Vigilancia 016
Vigilancia 016
Vigilancia 016
PROGRAMA DE IMUNIZAÇÃO
MANUAL DE IMUNIZAÇÃO
2019
1
Elaboração:
Maria de Lourdes Vilela de Faria
Sueli Canhoto Gera
Atualizações:
Edimeire Cristina da Silva Souza
Elisabete Paganini
Márcia Ferreira Frederico
Maria Elvira Santos de Lucca
Marisa Gonçalves Salvador Silva
Silvia Regina Assumpção
Sueli Canhoto Gera
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Referências Bibliográficas:
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SÃO PAULO. Secretaria de Estado da Saúde. Coordenadoria do
Controle de Doenças. Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre
Vranjac”. Divisão de Imunização. Cartilha de Orientações para uso e registro
de Imunobiológicos em Serviços de Saúde. São Paulo: CVE, 2013.
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SUMÁRIO
CONCEITOS BÁSICOS DE IMUNOLOGIA ....................................................... 6
ESTABILIZANTES – .................................................................................... 14
ADJUVANTES – .......................................................................................... 14
CONSERVAÇÃO – ...................................................................................... 15
OBSERVAÇÃO: ........................................................................................... 17
SITUAÇÕES ESPECIAIS:............................................................................ 22
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CONCEITOS BÁSICOS DE IMUNOLOGIA
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Humoral: Células B
Produzidas e amadurecidas Produção de Anticorpos=
na medula óssea Imunoglobulina
IMUNIDADE
Específica
Celular: Células T Programadas p/ combater
produzidas na medula óssea Agressores específicos
Amadurecidas no Timo
- Imunoglobulina
Artificial Vacinas (homóloga ou heterológa)
- Anticorpos Monoclonais
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laboratório. Frente a um novo estímulo pelo mesmo microrganismo, seja por
exposição ao agente infeccioso ou por nova dose de vacina, há efeito de
reforço, com elevação rápida de anticorpos.
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CONCEITOS BÁSICOS EM IMUNIZAÇÃO
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Muitas vezes a indicação de imunização passiva acontece por falha no
cumprimento do calendário vacinal de rotina, como, por exemplo, após
ferimentos (tétano) ou acidentes por instrumentos perfuro cortantes em
hospitais e clínicas (hepatite B).
A imunização passiva pode prejudicar a eficácia da imunização ativa
(vacina), às vezes durante muitos meses. Entretanto, em certas situações de
alto risco, indica-se a imunização ativa e passiva simultaneamente, como na
profilaxia antirrábica em uso de imunoglobulina.
Erradicação de doenças
Possível Impossível
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Fonte: Retirado da Norma Técnica do Programa de Imunizaçao – São Paulo (2016). American Academy of Pediatrics. Red Book:
2015 Report of the Committee on Infeccious Diseases. 30 ed. Elk Grove Village, IL:American Academy of Pediatrics, 2015, p 39
EV - endovenoso; IgH - imunoglobulina humana; IGHAT, Ig anti-tetânica; IM intramuscular; IGHHB, Ig antihepatite B; IGHAR, Ig
antirábica; IGHVZ, Ig anti-varicela-zóster; PTI, púrpura trombocitopênica imune; VSR- vírus sincicial respiratório.
* Estes intervalos devem prover um tempo suficiente para a diminuição dos anticorpos passivos em todas as pessoas e permitir
uma resposta adequada à vacina contra o sarampo. Os médicos não devem assumir que as pessoas estão totalmente protegidas
contra o sarampo durante estes intervalos. Doses adicionais de Ig ou de vacina contra o sarampo podem ser indicadas após
exposição ao sarampo
** anticorpos monoclonais como o palivizumabe não interferem com a resposta imune às vacinas.
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TIPOS DE VACINAS
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5. Vacinas obtidas por engenharia genética, um gene do
microrganismo que codifica uma proteína importante para a
imunidade é inserido no genoma de um vetor vivo que, ao se
multiplicar, produzirá grandes quantidades do antígeno protetor.
Ex: vacina contra hepatite B.
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COMPONENTES DAS VACINAS
LÍQUIDO DE SUSPENSÃO –
É constituído geralmente por água destilada ou solução salina fisiológica.
Deve ser conservado na mesma temperatura em que as vacinas são
acondicionadas.
CONSERVANTES E ANTIBIÓTICOS –
Representados por pequenas quantidades de substâncias necessárias
para evitar o crescimento de contaminantes (bactérias, fungos), como
mercuriais (timerosal) e antibióticos (neomicina). São mais utilizados em
frascos de multidoses.
ESTABILIZANTES –
São substâncias que auxiliam a proteção das vacinas de condições
adversas, como congelamento, calor, alterações do pH. Também são utilizados
para formar volume, quando a vacina contém quantidades mínimas de
imunógenos como, por exemplo, a vacina contra o Haemophilus influenzae tipo
b, que contém apenas 10 mcg do antígeno PRP. Os estabilizantes mais
utilizados são açúcares (sacarose e lactose), proteínas derivadas de animais
(gelatina porcina ou bovina) ou de humanos (soroalbumina humana), tampões
(fosfato) e sais (NaCl). As proteínas de alto peso molecular, como gelatina
parcialmente hidrolisada, apresentam maior risco de desencadear reações de
hipersensibilidade.
ADJUVANTES –
São substâncias que aumentam a resposta imune de vacinas que
contêm micro-organismos inativados ou seus componentes (como, por
exemplo, os toxóides tetânico e diftérico). Não são utilizados em vacinas que
contêm micro-organismos vivos. Os sais de alumínio são os adjuvantes mais
utilizados e podem ser utilizados de forma isolada (hidróxido de alumínio,
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fosfato de alumínio, sulfato potássico de alumínio) ou mista. Os adjuvantes
podem causar eventos adversos locais, como formação de granuloma.
Manifestações alérgicas podem ocorrer se a pessoa vacinada for
sensível a um ou mais dos componentes das vacinas.
CONTROLE DE QUALIDADE –
Realizado pelo laboratório produtor, deve obedecer a critérios
padronizados estabelecidos pela OMS. Os lotes vacinais, após aprovação nos
4 testes de controle do laboratório produtor, são submetidos a análise pelo
Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde - INCQS, do Ministério
da Saúde. Depois, a vacina é liberada para uso, garantindo a segurança, a
potência adequada e a estabilidade do produto final.
CONSERVAÇÃO –
Os imunobiológicos devem ser mantidos em temperatura adequada.
Devem ser conservados fora do congelador, em temperaturas entre +2º e +8º.
É IMPORTANTE que nas Unidades de Saúde as câmaras de vacina sejam
mantidas com temperaturas de +5º C.
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CONSIDERAÇÕES GERAIS
CONTRAINDICAÇÕES GERAIS:
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OBSERVAÇÃO:
CONTRAINDICAÇÕES TEMPORÁRIAS:
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Data final em que o paciente recebeu o medicamento:
(Corticoide dose alta= adultos 20 mg/dia;
crianças 2 mg/dia/kg=prednisona por mais 2 semanas)
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• Durante a evolução de doenças agudas febris graves, para que seus
sinais e sintomas não sejam atribuídos/confundidos com efeitos adversos das
vacinas.
Nenhum.
Não vivo - não vivo Podem ser administradas com qualquer intervalo
Vírus vivo atenuado – Nenhum.
Não vivo Podem ser administradas com qualquer intervalo
SCR ou Tetraviral e Febre Amarela*
30 dias SCR e Varicela/tetraviral
(4 semanas) Febre Amarela e Varicela/tetraviral
SCR e a 2ª dose de SCR
Vírus vivo atenuado – Varicela e sua 2ª dose (indicações
Vírus vivo atenuado 30 dias especiais verificar orientação
específica)
30 dias Varicela e Tetraviral/Varicela
Nenhum VOP e demais vacinas
intervalo
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• Desnutrição.
• Uso de antibiótico, profilático ou terapêutico e antiviral.
• Vacinação contra a raiva.
• Doença neurológica estável (exemplo: convulsão controlada) ou
pregressa, com sequela presente.
• Antecedente familiar de convulsão.
• Tratamento sistêmico com corticosteroides nas seguintes situações:
- curta duração (inferior a duas semanas), independente da dose;
- doses baixas ou moderadas, independente do tempo;
- tratamento prolongado, em dias alternados, com corticosteroides
de ação curta;
- doses de manutenção fisiológica.
• Alergia, exceto as de caráter anafilático, relacionada com os
componentes das vacinas.
• Prematuridade ou baixo peso ao nascimento. Nestes casos não se deve
adiar o início da vacinação (exceto BCG – não aplicar esta vacina em
crianças com peso inferior a 2 kg).
• Internação hospitalar, desde que não haja contraindicação formal.
• Amamentação e Puerpério: atenção para a vacina Febre Amarela que
só poderá ser aplicada na puérpera quando o bebê estiver com 6 meses
de idade ou mais.
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ATITUDES NEGATIVAS DOS PROFISSIONAIS / UNIDADES
DE SAÚDE (em relação à vacinação):
ASSOCIAÇÃO DE VACINAS:
SITUAÇÕES ESPECIAIS:
Surtos ou epidemias:
Na vigência de surto ou epidemia de doenças abrangidas pelo Programa
podem ser desencadeadas medidas de controle, tais como vacinação em
massa da população alvo (exemplo: Estado, Município, Creches, etc) e que
não precisam estar implícitas na Norma de Vacinação (exemplos: extensão da
faixa etária, doses de reforço e outras).
Vacinação do escolar/estudante:
A frequência à escola permite a atualização do esquema vacinal de
crianças, adolescentes e adultos. O momento do ingresso representa uma
oportunidade estratégica para essa atualização.
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• Nas crianças infectadas, nascidas de mães HIV positivas/doentes de
AIDS, a vacina Pólio Injetável (vacina de vírus inativados contra a
poliomielite) é a primeira indicação.
• Crianças infectadas, reconhecidas por meio de provas sorológicas
positivas, ou doentes com AIDS têm contraindicação para a vacina BCG.
• A vacina oral contra rotavírus pode ser administrada em crianças
expostas a transmissão vertical do HIV e as infectadas assintomáticas,
respeitando-se a faixa etária recomendada para a primeira e segunda
doses.
• A vacina SCR (tríplice viral) não deve ser administrada em crianças com
sintomatologia grave ou imunodepressão grave; caso já tenham
recebido duas doses, não há necessidade de dose adicional.
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• Havendo associação temporal entre a aplicação da vacina e a
ocorrência de determinadas manifestações, considera-se possível a
existência de vínculo causal entre esses dois fatos. Cabe lembrar, no
entanto, que esta associação pode ser apenas coincidência.
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VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS
Agulhas:
- 25 x 7 ou 30 x 7 para Intramuscular - IM - deltoide, ângulo de 90º, em
algumas situações pode ser utilizada na aplicação no vasto lateral da coxa
em ângulo de 60º, quando criança apresenta camada de gordura grande
sobre o músculo (PENTA, DTP, Dupla Adulto, Hepatite B, Influenza, Hib,
Pneumo 23 valente, Meningo C Conjugada, Antirrábica, VIP (Pólio injetável),
Pneumo 10 Valente , Hepatite A, HPV).
- 20 x 5,5: poderá ser utilizada para idosos com pouca massa muscular e em
crianças menores de 2 anos de idade, no vasto lateral da coxa utilizando
ângulo de 60º - IM - sentido podálico ou 90º (PENTA, Pneumo 10 valente,
Meningo Conjugada C, Hepatite B, Antirrábica, Hib, VIP (pólio injetável),
Influenza).
Em algumas situações ela é a preferencial para idosos, devido a
espessura da musculatura.
- 13 x 3,8 ou 8 x 3,8 para Subcutâneo – SC = ângulo de 90º (Febre
amarela, SCR, varicela, tetra viral).
- 13 x 3,8 para Intradérmica – ID = BCG, Antirrábica (também pode ser
utilizada pela via intradérmica, em dose de 0,1 ml ou 0,05 ml).
Seringa Tuberculina (1 ml) para vacina BCG.
Seringa de 3 ml para todas as vacinas.
Seringa de 5 ml para diluição ou poderá ser a escolha para aplicação da
vacina Hepatite B em dose dupla.
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CUIDADOS NA PREPARAÇÃO, APLICAÇÃO E
ORIENTAÇÃO
VOLUME
1. Subcutâneo: até 1,0 ml.
2. Intramuscular:
O POP da Divisão de Enfermagem do Município de Ribeirão Preto orienta
os seguintes volumes:
IDADE DELTÓIDE V.GLUTEO D.GLUTEO VASTO
LATERAL
Prematuros - - - 0,5ml
Neonatos - - - 0,5 ml
Lactentes - - - 1,0ml
Crianças de 3 a - 1,5ml 1,0ml 1,5ml
6 anos
Crianças de 6 a 0,5ml 1,5 - 2,0ml 1,5 - 2,0ml 1,5 ml
14 anos
Adolescentes 1,0 ml 2,0 – 2,5ml 2,0 – 2,5ml 1,5 - 2,0ml
Adultos 1,0ml 4,0 ml 4,0 ml 4,0ml
Fonte: COREN SP. Administração de medicamentos por via intramuscular.
Fev, 2010.
Porém, a orientação da Coordenação Geral do Programa Nacional de
Imunizações em relação às administrações intramusculares é a seguinte:
- “Para cada agente imunizante há uma via de administração recomendada.
Para a administração intramuscular o PNI indica o vasto lateral da coxa em
crianças menores de 2 anos e o deltoide para crianças acima de 2 anos de
idade”.
- “No deltoide pode ser administrado por via intramuscular 1 a 2 ml, o que
contempla o volume indicado para a vacina hepatite B de 2 ml. Outra região
anatômica que pode ser utilizada é o vasto lateral da coxa, nesta região pode
ser administrado de 1 a 5 mL. (Manual de Procedimentos para Estágio em
Enfermagem/Sandra Regina L. P. T. Silva; Marcelo Tardelli da Silva.3. Ed. São
Paulo: Martinari, 2010”.
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Volumes máximos recomendados pelo PNI segundo a via de
administração: Intradérmica (0,5 ml), subcutânea (1,5 ml), intramuscular
(4 ml).
PRECAUÇÕES:
1. Lavagem das mãos ou uso de álcool-gel com técnica adequada, antes e
após a aplicação.
2. Cuidar para não contaminar o material.
3. As normas e recomendações internacionais atuais e o Ministério da
Saúde recomendam usar luvas sempre que houver possibilidade de
contato com líquidos potencialmente infecciosos ou se o profissional de
saúde tiver lesões abertas nas mãos. Esta situação raramente ocorre na
sala de vacina. Na sala de vacina, tanto para manuseio/preparo das
vacinas quanto para administração delas, não está indicado o uso de
luvas.
4. Aspirar a dose de vacina e guardar o frasco na geladeira/isopor
imediatamente depois da aspiração.
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5. Limpar as bancadas com álcool a 70% todos os dias no início de cada
turno de trabalho ou de manhã e à tarde.
Observações:
Estas orientações deverão ser seguidas na aplicação de todas as
vacinas com apresentação em frascos multidoses:
ATENÇÃO:
Não é mais orientada a manutenção de uma agulha no frasco de
vacina; a borracha utilizada atualmente apresenta melhor resistência às
múltiplas perfurações.
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