0000 - Monografia Unificada - Stephany
0000 - Monografia Unificada - Stephany
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Imperatriz
2017
STEPHANY KELIAN SAMPAIO PINTO
Imperatriz
2017
STEPHANY KELIAN SAMPAIO PINTO
Aprovado em: / /
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________________________________
Professor Esp. Ediana di Frannco Matos da Silva Santos.
___________________________________________________________________
Examinador (a)
___________________________________________________________________
Examinador (a)
DEDICATÓRIA (OPCIONAL)
AGRADECIMENTOS (OPCIONAL)
EPÍGRAFE (OPCIONAL)
RESUMO
Palavras-Chave:
ABSTRACT
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
As provas tem um papel relevante no processo penal, uma vez que elas
podem, de maneira eficaz, demonstrar a veracidade dos fatos. Em um processo é
preciso demonstrar ao magistrado a validade do que se está alegando, a partir daí
ele conhecerá e analisará a lide através das provas produzidas pelas partes em
litígio.
Dentre todos os institutos de um processo, sem dúvidas, as provas são de
importância relevante, uma vez que essas buscam demonstrar a veracidade do que
se alega em juízo.
De acordo com Tourinho Filho (2010, p. 286) “Que se entende por prova?
Provar, é antes de mais nada, estabelecer a existência da verdade; e as provas são
os meios pelos quais se procura estabelece-la”.
Sem que seja demonstrada a verdade dos fatos, é impossível que o julgador
faça um julgamento de forma correta e limpa, este precisa saber dos fatos para que
possa julgas com excelência.
Para Rangel (2005, p.417) a prova é um direito subjetivo constitucional
assegurado através do princípio do devido processo legal e inerente aos princípios
da verdade real e do contraditório, pois contradizer é dizer e provar o contrário.
É preciso que se convença o juiz do que se está querendo provar, por isso, é
preciso ter fundamentos, informações produzidas pelas partes ou a pedido pelo
magistrado, informações concretas carreadas aos autos para que o juiz seja
convencido sobre o que se quer provar.
De acordo com Távora e Alencar (2017, p. 618) “O convencimento do julgador
é o anseio das partes que litigam em juízo, que procurarão fazê-lo por intermédio do
manancial probatório carreado aos autos”.
O juiz, no entanto, não está condicionado apenas às provas produzidas no
processo, ele tem o livre arbítrio e o livre convencimento de analisar as provas
produzidas em consonância com o princípio da livre convicção motivada do juiz ou
da persuasão racional. As provas apenas irão auxilia-lo para melhor entendimento
de como ocorreram os fatos, dando assim um melhor suporte ao julgamento.
No que tange a finalidade, a prova tem por objetivo tornar o fato conhecido
pelo juiz e formar a convicção do mesmo. De acordo com Bonfim (2010, p. 336)
“Pode-se dizer, assim, que a prova tem como finalidade permitir que o julgador
conheça os fatos sobre os quais fará incidir o direito”.
Para cada processo, deve-se ter um caso, um fato que aconteceu e merece
ser apreciado pelo judiciário para em caso de o agente ter se comportado de forma
não permitida no processo, este deverá ser punido.
De acordo com Lima (2017, p. 588).
As provas são feitas para que fique demonstrada a verdade e realidade dos
fatos. As normas são de cunho processual, portanto, se são modificadas ou feitas
novas normas essas atingem diretamente e imediatamente os processos os
processos em curso.
Nos mostra, Távora e Alencar (2010, p. 346- 347) que:
Sendo a prova meio pelo qual se diz buscar a realidade dos fatos Pacelli
(2017, p. 174) nos trás que:
A prova judiciária tem um objetivo claramente definido: a reconstrução dos
fatos investigados no processo, buscando a maior coincidência possível
com a realidade histórica, isto é, com a verdade dos fatos, tal como
efetivamente ocorridos no espaço e no tempo. A tarefa, portanto, é das mais
difíceis, quando não impossível: a reconstrução da verdade (PACELLI,
2017, p. 174).
O juiz precisa de provas para que possa julgar de forma coerente e plausível
a lide, por este motivo, os meios de demonstrar os fatos são extremamente
importantes para que o magistrado tome conhecimento sobre os mesmos e tenha
embasamento para julgar o que lhe compete. As provas não podem ser produzidas,
ou se produzidas, não podem permanecer no processo caso violem leis ou
princípios constitucionais, podendo ser de cunho processual ou material.
Nucci, (2007, p. 351) entende que existem três sentidos para o termo prova,
são eles:
É preciso que se entenda que quando a parte tem o direito de ação, direito de
buscar o sistema judiciário, esta também deve ter o direito de provar o que alega,
tendo assim, à possibilidade influir/contribuir no convencimento do magistrado.
Lima nos trás que:
Portanto, diante do exposto acima, conclui-se que, as provas são uma das
fases mais importantes em um processo, tendo em vista que, é através delas que o
magistrado tomará conhecimento dos fatos e julgará com êxito a lide.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido
processo legal;
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
Partindo da analise acima feita pelo ilustre escritor, é um tanto desconexo que
o poder judiciário utilize de uma prova ilícita para provar um fato, este tem o dever
de proceder da forma correta e instigar que as partes façam o mesmo.
Grinover, Fernandes e Gomes Filho (2009, p. 122) explicam ainda que “a
prova é ilegal toda vez que sua obtenção caracterize violação de normas legais ou
de princípios gerais do ordenamento, de natureza processual ou material”.
Reis (2016, p. 321) aduz que:
Seja qual for à espécie de prova ilegal (ilícita em sentido estrito ou ilegítimo),
no entanto, sua utilização será sempre vedada, constituindo o
reconhecimento de sua ineficácia importante mecanismo para evitar abusos
e arbitrariedades pelos órgãos incumbidos da investigação.
Os meios pelos quais os provas são produzidas devem ser por meios lícitos
para que se evite que os órgãos investigativos não usem de seus poderes para
produzir provas.
Bonfim (2010, p. 343-344) assim dispõe sobre o tema:
Uma prova ilegal seja ela ilícita que é aquela obtida com violação a regras de
direito material ou normas constitucionais. As garantias da pessoa, elencadas na
Constituição da República, se forem violadas, irão gerar prova ilícita, conforme o art.
5º, LVI, Constituição de 1988; ilegítima que é aquela obtida com violação de regras
de ordem processual; ou ilícita por derivação que é aquela que é lícita se tida
isoladamente, mas que por se originar de uma prova ilícita, contamina-se também
de ilicitude; irregular que de acordo com Távora e Alencar (2017, p. 629) “as
chamadas provas irregulares, que seriam aquelas permitidas pela legislação
processual, mas na sua produção, as formalidades legais não são atendidas”, estas
por não cumprir o que a lei determina devem ser excluídas do processo pelo
magistrado.
Ainda em relação ao entendimento de Lima (2017, p. 621)
Nesse prisma, a prova será considerada ilegal sempre que a sua obtenção
se der por meio de violação de normas legais ou de princípios gerais do
ordenamento, de natureza material ou processual. Prova obtida por meios
ilegais deve funcionar como gênero, do qual são espécies as provas obtidas
por meios ilícitos e as provas obtidas por meios ilegítimos.
a) Provas ilícitas:
As provas ilícitas são aquelas que violam o direito material, tanto em relação
aos princípios constitucionais, quanto em relação aos preceitos legais. Capez (2016.
p. 372) em relação às provas ilícitas aduz que:
Para Távora e Alencar (2017, p. 628) “(a) As provas ilícitas são aquelas que
violam disposições de direito material ou princípios constitucionais penais”.
É sabido que quando violar o direito material a prova é considerada ilícita. No
entanto, não há um rol de provas que são consideradas ilícitas de início, é preciso
que tais provas sejam apreciadas no processo, e que o magistrado declare que
essas não podem permanecer no processo.
Lima (2016, p. 830) entende sobre prova ilícita que:
b) Provas Ilegítimas:
O tema por sua vez não é pacifico, havendo posição em sentido contrario,
ao fundamento de que a Constituição Federal, no seu art. 5º, inciso LVI, só
vedou a admissibilidade das provas ilícitas, não dispondo acerca das provas
ilícitas por derivação. Não haveria nexo necessário a contaminar as provas
derivadas de uma ilícita.
Pelo fato de a Constituição Federal ter citado apenas a provas ilícitas e não
as derivadas destas há entendimentos que a ilicitude das provas não passa de uma
para as outras apenas pelo fato destas decorrerem delas.
Neste mesmo contexto afirmam Távora e Alencar (2010, p.354) apud Rangel
(2003, p. 421) que é:
Do entendimento de que a prova obtida licitamente, através daquela colhida
com infringência á lei, é admissível no processo, pois onde a lei
(Constituição) não distingue, não cabe ao interprete distinguir. A
Constituição não tratou da prova derivada. (TÁVORA; ALENCAR. 2010, p.
354 apud RANGEL. 2013. P. 421).
Existindo provas ilícitas, as outras provas que dela derivam, mesmo que
estejam formalmente perfeitas, estarão sujadas no seu nascimento no momento em
que foi buscada a sua descoberta, havendo assim uma contaminação de todas as
provas.
Portanto, se é as provas obtidas por meios ilícitos não podem ser aceitas no
processo, é lógico ser admitido que as que derivam destas sejam também vedadas.
3 PRINCÍPIOS APLICADOS ÀS PROVAS NO PROCESSO PENAL
Os princípios podem ser gerais, que são aqueles que se aplicam a todo o
ordenamento jurídico, mas, também existem os princípios específicos, que são
aqueles que se aplicam a apenas um ramo do direito, como o in dubio pro reo ou
favor rei, que são aplicados apenas ao processo penal. Os princípios servem como
diretrizes para a elaboração de normas e como norteadores para os aplicadores da
lei.
A doutrina destaca alguns princípios que mais se destacam em relação às
provas no processo penal, como princípio da verdade real, princípio do favor rei ou
favor réu, princípio do contraditório, princípio da ampla defesa, princípio da
proporcionalidade ou razoabilidade, princípio da inadmissibilidade das provas
obtidas por meio ilícito, princípio do devido processo legal, princípio da Publicidade,
os quais serão mais bem detalhados a seguir.
.
3.1 Princípio da verdade real
Diante de uma dúvida no processo esta deve beneficiar o réu (in dubio pro
reo) em acordo ao princípio da presunção da inocência, uma vez que, não se
consegue provar que o réu é realmente culpado do fato ocorrido deve ser aplicado
tal princípio. Sempre que a acusação não traga ao processo provas suficientes ao
processo para obter a condenação o magistrado deve seguir a linha mais favorável
ao réu.
O favor rei é princípio de hermenêutica, inspirado no princípio da dignidade
da pessoa humana, um dos fundamentos de um Estado Democrático de
Direito. A liberdade do indivíduo é um valor constitucional que deve
transcender o direito de punir do Estado quando houver dúvida a respeito da
culpa do acusado (in dubio pro reo) ou sobre a incidência de duas ou mais
normas sobre um mesmo fato criminoso. O critério de interpretação a ser
adotado nestes casos é aquele que seja mais favorável ao réu. O princípio
também se revela nos casos em que a lei processual impõe a absolvição
por insuficiência de provas (CPP, art. 386, VII), que proíbe a reformatio in
pejus (CPP, art. 617) ou quando se admite apenas a revisão criminal em
favor do réu, além de outras regras. (LEMES et al, 2009, p. 29).
Portanto, estando o juiz diante de provas, mas ainda ficando na dúvida, este
deve aplicar o princípio do favor rei, mesmo correndo o risco de colocar um culpado
nas ruas, porém, é de acordo com o que diz Rangel (2011, p. 54) “melhor um
culpado nas ruas que um inocente na cadeia”.
O réu deve conhecer a acusação que lhe se lhe imputa para poder
contrariá-la, evitando, assim, possa ser condenado sem ser ouvido (audiatur
et altera pars). O art. 126 do Código de Processo Penal determina que:
“nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou
julgado sem defensor”. O seu parágrafo único, acrescentado pela Lei n.
10.792, de 1º de dezembro de 2003, por sua vez, prevê que “a defesa
técnica, quando realizada por defensor público ou dativo será sempre
exercida através de manifestação fundamentada”. Finalmente, dispõe o art.
263 (CPP) que “se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado defensor pelo
juiz, ressalvado o seu direito de, a todo tempo, nomear outro de sua
confiança, ou a si mesmo defender-se, caso tenha habilitação”.
Conforme nossa Magna Carta em seu artigo 5º LV, todos tem direito a ampla
defesa, em que próprio acusado tem o direito de se defender dos fatos a ele
imputados. Este princípio retrata a autodefesa do acusado, uma vez ele podendo se
manifestar e opor-se ao que esta sendo-lhe atribuído, trazendo a sua versão dos
fatos. De acordo com Lemes et al (2009, p. 27) “ assegura a constituição da
república aos litigantes, em processo judicial e administrativo, e aos acusados em
geral, o contraditório e a ampla defesa, com meios e recursos a eles inerentes (art.
5º LV).
Tem direito ainda a defesa técnica, sendo esta indispensável, momento em
que o acusado tem direito no processo penal a ser assistido por um advogado ou
defensor público. Não tendo defesa técnica no processo penal, o processo é
passível de anulação, de acordo com a súmula 523 do STF. Para Tavóra e Alencar:
Este princípio dita a regra de que cada caso deve ser analisado de forma
individual de acordo com a gravidade do delito, assim como deve-se aplicar uma
sansão proporcional.
Desde os tempos antigos que se é observado o princípio da
proporcionalidade como meio de aplicação das penas, a doutrina e jurisprudência
admitem o abrandamento da inadmissibilidade das provas ilícitas, uma vez que, em
certos casos, a total exclusão da prova obtida por meios ilícitos pode tornar um
inocente, culpado. A doutrina e a jurisprudência tem seguido a linha de que tal
admissibilidade só pode ser feita nos casos em que sejam para beneficiar o réu.
Lima ensina que:
Esse princípio vem mitigar a proibição absoluta das provas obtidas por
meios ilícitos. A fundamentação daqueles que defendem sua existência
reside na ideia de que a luta contra a criminalidade, sendo um bem jurídico
inegavelmente valioso, e a busca da verdade, justificam, em certas
ocasiões, que a utilização de uma prova ilícita seja admissível, desde que
haja notória preponderância entre o valor do bem jurídico tutelado em
relação àquele que a prova desrespeita.
Não são apenas as provas ilícitas originárias que devem ser rejeitadas no
processo, as provas que derivam dessas também não podem ser utilizadas de
acordo com a teoria dos frutos da árvore dos frutos envenenados.
Aduz Lemes et al (2009, p. 30)
“Devido processo legal” é expressão que deriva do inglês due processo off
law, constituindo, basicamente, a garantia de que o conteúdo da
jurisdicionalidade é a legalidade (nullus actum sine lege), ou seja, o rigor de
obediência ao previamente estabelecido na lei. De fato, a origem histórica
do princípio é inglesa (art 30 da Magna Carta, outorgada em 1215 por João
Sem Terra aos barões ingleses), muito embora a concepção moderna do
que venha a ser o devido processo legal se dava, em grande medida, a
construção jurisprudencial da Suprema Corte norte-americana .
O processo legal deve ser alguns tramites para que sejam garantidos os
direitos das partes, não devendo haver supressão ou desvirtuamento dos atos
indispensáveis.
