Tec Seguranca Do Trabalho

Segurança do
Trabalho na
Construção Civil –
NR-18
Unidade III
Segurança em instalações e com
máquinas
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
ALESSANDRA VANESSA FERREIRA DOS SANTOS
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
GISELLY SANTOS MENDES
AUTORIA
Giselly Santos Mendes
Olá. Sou mestra em Qualidade Ambiental, tecnóloga em Polímeros
e administradora, com experiência de mais de 12 anos na área de
Processos Gerenciais. Atualmente, atuo como docente de nível técnico
e tecnológico em instituições de ensino privado. Sou apaixonada pelo
que faço e adoro compartilhar minha experiência de vida e profissional
àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso, fui convidada
pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes.
Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e
trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez
que:
OBJETIVO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimento de apresentar um
de uma nova novo conceito;
competência;
NOTA: IMPORTANTE:
quando necessárias as observações
observações ou escritas tiveram que
complementações ser priorizadas para
para o seu você;
conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a
bibliográficas necessidade de
e links para chamar a atenção
aprofundamento do sobre algo a ser
seu conhecimento; refletido ou discutido;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso acessar quando for preciso
um ou mais sites fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das
assistir vídeos, ler últimas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando uma
atividade de competência for
autoaprendizagem concluída e questões
for aplicada; forem explicadas;
SUMÁRIO
Instalações elétricas em obras civis.................................................... 10
As instalações elétricas...............................................................................................................10
Normas elencadas pela NR-18.............................................................................................. 15
Escadas, rampas e passarelas em obras civis................................. 19

Escada fixa de uso coletivo..................................................................................................... 20
Escada fixa vertical......................................................................................................................... 20
Escadas portáteis............................................................................................................................. 21
Escada portátil de uso individual (de mão)...................................................................23
Escada portátil dupla (cavalete, abrir ou autossustentável).............................24
Escada portátil extensível..........................................................................................................24
Rampas e passarelas.....................................................................................................................25
Prevenção contra quedas em altura.................................................... 27

Construção na altura.....................................................................................................................27
Tipos de equipamentos de proteção individual........................................................ 31
Máquinas, equipamentos e ferramentas em obras civis............. 35

Conceituando o assunto.............................................................................................................35
Ferramentas........................................................................................................................................ 39
Segurança do Trabalho na Construção Civil – NR-18 7
03
UNIDADE
8 Segurança do Trabalho na Construção Civil – NR-18
INTRODUÇÃO
A Segurança do Trabalho na construção civil – NR-18 compreende
o estudo da Segurança do Trabalho relativo à introdução ao setor da
construção civil e à Segurança do Trabalho na construção civil, bem como
a análise das condições e do meio ambiente de trabalho na indústria da
construção. O estudo da Segurança do Trabalho na construção civil – NR-
18 possibilita a aplicação de um conjunto de conhecimentos relativos a
condições e ao meio ambiente de trabalho na indústria da construção,
necessários ao desempenho satisfatório da profissão. Nesta Unidade
serão apresentados os fundamentos da Norma Regulamentadora NR-18
quanto ao escopo, às áreas de vivência, ao programa de gerenciamento
de riscos, à segurança nas etapas de uma obra civil e aos serviços em
flutuantes. Então, será neste vasto universo que você irá mergulhar!
Nós acreditamos em você e desejamos sucesso em seus objetivos e
formação! Avante!
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 3 – Segurança em instalações
e com as máquinas. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento
das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de
estudos:
1. Identificar os aspectos concernentes às instalações elétricas na

construção civil.
2. Discernir e tipificar os cuidados com escadas, rampas e passarelas.
3. Aplicar medidas de prevenção contra quedas no trabalho em

altura.
4. Identificar perigos e riscos de acidentes de trabalho em

instalações, máquinas, equipamentos e ferramentas no ambiente
da construção civil.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao

conhecimento? Ao trabalho! Avante!
Instalações elétricas em obras civis

OBJETIVO:
Neste capítulo, vamos identificar os aspectos concernentes

às instalações elétricas na construção civil. E então?
Motivado a desenvolver esta competência? Foco e bons
estudos!
Caro estudante, seja bem-vindo. Iremos dar sequência ao
estudo da Norma Regulamentadora n° 18, com destaque
à segurança nas operações em instalações elétricas em
obras civis. Este item é responsável por tratar as ações de
segurança necessárias nas instalações elétricas de uma
obra. Preparado? Desejamos a você uma boa leitura e um
bom aproveitamento de seus estudos.
As instalações elétricas
A execução das instalações elétricas temporárias ou definitivas
deve atender ao disposto na Norma Regulamentadora n° 10. Logo, embora
seja uma normativa específica da construção civil, deve ser executada
conforme a normativa específica às operações de eletricidade.
Ao falar em construção civil, uma das principais causas de acidente

de trabalho é a presença de energia elétrica e os riscos que ela traz ao
ser humano.
O choque elétrico é responsável por uma quantidade mínima de

acidentes na construção civil, sendo apenas por 6,78%, porém o que
a torna tão arriscada é o fato de que 50% desses acidentes são fatais
(SINDUSCON/PE, 2003).
Por ser a instalação elétrica de canteiro de obras temporária, não

quer dizer que ela deve ser feita sem projeto, sem que haja uma maior
atenção, muito menos sem um profissional qualificado.
Todas as instalações elétricas temporárias devem ser executadas e

mantidas conforme projeto elétrico elaborado por profissional legalmente
habilitado. Além disso, todos os serviços em instalações elétricas devem
ser realizados por colaboradores autorizados e capacitados na Norma

Regulamentadora n° 10 (BRASIL, 2020).
De acordo com Sampaio (1998, p. 341):

As instalações elétricas provisórias, necessárias para
a execução de obras de construção civil não devem
ser tratadas de forma negligente. Provisório não quer
dizer precário. É preciso sempre levar em consideração
a segurança dos trabalhadores que utilizam essas
instalações.
Os projetos desse tipo de instalação devem ter medidas que sejam

de controle preventivo, garantindo a segurança e a saúde do trabalhador.
Podemos elencar quais são os locais com maior risco de acidentes

com energia elétrica no canteiro de obra, apesar de deixar claro que todo
local que passa corrente elétrica traz risco. Os locais de maior risco de
acidentes com energia elétrica são (GONZALES CÁCERES, 2003):
• Quadros de distribuição, terminal e medição – traz risco de choque

elétrico, curtos-circuitos e queda.
• Dispositivos de proteção e manobra – traz risco de choque elétrico,

curtos-circuitos e acidente.
• Instalações aéreas – traz risco de choque elétrico e acidente.
• Instalações subterrâneas – traz risco de curtos-circuitos e acidente.
• Plugs e tomadas – traz o risco de choque elétrico e curtos-circuitos.
• Iluminação provisória – traz o risco de curtos-circuitos e acidentes.
• Máquinas e equipamentos – traz o risco de choque elétrico,

curtos-circuitos e acidente.
NOTA:
De acordo com a NR-18 é proibida a existência de partes

vivas expostas e acessíveis pelos colaboradores não
autorizados em instalações e equipamentos elétricos.
Conforme o item 18.6 da Norma Regulamentadora n° 18, os

condutores elétricos devem (BRASIL, 2020):
a. Ser dispostos de maneira a não obstruir a circulação de pessoas

e materiais.
b. Estar protegidos contra impactos mecânicos, umidade e agentes

capazes de danificar a isolação.
c. Possuir isolação em conformidade com as normas técnicas

nacionais vigentes.
d. Possuir isolação dupla ou reforçada quando destinados à

alimentação de máquinas e equipamentos elétricos móveis ou
portáteis.
NOTA:
Todas as conexões, emendas e derivações de condutores

elétricos devem ter resistência mecânica, condutividade
e isolação compatível com as condições de utilização e
aplicação (BRASIL, 2020).
Toda instalação elétrica deve ter um sistema de aterramento
elétrico de proteção, bem como ser submetida à inspeção e
à medição elétrica periódica, com emissão dos respectivos
laudos técnicos por profissional legalmente habilitado,
em conformidade com o projeto das instalações elétricas
temporárias e as normas técnicas nacionais vigentes
(BRASIL, 2020).
VOCÊ SABIA?
Você sabia que as partes condutoras de instalações

elétricas, máquinas, equipamentos e ferramentas elétricas
que não componham o circuito elétrico, mas que possam
ficar energizadas, quando houver falha da isolação, devem
estar conectadas ao sistema de aterramento elétrico de
proteção? (BRASIL, 2020).
Nas operações em instalações elétricas em obras civis é
obrigatória a utilização do dispositivo Diferencial Residual
(DR), como medida de segurança adicional nas instalações
elétricas, e em situações previstas em normas técnicas
nacionais vigentes (BRASIL, 2020).
Os quadros de distribuição das instalações elétricas devem (BRASIL,

2020):
a. Ser dimensionados com capacidade para instalar os componentes

dos circuitos elétricos que o constituem.
b. Ser constituídos por material resistente ao calor gerado pelos

componentes das instalações.
c. Possuir partes vivas inacessíveis e protegidas aos colaboradores

não autorizados.
d. Possuir acesso desobstruído.
e. Sua instalação deve ter espaço suficiente para a realização de

serviços e operações.
f. Possuir identificação e sinalização quanto ao risco elétrico.
g. Estar em conformidade com a classe de proteção requerida.
h. Possuir circuitos identificados.
NOTA:
É vedada a guarda de quaisquer materiais ou objetos no

interior de quadros de distribuição (BRASIL, 2020).
Os dispositivos de manobra, controle e comando dos circuitos

elétricos devem ser compatíveis com os circuitos elétricos que operam;
identificados; e ter condições para a instalação de bloqueio e sinalização
de impedimento de ligação (BRASIL, 2020).
É importante destacar que em todos os ramais ou circuitos

destinados à ligação de equipamentos elétricos, devem ser instalados
dispositivos de seccionamento, independentes, que possam ser
acionados com facilidade e segurança, durante as operações (BRASIL,
2020).
IMPORTANTE:
Tanto máquinas e equipamentos móveis quanto

ferramentas elétricas portáteis devem estar conectadas à
rede de alimentação elétrica, por intermédio de conjunto
de plugue e tomada, em conformidade com as normas
técnicas nacionais vigentes. Além disso, os circuitos
energizados em alta tensão e em extrabaixa tensão devem
ser instalados separadamente dos circuitos energizados
em baixa tensão, respeitadas as definições de projeto
elétrico definido (BRASIL, 2020).
As seguintes estruturas: áreas de transformadores, salas
de controle e comando, áreas de intervenção, devem ser
separadas por barreiras físicas, sinalizadas e protegidas
contra o acesso de pessoas não autorizadas (SESI, 2018).
Os canteiros de obras devem estar protegidos por Sistema
de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA), ser
projetado, construído e mantido conforme normas técnicas
nacionais vigentes (BRASIL, 2020).
As atividades realizadas em proximidades de redes
elétricas energizadas, internas ou externas ao canteiro de
obras, somente podem ocorrer quando protegidas contra o
choque elétrico e arco elétrico (SESI, 2018).
É importante observar que as atividades de montagens
metálicas, onde da possibilidade de acúmulo de energia
estática, devem ter aterramento da estrutura, desde o início
da montagem, pois essa energia estática pode acarretar
choque (SESI, 2018).
Normas elencadas pela NR-18

A Norma Regulamentadora n° 18 também dá maior atenção de
como devem ser feitas as instalações elétricas na indústria da construção.
Primeiramente, essa norma estabelece que toda a execução e

manutenção das instalações devem ser realizadas por um trabalhador
que seja qualificado, devendo ser supervisionado por um profissional
devidamente habilitado.
IMPORTANTE:
Só é permitido realizar serviços de instalações quando

o circuito elétrico não estiver energizado. Caso não seja
possível desligar o circuito elétrico, o serviço só poderá
ser executado após terem sido adotadas as medidas de
proteção complementares, sendo obrigatório o uso de
ferramentas que sejam apropriadas e equipamentos de
proteção individual (EPIs) (BRASIL, 2020).
Ainda de acordo com a NR-18, caso precisem ser feitas emendas na

instalação, elas devem ser executadas de modo a assegurar a resistência
mecânica e o contato elétrico adequado. Além disso, os isolamentos
das emendas devem ter características equivalente às dos condutores
utilizados (BRASIL, 2020).
Figura 1 – Instalações elétricas
Fonte : Pixabay.
É garantido também pela NR-18 que os condutores das instalações

elétricas devem ter isolamento adequado, não sendo permitido obstruir
a circulação de materiais e pessoas. Além disso, os circuitos elétricos
devem ser protegidos contra impactos mecânicos, a umidade e os
agentes corrosivos.
O que acontece quando um fio se tornar inoperante e dispensável?
O profissional encarregado pelas instalações elétricas, ao perceber

que a fiação do circuito se encontra inoperante ou dispensável, deve
rapidamente removê-la.
Como devem, então, ser constituídas as instalações elétricas

provisórias?
A NR-18 traz que as instalações elétricas provisórias de um canteiro

de obras devem ser constituídas de (BRASIL, 2020):
1. Chave geral do tipo blindada de acordo com a aprovação da

concessionária local, localizada no quadro principal de distribuição.
2. Chave individual para cada circuito de derivação.
3. Chave faca blindada em quadro de tomadas.
4. Chaves magnéticas e disjuntores para os equipamentos.
No que se refere às chaves blindadas, elas somente devem ser

utilizadas para circuitos de distribuição, sendo proibido o seu uso como
dispositivo de partida e parada de máquinas. Além disso, elas devem ser
convenientemente protegidas de intempéries e instaladas em posição
que impeça o fechamento acidental do circuito (BRASIL, 2020).
No que diz respeito aos fusíveis das chaves blindadas, eles devem
ter a capacidade compatível com o circuito a proteger, não sendo
permitida sua substituição por dispositivos improvisados ou outros fusíveis
de capacidade superior, sem a correspondente troca de fiação (BRASIL,
2020).
Sabe-se que as instalações têm ramais de alta tensão que devem,

também, seguir o que é determinado pela NR-18, desta forma, em todos
os ramais que são destinados à ligação de equipamentos elétricos,
devem ser instalados disjuntores ou chaves magnéticas, independentes,

que possam ser acionadas com facilidade e segurança.
IMPORTANTE:
Os ramais de ligação são um conjunto de condutores e

acessórios instalados pela distribuidora entre o ponto de
derivação de sua rede e o ponto de entrega (BRASIL, 2020).
Já no que se refere às redes de alta tensão, que são as mais

perigosas, a NR-18 diz que estas devem ser instaladas de modo a evitar
contatos acidentais com veículos, equipamentos e trabalhados que
estejam em circulação. Ademais, elas só podem ser instaladas pela
concessionária.
Além disso, nas instalações devem ter transformadores, mas o que

são transformadores?
Os transformadores são os equipamentos essenciais em qualquer

sistema elétrico em que é necessária a interligação de subsistemas com
diferentes níveis de tensão (NOGUEIRA; ALVEZ). Assim, a NR-18 diz que
esses transformadores e as estações abaixadoras de tensão devem
ser instalados em local isolado, sendo permitido somente acesso do
profissional legalmente habilitado ou do trabalhador qualificado.
A Norma Regulamentar n° 18 também traz que toda a estrutura e a

carcaça dos equipamentos elétricos devem ser eletricamente aterradas
e, caso haja possibilidade de contato acidental com qualquer parte viva
energizada, deve ser adotado isolamento adequado. Além disso, todos
os quadros gerais de distribuição devem ser mantidos trancados, sendo
seus circuitos identificados. Quando desejar religar as chaves blindadas
no quadro geral de distribuição, todos os equipamentos devem estar
desligados, e as máquinas e os equipamentos elétricos móveis só podem
ser ligados por meio de conjunto de plugue e tomada.
RESUMINDO:
Neste capítulo, estudamos as instalações elétricas e vimos

que elas devem ser feitas por meio de projetos e pelos
profissionais qualificados. Estudamos quais são os locais de
maior risco de acidentes com energia elétrica. Em seguida,
vimos que os condutores elétricos devem ser dispostos de
maneira a não obstruir a circulação de pessoas e materiais;
estar protegidos contra impactos mecânicos, umidade e
contra agentes capazes de danificar a isolação; ter isolação
em conformidade com as normas técnicas nacionais
vigentes; e possuir isolação dupla ou reforçada quando
destinados à alimentação de máquinas e equipamentos
elétricos, móveis ou portáteis. Vimos como devem ser os
quadros de distribuição das instalações elétricas, sobre os
dispositivos de manobra, controle e comando e os ramais
e circuitos que são destinados à ligação de equipamentos
elétricos. Em seguida, estudando a NR-18, vimos como as
instalações elétricas provisórias de um canteiro de obras
devem ser constituídas.
Escadas, rampas e passarelas em obras civis

OBJETIVO:
Neste capítulo, vamos discernir e tipificar os cuidados com

escadas, rampas e passarelas na construção civil. E então?
Motivado a desenvolver esta competência? Foco e bons
estudos!
Caro estudante, seja bem-vindo. Iremos dar sequência ao
estudo da Norma Regulamentadora n° 18, com destaque à
segurança nas operações em escadas, rampas e passarelas
em obras civis. Preparado? Desejamos a você uma boa
leitura e um bom aproveitamento de seus estudos.
Em obras civis é obrigatória a instalação de escada ou
rampas para transposição de pisos com diferença de
nível superior a 0,4 m, que sejam utilizadas como meio de
circulação de colaboradores.
Conforme requisitos da NR-18, a utilização de escadas
e rampas deve observar os determinados ângulos de
inclinação, a saber: para rampas, ângulos inferiores a
15°; para escadas móveis, ângulos entre 50° e 75°, ou em
atendimento às recomendações do fabricante; e para
escadas fixas tipo vertical, os ângulos de inclinação devem
estar entre 75° e 90° (BRASIL, 2020).
Antes de iniciarmos os estudos dos itens específicos deste tópico

da NR-18, cumpre comentar que (BRASIL, 2020):
• Outro aspecto a ser considerado em obras civis compreende a

obrigatoriedade da instalação de passarelas, quando for requerido
o trânsito de pessoas sobre vãos com risco de queda de altura.
• Escadas, rampas e passarelas devem ser dimensionadas e

construídas considerando as cargas a que estarão submetidas.
• O transporte de materiais deve ser feito por meio adequado,

quando utilizadas escadas que demandem o uso das mãos, como
ponto de apoio para o acesso ou para a execução do trabalho.
Desta forma, vamos estudar sobre os diferentes tipos de escada.

Escada fixa de uso coletivo

As escadas fixas de uso coletivo devem, de acordo com a NR-18
(BRASIL, 2020):
a. Ser dimensionadas em função do fluxo de colaboradores.
b. Ser dotadas de sistema de proteção contra quedas.
c. Apresentar largura mínima de 0,8 m.
d. Apresentar altura uniforme entre os degraus de, no máximo, 0,2 m.
e. Possuir patamar intermediário, no máximo, a cada 2,9 m de altura,

com a mesma largura da escada e comprimento mínimo igual à
largura.
f. O piso deve possuir forração completa e antiderrapante.
g. Estarem firmemente fixadas em suas extremidades.
Escada fixa vertical

Em escadas fixas verticais devem ser observados os seguintes
aspectos (BRASIL, 2020):
a. Suportar os esforços solicitantes.
b. Possuir corrimão ou continuação dos montantes da escada

ultrapassando a plataforma de descanso ou o piso superior com
altura entre 1,1 m a 1,2 m.
c. Largura entre 0,4 m e 0,6 m.
d. Ter altura máxima de 10 m, se for de um único lance.
e. Ter altura máxima de 6 m entre duas plataformas de descanso, se

for de múltiplos lances.
f. Possuir plataforma de descanso com dimensões mínimas de 0,6

m x 0,6 m, se dotada de sistema de proteção contra quedas.
g. Espaçamento uniforme dos degraus entre 0,25 m e 0,3 m.
h. Fixação na base, a cada 3 m, e no topo na parte superior.

i. Espaçamento entre o piso e a primeira barra não superior a 0,4 m.
j. Distância em relação à estrutura em que é fixada de, no mínimo,

0,15 m.
k. Dispor de lances em eixos paralelos distanciados, no mínimo, 0,7

m entre eixos.
Figura 2 – Escada vertical
Fonte : Pixabay.
NOTA:
De acordo com a NR-18, é obrigatória a utilização de

Sistema de Proteção Individual contra Quedas (SPIQ) em
escadas tipo fixa vertical com altura superior a 2 m.
Escadas portáteis
As escadas de madeira são um tipo de escada portátil e não devem
apresentar farpas, saliências ou emendas.
Ao selecionar o tipo de escada portátil como meio de acesso ao

local de trabalho, deve-se considerar as suas características, bem como
se a tarefa a ser realizada pode ser feita com segurança (BRASIL, 2020).
De acordo com a NR-35, durante a escolha de uma escada portátil

devem ser observados os seguintes tópicos: a carga projetada, de forma
a resistir ao peso aplicado durante o acesso ou a execução da tarefa; os
esforços quando da utilização de sistemas de proteção contra quedas; e
as situações de resgate.
A seguir apresentam-se mais alguns aspectos técnicos necessários

às escadas portáteis (BRASIL, 2020):
a. Possuir espaçamento uniforme entre os degraus de 0,25 m a 0,3 m.
b. Serem dotadas de degraus antiderrapantes.
c. Estarem apoiadas em piso resistente.
d. Estarem fixadas em seus apoios, ou ter dispositivo que impeça

escorregamento.
Aos responsáveis por obras civis em que sejam utilizadas escadas

portáteis é muito importante que conheçam os seguintes limitantes
(BRASIL, 2020):
a. É proibido o uso em proximidades de portas ou áreas de

circulação, de aberturas e vãos, em locais que ofereçam risco de
queda de objetos ou materiais, exceto quando adotadas medidas
de prevenção.
NOTA:
Sempre que forem utilizadas escadas portáteis em

proximidades de portas ou áreas de circulação, seu entorno
deve ser isolado e sinalizado (NR-18).
b. Sobre estruturas sem resistência.
c. Junto a redes e equipamentos elétricos energizados e

desprotegidos.
A Norma Regulamentadora n° 18 prevê que as escadas portáteis

devem ser usadas por uma pessoa de cada vez, exceto quando
especificado pelo fabricante o uso simultâneo. Ademais, salienta que
durante a subida e a descida de escadas portáteis, o colaborador deve

estar apoiado em três pontos.
Caro estudante, atentar que escadas portáteis devem ter sapatas

antiderrapantes ou dispositivo que impeça o seu escorregamento.
Escada portátil de uso individual (de mão)

Em conformidade à Norma Regulamentadora NR-18, escadas de
mão devem ter, no máximo, 7 metros de extensão; ultrapassar em pelo
menos 1 metro o piso superior; e possuir degraus fixados aos montantes
por meios que garantam sua rigidez (BRASIL, 2020).
Figura 3 – Escadas portáteis
Fonte : Freepik.
NOTA:
É proibido o uso de escada de mão com montante único.

Além disso, a escada de mão deve ter seu uso restrito para
serviços de pequeno porte e acessos temporários.
Escada portátil dupla (cavalete, abrir ou

autossustentável)
No que se refere às escadas duplas, a NR-18 diz que elas devem
ter, no máximo, 6 m de comprimento quando fechadas; serem utilizadas
com os limitadores de abertura operantes e nas posições indicadas pelo
fabricante; e possuir estabilidade garantida, quando da utilização de
ferramentas e materiais aplicados na atividade.
NOTA:
Escadas duplas devem ser utilizadas apenas para a realização

de atividades com ela compatíveis, sendo proibida sua
utilização para a transposição de nível (BRASIL, 2020).
Escada portátil extensível

Escadas extensíveis devem, conforme NR-18 (BRASIL, 2020):
a. Ser dotadas de dispositivo limitador de curso, colocado no quarto

vão a contar da catraca, ou conforme determinado pelo fabricante.
b. Permitir sobreposição de, no mínimo, 1 m, quando estendida, caso

não haja limitador de curso.
c. Estar fixada em estrutura resistente e estável em, pelo menos, um

ponto, de preferência no nível superior.
d. Possuir a base apoiada a uma distância entre um quinto e um terço

em relação à altura.
e. Ser posicionada de forma a ultrapassar em, pelo menos, 1 m o

nível superior, quando usada para acesso.
NOTA:
Modelos de escada extensível com mais de 7 m de

comprimento devem ter sistema de travamento (tirante
ou vareta de segurança) para impedir que os montantes
fiquem soltos e prejudiquem a estabilidade (BRASIL, 2020).
Rampas e passarelas
As rampas e passarelas devem (BRASIL, 2020):
a. Ser dimensionadas em função de seu comprimento e das cargas

a que estarão submetidas.
b. Possuir sistema de proteção contra quedas em todo o perímetro.
c. Largura mínima de 0,8 m.
d. Possuir piso com forração completa e antiderrapante.
e. Estar firmemente fixadas em suas extremidades.

Figura 4 – Rampas
Fonte : Freepik.
Nas rampas com inclinação superior a 6°, devem ser fixadas peças
transversais, espaçadas em, no máximo, 0,4 m ou outro dispositivo de
apoio para os pés (BRASIL, 2020).
RESUMINDO:
Neste capítulo, entendemos que, nas obras civis, é

obrigatória a instalação de escada ou rampas para
transposição de pisos com diferença de nível superior
a 0,4 m, que sejam utilizadas como meio de circulação
de colaboradores. Conforme os requisitos da NR-18,
a utilização de escadas e rampas deve observar os
determinados ângulos de inclinação, a saber: para rampas,
ângulos inferiores a 15°; para escadas móveis, ângulos
entre 50° e 75°, ou em atendimento às recomendações do
fabricante; e para escadas fixas tipo vertical, os ângulos
de inclinação devem estar entre 75° e 90°. Em seguida,
estudamos os tipos de escadas e rampas e seus requisitos.
Estudamos, ainda, sobre a escada fixa de uso coletivo, a
escada fixa vertical, a escada portátil, a escada portátil de
uso individual, a escada portátil dupla, a escada portátil
extensível e, por fim, as rampas e as passarelas.
Prevenção contra quedas em altura

OBJETIVO:
Neste capítulo, vamos aplicar medidas de prevenção

contra quedas no trabalho em altura na construção civil. E
então? Motivado a desenvolver esta competência? Foco e
bons estudos!
Construção na altura
Caro estudante, seja bem-vindo. Iremos dar sequência ao estudo
da Norma Regulamentadora n° 18, com destaque para a prevenção contra
quedas em altura em obras civis. Preparado? Desejamos a você uma boa
leitura e um bom aproveitamento de seus estudos.
Toda e qualquer atividade em altura é obrigatória a instalação

de proteção coletiva onde houver risco de queda de colaboradores
ou projeção de materiais e objetos no entorno da obra, projetada por
profissional legalmente habilitado.
Conforme requisitos da NR-18, as aberturas no piso devem ter

fechamento provisório constituído de material resistente travado ou fixado
na estrutura, ou serem dotadas de sistema de proteção contra quedas.
NOTA:
Os vãos de acesso às caixas dos elevadores devem ter

fechamento provisório de toda a abertura, devendo ser
constituídos de material resistente, travado ou fixado à
estrutura, até a colocação definitiva das portas (BRASIL,
2020).
A NR-18 prevê a obrigatoriedade em toda a periferia da
edificação a instalação de proteção contra queda de
colaboradores, e a projeção de materiais a partir do início
dos serviços necessários à concretagem da primeira laje.
Figura 5 – Proteção do trabalhador
Fonte: Freepik.
Tal proteção, quando constituída de anteparos rígidos com

fechamento total do vão, deve apresentar altura mínima de 1,2 m (BRASIL,
2020). Assim, quando constituída de anteparos rígidos em sistema de
guarda-corpo e rodapé, deve atender aos seguintes requisitos (BRASIL,
2020):
a. Travessão superior a 1,2 m de altura e resistência à carga horizontal

de 90 kgf/m, sendo que a deflexão máxima não deve ser superior
a 0,076 m.
b. Travessão intermediário a 0,7 m de altura e resistência à carga

horizontal de 66 kgf/m.
c. Rodapé com altura mínima de 0,15 m rente à superfície e resistência

à carga horizontal de 22 kgf/m.
d. Ter vãos entre travessas preenchidos com tela ou outro dispositivo

que garanta o fechamento seguro da abertura.
Quando da utilização de plataformas de proteção primária,

secundária ou terciária, estas devem ser projetadas por profissional
legalmente habilitado e atender aos seguintes requisitos (BRASIL, 2020):
a. Ser projetada e construída de forma a resistir aos impactos das

quedas de objetos.
b. Ser mantida em adequado estado de conservação.
c. Ser mantida sem sobrecarga que prejudique a estabilidade de sua

estrutura.
Figura 6 – Plataforma
Fonte: wikimedia Commons.
A NR-18 também aponta que em todo perímetro onde estiver sendo

construído edifícios com mais de quatro pavimentos ou altura equivalente,
é obrigatória a instalação de uma plataforma principal de proteção na
altura da primeira laje que esteja, no mínimo, um pé-direito acima do
nível do terro. Além disso, essa plataforma deve ter, no mínimo, 2,5 m de
projeção horizontal da face externa da construção e um complemento de
0,80 m de extensão, com inclinação de 45°, a partir de sua extremidade.
Outro ponto importante contido na Norma Regulamentar n° 18,

é que além disso, o perímetro deve ser fechado com tela a partir da
plataforma principal de proteção. Essa tela deve ser considerada uma

barreira protetora contra projeção de materiais e ferramentas.
NOTA:
Quando da utilização de redes de segurança, estas devem

ser confeccionadas e instaladas de acordo com os requisitos
de segurança e ensaios previstos nas normas EN 1263-1
e EN 1263-2, ou conforme requisitos de normas técnicas
nacionais vigentes. O projeto de redes de segurança deve
conter o procedimento das fases de montagem, ascensão
e desmontagem (BRASIL, 2020).
As redes devem apresentar malha uniforme em toda a sua extensão.

Quando necessárias emendas na panagem da rede, estas devem ter
as mesmas características da rede original, com relação à resistência,
à tração e à deformação, além da durabilidade, sendo vetado o uso de
emendas com sobreposições da rede (BRASIL, 2020).
Cabe salientar os seguintes pontos de atenção do responsável pela

obra civil (BRASIL, 2020):
• As emendas devem ser feitas por profissional capacitado, sob

supervisão de profissional legalmente habilitado.
• O sistema de redes deve ser submetido a uma inspeção semanal

para verificação das condições de todos os seus elementos e
pontos de fixação.
• As redes, os elementos de sustentação e os acessórios devem

ser armazenados em local apropriado, seco e acondicionados em
recipientes adequados.
• As redes, quando utilizadas para proteção de periferia, devem

estar associadas a um sistema, com altura mínima de 1,2 m, que
impeça a queda de materiais e objetos.
Como medida alternativa ao uso de plataformas secundárias de

proteção, pode ser instalado um Sistema Limitador de Quedas de Altura.
Esse sistema deve ser composto, no mínimo, pelos seguintes elementos
(BRASIL, 2020):
• Rede de segurança.
• Cordas de sustentação ou amarração e perimétrica da rede.
• Conjunto de sustentação, fixação e ancoragem e acessórios de

rede, que devem ser compostos de elemento de força, grampos
de fixação do elemento força e ganchos de ancoragem da rede na
parte inferior.
Esse sistema deve ter, no mínimo, 2,5 m de projeção horizontal a

partir da face externa da construção.
Tipos de equipamento de proteção

individual
De acordo com Coelho (2015), o EPI é todo produto ou dispositivo
utilizado por um único operário, tendo a função de proteger a sua
integridade física, diminuindo, assim, os impactos resultantes de um
acidente de trabalho. O EPI pode ser conjugado; caso ele seja assim,
será composto por uma ancoragem, um dispositivo de união e o cinturão
paraquedista.
Figura 7 – Ancoragem e dispositivo de união
Fonte: Pixabay.
Cabe definirmos o que vem a ser cada um desses EPIs, de acordo

com Coelho (2015):
• Ancoragem – é uma estrutura-base na qual deverá ser

colocado o dispositivo de união. A ancoragem pode ser: vigas
metálicas, estruturas de concreto, andaimes, linhas de vida etc. É
recomendável que, sempre que possível seja feita, verticalmente,
acima da cabeça do usuário, de modo a diminuir o fator de queda
e evitar uma lesão mais grave ou o efeito pêndulo em caso de
queda. Os dispositivos de ancoragem devem ser capazes de
sustentar 15 kN de força por trabalhador. Além disso, devem estar
bastante altos, para que o trabalhador evite ter contato com o
solo, outro obstáculo em caso de queda.
De acordo com a NR-35, no que diz respeito ao ponto de ancoragem,

devem ser tomadas as seguintes providências: ser selecionado por
profissional legalmente habilitado; ter resistência para suportar a carga
máxima aplicável; e ser inspecionado quanto à integridade antes da sua
utilização.
• Dispositivo de ancoragem de ponto fixo – cada ponto de

ancoragem fixa compõe um dispositivo de ancoragem na estrutura
existente, que sustentará um talabarte absorvedor de impacto ou
um trava-quedas retrátil. O trabalhador executa as funções nas
proximidades de cada ponto fixo de ancoragem. À medida que for
progredindo o seu trabalho, é realizada a transição da ancoragem
aos pontos fixos adjacentes, devendo ser mantido conectado a
todo tempo, de modo a evitar acidentes.
É importante mencionar que se um determinado número de

trabalhadores realizar transições frequentes nestes pontos fixos, o sistema
pode prejudicar a produtividade.
Figura 8 – Trava-quedas
Fonte: Freepik.
• Dispositivos de ancoragem móveis – são linhas de vida horizontal

flexível e linhas de vida horizontal rígida, sendo elas fixas na
estrutura, oferecendo proteção sem interrupção do trabalho.
• Dispositivo de união – é responsável por conectar o cinturão

paraquedista à ancoragem. Existem dois tipos, sendo eles: talabarte
e trava-quedas, o tipo que deverá ser utilizado irá depender do
valor da zona livre de queda, no trabalho a ser executado e no
ambiente.
Os talabartes podem ser de posicionamento ou com absorvedor de

impacto. Já os trava-quedas podem ser retráteis, deslizantes para linhas
rígidas e deslizantes para linhas flexíveis.
SAIBA MAIS:
Assista ao vídeo sobre o talabarte de posicionamento e

trava-quedas para corda de 12 mm. Para acessá-lo, clique
aqui.
Cinturão paraquedista – é um EPI vestido pelos trabalhadores,

sendo ele o único aceitável para retenção de queda.
Como deve ser selecionado o cinturão correto?
É necessário que se analise o ambiente e o trabalho que será

realizado. O trabalhador, antes de começar o trabalho utilizando o cinturão,
deverá verificar os ajustes na cintura, no peito e nas coxas, para que ele
possa funcionar da maneira adequada no caso de o trabalhador cair.
RESUMINDO:
Neste capítulo, estudamos a prevenção contra quedas em

altura. Em toda e qualquer atividade em altura é obrigatória
a instalação de proteção coletiva onde houver risco de
queda de colaboradores ou projeção de materiais e objetos
no entorno da obra, projetada por profissional legalmente
habilitado. Estudamos como deve ser feita essa proteção.
Além disso, salientamos os principais pontos de atenção
do responsável pela obra civil. Vimos que pode existir
um Sistema Limitador de Quedas de Altura. Em seguida,
estudamos os tipos de EPIs, estudando sobre o que vem a
ser a ancoragem, o dispositivo de ancoragem de ponto fixo,
o dispositivo de ancoragem móvel, o dispositivo de união e
o cinturão paraquedista.
Máquinas, equipamentos e ferramentas

em obras civis
OBJETIVO:
Neste capítulo, estudaremos um ponto muito importante

que você já deve ter ouvido falar: os perigos que as
máquinas, os equipamentos e as ferramentas podem
trazer. Aqui, vamos compreender como se dá a prevenção
para esses perigos. Vamos lá?
Conceituando o assunto
Muitos dos acidentes que ocorrem nas obras acontecem
envolvendo máquinas, equipamentos e ferramentas. Isso se dá porque
existe em uma obra diferentes situações que intervêm no processo
construtivo e que devem ser motivo de um detalhado planejamento para
a prevenção, devido às suas características especiais. Assim, deve ser
analisado desde as máquinas que movimentam a terra até uma simples
ferramenta manual (SESI, 2015).
Para que sejam evitados os acidentes, é necessário que haja uma

série de medidas de segurança e saúde. A Norma Regulamentadora n° 18
estabelece que a operação de máquinas e equipamentos que exponham
o operador ou até mesmo terceiros a riscos só pode ser executada por
trabalhador que seja qualificado, devendo ser identificado por crachá.
Figura 9 – Trabalhador com crachá
Fonte: Freepik.
O item 18.22.2 da Norma Regulamentar n° 18 também traz que

devem ser protegidas todas as partes móveis dos motores, transmissões
e partes perigosas das máquinas ao alcance dos trabalhadores. Item
bastante autoexplicativo, pois essas partes podem ocasionar acidentes
aos trabalhadores.
As máquinas e os equipamentos que ofereçam risco de ruptura

das suas partes móveis, projeção de peças ou de partículas de materiais
devem ter as proteções adequadas, de acordo com a NR-18. No entanto,
como seriam essas proteções adequadas?
De acordo com a NR-12, as proteções devem ser projetadas e

construídas de modo a atender a alguns requisitos de segurança, sendo
eles:
• Cumprir as suas funções devidamente durante a vida útil da

máquina ou possibilitar a reposição de partes deterioradas ou
danificadas.
• Deve ser construída com materiais resistentes e adequados à

contenção de projeção de peças, materiais e partículas.
• Sua fixação deve ser firme e garantir estabilidade e resistência

mecânica compatível com os esforços requeridos.
• Não devem ser criados pontos de esmagamento ou agarramento

com partes da máquina ou outras proteções.
• Não deve possuir extremidades e arestas cortantes ou outras

saliências perigosas.
• Deve resistir às condições ambientais do local em que estão

instaladas.
• Impedir que possam ser burladas.
• Proporcionar condições de higiene e limpeza.
• Impedir acesso à zona de perigo.
• Os seus dispositivos de intertravamento devem ser protegidos

adequadamente contra sujidades.
• Deve ter ação positiva, ou seja, atuação de modo positivo.
• Não acarretar riscos adicionais.
Além disso, a NR-18 também traz que as máquinas e os

equipamentos de grande porte devem proteger, de maneira adequada, o
operador contra a incidência de raios solares e intempéries.
Figura 10 – Máquinas de grande porte com proteção
Fonte: Freepik.
Sabendo que as máquinas e os equipamentos com motores

