estados e municípios, se inexistente norma local e específica que
regule a matéria.
ATENÇÃO!
STF decidiu recentemente que, em regra, o prazo decadencial para que a Administração
Pública anule atos administrativos inválidos é de 5 anos, aplicável a todos os entes federativos,
e não formal:
(...)
cinco anos se consolidou como marco temporal geral nas relações entre o
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administrativo no âmbito federal. "Não há fundamento constitucional que
(...)
NÃO existe direito adquirido à manutenção de ato nulo no ordenamento jurídico, mas tão
Atos Anuláveis Possuem vícios leves passíveis de convalidação, não obstante editados em
Atos Irregulares Sofrem vício material irrelevante, normalmente quanto à forma, não
praticou. Esse vício NÃO atinge a esfera jurídica dos destinatários do ato.
Para o STF, a Administração pode anular seus próprios atos, quando ilegais (autotutela).
instauração de procedimento administrativo que assegure o devido processo legal e a ampla defesa.
TEORIA DA APARÊNCIA
A nomeação de servidor sem concurso público é nula, mas os atos praticados são válidos, em
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atenção ao princípio da segurança jurídica.
Ademais, não há devolução dos salários, sob pena de enriquecimento ilícito da Administração
Pública.
Embora o ato administrativo não produza efeitos, os direitos adquiridos por terceiros de boa-
fé são resguardados, não podendo ser atingidos pela anulação de ato que ensejava benefícios aos
seus destinatários.
A anulação poderá ser feita pela própria Administração pública ou pelo Poder Judiciário.
administrativos com vícios de ilegalidade, desde que o faça mediante provocação, possuindo a
administração o prazo decadencial de 05 (cinco) anos para anular atos administrativos ampliativos,
Administração; e decorre do controle externo sobre a atividade administrativa, quando realizada pelo
Judiciário.
comprovadamente sofreu dano especial para a ocorrência do qual não tenha colaborado.
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(i) a convalidação NÃO cause prejuízos a terceiros;
validade do ato;
beneficiará do ato.
José dos Santos admite convalidação de ato com vício no objeto, motivo ou
mais de uma providência no mesmo ato, tornando viável suprimir ou alterar alguma
qualquer vício).
ao interesse público e causar menos prejuízo do que a sua anulação, inclusive para
edição do ato para que sejam resguardados os efeitos pretéritos desta conduta.
não existe uma atuação por parte da Administração Pública. Assim, em razão da
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Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a convalidação pode ser realizada pelo
exigência não foi observada. Nesse caso, o particular pode emiti-la posteriormente,
convalidando o ato.
pela mesma autoridade efetivada por ato de outra exclui a parte inválida do
A convalidação NÃO se aplica aos casos de atos discricionários que sofram vício
de incompetência, haja vista que nesses casos a autoridade deva exercer uma margem
CONVALIDAÇÃO X CONVERSÃO
Na conversão, o ato administrativo que sofre de um vício de forma pode ser convertido
em outro mais simples, praticado para a produção dos mesmos efeitos jurídicos.
irregular, pode ser posteriormente ratificado pela forma escrita; ato editado por agente
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A reforma e a conversão referem-se aos vícios em um dos objetos do ato
administrativo.
objeto válido (ex.: ato que concede dois benefícios remuneratórios para determinado
servidor que, em verdade, fazia jus a apenas um deles. A autoridade competente exclui
A conversão, por sua vez, é a reforma com o acréscimo de novo objeto (ex.: ato
Constatado que um dos nomeados era irmão do agente que seria investigado, a
ATENÇÃO:
competência exclusiva.
discricionários.
(SANATÓRIA VOLUNTÁRIA)
Deve se considerar:
relações jurídicas)
segurança jurídica;
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Diogo de Figueiredo Moreira Neto, ao denominar a convalidação de sanatória
Nessa situação hipotética, conforme a doutrina majoritária acerca dos atos administrativos,
a autoridade julgadora deverá
A) anular o processo de remoção, já que foi constatado que o ato foi homologado por
autoridade incompetente.
B) consultar os demais interessados no ato impugnado, questionando sobre eventual
desistência no concurso de remoção.
C) dar provimento ao recurso do interessado, promovendo a sua remoção para a capital,
uma vez que este não deu causa à nulidade.
D) convalidar o ato de remoção praticado pelo coordenador-geral de registros
funcionais.
E) revogar o processo de remoção e determinar a instauração de outro, sem eventuais
vícios.
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No concurso da PGE AL (2021), o tema foi cobrado da seguinte forma:
Determinado órgão público publicou portaria com vício de forma. Depois, publicou ato
administrativo concedendo licença e férias a um servidor que não tinha direito à licença.
Posteriormente, esse mesmo órgão publicou nova portaria, sem vício de forma,
convalidando a anterior, e novo ato administrativo, mantendo apenas a concessão das
férias daquele servidor.
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1.10.7. Revogação
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O Poder Judiciário não pode fazer a revisão judicial do mérito da decisão
dever).
Segundo Rafael Carvalho Rezende Oliveira, por não haver danos ao administrado, a revogação
não acarreta, em geral, indenização, uma vez que dela resulta a extinção de atos discricionários que
não geram direitos subjetivos aos respectivos beneficiários, detentores de mera expectativa de
que tem sido justificada atualmente a partir de princípios jurídicos, com destaque para o princípio da
confiança legítima.
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prejudicados pela revogação, desde que tenha ocorrido a extinção antes do prazo fixado para
permanência da vantagem.
VI – Ato ilegal
Nessa situação hipotética, o órgão jurídico deve opinar pela impossibilidade de revogação
da referida portaria porque se trata
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https://youtu.be/gdKghRHGGR0
Bruno Betti.
1.10.8. Cassação
Consiste na retirada do ato administrativo por meio do qual o beneficiário do ato deixa de
cumprir os requisitos de quando teve o ato deferido. É hipótese de ilegalidade superveniente por
culpa do beneficiário.
1.10.9. Caducidade/Decaimento
Trata-se da extinção do ato administrativo por lei superveniente que impede a manutenção do
ato inicialmente válido. Não produz efeitos automáticos, dependendo de ato constitutivo negativo
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B) contraposição.
C) cassação.
D) revogação.
E) caducidade.
público, de modo a montar suas instalações e apresentar seus espetáculos em certa praça
pública, pelo prazo de quatro meses. Quinze dias após o ato autorizativo, houve a
superveniência de legislação municipal que alterou o plano diretor, tornando essa área
exclusivamente residencial, não mais permitindo a sua utilização para fins recreativos,
A partir dessa situação hipotética, julgue o item subsequente, referente à extinção de atos
administrativos.
O aludido ato administrativo de autorização de uso de bem público terá de ser desfeito por
cassação.
Ocorre com a expedição de um segundo ato, fundado em competência diversa, cujos efeitos
são contrapostos aos do ato inicial, produzindo sua extinção. É espécie de revogação praticada por
autoridade distinta da que expediu o ato inicial. Exemplo: ato de nomeação de um funcionário extinto
com a exoneração.
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Nesse sentido, nenhum princípio poderá ser considerado de forma absoluta, inclusive a legalidade,
Em determinadas situações, a retirada do ato com efeito retroativos, ante a uma ilegalidade,
enseja prejuízos aos cidadãos de boa-fé, razão pela qual em algumas situações devem ser mantidos
os efeitos produzidos pelo ato ou, ainda, o próprio ato deve ser mantido no OJ em que pese a sua
ilegalidade.
havendo conserto dos seus vícios. O ato continua com os vícios que levariam à sua invalidação,
mas por questão de segurança jurídica e boa-fé, ele permanece aplicável no OJ e seus efeitos se
estabilizam.
O que ocorre com a estabilização é que tais efeitos passam a ser vistos como se decorrentes
de ato legal fossem. Ex: TEORIA DO FUNCIONÁRIO DE FATO (São válidos os efeitos dos atos
pelo simples fato de a situação concreta já ter se realizado, NÃO sendo possível
situação.
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Referências bibliográficas:
01. Diferencie:
02. De acordo com o STF, o Poder Judiciário pode fazer revisão judicial da decisão proferida pelo
CADE?
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03. Diferencie:
1) Competência
2) Finalidade
3) Forma
4) Motivo
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5) Objeto
06. Quais são os vícios que podem atacar o elemento “competência” do ato?
Competência
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Finalidade
Forma
Motivo
Objeto
10. Sucintamente, descreva cada uma das fases de constituição do ato administrativo:
Existência
Validade
Eficácia
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12. De acordo com o STJ, cabe mandado de segurança em face de atos de gestão?
14. Sucintamente, explique cada uma das hipóteses de extinção dos atos administrativos:
Extinção Natural
Renúncia
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Retirada
Anulação
Revogação
Cassação
Caducidade
Derrubada
15. Diferencie:
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