Sobre Barramentos Comerciais de PC

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1.

Introdução

O que são barramentos?

Na computação barramentos são o meio de comunicação entre as partes integrantes da placa


levando e trazendo informações de um lado a outro inclusive de placas de expansão. Na história
da computação, já foram criados diversos modelos de barramentos, cada um para determinado
momento especifico e uma tecnologia que de certa forma era melhor que sua predecessora,
mais adiante vamos falar um pouco de cada barramento e sua história.

2. Barramentos

2.1. ISA

O primeiro barramento de expansão utilizado em micro PC, sua primeira versão foi utilizada
pelos primeiros computadores e contava com slot de 8 bits, sua segunda versão era disposta de
slots com 16 bits sendo introduzida nos micros 286. Mesmo sendo processadores de 8 bits, os
8088 se comunicavam com os periféricos externos utilizando um barramento de 8 bits. Por este
motivo, o padrão ISA era um barramento de 8 bits, onde inicialmente operava com taxa de
4.77Mhz de transferência (frequência de clock do pc original). Mas em seguida foi produzido o
PC XT, onde o processador e o barramento funcionavam a uma taxa de 8.33Mhz. Com a
introdução dos micros 286 no mercado, o barramento ISA sofreu uma atualização para
barramentos de 16 bits, mas garantindo o seu funcionamento com as placas antigas de 8 bits.
Onde os pinos adicionais foram adicionados em forma de extensão aos já existentes, dividindo-
o em duas partes onde a primeira parte suportava as placas de 8 bits e a segunda suportava as
de 16 bits.

SLOT ISA Uma coisa que chama a atenção sobre este barramento é que ele conta com noventa
e oito contatos para um slot de 16 bits, onde dezesseis trilhas são de dados e as demais são para
endereçamento, alimentação elétrica, sinal de clock , refresh e assim por diante.

Esquema de pinos do SLOT Cada um destes pinos podia ser controlado individualmente por meio
de software, e muitas placas não utilizavam todos os pinos do conector. Por ser de fácil
programação, as controladoras ISA eram as preferidas por pessoas que trabalhavam com
automatização e robótica por muito tempo. Um barramento muito complexo, porém
extremamente lento, em referência aos padrões atuais, pois mesmo operando a uma taxa de
8.33Mhz, era preciso ter tempo de espera entre as transferências, fazendo com que na prática
se atingisse apenas metade da frequência nominal disponível, ou seja, no ISA 16 bits era possível
obter uma taxa de transmissão de 8.33Mhz, porém devido a espera ocasionada pelo protocolo
utilizado, era possível obter a taxa um pouco superior a 5Mbps da real disponibilizada. Fazendo
com que assim que fosse criado um padrão melhor, os periféricos mais rápidos como placa de
vídeo, rede e interfaces IDE migrassem de tecnologia.

2.2. MCA, EISA e VLB

Quando surgiram os processadores 386, que utilizavam palavras binarias de 32 bits, foi
necessário a criação de barramentos mais rápido que o ISA para a utilização de periféricos como
placas de vídeo e HD’s. A IBM foi a primeira a desenvolver o barramento MCA, que operava a
10Mhz, resultando em uma taxa teórica de transferência de 32 Mbps. Primeiro barramento
capaz de suportar a tecnologia Plug and Play mesmo oito anos antes do lançamento do Windows
95, também suportando Bus Mastering, que permitia ao HD e a outros periféricos transferissem
dados diretamente para a memória RAM. Inicialmente, os demais fabricantes continuaram
produzindo micros 386 e 486 utilizando apenas periféricos ISA, o que resultava em limitações
óbvias, sobretudo com relação ao desempenho do HD e vídeo, o que os tornava praticamente
inutilizáveis para edição de imagens e vídeo, por exemplo, onde os Macs dominavam. Por
utilizarem o mesmo barramento dos micros 286 (também chamados de PC-AT), eles eram
chamados de "AT 386" ou "AT 486". O "AT" nesse caso indica uma limitação e não um recurso
extra. :) Não demorou para que a Compaq desenvolvesse o EISA e abrisse as especificações para
os demais fabricantes, criando uma entidade sem fins lucrativos para impulsionar seu
desenvolvimento. O EISA é um barramento peculiar. As dimensões são as mesmas de um slot
ISA de 16 bits, porém o slot é mais alto e possui duas linhas de contatos. A linha superior mantém
a mesma pinagem de um slot ISA de 16 bits, de forma a manter a compatibilidade com todos os
periféricos, enquanto a linha inferior inclui 90 novos contatos, utilizados pelas placas de 32 bits.
O EISA acabou tendo uma vida curta, pois em 1993 surgiu o VLB (VESA Local Bus), outro padrão
aberto de barramento de 32 bits, que conseguia ser muito mais rápido, trabalhando a uma
frequência nominal de 33 MHz e oferecendo taxas de transferência teóricas de até 133 MB/s.
Inicialmente o VLB (ou VESA, como é chamado por muitos) surgiu como barramento próprio
para a conexão da placa de vídeo. Nesta época, o Windows 3.11 e os aplicativos gráficos já eram
populares, de forma que existia uma grande demanda por placas de vídeo mais rápidas. O
"rápido" que menciono aqui é a simples capacidade de atualizar a tela em tempo real enquanto
edita uma imagem no Photoshop, não tem nada a ver com aceleração 3D ou exibição de vídeo
em alta resolução, como temos hoje em dia :). Além de serem muito lentas, as placas de vídeo
ISA eram limitadas à exibição de apenas 256 cores. Graças à boa velocidade, o VLB acabou
tornando-se o padrão também para outros periféricos, como controladoras IDE e SCSI.
Novamente, existiu a preocupação de manter compatibilidade com as placas ISA, de forma que
os slots VLB são na verdade uma expansão, onde temos um slot ISA tradicional, seguido por um
segundo conector.

2.3. PCI

Embora fosse relativamente rápido, o VLB estava longe de ser perfeito. Em 1992 foi introduzido
o barramento PCI, que manteve a mesma frequência de operação, mas incorporou suporte
nativo a plug-and-play e bus mastering, além de romper os laços de legado com o ISA, o que
simplificou muito a pinagem do barramento. O PCI opera nativamente a 33 MHz, o que resulta
em uma taxa de transmissão teórica de 133 MB/s. Entretanto, assim como em outros
barramentos, a frequência do PCI está vinculada à frequência de operação da placa-mãe, de
forma que, ao fazer overclock (ou underclock) a frequência do PCI acaba também sendo
alterada. Em uma placa-mãe soquete 7 antiga, que opera a 66 MHz, o PCI opera à metade da
frequência da placa-mãe. Ao fazer overclock para 75 ou 83 MHz, o PCI e todas as placas
conectadas a ele passam a operar a respectivamente 37.5 MHz e 41.5 MHz. Isto acabava
resultando em um ganho expressivo de desempenho, já que, além do processador, temos
ganhos de desempenho também em outros componentes. Conforme a frequência das placas foi
subindo, passaram a ser utilizados divisores cada vez maiores, de forma a manter o PCI operando
à sua frequência original. Em uma placa-mãe operando a 133 MHz, a frequência é dividida por
4 e, em uma de 200 MHz, é dividida por 6. Como você pode notar, o barramento PCI tem se
tornado cada vez mais lento com relação ao processador e outros componentes, de forma que
com o passar do tempo os periféricos mais rápidos migraram para outros barramentos, como o
AGP e o PCIExpress. Ou seja, a história se repete, com o PCI lentamente se tornando obsoleto,
assim como o ISA há uma década atrás.

2.4. PCMIA

( PC CARD ) O padrão PCMCIA surgiu em 1990 como um padrão para a expansão de memória
em notebooks. A ideia era permitir a instalação de memória RAM adicional sem precisar abrir o
notebook e instalar novos módulos o que, na maioria dos modelos da época, era bem mais
complicado do que hoje em dia. Em 1991 foi lançado o padrão 2.0, que previa a conexão de
outros periféricos, como modems, placas de rede, placas de som, adaptadores de cartões e
assim por diante. Ironicamente, o padrão PCMCIA foi rapidamente adotado pelos principais
fabricantes, tornando-se o barramento de expansão mais usado nos notebooks, mas nunca
chegou a ser realmente utilizado para atualização de memória, como originalmente proposto.
:) A partir da versão 2.0, o padrão também mudou de nome, passando a se chamar oficialmente
"PC Card". Apesar disso, o nome "PCMCIA" acabou pegando e, embora não seja mais o nome
oficial do padrão, é usado por muita gente. Tecnicamente, "PCMCIA" é o nome da associação de
fabricantes, enquanto "PC Card" é o nome do barramento, mas, na prática, os dois acabam
sendo usados como sinônimos. Existem duas versões do barramento PC Card. O padrão original
era baseado em uma versão "modernizada" do barramento ISA, que operava a 10 MHz (sem
tempos de espera), transmitindo 16 bits por ciclo, resultando em um barramento de 20 MB/s.
Em 1995 foi lançada uma versão atualizada, baseada no barramento PCI, que continua em uso
até os dias de hoje. O novo padrão preservou a compatibilidade com as placas antigas, de forma
que você pode continuar utilizando modems e placas de rede PC Card antigas, mesmo em um
notebook atual. :) Naturalmente, o oposto não é verdadeiro, de forma que as placas de 32 bits
não funcionam nos notebooks antigos, embora o encaixe seja o mesmo. É fácil diferenciar os
dois tipos, pois as placas de 32 bits possuem uma decoração dourada no encaixe. Aqui temos
duas placas de 16 bits (um modem e uma placa wireless) e uma placa de rede de 32 bits no
centro, que podemos diferenciar pela presença do detalhe dourado.

2.5. AMR e CNR

A grande maioria dos chipsets atuais incluem interfaces de rede e áudio onboard. Muitos
incluem também um modem integrado. Ao contrário da placa de rede, que trabalha utilizando
sinais digitais, tanto a placa de som quanto o modem utilizam saídas analógicas, o que significa
que além dos controladores são necessários os componentes necessários para a conversão
digital/analógico e analógico/digital. Muitos fabricantes consideram mais simples separar os
componentes analógicos em uma placa externa, o que ajuda a eliminar problemas de
interferência e permite que Os slots AMR e CNR são encontrados principalmente nas placas da
PC-Chips, ECS e Phitronics, usados para o modem fornecido junto com a placa. A PC-Chips é uma
subsidiária da ECS e a Phitronics é a marca usada pelas placas fabricadas no Brasil, de forma que
as placas das três marcas são muito semelhantes e compartilham os mesmos componentes
básicos. Como você pode ver, o "modem" CNR é bem simples, contendo apenas o relay, alguns
varistores e os dois chips (HSP e DAA) que fazem a interface com a linha telefônica. Embora
menos comum, os modems AMR ou CNR podem ser encontrados também em algumas placas
de outros fabricantes que oferecem modem onboard, como algumas placas da AsRock. Também
existem placas de som CNR, fornecidas junto com algumas placas atuais. Normalmente, elas são
usadas em placas que oferecem áudio de 6 canais e/ou saídas digitais, já que é difícil integrar
todos os conectores e os demais componentes necessários na própria placa-mãe. Estas placas
costumam ser bem mais complexas e, devido à similaridade do encaixe, são às vezes
confundidas com placas PCI Express. Note que as placas AMR e CNR são atreladas à placa-mãe,
já que são apenas um complemento para os componentes integrados na placa. Não espere que
o modem ou a placa de som CNR fornecida com uma placa-mãe funcione em outra.
Coincidências acontecem, mas nem sempre. :) Um outro padrão similar é o ACR. Ele é um padrão
aberto, desenvolvido por uma associação de fabricantes (incluindo a AMD, VIA, nVidia, Motorola
e outros), que oferecia a vantagem de permitir o uso de outros dispositivos, além de placas de
som e modems. O ACR utiliza o mesmo encaixe dos slots PCI, mas ele é invertido e colocado
numa posição diferente para evitar confusão. O ACR foi utilizado em placas de diversos
fabricantes, entre eles alguns modelos da Asus, Leadtek, MSI e Chaintech, mas apenas durante
um curto espaço de tempo, entre o final de 2002 e início de 2003, desaparecendo em seguida.
Alguns dizem que o ACR é um padrão proprietário da Asus, mas essa informação é incorreta. É
bastante improvável que você venha a ter em mãos uma placa com o ACR, de forma que o cito
aqui apenas como curiosidade.

2.6. AGP

Embora seja mais recente que o PCI e tenha sido largamente utilizado, o AGP é atualmente um
barramento em vias de extinção, devido à popularização do PCIExpress. Desde o final de 2006,
placas novas com slots AGP são um item raro, com exceção de algumas placas da PC-Chips, ECS
e Phitronics. A idéia central do AGP é ser um barramento rápido, feito sob medida para o uso
das placas 3D de alto desempenho. A versão original do AGP foi finalizada em 1996,
desenvolvida com base nas especificações do PCI 2.1. Ela operava a 66 MHz, permitindo uma
taxa de transferência teórica de 266 MB/s. Na época, as placas 3D ainda eram bastante
primitivas, de forma que ainda não existia uma demanda tão grande por um barramento mais
rápido. Por causa disso, o AGP demorou um pouco para se popularizar. O primeiro chipset com
suporte a ele foi o Intel i440LX, lançado no final de 1997, e a adoção ocorreu de forma gradual
durante 1998 e 1999. O padrão AGP inicial não chegou a ser muito usado, pois em 1998 surgiu
o padrão AGP 2X, que mantém a frequência de 66 MHz, mas introduz o uso de duas
transferências por ciclo (assim como nas memórias DDR), dobrando a taxa de transferência. Em
seguida foi introduzido o AGP 4X e o 8X, que realizam, respectivamente, 4 e 8 transferências por
ciclo, atingindo taxas de transferência teóricas de 1066 e 2133 MB/s. O desempenho de uma
placa 3D é fortemente atrelado à velocidade de acesso à memória. Mais de 95% das informações
que compõem uma cena 3D de um game atual são texturas e efeitos, que são aplicados sobre
os polígonos. As texturas são imagens 2D, de resoluções variadas que são "moldadas" sobre
objetos, paredes e outros objetos 3D, de forma a criar um aspecto mais parecido com uma cena
real. A velocidade do barramento AGP é importante quando o processador precisa transferir
grandes volumes de texturas e outros tipos de dados para a memória da placa de vídeo, quando
a memória da placa se esgota e ela precisa utilizar parte da memória principal como
complemento e também no caso de placas de vídeo onboard, que não possuem memória
dedicada e, justamente por isso, precisam fazer todo o trabalho usando um trecho reservado da
memória principal. Naturalmente, tudo isso também pode ser feito através do barramento PCI.
O problema é que a baixa velocidade faz com que a queda no desempenho seja cada vez maior,
conforme cresce o desempenho da placa de vídeo. Durante muito tempo, fabricantes como a
nVidia e a ATI continuaram oferecendo suas placas também em versão PCI, mas a partir de um
certo ponto, a diferença de desempenho entre as duas versões passou a ser tamanha que, por
mais que ainda existisse uma certa demanda, as placas PCI foram sumariamente
descontinuadas. Outra vantagem do AGP é que o barramento é reservado unicamente à placa
de vídeo, enquanto os 133 MB/s do barramento PCI são compartilhados por todas as placas PCI
instaladas. Note que existe uma diferença entre barramento e slot. Uma placa de vídeo onboard
é apenas um chip instalado na placa-mãe, ou mesmo um componente integrado diretamente
ao chipset e não uma "placa" propriamente dita. Mesmo assim, ela pode ser ligada ao
barramento AGP, utilizando uma conexão interna. É muito comum ainda que a placa-mãe inclua
um chipset de vídeo onboard e, ao mesmo tempo, um slot AGP, que permite instalar uma placa
offboard. Neste caso, entretanto, a placa onboard é desativada ao instalar uma placa offboard,
já que o AGP não pode ser compartilhado pelas duas placas. Assim como no caso do barramento
PCI, a frequência do barramento AGP está atrelada à frequência de operação da placa-mãe, de
forma que, ao fazer overclock aumentando a frequência do FSB, a frequência do barramento
AGP sobe na mesma proporção, o que, a partir de um certo ponto pode causar problemas de
estabilidade. Entretanto, aumentar a frequência do AGP não tem uma relação direta com o
desempenho da placa de vídeo, pois as placas atuais utilizam um circuito de clock próprio e por
isso não são influenciadas por mudanças na frequência do barramento. Aumentando a
frequência do AGP, melhoramos apenas o fluxo de dados entre a placa de vídeo, memória e
processador, o que tem pouco efeito nas placas atuais, com slots AGP 4X ou 8X.

Além da questão da velocidade, existe também a questão da tensão utilizada. O padrão AGP 1.0
previa placas AGP 1X e 2X, que utilizam tensão de 3.3V. O padrão AGP 2.0, finalizado em 1998,
introduziu o AGP 4X e a tensão de 1.5V (utilizada pelas placas atuais), quebrando a
compatibilidade com o padrão antigo.

2.7. PCI EXPRESS

Ao longo da história da plataforma PC, tivemos uma longa lista de barramentos, começando
com o ISA de 8 bits, usado nos primeiros PCs, passando pelo ISA de 16 bits, MCA, EISA, e VLB,
até finalmente chegar no barramento PCI, que sobrevive até os dias de hoje. O PCI é um
barramento de 32 bits, que opera a 33 MHz, resultando em uma banda total de 133 MB/s,
compartilhada entre todos os periféricos ligados a ele. O PCI trouxe recursos inovadores (para a
época), como o suporte a plug-and-play e bus mastering. Comparado com os barramentos
antigos, o PCI é bastante rápido. O problema é que ele surgiu no começo da era Pentium, quando
os processadores ainda trabalhavam a 100 MHz. Hoje em dia temos processadores na casa dos
3 GHz e ele continua sendo usado, com poucas melhorias. Por ser compartilhado entre todos os
dispositivos ligados a ele, o barramento PCI pode ser rapidamente saturado, com alguns
dispositivos rápidos disputando toda a banda disponível. O barramento se torna então um
gargalo, que limita o desempenho global do PC. A fase mais negra da história do barramento PCI
foi durante a época das placas soquete 7 (processadores Pentium, Pentium MMX, K6 e 6x86),
quando o barramento PCI era o responsável por praticamente toda a comunicação entre os
componentes do micro, incluindo todos os periféricos, a comunicação entre a ponte norte e
ponte sul do chipset, as interfaces IDE, etc. Até mesmo o antigo barramento ISA era ligado ao
PCI através do PCI-to-ISA bridge (ponte PCI-ISA), um controlador usado nos chipsets da época.
Isso fazia com que o barramento ficasse incrivelmente saturado, limitando severamente o
desempenho do micro. Eram comuns situações onde o desempenho do HD era limitado ao rodar
games 3D, pois a placa de vídeo saturava o barramento, não deixando espaço suficiente para os
demais componentes. A história começou a mudar com o aparecimento do barramento AGP.
Ele desafogou o PCI, permitindo que a placa de vídeo tivesse seu próprio barramento rápido de
comunicação com o chipset. O AGP matou dois coelhos com uma cajadada só, pois permitiu o
aparecimento de placas 3D absurdamente mais rápidas e desafogou a comunicação entre os
demais componentes. Rapidamente todas as placas de vídeo passaram a utilizá-lo, com os
fabricantes oferecendo versões PCI apenas dos modelos mais simples. O passo seguinte foi a
criação de barramentos dedicados para a comunicação entre os diversos componentes do
chipset (como o DMI, usado em chipsets Intel, e o HyperTransport), fazendo com que as
interfaces IDE ou SATA e outros componentes também ganhassem seu canal exclusivo. O PCI
passou então a ser exclusividade das próprias placas PCI.

O problema é que, mesmo desafogado, o PCI é muito lento para diversas aplicações. É lento
demais para ser utilizado por placas de rede Gigabit Ethernet (embora seja suficiente na teoria,
na prática a história é um pouco diferente, devido ao compartilhamento da banda), por placas
SCSI modernas, ou mesmo por placas RAID e controladoras eSATA. Além disso, os slots PCI
utilizam um número muito grande de trilhas na placa-mãe, o que é dispendioso para os
fabricantes. Existiram tentativas de atualização do PCI, como o PCI de 64 bits, o PCI de 66 MHz
e o PCI-X, que além de ser um barramento de 64 bits, trabalha a 133 MHz, resultando num
barramento de 1024 MB/s. Em termos de velocidade, o PCI-X supriria as necessidades dos
periféricos atuais, o problema é que, devido ao grande número de contatos e ao tamanho físico
dos slots, ele acaba sendo um barramento muito dispendioso e imprático, que ficou relegado
aos servidores topo de linha.

2.7.1. FUNCIONAMENTO DO PCI EXPRESS

Ao longo da história da plataforma PC, tivemos uma longa lista de barramentos, começando
com o ISA de 8 bits, usado nos primeiros PCs, passando pelo ISA de 16 bits, MCA, EISA, e VLB,
até finalmente chegar no barramento PCI, que sobrevive até os dias de hoje. O PCI é um
barramento de 32 bits, que opera a 33 MHz, resultando em uma banda total de 133 MB/s,
compartilhada entre todos os periféricos ligados a ele. O PCI trouxe recursos inovadores (para a
época), como o suporte a plugand-play e bus mastering. Comparado com os barramentos
antigos, o PCI é bastante rápido. O problema é que ele surgiu no começo da era Pentium, quando
os processadores ainda trabalhavam a 100 MHz. Hoje em dia temos processadores na casa dos
3 GHz e ele continua sendo usado, com poucas melhorias. Por ser compartilhado entre todos os
dispositivos ligados a ele, o barramento PCI pode ser rapidamente saturado, com alguns
dispositivos rápidos disputando toda a banda disponível. O barramento se torna então um
gargalo, que limita o desempenho global do PC. A fase mais negra da história do barramento PCI
foi durante a época das placas soquete 7 (processadores Pentium, Pentium MMX, K6 e 6x86),
quando o barramento PCI era o responsável por praticamente toda a comunicação entre os
componentes do micro, incluindo todos os periféricos, a comunicação entre a ponte norte e
ponte sul do chipset, as interfaces IDE, etc. Até mesmo o antigo barramento ISA era ligado ao
PCI através do PCIto-ISA bridge (ponte PCI-ISA), um controlador usado nos chipsets da época.
Isso fazia com que o barramento ficasse incrivelmente saturado, limitando severamente o
desempenho do micro. Eram comuns situações onde o desempenho do HD era limitado ao rodar
games 3D, pois a placa de vídeo saturava o barramento, não deixando espaço suficiente para os
demais componentes.
A história começou a mudar com o aparecimento do barramento AGP. Ele desafogou o PCI,
permitindo que a placa de vídeo tivesse seu próprio barramento rápido de comunicação com o
chipset. O AGP matou dois coelhos com uma cajadada só, pois permitiu o aparecimento de
placas 3D absurdamente mais rápidas e desafogou a comunicação entre os demais
componentes. Rapidamente todas as placas de vídeo passaram a utilizá-lo, com os fabricantes
oferecendo versões PCI apenas dos modelos mais simples. O passo seguinte foi a criação de
barramentos dedicados para a comunicação entre os diversos componentes do chipset (como o
DMI, usado em chipsets Intel, e o HyperTransport), fazendo com que as interfaces IDE ou SATA
e outros componentes também ganhassem seu canal exclusivo. O PCI passou então a ser
exclusividade das próprias placas PCI. O problema é que, mesmo desafogado, o PCI é muito lento
para diversas aplicações. É lento demais para ser utilizado por placas de rede Gigabit Ethernet
(embora seja suficiente na teoria, na prática a história é um pouco diferente, devido ao
compartilhamento da banda), por placas SCSI modernas, ou mesmo por placas RAID e
controladoras e SATA. Além disso, os slots PCI utilizam um número muito grande de trilhas na
placa-mãe, o que é dispendioso para os fabricantes. Existiram tentativas de atualização do PCI,
como o PCI de 64 bits, o PCI de 66 MHz e o PCI-X, que além de ser um barramento de 64 bits,
trabalha a 133 MHz, resultando num barramento de 1024 MB/s. Em termos de velocidade, o
PCI-X supriria as necessidades dos periféricos atuais, o problema é que, devido ao grande
número de contatos e ao tamanho físico dos slots, ele acaba sendo um barramento muito
dispendioso e imprático, que ficou relegado aos servidores topo de linha.

2.8. USB

O USB é um velho conhecido. Simplesmente o barramento externo mais usado atualmente. O


que torna o USB tão popular é a sua flexibilidade; além de ser usado para a conexão de todo o
tipo de dispositivos, ele fornece uma pequena quantidade de energia, permitindo que os
conectores USB sejam usados também por carregadores, luzes, ventiladores, aquecedores de
xícaras de café, etc. No USB 1.x, as portas transmitem a apenas 12 megabits, o que é pouco para
HDs, pendrives, drives de CD, placas wireless e outros periféricos rápidos. Mas, no USB 2.0, o
padrão atual, a velocidade foi ampliada para 480 megabits (ou 60 MB/s), suficiente para a
maioria dos pendrives e HDs externos. Existem quatro tipos de conectores USB, o USB tipo A,
que é o mais comum, usado por pendrives e topo tipo de dispositivo conectado ao PC, o USB
tipo B, que é o conector "quadrado" usado em impressoras e outros periféricos, além do USB
mini 5P e o USB mini 4P, dois formatos menores, que são utilizados por câmeras, mp3players,
palmtops e outros gadgets. O USB é um barramento serial, por isso os conectores possuem
apenas 4 contatos, sendo dois para a transmissão dos dados (um para enviar, outro para
receber) e os outros dois para a transmissão de eletricidade.

Os dois pinos para a transmissão de dados são os dois mais centrais, enquanto os para energia
são os dois externos. Olhando um conector USB com os contatos virados para baixo, o pino da
direita é o positivo, enquanto o da esquerda é o neutro. Dentro do cabo, o fio vermelho é o
positivo, o preto é o neutro, enquanto o verde e o branco são os usados para transmissão de
dados.

2.9. FIREWIRE

O Firewire surgiu em 1995 (pouco antes do USB), como um concorrente do barramento SCSI.
Inicialmente ele foi desenvolvido pela Apple e depois submetido ao IEEE, quando passou a se
chamar IEEE 1394. Embora seja mais popularmente usado, o nome "Firewire" é uma marca
registrada pelo Apple, por isso você não vai encontrar referência a ele em produtos ou
documentação de outros fabricantes. Outro nome comercial para o padrão é o "i.Link", usado
pela Sony. O Firewire é um barramento serial, muito similar ao USB em vários aspectos. A versão
inicial do Firewire já operava a 400 megabits (ou 50 MB/s), enquanto o USB 1.1 operava a apenas
12 megabits. Apesar disso, o USB utilizava transmissores e circuitos mais baratos e era livre de
pagamento de royalties, o que acabou fazendo com que ele se popularizasse rapidamente. Na
época, a indústria procurava um barramento de baixo custo para substituir as portas seriais e
paralelas e, como de praxe, acabou ganhando a solução mais barata. Atualmente o Firewire
enfrenta também a concorrência do eSATA, a versão externa do SATA, que permite a conexão
de HDs e drives ópticos externos, o que o deixa em posição pouco confortável. Assim como o
USB, o Firewire é um barramento plug-and-play e suporta a conexão de vários periféricos na
mesma por porta, utilizando uma topologia acíclica, onde um periférico é diretamente
conectado ao outro e todos se enxergam mutuamente, sem necessidade de uso de hubs ou
centralizadores. Você poderia, por exemplo, conectar um HD externo (com duas portas Firewire)
ao PC e conectar uma filmadora ao HD e o PC enxergaria ambos.

2.10. WUSB

O WUSB (Wireless USB) é uma versão sem fios do USB, que utiliza o sistema UWB para a
transmissão de dados a curtas distâncias, utilizando sinais de baixa potência. Em teoria, o WUSB
suporta taxas de transmissão de até 480 megabits a distâncias de até 3 metros e 110 megabits
a até 10 metros. Como o sinal utiliza uma potência muito baixa, o WUSB é adequado para
interligar aparelhos dentro do mesmo ambiente (a mesma sala ou escritório, por exemplo), sem
que existam obstáculos importantes entre eles.

O objetivo é que o WUSB seja uma opção ao uso do USB em todo tipo de periféricos, incluindo
mouses, joysticks, impressoras, scanners, câmeras digitais, mp3players e até mesmo HDs
externos.

As taxas de 480 e 110 megabits divulgadas são as taxas de transmissão "brutas", que não
incluem as perdas causadas pelo protocolo de transmissão, correção de erros, atenuação do
sinal e assim por diante. As taxas obtidas na prática, sobretudo a distâncias maiores do que 3 ou
4 metros são muito inferiores, de forma que, em termos de velocidade, o WUSB não se compara
diretamente ao USB 2.0.

Apesar disso ele ganha na questão da praticidade e "cool factor", já que permite que você baixe
as fotos da câmera, ou copie músicas para o mp3player sem precisar primeiro conectá-los ao
PC. Existe ainda a possibilidade de ligar diretamente um dispositivo ao outro, permitindo que a
câmera imprima fotos na impressora, ou o mp3players toque músicas armazenadas em um HD
externo, por exemplo. Assim como no USB, é possível interligar até 127 dispositivos.

Além de dispositivos com transmissores WUSB nativos, existem dois tipos de adaptadores. O
primeiro é um transmissor que permite que PCs sem transmissores se comuniquem com
dispositivos WUSB. Ele é parecido com um pendrive ou adaptador bluetooth, que você pluga em
uma porta USB disponível e se chama WHA.

O segundo é uma espécie de "hub" (chamado de WDA), destinado a ligar dispositivos USB ao PC
com o transmissor. Você poderia ligar sua impressora USB no WDA e assim acessá-la a partir do
seu PC com um transmissor WUSB.
Existe ainda a possibilidade de juntar um WHA e um WDA, criando uma espécie de hub USB sem
fios. Até que as placas-mãe, notebooks e outros dispositivos com transmissores WUSB tornem-
se populares, essa é provavelmente a única classe de produtos wireless USB que você verá à
venda.

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