Kardec e A Maçonaria Francesa
Kardec e A Maçonaria Francesa
Kardec e A Maçonaria Francesa
O ESPIRITISMO E A MAÇONARIA
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PRADO, Luiz. Ao pé das colunas. Rio, Ed. Mandarino, 3ª ed., pp. 13 ss.
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para a Doutrina Espírita, mas permitiria conhecer melhor a opinião de Allan
Kardec sobre a instituição maçônica. Contudo, referida dúvida ainda não
pôde ser devidamente esclarecida.
Com efeito, André Moreil, conceituado biógrafo de Kardec, parece
inclinado a responder positivamente, escrevendo que “não se sabe em que
loja foi iniciado Denizard Rivail. Isto pouco importa. Os princípios eram os
mesmos. Eis a definição ideológica da Maçonaria, segundo o Larousse do
século XIX:
‘A Maçonaria tem por fim a melhoria moral e material do homem;
por princípios, a lei do progresso da Humanidade, as idéias filosóficas de
tolerância, fraternidade, igualdade e liberdade, abstração feita da fé
religiosa ou política, das nacionalidades e das diferenças sociais.
‘O Espiritismo moral e social iria dizer justamente a mesma coisa.
Os princípios filosóficos são absolutamente idênticos:
a) Existência de Deus.
b) .................................................................................................................Imortalid
c) Solidariedade humana.”2
Entretanto, depois de profunda investigação e minuciosos estudos,
Zêus Wantuil, chegou à conclusão de que “... apenas existiu, entre Rivail e
a Maçonaria, afinidade de princípios e ideais, sem jamais haver ele
ingressado em loja alguma. É certo que sempre viu com simpatia a franco-
Maçonaria, mas isto não implica nem prova qualquer adesão oficial da parte
dele.”3
Deixando de lado essa polêmica, a verdade é que o Espiritismo e a
Maçonaria têm inegáveis pontos em comum, e juntos poderão acelerar o
2
MOREIL, André. Vida e obra de Allan Kardec. SP, Edicel, 1986, Trad. Miguel Maillet
p. 41.
3
WANTUIL, Zêus, et alii. Allan Kardec. (Meticulosa Pesquisa Biobibliográfica.), Rio,
FEB, 1979, Volume I, p. 161.
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progresso da Humanidade e o estabelecimento da justiça social, sobretudo
através da perfeição moral dos espíritas e dos maçons.
Seguindo então o nosso objetivo de pesquisar assuntos de interesse
atual nas obras de Allan Kardec, verificamos que na sessão da Sociedade
Espírita de Paris do dia 25 de fevereiro de 1864, várias dissertações foram
obtidas sobre o concurso que o Espiritismo poderia encontrar na Franco-
Maçonaria, que depois foram publicadas na Revista Espírita de Abril de
1864. Comunicaram-se naquela oportunidade os Espíritos Guttemberg
(Médium: Sr. Leymarie), Jacques de Molé (Médium: Srta. Bréguet) e o
franco-maçom Vaucanson (Médium: Sr. D’Ambel). Vejamos a seguir
algumas considerações que extraímos daquelas brilhantes comunicações,
usando o método de perguntas e respostas:
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R. “Que é o que se pede a todo maçom iniciado? Crer na imortalidade
da alma, no Divino Arquiteto, ser benfeitor, devotado, sociável, digno e
humilde. Ali pratica a igualdade na mais larga escala. Há, pois, nessas
sociedades uma afinidade com o Espiritismo de tal modo evidente que salta
aos olhos.”
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corpo a essa seita tão comprometida, tão temida, mas que tem feito mais
bem do que se pensa.”
— o—
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