Para que um cidadão seja punido processualmente deve ser feito
procedimentos regulares processuais para que tudo seja apreciado pelo magistrado.
As provas e as defesas das partes devem ser direito garantidas em um processo,
devendo ser respeitado o contraditório e a ampla defesa das partes em litígio.
Para Távora e Alencar (2017, p. 88)
Fundamento legal: arts. 5º, LX (“a lei só poderá restringir a publicidade dos
atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o
exigirem”), e 93, IX (“todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário
serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade,
podendo a lei, se o interesse público o exigir, limitar a presença em
determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a
estes”), da Constituição Federal e art. 792, na primeira parte, do Código de
Processo Penal (“as audiências, sessões e atos processuais serão, em
regra, públicos e se realizarão nas sedes dos juízos e tribunais...”).
Imaginemos que o réu tenha que praticar conduta típica, como a violação de
domicílio, prevista legalmente como crime (art. 150, CP), para produzir
prova fundamental em favor de sua inocência. Estaria suprimindo um bem
jurídico alheio (tutela domiciliar), para salvaguardar outro bem jurídico
(liberdade), em face de um perigo atual (a existência de persecução penal),
ao qual não deu causa, e cujo sacrifício não era razoável exigir.
Através dessa teoria é possível concluir que sempre que o agente tiver
exclusivamente a “forma ilícita” como única forma de comprovar a verdade real dos
fatos e a sua inocência, esta deve ser aceitada em consonância com a excludente
de ilicitude.
A doutrina admite que uma prova ilícita seja aceita no processo quando esta
sirva para beneficiar o acusado, de acordo com o princípio do favor rei. É
inadmissível que alguém seja condenado tendo uma prova que prove a sua
inocência, mesmo que esta não tenha sido obtida pelos meios permitidos em lei.
Bonfim (2010, p. 348) afirma que:
O bem mais precioso do ser humano sem dúvidas é a sua liberdade, esta é
protegida por princípios constitucionais, portanto, se não ficar provado que o
acusado é culpado, esta liberdade não pode ser mitigada.
Outrossim, a prova obtida com a violação de direitos fundamentais deve ser
aceita pelo órgão julgador através da aplicação do princípio da
proporcionalidade, desde que se destine a provar a inocência do acusado
(adequação), seja a única forma de que este dispõe (necessidade) e se
respeite a proporcionalidade do bem lesado com o bem a ser protegido
(proporcionalidade estrita). Qualquer que seja a excludente de
antijuridicidade (legítima defesa, estado de necessidade, etc.), fato é que,
na admissão de provas ilícitas pro reo, há a ponderação de interesses
própria da proporcionalidade. Ademais, o princípio da proporcionalidade
legitima a conduta violadora de direito substantivo, de maneira que a prova
obtida não é ilícita, apesar de formalmente violar uma norma jurídica
(ÁVILA, 2007, p. 205).
Portanto, sempre que o único meio de prova que o acusado tenha para provar
que é inocente seja um meio ilícito este deve ser aceito no processo. Já diria Lima
(2017, p. 642) “a rigor, doutrina e jurisprudência tem admitido a possibilidade de
utilização de prova ilícita no processo quando ela for produzida em benefício do
acusado”.
Portanto, sabe-se que a utilização da prova ilícita pro societate permite que a
sociedade seja beneficiada pelas provas que não podem ser produzidas de outra
forma a não ser de forma ilícita, ocorre que, como já mencionado acima, caso essas
provas sejam admitidas essas vão contra a Constituição Federal, que traz a luz do
direito que as provas obtidas por meios ilícitos não devem ser acolhidas no
processo, caso sejam aceitas, autores defendem que o direito as provas
prevaleceria sobre as liberdades públicas de forma indiscriminada.
Seguindo a linha de que existem casos em que as provas ilícitas podem ser
admitidas no processo penal, existe uma medida do Ministério Publico Federal que
visa acrescentar algumas formas de excludentes de ilicitude ao ordenamento jurídico
brasileiro, vejamos a seguir: