Monografia Final
Monografia Final
Monografia Final
5. O universo dark....................................................................................................Pág.14
10. Conclusão..........................................................................................................Pág.36
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1. Introdução
projetadas não revelam a natureza em si, mas uma parte dessa natureza, enquadrada de
“(...) importante é o fato de as imagens terem sido colocadas por alguém. Não
é nossa atenção que traz esta ou aquela imagem visual à vista, mas alguém
que permanece dizendo “voilá!” pelo simples fato de ter tirado, revelado e
projetado essas imagens para nós.” (ANDREW, 2002: 155)
real de maneira fiel, pois o diretor sempre mostra sua percepção individual sobre o
mundo. Ao mesmo tempo, este mundo também é construído a partir das lembranças,
experiências, vivências, mitos, histórias que o diretor absorveu da própria sociedade que
retrata. Cada filme tem uma lente específica, ou seja, a identidade do seu autor (ou
autores) marcada como uma impressão digital. Ainda, segundo Jean Mitry,
personagem ou reconhece alguém através dele. O cinema trabalha com tipos, figuras
que convivem na sociedade, mas que são caricaturados para que a audiência possa
rapidamente reconhecê-los.
Este termo é bastante genérico, pode denotar muitos significados. Existem diversos
pode ser o turista, aquele que está de passagem por uma cultura e é apenas um olhar
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novo sobre uma cultura que é enxergada sempre da mesma maneira pelos olhares dos
nativos deste universo. Pode ser representado também pelo imigrante, aquele que está
imerso a uma cultura que não é a dele, e por isso, é interpretado como sendo uma
vivem à margem de uma cultura especifica por escolha própria, outros porque foram
excluídos pelos demais. Por sua vez, existe também aquele que vive na sociedade, mas
foge à normalidade, é tido como esquisito ou excêntrico, vive apenas em seu mundo
assunto de seu interesse. Todos eles, assim como os mocinhos, são rotulados pela
sociedade.
Os rótulos existentes são, por exemplo, os nerds (aqueles que usam óculos
enormes, são desajeitados e extremamente inteligentes, mas feios pela sua aparência
humano), os geeks (aqueles que são fascinados pela informática, games e filmes de
ficção científica), entre outros. Existe uma imensa catalogação de todos esses
estereótipos em qualquer cultura, e isto é enfatizado não apenas no cinema, mas também
sua representação através de duas obras do diretor Tim Burton: “Edward Mãos de
estilo de seus filmes, tem uma admiração pela estética dark e sombria, que transparece
por ele. Não apenas como diretor, mas também como produtor, Burton criou uma
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produzido obras que exaltam esta subcultura, com uma visão bastante peculiar sobre
este universo. Por conta desse estilo único, as obras do cineasta são facilmente
Além disso, como Burton está inserido na cultura outsider, ele constrói seus
filmes a partir de sua própria interpretação especifica desse mundo particular. O mesmo
questiona qual seria o conceito de normalidade. Ele coloca na tela um debate de quem
criando não apenas um filme que encanta pelo visual, que é a sua mais celebrada
característica estilística, mas que também aborda questões sérias, como a identificação
sociedade contemporânea.
Este estudo vai mostrar também como foi concebido o personagem outsider
gótico na literatura européia e como outros diretores de Hollywood dão vida em seus
roteiros aos personagens outsiders góticos. Geralmente, eles transportam a visão deles
do que seja aquele personagem, sem o conhecer a fundo. Assim, fabricam estereótipos
que simplificam, além de criarem personagens que não têm individualidade e que têm
Estes dois tipos de olhares são importantes para entender a construção dessa
figura clichê nos filmes: um deles tem a proposta de levar uma leitura diferente do
enquanto o outro reforça a imagem de preconceito e do estereótipo que foi criado pelo
mostra como existiu um molde para caracterizar personagens e situações que são
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parâmetros do certo e do errado. O cinema era e é uma reunião de arquétipos e figuras,
à platéia, da maneira mais fácil possível, para que todos entendam como devem agir.
Alguns filmes são verdadeiros manuais de etiqueta, para a vida feliz, o romance
feliz e a família perfeita, entre outros aspectos. No mundo perfeito não há espaço para
perdedores, mas Tim Burton abriu uma brecha para que eles pudessem entrar nesse
fantástico, estes dois últimos ”(...) falaram do processo de recriação real na arte
(CALASANS, 1988: 19) Ou seja, um texto que é próximo ao real e assim, o leitor pode
se introjetar nele.
Platão, em suas teorias, percebeu em suas observações que existe um mundo das
essências (idéias) e um mundo das aparências. “Esse segundo não seria senão a projeção
“phantasma”, uma projeção da verdade contida no mundo das idéias.” O artista produz
um simulacro do mundo das idéias, “já que apenas conhece a aparência das coisas”.
Apesar do artista simular uma realidade em seu texto, seja ele de que natureza
for, segundo Aristóteles, ele deve seguir uma coerência dentro da narrativa. Mesmo que
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“ainda que o personagem a apresentar não seja coerente nas suas ações, é necessário,
todavia, que [no drama] ele seja incoerente, coerentemente”. (CALASANS, 1988:20).
período rico da literatura sagrada, mas também da profana. De um lado, os textos eram
guiados e orientados por seus escritores, não mais livre como antes. A Igreja controlava
a literatura como controlava também seu rebanho. Por outro lado, a literatura popular
também encontrava seu espaço, fugindo deste padrão de repressão, tentando se libertar
entediante representar o que existe, uma vez que nada do que existe satisfaz”.
geral de comunicação, como sendo um veículo que transmite uma mensagem a alguém.
Calasans,
meios para envolver o espectador nas histórias que são contadas, para que o mesmo
possa pensar que aquilo é real, mesmo não sendo. Apenas pensando que a narrativa
pode acontecer é que o homem embarca nela e se espelha nas aventuras do personagem.
Um dos instrumentos que o cinema se utiliza para transportar o espectador para dentro
e crítico de filme:
utiliza para que a audiência reconheça de primeira quem é aquele personagem, sem mais
delongas. O cinema lida com a reprodução da conduta social do homem, e essa imagem
Qualquer individuo reconhece o papel dos personagens na trama e pode até adivinhar
qual o caminho que eles vão trilhar no filme, pois estes caminhos já são conhecidos e se
outros, acha que não tem perigo nenhum rondando e está em um lugar silencioso e
pergunta a célebre frase “Quem está aí?”, o espectador já sabe que este será a próxima
cultural, os advogados da coisa “pretendem (...) que se trata de algo como uma cultura
surgindo espontaneamente das próprias massas (...)”. Porém, a massa não é o sujeito que
move a máquina da produção cultural contemporânea, mas sim seu objeto. Ainda,
segundo Adorno, “As massas não são a medida, mas a ideologia da indústria cultural,
ainda que esta última não possa existir sem a elas se adaptar”.(COHN, 1978: 287).
uma nascente economia, baseada no consumo de bens, nasce a cultura de massa, uma
cultura que deveria ser comprada, que deveria ser consumida como um objeto ou uma
feito para atender necessidades e gostos médios de um público que não tem tempo de
questionar o que consome”. (COELHO, 1980: 11). O homem procura o cinema com o
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objetivo de relaxar, de sonhar e não para pensar criticamente sobre qualquer assunto
cotidiano e real.
modo de vida americano. Apesar desta denominação ser a fórmula oficial dos filmes de
Hollywood no inicio do século XX, alguns diretores rejeitavam este tipo de cinema. De
material literário que se lê como uma peça de teatro e que só espera a chegada de um
diretor para se tornar um filme”. (BAZIN, 2005: 22). Já na opinião de Alfred Hitchcock,
esse tipo de cinema é apenas uma “fotografia de pessoas falando”. (BAZIN, 2005: 22).
de normas e padronizações que persistem nos filmes até hoje. Os filmes tinham duração
estética e da cultura.
O modo de vida americano é um estilo de vida com base na moral e nos bons
Era simbolizado pela idéia do “Sonho Americano”, que caracterizava uma vida de
casa, que zelavam pela família. Estes ideais eram conservadores e não abriam debates
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Esta fórmula de vida teve grande difusão através das mídias existentes na época,
O cinema, por sua vez, “serviu a uma indústria do entretenimento e foi por ela
da ideologia da classe média. O espectador não precisava usar a cabeça para pensar
sobre aspectos externos ao filme como a política e a economia, por exemplo. Apenas
precisava usar a mente para viajar na ilusão de que tudo era luxo, prosperidade e happy
Existe uma mocinha, um galã-herói e o vilão, que não tem um final muito agradável. A
personalidade é unilateral, o homem é bom ou ruim, não tem espaço para o meio-termo,
não há lugar para polêmicas e muito menos para reflexões reacionárias. Além disso, foi
difundido o jeito americano de ser: o homem politicamente correto, pai de família, com
um emprego estável. Junto a ele uma mulher que zelava pela casa e pelos filhos. Estes,
por sua vez, eram educados, bonitos e espertos. A família perfeita, que morava no lugar
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Segundo François Truffaut, em um ensaio sobre Orson Welles e André Bazin, as
de 30, “cujas frases de diálogo favoritas pareciam ser: “Meu filho, você é um bom
garoto” e “Daddy, você é o melhor papai do mundo”. (BAZIN, 2005: 19). Essa fórmula
paradoxal com a liberdade que os americanos tanto prezavam. Mas a sociedade era mais
fácil de ser controlada desta maneira, impondo a maneira ideal de família tradicional e
que deveria ser seguida a qualquer custo. O medo da exclusão fazia com que os
modelo a ser seguido, é alto, forte, impõe-se, enfrenta tudo e todos e tem uma família
exemplar. Este estereótipo é visto como algo positivo e é o espelho do que a maioria da
sociedade quer alcançar. Os excluídos são os vilões, feios, desajustados, rebeldes, entre
outras características negativas, que todos querem fugir para não ficar à margem da
sociedade.
revista Cahiers du cinéma, claro que “sempre existiram filmes que resistiram ao
Orson Welles, que concebeu Cidadão Kane. Da mesma maneira que Tim Burton, Orson
Welles também conta histórias familiares, mas que tem um viés diferente daquelas que
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Uma característica ousada dos filmes de Orson Welles, segundo François
Truffaut é:
próprio público vê o cinema como uma válvula de escape, e prefere ver aquilo que não
pode viver, por uma série de circunstâncias da vida real. Da mesma maneira que no
Outsider, palavra inglesa que define “aquele que está de fora”, “externo”,
amarras da sociedade, que tem consciência do seu papel nela, mas que não pode exercê-
sobrevivência, criam regras próprias, não tem muitos amigos (ou nenhum), vivem de
Geralmente, são vistos pelos olhos dos outros como mal-humorados, malucos,
esquisitos, anti-sociais, entre outros estigmas nada agradáveis. Por isso, foram
apropriados pelo cinema como modelos do que não deve ser seguido. O lado negativo
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do outsider foi bastante explorado no cinema para estes fins. Algumas características
destes tipos são: tímidos, feios, altos, magrelos, corcundas, branquelos, com espinhas,
robustos. A sociedade norte-americana não queria ser identificada com nenhum desses
Por isso, o outsider é aquele que ameaça o modo de vida americano: famílias
filmes americanos para caracterizar forasteiros que não são bem vindos são os
Porém, existe outro lado. O lado daqueles que convivem com pessoas outsiders
ou o são, podendo traduzir esse universo de maneira rica e interessante e não pontual e
superficial. Segundo o escritor e dramaturgo Mário Bortolotto, que trabalha com esse
tipo de personagem e com tudo que seja fora do “produto cultural” existente, diz o que o
A relação do cinema com esta cultura é de mão dupla. As simbologias na tela alimentam
memória afetiva dos cineastas na sociedade, como espectadores e com sua visão
5. Universo Dark
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Gótico é um termo originado no séc XVI, na Itália, e desde este período vem
carregado de uma carga pejorativa. O termo foi cunhado por Giorgio Vasari, pintor e
contemporâneos,
Ou seja, esta definição já atesta que, desde muitos anos, o termo gótico é associado a
palavras negativas. Segundo os artistas renascentistas, o estilo gótico era uma afronta ao
bom gosto, que existia, para eles, no estilo clássico. Toda a arte gótica era feia e
imperfeita. Por isso, gótico vem de Godos, tribo germânica conhecida como bárbara,
pelo seu comportamento não civilizado e rude. A arte nunca poderia ser feita por
Apesar das críticas dos artistas clássicos, essa arte foi perfeita para decodificar o
mundo misterioso, frio e escuro que representou a Idade Média. Só mais tarde, durante
literárias deste gênero são: polarização entre o bem e o mal, a existência de uma
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imaginário sobrenatural, os cenários escuros e com a aparência de abandono, os
A literatura gótica criou uma espécie de iconografia única que é utilizada até
hoje no cinema. Segundo Lucía Solaz Frasquet, que fez uma tese de doutorado
villanos satánicos, hombres locos, mujeres fatales, vampiros (...) y hombres lobo”
(FRASQUET, 2003: 274) ficaram no imaginário dos cineastas e dos espectadores como
para a construção de suas obras, isto porque o gótico tem uma relação intrínseca com o
fantástico. Segundo a escritora Anne Williams, que publicou o livro Art of Darkness: A
Poetics of Gothic,
Ou seja, a literatura gótica não é apenas um delírio que vem dos sonhos, mas se utiliza
deles para violar a realidade existente e trazer a tona um debate real sobre a sociedade.
que só é cabível a um ser superior, e no livro é revelada a punição para tal abuso de
poder do homem. Da mesma maneira, Dr. Jekyll e Mr. Hyde, que mostram ao homem
como ele pode ter duas personalidades: uma na luz e outra na escuridão, mas que
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existem regras na sociedade que não permitem o homem exercer plenamente seu lado
obscuro.
gótico da história. A publicação foi o estopim para outros escritores, dentre eles
mulheres que se destacaram nesse tipo de gênero literário como Ann Radcliffe (1764-
1823) e Mary Shelley (1797-1851). A primeira tornou-se uma das novelistas mais
Romance”. Suas obras davam autonomia as mulheres e tirava as mesmas de seu refúgio,
que era o lar e a família, para viver aventuras desconhecidas. Segundo o site do
“the heroine is forced to flee her home or her refuge; her flight allows her to
experience exciting adventures. Her traveling also occurs within doors, where
she explores corridors, vaults, abandoned wings, locked rooms in the castle
or abbey or the caves under them.”
(http://academic.brooklyn.cuny.edu/english/melani/novel_18c/radcliffe/
index.html. Visualizado em 15/11/2007).
gótica: Frankenstein. Depois de escrever um curto conto na qual um homem dava vida a
um monstro, seu marido Percy Bysshe Shelley a encorajou a escreveu um livro sobre a
tal história. A obra foi massacrada pela crítica, mas teve um imenso sucesso popular,
" Poe’s verses illustrate an intense faculty for technical and abstract beauty,
with the rhyming art to excess, an incorrigible propensity toward nocturnal
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themes, a demoniac undertone behind every page—and, by final judgment,
probably belong among the electric lights of imaginative literature, brilliant
and dazzling, but with no heat. There is an indescribable magnetism about the
poet’s life and reminiscences, as well as the poems.”
(http://www.bartleby.com/229/1205.html. Visualizado no dia 11/10/2007)
gótico e psicológico, que tornam suas narrativas intrigantes e surpreendentes, que dão
margem a filmes ou representações de qualquer outra mídia. Por isso, o escritor foi e é
influência para diversos artistas como Roger Corman, Lou Reed do Velvet
Underground, o próprio Tim Burton e Alfred Hitchcock que declarou em um artigo nos
anos 60:
"...it's because I liked Edgar Allan Poe's stories so much that I began to make
suspense films. Without wanting to seem immodest, I can't help but compare
what I try to put in my films with what Poe put in his stories; a perfectly
unbelievable story recounted to readers with such a hallucinatory logic that
one has the impression that this same story can happen to you tomorrow."
(http://www.imagesjournal.com/issue03/features/hitchnabnotes.htm#20.
Visualizado em 12/10/2007).
cultura gótica como um todo, o termo gótico aliado à uma subcultura surgiu no final da
A figura do gótico, pensada com base no seu estereotipo, é de uma pessoa muita
branca como um cadáver, com feições andróginas, roupas pretas, comportamento anti-
social e com gostos e rituais sinistros como idas a cemitérios à noite e rituais de bruxaria
outsider gótico.
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Para o gótico, assuntos como morte, desconhecido, sobrenatural são inerentes ao
homem. A sociedade ocidental tenta repelir estes temas de sua vida cotidiana, por isso,
rejeita os góticos, pois estes mostram para o mundo que existem estes elementos
escritor Edgar Allan Poe, um romancista inglês que leva elementos do gótico para suas
são externos, mas sim, internos ao homem, confirmam claramente que o homem é o
inferno de si mesmo. Ele traz o inferno dentro de si”.(FONSECA, 2006:27) Ou seja, são
assuntos naturais que deveriam ser expostos na sociedade, mas que a sociedade em si
um individuo ligado à arte, que gosta de pensar sobre a dualidade da existência, tem
geralmente posturas incomuns e são pessoas que são criticas em relação à sociedade
e vêem beleza em elementos que a maioria repudia: como lápides, ruínas, castelos
medievais, filmes de terror, seres sobrenaturais, entre outros. Também são muito
desconhecido e isto faz com que esta subcultura seja diferente do status quo.
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5.3. Desvendando as simbologias góticas
Se há um lugar onde a maioria das pessoas não quer pisar, pois é um local de
tristeza e perda, é em um cemitério. Este local de repouso eterno, que tem uma
conotação negativa muito grande na cultura ocidental, tem uma conotação oposta para
os góticos. Para eles, este local possui uma quietude e paz, que proporciona a eles o
clima de mistério, beleza e espiritualidade também são elementos que fazem dos
cemitérios lugares atrativos para esta subcultura. Segundo o site Umbraum, estes locais
são ótimas fontes de inspiração para os artistas góticos, pois, “As esculturas, mausoléus,
Visualizado 10/10/2007). Analisando esta frase, podemos deduzir que o gótico é uma
pessoa que aceita a morte como algo inevitável da vida e a vê como uma sombra que
persegue a todos. Mas isso não quer dizer que essa consciência dos góticos sobre a
morte torna os mesmos suicidas ou assassinos. O que os fascinam não é cometer atos
que causem a morte deles ou de outros, mas sim o mistério da existência, da vida após a
morte. Existe um grande tabu, na maioria das culturas ocidentais em relação à morte. A
visão da morte, para os góticos é bem definida no poema “Morte dos pobres” do poeta
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MORTE DOS POBRES
membros procuram religiões que não reprimam seus seguidores, como as religiões
pagãs e o ocultismo, que prezam pelo livre arbítrio do individuo. Segundo o site
ao Neopaganismo.
a natureza. Enquanto a religião católica é ligada ao pai, a religião pagã é voltada para
laços matriarcais, da Grande mãe, que protege tudo e todos. Além disso, segundo a
Wikipédia, há uma relação mágica do individuo com a natureza e é uma prática que
medicina natural, que usa elementos da natureza para a cura. Na Idade Média, quem
praticava o paganismo, sendo a Igreja Católica, era acusado de fazer pacto com o
demônio e feitiçarias e, por isso, muitos adeptos do paganismo foram perseguidos pela
magia e filosofia da Europa antiga. É tida como uma bruxaria moderna, que foi
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readaptada da bruxaria pagã secular. Diferentemente do que se pensa, os adeptos da
religião Wicca não acreditam e nem adoram o demônio, não incentivam o uso de drogas
e orgias sexuais. Estas ações, que são associadas aos bruxos, são traços do estigma
negativo que a Igreja Católica criou e que tem reflexos até hoje. Ao contrário, o que a
Wicca considera é que o universo precisa de um equilíbrio, entre a energia boa e a ruim.
acreditam que o ser humano tem livre arbítrio para traçar suas escolhas.
O primeiro personagem outsider gótico da literatura foi criado 1818, pela inglesa
Mary Shelley, em uma viagem com amigos que apreciavam as histórias sobrenaturais.
O desafio do grupo era criar uma história interessante e horripilante sobre este gênero.
“My imagination, unbidden, possessed and guided me, gifting the successive
images that arose in my mind with a vividness far beyond the usual bounds of
reverie…I saw the pale student of unhallowed arts kneeling beside the thing
he had put together—I saw the hideous phantasm of a man stretched out, and
then, on the working of some powerful engine, show signs of life, and stir
with an uneasy, half-vital motion…What terrified me will terrify others; and I
need only describe the spectre which had haunted my midnight pillow.”
(http://en.wikipedia.org/wiki/Mary_Shelley. Visualizado em 20/09/2007).
A criatura, conhecida hoje pela massa de Frankenstein, na verdade não tinha este
gerar uma vida. Assim, depois de incessantes tentativas e isolamento do mundo exterior,
Victor consegue criar uma criatura monstruosa, com partes humanas orgânicas e simula
o funcionamento do sistema humano nela. A intenção de Victor era criar uma criatura
bela, mas isto não acontece. Por causa deste acontecimento, o estudante abandona sua
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Frankenstein, o monstro retratado no livro de Mary Shelley, é um ser que, ao
mesmo tempo é monstruoso, mas também articulado e culto. A criatura não age por
categoria de outsider gótico. Ele age por causa e conseqüência. Como foi abandonado
por seu criador, e é escorraçado pela sociedade, por causa de sua aparência, o mesmo se
rebela e sente rancor pela humanidade. E, por isso, o primeiro da lista de seus desafetos
para poder ter o afeto dos mesmos pela compaixão e amor, mas nem assim ele obtém
êxito. Por ser diferente, ele é renegado e banido. Vive em lugares onde o homem não
frias, com lagos e nevoeiros, que dão um clima de mistério e calma mortal. No cinema,
mais cenários dignos de contos de terror foram transportados para a narrativa: como
do romance gótico, pois apesar de ter um herói e uma “princesa”, que seriam Victor e
Elizabeth, ambos sucumbem à ira da criatura. Não há um final feliz, mas sim uma lição
de moral em relação à curiosidade do homem com a ciência e como este último não
homem se atrever a realizar este feito, sobre ele cairá sua própria destruição.
de Hollywood. A adaptação para o cinema da obra de Mary Shelley foi muito ampla,
diversas vezes com modificações significativas no roteiro. Foi através do cinema que se
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criou a imagem definitiva e estereotipada do monstro Frankenstein: um ser muito alto,
personagem. O primeiro deles, dirigido por James Whale, em 1931, foi influenciado
pelo expressionismo alemão e pela peça de Peggy Webling de 1927. Produzido pela
Universal Pictures, o filme não era fiel ao texto de Mary Shelley e cometia várias
liberdades como nomear a criatura como Frankenstein, supondo que o personagem seria
uma extensão da família de Victor. Além disso, no filme, o criador não rejeita a criatura,
mas conclui que a experiência foi um sucesso. Outro aspecto é que Victor é
Em 1935, há uma continuação, que vai criar um filão de outros filmes sobre o
dirigido também por Whale, traz outra liberdade do roteiro. No original de Mary
Shelley, o monstro quer que seu inventor crie uma fêmea igual a ele, para que ele possa
deixar Victor e a humanidade em paz. Porém, o criador não sede a vontade de sua
criatura. No filme, Victor cria uma noiva para Frankenstein, porém ela o rejeita. Outros
filmes da Universal Pictures que precederam este dois foram: O filho de Frankenstein
Mary Shelley em uma obra popular para a massa, porém bastante tolhida da obra
original da autora.
realizado em 1994, dirigido por Kenneth Branagh com o mesmo no papel de Victor
24
Frankenstein, Robert De Niro como a criatura e Helena Bonham Carter como Elizabeth.
Este último longa subverte totalmente a obra de Mary Shelley, pois modifica bastante a
casa em que Frankenstein aprende a ler viram marido e mulher com filhos e no final,
criado).
cinema, foram, além de Frankenstein, The Strange Case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde
(1886) de Robert Louis Stevenson, The Island of Dr. Moreau (1896), de H. G. Wells ,
Lucía Frasquet identificou, em sua tese de doutorado sobre o diretor Tim Burton,
em específico, foi como ele criou em seus trabalhos sua própria comunidade outsider
gótica. Na grande maioria de seus filmes, o diretor trabalha com atores fora dos padrões
atores estão constantemente em seus filmes, como Johnny Depp, Helena Bohan Carter,
escolhido para seus filmes são pessoas que conseguem passar a emoção exigida pelo
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roteiro apenas pela expressão de seus rostos. O diretor enfatiza em todos os seus filmes,
que ele usa muitas referências do cinema mudo, por isso, a imagem é mais importante
do que a palavra. Alguns comentários do diretor durante seus filmes são que tal ator tem
que está sentindo na cena. Os atores que participam de seus filmes são unânimes em
dizer que foram escolhidos por causa de sua excentricidade. Alguns, como Vicent Price
e Christopher Lee, foram homenageados pelo diretor com pontas em longas do diretor,
pois são atores que ficaram consagrados por seus personagens em filmes antigos de
Além disso, a fotografia trabalha com os contrastes: preto versus branco, preto
diretor faz questão de ressaltar, em todos os seus comentários nos filmes, que o cenário
tem a função de dar o tom do filme, fazer o espectador entrar no clima da narrativa. Se o
espectador não entrar no filme de cabeça, ele não consegue penetrar na trama que vai
cenário com cores fortes, casas perfeitamente arquitetadas, céu azul, grama verde, um
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centro urbano planejado, que dá o tom de sátira social do filme, que reproduz uma típica
cidade pequena dos Estados Unidos. Segundo o diretor, esta cenografia representa a sua
estranho através de flashbacks. O diretor se utiliza deste recurso para quebrar o conceito
frio do estereótipo, e afirmar que o personagem outsider tem uma história relevante, tem
um porquê da sua personalidade presente e afirma que ele possui uma individualidade.
principal com seus pais. Por este meio, o espectador entende o contexto do personagem
movimento em que a câmera procura algo, entra dentro de alguém ou alguma coisa,
caricata e algumas situações são criticadas como a fofoca, a “falsa” boa recepção dos
americanos em relação a estranhos (para depois falarem mal pelas costas), o uso
A trilha sonora é outro instrumento utilizado pelo diretor para dar o tom sombrio
geram trilhas sonoras inesquecíveis, pois os dois podem trabalhar com uma melhor
sintonia. Exemplos disso são as músicas dos filmes de Giuseppe Tornatore por Ennio
Morricone, Alfred Hitchcock por Bernard Herrmann e Federico Fellini por Nino Rota.
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Tim Burton elegeu Danny Elfman como seu parceiro e consegue passar o sentimento do
“ Tim have a great imagination and we seems to share the similar aproches to
things, the way we looked things. (...) Its easy for me to put music to his
images, when I see stuff that he does I hear music hide away.” (Filme
Edward Mãos de Tesoura – informações especiais – entrevista com Danny
Elfman. Visualizado em 20/10/2007)
outsider, pálido, com cabelos negros, tímido e desajeitado. Estes personagens são seu
auto-retrato, ou seja, é a forma com que Burton possa revelar seus pensamentos e atos
não estão conformadas com seu papel na sociedade e o “mocinho” dos filmes, no caso o
outsider gótico, vem para tirá-las dessa situação. Assim, as personagens tomam outro
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A sociedade americana sempre vigilante em relação ao outsider
gótico
expressão na carreira de Tim Burton. Primeiro, pois foi a sua primeira obra em que teve
– humano outsider gótico, interpretado por Johnny Depp, que tenta se adaptar à
de uma montanha e não tem contato com o mundo externo, desde a morte do seu
inventor. O criador de Edward falece antes de terminá-lo, o que faz com que o mesmo
ficasse inacabado. A última parte do corpo que o faria um humano completo, as mãos, e
que poderiam proporcionar seu contato com o mundo, não foram implantadas e por isso,
personagem que quer se comunicar, mas não consegue. Tocar alguém, abraçar, apertar
as mãos são sinais de intimidade e de aproximação, ações que Edward não pode
realizar. Por ser diferente dos outros e não saber lidar com o mundo externo, o
personagem se isola em seu castelo melancólico até ser encontrado por Peg Boggs,
interpretada por Dianne Wiest, uma dona de casa representante da Avon. No decorrer da
trama, Edward tenta se adaptar à vida do subúrbio americano sem sucesso. Apaixona-se
por Kim, filha de Peg, mas esse amor não pode ser concretizado pela natureza diferente
dos dois.
que a personagem é a única que vê Edward como ele realmente é, pois ela se assusta na
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primeira vez que o vê, ao contrário dos outros. Por isso, segundo Lucía Frasquet, Kim
“parece tener uma vida perfecta, pero hay algo em Ella que es como Edward. En cierto
modo, ella es una outsider incluso estando tan integrada. Esa es la razón por La que se
que a liberdade de expor seus sentimentos lhe proporciona, depois de libertar-se de seu
namorado e percebendo a pureza e o amor por Edward, é a cena em que Kim dança na
neve, enquanto Edward esculpe uma estátua de gelo. Aquele momento foi o único que a
A personagem Kim dança na neve enquanto Edward esculpe uma estátua de gelo.
coturno, tem a face pálida e cheia de cicatrizes, seus olhos tem profundas olheiras e seus
habilidades com elas, pois esculpe gramados e jardins, corta os cabelos das donas de
casa do subúrbio, ajuda na cozinha cortando legumes e até apara os pêlos dos cães.
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O abrigo do robô-humano é um castelo medieval, que remonta aos filmes de
janelas altas, pouca luz e estátuas de pedra assustadoras. Além disso, a mansão fica no
topo de uma montanha escura e envolta de nevoeiro. Este cenário contrasta com o
jardim do castelo, que é um pátio verde interno com arbustos em forma de pessoas,
objetos e animais. Este elemento mostra que não há só um “monstro” dentro daquele
castelo, mas também um artista. É uma metáfora também do personagem, que por fora
tem a aparência inacabada e monstruosa, mas por dentro é frágil e belo. Já o subúrbio
em que vive Peg Boggs é mostrado de maneira colorida, plana e planejada – com a
grama cortada corretamente e as casas iguais e pintadas de cores berrantes para que
morte de seu inventor possibilita o isolamento do personagem por ele não estar
personagem mata o ex-namorado de Kim Boggs, e este motivo o leva novamente para
seu isolamento, senão o mesmo teria que enfrentar as leis dos homens. Edward percebe
que um ser como ele não se adapta ao caos e a confusão que existem na sociedade
“normal”.
outsider gótico. Porém, o chamam de nomes nada agradáveis como o gillete, aleijado,
retardado, bobo, freak, coisa, aquilo. Perto do fim da trama, os habitantes da região
ficou conhecido pelo grande público pelo nome de Frankenstein. Curiosamente, no livro
personagem monstro-humano fez com que ele ficasse mais famoso que seu próprio
criador fictício. Da mesma maneira que na narrativa de Shelley, o monstro não tem um
final feliz na história. Edward termina isolado e vendo o mundo externo apenas de uma
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8.2– Ichabod Crane – “A lenda do cavaleiro sem cabeça”
A lenda do cavaleiro sem cabeça, lançado em 1999, faz uma livre adaptação do
Katrina Van Tassel, filha de um fazendeiro rico da cidade, com Abraham “Brom
Bones” Van Brunt. Em uma noite de outono, quando Crane sai de uma festa na casa dos
fantasma de um soldado alemão da região de Hesse, que perdeu sua cabeça durante a
guerra civil americana. A lenda conta que o soldado cavalga todas as noites em busca de
sua cabeça. Por conta desta visão, Crane desaparece da cidade, deixando Katrina casar
novamente pelo ator Johnny Depp. Por causa de um trauma de infância, a morte da mãe
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crente de que só através da ciência pode-se desvendar crimes. Porém, ao longo do
filme, Ichabod percebe que essa visão não pode solucionar todos os problemas
Hollow, uma vila campestre de Nova York, causando uma série de constrangimentos
para os moradores do local, que estão assustados pelos crimes brutais que ocorreram.
Além disso, o personagem utiliza métodos de investigação que eram tabus na época,
Katrina Van Tassel, que é a filha do comerciante mais importante de Sleppy Hollow,
interpretada por Christina Ricci. A atriz, que ficou marcada como a personagem
Vandinha Addams (do filme de comédia “A Família Addams), não tem uma beleza
clássica, mas excêntrica. Por isso, a aparência da interprete de Katrina nos cinemas não
se assemelha muito aos relatos do conto de Irving, já que se imagina uma figura
delicada e com uma beleza angelical. Esta beleza estranha fez com que a Katrina Van
Tassel ficasse com um aspecto mais gótico. Além de sua aparência e de seu figurino,
alguns sinais da cultura gótica são percebidos durante o filme, como seu interesse em
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A personagem Katrina Van Tassel, interpretada por Christina Ricci
outsider que está dentro do sistema, mas quer se libertar, porque não compartilha das
mesmas visões e vontades da cultura em que vive. Outsider no sentido em que não
segue as regras da sociedade, como, por exemplo, beija um forasteiro sem ao menos ver
seu rosto e passeia com o mesmo durante a madrugada sozinha. Numa cidade pequena
como Sleppy Hollow, estas ações não poderiam ter acontecido, pois é impróprio para
Os cenários do filme são inspirados nos quadros pintados pelo artista alemão
Caspar David Friedrich, que trazem ao filme uma atmosfera de mistério, medo em
natureza e como esta é divina e bela. O pintor é caracterizado como romântico e segue
um estilo gótico em suas obras. Suas paisagens não são apenas mera reproduções da
realidade, mas interpretações da natureza de modo subjetivo, como algo que vai além da
vida. Segundo o Wikipédia, “His landscapes seek not just the blissful enjoyment of a
beautiful view, as in the Classic conception, but an instant of sublimity, a reunion with
9. Conclusão
mostrar o mundo como ele é. Porém, como o mundo é vasto e incompreensível até no
e se insere na sociedade de maneira peculiar: o outsider gótico. Este estudo conclui que,
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sua categoria é bem representada pelos filmes de Burton. O diretor conseguiu trazer um
novo olhar para esse personagem, concebido pela literatura e criou traços que o
gótico, um lado sombrio e inquieto do individuo do mundo real, que quer ser
reconhecido e respeitado como todos os outros. Burton construiu uma nova categoria de
personagem para refletir aquele homem que não encontra seu lugar no mundo, que acha
que não se encaixa em nenhuma comunidade. A ênfase que o diretor revela em seus
filmes é que o diferente é caracterizado assim pela própria sociedade e que a diferença
deve ser celebrada como interessante, não sendo excluída do todo e principalmente, que
o individuo outsider gótico pode ser compreendido e tem seu espaço no mundo. Pelo
menos no cinema, agora, este indivíduo solitário pode identificar seu lugar e se projetar
Bibliografia:
ANDRADE, Luiz José Machado de. The themes of beauty and death in the work of
Brasiliense, 1981.
EISNER, Will. Graphic Storytelling and visual narrative. Tamarac, FL: :Poorhouse
Press.
POE, Edgar Allan. Selected short stories of Edgar Allan Poe. Cleveland: Fine Editions
Press, 1952.
WILLIAMS, Anne. Art of Darkness: A Poetics of Gothic. Chicago and London: Univ.
Artigo eletrônico:
The article, "Why I Am Afraid of the Dark" was originally published in Arts: Lettres,
Spectacles, number 777, June 1-7, 1960 and is reproduced in Sidney Gotleib's
Hitchcock on Hitchcock (University of California Press, 1995), pp. 142-145. Site com a
citação: http://www.imagesjournal.com/issue03/features/hitchnabnotes.htm#20)
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Tese de doutorado:
FRASQUET, Lucía Solaz. Tim Burton y la construcción del universo fantástico. 2003.
Dissertação (Doutorado) - Universidade de Valencia, Departamento de Teoría de los
Lenguajes. Disponível em:
<http://www.tesisenxarxa.net/TESIS_UV/AVAILABLE/TDX-0527104-
41749/solaz.pdf> Acesso a partir de: 01 de agosto de 2007.
Tese de mestrado:
Sites:
http://www.wsu.edu/~delahoyd/frankenstein.films.html
http:// wikipedia.org/
http://www.spectrumgothic.com.br/
http://gotikka.blogspot.com
http://www.umbraum.com/
http://www.tim-burton.net/
http://www.adorocinema.com.br
http://minadream.com/timburton/
http://lemondedetimburton.com/
http://www.revistaetcetera.com.br/15/bortoloto/bortoloto2.htm
http://www.duplipensar.net
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http://kclibrary.nhmccd.edu/decade50.html
http://www.bartleby.com/229/1205.html
http://www.imagesjournal.com
http://www.gothiccastle.net/
http://www.elp.it/bygothic/immagini/arte/friedrich/index.html
Filmes:
Tim Burton e Denise Di Novi. Intérpretes: Johnny Depp, Winona Ryder, Dianne Wiest,
Anthony Michael Hall, Kathy Baker. Roteiro: Caroline Thompson, baseado em estória
de Caroline Thompson e Tim Burton. Estados Unidos: 20th Century Fox, 1990. 1 dvd
(105 minutos).
Sleppy Hollow (A lenda do cavaleiro sem cabeça). Direção Tim Burton. Produção:
Scott Rudin e Alan Schroeder. Intérpretes: Johnny Depp, Christina Ricci, Miranda
Richardson, Michael Gambon, Casper Van Dien, Jeffrey Jones, Christopher Lee,
Christopher Walken, Martin Landau. Roteiro: Andrew Kevin Walker, baseado em conto
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