03 A Escritura Sagrada e A Ciência
03 A Escritura Sagrada e A Ciência
03 A Escritura Sagrada e A Ciência
Josué e o Sol
A Arca de Noé
O Peso do Ar
O Mistério da Vida
O Boneco de Aço
Testemunhos de Sábios
Diz Bettex:
"A luta entre a ciência e a fé procede da obscuridade do pensamento, a
qual a tantos incapacita para distinguir entre o absoluto e o relativo, entre o
imutável e o mutável, entre a causa e o efeito." 7
A Escritura Sagrada e a Ciência 17
Lancemos um olhar retrospectivo aos maiores vultos dentre os
filósofos, astrônomos, matemáticos, químicos, geólogos, naturalistas e,
enfim, a todos os cientistas verdadeiramente humildes e despreocupados
da defesa de sua própria vaidade, e constataremos terem sido grandes
crentes em Deus. Aliás, dir-se-ia que os mesmos que se gloriavam de ser
ateus, nos "intervalos lúcidos" em que baixavam ao vale da humildade,
elevavam-se aos píncaros da fé. Assim é que mesmo o "patriarca da
incredulidade", Voltaire, disse um dia: "O ateísmo é o vício dos tolos; é
um erro que foi inventado nas últimas sucursais do inferno.... O ateísmo
especulativo é a mais néscia das loucuras, e o prático, o maior dos
crimes." 8
Guilherme Marconi, talvez o maior cientista do nosso século,
concedeu certa vez uma entrevista ao Dr. Pettinatti. "Foi com sua usual
clareza e simplicidade," diz o entrevistador, "que Marconi me concedeu
um vislumbre de suas crenças íntimas, e respondeu a perguntas que
tantas vezes me haviam estado nos lábios: Pode um grande cientista ter
completa fé em Deus? Pode um homem como Marconi, que conseguiu
solver de modo prático os problemas que as gerações passadas julgavam
ninguém sobre a Terra conseguir solver, pode esse homem ainda crer no
poder sobrenatural que se ergue acima da ciência humana? Pode o sábio
que logrou criar uma maravilha tão vasta que revolucionou a maneira de
viver de metade do mundo, inclinar não obstante a cabeça perante o
Divino e aceitar mistérios inescrutáveis, com a mesma fé implícita que o
homem inteiramente leigo em ciência? Pode a ciência prosperar de mãos
dadas com a fé?"
"A ciência humana," disse Marconi ao entrevistador, que publicou estas
declarações no Argus, de Melbourne, "é incapaz de explicar muitas coisas,
dentre as quais ocupa o primeiro lugar o maior segredo de todos – o segredo
de nossa existência.... Pode ser grande o que os homens de ciência têm
realizado. Quão pequenino é, porém, comparado com o que há ainda a
descobrir! Todo cientista sabe que existem mistérios que a ciência jamais
será capaz de solver.
A Escritura Sagrada e a Ciência 18
"A fé tão-somente, a fé no Ser supremo a cuja autoridade temos de
obedecer, pode ajudar-nos a enfrentar com coragem e força o grande
mistério da vida. Há hoje muito ateísmo; muitas pessoas existem que
flutuam pela vida sem nenhum alvo, ideal ou crença. A essas pessoas eu
desejaria dar um conselho: Não há felicidade onde não há fé; não existe paz
onde não prevalece sentimento religioso de alguma espécie. É erro crer que
fé e ciência não possam coexistir. A ciência não pode matar a fé. Ambas
podem ficar lado a lado, pois há limites para além dos quais a fé, sozinha,
nos pode suster e confortar. Orgulho-me em dizer que sou cristão e crente....
"Permita-me repetir-lhe: creio que seria grande tragédia perderem os
homens a fé na oração, que é o maior conforto de todos. Sem fé, sem o
grande auxílio da oração e crença, eu teria talvez perdido muitas das
batalhas que venci. Tenho pensado muitas vezes que Deus – permitindo-me
alcançar o que alcancei – fez de mim um mero instrumento de Sua vontade,
simples veículo da revelação de Seu poder divino."
Essas declarações lembram as palavras de outro grande cientista,
Lord Kelvin: "Cada descoberta que fiz e que tenha contribuído para
benefício do homem, foi-me dada em resposta à oração."
E observou Herschel, o notável astrônomo: "Todas as descobertas
humanas parecem ser feitas unicamente para confirmar mais e mais as
verdades contidas nas Escrituras Sagradas."
J. Restat (La Existencia de Dios) menciona sem-número de nomes,
dos mais sábios dentre os sábios, os "iniciadores dos grandes ramos do
saber," e sua atitude para com a idéia de Deus e da Revelação. Eis,
desses muitos, alguns poucos:
Cícero, o maior filósofo romano e mais eloqüente orador, dizia:
"Quando vemos uma esfera, um mecanismo que se move para marcar
as horas, não duvidamos de que seja obra de um artista racional; e tratando-
se dos movimentos do céu, tão constantes, tão bem ordenados, poderíamos
duvidar de que fossem regulados por uma razão excelente e ao mesmo
tempo divina?"
Pascal, o matemático e filósofo francês que dispensa apresentação,
era espírito profundamente religioso. Quem não lhe conhece os
Pensamentos, a formosa obra em que tão bem harmoniza entre si a
ciência e a fé?
A Escritura Sagrada e a Ciência 19
"Se o homem não foi feito por Deus, por que só é feliz com Deus?"
indaga ele. E noutra parte: "O estilo do Evangelho é admirável de tantas
maneiras e, entre outras, não pondo nunca nenhuma invectiva contra os
carrascos e inimigos de Jesus Cristo. Com efeito, não há nenhum dos
historiadores contra Judas, Pilatos, nem nenhum dos judeus." 9
"Felizes, canta o astrônomo Kepler, aqueles a quem foi permitido
elevar-se até aos céus. Grande é o Senhor nosso; céu, Sol, Lua, planetas,
proclamai Sua glória, qualquer que seja a língua em que possais exprimir
vossas impressões. E tu, minha alma, canta a glória do Eterno, durante toda
a tua existência!"
São de J. B. Dumas, o cientista, as palavras seguintes:
"O Deus da revelação é o mesmo da Natureza." "A ciência não mata a
fé, e menos ainda a fé mata a ciência."
Liebig, o professor da universidade de Giessen aos vinte e um anos,
"interrogado por Kelvin se a seu juízo as ervas do campo, que tinham
aos pés, poderiam ser obra do influxo de forças puramente físicas,
responde: 'Oh, não! como não poderia admitir-se que o livro de botânica que
as descreve, fosse obra de forças puramente químicas."'
Fuchs, o mineralogista, dizia, depois de uma vida de fecunda
atividade:
"Tudo o que tenho sofrido, ofereço-o ao Criador de todo o bem. Que Se
digne de abençoá-lo."
Perguntando alguém a Fabre o célebre naturalista, se cria em Deus,
volveu:
"Não posso dizer que creio em Deus; eu O vejo. Sem Ele nada
compreendo; sem Ele tudo são trevas. Considero o ateísmo uma loucura do
tempo. Seria mais fácil arrancar-me a pele do que a crença em Deus."
Em sentido semelhante, escrevia o histólogo Renaut a um amigo:
"Jamais encontrei um biólogo de valor que negasse a existência de
Deus. Eu não creio que haja um Deus, eu sei que há. Deus não Se
demonstra: impõe-Se."
Crentes fervorosos foram, Ampère, o gigante da ciência da
eletricidade; Morse, inventor de um aparelho telegráfico; Graham Bell,
do telefone; Lavoisier, chamado "o pai da química moderna;" Gay-
Lussac, descobridor da lei da dilatação dos gases, chamada por seu
A Escritura Sagrada e a Ciência 20
nome; Agassiz, o conhecido geólogo que o Brasil teve a honra de
hospedar; Cuvier, um dos criadores da anatomia comparada; St. Hilaire,
o naturalista que dizia ser Deus "a causa das causas". Crentes sinceros
foram e são, enfim, os maiores vultos da ciência genuína.
Referências: