Vigilancia 016

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DIVISÃO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

PROGRAMA DE IMUNIZAÇÃO

MANUAL DE IMUNIZAÇÃO

2019
1
Elaboração:
Maria de Lourdes Vilela de Faria
Sueli Canhoto Gera

Atualizações:
Edimeire Cristina da Silva Souza
Elisabete Paganini
Márcia Ferreira Frederico
Maria Elvira Santos de Lucca
Marisa Gonçalves Salvador Silva
Silvia Regina Assumpção
Sueli Canhoto Gera

Atualização Versão 2019:


Andreia Arantes Guedes de Campos
Andreia Guimarães Andrade Vaz
Angela Maria Aparecida Serafim
Camila Balsero Sales
Daniela Cynthia Viviana Tobar Ribeiro
Danielle Cristina Dacanal Gentil
Erika parecida Catoia
Fabiana Carla Pontim Catani
Juliana Queiroz Rocha de Paiva
Larissa Gerin
Luzia Márcia Romanholi Passos
Maria Luiza Freire Lopes
Mayra Fernanda de Oliveira
Paula Marília Afonso Torres
Selma Inês Castaldelli Junqueira
Valéria Cristina Brocheto Marini

2
Referências Bibliográficas:

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.


Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de Normas
e Procedimentos para Vacinação. Brasília, 2014.

BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.


Departamento de Vigilância Epidemiológica. Manual de Rede de Frio - 4ª
edição. Brasília, 2013.

BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.


Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual do Centro
de Referência de Imunobiológicos Especiais. Brasília, 2014.

BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.


Departamento de Vigilância Epidemiológica. Manual de Vigilância
Epidemiológica de Eventos Adversos Pós-Vacinação. Brasília, 2014.

BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.


Departamento de Vigilância Epidemiológica. Normas técnicas de profilaxia
da raiva humana. Brasília, 2011.

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO.


Administração de medicamentos por via intramuscular. Fev, 2010.

SÃO PAULO. Secretaria de Estado da Saúde. Comissão Permanente de


Assessoramento em Imunizações. Centro de Vigilância Epidemiológica – “Prof.
Alexandre Vranjac”. Norma do Programa de Imunização. São Paulo, 2016.

SÃO PAULO. Secretaria de Estado da Saúde. Coordenadoria do


Controle de Doenças. Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre
Vranjac”. Coordenadoria de Recursos Humanos. Centro de Formação de
Recursos Humanos para o SUS/SP “Dr. Antonio Guilherme de Souza – SES.
Capacitação em Sala de Vacina. São Paulo: CVE, 2011.

3
SÃO PAULO. Secretaria de Estado da Saúde. Coordenadoria do
Controle de Doenças. Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre
Vranjac”. Divisão de Imunização. Cartilha de Orientações para uso e registro
de Imunobiológicos em Serviços de Saúde. São Paulo: CVE, 2013.

SÃO PAULO. Secretaria de Estado da Saúde. Coordenadoria do


Controle de Doenças. Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre
Vranjac”. Divisão de Imunização. Informe Técnico Vacina Sarampo,
Caxumba, Rubéola e Varicela – TETRAVIRAL. São Paulo: CVE, 2013.

4
SUMÁRIO
CONCEITOS BÁSICOS DE IMUNOLOGIA ....................................................... 6

CONCEITOS BÁSICOS EM IMUNIZAÇÃO ....................................................... 9

TIPOS DE VACINAS ....................................................................................... 12

COMPONENTES DAS VACINAS .................................................................... 14

LÍQUIDO DE SUSPENSÃO – ...................................................................... 14

CONSERVANTES E ANTIBIÓTICOS – ....................................................... 14

ESTABILIZANTES – .................................................................................... 14

ADJUVANTES – .......................................................................................... 14

CONTROLE DE QUALIDADE – ................................................................... 15

CONSERVAÇÃO – ...................................................................................... 15

CONSIDERAÇÕES GERAIS ........................................................................... 16

PESSOA A SER IMUNIZADA: ..................................................................... 16

CONTRAINDICAÇÕES GERAIS: ................................................................ 16

OBSERVAÇÃO: ........................................................................................... 17

CONTRAINDICAÇÕES TEMPORÁRIAS: .................................................... 17

SITUAÇÕES EM QUE SE RECOMENDA O ADIAMENTO DA VACINAÇÃO:


............................................................................................................................... 17

FALSAS CONTRAINDICAÇÕES À VACINAÇÃO: ....................................... 19

USO DE MEDICAMENTOS PARA CONTROLE DA FEBRE ....................... 20

ATITUDES NEGATIVAS DOS PROFISSIONAIS / UNIDADES DE SAÚDE


(em relação à vacinação): ....................................................................................... 21

ASSOCIAÇÃO DE VACINAS: ...................................................................... 21

SITUAÇÕES ESPECIAIS:............................................................................ 22

EVENTOS ADVERSOS PÓS-IMUNIZAÇÃO: .............................................. 23

SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE EVENTOS ADVERSOS PÓS-VACINAÇÃO


(SI-EAPV): .............................................................................................................. 24

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS ........................................ 25

CUIDADOS NA PREPARAÇÃO, APLICAÇÃO E ORIENTAÇÃO..................... 26

5
CONCEITOS BÁSICOS DE IMUNOLOGIA

A doença infecciosa resulta do encontro e da interação entre um


microrganismo e um hospedeiro, no nosso caso o homem.
Os mecanismos de proteção anti-infecciosa podem ser inatos
(inespecíficos) ou adquiridos (específicos).
A imunidade natural ou inespecífica envolve vários sistemas de
proteção e não é dirigida a determinado microrganismo ou agente agressor. O
organismo humano, através de vários mecanismos, como o fluxo constante de
líquidos, movimentos peristálticos, renovação celular, presença de substâncias
microbicidas, flora nasal/gastrointestinal, lágrima, saliva, fatores séricos
(interferon, complemento, fagocitose), reação inflamatória, entre outros, está
constantemente dificultando a penetração, implantação e/ou a multiplicação,
eliminando agentes infecciosos de sua superfície cutaneomucosa.

A imunidade específica é exercida através da produção de anticorpos


ou imunoglobulinas, chamada de imunidade humoral ou de células dotadas
de receptores que reconhecem determinadas estruturas dos antígenos,
chamada de imunidade celular. Tem como característica primordial a
formação de memória imunológica que é o reconhecimento pelo sistema imune
do agente infeccioso após o 1º contato e desenvolvimento das defesas
específicas. No reconhecimento, anticorpos são enviados para a destruição
daquele microrganismo específico.
As imunoglobulinas são proteínas produzidas pelos linfócitos B
produzidas e amadurecidas na medula óssea.
As células responsáveis pela imunidade celular específica são os
linfócitos T (tipo de glóbulo branco), produzidos na medula óssea e
amadurecidos no timo. Entre os linfócitos T destacamos os CD8+ e CD4+. Os
linfócitos T CD4+ têm papel de estímulo geral à imunidade humoral e celular, e
são também responsáveis pela maior especificidade da resposta imune e
memória imunológica. Os linfócitos TCD8+ apresentam função citotóxica.

6
Humoral: Células B
Produzidas e amadurecidas Produção de Anticorpos=
na medula óssea Imunoglobulina

IMUNIDADE
Específica
Celular: Células T Programadas p/ combater
produzidas na medula óssea Agressores específicos
Amadurecidas no Timo

A imunidade específica pode ser adquirida por via natural ou artificial.


A via natural acontece através do contato direto com o agente agressor, a
artificial através do contato com vacinas e imunoglobulinas (anticorpos)
prontos.

IMUNIDADE ESPECÍFICA ATIVAMENTE ADQUIRIDA PASSIVAMENTE ADQUIRIDA


Anticorpos - memória Anticorpo pronto - Imunoglobulina
imunológica

Natural - Infecção clínica - Congênita


- Infecções inaparentes - Colostro
- Leite materno

- Imunoglobulina
Artificial Vacinas (homóloga ou heterológa)
- Anticorpos Monoclonais

Para completar todo o processo descrito anteriormente é necessário um


tempo de maturação para que a memória se instale adequadamente. Essa é a
razão para os intervalos entre os estímulos iniciais (primeiras doses de vacina)
e entre estas e os reforços. Um intervalo muito curto entre as doses pode
diminuir a resposta imune e a memória imunológica.
Por outro lado, se os antígenos estimulam adequadamente a memória,
como ocorre com a quase totalidade das vacinas, não há necessidade de
recomeçar o esquema vacinal, se o intervalo entre as doses for maior do que o
recomendado. Mas deve-se procurar não atrasar o esquema vacinal, para não
retardar a proteção completa induzida pelas vacinas.
Além disso, com o decorrer do tempo, mesmo que o antígeno seja
potente e estimulador da imunidade, o título (a quantidade) de anticorpos pode
cair, chegando às vezes a níveis não detectáveis pelos métodos habituais de

7
laboratório. Frente a um novo estímulo pelo mesmo microrganismo, seja por
exposição ao agente infeccioso ou por nova dose de vacina, há efeito de
reforço, com elevação rápida de anticorpos.

