BIOQUÃ - MICA PARA ODONTO - Junho de 2023

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CONTEÚDOS DE BIOQUÍMICA– Curso de Odontologia- Prof. Breno D’Oliveira


ATUALIZADO EM MAIO DE 2023

CARBOIDRATOS

1. INTRODUÇÃO
Juntamente com lipídios e proteínas, os carboidratos tem papel fundamental
na vida dos animais e das plantas: São fonte de energia para os seus processos
metabólicos. Possuem carbono, hidrogênio, oxigênio, às vezes fósforo e nitrogênio.
São solúveis em água e com sabor doce. Também são chamados hidratos de carbono,
glicídios ou açúcares. Estão relacionados com função energética, estrutural, genética
e reserva.

2. CLASSIFICAÇÃO

Compreendem dois grupos básicos: As oses (monossacarídeos) e os osídeos


(oligossacarídeos e polissacarídeos).

3. OSES ou MONOSSACARÍDEOS

As OSES são glicídeos não hidrolisáveis, cristalizáveis, facilmente dialisáveis,


possuindo carbono, hidrogênio e oxigênio na proporção de 1:2:1.
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A cadeia apresenta de 3 a 7 carbonos com um grupo aldeídico - CHO (no carbono 1),
ou cetônico =CO (no carbono 2), caracterizando-as como, aldoses e cetoses.

Série das aldoses

Série das cetoses


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3.- OSES ou MONOSSACARÍDEOS : As oses são classificadas em:

3.1- TRIOSES –São as mais simples. Possuem3 carbonos: aldeído glicérico


(gliceraldeído) - aldose, e dihidroxicetona – cetose

3.2- TETROSES –Eritrose e Treose (aldoses); eritrulose (cetose).

3.3- PENTOSES – Exemplos: Ribose e desoxi ribose (aldoses); ribulose (cetose).

3.4- HEXOSES – Exemplos: glicose e galactose (aldoses); Frutose (cetose).

.
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A glicose, glucose ou dextrose, é um tipo de carboidrato utilizado como fonte de


energia pelos seres vivos, sendo um dos principais nutrientes da célula;

A frutose é naturalmente presente nas frutas e no mel, mas também vem sendo
adicionada artificialmente pela indústria em alimentos como biscoitos, sucos em pó,
massas prontas, molhos, refrigerantes e doces;

A manose é encontrada naturalmente em algumas árvores, frutos, como


amora;

A galactose está presente no leite como integrante da lactose e em algumas frutas e


verduras.

3.5 - HEPTOSES - A sedoeptulose participa como intermediário em uma rota do


metabolismo dos carboidratos; a manoheptulose, é encontrada no abacate.

4. ISOMERIA ÓTICA
Apresentando carbonos quirais (assimétricos) as oses possuem dois isômeros
óticos (especulares ou enantiomorfos): D e L.

Para identificar-se a que isômero pertence a estrutura de uma determinada


OSE, compara-se a configuração estereoquímica do carbono quiral (assimétrico)mais
distante do grupo funcional ,com a configuração dos modelos indicados dos carbonos
(quirais) dos gliceraldeídos D e L.
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5.- EPIMERIA
Duas oses são consideradas epímeros, quando diferem apenas na configuração
de um carbono quiral. Assim, a glicose e a manose são epímeras no carbono 2,
enquanto que a glicose e a galactose são epímeras em C-4.
No organismo ocorrem reações de epimerização.

6.- ESTRUTURAS CÍCLICAS DAS OSES

Algumas oses em solução, podem adquirir formas cíclicas, o que eleva a sua
solubilidade. São elas as aldohexoses, aldopentoses e cetohexoses.

O carbono 1 das aldoses ou 2 das cetoses, nos monossacaríideos cíclicos, é


designado carbono anomérico e se constitui em um centro de assimetria adicional
com duas configurações possíveis: α e β. No anômero α, o grupo –OH ligado ao
carbono anomérico (C-1) está abaixo do plano do anel; ao anômero β está projetado
acima do plano do anel.

Os monossacarídeos cíclicos com 6 elementos no anel são análogos a um


composto heterocíclico chamado pirano, levando por isso a denominação de
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piranoses; os que possuem 5 elementos no anel, assim como as cetohexoses,se


assemelham ao furano, sendo, então, denominados de furanoses.

7.- DERIVADOS DE OSES

As oses podem sofrer uma série de reações produzindo derivados.

7.1- POR SUBSTITUIÇÃO DE OH POR NH2 obtém-se amino oses.

A glicosamina está envolvida na formação da cartilagem articular atuando


como precursor de unidades de dissacarídeos formadores dos glicosaminoglicanos
(acetil glicosamina). Como consequência, retarda a progressão da osteoartrite.
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7.2- POR SUBSTITUIÇÃO DE OH POR H obtém-se desoxi oses.


Dois desoxiaçúcares são encontrados nas células: a 2-desoxi D-ribose e a D-
fucose.

A desoxirribose é componente dos nucleotídeos do DNA.


A fucose é encontrada nas glicoproteínas que determinam os antígenos do sistema ABO de grupos
sanguíneos na superfície dos eritrócitos;

7.3- POR ESTERIFICAÇÃO COM O ÁCIDO FOSFÓRICO, originam ésteres, intermediários


importantes em diversas rotas metabólicas: D-Glicose 6-fosfato, D-
Frutose 6 fosfato e D-Frutose 1,6 difosfato.

7.4- POR REDUÇÃO NO GRUPO FUNCIONAL obtém-se álcoois.


O sorbitol, derivado da glicose, é um poliálcool, também chamado de
glucitol. É encontrado naturalmente em diversas frutas, tais como a maçã e a ameixa.
Seu poder de adoçar é 50% menor que o da sacarose , sem entretanto causar cáries.
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Na farmacologia pode ser usado como laxante, diurético e solução irrigante para
alguns procedimentos médicos.

O manitol, derivado da manose tem propriedades semelhantes ao sorbitol.


O xilitol é um adoçante natural encontrado nas fibras de muitos vegetais,
incluindo milho, framboesa, ameixa, entre outros, e que também pode ser extraído
de alguns tipos de cogumelo. É obtido pela hidrogenação catalítica da xilose, tão
doce quanto a sacarose, porém cerca de 40% menos calórico.
Possui ação anticariogênica, determinada principalmente pela sua
não fermentabilidade por bactérias do gênero Streptococcus. Assim, limita a
proliferação desse tipo de bactéria na flora bucal, reduz a quantidade
de polissacarídeos insolúveis e aumenta a de polissacarídeos solúveis, o que resulta
em uma placa menos aderente e de fácil remoção pela escovação habitual dos
dentes.

7.5- POR OXIDAÇÃO DAS ALDOSES, se produzem ácidos. São importantes, entre
outros, o ácido D-glicurônico e seu isômero L-glicurônico (idurônico) derivados da
glicose.

PARTE II - OSÍDEOS

9. OLIGOSSACARÍDEOS
Os oligossacarídeos são constituídos por um reduzido número de
monossacarídeos, tipicamente dois (dissacarídeos) ou três (trissacarídeos). Os
dissacarídeos são o grupo mais representativo desta classe. São exemplos:
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9.1- Maltose-
DISSACARÍDEO de nome sistemático α-D-glicopiranosil-(1→4)-D-glicopiranose,
Glc (α1→4) Glc. É formada por duas moléculas de glicose ligadas por uma ligação
glicosídica (α1→4). A maltose é produzida em cereais em germinação, tais como a
cevada, num processo relevante na fermentação alcoólica de bebidas. Na maltagem
da cevada, a concentração de malte é maximizada neste cereal; a maltose é então
usada pelas leveduras(*) durante a fermentação, produzindo etanol e dióxido de
carbono. No duodeno é hidrolisada pela enzima maltase, liberando duas unidades de
alfa-D-glicose. É obtida por hidrólise parcial do amido.

(*) As leveduras são organismos unicelulares microscópicos, classificados no reino dos fungos, tal
como os bolores e os cogumelos. A espécie mais comum é Saccharomyces cerevisiae, conhecida
vulgarmente como levedura de padeiro ou da cerveja. Isto deve-se ao seu papel milenar na
produção de pão e bebidas alcoólicas, devido à sua capacidade de realizar fermentação alcoólica,
sintetizando etanol e dióxido de carbono, através do consumo de açúcares.

A isomaltose diferencia-se da maltose na forma de ligação das duas


unidades de glucose. Enquanto a maltose apresenta ligação 1-4, a isomaltose possui
ligação 1-6.

Produzida a partir da sacarose de beterraba, possui o mesmo aspecto do


açúcar de cana. É utilizada na mesma proporção que a sacarose, dando o mesmo
volume e textura. Não provoca cáries. Ocorre na cerveja, mel de abelha, fígado e
outras substâncias naturais. e é obtido pelo tratamento de derivados do amido.

9.3- Lactose
DISSACARÍDEO presente no leite e seus derivados. É composto por dois
monossacarídeos: a glicose e a galactose. É o único hidrato de carbono do leite e é
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exclusiva desse alimento porque apenas é produzida nas glândulas mamárias. No


leite humano representa cerca de 7,2% e no leite de vaca cerca de 4,7%.
Seu sabor é levemente doce. Lactobacilos a transformam numa função mista
de ácido carboxílico e álcool, que formam o ácido lático. Libera, por hidrólise da
ligação glicosídica beta 1-4, através da enzima lactase uma molécula de beta-D-
galactose e uma de alfa-D-glicose.

Em solução aquosa, pode ocorrer uma mudança na posição da hidroxila e do


hidrogênio do grupo redutor da lactose (o carbono 1 da glicose), denominada
mutarrotação e persiste até que haja o equilíbrio mutarrotacional, que ocorre
quando, a 25ºC, possui 62,25% da lactose na forma beta e 37,7% na forma alfa.

9.4-Sacarose:

. DISSACARÍDEO formado pela união de uma molécula de glicose e uma de frutose.


Encontra-se em abundância na cana-de-açúcar, frutas e na beterraba. A sacarose, o
açúcar comum comercial encontra-se na cana de açúcar (Saccharum officinarum) e
na beterraba (Beta vulgaris). É hidrolisada pela enzima sacarase.
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9.5-Celobiose: DISSACARÍDEO obtido pela degradação da celulose.


É semelhante à maltose, diferindo apenas por liberar duas unidades de beta-
D-glicose. Fungos, bactérias e protozoários encontrados no rumem produzem a
enzima celulase que hidrolisa a celulose liberando essas moléculas dissacarídicas ao
lado de unidades de glicose livre. Térmitas e cupins também tem a metabolizam.

10.- POLISSACARÍDEOS
Os polissacarídeos possuem massa molecular elevada porque sua unidade
monomérica se polimeriza “n” vezes liberando, por hidrólise, grande quantidade de
moléculas mais simples.
Os polissacarídeos homogêneos liberam apenas um tipo de produto, visto que
sua unidade monomérica é o produto de sua hidrólise total); nos polissacarídeos
heterogêneos a unidade monomérica é um dissacarídeo, isto, é, um par de moléculas
diferentes que se repete “n” vezes. Por essa razão, a degradação total desse
polissacarídeo fornece mais de um tipo de produto.

10.1- POLISSACARÍDEOS HOMOGÊNEOS Os polissacarídeos encontrados na


natureza tem função estrutural ou nutritiva. Exemplos:
a) Amido
O amido das plantas e o glicogênio armazenado nos animais são exemplos de
polissacarídeos de função nutritiva.. A unidade fundamental do amido e do
glicogênio é alfa D-glicose.
Tanto no amido como no glicogênio as unidades de alfa-D-glicose são
polimerizadas por ligação glicosídica alfa 1-4, formando cadeias lineares que, de
distância em distância, se ramificam originando cadeias semelhantes com cerca de
30 unidades, no amido, ligadas por ponte 1-6 no ponto de ramificação.
A cadeia principal do amido é denominada amilose; o conjunto de
ramificações, amilopectina. Por hidrólise parcial, o amido libera maltose e
isomaltose e, por hidrólise total, somente glicose.

b) Glicogênio tem estrutura semelhante a do amido, porém suas cadeias são


de menor comprimento (10 a 20 unidades de glicose) o que torna a molécula muito
mais rica de ramificações. Armazena-se no fígado e músculos como fonte de glicose
no jejum e no exercício físico intenso.
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c) Celulose
A celulose, polissacarídeo estrutural mais abundante na natureza, é o
material de construção das plantas superiores. Ocorre, às vezes quase puro, como
nas fibras do algodão ou associada com outras substâncias especialmente na lignina
da palha ou da madeira, em uma cadeia não ramificada com suas unidades
monoméricas unidas por ponte 1-4. Por hidrólise parcial libera a celobiose e por
hidrólise total, moléculas de beta-D- glicose.

d) Quitina
Este polissacarídeo possui estrutura análoga à da celulose. Sua unidade
fundamental é a N-acetilglicosamina, um derivado da beta-D-glicose por substituição
da OH do carbono 2 pelo grupo acetil amino (-NH-CO-CH3). É a substância que forma
a carapaça dos crustáceos e de alguns insetos.

e) Beta glucanas

Beta-glucanas são um tipo de fibra solúvel. Trata-se de um polissacarídeo


linear, não ramificado, composto por unidades de glicose unidas por ligações do tipo
beta 1,6 e beta 1,3 glicose. É um polissacarídeo extracelular (PEC) de natureza gel e
viscosa sintetizado por bactérias cariogênicas para adesão entre si e com os dentes,
na estruturação das placas dentárias.
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f). Frutanos

Os frutanos são polímeros da frutose sintetizados nas plantas por


microorganismos a partir da sacarose. As várias categorias de frutanos são
diferenciadas de acordo com o tipo de ligação entre as unidades de frutose.

A inulina, um frutano acumulado principalmente pelas plantas das Asteraceae


é constituída por resíduos de frutoses unidos por ligações glicosídicas β (2→1) ,
enquanto que a molécula do levana (produzido por bactérias cariogênicas) é
constituído por resíduos de frutose vinculados por ligações β(2→6) para ser usado
como alimento nos intervalos de jejum.

10.2- POLISSACARÍDEOS HETEROGÊNEOS

a)- Aspectos gerais


Também chamados mucopolissacarídeos ou glicosaminoglicanos
(GAGS), são grandes complexos de cadeias heteropolissacarídicas, negativamente
carregadas, geralmente associadas a uma pequena quantidade de proteína.
Possuem abundância de grupos aniônicos que lhes proporcionam a
capacidade especial de ligar-se a grandes quantidades de água, produzindo assim
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uma matriz do tipo gel. As propriedades viscosas e lubrificantes das secreções


mucosas também são devido à presença de glicosaminoglicanos. Estabilizam e
suportam os componentes celulares dos tecidos como tecido conjuntivo, encontrado
na pele, tendões, cartilagens, ligamentos e matriz óssea.

b)- Estrutura dos glicosaminoglicanos


São cadeias de polissacarídeos heterogêneos longas, geralmente
compostas de uma unidade dissacarídica repetitiva [açúcar ácido-açúcar amino]n.

O açúcar amino é uma D-glicosamina ou D- galactosamina , podendo ser


sulfatado no carbono 4 ou 6. O açúcar ácido é um ácido D glicurônico ou seu
epímero L-idurônico.
A única exceção é o queratansulfato, onde está presente a galactose em vez
de um açúcar ácido.

10.3- Relação estrutura/função dos glicosaminoglicanos


Devido ao seu grande número de cargas negativas, as cadeias de
heteropolissacarídeos tendem, em solução, a repelir-se, circundadas por uma concha
de moléculas de água.
Quando sobrepostas, elas “deslizam” umas sobre as outras, como
dois magnetos (imas) com mesma polaridade parecendo escorregarem. Isto produz a
consistência “escorregadia” das secreções mucosas e do líquido sinovial.
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Quando uma solução de glicosaminoglicanos é comprimida, a água é


“espremida para fora” e os glicosaminoglicanos são forçados a ocupar um volume
menor. Quando a compressão é liberada, os glicosaminoglicanos voltam novamente
a seu volume original, hidratado, devido à repulsão de suas cargas negativas.
Esta propriedade contribui para a resiliência do líquido sinovial e do humor vitro do
olho.

Com excessão do ácido hialurônico, os glicosaminoglicanos são


covalentemente aderidos à proteína, formando monômeros ou agregados
proteoglicanos. Um monômero proteoglicano encontrado na cartilagem consiste de
uma proteína central à qual as cadeias de carboidratos lineares são covalentemente
ligadas. No proteoglicano da cartilagem, as espécies de glicosaminoglicanos incluem
o sulfato de condroitina e sulfato de queratan.

a) Condroitin sulfato (A, B e C)


Em 1861, Fisher e Boedker isolaram de cartilagem o polissacarídeo
sulfatado que se denomina Condrotin sulfato A
Também foram isoladas outras duas formas denominadas “B e C” na pele, nas
válvulas do coração, nos tendões e no cordão umbilical.
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b)- Ácido hialurônico


O ácido hialurônico é um mucopolissacarídeo não sulfatado. A unidade
dissacarídica monomérica é composta por ácido beta-D- glicurônico e beta N
acetilglicosamina ligados por ponte beta 1-3. Essa unidade se polimeriza por ponte
beta 1-4.

Constitui a substância fundamental nos tecidos conjuntivos, onde exerce


função cementante, agregando as unidades celulares e as fibras do colágeno.
A biossíntese do ácido hialurônico está na dependência da vitamina C
alimentar e de hormônios, especialmente os corticoides. Por essa razão, as doenças
do tecido conjuntivo respondem favoravelmente aos tratamentos de ácido ascórbico
e de corticoides.
Algumas bactérias patogênicas, como o pneumococo, liberam uma enzima
específica –hialuronidase- que despolimeriza o ácido hialurônico, hidrolisando as
ligações glicosídicas 1-4 para facilitar sua mobilidade através da membrana celular.
Nas infecções, os tecidos afetados perdem por este mecanismo o elemento unitivo
tornando-se flácidos e sujeitos à invasão microbiana. Também é liberada pelo
acrossoma do espermatozoide, para que este ultrapasse a corona radiata do ovócito.
O Ácido hialurônico, forma soluções altamente viscosas e claras que funcionam como
lubrificantes nas articulações e compõem a matriz da cartilagem e tendões,
conferindo-lhes elasticidade e resistência à tensão.
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No caso do preenchimento de determinadas áreas da face com ácido


hialurônico, a administração tem o objetivo de promover o rejuvenescimento das
regiões faciais afetadas pela perda de colágeno e de hidratação, inclusive as
extensões da mandíbula e queixo, que em muitos pacientes necessitam ser
delineados para recuperar os ângulos mais bonitos do rosto.

c)- Queratan sulfato


O QUERATAN SULFATO é um glicosaminoglicano, também presente na
córnea e nos agregados proteoglicanos da cartilagem. Galactose e N-acetil
glicosamina 6-sulfato, ambas na forma beta, unidas por ponte 1,4, constituem a
unidade dissacarídica. A galactose substitui o açúcar ácido.

d)- Heparina
Heparina é um polissacarídeo polianiônico sulfatado pertencente à
familía dos glicosaminoglicanos. Possui uma ação farmacológica atuando como
medicamento anticoagulante utilizado em várias patologias, como no tratamento da
coagulação intravascular disseminada; prevenção do tromboembolismo; prevenção
e tratamento do tromboembolismo pulmonar; prevenção e tratamento da trombose
venosa profunda.
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11.PROTEOGLICANOS
Os proteoglicanos são um tipo de molécula encontrada no tecido conjuntivo. O
tecido conjuntivo é um tecido fibroso que fornece suporte para outras estruturas do
corpo. Por serem carregados negativamente, também ajudam a atrair íons positivos
ou cátions, como cálcio, potássio e sódio. Eles também ligam a água e ajudam no
transporte de outras moléculas através da matriz extracelular.
Com exceção do ácido hialurônico, os glicosaminoglicanos são covalentemente
aderidos à proteína, formando monômeros ou agregados proteoglicanos.
Um monômero proteoglicano consiste de uma proteína central à qual as cadeias de
carboidratos lineares são covalentemente ligadas. Na cartilagem, as espécies de
glicosaminoglicanos são sulfato de condroitina e sulfato de queratan.

Na odontologia o principal fator etiológico da inflamação pulpar é a invasão


de bactérias para o interior da polpa dentária. As bactérias podem invadir os tecidos
da polpa dentária após cárie ou fraturas dentárias, ou na sequência de
procedimentos dentários restauradores. Durante a infecção e a inflamação, a alta
viscosidade dos proteoglicanos da matriz extracelular da polpa representa uma
barreira mecânica para as bactérias, embora alguns tipos produzam a hialuronidase,
enzima que reduz a viscosidade atuando como fator de dispersão e, assim, contribui
para a penetração bacteriana no tecido conjuntivo.
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12. CARBOIDRATOS NO METABOLISMO DAS BACTÉRIAS CARIOGÊNICAS

A cárie é uma doença infectocontagiosa de caráter crônico, causada pelo


processo de desmineralização da superfície dental por ácidos orgânicos provenientes
da fermentação dos carboidratos da dieta pelas bactérias.
Os dentes são colonizados por bactérias que existem no ambiente oral, cujo
metabolismo ocasiona flutuações no pH. Este metabolismo é influenciado por fatores
determinantes que por si só não levam ao desenvolvimento de cárie, mas modulam
sua atividade.
Entre eles, encontramos a composição do próprio “biofilme”, a composição e
capacidade tampão da saliva, a velocidade da secreção salivar e composição e
frequência da dieta.
O desenvolvimento da carie ocorre somente na presença de microorganismos
na superfície dental, contudo, a simples presença destes não é suficiente para o
desenvolvimento da doença.
Em 1924 Ckarke isolou um tipo específico de estreptococos das lesões, o qual
denominou Streptpcpcus mutans, pois sua morfologia celular e da colônia em meio
de cultura contendo sacarose, apresentava grande variedade em relação às demais
espécies dos estreptococos então conhecidos. Demonstrou que o isolamento do
S.mutans de lesões iniciais de cárie, ocorria com mais frequência do que o das
espécies de lactobacilos.
Na cavidade oral as superfícies dentárias são recobertas por depósitos
microbianos com espessura determinada de acordo com sua localização chamados
de “biofilme”.
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. O Biofilme dental é uma “massa” composta por bactérias colonizadoras


da cavidade oral. Contém mais de 400 espécies microbianas apresentadas como uma
complexa massa na margem gengival e no interior do sulco gengival ou da bolsa
periodontal, inclusive com as espécies Gram-negativas anaeróbias típicas das
doenças periodontais. As bactérias formadoras deste biofilme são habitantes
normais da cavidade bucal, que se acumulam sobre uma película que recobre a
superfície dos dentes mesmo que os procedimentos de limpeza sejam
convenientemente realizados.

A colonização bacteriana se dá normalmente e em poucas horas. A saliva é


normalmente uma solução remineralizante natural dos dentes quando se encontra
em pH superior a 5,5. Porém, a presença do ácido lático produzido pelos
estreptococos mutans reduz o pH da placa bacteriana a 4,0, comprometendo a
remineralização natural e promovendo a desmineralização.
Os microorganismos precisam aderir-se firmemente a uma superfície porque,
caso contrário serão levados pelo fluxo salivar e deglutidos.
Sabendo-se que a dieta exerce um papel central no desenvolvimento da cárie,
estudos mostram a relação entre o consumo de carboidratros fermentáveis e o
desenvolvimento de lesões cariosas.
Muitas bactérias do biofilme utilizam açúcares presentes na dieta (sacarose,
glicose, frutose e lactose) para seu metabolismo energético. O amido (polissacarídeo
da glicose) pode ser utilizado após a degradação em carboidratos de baixo peso
molecular (por exemplo a maltose) pela amilase salivar e bacteriana.

O biofilme cresce rapidamente. Os carboidratos são fermentados de modo


imediato resultando na produção de ácidos, principalmente o acido lático e, na
presença de grandes quantidades, são armazenados na forma de polissacarídeos
intra (PIC) e extracelulares (PEC).
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As bactérias cariogênicas liberam duas enzimas no meio extracelular: a glicosil


transferase e a frutosiltransferase. A glicosil transferase agindo sobre a sacarose
libera sua porção frutose e utiliza a glicose para sintetizar as glucanas, polissacarídeo
extracelular (PEC) de natureza gel e viscosa utilizado para adesão das bactérias entre
si e com os dentes, e estruturação das placas dentárias. A frutosil transferase, ao agir
sobre a sacarose, libera sua porção glucose, utilizando a frutose para síntese do
polissacarídeo extracelular (PEC) de reserva energética, as frutanas, para ser utilizado
como alimento nos intervalos de jejum da bactéria.

Deve-se observar que a frutose e a glucose liberadas da sacarose e não


utilizadas para a síntese de PEC, são consumidas rapidamente pelas bactérias para
obtenção de energia ou armazenadas em forme de PIC (polissacarídeos
intracelulares).

PROCEDIMENTOS PRÁTICOS – Reações de caracterização

l. SOLUBILIDADE.
Os glicídios possuem muitos grupos funcionais e, portanto, são bastante polares. Por esta
razão são solúveis na água e insolúveis no álcool e nos solventes orgânicos como acetona, éter,
clorofórmio etc.

2. DETECÇÃO DE GLICÍDIOS:
O ácido sulfúrico é um enérgico desidratante. Ao ser adicionado ao glicídio, ele o desidrata e
provoca a formação de furfural (aldeído) e derivados. O furfural se condensa com alfa-naftol do
reagente de Molisch produzindo um anel violeta na junção dos dois líquidos. A reação de Molisch
serve para investivar glicídios em geral, mesmo que combinados com outras substâncias.

.
De um modo geral serve como teste de triagem, embora outras substâncias possam dar
também reação positiva. Neste caso, é necessário fazer investigações complementares.

3.- REAÇÃO DE REDUÇÃO.


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Quando as oses são aquecidas em meio alcalino elas se decompõe numa série de derivados
fortemente redutores. Assim o poder redutor da ose é muito aumentado.

As oses tem a propriedade de reduzir substâncias orgânicas como ácido pícrico (amarelo) e
azul de metileno; e substâncias inorgânicas como sais de cobre, prata, bismuto, etc.

Na reação o ácido pícrico é reduzido a ácido picrâmico com mudança da cor amarelo para
vermelho; o azul de metileno é reduzido em um leucoderivado incolor.

3. REAÇÃO DE BENEDICT:
Esta reação serve para diferenciar glicídios redutores de não redutores. É sabido que os
monossacarídeos possuem forte poder redutor, enquanto que os osídios (oligo e polissacarídeos
tem poder redutor enfraquecido ou nulo pela desproporção entre o tamanho da molécula e os
grupos redutores. Quanto maios a molécula, menor será o poder redutor.

No experimento em foco, observa-se o poder redutor com glicose (monossacarídeo),


maltose, sacarose (dissacarídeos) e amido (polissacarídeo).

No reagente de Benedict existe uma pequena porção de hidróxido cúprico, formado pela
combinação dos componentes dos reagentes. Na reação, o hidróxido cúprico (azul) é reduzido a
hidróxido cuproso (amarelo). As cores verde, amarela e vermelha indicam quantidades crescentes
de glicídios testados e são derivados aparentemente do tamanho das partículas de óxido cuproso
formadas.

A reação de Benedict é positiva para todas as oses e dissacarídeos que tuverem grupo
aldeídico ou cetônico livre. O dissacarídeo sacarose (glicose e frutose) não possue poder redutor
uma vez que seus grupos aldeídico e cetônico estão comprometidos na ligação glicosídica 1.2.

Os polissacarídeos, como o amido e o glicogênio, também não reduzem o reagente de


Benedict, pois não poucos os grupamentos aldeídicos livres em relação a extensão molecular.
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4. REAÇÃO DE BARFOED
Esta reação serve para diferenciar OSES de OSÍDEOS.

A reação de Barfoed é efetuada em meio ácido, pois possui ácido acético em sua
composição. Em meio ácido o processo de oxi redução é bem mais difícil. Nestas condições,
funcionam como redutotes somente as oses livres. Os dissacarídeos não reduzem em meio ácido
como fazem em meio alcalino na reação de Benedict.

Neste experimento submetemos o reagente de Barfoed com glicose maltose e lactose; os


dois últimos, deram negativo por se tratarem de dissacarídeos, embora com baixo poder redutor
em relação à glicose.

6. REAÇÃO DE SELIWANOFF
Esta reação serve para diferenciar as cetoses das aldoses.

Na técnica, em dois tudo de ensaio coloca-se 2,0 ml de reagente de SeliwanoFF em cada


um.. Ao primeiro tudo (A) acrescenta-se 0,2 ml de glicose e ao segundo (B), a mesma quantidade de
sacarose ambas em solução 1,0g%.

Deixando os tubos em banho mareia fervente por 30 segundos, observar-se-á um eventual


aparecimento de cor rosada no tubo B. Com a continuidade do aquecimento a cor se acentua.

A frutose, integrante da sacarose, dá origem a um derivado furfúrico, o que muito


dificilmente acontece com as aldoses.

A reação de Seliwanoff é positiva para cetoses puras ou combinadas com outras substâncias,
como na sacarose.

7. REAÇÃO DE BIAL
Esta reação diferencia hexoses de pentoses. É positiva para as pentoses e ácidos urônicos.
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Em nosso experimento testamos o reagente de Bial com arabnoser (pentose) e com glico
(hexose.).

Em dois tubos de ensaio colocamos em cada um deles 1,0 ml de reagente de Bial. Ao


primeiro tubo (A) adicionamos 0,1 ml de arabnose e ao segundo tubo (B) 0,1 ml de glicose ambas
em solução 1,0 g%.

Mantendo os dois tubos por 2 minutos em B.M., e esfrtiando-se logo após, observa-se
reação positiva no tubo A pelo aparecimento de cor verde.

A explicação é que pela ação do HCl do reagente de Bial, a quente, as pentoses originam
furfural que, combinando-se com orcinol, também do reagente, dá cor roxa. Na presença de sais
férricos (cloreto férrico no reagente) assumem a cor verde característica.

8. POLISSACARÍDEOS
Nesta reação identifica-se polissacarídeos como amido e glicogênio. Observa-se que o iodo
do reagente lugol adicionado à solução destes carboidratos, desaparece com o aquecimento, por,
ser ADSORVIDO pela molécula do polissacarídeo pelo movimento cinético aumentado pela elevação
da temperatura, o que não ocorre com moléculas menores de oligossacarídeos e monossacarídeos,
que não “escondem” o iodo.

A técnica consiste em colocar em um tubo de ensaio 5,0 ml de solução de amido a 1,0g% e 3


gotas de lugol, ( reagente com iodo).

Inicialmente dá-se aparecimento de cor azul característica do iodo.

Aquecendo, sem ferver, observa-se quea solução se torna incolor. Com o resfriamento, a
cor volta a aparecer.

Na realidade, não ocorre uma reação química, apenas a formação de um complexo instável
com os componentes da mistura. Pela intensificação do movimento cinético.Com o resfriamento o
iodo é liberado do complexo reaparecendo a cor azul.

ARTIGO ANEXO: AS APLICAÇÕES DO ÁCIDO HIALURÔNICO NA ODONTOLOGIA


Conforme aponta a literatura odontológica brasileira, o uso do ácido hialurônico por parte
dos cirurgiões-dentistas em tratamentos da cavidade bucal e da face foi autorizado em março de
25

2014 pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO) mediante as Resoluções 145 e 146/14, nas quais
fica explícita a sua liberação para uso em âmbito odontológico.
Desde então, a substância vem sendo utilizada como uma opção de tratamento
minimamente invasiva para estimular a produção de colágeno e atenuar leves desequilíbrios na
mandíbula ou nos lábios, bem como para preencher determinadas áreas da face que estão direta
ou indiretamente associadas ao funcionalismo e/ou à estética odontológica.

Entendendo melhor o propósito do ácido hialurônico na Odontologia

Para que haja uma compreensão realmente aclarada sobre o uso desse componente pelos
cirurgiões-dentistas, é fundamental que sejam citadas situações específicas, nas quais a primeira
opção de tratamento é a sua aplicação tópica. Para ilustrar, podemos iniciar
pela biomodelação labial: um procedimento realizado para corrigir a perda de volume nos lábios e
devolver o seu contorno a partir de aplicações do ácido hialurônico em pontos específicos do lábio
inferior, superior ou em ambos. Trata-se de uma alternativa indicada especialmente para pacientes
com lábios que se afinaram em decorrência da idade, da genética ou do hábito de fumar, por
exemplo.
Outra possibilidade de tratamento com injeções de ácido hialurônico é a atenuação de
rugas e sulcos. Por meio da aplicação da substância com uma microcânula é possível eliminar a
aparência envelhecida causada pelo famoso “bigode chinês” − marca de expressão que atinge as
proximidades do nariz, chegando até o canto da boca, também chamada de “sulco
nasogeniano”. Embora seja comumente provocado pelo excesso de expressões faciais ao longo
dos anos, o problema também pode surgir devido a características hereditárias ou pela força da
gravidade sobre os tecidos da maçã do rosto.
Da mesma maneira, o ácido hialurônico pode ser usado para suavizar as “rugas de
marionete” – marcas que se formam entre os cantos da boca e o queixo, conhecidas entre os
cirurgiões-dentistas como “rugas melomentais” – e “rugas tipo código de barras” – aquelas que
incidem de forma perpendicular aos lábios, originando um aspecto flácido na parte superior.
O ácido hialurônico para além da região labial:
De acordo com a denominação científica oficial, a Odontologia estuda e trata o sistema
estomatognático, isto é, o sistema que abrange a cavidade bucal, os dentes, a face e o pescoço –
músculos, nervos, ossos, articulações e tecidos. Assim sendo, os cirurgiões-dentistas possuem o
aval para preencher determinadas áreas da face com ácido hialurônico, sobretudo aquelas que
afetam estética e/ou funcionalmente o paciente. Tal aval se justifica principalmente pelo alto
conhecimento anatômico do cirurgião-dentista a respeito de toda essa região ‒ conhecimento este
26

que, associado ao seu elevado senso de estética e proporções ideais, faz com que o dentista seja
um dos melhores profissionais para atuar com essa técnica.
No caso do preenchimento de determinadas áreas da face com ácido hialurônico, a
administração da substância tem o objetivo de promover o rejuvenescimento das regiões faciais
afetadas pela perda de colágeno e hidratação, inclusive as extensões da mandíbula e queixo, que
em muitos pacientes necessitam ser delineadas para recuperar os ângulos mais bonitos do rosto.
Essa intervenção estética é feita somente após um estudo de características como forma, tamanho
e comprimento do mento e de toda a região malar, tendo em vista que a finalidade primordial do
procedimento é harmonizar os traços que compõem a face.
Também é realizada uma análise clínica do perfil mole da face – ou seja, um diagnóstico dos
tecidos com matriz extracelular rica em fibras de colágeno e elastina, visando a identificar as áreas
com maior deficiência produtiva dessas substâncias. Após a análise e descoberta das áreas que
demandam estímulos para maior produção de colágeno, é feita a aplicação do ácido hialurônico em
dosagem compatível com as necessidades do paciente.
É importante destacar que as injeções de ácido hialurônico são aplicadas depois de uma
anestesia local, que torna o procedimento completamente indolor ‒ o que é outro diferencial da
aplicação em âmbito odontológico. Eventualmente, podem ocorrer leves edemas e inchaços na
pós-aplicação, que geralmente desaparecem em até 24 horas. Entretanto, na maioria dos casos, o
paciente poderá retornar normalmente às suas atividades de rotina, bastando realizar compressas
de água fria e se medicar com analgésicos e/ou anti-inflamatórios prescritos pelo cirurgião-dentista.
Para quem ainda não tem essa informação, outro dado relevante é que o ácido hialurônico é
completamente absorvível pelo organismo em um período variável de 6 a 8 meses, constituindo,
assim, um preenchimento não definitivo. Para continuar desfrutando os efeitos da aplicação em
longo prazo, é imprescindível realizar manutenções semestrais ou anuais, conforme a indicação do
cirurgião-dentista.
Para quem se interessar em saber mais a respeito do assunto, o SPA Odontológico Luposeli
é uma clínica especializada neste e em diversos outros tipos de tratamento e conta com um dos
pioneiros da prática no País, lembrando que todos os benefícios que podem ser alcançados por
meio da aplicação do ácido hialurônico estão diretamente associados ao conhecimento e à
experiência do profissional da área, que deve ser devidamente habilitado para administrá-lo.

QUESTÕES PARA ESTUDO

1. Cite as características químicas dos carboidratos.


2. Quais são os grupos principais de carboidratos e como se comportam quanto a
reação de hidrólise?
3. Como se dividem as oses quanto ao grupo funcional e em que carbono da
cadeia eles estão localizados ? Cite as oses mais simples que pertencem a cada
um dos grupos.
4. Como se classificam as oses quanto ao número de carbonos da cadeia ? Dê um
exemplo de cada tipo indicando sua característica funcional (aldose ou cetose).
27

5. Qual o tipo de produto obtido por redução das aldoses ? Cite o nome do
respectivo produto que deriva da glicose, e da manose.
6. Através de que reação a glicose é convertida em ácido glicurônico? Cite a
importância deste produto.
7. Qual a ose mais simples que possui isomeria ótica e qual a condição para que
esse fenômeno ocorra ?
8. Quais os dissacarídeos possivelmente obtidos pela hidrólise parcial do amido e
indique suas diferenças estruturais .
9. O que difere nas estruturas da isomaltose em relação à da maltose ?
10. Comente a estrutura da sacarose e da lactose.
11. Explique por que a MALTOSE e LACTOSE são hidrolisáveis, enquanto que a
MANOSE e a GALACTOSE não o são.
12. Caracterize polissacarídeos homogêneos e heterogêneos. Exemplifique esses
dois tipos.
13. Os polissacarídeos heterogêneos, também chamados mucopolissacarídeos ou
glicosaminoglicanos possuem , na sua maioria, uma unidade monomérica
dissacarídica. Quais os componentes que constituem essa unidade ?
14. Cite a importância do ácido hialurônico no tecido conjuntivo e as alterações
que podem ocorrer por ocasião de infecções instaladas nesse tecido.
15. Qual o tratamento indicado para a regressão das doenças que afetam a
resistência do tecido conjuntivo? Em que se baseia desse tratamento ?
16. Qual o glicosaminoglicano encontrado na cartilagem ?
17. Comente a importância farmacológica da HEPARINA.
18. Caracterize a estrutura cite funções dos proteoglicanos.
19. Caracterize a estrutura e função das beta glucanas produzidas por bactérias.
20. Qual o composto que dá origem aos frutanos e quais os principais
representantes?
21. O que é Biofilme?
22. Em que circunstâncias são produzidos os polissacarídeos extra (PEC) e intra
celulares (PIC)?
23.Cite as enzimas liberadas pelas bactérias cariogênicas e o papel de cada uma
delas.
24. Que tipo de carboidrato daria negativo para a reação de Benedict e positivo
para a reação de Seliwanoff ? Explique e justifique.
25. Qual o tipo de carboidrato que dá reação positiva para a “Prova do Iodo” ?
28

QUÍMICA DE LIPÍDEOS

1.- CONSIDERAÇÕES GERAIS-

Os lipídeos se caracterizam por sua insolubilidade em água e solubilidade em


solventes orgânicos como éter, clorofórmio, acetona, benzeno pelo baixo caráter
polar.
Possuem carbono, hidrogênio e oxigênio, às vezes fósforo e nitrogênio.
Ao contrário dos carboidratos, são uma classe heterogênea de compostos,
divididos em grupos funcionais conforme as suas características químicas.
A grande maioria dos lipídeos possui pelo menos uma molécula de ácido
graxo.

Sua principal função é energética. Além disso atuam como isolantes térmicos,
protetores traumáticos e fazem parte das membranas celulares. Também
hormônios esteroides e vitaminas lipossolúveis fazem parte do grupo dos lipídeos.

2.- ÁCIDOS GRAXOS-


Os ácidos carboxílicos encontrados nos lipídeos levam o nome de ácidos
graxos. Raramente existem livres na natureza. São encontrados, por exemplo,
associados com albumina no plasma sanguíneo. Em geral, são combinados em forma
de ésteres , especialmente com o glicerol e o esfingosinol.
Os ácidos carboxílicos encontrados nos lipídeos levam o nome de ácidos
graxos. Raramente existem livres na natureza. São encontrados, por exemplo,
associados com albumina no plasma sanguíneo. Em geral, são combinados em forma
de ésteres , especialmente com o glicerol e o esfingosinol.
29

2.1- CARACT. E PROPRIEDADES. FÍSICAS : solubilidade e ponto de fusão


Muitos tipos diferentes de ácidos graxos tem sido isolados de lipídios de várias
espécies. Eles diferem entre si pela extensão da cadeia e pelo número e posição de
ligações duplas. Geralmente são acíclicos, não ramificados, com número par de
átomos de carbono. São considerados inferiores com até 10 carbonos.
Os ácidos graxos saturados superiores são sólidos, apresentando consistência
de cêra, enquanto que ácidos graxos com número inferior de carbonos, bem como os
insaturados, são líquidos na temperatura ambiente. Daí conclui-se que quanto
maiores e saturadas forem as cadeias , menor será a sua solubilidade pela tendência
ao estado sólido.
Ao contrário, os ácidos graxos insaturados e os de cadeia curta, tendem ao
estado líquido, o que eleva sua solubilidade. Podemos então afirmar que “a
solubilidade dos ácidos graxos diminui com o aumento da cadeia e cresce com o grau
de insaturação; o ponto de fusão cresce com o aumento da cadeia e diminui com a
presença de ligas duplas.

Ácidos graxos saturados Ácidos graxos insaturados

Basicamente os ácidos graxos:

 São ácidos carboxílicos encontrados nos lipídios, considerados inferiores


com até 10 carbonos.
 Raramente existem livres.
30

 Podem ser encontrados livres (não combinados) no plasma sanguíneo,


associados com albumina.
 Em geral, nos tecidos, são combinados em forma de ésteres, especialmente
com o glicerol e o esfingosinol.

2.2- PROPRIEDADES QUÍMICAS

a) NEUTRALIZAÇÃO: Formação de sabões (Saponificação)

Os ácidos graxos são ácidos fracos e podem ser neutralizados formando sais
orgânicos que em meio aquoso atuam como detergentes.

Os mais solúveis são os de sódio e de potássio. Os sais, em solução aquosa, se


dissociam formando um ânion que possui, além do grupo polar hidrófilo (-COO-) um
outro apolar, hidrófobo (radical orgânico).
31

Dois efeitos principais podem ser observados nessas soluções. Inicialmente os


ânions se orientam para a superfície da solução permanecendo os –COO- imersos
na fase aquosa.
Os radicais apolares emergem, afastando-se o máximo da fase aquosa. Por
consequência imediata da formação deste filme monomolecular, ocorre diminuição
da tensão superficial da solução.

Uma vez saturada a superfície, os demais ânions em solução se associam pelos


grupos apolares, formando micelas. Desta forma o ânion do sabão constitui uma
espécie de ponte entre a fase aquosa e a fase lipídica, diminuindo a tensão
interfacial.
Este processo forma uma emulsão, e o efeito do sabão chama-se detergência,
o que pode ser definido como “estabilização de substâncias apolares em meios
polares”.
Este processo forma uma emulsão, e o efeito do sabão chama-se detergência,
o que pode ser definido como “estabilização de substâncias apolares em meios
polares”. A detergência é importante em vários processos como a emulsificação
dos lipídios na digestão, na absorção no transporte sanguíneo, na remoção de
resíduos de canais radiculares durante o processo de endodondia (“tratamento de
canal”), etc.

.
32

COMO O SABÃO DESTRÓI O CORONAVÍRUS ?

b) - ESTERIFICAÇÃO
Os ácidos graxos são esterificáveis por álcoois, como o glicerol, obtem-se
glicerídeos ou acilgliceróis; com o esfingosinol, formam esfingolipídeos e com
álcoois superiores produzem ceras.

c) HIDROGENAÇÃO
Esta reação verifica-se com os ácidos graxos insaturados, em que se
adicionam hidrogênios para formarem ácidos graxos saturados.

A reação de hidrogenação é de grande importância na indústria de


alimentos, porque permite a conversão de óleos em gorduras adequadas para a
produção de margarinas e para a aplicação em produtos de panificação (gordura
hidrogenada). Também é utilizada para melhorar a consistência de gorduras, ou
ainda para reduzir a sensibilidade à rancidez.
33

d)– OXIDAÇÃO

Os ácidos graxos não saturados podem sofrer oxidação. Em presença do


oxigênio do ar, de maneira espontânea, porém lenta, os ácidos graxos insaturados
podem se auto-oxidar, formando peróxidos orgânicos que, por sua vez se
transformam em derivados alcoólicos e cetônicos que se volatilizam com odor
desagradável. Esta reação constitui parte do processo geral de rancificação.

3.- CLASSIFICAÇÃO
3.1- GLICERÍDEOS OU ACILGLICERÓIS

Os glicerídeos constituem os lipídeos predominantes e característicos das


gorduras naturais. Nos vegetais estão contidos nas sementes e distribuídos na
superfície das folhas. Nos animais encontram-se em todas as células,
particularmente como lipídios de reserva no tecido adiposo.
34

Quimicamente são ésteres do glicerol com 1, 2 ou 3 ácidos graxos,


respectivamente monoacilglicerois, diacilglicerol e triacilgliceróis (ou mono, di e
triglicerídeos). A degradação dos triacilgliceróis é o processo inverso catalisado por
enzimas lipases.
Sendo os triacilgliceróis apenas levemente solúveis em água e sem poder
formar micelas estáveis por si mesmos, eles coalescem dentro dos adipócitos para
formar gotas oleosas, que são quase anidras. Estas gotas de lipídio são as principais
reservas de energia do corpo, prontas para a mobilização quando são requeridas
como combustível.

3.2- FOSFOLIPÍDIOS:

Servem primariamente como elementos estruturais das membranas e não


são armazenados em grandes quantidades. Este grupo de lipídios contém fósforo na
forma de grupos do ácido fosfórico.
Os fosfolipídios possuem um ou mais grupamentos altamente polares,
além das suas cadeias hidrocarbonadas apolares.
O composto básico dos fosfolipídeos é o ácido L-α fosfatídico.
35

Os fosfolipídeos mais abundantes são a fosfatidiletanolamina (cefalina) e


fosfatidilcolina (lecitina), presente no surfactante pulmonar (líquido que envolve os
alvéolos) e a fosfatidilserina.

A cefalina e a lecitina estão intimamente relacionadas, contendo


respectivamente os álcoois aminados etanolamina (colamina) e trimetiletanoilamina
(colina) nas suas cabeças polares , hidrófilas, voltadas para as superfícies externas da
membrana, para o meio aquoso intra e extracelular, ligados ao carbono terminal do
ácido L-α-fosfatídico. Abaixo a representação da lecitina (contendo colina).

Todas as células do organismo necessitam de lecitina, que é uma unidade


essencial da estrutura da membrana celular; sem este composto, a membrana celular
ficaria rígida. Acima representação da membrana celular com fosfolipídios.
36

No tecido cerebral foi encontrado um fosfolipídeo semelhante à cefalina mas


que, ao invés do álcool aminado, contém o aminoácido serina.

A fosfatidilserina aparentemente aumenta a comunicação neuronal,


aumentando a fluidez das membranas celulares e os níveis de acetilcolina, que é um
importante neurotransmissor. Também conhecida como PS (Phosphatidylserine), é
um composto produzido naturalmente pelo organismo e que traz diferentes
benefícios. Um deles é contra o mal de Alzheimer, pois aumenta a capacidade da
aprendizagem, aprimora a memória e reduz a inflamação cerebral dos pacientes.
Além disso, tem efeitos comprovados na função cerebral daqueles com mal de
Parkinson. Hoje em dia já é possível obter a Fosfatidilserina através dos
suplementos alimentares, que tem em sua origem a forma sintetizada a partir de
plantas.

.
“Micrografia produzida a partir de microscópio eletrônico de transmissão. Cortando a imagem em diagonal vemos a
membrana plasmática formada pela bicamada de fosfolipídeos. Em vermelho vemos a parte hidrofílica dos
fosfolipídeos e, em azul, a parte hidrofóbica”.

3.3- Esfingolipídios

Constituem a segunda grande classe dos lipídios de membranas. Contém


um álcool superior aminado na molécula, o esfingosinol. A ceramida é a estrutura
básica .
37

Os esfingolipídios abrangem as esfingomielinas, os cerebrosídeos e os


gangliosídeos, contendo respectivamente colina fosfato, uma ose (glicose ou
galactose) ou um oligossacarídeo ligado à ceramida.

Os cerebrosídios encontram-se em tecidos não neurais como fígado e nas


membranas celulares do cérebro. Possui glicose ou galactose em lugar da colina
fosfato.

Os gangliosídios são encontrados primariamente nas células do sistema nervoso


central, particularmente nas extremidades nervosas. Possui um pequeno
oligossacarídeo no carbono terminal da ceramida.

3.4- CERAS

As ceras são lipídeos simples constituídos por uma molécula de álcool superior
ligada a uma ou mais moléculas de ácidos graxos superiores. Exemplos são o álcoois
o laurílico, C12H23OH, miristíliico C14H29OH, cetíliico, C16H33OH, e o estearílico,
C18H37OH; entre os ácidos graxos destacam-se o palmítico, C15H31-COOH e o cerótico
C25H51-COOH.
38

São substâncias de alto peso molecular, de cadeia carbônica linear, apresentam


solubilidade em solventes orgânicos (benzina, terebintina-resina obtida de árvores-,
éter e clorofórmio, por exemplo), são maleáveis, amolecem a uma temperatura a
partir de 35°C e apresentam densidade próxima à da água.

A principal característica das ceras é a sua total insolubilidade em água e isso


faz com que elas sejam muito úteis a plantas e animais. As folhas de diversos tipos de
plantas têm sua superfície envolta pela cera, tornando-as impermeáveis, o que evita
a perda excessiva de água pela transpiração. O corpo de certos animais também é
revestido por ceras, como é o caso das aves aquáticas, que têm suas penas
recobertas de ceras produzidas pelas glândulas uropigianas utilizadas, sobretudo,
para facilitar a sua flutuação.

No ouvido humano, as ceras (ou cerume) são produzidas e expelidas


pelas glândulas sebáceas e desempenham a função de proteger a estrutura contra
infecções por microrganismos.

Industrialmente, as ceras são aplicadas à produção de vernizes, graxas para


sapato, velas, sabões, ceras para assoalhos, cosméticos, depilatórios, medicamentos
e outros. A cera de abelha é muito utilizada para fins medicinais; se mascada pura,
por exemplo, é útil na eliminação do tártaro nos dentes e dos resíduos de nicotina na
boca; se mascada com mel, é eficaz nos casos de sinusite e outros tipos de reações
alérgicas.

As ceras também estão presentes na parede celular de um gênero de


bactérias, o Mycobacterium. A parede celular das espécies desse gênero possui
ácidos micólicos, um tipo de cera que confere à célula uma impermeabilidade. Isso
faz com que a célula não responda à coloração de Gram.
39

O espermacete é uma cera branca encontrada no esperma de baleias e no


crânio dos cachalotes, usado em cremes e pomadas, pois tem propriedades
emolientes (suavizantes).

Outras aplicações para as ceras são na fabricação de velas, ceras de assoalhos,


graxas para sapato, moldes dentários etc.

3.5- ISOPRENÓIDES
Os representantes deste grupo podem ser considerados como polímeros de
unidades isoprênicas. O isopreno (2-metilbutadieno) é um hidrocarboneto acíclico,
insaturado, de cinco átomos de carbono.

Os isoprenóides se dividem em acíclicos (terpenos) e cíclicos (esteroides

Entre os TERPENOS, encontram-se componentes de muitos óleos essenciais


extraídos de produtos vegetais, como o citronelol, (óleos de rosa), o geranioL, (óleo
de gerânio), o citral, importante matéria prima para a síntese de vitamina A.
Um dos terpenos mais difundidos é o limonemo, encontrado em óleo de
bergamota, laranja e limão; o mentol e a mentona são isolados da essência de
hortelã.
A cânfora é o representante mais importante dos derivados oxigenados dos
terpenos propriamente ditos, extraído da Cinnamomum capphora, do qual pode ser
obtido em estado purificado.
[É uma planta medicinal, também conhecida como Canforeira, Cânfora-de-jardim, Alcanfor,
Cânfora-das-hortas ou Canforinha, muito utilizada em problemas musculares ou de pele. As
propriedades da cânfora incluem sua ação antiepilética, antinevrálgica, antirreumática,
antisséptica, descongestionante, calmante e sedativa.]
40

Cânfora

As vitaminas lipossolúveis A, K e E , lipossolúveis, do grupo dos terpenos,


estão relacionadas com os mecanismos de visão, coagulação e reprodução,
respectivamente. A vitamina E, (tocoferol) também tem ação antioxidante.
Os Carotenóides são substâncias químicas tetraterpênicas que compreendem
pigmentos amplamente difundidos na natureza. Caracterizam-se por
apresentar moléculas oxidáveis, por exibir cores que vão do amarelo ao vermelho,
por serem lipossolúveis, encontrados em vegetais e serem precursores da síntese
da vitamina A em animais.
São responsáveis pelas cores amarela, vermelha, verde e alaranjada de
vegetais, algas, fungos, da gema do ovo e da manteiga. Trata-se de substâncias
essenciais para a manutenção da vida e impossível de serem sintetizadas por
organismos vivos, sendo necessário, então, adquiri-los através da alimentação.
O betacaroteno apresenta uma estrutura formada por dois anéis hexagonais
(não aromáticos). A molécula de betacaroteno, no organismo, é quebrada dando
origem a duas moléculas de vitamina A, essencial para a saúde dos olhos, dos
cabelos, crescimento e desenvolvimento corporal, e de ação antioxidante (combate
os radicais livres provenientes das reações bioquímicas da respiração celular que
aceleram o envelhecimento de tecidos).

O alfa-caroteno é um isómero primário do caroteno que difere-se do beta-


caroteno pela posição da dupla ligação do anel benzênico terminal. É considerado
um supressor da formação de tumores e cânceres mais eficaz que o beta-caroteno,
agindo também na paralisação do ciclo de multiplicação celular.
41

Depois de acompanhar mais de 15 mil pacientes por 18 anos,


pesquisadores concluem que a ingestão do pigmento alfa-caroteno reduz as
chances de a pessoa desenvolver doenças do coração, AVC e câncer. O
alimento com maior concentração da substância é a cenoura.
A conclusão é que uma alta concentração da substância pode diminuir em até
39% as chances de morte prematura causada por doenças coronárias, acidente
vascular cerebral (AVC) ou câncer.

Alguns tipos de carotenos como o licopeno não são convertidos em vitamina A


pelo organismo, porém desempenham um papel antioxidante mais enérgico que o
próprio betacaroteno. O licopeno é encontrado em vegetais de cor vermelha como o
tomate, o mamão e a melancia.

A clorofila, assim como a hemoglobina, é uma molécula pertencente à


classe das porfirinas. Ela se destaca pela presença de quatro anéis pirrólicos e
um anel isocíclico, que são ligados entre si por pontes metilênicas. No interior
da molécula, existe um átomo de magnésio coordenado aos anéis.
42

As cadeias laterais variam em certo nível entre as diferentes formas de clorofila


encontradas em diferentes organismos, mas todas possuem uma cadeia fitol
(um terpeno) ligada por uma interação tipo éster a uma carboxila do anel IV.

A forma chamada de clorofila a é a principal responsável pela coloração verde


das plantas e pela realização da fotossíntese.

Os ESTEROIDES, segundo grupo dos isoprenóides, são amplamente


distribuídos nos organismos vivos e incluem alguns hormônios, a vitamina D e os
esteróis, tais como o colesterol.
Os esteroides não possuem ácidos graxos, possuem o núcleo básico do
ciclopentanoperidrofenantreno e normalmente são derivados do colesterol.

Terapeuticamente, os corticosteroides são utilizados como imunossupressores


no tratamento de doenças autoimunes e na cirurgia de transplantes.
Os esteroides anabólicos são derivados do hormônio masculino testosterona.
São algumas vezes ingeridos pelos atletas e levantadores de peso em razão de suas
propriedades de fortalecimento e crescimento muscular, mas podem causar sérios
danos ao fígado com o uso continuado. Grandes quantidades podem levar a surtos
de comportamento agressivo, ou mesmo à morte.
Constituem os ingredientes ativos da maioria das pílulas anticoncepcionais.
Alguns exemplos destes esteroides são a hidrocortisona, dexametasona,
mometasona e betametasona.
O colesterol é um álcool policíclico de cadeia longa encontrado nas
membranas celulares e transportado no plasma sanguíneo dos animais.). Presente
em alimentos como fígado e gêma do ôvo. Estrutura abaixo.

O colesterol é insolúvel em água. Para ser transportado através da corrente


sanguínea ele liga-se a diversos tipos de lipoproteínas (partículas esféricas que tem
sua superfície exterior composta principalmente por proteínas hidrossolúveis).
É um componente essencial das membranas celulares dos mamíferos, regula a
fluidez da membrana em diversas faixas de temperatura. É o principal esterol
sintetizado pelos animais. Participa na fabricação da bílis, é o principal precursor da
vitamina D e de vários hormônios esteróides.
43

A quantidade média de colesterol no sangue varia com a idade, tipicamente


aumentando gradualmente até a pessoa chegar aos sessenta anos de idade.
O termo hipercolesterolemia refere-se a níveis aumentados de colesterol na
corrente sanguínea, que é a principal causa de doença coronariana cardíaca e outras
formas de cardiopatias.
As principais fontes de colesterol na dieta incluem os ovos, carne de vaca e
galináceos.
.

. Deve-se observar, no entanto, que o colesterol pode ser sintetizado no


organismo humano em grandes quantidades, mesmo com uma dieta vegetariana
(pobre em colesterol), como resultado de certas alterações no metabolismo.
Portanto, elevações pequenas nos níveis de colesterol podem ser inicialmente
tratadas apenas com mudança dos hábitos alimentares, mas hipercolesterolemias
severas geralmente exigem a associação com tratamento farmacológico.
44

A vitamina D é um esteroide lipossolúvel essencial para o corpo humano e sua


ausência pode proporcionar uma série de complicações. A principal fonte de
produção da vitamina D se dá por meio da exposição solar, pois os raios ultravioletas
do tipo B (UVB) são capazes de ativar a síntese desta substância. Alguns alimentos,
especialmente peixes gordos, são fontes de vitamina D, mas é o sol o responsável por
80 a 90% da vitamina que o corpo recebe. Entre outras funções, a vitamina D
participa nos seguintes aspectos no organismo:

Fortalece os ossos: A vitamina D é necessária para a absorção do cálcio pelos ossos. Pessoas com
deficiência de vitamina D chegam a aproveitar 30% menos de cálcio proveniente da dieta,
responsável por fortalecer ossos e dentes. A deficiência deste nutriente pode causar o raquitismo
na infância e a osteoporose na vida adulta. Um exemplo da importância da combinação dessas duas
substâncias é que sempre que a recomendação de suplementação de cálcio é indicada, ela é feita
juntamente com a vitamina D para atuar na absorção do mineral.

Gravidez segura: A vitamina D é muito importante para as gestantes. No primeiro trimestre a falta
dela pode levar a abortos. Alertas de aborto no início da gravidez, pelo sistema imunológico da
mãe estar rejeitando a implantação do embrião. Como a vitamina D age no sistema imunológico,
ela pode corrigir esta situação.

Tratamento de doenças autoimunes: A vitamina D já está sendo utilizada no tratamento de


doenças autoimunes, condição que ocorre quando o sistema imunológico ataca e destrói tecidos
saudáveis do corpo por engano. A vitamina D é um imunoregulador que inibe seletivamente o tipo
de resposta imunológica que provoca a reação contra o próprio organismo. O tratamento de
doenças autoimunes com vitamina D é algo recente, mas é visto por especialistas como uma grande
perspectiva da medicina.

Efeitos colaterais: Quando consumida dentro das quantidades recomendadas a vitamina D não
tem efeitos colaterais. Porém, quando ingerida em excesso pode prejudicar os rins por causar o
aumento da absorção de cálcio. É importante destacar que o excesso de vitamina D só ocorre por
meio da suplementação. Isto porque os alimentos não contam com quantidades grandes da
substância e a obtenção dela por meio dos raios solares é regulada pela pele, que cessa a produção
da vitamina quando atinge os valores necessários.

Como obter a vitamina D: Apesar de estar presente em alimentos de origem animal, estas fontes
não possuem a quantidade de vitamina D que o organismo necessita. Por isso, para evitar a
carência da substância é importante tomar de 15 a 20 minutos de sol ao dia. Braços e pernas
devem estar expostos, pois a quantidade de vitamina D que será absorvida é proporcional a
quantidade de pele que está exposta.
45

Fontes de vitamina D : Todos os alimentos fontes de vitamina D são de origem animal porque as os
vegetais não conseguem sintetizá-la. Até mesmo o alimento com as maiores quantidades da
substância, o salmão, conta com somente 6,85% das necessidades diárias em uma porção de 100
gramas. Por isso, tomar sol é fundamental para evitar a carência.

Idosos e os suplementos: Pessoas mais velhas produzem menos vitamina D em resposta à


reduzida exposição ao sol por questões relacionadas à idade. A quantidade da substância
produzida em uma pessoa de 70 anos é, em média, um quarto da que é sintetizada por um jovem
de 20 anos. Por isso, é interessante que os idosos conversem com seus médicos no intuito de
avaliar a necessidade de associar suplementos de vitamina D a seus hábitos alimentares.

4. PROSTAGLANDINAS

São derivados dos ácidos graxos poli-insaturados e têm importantes funções


no organismo. A maioria é derivada do ácido araquidônico. Toda prostaglandina
contém 20 átomos de carbono, incluindo um anel pentagonal. Elas são mediadoras e
possuem uma série de fortes efeitos fisiológicos; embora tecnicamente
sejam hormônios, raramente são classificadas como tais, visto que não entram na
corrente sanguínea. Controlam processos, como a inflamação, o fluxo de sangue, a formação
de coágulos de sangue e a indução do trabalho de parto.

Autores consultados:: Bioquímica Ilustrada (Pâmela Champ - Richard Harvey); BioquímicaFundamental (Renato Dutra Dias &
Clovis); Princípios de Bioquímica (Lehninger); Bioquímica (Bacila). Pesquisa em artigos de rede aberta

PROCEDIMENTOS PRÁTICOS – Reações de caracterização


Os lipídeos constituem um grupo compostos que exercem diversificadas
funções, como energética, estrutural, hormonal e outras de fundamental importância
para os organismos animais e vegetais. Os mais abundantes na natureza são os
acilgliceróis (glicerídeos) que são ésteres do glicerol com ácidos graxos. Possuem
características apolares e por isso não se solubilizam em água.
46

1.SOLUBILIDADE.

Se testarmos a solubilidade dos lipídios (utilizando óleo vegetal como


representante), constataremos que eles somente se solubilizam em solventes
orgânicos (apolares) como éter, clorofórmio, acetona, benzeno e outros de mesmas
características.

2. EMULSIFICAÇÃO: Lipídio (óleo) e água.

Óleo e água formam uma emulsão instável devido o fato do óleo se tornar
marcadamente dividido. Deixando em repouso em repouso por um certo tempo,
verifica-se que as gorduras do óleo se agregam, constituindo uma fase perfeitamente
distinta, dado seu peso específico. Em presença de agente emulsificante como o
carbonato de sódio NA2CO3, cria-se um meio alcalino. Com isto, os ácidos graxos
livres, presentes no óleo são neutralizados, e os sais que formam são agentes
estabilizantes das emulsões.

Como consequência, a emulsão não se separa em duas camadas como


anteriormente.

Da mesma forma atuam as proteínas estabilizantes das emulsões que atuam


no plasma sanguíneo e em ducto linfático, onde os líquidos circulantes tem caráter
polar, incompatível com a natureza das gorduras.

Devido a proteína possuir zonas hidrofóbicas, a gordura é fixada nas mesmas.


Por isso as proteínas são agentes estabilizantes das emulsões. O conjunto formado
da proteína com a gordura é chamado de lipoproteína.
47

3. SAPONIFICAÇÃO.

Os glicerídios (mais comumente triglicerídeos) quando tratados por soluções


alcalinas concentradas, são hidrolizados produzindo glicerol e sais alcalinos dos
ácidos graxos, os quais são chamados de sabões.

Os mais solúveis são os de sódio e de potássio. Os sais, em solução aquosa, se


dissociam formando um ânion que possui, além do grupo polar hidrófilo (-COO-) um
outro apolar, hidrófobo (radical orgânico).
48

Desta forma o ânion do sabão constitui uma espécie de ponte entre a fase
aquosa e a fase lipídica, diminuindo a tensão interfacial.

Este processo forma uma emulsão estável, e o efeito do sabão chama-se


detergência, o que pode ser definido como “estabilização de substâncias apolares
em meios polares”.

A detergência é importante em vários processos como a emulsificação dos


lipídiosna digestão, na absorção no transporte sanguíneo, etc.

4. ESTERÓIDES.

Os esteroides constituem um grupo de lipídeos de grande importância


biológica que se caracterizam estruturalmente por possuir um núcleo básico
chamado ciclopentano peridro fenantreno.

O colesterol é um esteroide muito importante como precursor de hormônios


sexuais, da vitamina D e dos ácidos biliares.

Duas reações específicas dão resultado positivo para identificar o colesterol em


laboratório.
49

A reação de Liebermann-Burchard que trata o colesterol com anidridoacético e


ácido sulfúrico demonstra a sua presença pelo aparecimento de com verde. A
intensidade da cor é diretamente proporcional à concentração da amostra.

A reação de Salkowski indica positividade com um anel avermelhado na


interfase de dois líquidos
.

ANEXO 1- O METABOLISMO DOS LIPÍDIOS ESTÁ SUJEITO A DEFEITOS GENÉTICOS

Todos os lipídios polares da membrana sofrem constante renovação


metabólica, num estado de equilíbrio dinâmico, onde a velocidade da sua síntese é
equilibrada por igual velocidade de degradação, promovida por enzimas hidrolíticas,
cada uma capaz de hidrolisar uma ligação covalente específica. Assim, a degradação
da fosfatidilcolina ocorre pela ação de várias fosfolipases diferentes. O metabolismo
dos esfingolipídios de membrana, que incluem a esfingomielina, os cerebrosídios e
os gangliosídios, é particularmente suscetível a defeitos genéticos das enzimas
envolvidas na sua degradação. Em consequência, os esfingolipídios ou seus produtos
de degradação parciais se acumulam em grandes quantidades nos tecidos, pois sua
síntese é de velocidade normal mas sua degradação é interrompida. Por ex., na
anormalidade genética rara chamada de doença de Niemann-Pick, a esfingomielina
se acumula no cérebro, baço e fígado, por uma deficiência genética na degradação da
esfingomielina pela enzima esfingomielinase, que cliva a fosfocolina a partir da
esfingomielina. A doença torna-se evidente primeiro nas crianças e provoca retardo
mental e morte precoce.
Muito mais comum é a doença de Tay-Sachs, onde um tipo específico de
gangliosídeo se acumula no cérebro e baço devido à falta da enzima lisossômica N-
acetil hexoaminidase, que hidrolisa uma ligação específica entre a N-acetil-D-
galactosamina e um resíduo específico de D-galactose na cabeça polar do
50

gangliosídio. Como consequência, grandes quantidades do gangliosídeo parcialmente


degradado se acumulam, causando a degeneração do sistema nervoso e levando ao
retardo mental, à cegueira e à morte precoce. Pelo fato da doença ser irreversível e
requerer cuidados institucionais totais, o aconselhamento genético dos pais torna-se
importante pela advertência de suas consequências. Tem sido propostos testes para
determinar a incidência dos genes recessivos nos pais presumíveis. Testes no feto
também podem ser feitos durante a gravidez pela colheita do fluido amniótico,
conhecida como amniocentese.
Outro exemplo de doença lisossômica é a síndome de Hurler ou gargolismo,
onde uma enzima que participa na degradação da porção de ácido
mucopolissacarídeo dos proteoglicanos está defeituosa e produtos de degradação
parcial se acumulam. Crianças com esta doença desenvolvem feições faciais
grosseiras, dobras espessas na pele, que é rica em proteoglicanos, retardo mental e
cegueira. A morte precoce é inevitável.
Muitas pesquisas são realizadas para corrigir deficiências genéticas das
enzimas lisossômicas por meio da engenharia bioquímica. O principal objetivo é
substituir a enzima defeituosa pela sua forma normal, cataliticamente ativa.
Entretanto grandes dificuldades são encontradas para essa substituição. Uma outra
abordagem é introduzir o gene ativo normal da enzima defeituosa nos cromossomas
das células, de tal forma que elas possam sintetizar a enzima ativa normal, a partir
da informação fornecida pelo gene e direcionar a nova enzima para dentro do
lisossomo.

ANEXO 2 -OBESIDADE (Compilado de FUNDAMENTOS PARA AS CIÊNCIAS BIOMÉDICAS – Isaias


RAW & outros)

Se definirmos como obesa a pessoa cujo peso corporal apresenta mais de 25%
de gordura no homem e 30% na mulher adulta, uma grande parte da população de
classe média é obesa. Este é um problema primordial de saúde, tendo se calculado
que as pessoas obesas têm uma probabilidade aumentada em 400% de ter diabete e
uma incidência aumentada em 200-250% de apendicite, cirrose do fígado, cálculos
biliares, hipertensão e nefrite crônica, um aumento de 150% em moléstias
cardiovasculares, hemorragias cerebrais, e câncer do fígado e da vesícula biliar. Um
excesso de peso de 15-24% aumenta a taxa de mortalidade em 44%, e um excesso
acima de 25% eleva essa taxa para 74%.
51

Independente de sua natureza, a obesidade provém de um desequilíbrio entre


a ingestão e o consumo de calorias. Num único ano, um adulto médio ingere cerca
de um milhão de quilocalorias. Se a entrada superar somente em 1% a demanda
energética (o que equivale a dois refrigerantes por dia), o resultado será de cerca de
1 quilo de gordura depositada por mês. Um quilo de gordura, 9.000 kcal, pode
fornecer toda a demanda de energia para uns 4 dias. Para consumir essa quantidade
de energia armazenada apenas através de mais trabalho, serão necessárias 150 horas
de exercício intenso.

Ao pesquisar a etiologia da obesidade, deve-se levar em conta a regulação da


ingestão aumentada de alimentos. Há evidências de que existem mecanismos que
regulam, a longo e a curto prazo, a ingestão de alimentos. Acreditava-se que a
sensação de saciedade se originava no estômago. Apesar de o estomago ter
sensores para a distensão e para a pressão osmótica,a sua desnervação total não
provoca modificações sensíveis na ingestão de alimentos, e pacientes com
gastrectomia total continuam a sentir fome e saciedade. Quando ratos são
alimentados com dietas contendo quantidades variáveis de celulose ou qualquer
outro suplemento não nutritivo, ingerem mais alimento para compensar a diluição
calórica, mostrando que a saciedade imediata não depende do volume de alimento.

Existe uma estreita associação entre o peso excessivo e o diabetes em adultos.


Em pacientes obesos também podemos encontrar hiperinsulinemia sem
hipoglicemia. Quando nesses pacientes se examina o efeito da insulina sobre a
absorção de glicose pelo músculo, constata-se que a insulina é menos eficaz nos
controles obesos do que nos magros, evidenciando que a obesidade é acompanhada
por resistência à insulina.

Comparadas às células adiposas de pessoas magras, as de pacientes obesos


contém mais gordura e são até três vezes maiores. A afinidade e o número dos
receptores de insulina por células adiposas são normais em pacientes obesos,
embora, quando o número de receptores é expresso por peso, parece haver uma
redução, uma vez que as células são maiores.

QUESTIONÁRIO PARA ESTUDO


1. Comente a solubilidade dos lipídios em função do seu caráter polar.
2. Cite as principais funções dos lipídos.
52

3. Qual o principal componente químico integrante dos lipídios e de que forma essas
moléculas se encontram combinadas ?
4. De acordo com o comprimento e grau de insaturação da cadeia, como se comportam os
ácidos graxos quanto à solubilidade e ponto de fusão?
5. De que forma ocorre a neutralização dos ácidos graxos e qual o produto dessa reação?
6. Qual a relação entre a hidrogenação e as propriedades físicas de solubilidade e ponto de
fusão dos ácidos graxos ?
7. Quais as consequências da oxidação espontânea dos ácidos graxos, para a gordura ?
8. Como são constituídos os triacilgliceróis e qual a sua principal importância ?
9. Onde são encontrados os fosfolipídios de um modo geral ? Quais os principais
representantes ?
10. Qual o nome dos grupos de lipídios que fazem parte dos derivados da ceramida e qual a
particularidade estrutural de cada um deles ?
11. O que são terpenos ? Cite exemplo com importância medicinal e alguma de suas utilidades.
12. Cite as formas de utilização do colesterol no organismo.
13. Como atuam os agentes estabilizantes das emulsões ?
14. Para que servem as reações de Liebermann Burchard e Salkowski ?
15. Como se traduz a positividade da reação de Liebermann Burchard ?

AMINOÁCIDOS E PROTEÍNAS
1.- INTRODUÇÃO

As proteínas desempenham uma variedade de funções como a hemoglobina,


como os catalisadores (enzimas), como componentes estruturais (colágeno nos
ossos e tendões), nas atividades mecânicas (miosina do músculo), ou coordenando a
função dos órgãos (hormônios) ou como defesa do organismo (imunoglobulinas do
sangue). Quimicamente são polímeros de pequenas unidades, os aminoácidos ,
unidos entre sí por ligações covalentes chamadas “ligações peptídicas”. Os
aminoácidos são compostos de função mista, amina (-NH2) e ácida (-COOH). Estes
grupamentos estão ligados a um carbono ao qual também se liga um radical
orgânico (-R) e um átomo de hidrogênio.
53

Os aminoácidos podem formar cadeias através de ligação entre seus grupos


carboxila e amino, formando peptídeos.

−−−−−>

Embora mais de 300 aminoácidos tenham sido descritos na natureza, somente


vinte (20) são encontrados nas proteínas dos mamíferos. São eles a alanina,
arginina, asparagina, aspartato, cisteína, glicina, glutamato, glutamina, histidina,
isoleucina, leucina, lisina, metionina, fenilalanina, prolina, serina, treonina,
triptofano, tirosina e valina.
54

2.- CLASSIFICAÇÃO DOS AMINOÁCIDOS:

Quanto às necessidades nutritivas, classificam-se em essenciais e não essenciais,


conforme a capacidade de serem produzidos no organismo (às custas de carbono e
nitrogênio) ou não.

Quanto a polaridade do radical são divididos em 4 grupos: APOLARES, ÁCIDOS


(com carga negativa no radical), BÁSICOS (com carga positiva no radical) e POLARES
SEM CARGA .

3.-PROPRIEDADES ÓPTICAS DOS AMINOÁCIDOS: Com exceção da glicina, todos os


aminoácidos podem pertencer a duas séries: D ou L. sendo que os aminoácidos
naturais dos mamíferos são da série L.
55

4.- AMINOÁCIDOS COMO ELETRÓLITOS:

Os aminoácidos são geralmente hidrossolúveis e apresentam um ponto de


fusão muito elevado (entre 200 e 300°C), o que sugere uma alta polaridade da
molécula.

Quando um aminoácido é colocado em solução aquosa, sua carboxila (-COOH)


dissocia um próton (H+) tornando-se aniônica (-COO-), enquanto o grupo amino (-NH2)
capta um próton (H+), tornando-se catiônico(-NH3+). Desta maneira, o aminoácido
pode ser considerado como um íon dipolar ou ‘’anfólito’’ (ácido e básico ou catiônico
e aniônico). Na realidade, o que ocorre, é que cada um dos grupos entra em
equilíbrio com o meio aquoso, cedendo ou captando prótons, conforme a sua
afinidade por eles.

5.- AMINOÁCIDOS COMO TAMPÕES

Por ação TAMPÃO ou ‘’BUFFER’’ entende-se a capacidade de uma solução em


resistir a variações acentuadas de pH apesar da adição limitada de um ácido ou de
uma base. As substâncias cuja presença em uma solução são responsáveis por este
efeito, levam a denominação de “tampões”.
Segundo Brownsted e Lowry, ácidos são substâncias que em solução liberam
prótons e bases são substâncias que captam prótons.
Quando colocamos um aminoácido em solução aquosa ácida, todos os seus
grupos ionizáveis ficarão saturados de H+.

Se a esta solução ácida adicionarmos uma base (OH-), pouco a pouco os íons
hidroxônio (H3O+) do meio serão neutralizados, elevando o pH da solução (H3O+ +
OH- = H2O + H2O). Quando o pH da solução atinge um determinado valor, os grupos
carboxila dos aminoácidos começam a encontrar facilidade em dissociar prótons
56

hidrogênio para o meio, os quais serão também neutralizados pela base que está
sendo adicionada.

Zona A-B - pH 1,34 a 3,34: Zona de tamponamento por cedência de H+ do grupo carboxila.
pK1 = PH 2,34 (médio da zona de tamponamento): Equilíbrio entre as formas iônicas 1 e 2.

Enquanto os grupos –COOH estiverem liberando H+, a base adicionada estará


sendo mais utilizada para neutralizá-los ao invés de neutralizar os íons H3O+ da
solução, o que faz com que o pH não sofra alterações significativas porque os grupos
carboxila estão tamponando os grupos OH- adicionados.

Com a adição continuada de base, os grupos –COOH vão ficando reduzidos e a


neutralização dos íons hidrogênio do meio vai aumentando, fazendo o pH subir mais
rapidamente.

Quando o pH atinge um valor mais elevado, acima de 7,0, o aminoácido volta


a neutralizar a base (que continua sendo adicionada), porém as custas do grupo –
NH3+que se dissocia liberando H+ para o meio, tamponando novamente os grupos
OH- adicionados.

Com a adição de base, os grupos NH3+vão se reduzindo, voltando a ocorrer


nova elevação súbita do pH, cessando a capacidade tamponante do aminoácido.
57

Zona C-D - PH 8,80 a 10,80: Zona de tamponamento por cedência de H+ do grupo amônio.
pk2 = pH 9,80 (médio da zona de tamponamento): Equilíbrio entre as formas iônicas 2 e 3.

7.- EQUAÇÃO DE HENDERSON-HASSELBACH

Considere a liberação de um próton por um ácido fraco, representada por HA.

O “sal” ou base conjugada, A-, é a forma ionizada de um ácido fraco. Por definição, a
+
constante de dissociação do ácido, Ka, é Ka = [H ]/[HA].

Nota: Quanto maior o Ka, mais forte o ácido, pois a maior parte do HA foi convertido
em H+ e A-. Inversamente, quanto menor o Ka, menos o ácido se dissociou, e, assim,
mais fraco é o ácido.

Simplificando, o [H+] na equação acima, tomando o logarítimo de ambos os lados da


equação, multiplicando ambos os lados da equação por -1 e substituindo o
pH=log[H+] e pKa = -log Ka, obtemos a equação de Henderson Hasselbach:

Esta equação é utilizada para


prever as formas iônicas dos aminoácidos. Geralmente é útil para calcular como o pH
de soluções fisiológicas (por exemplo, sangue ou líquido intracelular) responde a
alterações na concentração de ácidos fracos e/ou sua forma “salina” correspondente;
também é útil para determinar qual a quantidade de droga encontrada em cada lado
de uma membrana que separa dois compartimentos que diferem em pH, como por
exemplo, o estômago e o plasma sanguíneo; através dela, é possível prever
alterações no pH do sangue à medida que as concentrações de HCO3- ou CO2 são
alteradas.
58

8.- FÓRMULA EM ZWITTERION

Uma representação alternativa para a estrutura do aminoácido anfótero em


solução é a fórmula de zwitterion (= íon híbrido), proposta por Bjerrum em 1923, na
qual o grupo carboxila é representado ionizado, enquanto o grupo amino, no pH
neutro, retém o próton.

Quando a base é adicionada a uma solução neutra de aminoácido, os prótons


do NH3+ é que são titulados, como se indica na fórmula seguinte; quando se adiciona
um ácido, o grupo carboxila dissociado aceita o próton.

_____

Zwitterion, do alemão "zwitter" (híbrido), "sal interno" ou "íon dipolar" é um


composto químico eletricamente neutro, mas que possui cargas opostas em
diferentes átomos. Podem se comportar como ácidos ou bases, portanto são
anfóteros. Os aminoácidos, por exemplo, se comportam como ácido por causa do
grupo carboxila (-COOH) e como bases por causa do grupo amino (-NH2).
Isso possibilita a reação da parte ácida com a parte básica, gerando um sal. Como ela
se dá no mesmo composto, o sal formado é chamado de "sal interno”.

9. AMINOÁCIDOS INCOMUNS

Sabe-se que existem muitos outros aminoácidos, além dos citados


anteriormente. Certos aminoácidos ocorrem em algumas proteínas, mas isto não
significa que ocorram em todas.

Eles são derivados de aminoácidos comuns e são produzidos por modificações em


tais aminoácidos depois de a proteína ser sintetizada pelo organismo, em um
processo chamado de modificação pós tradução. A hidroxiprolina e a
hidroxilisina diferem-se dos aminoácidos parentais por possuírem grupos hidroxila
em suas cadeias laterais; elas são encontradas somente em algumas proteínas de
tecidos conjuntivos, como o colágeno.
59

A tiroxina e a tríodo tironina diferenciam-se da tirosina por terem um grupo


aromático extra que contém iodo na cadeia lateral; elas são encontradas somente na
glândula tireóide.

10. AMINOÁCIDOS E NEUROTRANSMISSORES

Dois aminoácidos merecem um destaque especial, uma vez que ambos são
precursores chave para muitos hormônios e neurotransmissores (as substancias
envolvidas nos impulsos nervosos): a tirosina e o triptofano.

A tirosina e a fenilalanina são os precursores para a noradrenalina e a


adrenalina, ambas estimuladoras.

O triptofano é um precursor da serononina (5-hidroxitriptamina), a qual tem


um efeito sedativo, proporcionando uma sensação agradável.
60

11.- OLIGOPEPTÍDEOS

São cadeias compostas por dois ou mais aminoácidos unidos por ligações
peptídicas. Assim quando forem dois aminoácidos será um dipeptídeo; tres,
tripeptídeo, etc.; até 20 aminoácidos unidos por ligação peptídica considera-se
oligopeptídeo; além disso são polipeptídeos.

O dipeptídeo L-Aspartil-L-fenilalanina, o ASPARTAME, tem grande importância


comercial: Sendo cerca de 200 vezes mais doce que o açúcar comum, substitui esse
carboidrato em diabéticos ou no tratamento da obesidade. Todavia sua utilização
acompanha restrições em pessoas com fenilcetonúria.

Níveis altos de fenilalanina em uma mulher grávida podem fazer com que seu
filho tenha crescimento lento, demore a se desenvolver, tenha o tamanho da cabeça
pequeno e outras desordens.

........................................................................................................................................................

A GLUTATIONA é um tripeptídeo formado por glutamato, cisteína e glicina. No


estado reduzido é substrato fornecedor de hidrogênios para a enzima glutationa-
peroxidase que reduz peróxido de hidrogênio à água, protegendo assim o eritrócito
contra efeitos tóxicos e oxidantes.
61

Relação entre a função da glutationa com a “via das pentoses”:

A via das pentoses, parcialmente esquematizada abaixo, é uma das “fontes”


de NADP reduzido (NADPH) para uma enzima (glutationa redutase) que reduz GSSG
(glutationa oxidada) em 2 GSH (glutationa reduzida), as custas de 2 hidrogênios que
são removidos da glicose 6-P pela enzima “glicose 6-fosfato desidrogenase”. Esses
hidrogênios são captados pela coenzima NADP+, nesta forma oxidada, fica reduzida
(NADPH+H+). Outra enzima, a “glutationa redutase”, transfere os hidrogênios para a
glutationa oxidada (GS-SG) que, então, se reduz originando 2GSH. Pela enzima
“glutationa peroxidase”, os hidrogênios são transferidos para o peróxido de
hidrogênio (agente hemolítico) que fica convertido em 2 H2O. Veja esquema acima.
62

A Via das Pentoses tem por objetivo produzir ribose, monossacarídeo integrante de
nucleotídeos, coenzimas e ácidos nuclêicos. Será vista mais adiante no
metabolismo dos carboidratos.
63

Outro oligopeptídeo, CARNOSINA, é sintetizado primordialmente no músculo


esquelético a partir dos aminoácidos L-histidina e beta-alanina. Encontrada em
alguns tipos de carne, a carnosina pode ser obtida pela dieta, mas não é absorvida
em sua forma íntegra para a corrente sanguínea, já que a enzima carnosinase,
presente no aparelho digestivo, hidrolisa o dipeptídeo. A carnosina tem efeito
tamponante e redutor de fadiga.

Já que a histidina é um aminoácido essencial e a beta-alanina tem sua síntese


endógena restrita aos hepatócitos, seria indicada a suplementação de beta-alanina
a fim de aumentar a produção muscular de carnosina. A carnosina tem efeito
tamponante e redutor de fadiga.

12. POLIPEPTÍDEOS:

Os polipeptídeos são cadeias com mais de 20 alfaaminoácidos unidos por


ligação peptídica.

As proteínas são peptídeos com um grande número de unidades de alfa


aminoácidos polimerizadas por ligações peptídicas.

Quanto à conformação, as proteínas se dividem em dois grupos: Fibrosas e


globulares.
64

PROTEÍNAS FIBROSAS: ocorrem com cadeias alongadas e filamentosas,


unidas por vários tipos de ligações dando estruturas estáveis e insolúveis, como na
queratina, na miosina e no colágeno. Tendões, ligamentos, cartilagens e a matriz
orgânica dos ossos são os tecidos de maior ocorrência do colágeno, constituindo 60
% do tecido conjuntivo que forma a gengiva e o periodonto.

A queratina é uma proteína tipicamente encontrada nos epitélios de


vertebrados. Ela pertence a um grupo de proteínas insolúveis e é descrita como a
proteína estrutural mais abundante em células epiteliais sendo, junto com o
colágeno, o biopolímero mais importantes observado em animais.
É o principal componente da rígida camada externa da epiderme, constituindo
mais de 85% das proteínas celulares, além de apêndices relacionados, como cabelos,
chifres, unhas e penas.
A α-queratina é rica em resíduos de cisteína, que, por meio de ligações
dissulfeto, interligam as cadeias polipeptídicas adjacentes. Isso explica duas de suas
propriedades biológicas mais importantes, a insolubilidade e a resistência ao
estiramento.
As α-queratinas são classificadas como "duras" ou "moles", dependendo da
quantidade alta ou baixa de enxofre que possuem. As queratinas duras, como
aquelas presentes no cabelo, nos chifres e nas unhas, são menos flexíveis que as
queratinas moles, que são encontradas na pele ou nas calosidades, pois as ligações
dissulfeto (S-S) resistem a quaisquer forças que possam deformá-las.
65

As β-queratinas são uma estrutura proteica encontrada na epiderme de répteis e


pássaros. Bicos, garras e penas.
13. COLAGENO e ELASTINA

São as principais proteínas dos tecidos conjuntivos. O tecido conjuntivo


consiste de elementos extracelulares estruturais e de suporte do organismo,
representando grande parte da matéria orgânica total dos animais superiores.

O tecido conjuntivo também envolve os vasos sanguíneos; forma uma


importante camada estrutural sob a pele; ajuda a unir as células nos tecidos e forma
a substância fundamental entre as células.

Existem três componentes moleculares principais do tecido conjuntivo: as


duas proteínas fibrosas –colágeno e a elastina- , as quais ocorrem juntas na maioria
dos tecidos conjuntivos, em proporções variadas, e as proteoglicanas, um grupo de
compostos formados por proteínas ligadas a polissacarídeos (já estudado
anteriormente).
66

13.1 ESTRUTURA DO COLÁGENO

É uma proteína pouco solúvel, organizada em fibras resistentes. Cada molécula


do colágeno é formada por três cadeias polipeptídicas constituídas por cerca de
1000 aminoácidos, cada uma, dispostas em forma de hélice, orientadas para a
direita, enroladas uma em torno da outra

As moléculas do colágeno em tripla hélice são estabilizadas por ligações


covalentes. O número de ligações covalentes varia conforme a atividade fisiológica
do tecido considerado e aumenta com a idade do animal (o que explica a maior
rigidês da carne em animais mais velhos). As fibrilas do colágeno consistem de
subunidades polipeptídicas em forma de bastão, chamadas tropocolageno,
dispostas em feixes paralelos.

Tendões, ligamentos, cartilagens e a matriz orgânica dos ossos são seus tecidos de
maior ocorrência.

A degradação do colágeno na matriz extracelular é obtida por uma


família de enzimas colagenases que clivam as fibras intactas de colágeno em
fragmentos menores que podem ser degradados por enzimas lisossômicas até seus
aminoácidos constituintes.

Defeitos em qualquer uma das etapas na síntese do colágeno podem


resultar em uma doença genética envolvendo uma incapacidade em formar fibras
adequadamente e assim fornecer aos tecidos a força tênsil necessária, normalmente
provida pelo colágeno, como a Síndrome de Ehleres-Dantos e a Síndrome dos Ossos
Frágeis .
67

13.2 ESTRUTURA DA ELASTINA

A estrutura da elastina confere propriedades características aos tecidos


elásticos. Os principais tecidos conjuntivos ricos em elastina são o tecido elástico
amarelo dos ligamentos e a camada conjuntiva elástica das grandes artérias.

A elasticidade da parede arterial ajuda a amortecer e a distribuir a força


pulsátil de bombeamento do sangue exercida pelo coração.

Tem a função de ser muito resistente, mais ainda que o colágeno, sendo
capaz de suportar grandes trações. Os ligamentos, ricos em elastina, ligam e mantêm
em posição correta os ossos que compõe as articulações do esqueleto.

Eles devem ser necessariamente elásticos e flexíveis. Quando os ligamentos ao


redor do joelho ou do ombro são esticados excessivamente ocorre deslocamento da
articulação, mas ela pode ser facilmente refeita.

As porções em hélice esticam-se quando sob tensão, mas revertem ao


comprimento original quando a tensão é aliviada.

As porções em hélice esticam-se quando sob tensão, mas revertem ao


comprimento original quando a tensão é aliviada.
14. MIOSINA E ACTINA

Os músculos esqueléticos contêm duas proteínas que formam estruturas


fibrilares ou filamentosas características- a miosina e a actina. Elas não tem função
biológica estrutural, contudo participam da atividade contrátil.
68

A miosina é uma molécula muito longa, em forma de bastão, com uma cauda
composta de dois polipeptídios em alfa-hélice enrolados entre si; ela também tem
uma “cabeça” complexa, com atividade enzimática que catalisa a hidrólise de ATP
em ADP e fosfato.

Sarcómero, ou miômero, é um dos componentes básicos do músculo


estriado que permite a contração muscular. Cada sarcômero é constituído por um
complexo de proteínas, entre as quais actina e miosina, alinhados em série para
formar uma estrutura cilíndrica designada miofibrila, no interior das células
musculares.
Nos sarcômeros, a troponina forma o complexo troponina tropomiosina que
impede o contato da miosina com a actina. Na liberacao de cálcio, pelo reticulo
sarcoplasmatico (com estimulo nervoso), o cálcio se liga a troponina mudando sua
conformação, assim a troponina libera o sitio de ligacão da miosina com a actina.

.
69

A contração muscular acontece quando ocorre a interação da actina e a


miosina. Essa interação ocorre na presença de cálcio intracelular e energia.

A miosina é uma molécula muito longa, em forma de bastão,


com uma cauda composta de dois polipeptídios em alfa-hélice enrolados
entre si; ela também tem uma “cabeça” complexa, que possui atividade
enzimática que catalisa a hidrólise de ATP em ADP e fosfato.

15. PROTEÍNAS GLOBULARES

Nas proteínas globulares a cadeia polipeptídica dobra-se várias vezes,


resultando em uma estrutura globular compacta. Elas tem conformação mais
complexa, com uma variedade de funções biológicas muito maior e atividades mais
dinâmicas que estáticas. Quase todas as enzimas conhecidas são globulares. Outras,
como a hemoglobina e a mioglobina, funcionam como transportadoras de oxigênio
(hemeproteínas), de nutrientes e de íons no sangue. Algumas são ainda anticorpos e
hormônios.
70

A hemoglobina é encontrada exclusivamente em eritrócitos, onde sua principal


função é o transporte de oxigênio dos pulmões aos capilares dos tecidos. O oxigênio
é liberado sob baixa pressão de nos tecidos, onde é utilizado para o metabolismo
aeróbico.

A hemoglobina A, a principal hemoglobina em adultos, É composta de quatro


cadeias polipeptídicas -duas cadeias α e duas β (dois pares) mantidos unidos por
ligações não covalentes. Cada uma das globinas é codificada por diferentes genes
que estão ativos durante diferentes estágios do desenvolvimento humano.

As duas cadeias polipeptídicas dentro de cada dímero são mantidas juntas


primariamente por interações hidrofóbicas. As interações hidrofóbicas intercadeia
formam associações fortes entre as subunidades α e β nos dímeros. Ligações iônicas
e pontes de hidrogênio também ocorrem entre os membros do dímero.

Os dois dímeros são capazes de se mover um em relação ao outro, sendo


mantidos juntos por ligações não covalentes.
71

A hemoglobina fetal - Hb F, formada por duas cadeias gama e duas cadeias


alfa, é característica do período fetal do desenvolvimento, tendo sua síntese
diminuída no período pós-natal. Tem uma afinidade mais forte do oxigênio do que a
hemoglobina adulta, esta aumenta o transporte do oxigênio ao feto dentro do útero
capturando o oxigênio do vasculature placental que tem uma tensão muito mais
baixa do oxigênio do que nos pulmões. A diminuição em sua produção por
aproximadamente 6 meses depois do nascimento, reduz a troca do oxigênio entre os
vasos sanguíneos e outras partes do corpo.

A mioglobina, proteína presente no coração e músculo esquelético, funciona


tanto quanto reservatório como transportador de oxigênio, aumentando a
velocidade de transporte dentro da célula muscular. Ela é particularmente abundante
nos músculos dos mamíferos marinhos como a baleia, a foca e o golfinho, capazes de
mergulhar longa e profundamente, liberando o O2 a medida que o tecido entra em
hipóxia. A baleia Cachalote mergulha até cerca de 2100 metros de profundidade
podendo permanecer submersa por volta de 60 minutos. A mioglobina consiste em
uma única cadeia polipeptídica estruturalmente similar às cadeias da molécula da
hemoglobina.

A hemoglobina e a mioglobina são chamadas hemeproteínas por conterem o


grupo prostético heme, portador do íon Fe++, encarregado do armazenamento e
transporte de oxigênio.
72

A hemoglobina A1c (Hb A1c) – hemoglobina glicosilada -não é determinada


geneticamente. Ela é uma subclasse da hemoglobina A, formada por uma reação
espontânea entre a glicose sanguínea e o resíduo amino terminal de valina da cadeia
de globina beta. Uma vez que a velocidade da reação depende da concentração de
glicose, um paciente com diabetes melito não controlada (hiperglicemia) possui
concentrações de Hb A1c acima do normal.

16.- PROTEÍNAS SIMPLES E PROTEINAS CONJUGADAS

As albuminas, as globulinas, as histonas, as enzimas e outras, contém apenas


aminoácidos e nenhum outro grupo químico sendo, por isso, chamadas de proteínas
simples. Entretanto, outras proteínas apresentam diferentes componentes químicos
ligados aos aminoácidos, sendo chamadas proteínas conjugadas. A porção não
constituída por aminoácidos de uma proteína conjugada é usualmente chamada de
grupo prostético.

As proteínas conjugadas são classificadas pela natureza de seus grupos


prostéticos em glicoproteínas, lipoproteínas e metaloproteínas.

As glicoproteínas contêm glicídios (cadeias de oligossacarídeos)


covalentemente ligados a cadeias laterais de polipeptídeos. A glicoforina ,
encontrada na membrana dos eritrócitos, contém mais de 20 % de carboidratos,
enquanto a mucina, contém mais de 60 % de carboidratos. Também são exemplos
de glicoproteínas as imunoglobulinas (sintetizadas e excretadas por células
plasmáticas derivadas dos linfócitos B; os plasmócitos, presentes no plasma, que
atacam proteínas estranhas ao corpo, chamadas de antígenos) e protombina
( sintetizada no fígado, na presença de vitamina K), precursora da trombina, que ao
final da cascata da coagulação induz a formação da fibrina, além de diversas
glicoproteínas presentes nas secreções mucosas.

As mucinas, são elaboradas por células especiais, as células mucíparas, dos


epitélios de revestimento e glandulares. A característica-chave das mucinas consiste
73

na sua capacidade de formar géis; por isso elas são um componente-chave para a
maioria das secreções semelhantes ao gel, como a saliva, por exemplo, servindo
funções de lubrificação e de sinalização celular para a formação de barreiras
químicas. As mucinas adicionam uma barreira física no epitélio intestinal, ajudando a
conter bactérias comensais no lúmen do intestino, impedindo a sua adesão nas
células epiteliais.Conjuntamente, essas macromoléculas de glicoproteínas
apresentam um aspecto mucogelatinoso que reveste externamente a membrana
plasmática, recebendo o nome de glicocálix.

O aumento na produção de mucina ocorre em muitos adenocarcinomas


como cânceres de pâncreas, pulmão, mama, ovário, cólon e outros tecidos.
Também em doenças pulmonares tais como a asma, bronquite, doença pulmonar
obstrutiva crônica ou fibrose cística.

A fibrose cística afeta as células que produzem muco, suor e sucos digestivos. Isso faz com
que esses fluidos se tornem espessos e pegajosos. Eles aderem a tubos, dutos e passagens.
74

Os sintomas variam e podem incluir tosse, infecções pulmonares reincidentes, incapacidade de


ganhar peso e fezes gordurosas. Pode durar anos ou a vida inteira Os tratamentos podem aliviar os
sintomas e reduzir as complicações precoce.. A triagem neonatal ajuda no diagnóstico.

Mucinas salivares atuam na defesa da saúde bucal

Ano XIX nº 229 - Quarta-feira, 15 Dezembro, 2021

As mucinas salivares MUC5B e MUC7 estão relacionadas à prevenção da


formação de cáries dentárias.

As suspensões de MUC5B humano purificado as concentrações fisiológicas


reduzem a ligação e formação de biofilmes de Streptococcus mutans, uma das
bactérias primárias conhecidas por causarem cáries.

O MUC5B reduz a ligação de Streptococus. mutans e a formação de biofilmes


em várias superfícies mantendo as bactérias no estado planctônico(*), em vez de
reduzir o número de células viáveis por morte bacteriana. A MUC5B reduz a
virulência bacteriana, que permite que o micróbio exista como parte da microbiota
oral sem prejudicar o hospedeiro.

Um estudo epidemiológico mostra que os adolescentes que têm um número


aumentado de cáries realmente têm mais MUC5B e MUC1 na sua saliva em
comparação com as crianças que têm menos cáries. O estudo mostra que a MUC1,
membrana ligada à mucina, age como um suporte para a MUC5B. Se a MUC1 for
derramada na saliva, o MUC5B também se acumulará na saliva em relação ao
restante na mucosa.

Os níveis reduzidos de MUC5B retidos na superfície deixam os dentes


vulneráveis à ligação de S. mutans e à subsequente formação de cáries.

A importância da MUC7 na prevenção da cárie também tem sido demonstrada


em populações idosas que naturalmente têm níveis reduzidos desta mucina na
saliva.

O estudo mostra que indivíduos idosos com menores concentrações de MUC7


aumentaram a porcentagem de S. mutans na sua saliva em comparação com
aqueles com concentrações MUC7 mais elevadas.

MUC7 é conhecido por proteger a cavidade oral da formação da carie dentária


através da ligação direta de S. mutans por meio da proteína de superfície da alfa
enolase da bactéria, o que poderia explicar por que concentrações reduzidas de
MUC7 levam a porcentagens de S. mutans aumentadas. Estes estudos indicam
que MUC5B e MUC7 são importantes na prevenção da formação de cáries.
75

O MUC5B reduz a colonização superficial de S. mutans e o MUC7 liga a bactéria


cardiogênica para facilitar a sua remoção.

As lipoproteínas consistem em um conjunto composto por proteínas e


lipídeos, organizados de modo a facilitar o transporte dos lipídeos pelo plasma
sanguíneo .

As metaloproteínas contem metais como ferro, zinco, cobre, magnésio e


outros. As que contém ferro constituem o grupo mais característico das
metaloproteínas. O exemplo clássico é a hemoglobina contendo um grupo heme
que consiste de um átomo de ferro situado no centro de um
anel chamado porfirina. Nas chamadas hemeproteínas o átomo de ferro ferroso
[Fe2+] exerce a função de ligação com o oxigênio. A hemoglobina possui quatro
grupos heme. A mioglobina possui somente um grupo heme.
76

16.- ESTRUTURAS DAS PROTEÍNAS

Os aminoácidos encontrados nas proteínas estão ligados entre sí por ligações


peptídicas. A complexidade da estrutura proteica é analisada considerando-se quatro
níveis organizacionais: primário, secundário, terciário e quaternário.

16.1- Estrutura primária: A sequência de aminoácidos é denominada estrutura


primária da proteína. A compreensão da estrutura primária das proteínas é
importante, pois muitas doenças genéticas resultam de proteínas com sequências
anormais de aminoácidos.

16.2- Estrutura secundária: A cadeia polipeptídica forma disposições de


aminoácidos que estão localizados próximos uns aos outros em sequência linear.
Esses arranjos são denominados estrutura secundária da proteína. A alfa hélice e
beta lâminas são exemplos de estruturas secundárias frequentemente encontradas
nos polipeptídeos.

A alfa hélice é uma estrutura espiral com as cadeias laterais dos aminoácidos
estendendo-se para fora do eixo central.
77

Representação das estruturas em α hélice e β lâmina (pregueada ou “ plissada”).

Na beta lâmina (beta estrutura ou pregueada) todos os componentes estão


envolvidos nas pontes de hidrogênio. As superfícies das beta lâminas parecem
“dobradas”, e frequentemente denominadas “beta dobraduras”. A fibroína da seda
e a imunoglobulina são exemplos que apresentam beta-lâmina. A fibroína é
uma proteína insolúvel criada por aranhas, pela larva do bicho da seda e por outras
mariposas e numerosos outros insetos.

16.3- Estrutura terciária: A estrutura terciária, apresentada pelas proteínas


globulares, confere maior estabilidade à molécula, devido a interação de
grupamentos das cadeias laterais dos aminoácidos, propiciando deste modo o
enovelamento da cadeia peptídica. A estabilidade é mantida por pontes de
hidrogênio entre os grupos –R, por interações hidrofóbicas (não polares), por
ligações iônicas entre grupos carregados positiva e negativamente e por ligações
covalentes do tipo dissulfeto (S-S).
78

16.4- Estrutura quaternária refere-se à associação de cadeias polipeptídicas


terciárias de uma mesma proteína. Esta associação envolve interações não
covalentes, principalmente do tipo hidrofóbico, entre as cadeias polipeptídicas.

As modificações da estrutura quaternária da proteína globular, constitui-se


num importante mecanismo regulatório de sua função biológica, especialmente na
atividade de algumas enzimas. Na hemoglobina os dois dímeros são capazes de se
mover um em relação ao outro, sendo mantidos juntos primariamente por ligações
polares (não covalentes)

17. PROTEOGLICANOS

São unidades monoméricas formadas por glicosaminoglicanos ligados a uma


proteína central, formando cadeias de carboidratos lineares. Essas cadeias, cada uma
das quais pode conter mais de 100 monossacarídeos, estendem-se para fora da
proteína central. A estrutura resultante lembra uma escova de garrafa. São
macromoléculas que retém água sendo responsáveis pela hidratação e tonicidade da
pele.

