Lista 2 - Exercicios Modernismo Descritores

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LISTA 2- Língua Portuguesa 3ª série

Modernismo
Elementos Coesivos

1. Analise o trecho do Manifesto a seguir para responder às questões propostas.

MANIFESTO DA POESIA PAU-BRASIL


A poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão e de ocre nos verdes da Favela, sob o
azul cabralino, são fatos estéticos. O Carnaval no Rio é o acontecimento religioso da raça. Pau-
Brasil. A formação étnica rica. Riqueza vegetal. O minério. A cozinha. O vatapá, o ouro e a dança.
(...) A poesia anda oculta nos cipós maliciosos da sabedoria. A língua sem arcaísmos, sem erudição.
Natural e neológica. A contribuição milionária de todos os erros. Como falamos. Como somos. Não
há luta na terra de vocações acadêmicas. Há só fardas. Os futuristas e os outros. Uma única luta -
a luta pelo caminho. Dividamos: poesia de importação. E a Poesia Pau-Brasil, de exportação. (...)
ANDRADE, Oswald de. Manifesto da Poesia Pau-Brasil. (1924)

a. [D12] Qual é a finalidade dos Manifestos enquanto gênero textual?


b. [D18] Identifique dois períodos que denotam a defesa pela Língua Portuguesa falada.
c. [D18] O Modernismo é um movimento que revela desigualdades, antíteses e paradoxos.
Sendo assim, reescreva as palavras que tenham essa relação semântica.
d. [D15] Oswald de Andrade escreve de modo simples, para isso usa período simples, ou seja,
frases nominais ou com uma única oração. Releia o Manifesto e identifique o elemento
articulador usado para acrescentar as definições sobre a verdadeira Poesia.

2. Analise o SONETO a seguir para resolver às questões e ele inerentes.

SONETO DE SEPARAÇÃO
Vinícius de Moraes
De repente do riso se fez o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento

Que dos olhos desfez a última chama


E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
MORAES, Vinícius de. Soneto de separação. Poesia completa e prosa. 2. ed. Rio de Janeiro,
Nova Aguilar, 1981.

a. [D12] Por que Vinícius de Moraes é considerado um poeta modernista, mesmo que opte
por escrever poemas de forma fixa?
b. [D18] Identifique versos em que há uma relação antitética, ou seja, ideias contrárias, versos
em que há antítese.
c. [D02] O eu poético reitera uma oposição entre presente e passado. Como ele caracteriza
esses tempos antitéticos?
d. [D02] Há uma relação de gradação no poema, ou seja, uma ordenação de ideias de modo
a intensificar o sentido expresso pela temática. Explique-a.
e. [D15] Quem desfez a “última chama”?
f. [D18] A expressão temporal “de repente” foi usada repetidamente para auxiliar no
ritmo/melodia do poema, contudo essa anáfora foi empregada a fim de expor a efemeridade
do amor. Que outra palavra do soneto revela esse sentido?
g. [D15] Qual a função da conjunção E neste soneto além de auxiliar no ritmo/melodia?
h. [D19] A metonímia foi usada em alguns versos para deixar o texto mais impessoal, assim
ao invés de citar pessoas que praticam uma ação o autor fez uma troca de expressões
relacionadas a essas pessoas. Escreva dois versos que provem essa afirmação.
i. [D19] Uma das formas de deixar uma informação mais imparcial é usar o pronome SE junto
ao verbo (antes ou depois), isso faz com que se omita/indetermine o agente das ações,
deixando-as generalizadas/imparciais. Sabendo disso, identifique versos em que há esse
recurso de impessoalização.
j. [D19] Infira uma resposta pensando no título: Por qual motivo o autor escolheu usar a
impessoalidade na maioria dos versos?
k. [D18] Qual figura de linguagem há no verso?
“Silencioso e branco como a bruma”

l. [D18] O poema foi construído fazendo-se uso da figura de linguagem Hipérbato. Justifique
essa assertiva com exemplos.
m. [D19] Aliteração é um recurso de linguagem construído a partir da repetição de um mesmo
fonema consonantal. Releia a 1ª estrofe da poesia e verifique se nela há aliteração. Se
houver, indique quais são os fonemas consonantais que se repetem.
n. [D18] Qual figura de linguagem há no verso?
“Fez-se da vida uma aventura errante”
o. [D18] Analise os períodos a seguir e informe a função do elemento SE.
▪ O amor se manifesta em atos.
▪ Se você ama, você cuida.
▪ Separa-se, porque tudo mudo, tudo se transforma.
▪ Abraçaram-se intensamente, como se aquele momento fosse o mais importante de
suas vidas.
▪ Precisa-se de pessoas fiéis aos propósitos.
▪ Como dizia Guimarães Rosa se você “elegeu a busca, não pode recusar a travessia.”

3. Leia atentamente um trecho do romance jornalístico Os Sertões de Euclides da Cunha


e responda às questões propostas.

De repente, uma variante trágica.


Aproxima-se a seca.
O sertanejo adivinha-a e prefixa-a graças ao ritmo singular com que se desencadeia o flagelo.
Entretanto não foge logo, abandonando a terra a pouco e pouco invadida pelo limbo candente que
irradia do Ceará.
Buckle, em página notável, assinala a anomalia de se não afeiçoar nunca, o homem, às
calamidades naturais que o rodeiam. Nenhum povo tem mais pavor aos terremotos que o peruano;
e no Peru as crianças ao nascerem têm o berço embalado pelas vibrações da terra. Mas o nosso
sertanejo faz exceção à regra. A seca não o apavora. É um complemento à sua vida tormentosa,
emoldurando-a em cenários tremendos. Enfrenta-a, estóico. Apesar das dolorosas tradições que
conhece através de um sem-número de terríveis episódios, alimenta a todo o transe esperanças
de uma resistência impossível.
Com os escassos recursos das próprias observações e das dos seus maiores, em que
ensinamentos práticos se misturam a extravagantes crendices, tem procurado estudar o mal, para
o conhecer, suportar e suplantar. Aparelha-se com singular serenidade para a luta. Dois ou três
meses antes do solstício de verão, especa e fortalece os muros dos açudes, ou limpa as cacimbas.
Faz os roçados e arregoa as estreitas faixas de solo arável à orla dos ribeirões. Está preparado
para as plantações ligeiras à vinda das primeiras chuvas.
Procura em seguida desvendar o futuro. Volve o olhar para as alturas; atenta longamente nos
quadrantes; e perquire os traços mais fugitivos das paisagens. Os sintomas do flagelo despontam-
lhe, então, encadeados em série, sucedendo-se inflexíveis, como sinais comemorativos de uma
moléstia cíclica, da sezão assombradora da Terra. Passam as “chuvas do caju” em outubro, rápidas,
em chuvisqueiros prestes delidos nos ares ardentes, sem deixarem traços; e pintam as caatingas,
aqui, ali, por toda a parte, mosqueadas de tufos pardos de árvores marcescentes, cada vez mais
numerosos e maiores, lembrando cinzeiros de uma combustão abafada, sem chamas; e greta-se
o chão; e abaixa-se vagarosamente o nível das cacimbas… Do mesmo passo nota que os dias,
estuando logo ao alvorecer, transcorrem abrasantes, à medida que as noites se vão tornando cada
vez mais frias. A atmosfera absorve-lhe, com avidez de esponja, o suor na fronte, enquanto a
armadura de couro, sem mais a flexibilidade primitiva, se lhe endurece aos ombros, esturrada,
rígida, feito uma couraça de bronze. E ao descer das tardes, dia a dia menores e sem crepúsculos,
considera, entristecido, nos ares, em bandos, as primeiras aves emigrantes, transvoando a outros
climas…
É o prelúdio da sua desgraça.
CUNHA, Euclides da. Os Sertões. Rio de Janeiro: Ediouro,1902.

a. [D12] No trecho supracitado há predominância da tipologia narrativa, contudo há


especificações das ações e características do sertanejo, por isso têm-se, também qual
tipologia?
b. [D02] A quem o narrador se refere ao usar o pronome a: “O sertanejo adivinha-a e prefixa-
a graças ao ritmo singular com que se desencadeia o flagelo”
c. [D02-D18] Considere o período, “Entretanto não foge logo, abandonando a terra a pouco
e pouco invadida pelo limbo candente que irradia do Ceará.” Para responder:
▪ Reescreva a primeira frase, trocando a conjunção entretanto por outras duas de igual
sentido.
▪ Há uma personificação/prosopopeia na segunda frase, por quê?
d. [D04] No 2º parágrafo há um interdiscurso que cita um filósofo determinista. Explique essa
citação.
e. [D15] Explique o trecho a seguir, pensando na função do elemento articulador concessivo
apesar.
“Enfrenta-a, estóico. Apesar das dolorosas tradições que conhece através de um sem-
número de terríveis episódios, alimenta a todo o transe esperanças de uma resistência
impossível.”
f. [D02] Leia os períodos a seguir e informe a quem/ao que se referem os elementos
destacados.
▪ “Nenhum povo tem mais pavor aos terremotos”
▪ “A seca não o apavora”
▪ “É um complemento à sua vida tormentosa, emoldurando-a em cenários tremendos.”
▪ “Com os escassos recursos das próprias observações e das dos seus maiores, em
que ensinamentos práticos se misturam a extravagantes crendices”
▪ “Aparelha-se com singular serenidade para a luta.”
▪ “A atmosfera absorve-lhe, com avidez de esponja, o suor na fronte, enquanto a
armadura de couro, sem mais a flexibilidade primitiva, se lhe endurece aos ombros,
esturrada, rígida, feito uma couraça de bronze.
▪ “É o prelúdio da sua desgraça.”
g. [D15] Informe a função dos elementos coesivos negritados nos períodos abaixo.
▪ “Nenhum povo tem mais pavor aos terremotos que o peruano; e no Peru as crianças
ao nascerem têm o berço embalado pelas vibrações da terra. Mas o nosso sertanejo
faz exceção à regra.”
▪ “Com os escassos recursos das próprias observações e das dos seus maiores, em
que ensinamentos práticos se misturam a extravagantes crendices, tem procurado
estudar o mal, para o conhecer, suportar e suplantar.”
▪ “Dois ou três meses antes do solstício de verão, especa e fortalece os muros dos
açudes, ou limpa as cacimbas”
▪ “Os sintomas do flagelo despontam-lhe, então, encadeados em série, sucedendo-se
inflexíveis, como sinais comemorativos de uma moléstia cíclica, da sezão
assombradora da Terra.
▪ “cada vez mais numerosos e maiores, lembrando cinzeiros de uma combustão
abafada, sem chamas; e greta-se o chão; e abaixa-se vagarosamente o nível das
cacimbas…”
▪ “Do mesmo passo nota que os dias, estuando logo ao alvorecer, transcorrem
abrasantes, à medida que as noites se vão tornando cada vez mais frias.”
▪ “A atmosfera absorve-lhe, com avidez de esponja, o suor na fronte, enquanto a
armadura de couro, sem mais a flexibilidade primitiva,
▪ “E ao descer das tardes, dia a dia menores e sem crepúsculos, considera,
entristecido, nos ares, em bandos, as primeiras aves emigrantes, transvoando a
outros climas…

4. LEIA o editorial a seguir, COMPARE-O com o trecho lido de Os Sertões e RESPONDA


às perguntas a seguir.

Seca no Nordeste e a previsão de Francis Reginald Hull Quase mil cidades do Nordeste
encontram-se hoje em situação de emergência por falta de água para consumo humano e
animal e também para abastecimento das indústrias
Por: Diário de Pernambuco
Publicado em: 30/12/2015

Nos seus 190 anos recém-completados, o Diário de Pernambuco imprimiu centenas


de páginas trazendo relatos do impacto da falta de chuvas no Nordeste. Essa é a função de
um jornal com importância regional, que registrou no papel as repetidas promessas do
imperador Pedro II e depois de todos os presidentes da República, até os militares da
ditadura. Todos eles “derramaram” publicamente muita lágrima pelos nordestinos, mas
nunca liberaram a ajuda financeira necessária para ações que resultassem na obtenção
definitiva do outro precioso líquido.
No dia 3 de outubro de 1976, os leitores da edição dominical do Diário se depararam
com uma bomba: a contar daquele ano, o Nordeste enfrentaria um grande período de seca
que poderia se intensificar até 2046. O alerta era do meteorologista Lucien Hull, do
departamento de geociências da Faculdade de Filosofia do Ceará. Seu pai, o engenheiro
militar inglês Francis Reginald Hull, havia descoberto que as estiagens na região evoluem
dentro de um sistema centenário. Nos 30 primeiros anos, ocorre um índice diminuto de
secas, seguidas por inverno normal. No período restante de 70 anos também se verificam
invernos normais, porém há uma incidência de grandes secas, alguma delas prolongando-
se por mais de dois anos.
Historicamente, a primeira seca relatada no Nordeste data de 1546. Mr. Hull, que
chegou ao Brasil em 1892, dedicou-se a estudar o tema e recompôs a relação da estiagem
na região entre 1710 e 1932. Neste período de 222 anos, o engenheiro militar – que faleceu
no Ceará em 1951, aos 76 anos – constatou que a cada ciclo médio de 41 anos e um mês
– com no máximo dois anos de carência no seu início ou fim – ocorrem no Nordeste secas
catastróficas.
De 1976 até este fim de 2015, já estaríamos nos aproximando de um novo ciclo
calamitoso. Será que Mr. Hull tinha razão? A realidade mostra que sim. Desde 2011,
atravessamos um período de estiagem que já é considerado o pior dos últimos 83 anos.
Quase mil cidades do Nordeste encontram-se hoje em situação de emergência por falta de
água para consumo humano e animal e também para abastecimento das indústrias. E a
previsão para os próximos meses não é animadora. O fenômeno climático El Niño -
superaquecimento das águas do Pacífico - deve se intensificar e minguar ainda mais a
estação chuvosa do semiárido.
A seca prolongada tem impacto visível até no maior manancial nordestino. O Rio São
Francisco vem deixando de ser navegável e agora o maior reservatório de água da região,
Sobradinho, atingiu seu nível mais baixo da história. Inaugurada em 1979 e com capacidade
para acumular 34,1 bilhões de metros cúbicos, a barragem chegou em outubro a 5,41% do
seu volume útil. Se for atingido o volume morto, a irrigação e até a geração de energia ficam
seriamente comprometidas.
A aguardada transposição, iniciada em 2007, deveria ter seus 477 quilômetros de
canais concluídos em 2012. Os constantes atrasos de uma obra que já passou dos R$ 8,5
bilhões agora sinalizam 2017 como possível início do fim do sufoco hídrico para 12 milhões
de habitantes de 390 cidades de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.
As chuvas no Sertão nordestino concentram-se principalmente nos meses de abril e
maio. O índice médio fica entre 500 e 800 milímetros por ano. É pouco, comparando-se com
outros lugares, mas a meteorologia não pode ser usada como desculpa para a manutenção
de programas assistenciais em vez de projetos estruturadores. Pode-se tomar como
exemplo Israel, país onde também não chove em abundância, mas que consegue manejar
bem seus recursos hídricos investindo em ações como plantio de árvores, a utilização
racional dos lençóis freáticos e até mesmo o reúso. A regra por lá é evitar o desperdício. Mr.
Hull fez o alerta. Não adianta chorar.

a. [D12] Qual tipologia textual a que o gênero Editorial pertence? Por quê?
b. [D12] Qual é a finalidade desse Editorial?
c. [D06] Identifique e escreva a temática do texto lido, escreva 8 palavras-chaves que lhe
ajudaram a fazer essa identificação.
d. [D07] Informe a tese defendida no Editorial.
e. [D14] Há argumentação histórica para comprovar o ponto de vista do jornal. Explique essa
assertiva com exemplos argumentativos.
f. [D02] A conclusão aponta qual sugestão para minimizar o problema da seca?
g. [D13] Há predominância de qual variedade linguística? Exemplifique.
h. [D15-D18] Releia os trechos e escreva a função dos termos destacados.
▪ “Essa é a função de um jornal com importância regional, que registrou no papel as
repetidas promessas do imperador Pedro II e depois de todos os presidentes da
República, até os militares da ditadura.
▪ “Todos eles “derramaram” publicamente muita lágrima pelos nordestinos, mas nunca
liberaram a ajuda financeira necessária para ações que resultassem na obtenção
definitiva do outro precioso líquido.”
▪ “No dia 3 de outubro de 1976, os leitores da edição dominical do Diário se depararam
com uma bomba: a contar daquele ano, o Nordeste enfrentaria um grande período de
seca que poderia se intensificar até 2046.”
▪ “No período restante de 70 anos também se verificam invernos normais, porém há
uma incidência de grandes secas, alguma delas prolongando-se por mais de dois
anos.”
▪ ‘Neste período de 222 anos, o engenheiro militar – que faleceu no Ceará em 1951,
aos 76 anos – constatou que a cada ciclo médio de 41 anos e um mês – com no
máximo dois anos de carência no seu início ou fim – ocorrem no Nordeste secas
catastróficas.”
▪ “Desde 2011, atravessamos um período de estiagem que já é considerado o pior dos
últimos 83 anos. Quase mil cidades do Nordeste encontram-se hoje em situação de
emergência por falta de água para consumo humano e animal e também para
abastecimento das indústrias
▪ “Se for atingido o volume morto, a irrigação e até a geração de energia ficam
seriamente comprometidas.”
▪ “É pouco, comparando-se com outros lugares, mas a meteorologia não pode ser
usada como desculpa para a manutenção de programas assistenciais em vez de
projetos estruturadores.”
▪ “Pode-se tomar como exemplo Israel, país onde também não chove em abundância,
mas que consegue manejar bem seus recursos hídricos investindo em ações como
plantio de árvores, a utilização racional dos lençóis freáticos e até mesmo o reúso. A
regra por lá é evitar o desperdício.”
i. [D20] Mencione as semelhanças e distinções entre o capítulo do romance e o Editorial.

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