8
CONCEITOS BÁSICOS EM IMUNIZAÇÃO

O objetivo da imunização é promover o maior grau de proteção contra


determinada doença, com menor taxa de eventos adversos. As vacinações
visam proteger contra microrganismos específicos, considerados relevantes em
saúde pública.
A imunização pode ser ativa ou passiva.
Imunização ativa: é a que se consegue através das vacinas.
Imunização passiva: é a que se consegue através da administração de
anticorpos prontos.
A imunização passiva pode ser:
Heteróloga: conferida por anticorpos obtidos do plasma de animais
previamente vacinados, geralmente equinos (Soro Heterólogo).
Homóloga: Imunoglobulina: conferida por anticorpos obtidos do plasma
de seres humanos, extraída de voluntários, sendo muito menos reatogênica do
que o soro heterológo.
A Imunoglobulina humana específica é direcionada especialmente para
a proteção contra determinados microrganismos ou toxinas, tais como tétano,
hepatite B, raiva, varicela, etc. É obtida de doadores humanos selecionados,
que apresentam alto título (grande quantidade) sérico (no sangue) de
anticorpos contra a doença específica, são geralmente pessoas recentemente
vacinadas contra a respectiva doença contra a qual se deseja proteger.
Após a aplicação das imunoglobulinas e soro heterológo, a concentração
de anticorpos fica reduzida à metade (meia vida) em 21 a 28 dias, sendo a
duração da proteção variável.
O indivíduo que recebe soro heterólogo pode produzir anticorpos contra
essas proteínas estranhas, determinando risco elevado de reações alérgicas
(anafilaxia) ou de hipersensibilidade, com depósito de complexos imunes
(doença do soro). As imunoglobulinas humanas só raramente provocam
reações de hipersensibilidade.
As vacinas, em princípio, são muito superiores às imunoglobulinas,
mesmo as específicas. A vantagem principal da imunoglobulina e do soro
heterológo é a rapidez de proteção por elas conferida.

9
Muitas vezes a indicação de imunização passiva acontece por falha no
cumprimento do calendário vacinal de rotina, como, por exemplo, após
ferimentos (tétano) ou acidentes por instrumentos perfuro cortantes em
hospitais e clínicas (hepatite B).
A imunização passiva pode prejudicar a eficácia da imunização ativa
(vacina), às vezes durante muitos meses. Entretanto, em certas situações de
alto risco, indica-se a imunização ativa e passiva simultaneamente, como na
profilaxia antirrábica em uso de imunoglobulina.

Comparação entre vacinas e imunoglobulinas (homóloga e heterológa):

PROPRIEDADE VACINA IMUNOGLOBULINA


Duração da proteção
Longa Transitória
Proteção após aplicação
Geralmente após duas
Imediata
semanas
Eliminação de portadores
sãos Possível Impossível

Erradicação de doenças
Possível Impossível

Intervalos entre a administração de imunoglobulinas/sangue e seus


derivados e as vacinas vivas atenuadas
As vacinas virais vivas Febre Amarela, Varicela, Caxumba e
Rubéola não devem ser administradas nas duas semanas que antecedem ou
até três meses após o uso de imunoglobulina homóloga ou de sangue e
derivados, devido à possibilidade de que os anticorpos presentes nesses
produtos neutralizem o vírus vacinal.
Para vacinas que contenham o componente Sarampo, a
interferência com a resposta pode ser mais prolongada, portanto devem ser
seguidos o intervalos descritos no quadro a seguir.

10
Fonte: Retirado da Norma Técnica do Programa de Imunizaçao – São Paulo (2016). American Academy of Pediatrics. Red Book:
2015 Report of the Committee on Infeccious Diseases. 30 ed. Elk Grove Village, IL:American Academy of Pediatrics, 2015, p 39
EV - endovenoso; IgH - imunoglobulina humana; IGHAT, Ig anti-tetânica; IM intramuscular; IGHHB, Ig antihepatite B; IGHAR, Ig
antirábica; IGHVZ, Ig anti-varicela-zóster; PTI, púrpura trombocitopênica imune; VSR- vírus sincicial respiratório.
* Estes intervalos devem prover um tempo suficiente para a diminuição dos anticorpos passivos em todas as pessoas e permitir
uma resposta adequada à vacina contra o sarampo. Os médicos não devem assumir que as pessoas estão totalmente protegidas
contra o sarampo durante estes intervalos. Doses adicionais de Ig ou de vacina contra o sarampo podem ser indicadas após
exposição ao sarampo
** anticorpos monoclonais como o palivizumabe não interferem com a resposta imune às vacinas.

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TIPOS DE VACINAS

As vacinas podem ser vivas ou não vivas:

As vacinas vivas são constituídas de micro-organismos atenuados,


obtidas da seleção de microrganismos selvagens, atenuados através de
passagens em meios de cultura especiais. Como provocam infecção similar à
natural, promovem proteção mais completa e duradoura, na maioria das vezes
com menor nº de doses, ativando respostas imunes muito mais complexas e
potentes. Sua desvantagem é o risco de provocar doença em pacientes
imunocomprometidos graves, aos quais devem ser indicadas vacinas não
vivas. São vacinas virais vivas: pólio oral, rotavírus, varicela, tríplice viral,
tetraviral, febre amarela, dupla viral.
As vacinas não vivas são obtidas de diversos modos. A
imunidade é de longa duração, mas é necessário, em alguns casos, reforço em
alguma época da vida, para manutenção da imunidade. Entretanto muitas das
vacinas não vivas são potentes e conferem proteção de longa duração.
1. Vacinas compostas por microrganismos inteiros inativados por
meios físicos ou químicos, geralmente o formaldeído, dessa forma
elas perdem a capacidade infecciosa, mas mantêm suas
propriedades protetoras. Ex: vacina contra a coqueluche e vacina
inativada contra a poliomielite.

2. Vacinas compostas pelos produtos tóxicos dos microrganismos,


também inativados. Ex: vacina contra tétano, difteria.

3. Vacinas de subunidades ou fragmentos de microrganismos.

4. Vacinas obtidas através da identificação dos componentes dos


microrganismos responsáveis tanto pela agressão infecciosa
quanto pela proteção. Os componentes tóxicos serão inativados, o
exemplo é a vacina acelular contra a coqueluche.

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5. Vacinas obtidas por engenharia genética, um gene do
microrganismo que codifica uma proteína importante para a
imunidade é inserido no genoma de um vetor vivo que, ao se
multiplicar, produzirá grandes quantidades do antígeno protetor.
Ex: vacina contra hepatite B.

6. Vacinas constituídas por polissacarídeos (açúcares) extraídos da


cápsula de microrganismos invasivos como o pneumococo e
meningococo. Por não estimularem a imunidade celular, não
protegem crianças com menos de 2 anos de idade e a sua
proteção é curta (poucos anos). Induzem pouca ou nenhuma
memória imunológica, isso é, a imunidade em geral não aumenta
com a repetição das doses. É o caso das vacinas polissacarídicas
não conjugadas contra o pneumococo (vacina pneumo 23 valente).

7. Vacinas conjugadas são aquelas em que um produto


imunologicamente fraco como o polissacarídeo (açúcar) é unido a
um outro produto imunologicamente mais potente, como uma
proteína, conseguindo-se assim que o 1º produto adquira
características de potência imunológica que antes não possuía
(vacinas pneumo 10 valente, meningo C, vacina Hib).

As proteínas usadas para a conjugação (toxoide tetânico, toxina


diftérica avirulenta, proteína da membrana externa do meningococo) estão
presentes em mínimas concentrações e não conferem proteção às respectivas
doenças. Cria-se assim um complexo antigênico capaz de provocar respostas
imunológicas mais adequadas e duradouras.

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COMPONENTES DAS VACINAS

LÍQUIDO DE SUSPENSÃO –
É constituído geralmente por água destilada ou solução salina fisiológica.
Deve ser conservado na mesma temperatura em que as vacinas são
acondicionadas.

CONSERVANTES E ANTIBIÓTICOS –
Representados por pequenas quantidades de substâncias necessárias
para evitar o crescimento de contaminantes (bactérias, fungos), como
mercuriais (timerosal) e antibióticos (neomicina). São mais utilizados em
frascos de multidoses.

ESTABILIZANTES –
São substâncias que auxiliam a proteção das vacinas de condições
adversas, como congelamento, calor, alterações do pH. Também são utilizados
para formar volume, quando a vacina contém quantidades mínimas de
imunógenos como, por exemplo, a vacina contra o Haemophilus influenzae tipo
b, que contém apenas 10 mcg do antígeno PRP. Os estabilizantes mais
utilizados são açúcares (sacarose e lactose), proteínas derivadas de animais
(gelatina porcina ou bovina) ou de humanos (soroalbumina humana), tampões
(fosfato) e sais (NaCl). As proteínas de alto peso molecular, como gelatina
parcialmente hidrolisada, apresentam maior risco de desencadear reações de
hipersensibilidade.

ADJUVANTES –
São substâncias que aumentam a resposta imune de vacinas que
contêm micro-organismos inativados ou seus componentes (como, por
exemplo, os toxóides tetânico e diftérico). Não são utilizados em vacinas que
contêm micro-organismos vivos. Os sais de alumínio são os adjuvantes mais
utilizados e podem ser utilizados de forma isolada (hidróxido de alumínio,

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fosfato de alumínio, sulfato potássico de alumínio) ou mista. Os adjuvantes
podem causar eventos adversos locais, como formação de granuloma.
Manifestações alérgicas podem ocorrer se a pessoa vacinada for
sensível a um ou mais dos componentes das vacinas.

CONTROLE DE QUALIDADE –
Realizado pelo laboratório produtor, deve obedecer a critérios
padronizados estabelecidos pela OMS. Os lotes vacinais, após aprovação nos
4 testes de controle do laboratório produtor, são submetidos a análise pelo
Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde - INCQS, do Ministério
da Saúde. Depois, a vacina é liberada para uso, garantindo a segurança, a
potência adequada e a estabilidade do produto final.

CONSERVAÇÃO –
Os imunobiológicos devem ser mantidos em temperatura adequada.
Devem ser conservados fora do congelador, em temperaturas entre +2º e +8º.
É IMPORTANTE que nas Unidades de Saúde as câmaras de vacina sejam
mantidas com temperaturas de +5º C.

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CONSIDERAÇÕES GERAIS

PESSOA A SER IMUNIZADA:

O programa de imunização visa, em primeira instância, a ampla


extensão da cobertura vacinal, para alcançar adequado grau de proteção
imunitária da população contra doenças transmissíveis por ele abrangidas.

CONTRAINDICAÇÕES GERAIS:

Para as pessoas que apresentaram reação de caráter anafilático em


dose prévia de qualquer vacina ou de seus componentes, a vacina não poderá
mais ser aplicada.

As vacinas de bactéria atenuada ou vírus vivo atenuado como:


1. vacina de bactéria viva atenuada: BCG.
2. vacinas de vírus vivos atenuados:
 Tríplice Viral = SCR (sarampo, caxumba e rubéola)
 Febre Amarela = FA
 Varicela
 Dupla Viral (sarampo e rubéola)
 Poliomielite = Sabin (VOP)
 Rotavírus
 Tetraviral

Estas vacinas não devem ser administradas para pessoas com:


• Imunodeficiência congênita ou adquirida (como a AIDS);
• Acometidas de neoplasia maligna;
• Submetidas a transplantes de medula ou outros órgãos (somente após
liberação médica);
• Em terapêutica imunossupressora como quimioterapia ou radioterapia.

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OBSERVAÇÃO:

Como existem diversos tipos e graus de comprometimento da resposta


imunológica há recomendações específicas para cada uma dessas condições.
Recomendamos consultar o Manual dos Centros de Referência para
Imunobiológicos Especiais, Guia de Tratamento Clínico da Infecção pelo HIV
em Pediatria e Recomendações para terapia antirretroviral em adultos e
adolescentes infectados pelo HIV, disponível em www.saude.gov.br/svs.

CONTRAINDICAÇÕES TEMPORÁRIAS:

• Durante a vigência de tratamento com corticosteroides: em dose alta


(equivalente a prednisona na dose de 2mg/kg/dia ou mais para crianças,
ou de 20mg/dia ou mais para adultos, por mais de duas semanas) ou
submetidas a outras terapêuticas imunodepressoras (quimioterapia,
radioterapia, etc.);
• Grávidas (ver calendário da vacinação da gestante) salvo situações de
alto risco de exposição a algumas doenças como febre amarela. As
vacinas Tríplice Viral e Varicela não devem ser aplicadas em nenhum
momento da gestação.

SITUAÇÕES EM QUE SE RECOMENDA O ADIAMENTO DA


VACINAÇÃO:

Até três meses após o tratamento com imunodepressores ou com


corticosteroides em dose alta. Esta recomendação é válida inclusive para
vacinas de componentes mortos ou inativados, pela possível inadequação da
resposta.

Observação: Em algumas situações podemos utilizar somente as


vacinas inativadas, de acordo com a situação clínica do paciente e da
avaliação da importância da administração da vacina naquele momento.
Lembrar que nestas situações o paciente deverá ser revacinado.

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Data final em que o paciente recebeu o medicamento:
(Corticoide dose alta= adultos 20 mg/dia;
crianças 2 mg/dia/kg=prednisona por mais 2 semanas)

Recomendação: Receber vacina (qualquer uma) após 90 dias


O uso de corticoides por via inalatória ou tópicos ou em esquemas de
altas doses em curta duração (menor do que 14 dias) não constitui
contraindicação de vacinação.
• Administração de imunoglobulina (lembrar Imunoglobulina contra o
tétano/tetanogama®) devido à possibilidade de que os anticorpos
presentes nesse produto neutralizem o vírus vacinal. As vacinas não
devem ser administradas nas duas semanas que antecedem a data de
aplicação da imunoglobulina (verificar os intervalos de acordo com a
imunoglobulina utilizada).
• Sangue e derivados, devido à possibilidade de que os anticorpos
presentes nesses produtos neutralizem o vírus vacinal (vacinas virais vivas
injetáveis). As vacinas não devem ser administradas nas duas semanas que
antecedem a data do recebimento do sangue e derivados e em relação ao
uso posterior verificar o intervalo de acordo com o produto recebido.
Data em que o paciente recebeu a imunoglobulina/ sangue/ derivados

Receber a vacina: 15 dias antes ou 3 a 10 meses após

Data da vacina viral viva atenuada injetável

Receber sangue/derivados/imunoblogulinas: 15 dias após

18
• Durante a evolução de doenças agudas febris graves, para que seus
sinais e sintomas não sejam atribuídos/confundidos com efeitos adversos das
vacinas.

Intervalos entre as vacinas quando não administradas no mesmo dia

TIPO DE ANTÍGENO INTERVALO ENTRE AS DOSES

Nenhum.
Não vivo - não vivo Podem ser administradas com qualquer intervalo
Vírus vivo atenuado – Nenhum.
Não vivo Podem ser administradas com qualquer intervalo
SCR ou Tetraviral e Febre Amarela*
30 dias SCR e Varicela/tetraviral
(4 semanas) Febre Amarela e Varicela/tetraviral
SCR e a 2ª dose de SCR
Vírus vivo atenuado – Varicela e sua 2ª dose (indicações
Vírus vivo atenuado 30 dias especiais verificar orientação
específica)
30 dias Varicela e Tetraviral/Varicela
Nenhum VOP e demais vacinas
intervalo

*Não administrar no mesmo dia em crianças primovacinadas menores de


2 anos de idade

Na ocorrência de púrpura trombocitopênica associada temporalmente à


administração de vacinas, o caso será analisado individualmente junto à
Vigilância Epidemiológica e ao CVE quanto à indicação de doses
subsequentes.

FALSAS CONTRAINDICAÇÕES À VACINAÇÃO:

• Afecções comuns, como doenças infecciosas ou alérgicas do trato


respiratório superior com tosse e/ou coriza; diarreia leve; doenças da
pele (lesões impetiginosas esparsas; escabiose).
• História e/ou diagnóstico clínico pregresso de tuberculose, coqueluche,
difteria, tétano, poliomielite, sarampo, caxumba, rubéola e febre amarela,
no que diz respeito à aplicação das respectivas vacinas.

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• Desnutrição.
• Uso de antibiótico, profilático ou terapêutico e antiviral.
• Vacinação contra a raiva.
• Doença neurológica estável (exemplo: convulsão controlada) ou
pregressa, com sequela presente.
• Antecedente familiar de convulsão.
• Tratamento sistêmico com corticosteroides nas seguintes situações:
- curta duração (inferior a duas semanas), independente da dose;
- doses baixas ou moderadas, independente do tempo;
- tratamento prolongado, em dias alternados, com corticosteroides
de ação curta;
- doses de manutenção fisiológica.
• Alergia, exceto as de caráter anafilático, relacionada com os
componentes das vacinas.
• Prematuridade ou baixo peso ao nascimento. Nestes casos não se deve
adiar o início da vacinação (exceto BCG – não aplicar esta vacina em
crianças com peso inferior a 2 kg).
• Internação hospitalar, desde que não haja contraindicação formal.
• Amamentação e Puerpério: atenção para a vacina Febre Amarela que
só poderá ser aplicada na puérpera quando o bebê estiver com 6 meses
de idade ou mais.

USO DE MEDICAMENTOS PARA CONTROLE DA FEBRE


• Paracetamol profilático reduz significativamente a febre e reações locais,
mas reduziu significativamente a resposta vacinal da vacina
pneumocócia 7 valente, mas os níveis de anticorpos ainda continuaram
protetores.
• Recomenda-se que o paracetamol não seja oferecido de modo
profilático antes da vacinação.
• A sua recomendação está mantida para as crianças com história pessoal
ou familiar de convulsão febril, além de outros medicamentos com
atuação similar.

20
ATITUDES NEGATIVAS DOS PROFISSIONAIS / UNIDADES
DE SAÚDE (em relação à vacinação):

• Receio em abrir uma vacina em enfrascagem multidose para vacinar


apenas um cliente. É muito mais oneroso a pessoa adoecer do que a
perda das doses restantes no frasco. Assim como concentrar a
administração de um determinado imunobiológico em um único dia.
• Não verificar a situação vacinal das pessoas que procuram pelo serviço
de saúde diariamente.
• Deixar de avaliar a situação vacinal da clientela, realizada pelos médicos
de qualquer especialidade, incluindo pediatras.
• Não realizar a vacinação em ambiente hospitalar, a administração de
vacinas neste momento propiciará a proteção individual do vacinado e
prevenirá a ocorrência de surtos nas enfermarias.
• Horário de Funcionamento: O funcionamento da sala de vacina deve
acontecer durante todo o período de atendimento do serviço de saúde.
A ampliação do atendimento para o período vespertino e aos sábados
são alternativas que facilitam o acesso e poderão aumentar a demanda,
providência muito adequada para grandes centros urbanos.

ASSOCIAÇÃO DE VACINAS:

A associação de vacinas pode ser:


• Vacinação combinada: quando dois ou mais agentes são administrados
em uma mesma preparação (exemplo: vacina DTP contra a difteria, o
tétano, e a coqueluche; e trivalente contra a poliomielite).
• Vacinação simultânea: quando várias vacinas são administradas em
diferentes locais ou por diferentes vias. Assim, em um mesmo atendimento
podem ser aplicadas simultaneamente as vacinas DTP (intramuscular),
contra a poliomielite (oral), BCG (intradérmica), contra a hepatite B
(intramuscular), contra a febre amarela e contra o sarampo, a rubéola e a
caxumba (subcutâneas).
- A aplicação simultânea em locais diferentes de vacina IM
e SC no mesmo membro é procedimento correto, não
21
interferindo na absorção, nem na resposta imunológica
de nenhuma das vacinas aplicadas.
- A vacina dupla adulto (dT) deverá ser aplicada
isoladamente, preferencialmente no membro superior
esquerdo, pela possibilidade de maior intensidade de
reação local.

• As associações possíveis não aumentam a ocorrência de evento


adverso e nem comprometem o poder imunogênico que cada agente
possui quando administrado individualmente.

SITUAÇÕES ESPECIAIS:
Surtos ou epidemias:
Na vigência de surto ou epidemia de doenças abrangidas pelo Programa
podem ser desencadeadas medidas de controle, tais como vacinação em
massa da população alvo (exemplo: Estado, Município, Creches, etc) e que
não precisam estar implícitas na Norma de Vacinação (exemplos: extensão da
faixa etária, doses de reforço e outras).

Campanha e/ou intensificação de vacinação:


São estratégicas que visam o controle de doenças de maneira intensiva
ou a extensão da cobertura vacinal para complementação do serviço de rotina.
Na campanha e na intensificação, as orientações para execução de vacinação
são adequadas à estratégia em questão e também não necessitam estar
prescritas na Norma de Vacinação.

Vacinação do escolar/estudante:
A frequência à escola permite a atualização do esquema vacinal de
crianças, adolescentes e adultos. O momento do ingresso representa uma
oportunidade estratégica para essa atualização.

Infecção pelo vírus HIV e doentes de AIDS:


Atenção especial deve ser dada às vacinas com micro-organismos vivos:

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• Nas crianças infectadas, nascidas de mães HIV positivas/doentes de
AIDS, a vacina Pólio Injetável (vacina de vírus inativados contra a
poliomielite) é a primeira indicação.
• Crianças infectadas, reconhecidas por meio de provas sorológicas
positivas, ou doentes com AIDS têm contraindicação para a vacina BCG.
• A vacina oral contra rotavírus pode ser administrada em crianças
expostas a transmissão vertical do HIV e as infectadas assintomáticas,
respeitando-se a faixa etária recomendada para a primeira e segunda
doses.
• A vacina SCR (tríplice viral) não deve ser administrada em crianças com
sintomatologia grave ou imunodepressão grave; caso já tenham
recebido duas doses, não há necessidade de dose adicional.

EVENTOS ADVERSOS PÓS-IMUNIZAÇÃO:


• A incidência desses eventos varia conforme características do produto,
da pessoa a ser vacinada e do modo de administração.
• A incidência e a magnitude dos eventos são sempre mais raras e
menores do que o impacto da própria doença e devem ser conhecidos,
para que os pacientes sejam orientados adequadamente. Podemos
didaticamente dividir os eventos adversos comuns a qualquer vacina em
locais e sistêmicos:
Locais: Relacionam-se com as vacinas injetáveis e os mais
comuns são: dor local, vermelhidão e edema. Raramente abscessos e
lesão de nervo.
Sistêmicos: Febre, mal-estar, irritabilidade, cefaleia, vômitos e
sonolência.
• Algumas manifestações são esperadas, geralmente benignas,
correspondem a distúrbios passageiros e leve desconforto, com
evolução autolimitada (exemplo: febre). Raramente podem ocorrer
formas mais graves, levando a comprometimento, temporário ou
permanente, de função local, neurológica ou sistêmica, capaz de motivar
sequelas e até mesmo óbito. Convém referir que nem sempre os
mecanismos fisiopatológicos de tais acontecimentos são conhecidos.

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• Havendo associação temporal entre a aplicação da vacina e a
ocorrência de determinadas manifestações, considera-se possível a
existência de vínculo causal entre esses dois fatos. Cabe lembrar, no
entanto, que esta associação pode ser apenas coincidência.

Orientações detalhadas encontram-se no Manual de Vigilância


Epidemiológica de Eventos Adversos Pós-vacinação, publicado pelo Ministério
da Saúde, 2014.

SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE EVENTOS ADVERSOS


PÓS-VACINAÇÃO (SI-EAPV):
- Os eventos adversos pós-vacinais, locais ou sistêmicos, devem ser
notificados por meio de ficha específica à vigilância epidemiológica distrital
correspondente (Vide ficha em:
http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/ssaude/principal/sinan/eventos_imuniz
acao.pdf
- A sala de vacina que o paciente procurou deve realizar o
preenchimento adequado (todos os campos) da Ficha de Notificação de
Eventos Adversos Pós Imunização.
Informações importantes a serem anotadas na ficha são:
• a descrição detalhada dos sinais e/ou sintomas, atendimento médico,
hospitalização com resultado de exames se houver.
• quanto tempo ocorreram após o data da aplicação da vacina,
• por quanto tempo duraram.
Casos graves além do preenchimento da Notificação, informar com
urgência por telefone a Vigilância Epidemiológica Distrital. Seguir o fluxo do
POP de Eventos Adversos do município de Ribeirão Preto.

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VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

Agulhas:
- 25 x 7 ou 30 x 7 para Intramuscular - IM - deltoide, ângulo de 90º, em
algumas situações pode ser utilizada na aplicação no vasto lateral da coxa
em ângulo de 60º, quando criança apresenta camada de gordura grande
sobre o músculo (PENTA, DTP, Dupla Adulto, Hepatite B, Influenza, Hib,
Pneumo 23 valente, Meningo C Conjugada, Antirrábica, VIP (Pólio injetável),
Pneumo 10 Valente , Hepatite A, HPV).
- 20 x 5,5: poderá ser utilizada para idosos com pouca massa muscular e em
crianças menores de 2 anos de idade, no vasto lateral da coxa utilizando
ângulo de 60º - IM - sentido podálico ou 90º (PENTA, Pneumo 10 valente,
Meningo Conjugada C, Hepatite B, Antirrábica, Hib, VIP (pólio injetável),
Influenza).
Em algumas situações ela é a preferencial para idosos, devido a
espessura da musculatura.
- 13 x 3,8 ou 8 x 3,8 para Subcutâneo – SC = ângulo de 90º (Febre
amarela, SCR, varicela, tetra viral).
- 13 x 3,8 para Intradérmica – ID = BCG, Antirrábica (também pode ser
utilizada pela via intradérmica, em dose de 0,1 ml ou 0,05 ml).
Seringa Tuberculina (1 ml) para vacina BCG.
Seringa de 3 ml para todas as vacinas.
Seringa de 5 ml para diluição ou poderá ser a escolha para aplicação da
vacina Hepatite B em dose dupla.

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CUIDADOS NA PREPARAÇÃO, APLICAÇÃO E
ORIENTAÇÃO

VOLUME
1. Subcutâneo: até 1,0 ml.
2. Intramuscular:
O POP da Divisão de Enfermagem do Município de Ribeirão Preto orienta
os seguintes volumes:
IDADE DELTÓIDE V.GLUTEO D.GLUTEO VASTO
LATERAL
Prematuros - - - 0,5ml
Neonatos - - - 0,5 ml
Lactentes - - - 1,0ml
Crianças de 3 a - 1,5ml 1,0ml 1,5ml
6 anos
Crianças de 6 a 0,5ml 1,5 - 2,0ml 1,5 - 2,0ml 1,5 ml
14 anos
Adolescentes 1,0 ml 2,0 – 2,5ml 2,0 – 2,5ml 1,5 - 2,0ml
Adultos 1,0ml 4,0 ml 4,0 ml 4,0ml
Fonte: COREN SP. Administração de medicamentos por via intramuscular.
Fev, 2010.
Porém, a orientação da Coordenação Geral do Programa Nacional de
Imunizações em relação às administrações intramusculares é a seguinte:
- “Para cada agente imunizante há uma via de administração recomendada.
Para a administração intramuscular o PNI indica o vasto lateral da coxa em
crianças menores de 2 anos e o deltoide para crianças acima de 2 anos de
idade”.
- “No deltoide pode ser administrado por via intramuscular 1 a 2 ml, o que
contempla o volume indicado para a vacina hepatite B de 2 ml. Outra região
anatômica que pode ser utilizada é o vasto lateral da coxa, nesta região pode
ser administrado de 1 a 5 mL. (Manual de Procedimentos para Estágio em
Enfermagem/Sandra Regina L. P. T. Silva; Marcelo Tardelli da Silva.3. Ed. São
Paulo: Martinari, 2010”.

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Volumes máximos recomendados pelo PNI segundo a via de
administração: Intradérmica (0,5 ml), subcutânea (1,5 ml), intramuscular
(4 ml).

3. Nas administrações da vacina BCG não realizar antissepsia da pele,


limpar com algodão seco se vazar alguma gota da vacina durante a
aplicação.
4. O PNI não recomenda o uso rotineiro de álcool a 70% para limpeza da
pele nas Salas de Vacina. Quando o uso do álcool a 70% for necessário,
friccione o algodão embebido por 30 segundos, e em seguida, espere
mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem
vestígios do produto, de modo a evitar qualquer interferência do álcool
no procedimento.
5. A administração simultânea de duas vacinas no mesmo músculo pode
ser realizada no Vasto Lateral da Coxa (grande massa muscular), este
procedimento não reduz o poder imunogênico nem aumenta a
frequência e a gravidade dos Eventos Adversos. No adulto deve-se
evitar a administração de duas vacinas no mesmo deltoide, exceto se os
imunobiológicos forem administrados em diferentes vias (ex: subcutânea
e intramuscular).

PRECAUÇÕES:
1. Lavagem das mãos ou uso de álcool-gel com técnica adequada, antes e
após a aplicação.
2. Cuidar para não contaminar o material.
3. As normas e recomendações internacionais atuais e o Ministério da
Saúde recomendam usar luvas sempre que houver possibilidade de
contato com líquidos potencialmente infecciosos ou se o profissional de
saúde tiver lesões abertas nas mãos. Esta situação raramente ocorre na
sala de vacina. Na sala de vacina, tanto para manuseio/preparo das
vacinas quanto para administração delas, não está indicado o uso de
luvas.
4. Aspirar a dose de vacina e guardar o frasco na geladeira/isopor
imediatamente depois da aspiração.

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5. Limpar as bancadas com álcool a 70% todos os dias no início de cada
turno de trabalho ou de manhã e à tarde.

Observações:
Estas orientações deverão ser seguidas na aplicação de todas as
vacinas com apresentação em frascos multidoses:

• Quando utilizar o frasco de multidoses, ao aspirar cada dose, perfurar a


borracha em locais diferentes, evitando a parte central da tampa.
• Antes de aspirar cada dose, limpar a tampa de borracha com algodão seco,
fazer um movimento rotativo com o frasco da vacina para homogeneização,
evitando assim, reações locais mais intensas.
• Trocar a agulha utilizada na aspiração por outra agulha para aplicação
(reutilizar a agulha da aspiração somente quando houver parecer técnico do
fabricante).
• Recolocar o frasco na geladeira de uso diário ou isopor até a aspiração da
próxima dose.

ATENÇÃO:
Não é mais orientada a manutenção de uma agulha no frasco de
vacina; a borracha utilizada atualmente apresenta melhor resistência às
múltiplas perfurações.

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