As cadeias de glicosaminoglicanos de um proteoglicano podem ser feitas de


sulfato de condroitina, sulfato de dermatan, sulfato de heparina, sulfato de heparan
ou sulfato de queratan. No proteoglicano da cartilagem, onde liga-se ao colágeno e
mantém as fibras em uma rede unida e forte, as espécies de glicosaminoglicanos
incluem o condroitin-sulfato e o sulfato de queratan.

A diferença entre proteoglicanos e glicoproteínas é que as glicoproteínas são


proteínas ligadas a oligossacarídeos (cadeias pequenas de moléculas de açúcar)
enquanto as proteoglicanas são mais complexas, possuindo um eixo central
(filamento) de proteína ao qual estão ligadas a uma ou várias cadeias de
glicosaminoglicanos.
79

18. PROTEÍNAS COMO TAMPÕES

As proteínas são excelentes tampões. Uma proteína colocada em solução


ácida e titulada com NaOH, apresenta uma curva semelhante à dos aminoácidos,
apenas com um grande número de grupos reacionais. Em cada cadeia há apenas um
grupo alfa amino e um grupo alfa carboxila-livres; os demais grupos ionizáveis
pertencem aos radicais –R. O poder tamponante da proteína será a soma do poder
tamponante dos seus radicais –R. A proteína hemoglobina faz um excelente tampão.
19. DESNATURAÇÃO DAS PROTEÍNAS

Quando aquecidas, expostas a extremos de pH ou tratadas com certos


reagentes, detergentes ou reação com metais pesados (arsênico, mercúrio, chumbo)
as proteínas globulares tornam-se insolúveis e perdem sua atividade biológica sem
sofrerem alterações no esqueleto polipeptídico.

À medida que as condições fisiológicas que estabilizam a estrutura desordem


superior se alteram gradualmente, ocorre um rompimento gradual correspondente
das estruturas secundária, terciária e quaternária, levando à abertura da proteína.
80

Este processo, chamado desnaturação é devido ao desenrolamento da cadeia


polipeptídica pelo rompimento das pontes de hidrogênio que mantém a
estabilização da estrutura tridimensional, com grande aumento de entropia.

Este processo, chamado desnaturação é devido ao desenrolamento da cadeia


polipeptídica pelo rompimento das pontes de hidrogênio que mantém a
estabilização da estrutura tridimensional, com grande aumento de entropia.

O polipeptídeo desnaturado se torna randômico e se agrega a outros


polipeptídeos desnaturados para formar um precipitado insolúvel. Devido à sua
conformação aberta, as proteínas desnaturadas são mais susceptíveis à digestão
pelas enzimas proteolíticas. De fato, o ácido estomacal desnatura a proteína
alimentar para que as enzimas digestivas pepsina, tripsina e quimotripsina- possam
hidrolisá-las em aminoácidos.

Algumas proteínas são capazes de se redobrarem espontaneamente depois da


desnaturação.

Outras proteínas mantêm capacidades variáveis de renaturação, dependendo


da extensão da desnaturação ocorrida. Nas proteínas enzimáticas ocorre a perda do
poder catalítico; na hemoglobina verifica-se a perda da capacidade de fixação do
oxigênio. A coagulação irreversível da albumina de ovo pelo calor é um exemplo bem
visível.

Os corpúsculos de Heinz são compostos por hemoglobina desnaturada que se


tornou oxidada nas hemácias. A hemoglobina desnaturada forma agregados visíveis
na membrana da hemácia. Os corpúsculos de Heinz se formam sob condições de alto
estresse oxidativo, como o causado pela droga contra a malária –primaquina- ou em
pacientes com uma variante instável da hemoglobina.
81

São precipitados de hemoglobina oxidada dentro da hemácia, formando


corpúsculos que são removidos pelo baço. É o principal mecanismo de hemólise nas
deficiências de G-6PD (Glicose 6-fosfato desidrogenase – enzima do ciclo das
pentoses).
20. CITOCINAS

Citocina é um termo genérico empregado para designar um extenso grupo


de moléculas envolvidas na emissão de sinais entre as células durante o
desencadeamento das respostas imunes. Constituem um grupo de fatores extra-
celulares que podem ser produzidos por diversas células,
como Monócitos, macrófagos, Linfócitos e outras que não sejam linfoides.
Todas as citocinas são pequenas proteínas ou peptídeos, algumas contendo
moléculas de açúcar ligadas (glicoproteínas).
As diferentes citocinas podem ser enquadradas em diversas
categorias: interferons (IFN), interleucinas (IL), fator estimulador de colônias (CSF),
fator de necrose tumoral (TNFa e TNFb), e fator de transformação de crescimento
(TGF b).

Funções das citocinas

 Regular a duração e intensidade das respostas especificas;


 Recrutar células efetoras para as áreas onde se desenvolvem respostas e induzir a
geração e maturação de novas células a partir de precursores.
82

As citocinas são produzidas durante a fase de ativação e fase efetora da


imunidade para mediar e regular a resposta inflamatória e imunitária. Têm uma vida
média curta. Estas só estimulam as células com receptores específicos na membrana
da célula alvo, têm uma ação extremamente potente. São
moléculas pleiotrópicas (podem atuar sobre muitos tipos celulares diferentes). São
também redundantes ( várias citocinas podem efetuar as mesmas ações).
As citocinas podem induzir efeitos diferentes sobre as mesmas células alvo de
forma separada no tempo ou simultaneamente. Podem também influir na ação de
outras citocinas de forma antagônica ou sinérgica. Ver + em assuntos complementares 5.
Bibliografia: LEHNINGER– Princípios de Bioquímica; VILLELA – Bioquímica; - RENATO – Bioquímica Fundamental; PAMELA -
Bioquímica Ilustrada; PELLEY, JOHN W. – Bioquímica ; Marky Campbbell – Bioquímica ; Isaias Raw - Fundamentos para as Ciências
Biomédicas; Campbell – Bioquímica; Artigos e imagens extraídos de rede abe
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
.

21- HORMÔNIOS PEPTÍDICOS

Hormônios peptídeos e hormônios proteicos são hormônios cujas moléculas


são peptídeos ou proteínas, respectivamente.

A integração do metabolismo energético é controlada primariamente pelas


ações dos hormônios, alguns deles, como a insulina, o glucagon, a secretina e
pancreozimina, a prolactina e outros. Ver mais em assuntos complementares 4.

ASSUNTOS COMPLEMENTARES

1. ASPARTAME, O PEPTÍDEO DOCE

O dipeptídeo L-aspartil-L-fenilalanina tem uma considerável importância


comercial. O Resíduo de aspartil te um grupo alfa amina livre, o final N-terminal da
molécula, e o resíduo da fenilalanina tem um grupo carboxila livre, o final C-terminal.
Esse dipeptídeo é mais ou menos 200 vezes mais doce que o açúcar. Um éster metil
derivado desse dipeptídeo é de importância comercial bem maior do que o próprio
peptídeo. O derivado tem um grupo metila no final C-terminal, em uma ligação éster
ao grupo carboxila. Esse derivado é chamado de aspartame e é comercializado como
um substituto do açúcar sob a marca registrada NutraSweet.
Refrigerantes adoçados com aspartame trazem no rótulo recomendações
sobre a presença da fenilalanina. Essa informação é de importância vital para as
pessoas que tem fenilcetonúria, uma doença genética do metabolismo da
fenilalanina. Observe que os dois aminoácidos tem a configuração L.
83

Se um aminoácido D for substituído por um dos aminoácidos ou por ambos, o


derivado resultante terá um sabor amargo em vez de doce. Um substituto para o
aspartame, o qual leva o nome de Alatame, contém alanina em vez de fenilalanina.
Ele foi desenvolvido para oferecer os benefícios do aspartame sem os perigos
associados à fenilalanina
2.- FENILCETONÚRIA

A fenilcetonúria é uma doença relacionada a uma alteração genética rara


(herdada) que envolve o metabolismo de proteínas. Em geral, quando uma pessoa
ingere alimentos que contêm proteína, as enzimas quebram estas proteínas em
aminoácidos, que são peças que irão formar as proteínas, importantes ao nosso
corpo, participando do processo normal de crescimento. Uma pessoa com
fenilcetonúria não tem a quantidade normal de uma enzima específica (fenilalanina
hidroxilase hepática) para inativar a ação do aminoácido fenilalanina.

Por isso, qualquer fonte que contenha fenilalanina não pode ser digerida
corretamente e ela se acumula no organismo, causando problemas no cérebro e em
outros órgãos. Ainda não se tem a cura medicamentosa, mas é possível tratar a
fenilcetonúria desde que o diagnóstico seja feito precocemente, evitando-se graves
conseqüências no desenvolvimento do S.N.C.

A fenilcetonúria afeta aproximadamente 1 em cada 12.000 recém-nascidos no


Brasil. As crianças com fenilcetonúria não têm diferenças das outras nos primeiros
meses de vida. No entanto, se não tratadas, começam a ficar menos ativas e apáticas,
mostrando pequeno interesse em tudo ao seu redor, por volta do 3° ao 6° mês de
vida, caracterizando o retardo mental. Ao final do 1° ano de vida, já se observa as
alterações neurológicas e atrasos severos no desenvolvimento.

A doença se manifesta, ainda, através de outros sintomas, tais como,


irritabilidade, rigidez muscular, ansiedade e até ataques epiléticos, embora o retardo
mental seja a conseqüência mais séria. As crianças têm níveis mais baixos de
84

melanina, a substância que dá cor a cabelo e à pele. Isso porque quando a


fenilalanina é quebrada, um de seus produtos é usado para fazer melanina.

Como resultado, crianças com fenilcetonúria terão freqüentemente pele pálida,


cabelos loiros e olhos azuis. Descamação da pele (pele seca), eczema e um cheiro de
mofo resultante da formação de fenilalanina no cabelo, pele e urina também são
comuns. Hoje em dia os recém nascidos habitualmente fazem o exame para
detecção da fenilcetonúria por volta do sétimo ao décimo sai depois do nascimento.

O programa de triagem foi considerado obrigatório em todo Brasil desde 1990


pela lei 8069 de 13/07/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente, onde a
fenilcetonúria pode ser diagnosticada e tratada, possibilitando às crianças ter um
desenvolvimento normal, sem os problemas neurológicos causados pela doença.
Uma quantidade muito pequena de sangue é tomada por uma picada no calcanhar
do bebê (teste do pezinho). Se forem encontradas quantidades anormalmente altas
de fenilalanina no sangue, exames complementares podem ser necessários para
firmar o diagnóstico.

3. CONTRAÇÃO MUSCULAR

No músculo estriado esquelético, a contração se dá pela interação entre os dois


filamentos de proteínas nos sarcômeros (actina e a miosina). A cabeça da miosina
empurra os filamentos de actina, gerando a contração muscular. Em condições de
relaxamento, ou seja, enquanto o músculo está descontraído, este ponto de conexão
entre os filamentos está ocupado por uma terceira proteína denominada
tropomiosina, que envolve filamentos de actina. Assim, para uma contração ocorrer,
a tropomiosina deve liberar o ponto de ligação entre a actina e a miosina. Além disso,
a cabeça da miosina deve apresentar um movimento para atingir o filamento de
actina, e realizar o “empurrão”. Resumindo: duas ações conjuntas são necessárias
para a contração muscular: a) movimentação da cabeça da miosina para atingir a
actina; b) liberação deste ponto de ligação no filamento de actina, que está, em
condições de relaxamento muscular, ocupado por tropomiosina.

Para a movimentação da cabeça da miosina ocorrer, é necessário hidrolisar ATP


(adenosina trifosfato, uma molécula de transferência de energia da célula)
geralmente ligada à miosina; esta hidrólise consiste na “quebra” de uma molécula de
ATP em ADP (adenosina difosfato) e P (fosfato inorgânico; ATP -> ADP + P); Ciclos de
“empurrões” da actina pela miosina consistem, portanto de: hidrólise de ATP e
consequente movimentação da cabeça da miosina e ligação à actina, liberação de
ADP e P na célula (cabeça da miosina permanece ligada à actina), ligação de uma
85

nova molécula de ATP à miosina (que acarreta a mudança na cabeça da miosina para
sua forma original; ou seja, distante do filamento de actina) e a liberação da ponte
entre miosina e actina volta à condição original.

Onde participa o cálcio? Ele encontra-se armazenado em organelas das fibras


musculares denominadas retículos sarcoplasmáticos e, para o movimento descrito
acima ocorrer, lembremo-nos que o “ponto” (ou sítio) no filamento de actina, onde a
cabeça da miosina irá se ligar durante a contração muscular, deve estar livre. No
entanto, em condições normais, duas proteínas regulatórias, a troponina e a
tropomiosina, bloqueiam este local de interação. A contração somente será possível
caso íons de cálcio (Ca2+) sejam exportados dos retículos sarcoplasmáticos e façam
uma ligação à troponina, sendo que esta movimenta os filamentos de tropomiosina,
desbloqueando os sítios de ligação entre actina e miosina.

Em condições normais, as concentrações de cálcio em uma célula muscular não


contraída são controladas adequadamente (manutenção do retículo
sarcoplasmático); do mesmo modo, no momento da contração muscular, a
quantidade adequada de cálcio deve ser liberada para permitir, então, a interação
entre actina e miosina. No entanto, isso nem sempre acontece. Nos casos de doenças
musculares, também denominadas miopatias, geralmente há interferência na
concentração de cálcio.

4. HORMÔNIOS PEPTÍDICOS

Os tecidos individuais não funcionam isoladamente, mas formam uma


comunidade na qual um tecido pode fornecer substratos a outro, ou processar
compostos produzidos por outros órgãos. A integração do metabolismo energético é
controlada primariamente pelas ações dos hormônios, alguns deles, como a insulina,
o glucagon, a secretina e colecistoquinina, a prolactina e outros, pertencentes ao
grupo dos hormônios nitrogenados, proteicos ou peptídicos, pela estrutura que
apresentam, característica desses compostos.

A insulina, hormônio secretado pelas ilhotas de Langerhans do pâncreas, foi a


primeira proteína a ter sua sequência em aminoácidos completamente elucidada por
Sanger. Sua massa molecular é de 5740 u.m.a. e a molécula consiste de 51 a.a.
dispostos em duas cadeias polipeptídicas designadas A e B. É um dos mais
importantes hormônios que coordenam a utilização de combustíveis pelos tecidos.
Seus efeitos metabólicos são anabólicos, favorecemdo, por exemplo, a síntese de
glicogênio, triacilgliceróis e proteínas.
86

O glucagon é um hormônio polipeptídico secretado pelas células alfa das


ilhotas pancreáticas. Junto com a adrenalina, cortisol e hormônio do crescimento, o
glucagon se opõe a muitas das ações da insulina. Ele age especialmente para manter
a glicemia através da ativação da glicogenólise hepática (degradação do glicogênio) e
da gliconeogênese (síntese de glicose no jejum acentuado).

A secretina e a pancreosimina são hormônios polipeptídicos produzidos nas


células da mucosa intestinal, que mediam a liberação e a ativação dos zimogênios
pancreáticos. A secretina, em resposta ao pH ácido do quimo, penetrando no
intestino, faz o pâncreas liberar uma solução aquosa rica em bicarbonato, a qual
auxilia a neutralizar o pH do conteúdo intestinal, trazendo-o ao pH aproximado da
atividade enzimática digestiva.

A Colecistocinina costumava ser conhecido como pancreosimina devido às


suas ações no pâncreas, mas agora é comumente abreviado para CCK.
87

É outro pequeno hormônio peptídico, produzido em resposta à presença de lipídios e


proteínas parcialmente digeridas entrando nessas regiões do intestino delgado
superior. Este hormônio atua sobre a vesícula biliar (fazendo com que ela se contraia
e libere bile) e sobre as células exócrinas do pâncreas (fazendo com que elas liberem
enzimas digestivas). Também diminui a motilidade gástrica, resultando em uma
liberação mais lenta do conteúdo gástrico no intestino delgado.

A prolactina, hormônio peptídeo sintetizado na glândula hipófise anterior após


o parto, por estímulo da redução nos níveis de progesterona, a qual, inibe a síntese
de lactoalbunina durante a gestação. A prolactina sintetizada, passa, então, a
estimular a síntese da enzima (lactoalbumina ou “proteína B”), envolvida na síntese
da lactose pela glândula mamária, no período neo natal.

A oxitocina induz o trabalho de parto em gestantes e controla as contrações do


músculo uterino. A presença de mais oxitocina faz com que as contrações do útero
se tornem mais fortes, de modo que o feto é forçado através da cérvix (*) e, em
seguida, o bebê nasce. Também atua na estimulação do fluxo de leite durante a
amamentação.
(*) O cérvix (cérvice ou colo do útero) é a porção inferior e estreita do útero, quando ele se une com a
porção final superior da vagina.

A vasopressina atua no controle da pressão sanguínea, regulando as


contrações do músculo liso. Assim como a oxitocina, a vasopressina é liberada pela
ação do hipotálamo na hipófise posterior e transportada pelo sangue para os
receptores específicos. A vasopressina estimula a reabsorção da água pelo rim,
tendo, portanto, um efeito antidiurético. Quanto mais água for retida, mais a pressão
sanguínea aumentará.
5. CITOCINAS

Citocina é um termo genérico empregado para designar um extenso grupo


de moléculas envolvidas na emissão de sinais entre as células durante o
desencadeamento das respostas imunes. Constituem um grupo de fatores extra-
celulares que podem ser produzidos por diversas células,
como Monócitos, macrófagos, Linfócitos e outras que não sejam linfoides.
Todas as citocinas são pequenas proteínas ou peptídeos, algumas contendo
moléculas de açúcar ligadas (glicoproteínas). As diferentes citocinas podem ser
enquadradas em diversas categorias: interferons (IFN), interleucinas (IL), fator
88

estimulador de colônias (CSF), fator de necrose tumoral (TNFa e TNFb), e fator de


transformação de crescimento (TGF b).

Funções das citocinas

 Regular a duração e intensidade das respostas especificas;


 Recrutar células efetoras para as áreas onde se desenvolvem respostas e induzir a
geração e maturação de novas células a partir de precursores.
As citocinas são produzidas durante a fase de ativação e fase efetora da
imunidade para mediar e regular a resposta inflamatória e imunitária. Têm uma vida
média curta. Estas só estimulam as células com receptores específicos na membrana
da célula alvo, têm uma ação extremamente potente. São
moléculas pleiotrópicas (podem atuar sobre muitos tipos celulares diferentes). São
também redundantes ( várias citocinas podem efetuar as mesmas ações).
As citocinas podem induzir efeitos diferentes sobre as mesmas células alvo de
forma separada no tempo ou simultaneamente. Podem também influir na ação de
outras citocinas de forma antagônica ou sinérgica.

6. LIGAMENTO PERIODONTAL

O ligamento periodontal é definido como a estrutura de tecido conjuntivo


frouxo, ricamente celularizado e vascularizado, que se situa entre o cemento e osso
alveolar, unindo os dentes aos maxilares pelas fibras de Sharpey. Sua espessura é de
cerca de 0,25mm e sua presença torna possível a distribuição e a absorção de forças
durante a mastigação.
As funções físicas do ligamento periodontal abrangem as seguintes:
sustentação, transmissão das forças oclusais do osso, inserção dos dentes no osso,
manutenção dos tecidos gengivais em suas relações adequadas com os dentes,
resistência ao impacto das forças oclusais (absorção do choque) e provisão do
"envoltório" de tecido mole para proteger os vasos e nervos das lesões produzidas
pelas forças mecânicas.

Fibras do ligamento periodontal.


O ligamento periodontal também desempenha importante função formadora, se
comportando como um duplo periósteo ao dar origem às células que formam o
cemento e o tecido conjuntivo, assim como muitos fatores de crescimento. Essa
capacidade regenerativa tem grande valor para o profissional que esteja procurando
89

recuperar o tecido de suporte periodontal perdido. Além disso, as funções sensorial,


nutritiva e homeostática também são derivadas do ligamento periodontal.

Os elementos essenciais do ligamento são os feixes de fibras colágenas, que se


inserem no cemento e no osso alveolar, e a substância fundamental amorfa, que
compreende macromoléculas de glicoproteínas, glicolipídeos, glicosaminoglicanas e
água (70%).

As células presentes no ligamento periodontal são: células mesenquimais


indiferenciadas, fibroblastos, macrófagos, plasmócitos, mastócitos, cementoblastos,
osteoblastos e osteoclastos. O fibroblasto é a principal célula do ligamento
periodontal e está envolvido na síntese e degradação do colágeno,
proporcionando um alto índice de renovação a esse tecido.

As fibras colágenas predominam no tecido conjuntivo gengival e constituem o mais


essencial componente do periodonto. Sua grande maioria está arranjada em feixes
definidos e distintos de fibras no ligamento periodontal. Este arranjo dá condições às
fibras de se adaptarem as contínuas forças nelas aplicadas. Por ambas as
extremidades, todos os feixes principais de fibras colágenas do ligamento periodontal
estão embutidos, seja em cemento, seja em osso. A porção embutida do feixe de
fibras é chamada de fibras de Sharpey.

As fibras colágenas do ligamento periodontal podem ser divididas nos


seguintes grupos principais:
* Grupo da crista alveolar: unido ao cemento logo abaixo da junção amelocementária.
* Grupo horizontal: situado logo apicalmente ao grupo da crista alveolar.
* Grupo oblíquo: o mais numeroso dos ligamentos.-
* Grupo apical: em torno do ápice da raiz.
*Grupo inter-radicular: apenas entre raízes dos dentes multirradiculares.
90

ANQUILOSE DENTÁRIA

A anquilose dentária é a fusão anatômica entre a raiz do dente e o osso. Ela se


estabelece quando o ligamento periodontal não está presente.
A anquilose pode ser diagnosticada pelo exame clínico. Uma característica bem
marcante de um dente anquilosado é que ele fica em infra oclusão, ou seja, “mais
baixo” que os outros dentes., mas nem sempre dá para enxergar na radiografia
porque pode ocorrer apenas em algumas áreas da raiz.

Bibliografia: LEHNINGER– Princípios de Bioquímica; VILLELA – Bioquímica; - RENATO – Bioquímica Fundamental; PAMELA -
Bioquímica Ilustrada; PELLEY, JOHN W. – Bioquímica ; Marky Campbbell – Bioquímica ; Isaias Raw - Fundamentos para as Ciências
Biomédicas; Campbell – Bioquímica; Artigos e imagens extraídos de rede aberta.
QUESTÕES PARA ESTUDO

1. Conceitue aminoácidos e proteínas.


2. Que é ligação peptídica ? Esquematize-a.
3. O que significa “caráter anfótero” dos aminoácidos?
4. Cite a composição da glutationa e sua importância no glóbulo vermelho.
5. Qual a composição do aspartame e que tipo de restrição contraindica o seu uso ?
6. Como se classificam as proteínas quanto à conformação ? Exemplifique
7. Comente sobre o colágeno:
a. Característica estrutural b. Principais tecidos em que ocorre
9. Cite as funções das proteínas e exemplifique.
10.- O que são hemeproteínas ? Qual a sua importância?
11.- Com relação à hemoglobina, comente:
a. Ocorrência b. Função. c. Estrutura. d. Papel do grupo heme
12. O que caracteriza a estrutura quaternária e como ela é mantida ? Que tipo de proteínas
apresentam essa estrutura ?
13. O que é desnaturação da proteína? Que fatores podem ocasioná-la?
14. Qual a natureza química das citocinas e a sua importância.
15. Quais os metais pesados que podem determinar a precipitação de uma proteína.
PROCEDIMENTOS PRÁTICOS – Reações de caracterização
91

1.-REAÇÃO DO BIURETO

A reação deve seu nome ao fato de ter sido verificada inicialmente com
biureto, produto de condensação da uréia.

A cor violácea formada na reação é produzida pelo íon cúprico que reage com
o grupo peptídico, estável em meio alcalino.

A positividade da reação com as proteínas e seus produtos de hidrólise até


tripeptídeos é devida a presença destes grupos peptídicos em suas moléculas

Os dipeptídeos que contém uma união peptídica, não produzem a reação do


biureto.

2.- REAÇÃO DE HELLER


Colocando em um tubo de ensaio 1,0 ml de HNO3 concentrado e
cuidadosamente pelas paredes do tubo 1mL de solução de proteína, tendo o
cuidado para as soluções não se misturarem observa-se na junção da camada dos
dois líquidos que se forma um anel branco de albumina precipitada.
92

Os ácidos fortes desnaturam (precipitam as proteínas transformando-as em


metaproteínas que são insolúveis.

Outros ácidos fortes como o HCl e H 2SO 4 também dão testes positivos com a
albumina.

3.- PRECIPITAÇÃO POR SAIS DE METAIS PESADOS

Os sais de metais pesados reagem pelo seu cátion com o ânion da proteína
(COO-) formando proteinatos, no caso de mercúrio, de prata e de cobre.
Estes proteinatos são insolúveis e, por isso, precipitam.

4.- AÇÃO DE ÁCIDOS CHAMADOS REAGENTES ALCALÓIDES

Os ácidos tricloroacético (T.C.A.), pícrico e tânico são chamados de “reagentes


alcaloides” e agem sobre as proteínas, precipitando-as.

Isto é devido a reação que se dá entre a parte básica da proteína (NH3+) e a


parte ácida do reagente, que age pelo seu ânion, formando sais de proteinatos que
são complexos insolúveis.

ENZIMAS
1.- INTRODUÇÃO

A vida depende da realização de inúmeras reações químicas que ocorrem no


interior das células e também fora delas, como nos meios circulantes e nos
compartimentos de certos órgãos. Por outro lado, todas essas reações dependem da
existência de uma determinada enzima.
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As enzimas são substâncias, do grupo das proteínas, que atuam como


catalisadores, acelerando a velocidade de uma reação química.

2. MECANISMO DE AÇÃO ENZIMÁTICA

O mecanismo de atuação da enzima se inicia quando ela se liga ao reagente,


conhecido como substrato. Forma-se, então, um complexo enzima/substrato [ES],
instável, que logo se desfaz, liberando o(s) produto(s) da reação (P).

Mas para que ocorra uma reação química entre duas substâncias orgânicas é
preciso fornecer uma certa quantidade de energia, geralmente em forma de calor,
que favoreça o encontro e a colisão entre elas pela elevação da energia cinética. Essa
energia de partida para que a reação química aconteça, é chamada de energia de
ativação.

A presença da enzima provoca uma diminuição da energia de ativação


necessária para que a reação química aconteça e isso facilita a reação.

Na formação das estruturas secundária e terciária de uma enzima (não


esqueça que as enzimas são proteínas), acabam surgindo certos locais na molécula
que servirão de encaixe à instalação de um ou mais substratos, do modo semelhante
a uma chave se encaixa na fechadura.
94

Esses locais de encaixe são chamados de sítios catalíticos ou centros ativos e


ficam na superfície da enzima. Após ocorrer a reação química com os substratos,
desfaz-se o complexo enzima-substrato. Liberam-se os produtos e a enzima volta a
atrair novos substratos uma vez que a enzima não é consumida durante a reação
química que ela catalisa.

3. COFATOR E COENZIMA

Algumas enzimas se associam a um cofator não proteico que é necessário


para a atividade enzimática. São chamados de coenzimas os derivados vitamínicos
que auxiliam as enzimas em suas catálises e de cofatores, compostos com mesmas
funções porém não derivados de vitaminas como ions e sais.

Os cofatores comumente encontrados incluem íons metálicos (Mg2+Zn2+, Fe2+)


e moléculas orgânicas, conhecidas como coenzimas, que são frequentemente
derivadas de vitaminas p.ex. NAD+, FAD, Coenzima A (CoA-SH)

Os cofatores são importantes para a ligação do substrato e para a catálise,


por isso devem estar presentes no meio que circunda as enzimas para que ocorra a
95

catálise. Sem eles a enzima é inativa. Eles se ligam (ligações fracas) de uma maneira
transitòria e dissociável, tanto à enzima quanto ao substrato, por ex: o ATP.

A expressão “Holoenzima” , refere-se à enzima com seu cofator. Apoenzima


refere-se à porção proteica da holoenzima. Na ausência do cofator adequado, a
apoenzima tipicamente não mostra atividade biológica.

As coenzimas utilizadas pelo ciclo de Krebs são a NAD (nicotinamida adenina


+

dinucleotídeo) e a FAD (flavina adenina dinucleotídeo). .

4- FATORES QUE INFLUEM NA ATIVIDADE ENZIMÁTICA

a) TEMPERATURA - A velocidade da reação cresce com a temperatura até atingir


um pico de velocidade (temperatura ótima).
96

b) pH - Cada enzima também possui um pH ótimo para desempenhar suas


funções. O processo catalítico requer que a enzima e o substrato tenham
grupos químicos específicos em um estado iônico adequado de modo a
poderem interagir.

c) CONCENTRAÇÃO DA ENZIMA: A velocidade da reação é diretamente


proporcional à concentração da enzima, independentemente da concentração do
substrato.

d) CONCENTRAÇÃO DO SUBSTRATO: A velocidade da reação catalisada


aumenta com a concentração do substrato, até um valor máximo,
permanecendo constante mesmo que se aumente [S]. Isso indica a saturação
de todos os sítios de ligação com as enzimas disponíveis.

4.- ESPECIFICIDADE ENZIMÁTICA


97

Uma enzima possui especificidade absoluta, quando transforma somente um tipo


de substrato (teoria da chave e fechadura de Fischer). É o caso da urease, da
sacarase, da maltase, da lactase, enfim, a maioria das enzimas.

No modelo chamado “chave e fechadura”, o centro ativo da enzima é rígido e


encaixa somente o substrato que se adapte perfeitamente. A estrutura altamente
complexa da proteína fornece tanto o local adequado para uma determinada reação,
como a matriz para reconhecer um grupo limitado de substratos.

No modelo de “encaixe induzido”, o centro ativo é “flexível” e a presença do


substrato causa uma modificação conformacional na enzima, “moldando-o” para
poder se encaixar. Algumas lipases que não tem seletividade por tipos específicos de
triacilgliceróis (teoria do “encaixe induzido” de Koschland). A enzima apresenta
especificidade relativa quando pode atuar sobre mais de um tipo de substrato.

6.- ATIVADORES ENZIMÁTICOS


Tornam a ação da enzima possível ou mais eficiente. Podem ser íons,
hormônios e outras enzimas.
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a). -ATIVAÇÃO POR ÍONS: Íons inorgânicos podem afetar diretamente a atividade de
muitas enzimas. A grande maioria das enzimas, cuja atividade depende de íons
inorgânicos, requer a presença de cátions, como Na+, K+, Mg++, Ca++, Zn++, Mn++ Fe++.

b). -ATIVAÇÃO POR HORMÔNIOS:

As enzimas regulam o metabolismo e os hormônios regulam a atividade de


muitas enzimas. A adrenalina tem ação hiperglicemiante, uma vez que é ativador
da glicogenólise (degradação do glicogênio); também ativa uma lipase que promove
a mobilização das gorduras armazenadas, no jejum prolongado, a fim de liberar
ácidos graxos para produção de ATP nos tecidos, ao mesmo tempo que promove a
síntese de glicose no fígado a partir do glicerol.

c) ATIVAÇÃO POR OUTRAS ENZIMAS: Enzimas proteolíticas do suco pancreático,


tripsina, quimotripsina e outras, chegam ao intestino na forma inativa
(zimogênio ou pró enzima), conforme são secretadas.
Todavia uma enzima produzida na parede intestinal, a enteropeptidase, ativa o
99

tripsinogênio que passa à forma ativa – tripsina- que por sua vez, ativa os demais
zimogênios da digestão das proteínas.

7.- INIBIÇÃO DA ATIVIDADE ENZIMÁTICA

Qualquer substância que possa diminuir ou paralisar a velocidade de uma


reação catalisada é denominada inibidor. Os dois tipos mais comuns de inibição são
a competitiva e não-competitiva.
a). INIBIÇÃO COMPETITIVA

Na inibição competitiva o inibidor tem estrutura semelhante a do substrato.


Ele atua no centro ativo da enzima formando com este um complexo inativo. Há,
portanto, uma competição, entre o substrato e o inibidor, pelo centro ativo da
enzima (ou sítio catalítico)

As sulfonamidas são inibidoras competitivas de uma enzima bacteriana, por serem


análogas ao seu substrato, o ácido para-aminobenzóico — PABA. Bactérias intestinais
promovem a síntese de ácido fólico, a partir do PABA, (necessário para a formação de
precursores de DNA e RNA).
100

Outro exemplo é a inibição competitiva da enzima succinato desidrogenase,


pelo malonato, cuja estrutura “engana” a enzima por ser semelhante ao substrato, o
succinato. Isso paralisa do ciclo de Krebs.

As estatinas são um grupo de drogas usadas no tratamento do colesterol,


porque inibem competitivamente a enzima HMGCoA redutase, em pessoas que não
conseguem esse controle com dieta e exercícios. A droga funciona principalmente
reduzindo o nível nocivo do colesterol LDL no sangue que pode se acumular dentro
das artérias que irrigam o coração e o cérebro.

O fluoracetato de sódio, um sal orgânico solúvel em água, é biotransformado


em fluorcitrato que por sua vez inibe o ciclo de Krebs. É absorvido por via oral e
distribuído rapidamente por todo o corpo.
O modo de ação dessa substância baseia-se na formação do fluorocitrato, seu metabólito ativo, que
bloqueia competitivamente a aconitase e o ciclo de Krebs, o que reduz produção de ATP. O
monofluoroacetato (MF) foi sintetizado pela primeira vez na Bélgica em 1896 (Chenoweth 1949, Atzert 1971)
e patenteado em 1927, como preventivo contra traças (Sayama & Brunetti 1952). A toxicidade dessa
substância foi observada pela primeira vez na Alemanha em 1934 (Atzert 1971).

O Centro de Pesquisa deu a MF o número 1080, que subsequentemente foi adotado como nome popular. Amostras da
substância também foram enviadas ao Centro de Pesquisa de Animais Selvagens de Denver, EUA, para testes adicionais
101

em outras espécies. Os resultados comprovaram o valor do composto 1080 como controlador eficiente de predadores de
animais de produção (Atzert 1971).

O modo de ação de monofluoroacetato (MF) baseia-se na formação do fluorocitrato, seu metabólito ativo,
formado no organismo por meio da denominada "síntese letal";.

A intoxicação por MF no homem produz vômito, agitação, irritabilidade, dor epigástrica, dor de cabeça, náusea, dor
muscular, convulsões epileptiformes, paralisia parcial, coma, depressão respiratória, além de falência cardíaca aguda e
morte devido à fibrilação ventricular (McTaggart 1970, Reigart et al. 1975, Compilado de artigo “Intoxicação por
Monofluoracetato em animais (Vivian Assunção Nogueira e outros -

b) INIBIÇÃO NÃO COMPETITIVA

O inibidor não competitivo pode ligar-se à enzima livre ou ao complexo ES,


impedindo assim a ocorrência da reação. O tipo mais comum é a “inibição
alostérica”, onde o inibidor se instala em outra região diferente do sítio ativo, o
“sítio alostérico”, ocasionando modificações estruturais que alteram o centro ativo
da enzima, impedindo a fixação do substrato.
Em cada sistema enzimático existe pelo menos uma enzima, a “marcapasso”, que regula a
velocidade de toda a sequência porque ela catalisa o passo mais lento ou limitante da velocidade.
Na maioria dos sistemas a primeira enzima da sequência é a “marcapasso”.
102

Essas enzimas marcapasso são chamadas enzimas regulatórias ou reguladoras.


Existem duas classes de enzimas reguladoras: enzimas reguladas não
covalentemente (ou “alostéricas”) e enzimas reguladoras covalententemente.

Quando um sítio alostérico é ocupado por um inibidor (ou modulador


negativo), a enzima sofre uma mudança para um estado menos ativo ou “forma
inativa”, isto é, ela é “desligada. O inverso da inibição é a “ativação alostérica,
quando quando a enzima tem seu sítio ativo modificado alostéricamente para
promove reação com outro substrato, dependendo das necessidades metabolicas.

O termo “alostérico” deriva do grego: allo –“outro”; stereos –“sítio ou espaço”.


Enzimas alostéricas são aquelas que possuem outros sítios. Quando o modulador
negativo abandona o sítio alostérico, a enzima volta a seu estado anterior, ou seja,
está “ ligada.

As duas primeiras reações na rota sintética do colesterol resultam na produção


de HMG CoA (Hidroxi-metil glutaril coenzima A) as custas da condensação de
moléculas de acetilCoA. O passo a seguir, catalisado pela enzima HMG CoA redutase
é a etapa alostérica reguladora da velocidade da síntese do colesterol.
103

9.- ISOZIMAS
Isozimas ou isoenzimas são enzimas que catalisam a mesma reação mas
apresentam diferenças geneticamente determinadas na sequência de aminoácidos.
Uma das primeiras enzimas descobertas como tendo formas múltiplas foi a lactato
desidrogenase (LDH), que ocorre nos tecidos com cinco tipos diferentes (LDH1, LDH2,
LDH3, LDH4 e LDH5).

A isozima de LHD1 predominante no tecido cardíaco aumenta muito no plasma


sanguíneo após um infarto do miocárdio, quando a irrigação sanguínea de uma
região do coração é comprometida

A análise de isozimas é usada frequentemente em diagnósticos médicos. A isozima de LHD1


predominante no tecido cardíaco aumenta muito no plasma sanguíneo após um infarto do
miocárdio, quando a irrigação sanguínea de uma região do coração é comprometida. As
membranas das células cardíacas lesadas deixam que algumas enzimas do citosol, inclusive a LDH,
“escapem” ao sangue. Em algumas doenças do fígado, como a hepatite infecciosa, as isoenzimas
do tecido hepático, LDH5, tendem a aumentar no plasma sanguíneo pelo mesmo motivo.
104

As hexoquinases da maioria das células obedecem à cinética de Michaelis-


Menten: têm uma alta afinidade pela glicose e são inibidas pelo produto da reação –
glicose-6-fosfato (G6P).

A glicoquinase (presente no fígado e células beta do pâncreas), ao contrário,


tem afinidade mais baixa pela glicose. Consequentemente, ividade da glicoquinase
aumenta de modo rápido com o aumento da concentração sanguínea de glicose
acima da taxa fisiológica normal.

Além disso, a glicoquinase não é inibida por concentrações fisiológicas de G6P.


Por isso, quanto maior for a concentração sanguínea de glicose, mais rapidamente o
fígado a converterá em G6P.

8.- ZIMOGÊNIOS

Zimogênios ou pró-enzimas são precursores inativos de enzimas que precisam


ser clivados em um ponto específico para dar origem a proteínas funcionais.
A síntese de enzimas em forma de zimogênios é uma estratégia utilizada pela
célula para evitar que uma proteína exerça uma atividade perigosa em hora e local
errado.

Exemplos conhecidos são o pepsinogênio, tripsinogênio, quimiotripsinogênio,


pró elastase, etc.
11.- EQUAÇÃO DE MICHAELIS-MENTEN

A constante de Michaelis, KM, reflete a afinidade da enzima para determinado


substrato. O KM é numericamente igual à concentração de substrato na qual
velocidade da reação é igual à metade da velocidade máxima (Vmax). O KM não
varia com a concentração da enzima.
105

Um Km numericamente pequeno (baixo) reflete uma afinidade elevada da


enzima ao substrato, pois uma baixa concentração de substrato é suficiente para
saturar a enzima em 50% - isto é, atingir uma velocidade que é Vmax.

12.-NOMENCLATURA DAS ENZIMAS

* Nome do substrato com sufixo “ase”: maltase, sacarase, lactase, fumarase, etc.
* Tipo de reação com sufixo “ase”: Desaminase, desidrogenase, descarboxilase, etc.
* Nome do substrato + tipo de reação com sufixo “ase”: Lactato desidrogenase,
piruvato desidrogenase, piruvato carboxilase etc.
* Nomes especiais terminados em “ ina”: pepsina, tripsina, ptialina, etc.

13. CLASSIFICAÇÃO DAS ENZIMAS

13.1- OXIRREDUTASES: São enzimas que transferem hidrogênios, oxigênios ou


elétrons de um doador para um aceptor. As oxirredutases mais comuns são as
desidrogenases e as oxidases. As desidrogenases removem hidrogênio de um
substrato reduzido, oxidando-o; os aceptores de elétrons costumam ser o NAD+,
o NADP+ e o FAD. A enzima LDH –lactato desidrogenase - catalisa a reação abaixo.

13.2- TRANSFERASES: São enzimas que transferem radicais de um doador para


um aceptor, como uma fosfotransferase, ou uma aminotransferase
(transaminase).
106

13.3- HIDROLASES: Rompem ligações químicas de substratos pela adição de


água, desdobrando-os no mínimo em duas moléculas. As enzimas que participam da
digestão dos alimentos são hidrolases, como por exemplo, a amilase, a sacarase, a
lactase, a lipase, a pepsina, etc.

13.4- LIASES: Catalisam reações de clivagem sem hidrólise, ou seja, sem adição
de água. As descarboxilases, que retiram CO2, e as desidrases , que retiram H2O,
pertencem a este grupo. Na via glicolítica a enzima aldolase cliva a frutose 1.6
bisfosfato em duas trioses fosfato.

13.5- LIGASES: Catalisam reações de união entre moléculas, formando ligações


as custas de compostos ricos em energia do tipo ATP. Em seus produtos é comum
surgir pirofosfato inorgânicoi (PPi). Algumas enzimas que catalisam este tipo de
reação envolvendo grupos fosfato são chamadas genericamente quinases.
107

13.6-ISOMERASES: Catalisam reações de isomerização, transformando um


substrato em seu isômero ótico ou geométrico. Na via glicolítica (degradação da
glicose), a fosfohexose isomerase converte glicose 6-fosfato em frutose 6-fosfato de
modo reversível.

Fontes: Tratados de Bioquímica dos seguintes autores: Pamela Champe/Richard Harvey; Bacila, Vilela Tastaldi; Harold Harper; Lehninger;
Renato e Clovis. –outros artigos e imagens disponíveis em rede aberta.

PROCEDIMENTO PRÁTICO - ENZIMAS – Hidrólise enzimática

A finalidade da experiência é demonstrar a atividade da enzima amilase salivar


(ptialina ou α amilase) sobre o amido, em diferentes condições de tempo e de
temperatura. Siga rigorosa e cuidadosamente os passos.
Coletar a saliva em um Becker de 50 ml.

Transferir cerca de 1,5 ml para um tubo de ensaio e acrescentar 4 ml de água


destilada. Agitar para homogeneizar a mistura.

Em 6 tubos de ensaio marcar os respectivos números e adicionar colocar 5,0 ml de


solução de amido a 1,0 g% em cada um (primeira bateria)

Deixar o tubo número 1 em baixa temperatura e o tubo número 2 em banho maria


fervente.

Colocar os demais tubos em banho maria a 37ºC transferindo-os -os um a um no


intervalo de 5 minutos para o local onde se encontra o tubo 1.A finalidade é inativar
a catálise da enzima pela baixa temperatura.

Após retirar o tubo número 6, completados então 20 minutos, efetuar a reação de


Benedict com os 6 tubos da seguinte forma:
108

Em outros 6 tubos marcados de A a F COLOCAR 2,0 ML DO REAGENTE DE Benedict


(segunda bateria).

Transferir respectivamente para cada um deles 0,5 ml de cada um dos tubos 1 a 6


(1→A, 2→B e assim por diante).

Desprezar a primeira bateria de tubos (1 a 6).

Efetuar a reação de Benedict com os produtos dos 6 tubos da segunda bateria.


Observar os resultados e elaborar sua conclusão.

14. ASSUNTOS COM PLEMENTARES

14.1- Sistema renina-angiotensina-aldosterona. (S-RAA)

É uma enzima produzida pelas células do aparelho justaglomerular,


(envolvido na auto-regulação do fluxo sanguíneo renal e da filtração glomerular) que
controla a secreção da aldosterona através da conversão do angiotensinogênio
(produzido no fígado) em angiotensina I, que é clivado pela enzima conversora de
angiotensina (ECA) em angiotensina II nos pulmões. Este último composto aumenta
diretamente a pressão sanguínea através da vasoconstrição e indiretamente por
estimular a produção de aldosterona que causa retenção de sódio e aumento da
pressão arterial renal.

14.2- Enzimas no diagnóstico clínico


As enzimas plasmáticas podem ser classificadas em dois grupos
principais. Primeiro, um grupo relativamente pequeno é secretado no plasma por
certos órgãos. Por exemplo, o fígado secreta zimogênios (precursores inativos) das
enzimas envolvidas na coagulação do sangue. Segundo, um grande número de
espécies enzimáticas é liberado pelas células durante o metabolismo celular normal.
109

Estas enzimas normalmente são intracelulares e não tem função fisiológica no


plasma.

Em indivíduos saudáveis, os níveis destas enzimas são razoavelmente


constantes e representam um estado de equilíbrio no qual a velocidade de liberação
das células ao plasma é equilibrada por uma velocidade igual de remoção do plasma.
A presença de atividade enzimática elevada no plasma pode indicar lesão tecidual.

[Nota: O plasma é a parte líquida, acelular do sangue. Os exames laboratoriais de


atividade enzimática mais frequentemente utilizam o soro, o qual é obtido por
centrifugação do sangue total após ele ter coagulado. O plasma é um líquido
fisiológico, enquanto o soro é preparado em laboratório.

Muitas doenças que causam lesão tecidual resultam em uma liberação


das enzimas intracelulares no plasma. As atividades de muitas destas enzimas são
rotineiramente determinadas para fins diagnósticos em doenças do coração, fígado,
musculo esquelético e outros tecidos. O nível de atividade enzimática específica no
plasma frequentemente correlaciona-se com a extensão da lesão tecidual. Assim, o
grau de elevação da atividade de uma enzima em particular no plasma
frequentemente é útil para avaliar o prognóstico do paciente.

São conhecidas muitas doenças genéticas humanas nas quais uma enzima é
totalmente inativa ou apenas defeituosa em sua função catalítica ou regulatória. Em
tais doenças a molécula da enzima contém um ou mais resíduos de aminoácidos
“trocados” como resultado de uma mutação no DNA responsável pela sua
codificação.

14.3 - Lisozima – Uma descoberta científica

Um investigador1, muito resfriado e com intenso lacrimejar, trabalhava com culturas


bacterianas. Inadvertidamente uma lágrima acabou de cair sobre uma das placas de
cultura.

Apesar do acidente, o investigador1 realizou cuidadosa observação da cultura


bacteriana “contaminada” pela lágrima. O que observou deixou-o perplexo!

1
Sir Alexander Fleming;
110

As bactérias da cultura, atingidas pela lágrima, dissolviam-se rapidamente. Algo


extraordinário havia ocorrido, atingindo a curiosidade do investigador.

O que havia de especial na lágrima, capaz de dissolver as bactérias?

O investigador, a partir dessa dúvida pensou: “a lágrima deverá conter alguma


substância capaz de eliminar as bactérias. Essa substância, apesar de atuar contra os
microorganismos, deverá ser inócua a tecidos e funcionamento dos órgãos”.

Após exaustivos trabalhos experimentais o investigador conseguiu isolar uma


substância: “uma substância presente nos tecidos e nas secreções do corpo, a qual é
capaz de dissolver rapidamente certas bactérias”2, não atuando sobre tecidos e
funcionamento dos órgãos. Devido à semelhança com enzimas e à sua capacidade de
destruir células, a substância isolada foi chamada de LISOZIMA.

A lisozima é um elemento importante nas defesas naturais do corpo, atuando


contra bactérias, dissolvendo-lhes a parede celular. Por outro lado, a lisozima é
inócua sobre tecidos. Além disso, foi desenvolvida “nova compreensão da parede
celular bacteriana, na sua relação com os processos que se realizam no citoplasma
muito bem protegido pela mesma”3.

A descoberta da LISOZIMA foi um achado dos mais importantes pois abriu


perspectivas à procura de procura de outras substâncias capazes de destruir
micróbios sem afetar o organismo. Isso veio realmente a ocorrer em 1929, com a
descoberta da Penicilina, pelo mesmo investigador.

Assim como essa descoberta, num continuado esforço tem sido produzida uma
gama considerável de conhecimentos que tem beneficiado o homem. Muitos são
úteis ao homem, melhorando condições de sobrevivência, seus aspectos intelectuais
e materiais. Os trabalhos continuam na tentativa de melhorar ainda mais o mundo
todo, pretende transformá-lo em um bom lugar para se viver.

Todo conhecimento e as descobertas são produto da Ciência e têm dado ao


homem um importante legado, transmitido de uma geração para a outra. Esse

2
Textual de Fleming;
111

legado é resultado da atividade árdua e inteligente de um reduzido grupo de pessoas


– os cientistas, merecedores de toda consideração.

Os cientistas trabalham segundo processos sutis de atividade racional, lógica e


prática, que se constituem no Método Científico.
HENNIG, Georg, J. Metodologia do ensino de ciências. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1986. (Série Novas
Perspectivas, 18).

12.- QUESTIONÁRIO

1.- De que modo atuam as enzimas ?


2.- O que ocorre durante a formação do complexo ES ?
3.- O que são enzimas com especificidade absoluta e especificidade relativa ?
4.-O que caracteriza a especificidade absoluta e a especificidade relativa das enzimas ?
5. Qual a influência da elevação da temperatura sobrea velocidade da reação ?
6. O que são inibidores enzimáticos ? Quais os tipos e de que modo se ligam com a enzima?
7 Porque se considera a inibição no centro ativo da enzima como “inibição competitiva “?
8. O que é uma inibição não competitiva ?
9. Em que situação as enzimas alostéricas são ativadas ?
10. O que são isozimas ? De que maneira elas contribuem no diagnóstico de lesões teciduais ?
11. Qual a relação do valor de KM com a concentração de substrato na ativação enzimática?
12. O que são zimogênios ou pró enzimas ?
13. O que são e quais os tipos ativadores enzimáticos ?
14. De que modo as estatinas são usadas no tratamento do colesterol ?
15. Qual o modo de ação de monofluoroacetato (MF), formado no organismo por meio da denominada
"síntese letal" ?.

.
NUCLEOTÍDEOS – ROTEIRO PARA ESTUDO

1.- GENERALIDADES:
Os nucleotídeos são essenciais para todas as células, uma vez que a síntese das
proteínas e a divisão celular estão na sua dependência.
Também servem como transportadores intermediários na síntese de alguns
carboidratos, como o UDPG e também na síntese de lipídios e de proteínas; são
componentes estruturais de uma série de coenzimas essenciais, como a coenzima A,
FAD, NAD+ e NADP+; desempenham importante papel como “fornecedores de
energia” na célula. São, ainda, importantes compostos reguladores para muitas rotas
do metabolismo intermediário, inibindo ou ativando “enzimas chave”.
2.- ESTRUTURA DOS NUCLEOTÍDEOS
112

Os nucleotídeos são formados por uma base nitrogenada, uma pentose e um,
dois ou três grupamentos fosfóricos..

3.- BASES NITROGENADAS

As bases nitrogenadas dos nucleotídeos derivam-se de dois compostos


heterocíclicos fundamentais – pirimidina e purina.

4.- PENTOSES - Duas são as pentoses encontradas nos nucleotídeos: a ribose e a


desoxi-2-ribose, ambas na forma beta.

5.- GRUPAMENTOS FOSFÓRICOS ( -PO3H2- )

6.- NUCLEOSÍDEOS : são formados dos por base nitrogenada e pentose.


113

A ligação BASE-PENTOSE ocorre entre o nitrogênio 1 das pirimidinas ou 9 das


purinas e o carbono 1 da pentose, pela retirada de H2O.

Os nucleosídeos denominam-se uridina, timidina, citidina, adenosina e


guanosina. Quando a pentose for a desoxirribose, antepõe-se a palavra “desoxi” ao
nome do nucleosídeo.
7. NUCLEOTÍDEOS

São ésteres mono, di ou trifosfatados dos nucleosídeos. O grupo fosfato


esterifica a hidroxila do carbono 5 da pentose do nucleosídeo.
Se um grupo fosfato está ligado na pentose, a estrutura é um nucleosídeo
monofosfatado, como o AMP ou CMP; se um segundo ou terceiro fosfato é
adicionado ao nucleosídeo, o resultado é um nucleosídeo di e trifosfatado, como o
ADP e o ATP. A seguir representação dos nucleotídeos AMP, ADP e ATP.

8- NUCLEOTÍDEOS BIOLOGICAMENTE IMPORTANTES:

Nos tecidos se encontram nucleotídeos que não estão combinados aos ácidos
nucleicos, dotados de funções especiais importantes. Alguns serão citados a seguir.

8.1- Derivados da adenina. Ácido adenílico (AA), também denominado de


adenosina monofosfato, (AMP) que é uma combinação de adenosina, ribose e ácido
fosfórico. Esse composto como nucleotídeo cíclico 3’5’ (cAMP) é importante na
modulação de sistemas enzimáticos.
114

Outros nucleotídeos derivados da adenina são o adenosina difosfato (ADP) e


o trifosfato (ATP). Esses últimos compostos são muito importantes na fosforilação
oxidativa e como fontes de fosfato de alta energia.

Um emprego incomum na clivagem do ATP em AMP e pirofosfato (PPi)


ocorre no vagalume, que utiliza essa energia para a produção de lampejos luminosos.

8.3-Derivados da guanina. Análogos do ATP, derivados da guanina também estão


envolvidos no metabolismo. Por exemplo, no ciclo de Krebs, a reação catalisada pela
enzima succinato tioquinase envolve a transferência de fosfato inorgânico para o
difosfato guanosina (GDP) a fim de formar trifosfato guanosina (GTP).
115

8.4- Derivados do uracil. Os derivados da uridina (uracil-ribose) são coenzimas


importantes nas reações que envolvem a epimerização da glicose (uridina difosfato
glicose- UDPG) e da galactose (uridina difosfato galactose- UDPGal). A UDPG
também é importante transportadora de glicose na síntese do glicogênio.

9- POLINUCLEOTÍDEOS

Os nucleotídeos podem polimerizar-se formando cadeias chamadas cadeias


polinucleotídicas ou polinucleotídeos. A ligação que polimeriza os nucleotídeos é
chamada ligação nucleotídica. Ela ocorre entre a hidroxila fosfórica de um
nucleotídeo e a hidroxila do carbono 3 da pentose do outro nucleotídeo, com
retirada de água. Os ácidos nuclêicos RNA e DNA são polinucleotídeos e a sequência
de nucleotídeos é denominada de estrutura primária, representada pelas letras
iniciais das bases dos nucleotídeos, uma vez que os demais componentes não variam.
116

Fontes bibliográficas: Química Fisiológica – Mares-Guia &outros;Bioquímica Ilustrada- Pâmela & Richard Harvey; Manual de
Bioquímica- Coon/Stumpf ; Química fisiológica-Harold A. Harper Bioquímica- Lehninger; Fontes complementares em “rede aberta”.

QUESTIONÁRIO
1.- Cite 3 funções dos nucleotídeos
2.- Quais os componentes que formam um nucleotídeo ?
3.- Qual a diferença entre nucleosídeo e nucleotídeo ?
4.- Qual a importância do AMP Cíclico ?
5.- Além do ATP e do ADP, que outros nucleotídeos podem estar envolvidos em reações de
fosforilação ?
6.- De que forma o UTP participa no metabolismo ?

Vitaminas, Coenzimas e Sais Minerais

O autor da palavra foi o bioquímico americano Casimir Funk, em 1912, criada para
designar certos derivados da amônia. A palavra “vitamina” surgiu na língua portuguesa
através do termo em inglês vitamin, a partir da junção do latim vita, que significa “vida”, e
amine, retirada de aminoacid, que quer dizer “aminoácido” pois acreditava que um
aminoácido estava presente nessas substâncias orgânicas – “aminas da vida”.

O que é um nutriente?

Um nutriente é qualquer substância usada no metabolismo corporal adquirida


através da alimentação. As vitaminas e os aminoácidos essenciais são exemplos de
nutrientes.

Qual a diferença entre macro e micronutrientes?

O critério de classificação dos nutrientes em macro e micronutrientes não tem


nenhuma relação com o tamanho das moléculas. Macronutrientes são aquelas
substâncias que o organismo necessita em grande quantidade, como por exemplo,
117

proteínas e carboidratos. Os micronutrientes são nutrientes no qual o organismo


precisa em baixas quantidades, como no caso das vitaminas.

De acordo com a função que exercem como os nutrientes podem ser classificados ?

Uma classificação bastante útil e funcional é aquela que separa os nutrientes


em três grupos: energéticos, estruturais e regulatórios.

Os nutrientes energéticos são aqueles usados como fonte de energia pelo


metabolismo. Na maioria das vezes essa função é exercida pelos carboidratos porém
lipídios e proteínas também podem ser usados para tal fim.

Os nutrientes estruturais são aqueles utilizados no suporte e na estruturação


das células e tecidos. Eles são os aminoácidos que em conjunto, formam proteínas
como o colágeno, a hemoglobina, a albumina, etc.

Os nutrientes regulatórios são aqueles que formam as enzimas e coenzimas


responsáveis pela homeostase (equilíbrio funcional), metabolismo osmótico e
equilíbrio eletrolítico das células. Alguns aminoácidos, vitaminas e sais minerais
fazem parte deste grupo.

O que são vitaminas? Quais são as principais vitaminas necessárias aos seres
humanos ?

A maioria das vitaminas atua como coenzimas (substâncias fundamentais para


o funcionamento de certas enzimas) e não são produzidas pelo organismo,
precisando ser obtidas através da alimentação.

As vitaminas mais importantes para os seres humanos são as vitaminas A, C, D,


E, K, além das vitaminas do complexo B (incluindo o ácido fólico (B-9), a biotina (B-8)
e o ácido pantotênico (B-5)

Qual a diferença entre as vitaminas hidrossolúveis e as lipossolúveis? Por que as


lipossolúveis podem causar problemas se consumidas em excesso?

As vitaminas hidrossolúveis são aquelas solúveis em água. Já as vitaminas


lipossolúveis são aquelas solúveis em óleos e gorduras (lipídios). A vitamina C e as
118

vitaminas do complexo B são exemplos de vitaminas hidrossolúveis. As vitaminas A,


D, E e K são exemplos de vitaminas lipossolúveis.

O fato das vitaminas lipossolúveis não serem solúveis em água, faz com que o
organismo tenha dificuldade em excretá-las. Exatamente por isto, a tendência dessas
vitaminas é acumular-se nos tecidos, produzindo efeitos tóxicos quando são
ingeridas em quantidades superiores as necessárias.

Vitaminas que formam o complexo B

As vitaminas do complexo B são: tiamina (B1 – ácido nicotínico ou vitamina P),


riboflavina (B2), niacina (B3). Estas três vitaminas são importantes na constituição
das moléculas aceptoras de hidrogênio (FAD, NAD e NADP) envolvidas no
metabolismo energético. Além delas ainda fazem parte o ácido pantotênico (B-5), a
piridoxina (B6), a biotina (B-7 ou B-8 ou ainda vitamina H), o ácido fólico (B-9) e a
cianocobalamina (B12).

A Tiamina (vitamina B1) participa de processos metabólicos importantes do


sistema nervoso, coração, células do sangue, músculos e também do metabolismo de
carboidratos. Conversão de piruvato em Acetil CoA com participação de TPP vit.(B-1)

A Tiamina pirofosfato (TPP) é um derivado da tiamina, obtido após clivagem


pela enzima tiamina pirofosforilase. É coenzima de algumas enzimas, tais como
COMPLEXO PIRUVATO DESIDROGENASE (elo de ligação da via glicolítica – degradação da
glicose no citosol) com o ciclo de Krebs (na mitocôndria); ALFA CETOGLUTARATO
DESIDROGENASE (no ciclo de Krebs) e TRANSCETOLASE (na via das pentoses-fosfato).

A sua deficiência está associada com a falta de apetite, fraqueza, irritabilidade,


alterações na função cardíaca e anormalidades neurológicas.
119

A riboflavina (vitamina B2) é uma coenzima necessária em certas reações de


óxido redução como na oxidação dos ácidos graxos (β-oxidação) e no ciclo do ácido
cítrico (Krebs). A carência de riboflavina causa lesões na mucosa da boca, língua e
lábios.

A niacina (Vitamina B-3) é um componente das coenzimas aceptoras de


hidrogênio NAD e NADP. Sua carência causa beribéri, falta de apetite fadiga,
problemas neurológicos, distúrbios digestivos, perda de energia e pelagra.

O ácido pantotênico (vitamina B-5) é importante para a respiração celular


aeróbica, pois atua no transporte do radical acetil. A forma ativa no metabolismo é
acetil coenzima A (acetil CoA) e todos os tecidos são capazes de sintetizá-la a partir
do ácido pantotênico. Vegetais, cereais, ovos, peixe, leite e carne magra são fontes
alimentares.

A Piridoxina (vitamina B-6), durante a transaminação de aminoácidos tem


sua forma de fosfato de piridoxal, transitoriamente convertido em fosfato
de piridoxamina, pela captação do grupo NH2 dos aminoácidos excedentes do
metabolismo, que então se convertem em cetoácidos para degradação no ciclo de
Krebs.
120

Participa na síntese de aminoácidos, neurotransmissores (serotonina e


norepinefrina) e esfingolipídios.
É encontrada em alimentos como carnes, salmão, leite, ovos, lentilha e espinafre,
e sua deficiência provoca os seguintes transtornos:

 Anemia;
 Cansaço e sonolência;
 Problemas no sistema nervoso, como confusão mental e depressão;
 Dermatite e rachaduras nos cantos da boca;
 Inchaço na língua;
 Enfraquecimento do sistema imunológico.

A Biotina, vitamina B-7, B-8, vitamina H ou coenzima R, é uma vitamina


essencial, hidrossolúvel, que funciona como uma coenzima no metabolismo das
purinas e dos carboidratos. É coenzima da enzima piruvato carboxilase por ser uma
molécula especializada no transporte de dióxido de carbono (CO2).

Na reação catalisada pela piruvato carboxilase, a biotina capta uma molécula


de CO2 e transfere-a para o piruvato, formando oxaloacetato, durante o processo de
gliconeogênese (síntese de glicose no fígado).
121

Esta transferência é possível graças à flexibilidade da porção linear da estrutura


da biotina, que permite o movimento da parte da molécula envolvida no transporte
do CO2.

Os sinais e sintomas de deficiência incluem cabelo e unhas frágeis, coceira e


erupção cutânea escamosa vermelha ao redor dos olhos, nariz e boca. Grande déficit
causa depressão, apatia, alucinações e formigamento nos braços e pernas. Há
evidências de que o tabagismo pode causar leve deficiência de biotina.
A síntese da biotina é feita por bactérias que vivem no interior do tubo
digestório humano (interação harmônica interespecífica) de forma suficiente para
garantir as necessidades diárias do organismo. Vegetais, cereais, ovos, peixe, leite e
carne magra também contribuem como fontes de biotina.

O ácido fólico – Vitamina B-9 (chamado de folato quando na forma ionizada) é


uma coenzima que participa da síntese e duplicação do DNA. Por esta razão, ele é
fundamental para o processo de divisão celular. Caso não haja quantidade suficiente
de ácido fólico dentro das células com alto grau de renovação, como é o caso das
células vermelhas do sangue, elas acabam por terem a sua produção reduzida.

Na deficiência de ácido fólico, as células percursoras (reticulócitos), que


originam os eritrócitos (glóbulos vermelhos), iniciam o processo de divisão celular de
forma muito lenta, enquanto que o crescimento do citoplasma destas células que
estão se dividindo, continua normal. Assim, as células acabam se tornando
anormalmente grandes, um efeito típico desta anemia chamada de anemia
megaloblástica.

A cianocobalamina (vitamina B-12), age junto com o ácido fólico e sua


carência gera problemas no processo de divisão célula causando anemia perniciosa
(um tipo de anemia megaloblástica). A absorção da vitamina B12 depende de uma
substância denominada fator intrínseco que é secretada pelo estômago.
122

A deficiência de vitamina B12 pode resultar de uma dieta deficiente nessa vitamina,
que é encontrada principalmente em carnes, ovos e leites. Esse é um problema muito
comum em vegetarianos e veganos. (o veganismo é uma forma de viver que busca
excluir, na medida do possível e do praticável, todas as formas de exploração e de
crueldade contra animais).

O ácido ascórbico (vitamina C), participa do metabolismo do colágeno que é


fundamental para a integridade dos capilares sanguíneos. Escorbuto é o nome da
doença causada pela falta de vitamina C. Este problema se caracteriza por lesões na
pele, lábios, gengiva, nariz e articulações. O escorbuto era conhecido como a doença
do marinheiro porque nas expedições marinhas do passado, não era comum haver
comida a bordo que continha vitamina C, como as frutas cítricas, por exemplo. Por
este motivo, muitos marinheiros desenvolviam o escorbuto.Para a obtenção da
vitamina C, como por exemplo, de um doce de laranja, o alimento que contém esta
vitamina não pode ser aquecido. Isto ocorre porque a vitamina C é termolábil, sendo
inativada com o calor.

A Vitamina A ou Retinol é um micronutriente pertencente ao grupo das


vitaminas lipossolúveis, podendo ser encontrada no tecido animal sob a forma de
retinóides ou como pró-vitamina em tecidos vegetais, sob a forma de carotenoide.
É essencial para a visão e o crescimento.

A deficiência da vitamina A no organismo pode causar cegueira noturna,


ressecamento da córnea e predisposições ao aparecimento de lesões na pele.

A vitamina D, ou calciferol, inicia seu processo de síntese na pele devido à ação


dos raios ultravioletas do sol sobre moléculas precursoras. Depois ela é transformada
na forma ativa no fígado e nos rins. É fundamental para a absorção de cálcio
contribuindo para a manutenção da saúde do tecido ósseo.
123

A falta de vitamina D causa uma doença conhecida como raquitismo. Este


problema se caracteriza pela descalcificação dos ossos e deformação dos mesmos. .

A vitamina E, ou tocoferol, é uma das vitaminas lipossolúveis (que


dependem de gordura para absorção) necessária para o bom funcionamento do
organismo.

Essa vitamina possui potente ação antioxidante, conferindo proteção à


membrana que reveste as células do corpo e também para as lipoproteínas, que são
responsáveis por transportar o colesterol no sangue. Dessa forma previne a oxidação
causada pelos radicais livres, que podem levar a formação das placas de ateroma,
que obstruem a passagem de sangue nas artérias.

A vitamina K é de fundamental importância para a formação da protrombina


no processo de coagulação do sangue.

Exercícios de fixação

1.- Qualquer substância usada no metabolismo corporal adquirida através da


alimentação chamada de:
a) metabólito. b) substrato. c) produto d) nutriente e) alimento.

2.- O critério de classificação dos nutrientes em macro e micronutrientes leva em


conta:
a) o tamanho das moléculas. b) as necessidades do organismo.
c) as quantidades a serem ingeridas.
d) a importância biológica ao organismo. e) são corretas b e c.
124

3.-Alguns aminoácidos, vitaminas e sais minerais fazem parte do


grupo de nutrientes:
a) estruturais. b) regulatórios. c) energéticos. d) calóricos.
e) corretas c e d.

4.- A maioria das vitaminas atua como:


a) ativadores enzimáticos. b) biorreguladores do metabolismo.
c) coenzimas. d) moduladores alostéricos. e) transportadores.

5.- A tendência de certas vitaminas acumular-se nos tecidos, produzindo efeitos


tóxicos quando são ingeridas em quantidades superiores as necessárias deve-se ao
fato de serem: a) metabolizadas lentamente pelo organismo.
b) solubilizadas com dificuldade nos tecidos. c) dotadas de baixo caráter polar.
d) lipossolúveis. e) corretas a, b, c e d.

6.- Vitaminas importantes na constituição das moléculas aceptoras de hidrogênio


(FAD, NAD e NADP) envolvidas no metabolismo energético:
a) B-1. b) B-2. c) B-3. d) corretas b e c. e) corretas a, b e c.

7.- Beribéri, falta de apetite fadiga, problemas neurológicos, distúrbios digestivos,


perda de energia e pelagra são sinais característicos da carência de vitamina:
a) B-1. b) B-2. c) B-3. d) B-6. e) B-12

8. O ácido pantotênico é componente da:


a) Coenzima A. b) vitamina D. c) bile d) membrana celular. e) fibra muscular.

9- Importante para a respiração celular aeróbica, porque atua no transporte do


radical acetil, cuja forma ativa no metabolismo é a acetil coenzima A (acetil CoA)
: a) B-1. b) B-2. c) B-3. d) B-5. e) B-6

10. Coenzima responsável pela captação do grupo NH2 dos aminoácidos excedentes
do metabolismo, que então se convertem em cetoácidos para degradação no ciclo de
Krebs. a) B-1. b) B-2. c) B-3. d) B-5. e) B-6

11- A vitamina da questão anterior é denominada:


a). riboflavina. b) tiamina. c) ácido pantotênico. d) piridoxina e) biotina.

12-Coenzima especializada no transporte de dióxido de carbono (CO2) em reações


que envolvem uma descarboxilação ?
a). riboflavina. b) tiamina. c) ácido pantotênico. d) piridoxina e) biotina.
125

13- Coenzima que participa da síntese e duplicação do DNA, fundamental para o


processo de divisão celular: a) ácido fólico. b) ácido pantotênico. c) riboflavina.
d) piridoxina. e) biotina.

14- Vitamina que age junto com o ácido fólico e sua carência gera problemas no
processo de divisão celular das hemácias causando anemia perniciosa (um tipo de
anemia megaloblástica): a) B-1. b) B-2 c) B-3. d) B-6. e) B-12.

15- A absorção da vitamina B12 depende de uma substância denominada fator


intrínseco que é secretada no: a) estomago. b) duodeno. c) fígado. d) pâncreas
e) nenhuma das anteriores.

16- O escorbuto, cujos sinais clínicos são lesões na pele, lábios, gengiva, nariz e
articulações, decorre da carência de vitamina: a) A b) B-1 c) C d) D e) E

17- Consequências da carência de vitamina A: a) cegueira noturna. b) anemia.


c) lesões cutâneas. d) ressecamento da córnea. e) são corretas a e d.

18- A vitamina D, ou calciferol, inicia seu processo de síntese na pele devido à ação
dos raios ultravioletas do sol sobre moléculas precursoras. Depois ela é
transformada na forma ativa no:
a) Fígado. b) Intestino. c) Rins. d) Estomago. e) Corretas a e c.

19- Vitamina fundamental para a absorção de cálcio contribuindo para a


manutenção da saúde do tecido ósseo. contribuindo para a manutenção da saúde
do tecido ósseo: a) A b) B-2 c) C d) D e) E

20- Consequências da carência de vitamina A: a) cegueira noturna. b) anemia.


c) lesões cutâneas. d) ressecamento da córnea. e) são corretas a e d.

21- A vitamina D, ou calciferol, inicia seu processo de síntese na pele devido à ação
dos raios ultravioletas do sol sobre moléculas precursoras. Depois ela é
transformada na forma ativa no:
a) Fígado. b) Intestino. c) Rins. d) Estomago. e) Corretas a e c.

22. Quais os principais sais minerais que atuam na regulação da pressão osmótica
dentro das células e tecidos? a) Cloro, ferro e potássio. b) Cloro ferro e sódio.
c) ferro sódio e potássio. d) cloro, sódio e potássio. e) Todas as anteriores são
corretas.
126

23. Além de ser de importante para o mecanismo de regulação osmótica e


equilíbrio ácido-base da célula (pH), o potássio é fundamental para os mecanismo
de: a) de excitação dos nervos b) contração dos músculos.
c) Atividade enzimática. d) São corretas a e b. e) São corretas b e c.

24. Sais minerais presentes na dieta que atuam como coenzimas:


a) magnésio, zinco e cobre. b) Cobre e magnésio e manganês. c) Cálcio, manganês e
magnésio. d) Magnésio, zinco e manganês. e) Zinco, cobre e manganês.

25. A falta de iodo no organismo causa:


a) anemia. b) Hipertireoidismo. c) Hipotireoidismo. d) hemólise.
e) Nenhuma das anteriores.

ASSUNTOS COMPLEMENTARES
ANEMIA

Anemia é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a condição na qual o
conteúdo de hemoglobina no sangue está abaixo do normal como resultado da carência de um ou
mais nutrientes essenciais, seja qual for a causa dessa deficiência.
As anemias podem ser causadas por deficiência de vários nutrientes como ferro, zinco,
vitamina B12 e proteínas. Porém, a anemia causada por deficiência de ferro, denominada anemia
ferropriva, é muito mais comum que as demais (estima-se que 90% das anemias sejam causadas
por carência de Ferro).O ferro é um nutriente essencial para a vida e atua principalmente na síntese
(fabricação) das células vermelhas do sangue e no transporte do oxigênio para todas as células do
corpo.

Os sinais e sintomas da anemia por carência de ferro são inespecíficos, necessitando-se de


exames laboratoriais para que seja confirmado o diagnóstico da anemia ferropriva. Os principais
sinais e sintomas da anemia por carência de ferro são: fadiga generalizada, palidez de pele e
mucosas (parte interna do olho, gengivas), menor disposição para o trabalho, dificuldade de
aprendizagem nas crianças e apatia (crianças muito "paradas"). O ferro pode ser fornecido ao
organismo por alimentos de origem animal e vegetal. São indicadas fontes de ferro as carnes
vermelhas, principalmente fígado de qualquer animal e outras vísceras como rim e coração, carnes de
aves e de peixes, e mariscos crus.

PELAGRA

Os hábitos alimentares podem variar de acordo com culturas, povos e regiões. Muitas vezes,
dentro de um mesmo país, existem regiões com hábitos alimentares completamente diferentes
umas das outras. Essa diversidade pode variar de acordo com a cultura, a disponibilidade de
alimentos, a fertilidade do solo.
127

Essas diferenças, além de representarem à cultura da região, em alguns casos, podem gerar
problemas como a deficiências de algumas vitaminas e minerais na alimentação, como é caso de
povos que baseiam sua alimentação exclusivamente no milho. Este cereal tem baixo teor de
triptofano e niacina, contribuindo para a carência de vitaminas do complexo B e proteínas. A
deficiência ou falta destes nutrientes em nosso organismo devido aos hábitos alimentares
denominam-se pelagra.

Outro grupo com grande chance de apresentar pelagra, não apenas por aspectos culturais
da alimentação de sua região, mas devido a maus hábitos de consumo, são os alcoólatras crônicos.
Este grupo, muitas vezes, apresenta uma alimentação deficiente em vários nutrientes, acarretando
em faltas nutricionais.

As conseqüências da pelagra estão relacionadas a problemas na pele, no intestino e, em


estágios mais desenvolvidos, pode até mesmo afetar funções do cérebro. Uns dos primeiros sinais
pode ser o aparecimento de marcas na pele,semelhantes queimaduras, sendo que na grande
maioria das vezes essas manchas não desaparecem com facilidade e costumam descamar. Náuseas,
mal estar, enjôos, perda de apetite e diarréia também são sintomas comuns, pois afeta todo o
sistema intestinal. Na língua e na boca podem aparecer alguns sinais de irritação,contendo focos
de inflamação.

Quando a doença apresenta um estágio mais avançado é comum aparecer problemas


vaginais e algumas alterações no sistema nervoso (cansaço, falta de sono, palidez) acarretando em
alguns distúrbios mentais, falta de memória , incluindo características de depressão. A avaliação
desse quadro pode ser feita por meio do exame de sangue e na urina, pelas taxas de niacina. A
prevenção pode ser contribuída com uma alimentação diversificada em nutrientes, especialmente
contendo vitaminas e sais minerais. Fonte: Artigo publicado em rede aberta.

CONCEITOS BÁSICOS DO METABOLISMO

1.– DIGESTÃO E ABSORÇÃO DOS ALIMENTOS

Você já pensou sobre o que ocorre com os alimentos após entrarem em nosso
corpo? Vários processos transformam aquilo que ingerimos em produtos de unidades
mais simples que poderão atravessar as paredes dos órgãos. Esses processos
efetuados no sistema digestivo, ou digestório.

Primeiro, antes de levar o alimento à boca, nós o reduzimos para , triturar e


dividí-lo cada vez mais com o trabalho mecânico da mastigação. O processo é
auxiliado pela saliva, que umedece os alimentos e pela língua, que ajuda a misturá-
la, formando o bolo alimentar.
128

Na verdade, as substâncias químicas que realizam a digestão são as enzimas e


elas precisam entrar em contato íntimo com os alimentos para poder reduzir suas
moléculas em componentes mais simples.

Assim, quanto menores forem as porções dos alimentos ingeridos, mais


acessível será o contato das enzimas com ele.

Na boca, a saliva já inicia o processo de digestão. A enzima amilase salivar


(ptialina) reduz as grandes moléculas de amido (existentes nos carboidratos - pão,
macarrão, etc.) em porções menores, de oligossacarídeos.

Da boca, o bolo alimentar desce pela faringe, pelo esôfago e chega ao


estômago, onde ocorre produção de suco gástrico. A enzima pepsina, em meio ácido
(presença de ácido clorídrico), inicia a hidrólise das proteínas. Do estômago, o bolo
alimentar passa ao intestino delgado onde é envolvido por sucos digestivos
produzidos pelo pâncreas, pelo fígado e pela mucosa intestinal.

Na primeira porção do intestino delgado, denominada duodeno (por ter cerca


de doze dedos de comprimento), a tripsina, uma enzima produzida pelo pâncreas,
continua o processo de hidrólise das proteínas iniciado no estômago, junto com
outras enzimas do suco pancreático. A amilase pancreática continua o processo de
digestão do amido reduzindo os oligossacarídeos em dissacarídeos.

No duodeno se processa ainda a digestão das gorduras, onde a bile (fabricada


pelo fígado e armazenada na vesícula biliar) é liberada para emulsificar as gorduras
para serem transformadas em porções menores pela ação da enzima lipase
pancreática, passíveis de serem absorvidas pela membrana intestinal. Assim, os
lipídeos ou gorduras (triglicerídeos) são transformados em componentes mais
simples (monogliceríeos, ácidos graxos e glicerol), os quais podem ser absorvidos
pela parede do intestino.
A região seguinte do intestino delgado é subdividida em jejuno (por ser
encontrado geralmente vazio) e íleo (palavra de origem grega que significa voltear -
onde o intestino delgado faz circunvoluções no interior do ventre). Nessa região, as
enzimas conhecidas como peptidases intestinais completam a redução das proteínas
em aminoácidos livres.
A maltase e a isomaltase, enzimas produzidas pela parede do intestino,
transforma os dissacarídeos maltose e isomaltose, com duas moléculas de glicose
129

cada um. Outros açúcares, como a sacarose e a lactose, também são reduzidos nessa
porção pelas enzimas sacarase e lactase produzidas na parede intestinal.

sistema digestório

Na porção final (íleo) ocorre a absorção das moléculas dos alimentos que já
foram quimicamente reduzidos pelas enzimas e assim são capazes de ganhar a
circulação que as conduzirá a seus destinos no organismo. Também no íleo, parte da
água do bolo alimentar é absorvida. Os restos alimentares não digeridos chegam ao
intestino grosso para formar as fezes, onde continua ocorrendo a absorção de água.
2. AS REAÇÕES METABÓLICAS

Virtualmente todas as reações no corpo são mediadas por enzimas, proteínas


catalizadoras que aumentam a velocidade das reações sem serem alteradas no
processo geral. Entre as muitas reações biológicas que são energeticamente
possíveis, as enzimas catalisam seletivamente os reagentes –denominados
SUBSTRATOS- para rotas úteis. Assim, as enzimas dirigem todos os eventos
metabólicos.

As reações enzimáticas não ocorrem isoladamente, mas são organizadas em


sequências de múltiplas etapas denominadas ‘’rotas ou vias’’ metabólicas, nas quais
o produto de uma reação serve como substrato da reação subsequente.
130

Por sua vez, diferentes rotas se inter-relacionam, formando uma rede


integrada e objetiva de reações químicas coletivamente denominadas METABOLISMO
(Glicólise, Oxidação de Ácidos graxos, Ciclo de Krebs, Fosforilação Oxidativa.etc

3. CATABOLISMO

As reações catabólicas servem para produzir energia química – na forma de


ATP- a partir da degradação de moléculas combustíveis. O catabolismo também
permite às moléculas da dieta (ou moléculas nutrientes armazenadas nas células)
serem utilizadas na síntese de moléculas mais complexas, como o glicogênio e os
triacilgliceróis (triglicerídeos) que funcionam como substâncias energéticas de
reserva, depositadas em certos locais do organismo. No caso das proteínas, estas
relacionam-se com as mais diversas funções orgânicas.

Em termos energéticos, os carboidratos os lipídios e alguns aminoácidos são


precursores de uma molécula mais simples –acetil CoA- que é substrato para uma
rota metabólica aeróbica, o ciclo de krebs que possibilita, acoplado à cadeia
respiratória, a produção de ATP na mitocôndria (representação abaixo
esquematizada e microfotografia).
131

As reações anabólicas combinam moléculas pequenas, como os aminoácidos,


para formar moléculas complexas, como as proteínas teciduais; moléculas de glicose
se polimerizam formando a macromolécula do glicogênio, etc.

Enquanto o catabolismo é um processo convergente, isto é, uma ampla


variedade de moléculas são transformadas em produtos finais comuns (CO2 e H2O), o
anabolismo é um processo divergente, no qual poucos “precursores biossintéticos”
formam uma variedade de produtos poliméricos ou complexos.
132

5.- REGULAÇÃO DO METABOLISMO

As rotas do metabolismo devem ser coordenadas de modo que a produção de


energia ou a síntese de produtos finais preencha a necessidade da célula. Um
eficiente sistema de comunicação evoluiu para coordenar o funcionamento do corpo,
incluindo os hormônios, o sistema nervoso e a disponibilidade de nutrientes.

Fonte: Pamela C. Champe. Richard .A Harvey – Bioquímica Ilustrada; imagens de rede aberta

QUESTÕES PARA ESTUDO


1.- DE QUE MODO OCORREM AS REAÇÕES ENZIMÁTICAS NO CONTEXTO METABÓLICO?
2.- QUAIS SÃO OS ASPECTOS MAIS IMPORTANTES DO CATABOLISMO ?
3.- DE QUE MODO OS CARBOIDRATOS E OS LIPÍDIOS DA DIETA SÃO DIRIGIDOS PARA ROTAS METABÓLICAS
PRODUTORAS DE ENERGIA ?
4.- PARA QUE SERVEM AS REAÇÕES ANABÓLICAS ? QUAL A IMPORTÂNCIA DO ATP E DAS COENZIMAS REDUTORAS
NESSAS REAÇÕES ?
5.- PORQUE O CATABOLISMO É CONSIDERADO UM PROCESSO DIVERGENTE, ENQUANTO O ANABOLISMO É UM
PROCESSO CONVERGENTE ? COMO SE COMPORTAM ESSES PROCESSOS EM TERMOS DE LIBERAÇÃO E ABSORÇÃO DE
ENERGIA ?
6.- DE QUE MODO OCORRE UMA INTER RELAÇÃO DO METABOLISMO NOS DIVERSOS TECIDOS COMO UMA UNIDADE
FUNCIONAL ?
133

OXIDAÇÕES BIOLÓGICAS

1 – INTRODUÇÃO

Quando a glicose sofre oxidação total (combustão) em uma bomba


calorimétrica, ela libera 685 Kcal/mol em forma de calor.
---------------
Glicose + 6 O2 6 CO2 + 6H2O + 685 Kcal

Quando a glicose é degradada na célula, também fornece 685 Kcal/mol, mas


apenas uma parte é desprendida em forma de calor; a outra parte é acumulada sob
forma de energia química no ATP. A fração de energia que fica no ATP representa o
rendimento energético da transformação das glicose em CO2 e H2O. É a energia
utilizável pelos seres vivos para realizarem seus trabalhos biológicos. A degradação
da glicose constitui uma transformação em um sistema termodinâmico cujo estado
inicial é a glicose e o estado final é CO2 e H2O.

2 – CADEIA DE TRANSPORTE DE ELÉTRONS: Quando um composto é oxidado, libera


elétrons para um agente oxidante (o aceptor) que, portanto, se reduz ( capta
elétrons). A toda reação de oxi-redução está associada uma liberação de energia.
A quantidade de energia liberada nesta transferência de elétrons (oxi-redução) é
decorrente da diferença entre o potencial de oxidação do oxidante e o potencial de
oxidação do redutor. Tanto maior for esta diferença, maior será a energia liberada. A
energia liberada é passível de ser aproveitada para trabalho –energia livre.

Para tanto, o sistema deve munir-se de dispositivos capazes de captar a


energia livre liberada na oxi-redução e, posteriormenrte, transferí-la para os
processos endoergônicos (reações que absorvem energia), como a atividade física,
por exemplo. É assim que um organismo vivo obtém a energia necessária para viver.

Na célula aeróbica, portadora de mitocôndria e com oxigênio disponível para


consumo, as coenzimas reduzidas se reoxidam às custas dos componentes da cadeia
134

de transporte de elétrons – fosforilação oxidativa (cadeia respiratória), para onde os


elétrons são transferidos.

Percorrendo estruturas que agem como carregadores de elétrons numa


sequência de reações de oxi-reduções contínuas, na qual cada composto que se
oxida reduz o seguinte até serem, os elétrons, são captados pelo oxigênio, no final do
processo, produzindo água. Esses elétrons que se deslocam ao longo da cadeia
respiratória procedem das substâncias que são fontes de energia para formar ATP.
Estas são o próprio alimento, ou dele se derivam.

FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA ou CADEIA DE TRANSPORTE DE ELÉTRONS

A formação de ATP envolve um processo oxidativo e um processo fosforilativo.


A oxidação é feita na cadeia respiratória e tem por objetivo liberar a energia
necessária para a fosforilação do ADP. Daí dizer-se que a produção de ATP resulta de
um processo metabólico chamado fosforilação oxidativa, que ocorre na
membrana interna da mitocôndria.

Quando dois elétrons percorrem toda a cadeia, oportunizam energia


suficiente para formar 3 ATP. Portanto, os substratos hidrogenados cujas
desidrogenases utilizam o NAD+/NADH como coenzima, proporcionam a síntese
de 3 ATP na cadeia respiratória; é? o que comumente acontece.
Quando uma desidrogenase utiliza o FAD/FADH2, formam-se 2 ATP, porque os
elétrons passam para os citocromos sem o envolvimento da coenzima NAD
135

FATORES QUE INFLUEM NA FOSFORILAÇÃO DO ADP

A – INTEGRIDADE DA MEMBRANA

A membrana mitocondrial interna deve estar intacta. A existência de fraturas


ou fendas impede sua capacidade de realizar a fosforilação oxidativa, embora o
transporte de elétrons dos substratos para o oxigênio possa fluir normalmente.

B – AGENTES DESACOPLADORES

Determinadas substâncias químicas, como o 2,4 dinitrofenol, impedem a


fosforilação do ADP sem, contudo, interferir no fluxo de elétrons ao longo da cadeia
respiratória, desacoplando a relação essencial entre os dois sistemas. Esses agentes
tem a capacidade de causar um desequilíbrio iônico nos ambientes envolvidos no
fluxo normal de elétrons pela membrana mitocondrial interna, dissipando a energia
útil em forma de calor. A aspirina e outros salicilatos em doses elevadas, atuam
como desacopladores, o que justifica a febre que advém dessa prática.
C – INIBIDORES DO TRANSPORTE DE ELÉTRONS

A rotenona, os barbitúricos, o cianeto e o monóxido de carbono impedem a


reoxidação de determinado componente da cadeia respiratória, criando um “ponto
de estrangulamento” no fluxo de elétrons.
136

Os barbitúricos e a rotenona impedem a reoxidação do NADH; o cianeto e o


monóxido de carbono são potentes inibidores da citocromo oxidase (cit a-3).
Dessa forma os inibidores causam redução no consumo de oxigênio podendo levar à
morte em concentrações elevadas paralisando definitivamente o consumo de O2. Ao
contrário, os desacopladores, aumentam o consumo de O2.
FOSFOCREATINA- ARMAZENAMENTO DE ENERGIA NOS MÚSCULOS

Um composto fosfatado de alta energia desempenha papel único na


energética do músculo e de outros tecidos como o cérebro e os nervos. Este
composto, denominado fosfocreatina atua como forma de armazenamento
temporário de grupos fosfato de alta energia. A fosfocreatina (ou creatina fosfato)
pode transferir seu grupo fosfato para o ADP em uma reação catalisada pela enzima
creatina quinase

QUESTIONÁRIO

1. QUAL A ORIGEM DOS PARES DE ELÉTRONS QUE ENTRAM NA CADEIA RESPIRATÓRIA ?


2. COMO OCORRE A PRODUÇÃO DE ENERGIA NA MEMBRANA INTERNA DA MITOCÔNDRIA PARA A
FOSFORILAÇÃO DO ADP ?
3. QUANTOS ATPs SÃO PRODUZIDOS QUANDO UM PAR DE ELÉTRONS PERCORRE TODA A CADEIA
RESPIRATÓRIA ?
4. QUAL É A IMPORTÂNCIA DA FOSFOCREATINA EM ALGUNS TECIDOS ? ESQUEMATIZE O PROCESSO.
5. DE QUE MODO OS INIBIDORES E DESACOPLADORES DA CADEIA RESPIRATÓRIA INFLUEM NO
CONSUMO DE OXIGÊNIO E NA PRODUÇÃO DE ATP ?

ACETIL COENZIMA A – Acetil CoA


137

A acetilcoenzima A é um composto intermediário chave no metabolismo


celular constituído de um grupo ACETIL, de dois carbonos, unidos de maneira
covalente à Coenzima A..

A coenzima A é uma coenzima, notável pelo seu papel na síntese e na oxidação


de ácidos graxos, assim como na descarboxilação oxidativa do ácido pirúvico antes do
ciclo de Krebs. A sua molécula é constituída por ácido pantoténico (vitamina B-5),
adenosina trifosfato e cisteamina
A vitamina B₅, (ácido pantoténico ou pantotenato) é uma vitamina que ajuda a
controlar a capacidade de resposta do corpo ao estresse e no metabolismo das
proteínas, gorduras e açúcares.
A Acetil-CoA é resultado da oxidação total de moléculas orgânicas como o
piruvato, ácidos graxos e aminoácidos.
138

A transformação de piruvato, que se encontra no citosol, em Acetil-CoA se dá


na mitocôndria.
O processo que transforma o Piruvato em Acetil-CoA se chama descarboxilação
oxidativa, em que um grupo carboxila é retirado e liberado como CO2.

A formação do Acetil-CoA é catalisada por um complexo enzimático chamado


de complexo piruvato desidrogenase, que é formado por 5 coenzimas - tiamina
+
pirofosfato (TPP), coenzima A (CoA), Dinucleotídeo de Nicotinamida Adenina (NAD ),
flavina adenina dinucleotídio (FAD) e ácido lipóico) com a participação de três
enzimas enzimas: piruvato desidrogenase, diidrolipoil transacetilase e diidrolipoil
desidrogenase.
De maneira simplificada pode ser representada do seguinte modo:

Ou ainda
139

A acetil CoA provém do metabolismo dos carboidratos e dos lipídios, e, em


menor proporção, do metabolismo das proteínas, as quais, assim como
os aminoácidos, podem alimentar o ciclo de Krebs em outros locais diferentes que os
do acetil.

A Acetil-CoA participa como intermediário do ciclo de Krebs, pois ao


condensar-se ao oxaloacetato, forma o citrato.
É neste ciclo que o acetil-CoA será totalmente oxidado a CO2, paralelo a
produção de coenzimas reduzidas.
140

Além de ser substrato para o Ciclo de Krebs, a acetil CoA também é precursora
de corpos cetônicos, de ácidos graxos e de outros lipídios como o colesterol e seus
derivados.

CORPOS CETÔNICOS

A degradação dos corpos cetônicos, em certos tecidos como o cérebro,


ressintetiza a acetil CoA que serve como fonte de energia, provendo o ciclo de
Krebs, no jejum prolongado.
141

Sendo precursores dos triacilgliceróis (triglicerídios) , dos quais podem derivar-


se pelo processo inverso- degradação), os ácidos graxos produzidos pelo excesso de
acetil CoA podem levar a acúmulo de gordura no fígado ( esteatose hepática).

Por outro lado, assim como os corpos cetônicos, os ácidos graxos oriundos dos
triacilgliceróis do tecido adiposo são fonte de acetil CoA .
142

O acúmulo de gordura no fígado é um problema bastante comum que pode


ser causado por fatores de risco como obesidade, diabetes, colesterol alto e consumo
excessivo de bebidas alcoólicas (etanol), também precursor de acetil CoA e, em
consequência, de ácidos graxos.

A esteatose hepática é classificada em dois grandes grupos: causada pelo


consumo excessivo e crônico de bebidas alcoólicas, e causada por outros fatores de
risco, denominada Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica (DHGNA).

METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS

1.- DIGESTÃO
143

Os carboidratos dos alimentos são hidrolisados no aparelho digestivo por


amilases (salivar e pancreática) e dissacaridases (maltase, isomaltase, sacarase e
lactase) em suas unidades mais simples, os monossacarídeos (oses), os quais são
rapidamente absorvidos pelo intestino delgado para a VEIA PORTA , pela qual são
levados ao fígado.

A medida que os monossacarídeos são absorvidos, aumenta a taxa de açúcar


no sangue, atingindo, ao final de 1 hora, um pico com cerca de 160 mg/100 ml. A
partir daí diminui lentamente até atingir o nível de jejum pela remoção da glicose e
de outros monossacarídeos pelo fígado.

2 – ABSORÇÃO CELULAR

A penetração da glicose na célula se dá através de dois mecanismos de


transporte. O primeiro, transporte facilitado, é mediado por um sistema de cinco
transportadores de glicose na membrana celular, denominados glut 1 a glut 5,
havendo uma variação entre eles nos tecidos

O segundo a difusão simples, é a simples difusão da glicose do meio mais para


o menos concentrado, no sentido sangue -> citoplasma. A insulina aumenta a
permeabilidade celular, favorecendo a absorção.
144

3. DESTINOS DA GLICOSE:

4 – GLICÓLISE (via glicolítica)

A conversão da molécula da glicose em duas moléculas de piruvato é chamada


de glicólise e é uma via central de obtenção de energia na forma de ATP na maioria
dos organismos vivos.

Em condições anaeróbicas, o piruvato é reduzido a lactato pela enzima lactato


desidrogenase (LDH) produzindo um ganho líquido de 2 ATP, cerca de 16 Kcal (ver
reação final do esquema abaixo). Nota: A via glicolítica duplica a partir da enzima
aldolase, a partir das duas trioses fosfato.

Na glicólise anaeróbica não existe -produção ou consumo líquidos de NADH+H+.


O NADH+H+ formado pela gliceraldeído 3-fosfato desidrogenase é usado pela lactato
desidrogenase na formação do lactato.
145

Além do piruvato, a degradação de ácidos graxos e alguns aminoácidos também produzem


acetil CoA como reforço ao ciclo de Krebs no jejum ou no diabético, situações que podem acarretar
carência de glicose nos tecidos.
146

Observação: Esta via glicolítica, em condições aeróbicas, proporciona a captação de 8 ATP:


6 na fosforilação oxidativa (cadeia respiratória), às custas do NADH+H+ proveniente da reação
catalisada pela enzima gliceraldeído 3-p desidrogenase e 2 anaerobicamente, (a nível do
substrato), nas reações catalisadas pelas enzimas fosfoglicerato quinase e piruvato quinase.

Anaeróbicamente, o NADH+H+ é reoxidado pela enzima lactato desidrogenase, liberando o


LACTATO como produto final. No fígado, a FRUTOSE também rende o mesmo que a glicose, mas
por uma via diferente: a frutose é convertida em frutose 1-fosfato pela frutoquinase hepática.
147

REAÇÕES DA GLICÓLISE

A fosforilação inicial retém a glicose como glicose-6-fosfato, que não se difunde para fora
da célula. As moléculas fosforiladas não atravessam as membranas pois não existem
transportadores específicos para esses compostos. Isto obriga a glicose a sofrer um metabolismo
subseqüente no interior da célula.

Os mamíferos possuem várias enzimas que catalisam a fosforilação da glicose em glicose 6-


P. A hexoquinase , encontrada na maioria dos tecidos, é uma das três enzimas regulatórias da
glicólise; fosfofrutoquinase e piruvatoquinase serão comentadas adiante. Além da glicose, a
hexoquinase é capaz de fosforilar outras hexoses. Ela é inibida pelo acúmulo de glicose 6-P, quando
o metabolismo desta hexose-fosfato é reduzido, como em uma elevada relação ATP/ADP.
A hexoquinase possue um Km baixo (afinidade elevada) para a glicose. Isto permite uma
fosforilação eficiente e consequente metabolização da glicose, mesmo estando em concentrações
baixas na célula.

Os níveis de glicoquinase são aumentados por dietas ricas em carboidratos e por insulina.
Não é inibida pela glicose 6-fosfato e tem especificidade por outros açúcares, à semelhança da
hexoquinase.

A isomerização da glicose 6-P em frutose 6-P é catalisada pela fosfohexose isomerase ,


numa reação facilmente reversível, colocando a molécula do açúcar em uma forma mais simétrica
(furanosídica) para posterior clivagem em duas trioses fosfato.

A fosforilação da frutose 6-fosfato em frutose 1,6 difosfato pela fosfofrutoquinase é


irreversível pela mesma enzima e consiste na etapa reguladora da velocidade da glicólise,
controlada pelas concentrações de ATP , de frutose 6-P e por outras substâncias regulatórias .

A clivagem da frutose 1.6 difosfato, pela aldolase, libera dihidroxicetona fosfato e


gliceraldeído 3-fosfato. A reação é reversível .
148

A triose fosfato isomerase (fosfo triose isomerase) interconverte a dihidroxicetona fosfato


em gliceraldeído 3-fosfato para subsequente metabolismo na sequência glicolítica

Esta isomerização resulta na produção de duas moléculas de gliceraldeído-3-fosfato a partir


dos produtos de clivagem da frutose 1,6 difosfato. O gliceraldeído 3-fosfato é convertido em 1,3
difosfoglicerato pela gliceraldeído 3-fosfato desidrogenase (a primeira reação de oxidação-redução
da via glicolitica).

A formação do 1,3 difosfoglicerato é um exemplo de fosforilação a nível do substrato na qual a


produção de um fosfato de alta energia conserva muito da energia livre produzida pelo
gliceraldeído 3-fosfato. A energia desse fosfato conduz à síntese do ATP na reação seguinte da
glicólise. O NADH reduzido deve ser reoxidado a NAD+ para que a glicólise continue. Isso pode ser
realizado de duas maneiras: A redução do piruvato a lactato com a concomitante reoxidação do
NADH a NAD+ ou, então, a reoxidação as custas da cadeia respiratória, em condições aeróbicas.

O 1,3 difosfoglicerato tem um de seus grupos fosfato removidos pela fosfogliceratoquinase,


resultando em 3-fosfoglicerato, recuperandoos dois fosfatos (pela duplicação da rota na reação da
enzima aldolase- veja demonstrado na folha 6) de alta energia do ATP consumidos nas reações
iniciais da glicoquinase e da fosfofrutoquinase.

O produto 3 –fosfoglicerato passa pela troca do fosfato do carbono 3 para o carbono 2 pela
ação da fosfogliceratomutase, resultando em 2-fosfoglicerato.
149

A desidratação do 2-fosfoglicerato pela enolase resulta na formação do fosfoenolpiruvato, o


qual contém um enol fosfato de alta energia que possibilita a formação de ATP novamente a nível
do substrato

O cetopiruvato liberado a partir do seu precursor enol piruvato, instável, é convertido em


lactato, principal destino do piruvato nas hemácias, cristalino e córnea oculares, medula renal,
testículos e leucócitos. A direção da reação da lactato desidrogenase depende das concentrações
intracelulares relativas do piruvato e lactato na célula. O fígado e o coração oxidam lactato (obtido
do sangue) em piruvato. No fígado o piruvato é convertido em glicose pela gliconeogênese ou
oxidado no ciclo de Krebs pela conversão em acetil CoA pelo “complexo Piruvato Desidrogenase”.

Ao exercitar continuamente o músculo esquelético, a produção de NADH


(reduzido) tanto pela via glicolítica aeróbica como no ciclo de Krebs, excede a
capacidade oxidativa da cadeia respiratória, proporcionando a redução de piruvato
para lactato. Assim, durante o exercício intenso, o lactato se acumula no
músculo, causando uma queda no pH intracelular, potencialmente resultando em
cãibras. Parte deste lactato se difunde para a corrente sanguínea.

. . .

Embora liberando uma pequena fração energética contida na molécula de


glicose, a rota glicolítica é uma valiosa fonte de energia sob várias condições,
incluindo aquelas quando o suprimento de oxigênio é limitado, como no músculo
durante exercício intenso, e em tecidos com poucas ou nenhuma mitocôndria como
a medula renal, eritrócitos maduros e leucócitos.
O Ciclo de Krebs inicia na reação da acetil-CoA com o oxaloacetato o qual é
regenerado no fim de uma volta, daí a razão do termo “ciclo”. Devido a seus
metabólitos citrato e isocitrato, o ciclo de Krebs é chamado de “Ciclo dos Ácidos
Tricarboxílicos “.
150

Uma volta do ciclo inicia-se pela doação feita pelo acetil CoA de seu grupo
acetil ao composto denominado oxaloacetato (4 carbonos), resultando na formação
do citrato (6 carbonos). Esta reação, catalisada pela enzima condensante citrato
sintetase é o passo regulador de toda a velocidade do ciclo, ativada por ADP e
inibida por NADH, Succinil CoA, Citrato e ATP.

Ocorre, então , a transformação do citrato em isocitrato, pela enzima


aconitase, passando pelo intermediário cis- aconitato. o qual é desidrogenado com
perda de CO2, resultando em alfa cetoglutarato (5 carbonos).
151

O isocitrato é desidrogenado com perda de CO2, resultando em alfa cetoglutarato (5


carbonos).

A seguir, o α-cetoglutarato sofre descarboxilação oxidativa, de modo análogo à


descarboxilação oxidativa do piruvato. A reação também, como no piruvato requer cofatores
+
idênticos (pirofosfato de tiamina (TPP), lipoato, NAD e CoA, e resulta na formação de succinil CoA.
Também, como no caso do piruvato, o arsenito inibe a reação causando o acúmulo do α-
cetoglutarato.

A succinil CoA é convertida em succinato pela succinato tioquinase. Essa reação requer GDP
ou IDP em presença de fosfato inorgânico ( Pi) são convertidos em GTP ou ITP. Esse é o único
exemplo, no ciclo do ácido cítrico, da geração de um fosfato de alta energia ao nível do substrato. O
ATP pode ser formado a partir do GTP por meio de uma fosfoquinase.
152

O succinato sofre metabolização passando, primeiro, por uma desidrogenação seguida pela
adição de água e, subsequentemente, por nova desidrogenação que regenera o oxaloacetato.

A primeira desidrogenação é catalisada pela succinato desidrogenase, sendo a única


desidrogenação no ciclo que envolve a transferência direta do hidrogênio do substrato para uma
flavoproteína sem participação do NAD. Essa reação gera fumarato. Pela ação da fumarase, a água
é adicionada ao fumarato para dar malato.

+
O malato é convertido em oxaloacetato pela malato desidrogenase, reação que requer NAD .

ENERGÉTICA DO CICLO DE KREBS

Em cada reação em que participa a coenzima NADH há produção de 3 ATP na cadeia


respiratória; na reação da enzima succinato desidrogenase, a reoxidação do FADH2
na cadeia respiratória proporciona 2 ATP. Já na reação anterior, com a enzima
succinato tioquinase há produção de 1 ATP, a partir do GTP, “a nível do substrato”.

Considere-se, ainda, que a conversão de piruvato em acetil CoA possibilita 3


ATP as custas do NADH, na cadeia respiratória (x2 pela duplicação da rota, que
levou à produção de duas moléculas de piruvato).

Fazendo um balanço geral, em condições aeróbicas, com a participação do


Ciclo de Krebs e da Cadeia Respiratória, o rendimento energético da oxidação da
glicose passa para 38 ATP, cerca de 304 Kcal. Ver observação no quadro abaixo.
153

Referindo-se ao transporte dos elétrons do H+ pela membrana mitocondrial interna, a fim de


serem participantes da cadeia de transporte de elétrons (cadeia respiratória), a partir da reação da
via glicolítica, catalisada pela enzima gliceraldeído 3-fosfato desidrogenase em condições aeróbicas,
existem duas hipóteses denominadas como “lançadeiras de elétrons”, que preconizam um
consumo de 2 ATPs no balancete energético da via aeróbica.

Segundo a hipótese, para o aproveitamento da molécula do NADH, fora da mitocôndria há


consumo de 1 ATP (2 moléculas = 2 ATP).
154

Sistema de transporte malato-oxaloacetato

METABOLISMO DO GLICOGÊNIO ( veja em ANEXO informações complementares).

Uma fonte constante de glicose para o sangue é uma necessidade absoluta


para a vida humana. A glicose é a fonte de energia preferida do cérebro, e a fonte de
energia requerida para as células com poucas ou nenhuma mitocôndria, como
eritrócitos maduros. A glicose também é essencial como fonte de energia para o
músculo em exercício, onde é o substrato da glicólise.
155

Em virtude dessa necessidade , o corpo desenvolveu mecanismos para


armazenar um suprimento de glicose em uma forma rapidamente mobilizável –o
glicogênio.

Os principais depósitos de glicogênio do corpo são encontrados no músculo


esquelético e no fígado, embora a maioria das células possa armazenar quantidades
pequenas. A função do glicogênio muscular é de servir como uma reserva de glicose
para a síntese do ATP durante a contração muscular; a função do glicogênio hepático
é de manter a concentração de glicose no sangue (glicemia), particularmente nos
estágios iniciais do jejum.
SÍNTESE DO GLICOGÊNIO - GLICOGÊNESE

Uma fonte constante de glicose para o sangue é uma necessidade absoluta. Em


virtude desta necessidade, o corpo desenvolveu mecanismos para armazenar um
suprimento de glicose em uma forma mobilizável – o glicogênio. O glicogênio é
produzido no fígado e músculos a partir de moléculas de alfa-D-glicose. As principais
enzimas envolvidas são glicogênio sintetase (polimeriza a glicose por ponte 1.4) e
glicosil 4:6 transferase ou “enzima ramificadora” (remove fragmentos da cadeia
refazendo sua ligação por ponte 1.6, constituindo o início das ramificações).

O aceptor de glicose para polimerização é o nucleotídeo UTP com a formação


do UDPG, e a liberação de fosfato(PPi – pirofosfato) através da enzima UDPG
pirofosforilase. A enzima pirofosfatase faz a hidrólise do pirofosfato.

A glicogenina é uma proteína que atua como um aceptor na síntese do glicogênio.


156

Resumidamente ↓

Assim, enquanto houver demanda de glicose disponível para armazenamento,


a molécula do glicogênio cresce e se ramifica. Mais detalhes em anexos, ao final.

No fígado, a síntese de glicogênio é acelerada durante períodos pós


alimentares, enquanto a degradação aumenta em períodos de jejum.

..........................................................................................................

..........................................................................................................
157

DEGRADAÇÃO DO GLICOGÊNIO – GLICOGENÓLISE

GLICOGÊNIO FOSFORILASE – Principal enzima que degrada o glicogênio por


fosforólise, isto é, rompe as ligações alfa -1,4 introduzindo fosfato inorgânico,
liberando moléculas de glicose 1-fosfato.

A enzima contém piridoxal fosfato (PyF), derivado da vitamina B-6 que atua como
coenzima.

Mecanismo de ativação da Glicogênio Fosforilase:


158

A ação da glicogênio fosforilase tem início a partir das extremidades e cessa em 4


resíduos de glicose próximos da ponte alfa-1,6.

Terminada a ação da fosforilase, a glicosil -4,4-transferase remove uma


unidade trissacarídica dos ramos das cadeias laterais para a cadeia principal,
deixando apenas o resíduo de glicose unido por ligação alfa-l,6. O trissacarídeo é
religado por ponte 1.4.

O resíduo de glicose unido por ligação alfa-1,6, é liberado pela amilo-1,6-glicosidase

A glicose 1-fosfato liberada pelo rompimento de cada ligação alfa-1-4, é


convertida em glicose 6-fosfasto pela ação da fosfoglicomutase.

No fígado, a enzima glicose 6-fosfatase faz a remoção hidrolítica do fosfato da


glicose 6-P, permitindo sua difusão para o sangue
159

A enzima está ausente no músculo esquelético, evitando que qualquer G6P


produzida a partir da mobilização do glicogênio do músculo seja liberada na corrente
sanguínea. A glicose 6-P segue as vias de degradação para provimento de energia
ao tecido. Resumidamente ↓

CONSIDERAÇÕES SOBRE A ENZIMA GLICOGÊNIO FOSFORILASE

FOSFORILASE DO MÚSCULO:

A fosforilase b, do músculo ,é um dímero, isto é, contém duas cadeias


polipeptídicas possuidoras, cada uma, de uma molécula de piridoxal-fosfato e um
resíduo de SERINA cuja hidroxila pode ser esterificada por fosfato. Com os resíduos de
serina fosforilados por uma fosforilase quinase ativa, as custas de ATP, duas
moléculas de fosforilase b (2 dímeros) se associam formando a fosforilase a
(tetrâmero ativo) a qual inicia a degradação do glicogênio.
160

FOSFORILASE NO FÍGADO:

No fígado encontram-se também as fosforilases a e b que apresentam


diferenças das fosforilases do músculo. À semelhança da fosforilase b no fígado, a
fosforilase b é um dímero que não se associa quando fosforilado pelo ATP. A
fosforilase b, INATIVA, não adquire atividade em presença do AMP. Quando
fosforilada, transforma-se em fosforilase a, ativa. No fígado a fosforilase a é um
dímero fosforilado.

6. GLICONEOGÊNESE

Durante o jejum prolongado, e na atividade intensa a glicose passa a ser


sintetizada a partir de compostos não carboidratados como o lactato liberado
pela glicólise anaeróbica, o glicerol oriundo da hidrólise dos triacilgliceróis do
tecido adiposo e os aminoácidos resultantes da degradação das proteínas. A
gliconeogênese é a síntese da glicose no fígado (cerca de 90 %) e na córtex
adrenal.

Esses três compostos são chamados coletivamente “compostos


gliconeogênicos”. A via gliconeogênica segue basicamente o inverso da via
glicolítica, com modificações em três passagens irreversíveis , a saber:
161

1º Conversão do Piruvato em fosfoenolpiruvato:

2º Conversão de Frutose 1.6 bifosfato em frutose 6-fosfato:

3º Conversão de glicose 6-fosfato em glicose: Enzima glicose-6-fosfatase


162

O CONSUMO DE ÁLCOOL INIBE A GLICONEOGÊNESE NO FÍGADO.

O consumo excessivo de álcool etílico é altamente inibitório à gliconeogênese


hepática e pode resultar numa hipoglicemia acentuada. Este efeito do álcool é
particularmente nefasto depois de períodos de exercícios físicos pesados ou da
diminuição da ingestão de alimentos.

Se o etanol for oferecido após um período de esforço físico exaustivo, o nível


de glicose sanguínea pode declinar até apenas 30 a 40 por cento da sua concentração
normal.

A hipoglicemia afeta especialmente aquelas porções do cérebro relacionadas


com a regulação da temperatura, resultando, nestas circunstâncias, uma queda da
temperatura retal de 2 graus ou mais.

Se a glicose for oferecida a tais indivíduos por via oral, a temperatura do corpo
é rapidamente restaurada.
163

A antiga prática de oferecer brindes alcólicos às pessoas desnutridas e


exaustas, recuperadas do mar ou de uma região inóspita, é fisiologicamente sem
sentido e mesmo perigosa. O tratamento racional é a administração de glicose.
HIPOGLICEMIA NEONATAL IDIOPÁTICA

Recém-nascidos tem uma necessidade crítica da gliconeogênese. O suprimento


de glicose pela placenta é interrompido e não há glicose imediatamente disponível
na dieta. Uma vez que o cérebro precisa ter uma fonte prolongada de glicose
proveniente do sangue, os genes para as enzimas gliconeogênicas são ativados
simultaneamente ao nascimento. Ocasionalmente, esta ativação não ocorre e o
recém nascido, deve ser alimentado com uma solução de glicose ou terá
hipoglicemia, podendo levar em casos extremos a convulsões, lesão em tecidos
neurais e morte.
REGULAÇÃO HORMONAL DO METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS

O metabolismo dos carboidratos é regulado por diversos hormônios,


especialmente a Insulina, o glucagon e a adrenalina. O efeito da adrenalina sobre o
metabolismo dos carboidratos, particularmente seu acentuado efeito hiperglicêmico,
é conhecido de longa data.

Por sua vez, a hipoglicemia constitui estímulo à secreção de adrenalina que,


assim, representa um dos fatores fisiológicos de regulação da glicemia. A
noradrenalina produz efeito hiperglicemiante equivalente a ¼ a 1/20 daquele
produzido pela adrenalina. O efeito hiperglicemiante da adrenalina é explicado
através de sua ação no sistema fosforilase ativa / fosforilase inativa do fígado, que
catalisa a degradação do glicogênio para produzir glicose 1-fosfato.

No músculo, a adrenalina aumenta a produção de ácido lático, que, passando


ao fígado, será usado na síntese de glicose por gliconeogênese e de glicogênio por
glicogênese que, por sua vez, poderá dar origem à glicose (ciclo de Cori), a ser visto
adiante.

A adrenalina diminui a utilização periférica da glicose, o que é explicado por


alguns pesquisadores como sendo devido à inibição da hexoquinase muscular pelo
aumento da concentração de glicose-6-fosfato no músculo, produzida pela
adrenalina através da glicogenolise.
164

O glucagon é considerado um segundo hormônio do pâncreas, produzido nas


células alfa das ilhotas de Languerhans. Em face do seu efeito característico sobre a
glicemia o glucagon é também chamado fator hiperglicêmico glicogenolítico por sua
ação no sistema fosforilase inativa / fosforilase ativa do fígado.

O resultado final da ação do glucagon é um aumento da concentração da


forma ativa da fosforilase. É importante salientar que o mecanismo de ação de dois
hormônios tão diferentes, a adrenalina e o glucagon, parece ser idêntico.

A ação hiperglicemiante do glucagon depende de toda ou quase toda a sua


estrutura polipeptídica, uma vez que toda a sua atividade desaparece pela ação da
pepsina, tripsina, quimotripsina e carboxipeptidases. Essas enzimas, dadas suas
especificidades, cindem a molécula do glucagon em peptídeos de estruturas muito
variadas.

A insulina é uma proteína simples produzida nas células beta das ilhotas de
Langerhans do pâncreas. No animal diabético, isto é, naquele que está sofrendo os
efeitos de uma carência de insulina, há profundas perturbações no metabolismo
glicídico, lipídico e protídico, que poderão leva-lo à morte.

Nos músculos a principal ação da insulina é a de acelerar o transporte da


glicose através da membrana celular, permitindo assim seu aproveitamento.
No fígado, estudos recentes demonstraram que a permeabilidade celular à
glicose não é afetada pela insulina.

METABOLISMO DO LACTATO
No adulto, a produção de ácido lático é de cerca de 140g/dia e resulta
principalmente da glicólise anaeróbica feita pela medula renal, pela mucosa intestinal
e pelos eritrócitos.
165

A velocidade da produção de ácido lático aumenta rapidamente no decorrer do


exercício intenso, com a produção de cerca de 30 g de ácido ao cabo de poucos
minutos. São necessários cerca de 90 minutos para que os níveis de lactato retornem
ao normal após interrupção da atividade. Durante um dia podem ser utilizados até
330 g de lactato.

Em 1928, Minwich e depois Cori descobriram que o ácido lático produzido pelo
músculo durante intensa atividade é liberado para o sangue e removido pelo fígado,
onde é novamente transformado em glicose para redistribuição ou armazenamento
em forma de glicogênio. Rins e coração são capazes de consumir uma quantidade
considerável de lactato para oxidação no ciclo de Krebs.

CICLO DAS PENTOSES – Via das Pentoses Fosfato

A rota fornece uma importante porção do NADPH na célula, o qual funciona


como redutor bioquímico nos eritrócitos. Ela é particularmente importante no fígado
e glândulas mamárias, os quais são ativos na biossíntese dos ácidos graxos, e no
córtex adrenal, onde essa coenzima está envolvida na síntese de esteroides e ácidos
graxos no seu estado reduzido, o NADPH.
166

A deficiência da enzima glicose-6-P-desidrogenase (G6PD) é uma doença


hereditária caracterizada por anemia hemolítica causada pela incapacidade de
detoxificar agentes oxidantes. Essa enzima integra a “Via das Pentoses Fosfato” . A
importância da via também está no fato de produzir ribose para a síntese de
nucleotídeos e ácidos nuclêicos.

ASSUNTO COMPLEMENTAR: DIABETIS E BEBIDA ALCOÓLICA

As bebidas alcoólicas, além do álcool são compostas de carboidratos. No geral,


falamos que as bebidas contêm calorias vazias - ou seja, quem ingere bebidas
alcoólicas consumindo calorias, sem nenhum nutriente, estaria portanto ingerindo
um alimento nutricionalmente pobre.
Para os pacientes com diabetes tipo 2, ingerir bebidas alcoólicas pode levar
linicialmente ao aumento dos níveis de glicose no sangue, principalmente se for
acompanhada da alimentação. Isso porque as bebidas alcoólicas são, geralmente,
muito calóricas; e calorias a mais são iguais a ganho de peso e maior concentração de
glicose no sangue.
No entanto, uma situação inversa pode acontecer. O fígado tem várias tarefas
essenciais ao nosso corpo. Uma delas é controlar os níveis de açúcar na corrente
sanguínea. Quando um paciente diabético bebe de estômago vazio, o fígado fica
muito ocupado desativando o álcool ingerido, e dessa forma não consegue regular a
quantidade de açúcar no sangue de forma correta. O resultado é que as taxas de
açúcar no sangue podem cair, levando ao risco de hipoglicemia.
Para os pacientes diabéticos adultos, a ingestão diária de etanol deve ser
limitada a uma dose ou menos para mulheres e duas doses ou menos para homens.
Isso é o equivalente a uma dose 150 ml de vinho (1 taça) ou 360 ml de cerveja ou 45
ml de destilados, o que equivale a 15 g de etanol.
167

O paciente nunca deve beber sem se alimentar. Recomenda-se que seja feita
uma alimentação antes da ingestão e que a glicose seja controlada durante o período
de consumo do álcool. E lembre-se que gestantes, crianças, adolescentes e pacientes
com problemas de colesterol e fígado não devem beber!
Tenha sempre cuidado. Quantidades maiores que 30g de etanol por dia podem
causar sérios danos, como desidratação e aumento da insulina e da pressão. Se você
não é diabético, bebidas em excesso são uma das principais causas de
desenvolvimento de diabetes tipo 2, porque estão associadas ao ganho de peso.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1. QUAIS SÃO AS ENZIMAS QUE FAZEM A DIGESTÃO DOS PRINCIPAIS CARBOIDRATOS DA DIETA?
2. QUAIS SÃO OS MECANISMOS QUE POSSIBILITAM A ABSORÇÃO DA GLICOSE NA CÉLULA E QUAL
DELES TEM A PARTICIPAÇÃO DA INSULINA ?
3. DE QUE MANEIRA O FÍGADO CONTRIBUI PARA A MANUTENÇÃO DA GLICEMIA ?
4. PORQUE OS ERITRÓCITOS DOS MAMÍFEROS NÃO EFETUAM A OXIDAÇÃO COMPLETA DA GLICOSE EM
CO2 e H2O ? QUAL MECANISMO QUE ESSAS CÉLULAS UTILIZAM PARA DEGRADAR A GLICOSE ?
5. QUE É GLICÓLISE ? QUAIS OS TIPOS E PRODUTOS FINAIS ?
6. DE QUE MANEIRA O OXIGÊNIO PARTICIPA NA GLICÓLISE E NO CICLO DE KREBS ?
7. QUAL O OBJETIVO DA FOSFATAÇÃO DA GLICOSE PELA HEXOQUINASE APÓS SUA ABSORÇÃO NA
CÉLULA ?
8. QUAL O ROTA EM QUE PARTICIPA E FUNÇÃO DA ENZIMA GLICOSIL 4>6 TRANSFERASE ?
10. QUAL A ENZIMA RESPONSÁVEL PELA QUEBRA DAS LIGAÇÕES 1.4 DO GLICOGÊNIO ?
11. QUAL O DESTINO DA GLICOSE 6-P NA GLICOGENÓLISE HEPÁTICA E NA MUSCULAR ?
12. DE QUE MODO O LACTATO É REAPROVEITADO COMO COMBUSTÍVEL E EM QUE TECIDOS OCORRE ?
13. QUAIS SÃO OS PRODUTOS OBTIDOS PELO CICLO DAS PENTOSES E AS SUAS UTILIDADES ?
14. QUE É GLICONEOGÊNESE ? QUAIS SÃO OS COMPOSTOS GLICONEOGÊNICOS ?
. EM QUE LOCAIS A VIA É ATIVA ?
15. COMO SE DÁ A REGULAÇÃO HORMONAL DO METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS ?

METABOLISMO DOS LIPÍDIOS


1.- DIGESTÃO E ABSORÇÃO

Os lipídios constituem um grupo heterogêneo de compostos insolúveis em


água devido ao seu baixo caráter polar. Atuam fonte de energia e realizam muitas
funções especiais como vitaminas e hormônios esteróides.
168

Um adulto ingere cerca de 60 a 150 g de lipídios por dia, dos quais mais de 90%
normalmente são triacilgliceróis. O restante dos lipídios da dieta corresponde ao
colesterol, fosfolipídios e ácidos graxos livres.

A digestão os lipídios é feita eficazmente no intestino onde participam os


agentes emulsificantes – sais biliares -que são liberados da vesícula biliar.

Os triacilgliceróis são reduzidos a beta monoacilgliceróis (ou monoglicerídeos)


pela lipase pancreática na luz intestinal, por hidrólise de dois ácidos graxos das
posições mais externas.

Após penetrarem na membrana, enzimas específicas ao comprimento da


cadeia dos ácidos graxos, as aciltransferases, ressintetizam os triacilgliceróis que são
liberados para a linfa, seguindo pelo ducto torácico em forma de gotículas chamadas
quilomicras, rodeadas por uma proteína (apolipoproteína B-48) que as estabiliza no
meio aquoso.

Conduzidas às cavidades direitas do coração, as quilomicras são incorporadas à


circulação sanguínea, sendo reduzidas a gotículas de diâmetro menor, as
lipoproteínas, pela ação da enzima lipase lipoprotêica que se encontra na superfície
dos adipócitos, a fim de estabilizar e transportar as gorduras na circulação sanguínea.

Essas lipoproteínas incluem a VLDL (de densidade muito baixa), as LDL (de
densidade baixa) e as HDL (de alta densidade por conter maior quantidade de
proteína em relação à massa lipídica). [Nota: as quilomicras diferem das lipoproteínas
plasmáticas por serem menos densas e terem maior diâmetro].

Alternativamente os ácidos graxos livres podem ser transportados no sangue


em associação com a albumina sérica, uma grande proteína secretada pelo fígado,
até que eles sejam captados pelas células. A maioria das células pode oxidar os
ácidos graxos para produzir energia.
169

2.- DEGRADAÇÃO DOS ÁCIDOS GRAXOS - CICLO DE LYNEN (BETA OXIDAÇÃO)

A nível da matriz mitocondrial, os ácidos graxos, são degradados, após


atravessarem a membrana interna, em forma de acilCoA, com o auxílio de um
transportador – carnitina, pelo consumo de 1 ATP. A L-Carnitina é um aminoácido
sintetizado pelo organismo que ajuda a transportar ácidos graxos de cadeia longa
para as mitocôndrias das células, onde são convertidos em energia.

Através de 5 reações subsequentes do ciclo de Lynen, a acilCoA vai sendo


reduzida a moléculas de acetilCoA (com 2 cabonos) para degradação no ciclo de
Krebs. O número de moléculas de acetil Coa produzidas equivale à metade do
número de carbonos da acilCoA.

Cada acetil CoA liberada írá produzir 12 ATP pelo ciclo de Krebs, o que equivale
a cerca de 74% do rendimento calórico do
ácido graxo; os outros 26% são obtidos as
custas da reoxidação de coenzimas
participantes da própria via oxidativa
acima, na cadeia respiratória.

Cada acetil CoA liberada írá


produzir 12 ATP pelo ciclo de Krebs, o que
equivale a cerca de 74% do rendimento
calórico do ácido graxo; os outros 26% são
obtidos as custas da reoxidação de
coenzimas participantes da própria via
oxidativa acima, na cadeia respiratória.
170

3.- COLESTEROL

O colesterol é sintetizado praticamente em todos os tecidos dos seres


humanos, embora o fígado, intestino, córtex adrenal e tecidos reprodutivos incluindo
ovários, testículos e placenta façam as maiores contribuições de colesterol corporal.
O colesterol é o esterol mais abundante nos seres humanos, e realiza uma série de
funções no corpo. Por exemplo, é componente de todas as membranas celulares, e
funciona como precursor de ácidos biliares, hormônios esteroides e vitamina D.

As duas primeiras reações na rota sintética do colesterol resultam na produção


de HMG CoA (Hidroxi-metil glutaril coenzima A) as custas da condensação de
moléculas de acetilCoA. O passo a seguir, catalisado pela enzima HMG CoA redutase
é a etapa alostérica reguladora da velocidade da síntese do colesterol.
171

A atividade da HMG CoA redutase é controlada hormonalmente pela insulina e


pelo glucagon. A insulina tem efeito de aumentar a síntese, enquanto que o
glucagon tem ação contrária, por ativação ou inibição da enzima respectivamente. A
eliminação do colesterol pode se dar de duas maneiras: (1) Conversão em ácidos
biliares excretados nas fezes e (2) secreção do colesterol direto na bile, pela qual
chega ao intestino para eliminação.
4.- ÁCIDOS E SAIS BILIARES

A bile consiste em uma mistura aquosa de compostos orgânicos e inorgânicos.


A lecitina e os sais biliares são quantitativamente os componentes orgânicos mais
importantes. Os ácidos biliares mais comuns são ácido cólico e quenodeocólico. Os
ácidos biliares são anfipáticos, podendo agir como agentes emulsificantes no
intestino, auxiliando a estabilização do triacilglicerídeo e outros lipídios da dieta no
suco digestivo, para degradação pela enzima lipase pancreática. Todavia, antes de
deixarem o fígado, parte dos ácidos biliares é convertida em sais biliares cujo pode
detergente é muito aumentado.

Os ácidos e os sais biliares são reabsorvidos no íleo pelo sistema porta, para o
fígado, onde são reintegrados à bile. O contínuo processo de secreção de ácidos
biliares na bile, sua passagem através do duodeno onde alguns são convertidos em
sais biliares, e o seu retorno subsequente ao fígado como uma mistura de ácidos e
sais biliares é denominado circulação entero hepática (ilustração em anexo).

5.- CORPOS CETÔNICOS – UM COMBUSTÍVEL ALTERNATIVO PARA AS CÉLULAS – Ver Anexo 3

O fígado tem a capacidade de desviar um excesso de acetilCoA derivado do


catabolismo da glicose ou dos ácidos graxos, para corpos cetônicos.
172

O HMG CoA produzido a partir da condensação de moléculas de acetilCoA dá


origem ao acetoacetato que, por sua vez, pode originar beta-hidroxibutirato e
acetona. Essas três substâncias são coletivamente conhecidas como corpos
cetônicos.

Os corpos cetônicos são sintetizados na matriz mitocondrial dos hepatócitos


(fígado) a partir de um acúmulo de acetil-coA causado pelo excesso de lipólise por
uma baixa glicemia, ou seja, jejum prolongado que aumenta a lipólise.

São importante fonte de energia para os tecidos periféricos porque são


produzidos durante períodos quando a quantidade de acetilCoA presente excede a
capacidade oxidativa do fígado e são lançados na corrente sanguínea por onde irão para
os tecidos neural (cérebro), muscular (inclusive o coração) e córtex adrenal que são
consumidores para produção de energia pela reconversão em acetil CoA para oxidação no
ciclo de Krebs – isto é importante durante períodos de jejum.

Todavia, somente o acetoacetato e o beta hidroxibutirato são metabolizados


pelos tecidos, pela conversão em acetilCoA para reforço do ciclo de Krebs (anexo 5).

SÍNTESE DEGRADAÇÃO
173

A acetona não é metabolizada , e, sendo volátil, desprende-se pelas mucosas,


especialmente na mucosa oral produzindo mau hálito .-hálito cetônico.

.
6.- METABOLISMO DO TECIDO ADIPOSO

Os ácidos graxos armazenados no tecido adiposo, em forma de


triacilglicerol, servem como a principal reserva de combustível do corpo. Os
triaciçlgliceróis fornecem depósitos concentrados de energia metabólica, pois são
portadores de cadeias de carbono e hidrogênio altamente produtoras de acetilCoA.
O produto da oxidação completa dos ácidos graxos é de 9 Kcal/g de gordura,
comparado a 4 Kcal de proteína ou carboidrato.A mobilização da gordura depositada
é iniciada pela hidrólise dos ácidos graxos a partir dos triacilgliceróis.

Este processo é iniciado pela lipase hormônio sensível que remove um dos
ácidos graxos, e outras lipases adicionais específicas para os mono e diacilgliceróis
remanescentes, removendo os ácidos graxos restantes.

Os ácidos graxos livres deslocam-se através da membrana celular do adipócito


e imediatamente ligam-se à albumina do plasma sanguíneo, pelo qual se difundem
nos tecidos e são absorvidos pelas células, para fornecimento de energia (beta-
oxidação).
174

[O cérebro e outros tecidos nervosos, eritrócitos e a medula adrenal não podem


utilizar ácidos graxos livres plasmáticos para obter energia, independente de seus
níveis sanguíneos].

A lipase hormônio sensível é ativada por um mecanismo que tem como base a
ação da adrenalina . Por outro lado ,no estado alimentado, níveis elevados de
insulina e glicose tornam a enzima inativa, cessando a lipólise (degradação).
7.- BIOSSÍNTESE DE TRIGLICERÍDEOS

A demanda calórica de um adulto é da ordem de 100 Kcal/hora. Assim, os alimentos


ingeridos que excedem essas necessidades imediatas devem ser armazenados para
suprir as exigências do organismo no intervalo entre as refeições. O
armazenamento de carboidratos é bastante limitado, cerca de 150 a 200 g de
glicogênio, representando 600-800 Kcal. Uma vez reabastecido o organismo, todos
os alimentos excedentes são desviados para a formação de triglicerídeos que são
armazenados no tecido adiposo.

QUESTÕES PARA ESTUDO


1.- Qual o destino dos sais biliares após emulsificação dos lipídios a nível intestinal ?
2.- Quais são os corpos cetônicos ?
3.- As quilomicras, incorporadas à circulação sanguínea, são reduzidas a diâmetro menor pela
enzima lipase lipoprotêica. Onde se encontra essa enzima ?
4.- Cite os principais componentes da bile.
5.- De que modo a digestão dos lipídios é facilitada no intestino ?
6.- De que modo a lipase pancreática atua na digestão dos triacilgliceróis ?
7.- Qual é o agente estabilizante dos ácidos graxos livres no transporte pelo sangue ?
8.- Cite a(s) função(funções) das lipoproteínas plasmáticas.
9.- Cite as formas de eliminação do colesterol.
10.- Qual o papel da enzima lipase hormônio sensível e como se dá a sua inibição no estado
alimentado ? Que consequências isso traz para a lipólise ?
11.- Cite os corpos cetônicos e justifique o motivo pelo qual eles são produzidos.
12.- Em que circunstâncias os corpos cetônicos podem ser mobilizados pelos tecidos para
produção de energia ? Quais os tecidos capazes de metabolizá-los e qual o caminho para essa
utilização ?
13.- Qual o hormônio responsável pela ativação da lipólise e qual a enzima que é mobilizada por
essa ativação ?
14.- Qual é a relação entre a demanda calórica de uma pessoa e os depósitos de glicogênio
hepático para suprimento de energia nos intervalos entre as refeições ?
15.- Uma vez reabastecido o organismo, qual o destino de todos os alimentos excedentes ?
175

ASSUNTOS COMPLEMENTARES

1. OBESIDADE (Compilado de FUNDAMENTOS PARA AS CIÊNCIAS BIOMÉDICAS – Isaias RAW &


outros)

Se definirmos como obesa a pessoa cujo peso corporal apresenta mais de 25% de gordura
no homem e 30% na mulher adulta, uma grande parte da população de classe média é obesa. Este
é um problema primordial de saúde, tendo se calculado que as pessoas obesas têm uma
probabilidade aumentada em 400% de ter diabete e uma incidência aumentada em 200-250% de
apendicite, cirrose do fígado, cálculos biliares, hipertensão e nefrite crônica, um aumento de 150%
em moléstias cardiovasculares, hemorragias cerebrais, e câncer do fígado e da vesícula biliar. Um
excesso de peso de 15-24% aumenta a taxa de mortalidade em 44%, e um excesso acima de 25%
eleva essa taxa para 74%.

Independente de sua natureza, a obesidade provém de um desequilíbrio entre a ingestão e


o consumo de calorias. Num único ano, um adulto médio ingere cerca de um milhão de
quilocalorias. Se a entrada superar somente em 1% a demanda energética (o que equivale a dois
refrigerantes por dia), o resultado será de cerca de 1 quilo de gordura depositada por mês. Um
quilo de gordura, 9.000 kcal, pode fornecer toda a demanda de energia para uns 4 dias. Para
consumir essa quantidade de energia armazenada apenas através de mais trabalho, serão
necessárias 150 horas de exercício intenso.

Ao pesquisar a etiologia da obesidade, deve-se levar em conta a regulação da ingestão


aumentada de alimentos. Há evidências de que existem mecanismos que regulam, a longo e a
curto prazo, a ingestão de alimentos. Acreditava-se que a sensação de saciedade se originava no
estômago.

Acreditava-se que a sensação de saciedade se originava no estômago. Apesar de o


estomago ter sensores para a distensão e para a pressão osmótica,a sua desnervação total não
provoca modificações sensíveis na ingestão de alimentos, e pacientes com gastrectomia total
continuam a sentir fome e saciedade. Quando ratos são alimentados com dietas contendo
quantidades variáveis de celulose ou qualquer outro suplemento não nutritivo, ingerem mais
alimento para compensar a diluição calórica, mostrando que a saciedade imediata não depende do
volume de alimento.

2.- RISCO CARDIOVASCULAE E SUA AVALIAÇÃO


176

As concentrações plasmáticas de lipoproteínas são um dos fatores importantes na avaliação


do risco cardiovascular de um indivíduo (a probabilidade de a pessoa sofrer um ataque cardíaco ou
acidente vascular cerebral no futuro). No entanto, há outros fatores de risco cardiovascular não
lipídicos, como o tabagismo, a hipertensão, a obesidade, o sedentarismo e o diabetes.
Em se tratando de lipídios, o risco de doenças cardiovasculares está relacionado às
concentrações plasmáticas de colesterol total, o colesterol LDL, colesterol HDL e triglicerídios.
O risco de um evento aterosclerótico como um infarto do miocárdio ou acidente vascul
cerebral pode ser diminuído pela eliminação dos fatores de risco por meio de dieta, exercícios,
interrupção do tabagismo, controle da pressão sanguínea e pela redução de lipoproteína
plasmáticas indesejavelmente alta.
A concentração plasmática da LDL (e consequentemente do colesterol plasmático total)
pode diminuir quando a pessoa segue uma dieta baixa em colesterol. Além disso, há diversos
medicamentos que diminuem a concentração plasmática de colesterol intracelular (inibidores da
HMG CoA redutase conhecidos como estatinas).

3.- DISLIPIDEMIAS
Os defeitos no metabolismo das lipoproteínas levam a distúrbios conhecidos como
hiperlipidemias ou dislipidemias, quais sejam hipercolesterolemia familiar, hipercolesterolemia
familiar combinada, disbetalipoproteinemia familiar (hiperlipidemia tipo III) e hiperlipidemia mista
(colesterol e triglicerídios aumentados no plasma).
Os pacientes com hipercolesterolemia familiar possuem altas concentrações plasmáticas de
colesterol e colesterol LDL. Apresentam também uma história familiar marcada por doenças
cardíacas precoces, consistente com uma herança autossômica dominante. A hipercolesteroemia
familiar combinada, caracterizada por um aumento na produção de VLDL.
É a causa relativamente comum de infarto do miocárdio prematuro (abaixo dos 55 anos em
homens e em mulheres abaixo dos 65 anos).

A dislipidemia que afeta principalmente a via de transporte de combustível é a disbeta


lipoproteinemia familiar causada pela mutação do gene apoE. Nesta doença há um aumento tanto
no colesterol quanto nos triglicerídios plasmáticos. Aqui os xantomas característicos ocorrem nas
palmas das mãos (xantomas palmares). Também está associada a doenças coronárias precoces.
O xantoma é uma espécie de tumor benigno de pele composto de lipídios, que pode aparecer em
qualquer parte do corpo, especialmente em cotovelos, joelhos, mãos, pés, coxas e glúteos.

4.- O METABOLISMO DOS LIPÍDIOS ESTÁ SUJEITO A DEFEITOS GENÉTICOS

Todos os lipídios polares da membrana sofrem constante renovação metabólica, num


estado de equilíbrio dinâmico, onde a velocidade da sua síntese é equilibrada por igual velocidade
de degradação, promovida por enzimas hidrolíticas, cada uma capaz de hidrolisar uma ligação
covalente específica. Assim, a degradação da fosfatidilcolina ocorre pela ação de várias fosfolipases
diferentes.
177

O metabolismo dos esfingolipídios de membrana, que incluem a esfingomielina, os


cerebrosídios e os gangliosídios, é particularmente suscetível a defeitos genéticos das enzimas
envolvidas na sua degradação. Em consequência, os esfingolipídios ou seus produtos de
degradação parciais se acumulam em grandes quantidades nos tecidos, pois sua síntese é de
velocidade normal mas sua degradação é interrompida. Por ex., na anormalidade genética rara
chamada de doença de Niemann-Pick, a esfingomielina se acumula no cérebro, baço e fígado, por
uma deficiência genética na degradação da esfingomielina pela enzima esfingomielinase, que cliva a
fosfocolina a partir da esfingomielina. A doença torna-se evidente primeiro nas crianças e provoca
retardo mental e morte precoce.
Muito mais comum é a doença de Tay-Sachs, onde um tipo específico de gangliosídeo se
acumula no cérebro e baço devido à falta da enzima lisossômica N-acetil hexoaminidase, que
hidrolisa uma ligação específica entre a N-acetil-D-galactosamina e um resíduo específico de D-
galactose na cabeça polar do gangliosídio. Como consequência, grandes quantidades do
gangliosídeo parcialmente degradado se acumulam, causando a degeneração do sistema nervoso e
levando ao retardo mental, à cegueira e à morte precoce.
Pelo fato da doença ser irreversível e requerer cuidados institucionais totais, o
aconselhamento genético dos pais torna-se importante pela advertência de suas consequências.
Tem sido propostos testes para determinar a incidência dos genes recessivos nos pais presumíveis.
Testes no feto também podem ser feitos durante a gravidez pela colheita do fluido amniótico,
conhecida como amniocentese.
Outro exemplo de doença lisossômica é a síndome de Hurler ou gargolismo, onde uma
enzima que participa na degradação da porção de ácido mucopolissacarídeo dos proteoglicanos
está defeituosa e produtos de degradação parcial se acumulam.
Crianças com esta doença desenvolvem feições faciais grosseiras, dobras espessas na pele,
que é rica em proteoglicanos, retardo mental e cegueira. A morte precoce é inevitável.
Muitas pesquisas são realizadas para corrigir deficiências genéticas das enzimas lisossômicas
por meio da engenharia bioquímica. O principal objetivo é substituir a enzima defeituosa pela sua
forma normal, cataliticamente ativa. Entretanto grandes dificuldades são encontradas para essa
substituição. Uma outra abordagem é introduzir o gene ativo normal da enzima defeituosa nos
cromossomas das células, de tal forma que elas possam sintetizar a enzima ativa normal, a partir
da informação fornecida pelo gene e direcionar a nova enzima para dentro do lisossomo.
................................................................................................................................................................

METABOLISMO DAS PROTEÍNAS


“Uma considerável quantidade de estudos já foi feita acerca das necessidades de proteínas
na dieta de atletas. A maioria aponta que atletas fundistas devem ingerir entre 1,3-1,8 gramas de
proteína por kg de massa corporal. Atletas que ingerem pouca proteína geralmente não se
recuperam satisfatoriamente dos treinamentos. Entretanto os estudos mostraram que ingerir uma
quantidade de proteína maior do que a necessidade não implica em ganho de força ou de massa
178

muscular. Pesquisas mais recentes mostraram que a ingestão após a atividade física de proteínas,
juntamente com carboidratos, acelera a recuperação do atleta.

Liz Appelegate- Director of Sports Nutrition at the University of California- , recomenda que
atletas procurem ingerir diariamente 140-170 gramas de carne magra ou 2-3 porções de produtos a
base de soja, além de 2-3 porções de laticínios com pouca gordura e várias porções de grãos.”

1.- INTRODUÇÃO

Os aminoácidos contém nitrogênio, carbono, hidrogênio e oxigênio. O


nitrogênio não pode ser armazenado, e os aminoácidos em excesso além das
necessidades biossintéticas do organismo são degradados.
2.-METABOLISMO GERAL DO NITROGÊNIO

O nitrogênio está presente em uma série de compostos da dieta, sendo que


as proteínas são o alimento preferencial. O nitrogênio deixa o corpo em forma de
uréia, amônia e outros produtos derivados do metabolismo os aminoácidos.
3.- DIGESTÃO DAS PROTEÍNA DA DIETA:

As proteínas devem ser hidrolisadas para originar seus aminoácidos


constituintes, a fim de que possam ser absorvidos. As enzimas proteolíticas são
produzidas no estômago, no pâncreas e no intestino delgado. O estômago secreta o
suco gástrico contendo ácido clorídrico e a proenzima pepsinogênio. O ácido do
estômago funciona para eliminar algumas bactérias e desnaturar proteínas,
tornando-as mais acessíveis às enzimas proteolíticas; O HCl também ativa a
proenzima pepsinogênio em pepsina que libera peptídeos e alguns aminoácidos
livres.

Ao entrar no intestino delgado, os polipeptídeos são clivados a oligopeptideos


e a.a. livres por enzimas proteases pancreáticas (tripsina , quimotripsina,
carboxipeptidases A e B e elastase). Nos indivíduos com deficiência na secreção
pancreática (como na pancreatite crônica ou perda cirúrgica do pâncreas, a digestão
é incompleta resultando no surgimento anormal de lipídios, (esteatorréia) e
proteínas não digeridas nas fezes.
179

A superfície da mucosa intestinal contém uma aminopeptidase, que cliva os


oligopeptídeos produzindo a.a. livres, que são absorvidos na parede intestinal para
a veia porta e levados ao fígado onde são metabolizados ou liberados na circulação.

4.- POOL DE AMINOÁCIDOS: Os aminoácidos liberados pela hidrólise das proteínas da


dieta ou teciduais misturados a outros aminoácidos livres distribuídos pelo corpo,
constituem coletivamente o pool de aminoácidos.

O pool, contendo cerca de 100 g de a.a., é pequeno em comparação à


quantidade de proteínas do corpo, cerca de 12 quilos para um homem de 70 quilos.
5.-TURNOVER DE PROTEÍNAS

A maioria das proteínas corporais estão constantemente sendo sintetizadas e


a seguir degradadas. Nos adultos saudáveis, a quantidade total de proteínas no
corpo permanece constante, porque a velocidade de síntese da proteínas é apenas
suficiente para repor a proteína degradada. Este processo, que é denominado
turnover de proteínas, leva à hidrólise e ressíntese de 300 a 400 gramas de proteína
corporal a cada dia.
6.-PAPEL DA PROTEÍNA NO METABOLISMO GERAL DO NITROGÊNIO

Ao contrário dos carboidratos e triacilgliceróis, cuja principal função é fornecer


energia, o papel principal dos aminoácidos é servir como matéria prima nas reações
biossintéticas, particularmente de proteínas teciduais.
180

7. INGESTÃO DIETÉTICA RECOMENDADA PARA AS PROTEÍNAS

O catabolismo dos aminoácidos leva a uma perda líquida de 30 a 35 gramas de


proteína a cada dia em adultos saudáveis. Esta perda deve ser compensada pela
dieta, de modo a manter uma quantidade constante de proteína corporal com uma
ingesta diária de 56 g de proteína/dia para um homem de 70 kg.
8. CONSEQUÊNCIAS DE DIETAS POBRES EM PROTEÍNAS

Se a dieta não fornece quantidades adequadas de proteína, ocorre uma


deficiência de aminoácidos essenciais requeridos para a síntese das proteínas
corporais. Isto resulta na degradação da proteína tecidual que pode levar a sintomas
clínicos da deficiência de uma determinada função no organismo.

9. TRANSPORTE DOS AMINOÁCIDOS ÀS CÉLULAS:

A concentração de aminoácidos livres nos líquidos extracelulares é


significativamente menor que dentro das células. Este gradiente de concentração é
mantido porque os sistemas de transporte ativo, dirigido pela hidrólise do ATP, são
requeridos para o movimento dos aminoácidos para dentro da célula.
10. REMOÇÃO DE NITROGÊNIO DOS AMINOÁCIDOS:

O primeiro passo no catabolismo de todos os aminoácidos é a remoção do


grupo a-amino por transaminação e desaminação oxidativa, reações que resultam
em amônia e aspartato, as duas fontes de nitrogênio da uréia. Uma vez removido, o
nitrogênio pode ser incorporado a outros compostos ou ser eliminado na urina.

11. TRANSAMINAÇÃO:

É o primeiro passo do catabolismo da maioria dos aminoácidos, pela


transferência de seu grupo a-amino ao a-cetoglutarato (cetoácido), produzindo
glutamato (aminoácido).

Esta transferência de grupos amino é catalisada por um grupo de enzimas


aminotransferases (ou transaminases) que atuam em todos os aminoácidos, com
exceção da lisina e da treonina.

As aminotransferases são normalmente enzimas intracelulares. Assim, a


presença de níveis elevados no plasma indica lesão em células ricas nessas enzimas,
como traumas ou doença que possa causar lise celular. Duas aminotransferases,
181

quando encontradas no plasma, tem valor diagnóstico de interesse clínico: a


aspartato aminotransferase (AST) e a alanina aminotransferase (ALT).

Aspartato aminotransferase (AST) Alanina aminotransferase (ALT

Essas enzimas estão elevadas em quase todas as doenças do fígado,


particularmente na hepatite , mas também na doença não hepática como infarto do
miocárdio e em distúrbios musculares.

O objetivo da transaminação é produzir o aminoácido glutamato pela remoção


do grupo amino dos aminoácidos excedentes, deixando livre a sua cadeia carbonada
(cetoácido) para metabolização e produção de energia, principalmente no ciclo de
Krebs, uma vez que a maioria dos aminoácidos desaminados constituem
componentes dessa rota energética ou piruvato. O aminoácido produzido
(glutamato) sofre transaminação e libera a amônia para o oxaloacetato o qual a
conduz para o ciclo de síntese da úréia em forma de aspartato. Com isso regenera-
se o alfa-cetoglutarato para participar novamente da transaminação com outro
aminoácido.
182

As transaminases utilizam como coenzima o piridoxal fosfato, um derivado da vitamina B6.

12. DESAMINAÇÃO OXIDATIVA:

Enquanto as reações de transaminação transferem, grupos amino, a


desaminação oxidativa resulta na liberação do grupo amino como amônia, a qual é
fonte de nitrogênio na síntese da uréia. Este processo ocorre na mitocôndria
hepática.
183

O glutamato é o único aminoácido que sofre desaminação oxidativa , reação


catalisada pela glutamato desidrogenase, enzima que pode usar tanto o NAD+ como
NADP+ como coenzima. O ATP e o GTP são inibidores da glutamato desidrogenase,
enquanto o ADP E GDP são ativadores da enzima . .

A serina e a treonina liberam NH3 diretamente como íon amônio:

RESUMO DA TRANSAMINAÇÃO E DESAMINAÇÃO :

 São reações que ocorrem predominantemente no fígado e rins e fornecem


α-cetoácidos e amônia, que é uma fonte de nitrogênio na síntese da uréia.
 A ação sequencial de transaminação e subsequente desaminação do glutamato
provê uma rota através da qual os grupos amino da maioria dos aminoácidos
podem ser liberados como amônia.
 O glutamato produzido por transaminação pode ser oxidativamente
desaminado, resultando em cetoglutarato e na liberação do grupo amino.
 A desaminação oxidativa do glutamato, único aminoácido que sofre
desaminação rápida é catalisada pela enzima glutamato desidrogenase
 A glutamato desidrogenase usa NAD+ OU NADP+ como coenzima.

13. DESCARBOXILAÇÃO:

É o terceiro tipo de reação geral dos aminoácidos. Consiste na retirada de CO2


do grupo carboxila, originando aminas a partir dos aminoácidos. Algumas aminas
formadas, como resultado da descarboxilação tem importantes efeitos fisiológicos. A
histamina, produzida a partir do a.a. histidina , entre outros efeitos, estimula a
secreção gástrica. Porém, ela tem ações importantes quando se trata do sistema
184

imunológico e das respostas ao contato com alérgenos — substâncias que causam


alergias.

A dihidroxi fenilamina (DOPAMINA), obtida pela descarboxilação do


aminoácido dihidroxi fenilalanina (DOPA), é um intermediário na síntese da
adrenalina que, além da sua ação vasoconstritora, é um importante hormônio
regulador no metabolismo.

14. CICLO DA URÉIA:

A uréia, produzida no fígado, é a principal forma de eliminação dos grupos


amino derivados dos aminoácidos, e responde por mais de 90 % dos componentes
nitrogenados da urina. Um dos dois nitrogênios da molécula da uréia é suprido pelo
NH3 livre (derivado da desaminação oxidativa do glutamato); o outro nitrogênio vem
do ASPARTATO (através da transaminação do oxaloacetato pela aspartato
transaminase).

A ornitina e citrulina são aminoácidos do ciclo da uréia mas não participam nas
proteínas celulares. O carbono e oxigênio são derivados do CO2.
185

A ornitina é regenerada em cada volta do ciclo.

A uréia produzida (NH2-CO-NH2) é transportada pelo sangue aos rins, onde


sofre filtração glomerular, e excreção pela urina.
ENZIMAS DO CICLO:

1. Carbamilfosfato sintetase; 2. Ornitina transcarbamilase;


3. Argininosuccinato sintetase; 4. Arginino succinase. 5. Arginase (somente no fígado)

Uma característica do diabetes severo é uma excreção elevada de uréia.


A quantidade de uréia eliminada por dia é uma medida da quantidade total de
aminoácidos degradados, que por sua vez, reflete o balanço entre a ingesta protêica
e a degradação diária normal das proteínas do organismo. A concentração de uréia
186

no sangue é tão alta quanto 25 mM (milimoles), cerca de 5 vezes maior que o valor
normal.

A degradação excessiva dos aminoácidos nos diabéticos eleva a taxa de


gliconeogênese a partir dos aminoácidos. Desta forma a dosagem de uréia no
sangue e na urina fornece valiosas informações sobre o estado metabólico dos
pacientes diabéticos.

15. AMINOÁCIDOS GLICOGÊNICOS E CETOGÊNICOS:

Os aminoácidos cujo catabolismo origina piruvato (ala-ser-gli-cis-tre) ou um


dos intermediários do ciclo de Krebs (asp-glu-pro-arg-his-phen-tir-met-val-iso-ter)
são considerados glicogênicos por serem precursores de glicose ou glicogênio no
fígado e músculos. Por outro lado, aminoácidos cuja degradação origina
acetoacetato ou seus precursores ( acetil CoA ou acetoacetil CoA), são denominados
cetogênicos por darem origem a corpos cetônicos. São a leucina e a lisina.

A isoleucina (iso) é considerada um aminoácido glicocetogênico porque,


originando acetil CoA e propionil CoA ( precursor de succinil CoA do C.K.) é capaz de
produzir corpos cetônicos e glicose (por gliconeogênese).

16. AMINOÁCIDOS ESSENCIAIS:

São aqueles que o organismo não sintetiza ou o faz em quantidade insuficiente


às necessidades, devendo ser integrantes da dieta.
187

Os bebês e as crianças em crescimento requerem 10 aminoácidos na


alimentação: arginina, histidina, isoleucina, leucina, lisina, metionina, fenilalanina,
treonina, triptofano e valina. Na fase adulta, a arginina e a histidina deixam de ser
essenciais porque o organismo desenvolvido já os sintetiza, como os demais
aminoácidos não essenciais.
Autores Consultados: Pamela Champe/Richard Harvey; Bacila, Vilela Tastaldi; Harold Harper; Lehninger; Artigos e imagens
disponibilizadas em rede aberta.

QUESTÕES PARA ESTUDO

1.- Porque os aminoácidos em excesso devem ser degradados no organismo ?


2.- Quais os mecanismos bioquímicos que estão envolvidos na primeira fase do
catabolismo dos aminoácidos ?
3.- Qual a importância das proteínas no metabolismo do nitrogênio?
4.- Oque significa “pool” de aminoácidos ?
5.- Qual a quantidade aproximada do “turnover” das proteínas ?
6.- Quais as consequências da dieta pobre em proteínas ?
7.- Qual o destino dos aminoácidos excedentes na digestão das proteínas ?
8.- Que consequências decorrem de uma pancreatite crônica ou da perda cirúrgica
do pâncreas ?
9.- De que modo os aminoácidos são absorvidos na célula ?
10.- Para que servem as reações de transaminação e desaminação ?
11.- Qual o sinal clínico que se traduz pela presença de níveis elevados de
transaminases no plasma sanguíneo ?
12- Onde se dá a síntese da uréia e de que modo esse processo se relaciona com o
ciclo de Krebs ?
13.- Quais as consequências da degradação excessiva de aminoácidos nos diabéticos
na taxa de gliconeogênese ? Por quê ?
14.- Através de que reação dos aminoácidos é produzida a Hstamina ?
15. O que são aminoácidos essenciais ? Quais o são somente durante o crescimento

ASSUNTO COMPLEMENTAR – BILIRRUBINA

É um pigmento da bile produzido por quebra do heme e redução


da biliverdina, que normalmente circula no plasma sanguíneo. É absorvido por
188

células do fígado e conjugado de modo a formar diglucuronide, um pigmento solúvel


em água excretada na bílis.
Cerca de 70 a 80% da bilirrubina são provenientes da destruição
das hemácias velhas, 15% de fontes hepáticas e o restante é proveniente da
destruição de hemácias defeituosas na medula óssea e nos citocromos. Permanece
no plasma sanguíneo até ser eliminada na urina. Quanto mais bilirrubina eliminada
na urina, mais amarela ela se torna. Excesso de bilirrubina (hiperbilirrubinemia) pode
indicar problemas no fígado, baço, nos rins ou na vesícula biliar.
No grupo heme o anel heme é aberto, produzindo ferro livre e biliverdina, que
é reduzida a bilirrubina pela enzima biliverdina redutase. Essa bilirrubina recém-
formada circula no sangue ligada à albumina sérica (forma não-conjugada). É
transportada pelo sistema porta até o fígado, onde penetra no hepatócito por dois
mecanismos distintos: difusão passiva e endocitose.
Uma vez dentro do hepatócito, a bilirrubina desliga-se da albumina e forma um
complexo protéico com as chamadas proteínas Y e Z (também chamadas ligandinas).
É então transportada para o retículo endoplasmático liso, onde se torna um
substrato da enzima glicuronil transferase, dando origem a um diglicuronídeo
conjugado (mono- e triglicuronídeos também são formados). A bilirrubina, agora já
conjugada, é transportada até a membrana celular.
Uma pequena quantidade é excretada pelos rins, sendo designado
urobilinogênio. Existem portanto dois tipos de bilirrubina circulantes - a não
conjugada (ligada à albumina), também chamada de bilirrubina indireta, e a
conjugada, chamada de bilirrubina direta.
A icterícia, ou popular “amarelão”, atinge cerca de 60% dos recém-nascidos.
Essa disfunção ocorre quando o organismo produz excessivamente a bilirrubina,
substância não metabolizada pelo fígado por causa da imaturidade do órgão, e que
deixa a pele do bebê amarelada. . Na maioria dos casos, a icterícia regride
naturalmente e desaparece na primeira semana de vida da criança. Mas caso o
amarelão persista, os pais precisam procurar ajuda.
O nível da icterícia no bebê pode ser detectado por meio de um exame de
sangue ou por um aparelho chamado bilirrubinômetro, que mede a quantidade da
substância no organismo por meio de toques do aparelho na testa da criança.
. Nas situações mais extremas, a bilirrubina pode se instalar no cérebro e
interromper o metabolismo das células nervosas e ocasionar sua morte. Isso pode
gerar uma grande irritabilidade no bebê, apatia, ausência de reflexos, convulsões,
estado de coma ou até mesmo morte.
189

SINAIS E SINTOMAS:
Tanto a pele quanto os olhos e as mucosas se tornam bastante amarelados. O
freio da língua é outro local que costuma também ser afetado. Esta coloração é
decorrente do pigmento da bilirrubina. Outro sintoma muito frequente é a coceira,
que acaba incomodando mais do que a diferença no tom da pele e dos olhos.
Quando o problema é devido à concentração de bilirrubina direta também é muito
comum se verificar urina de cor bem escura ou com uma forte cor alaranjada. Este
sintoma recebe o nome de colúria. Já quando algo está ocorrendo nos intestinos e a
substância não é devidamente excretada, as fezes adquirem uma coloração clara,
quase branca, devido à ausência da bilirrubina.

BIOQUÍMICA DA CÁRIE

1.- Fatores gerais sistêmicos da cárie dental:

São fatores coadjuvantes que predispõe o organismo à instalação da cárie.


Analisaremos os seguintes: Fatores hereditários, fatores nutricionais ou dietéticos e
fatores hormonais.

a.- Fatores hereditários


A hereditariedade é muito importante, pois o patrimônio genético herdado dos
pais determina o biótipo constitucional característico, aparecendo descendentes que
são mais ou menos resistentes à cárie, como as observações clínicas demonstram.
No gênero humano há diferenças clínicas raciais em relação à incidência da
cárie. Assim, o exame de 3000 crianças brancas e de 3000 crianças negras, entre 3 e
17 anos, nos EUA, revelou que as crianças brancas apresentavam, em média, o índice
CPO = 40; e as crianças negras tinham um CPO = 30. O CPO é um índice clínico de
incidência da cárie, em que são contados os dentes cariados, perdidos e obturados.
Por outro lado, experiências genéticas realizadas em ratos resultam na seleção
nítida de raças resistentes e raças susceptíveis à cárie.
190

Contudo, torna-se mais difícil, às vezes, em estudos dessa natureza, discernir


entre o efeito puramente genético e o efeito produzido pelos hábitos adquiridos,
particularmente os alimentares.

b.-Fatores nutricionais ou dietéticos


1º PROTEÍNAS:
As proteínas são os constituintes orgânicos fundamentais das matrizes do
esmalte e da dentina. Na odontogênese, primeiramente ocorre a formação da matriz
protêica e, em seguida, há a precipitação dos sais de cálcio, organizando-se o esmalte
e a dentina. Assim, é necessário que, durante a formação e o crescimento do dente,
o organismo seja provido de proteínas de alta qualidade, ricas em todos os
aminoácidos essenciais. Regimes hipoprotêicos podem determinar falhas na
formação das matrizes da dentina e do esmalte e, assim, falhas de dentina e de
esmalte, predispondo os dentes à cárie.
2º -MINERAIS: CÁLCIO, FÓSFORO E FLÚOR
Cálcio e fósforo – São particularmente importantes na formação dos cristais de
hidroxiapatita – Ca10(PO4)6-(OH)2 –, que se precipitam nas matrizes proteicas,
produzindo o esmalte a dentina perfeitamente rígidos.
Falhas na calcificação da matriz do esmalte determinam o aparecimento das lamelas
(zonas de baixa mineralização preenchidas por material orgânico) que predispõe os
dentes à cárie.
Uma dieta com relação cálcio/fósforo alta, determina baixa relação
fosfato/carbonato no esmalte e na dentina e predispõe altamente os animais à cárie.
Entretanto, a dieta com relação cálcio/fósforo baixa, determina alta relação
fosfato/carbonato no esmalte e na dentina, que aumenta a resistência dos dentes à
cárie.
191

Entretanto, a dieta com relação cálcio/fósforo baixa, determina alta relação


fosfato/carbonato no esmalte e na dentina, que aumenta a resistência dos dentes à
cárie.
Estes fatos se devem à difícil absorção do cálcio, fósforo e carbonato no
organismo, que em concentrações elevadas formam fosfato e carbonato de cálcio,
que são insolúveis e se precipitam, sendo então eliminados.
Flúor – Coube aos bioquímicos demonstrar o relevante papel do flúor na proteção
do dente. A observação de uma certa anomalia dentária, caracterizada por
maculação e enegrecimento do esmalte, efetuada em princípios do século retrazado,
constitui o marco inicial de um grande número de investigações que culminaram com
o pleno reconhecimento da essencialidade do flúor para os dentes.
A referida anomalia era endêmica em Pozzuoli, lugarejo dos arredores de
Napoles, onde se conhecia pelos nomes de denti neri e dente scritti, e foi descrita
pela primeira vez pelo professor Stefano Chiaie e mais tarde relatada por Eager, em
1881.
Mas a primeira observação de objetivo científico, a respeito dessa anomalia,
conhecida hoje por fluorose dental, ou esmalte manchado, ou mottled enamel, ou
dente veteado foi realizada por Mckay, em 1888, nos EUA.
A prospecção fiel da moléstia, em conjunção ao levantamento cuidadoso dos
hábitos das populações de aldeias circunvizinhas, permitiu concluir que a afecção só
podia ser atribuída à água consumida por certos grupos de habitantes. E a análise das
águas ingeridas pelos portadores de dentes manchados revelou, em 1928, teor
detectável de flúor, o que não ocorria nas águas que serviam as áreas indenes.
Daí por diante se aperfeiçoaram os métodos de perquirição analítica e sucederam-se,
em rítmo crescente, a determinação do flúor em ossos e dentes de vários animais,
nas águas e nos alimentos animais e vegetais. Ao mesmo tempo, adquiriu-se a noção
de que os dentes manchados eram menos sujeitos à cárie. Estava, desta forma,
descoberta a ação protetora do flúor sobre as estruturas dentárias.
Hoje, admite-se que o flúor atua por dois mecanismos:
Primeiro: O flúor se adsorve firmemente no esmalte, aí permanecendo na forma de
fluoroapatita – Ca10(PO4)6-F2 - , mais resistente e menos solúvel em ácidos que a
hidroxiapatita –
Segundo: Estabelece-se, conforme o produto de solubilidade próprio da
fluoroapatita, uma concentração elevada de íons fluoreto na saliva, junto à superfície
do esmalte, que inibe a enolase e, assim, bloqueia a via glicolítica, evitando a
formação de ácido lático, diminuindo assim a proliferação de microorganismos no
192

meio bucal. Na verdade, a contagem de lactobacilus acidófilus, se mostra bem


menor nas crianças que se submetem ao tratamento profilático com águas
fluoretadas.
Contudo, iniba a cárie pelos mecanismos estudados, é preciso levar em conta
que o flúor pode exercer um papel tóxico, determinando o quadro da fluorose
dental, em que os dentes se apresentam inicialmente com manchas brancas, que em
seguida escurecem.
Também, os dentes com fluorose, embora muito resistentes à cárie, tornam-se
muito friáveis, fraturando-se facilmente, e tem ainda o inconveniente de ser
antiestéticos.

Entretanto, o flúor das águas na proporção de 1,0ppm (uma parte por milhão)
= 1,0 mg/litro, é completamente atóxico e a fluorese não aparece. Desta forma, é
possível aumentar muito a resistência dos dentes e manter a estética facial.
3º- CARBOIDRATOS
Dos integrantes de nossa alimentação, os açúcares, por serem fermentescíveis,
ocupam primeiro posto na linha dos agentes causadores da cárie.
Existem provas que os monossacarídeos e dissacarídeos são, em geral, mais
cariogênicos do que os polissacarídeos; e que os alimentos açucarados sólidos
(caramelos, doces) são mais nocivos do que os líquidos. É por essa razão que, para os
estudos experimentais, as rações cariogênicas fornecidas aos animais são ricas em
sacarose.
A ação cariogênica dos glicídeos não se exerce, exclusivamente, na superfície do
esmalte; não depende, pois, somente da sua fermentação láctica. Agem também
como metabólitos, determinando, pelo menos na idade jovem, modificações na
composição química do dente.
Assim, tendem a aumentar as taxas absolutas de cálcio e fósforo, com sensível
diminuição da relação Ca : P, tanto no esmalte como na dentina. Dietas
193

predominantes glicídicas, ministradas à ratas em gestação, determinam


predisposição à cárie em suas ninhadas.
4º- VITAMINAS

As vitaminas, indissoluvelmente ligadas ao problema da nutrição,


desempenham papel de destaque na manutenção da integridade do dente,
merecendo destacar nesse particular as vitaminas A, D, C e B.
Vitamina A – atua diretamente nos ameloblastos e de sua ação depende a produção
de um esmalte bem estruturado e, portanto, resistente à cárie. a avitaminose a
determina a atrofia dos ameloblastos, que se queratinizam, resultando um esmalte
mal estruturado e pouco resistente à cárie.
Vitamina D - a ação da vitamina D se faz sentir, exclusivamente, sobre a dentina, não
afetando o esmalte.
Na avitaminose D aparece o raquitismo dental, cessando a mineralização da dentina
e alargando-se a pré dentina, e, desta forma, predispondo o dente, ao processo
carioso, especialmente porque o dente sem um correto suporte de dentina se fratura
facilmente, facilitando a invasão dos microorganismos.
Obs.: As vitaminas A e D são lipossolúveis e ocorrem abundantemente no óleo de
fígado de bacalhau.
Vitamina C – é muito importante na formação das matrizes dentárias, agindo,
especialmente, nos odontoblastos. Na avitaminose C, os odontoblastos não
substituídos por fibroblastos; a dentinogênese cessa e a formação da matriz colágena
se torna muito escassa e muito deficiente em mucopolissacarídeos ácidos,
principalmente os condroitin sulfatos.
Como consequência, temos uma pre dentina mal formada, cheia de inclusões
vasculares, modificando, ou mesmo impedindo a calcificação e a formação normal da
dentina, o que predispõe o dente à cárie.
Vitamina B6 – também chamada piridoxina, ou píridoxiamina, é uma importante
coenzima que transfere grupos amino (-NH2) nas reações de transaminação, que
possibilitam a produção de aminoácidos novos a partir de cetoácidos e, desta
maneira, torna-se muito importante a participação da vitamina B-6 no ato de
formação das matrizes proteicas do esmalte e da dentina.
Assim, a avitaminose B-6 pode determinar escassa produção de matrizes proteicas do
esmalte e da dentina, o que predispõe o dente à cárie.
5ª- FATORES HORMONAIS
194

Em relação à cárie, são particularmente importantes os hormônios tireoidianos,


paratireoidianos, hipofisários e insulina.
Hormônios tireoidianos
Os hormônios tireoidianos, tireoxina e l-tironina, agem sinergicamente com a
vitamina C na formação da matriz dentinária.
Nos pacientes que apresentam hipotireoidismo, os dentes são mal formados,
estranhos, mal calcificados e muito susceptíveis à cárie.
Ao contrário, nos pacientes que apresentam hipertireoidismo, os dentes são bem
formados, bem calcificados e pouco susceptíveis à cárie.
Hormônios paratireoidianos
O paratormônio, juntamente com a vitamina D, preside a calcificação dos
tecidos duros. A formação de todo e qualquer tecido duro começa a partir de uma
matriz protêica, que em seguida se calcifica, sob a ação das fosfatases alcalinas do
paratormônio e da vitamina D.
Em relação à cárie, o hipoparatireoidismo determina o raquitismo dental, que
se caracteriza pela calcificação irregular, ou mesmo ausência de calcificação, da
matriz protêica do esmalte e da dentina, e, assim, aumenta a susceptibilidade dos
dentes à cárie.
No hiperparatireoidismo, ao contrário do que se poderia pensar, há uma baixa
taxa de cálcio nas matrizes dentárias, porque o paratormônio remove cálcio dos
tecidos duros, produzindo uma hipercalcemia. Isto determina na dentina o efeito
cálcio traumático, que consiste de dentina calcificada, alternando-se com regiões não
calcificadas. Esta dentina calcificada irregularmente aumenta a susceptibilidade à
cárie.

Hormônios hipofisários O hormônio somatotrófico do crescimento é


muito importante na formação do órgão do esmalte, que contém os ameloblastos,
que são as células encarregadas da formação da matriz protêica e sua calcificação,
originando o esmalte.

Verifica-se que, na hipofunção da hipófise, o órgão do esmalte se atrofia,


resultando num esmalte mal formado e num dente mais susceptível à cárie.

Insulina
195

A insulina é o hormônio produzido pelas células β das ilhotas de Langerhans do


pâncreas e regula o metabolismo da glicose, favorecendo o seu aproveitamento e
oxidação pelas células orgânicas, resultando na energia necessária para as diversas
atividades biológicas.

O hiperinsunilismo, ou a falta de insulina, determina a doença chamada


diabetes, onde se constata, clinicamente, um aumento da incidência de cárie dental.

Do ponto de vista bioquímico, isto pode ser explicado pelo aumento da


glicemia, que diminui a relação cálcio-fósforo do esmalte e da dentina, predispondo
mais os dentes à cárie.

Além disso, o constante estado de cetoacidose dos diabéticos possibilita a


excreção de corpos cetônicos na saliva, quais sejam a acetona, o ácido acetoacético e
o ácido β-hidroxibutírico. Somam-se a compostos da via glicolítica e da proteólise das
matrizes do esmalte e da dentina, facilitando, assim, a instalação do processo
carioso.
Fonte: Bioquímica Odontológica, Flávio Leite Aranha, Editora Sarvier – SR – 1996

QUESTIONÁRIO
1.- Quais são os tipos de fatores que predispõe ao aparecimento da cárie ?

2.- Em que período os fatores nutricionais influem decisivamente na maior ou menor resistência
das estruturas dentárias à cárie ?

3.- Quais são os constituintes orgânicos fundamentais das matrizes do esmalte e da dentina ?

4.- Que consequências os regimes hipoprotêicos provocam na odontogênese ?

5.- Que são lamelas e que fatores podem ocasioná-las ?

6.- Quais são os mecanismos que envolvem a participação do flúor na preservação dos dentes ?

7. Quais são as consequências da fluorose sobre os dentes ?

8.- Qual é a concentração de flúor indicada para a fluoretação da água ?

9.- Quais os tipos de carboidratos que possuem maior poder cariogênico ?

10. Cite as vitaminas ligadas à integridade do dente e o tipo de influência que elas exercem.

11. De que modo os hormônios tireoidianos, tireoxina e l-tironina, influem na formação da matriz
dentinária ? Como se apresentam os dentes nos indivíduos com hipotireoidismo ?

12. De que modo o hiperinsulinismo, característico do diabete, predispõe mais os dentes à cárie ?
196

RELAÇÃO DOS CONTEÚDOS APRESENTADOS NA DISCIPLINA DE BIOQUÍMICA

1- CARBOIDRATOS ........................................ .01


2.- LIPÍDIOS ....................................................28
3.- AMINOÁCIDOS E PROTEÍNAS ................. . 52
4.- ENZIMAS ................................................. .92
5. -NUCLEOTÍDEOS ........................................ 111
6.- VITAMINAS E SAIS MINERAIS................... 116
7.- CONCEITOS BÁSICOS DO METABOLISMO... 127
7.- OXIDAÇÕES BIOLÓGICAS ......................... .133
8.- ACETIL COENZIMA A (Acetil CoA) .............. 136
8.- METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS ........142
9.- METABOLISMO DOS LIPÍDIOS ....................168
10.- METABOLISMO DAS PROTEÍNAS ............ 178

ÍNDICE DOS ASSUNTOS COMPLEMENTARES

AS APLICAÇÕES DO ÁCIDO HIALURÔNICO NA ODONTOLOGIA....................25

O METABOLISMO DOS LIPÍDIOS ESTÁ SUJEITO A DEFEITOS GENÉTICOS .....49.

OBESIDADE .............................................................................................. .50

ASPARTAME, O PEPTÍDEO DOCE.................................................................82

FENILCETONÚRIA ................................................................................. ... .83

CONTRAÇÃO MUSCULAR ...................................................................... ....84

HORMÔNIOS PEPTÍDICOS ............................................................. .... ....... 85

CITOCINAS ........................................................................................... ... 87

LIGAMENTO PERIODONTAL .............................................................. ........88

ANQUILOSE DENTÁRIA ....................................................................... .......90


..
SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA ................................... 108

ENZIMAS NO DIAGNÓSTICO CLÍNICO....................................................... .108

LISOZIMA – UMA DESCOBERTA CIENTÍFICA ................................. ....109-

ANEMIA .................................................................................................. ..126

PELAGRA .......................................................................................... ....... . 126


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