a explosão causam maiores riscos, elas devem ser abastecidas por
trabalhador qualificado, devendo ter um local apropriado para o seu
abastecimento. Além disso, deve ser garantida a segurança da operação
com a utilização de técnicas e equipamentos adequados.
No caso do surgimento de máquina ou equipamento novo, o

operador deve ser submetido a um novo treinamento, para que se torne
qualificado para utilizá-la.
É importante que as máquinas e os equipamentos tenham

dispositivos de acionamento e parada, sendo localizadas de modo que,
de acordo com a NR-18:
• Seja acionado ou desligado pelo operador na sua posição de

trabalho.
• Não se localize na zona perigosa da máquina ou do equipamento.
• Possa ser desligado em caso de emergência por outra pessoa que

não seja o operador.
• Não possa ser acionado ou desligado involuntariamente pelo

operador ou qualquer outra forma acidental.
• Não acarrete riscos adicionais.
Esses dispositivos de segurança servem para que não ocorram

maiores acidentes com os operadores das máquinas.
IMPORTANTE:
Todas as máquinas devem ter dispositivo de bloqueio

para impedir o seu acionamento por pessoa que não seja
autorizada.
As normas técnicas oficiais vigentes são encarregadas de determinar

sobre a inspeção e a manutenção das máquinas, equipamentos e
ferramentas. É necessário dar uma atenção especial aos freios, ao
mecanismo de direção, aos cabos de tração e suspensão, ao sistema
elétrico e todos os outros dispositivos que sejam de segurança (NR-18).
Ainda no que se refere à inspeção, cada uma deve ser registrada

em um documento específico, onde deve constar as datas e as falhas
observadas. Também devem ser colocadas as medidas corretivas
adotadas e a indicação de pessoa, técnico ou empresa habilitada que as
realizou (BRASIL, 2020).
Os equipamentos pesados devem ter medidas de segurança

diferenciadas, devendo, desta forma, ser observadas as seguintes
medidas, de acordo com a NR-18 (BRASIL, 2020):
• Para encher/esvaziar pneus, não deve se posicionar de frente

para eles, mas atrás da banda de rodagem, usando uma conexão
de autofixação para encher o pneu. O enchimento só deve ser
feito por trabalhadores qualificados, de modo gradativo e com

medições sucessivas de pressão.
• Em caso de superaquecimento de pneus e sistema de freio,

devem ser tomadas precauções especiais, prevenindo-se de
possíveis explosões ou incêndios.
• Antes de iniciar a movimentação ou dar partida no motor, é preciso

certificar-se de que não há ninguém trabalhando sobre, debaixo
ou perto destes.
• Os equipamentos que operam em marcha a ré devem ter alarme

sonoro acoplado ao sistema de câmbio e retrovisores em bom
estado.
• O transporte de acessórios e materiais por içamento deve ser

feito o mais próximo possível do piso, sendo tomadas as devidas
precauções de isolamento da área de circulação, transporte de
materiais e pessoas.
• As máquinas não devem ser operadas em posição que comprometa

sua estabilidade.
• É proibido manter sustentação de equipamentos e máquinas

somente pelos cilindros hidráulicos, quando em manutenção.
• Devem ser tomadas precauções especiais quando da

movimentação de máquinas e equipamentos próximos a redes
elétricas.
Essas medidas devem ser observadas, devido aos inúmeros

acidentes que ocorrem com equipamentos pesados por falta de serem
tomadas as devidas medidas de segurança.
Ferramentas
A Norma Reguladora n° 18 proíbe expressamente o porte de
ferramentas manuais em bolsos ou locais inapropriados. Determinando,
também, que os trabalhadores, para que possam utilizar as ferramentas,
devem ser treinados e instruídos, de forma especial e com mais atenção.
IMPORTANTE:
Os operadores devem trabalhar com ferramentas

apropriadas ao uso a que se destinem, sendo proibido
o uso de ferramentas defeituosas, danificadas ou
improvisadas. Esses equipamentos devem ser substituídos
pelo empregador ou responsável pela obra (BRASIL, 2020).
Para que as ferramentas com gume possam durar mais tempo, não
se tornando defeituosas, ou ficando danificadas, devem ser protegidas
com bainha de couro ou qualquer outro material de resistência e
durabilidade equivalente, quando não estiver sendo utilizada.
Figura 11 – Rebarbadora
Fonte: Pixabay
Ainda, de acordo com NR-18, as ferramentas pneumáticas portáteis

devem ter dispositivo de partida instalado, de modo a reduzir ao mínimo a
possibilidade de funcionamento acidental.
Mas você sabe o que vem a ser ferramentas pneumáticas?
De acordo com o dicionário on-line, “pneumático” é tudo aquilo

que é relativo ao ar. Assim, as ferramentas pneumáticas se referem as
máquinas com funcionamento por ar comprimido (DICIO, 2009).
As válvulas de ar dessas ferramentas devem fechar de forma

automática, logo após cessar a pressão da mão do operador sobre
os dispositivos de partida. Além disso, as mangueiras e conexões de
alimentação dessas ferramentas devem resistir às pressões de serviço,
permanecendo firmemente presas aos tubos de saída e afastadas das
vias de circulação (BRASIL, 2020).
Quando essas ferramentas não estiverem em uso, o suprimento de

ar para as mangueiras deve ser desligado e a pressão deve ser aliviada.
Figura 12 – Ferramenta pneumática
Fonte: Pixabay
IMPORTANTE:
De acordo com Moraes (2013), as ferramentas de

equipamentos pneumáticos portáteis devem ser retiradas
de forma manual, nunca pela pressão do ar comprimido.
No que diz respeito às ferramentas de fixação de pólvora, elas devem

ser operadas por trabalhadores qualificados e que sejam devidamente
autorizados. Sendo expressamente proibido o uso dessas ferramentas por
trabalhadores que sejam menores de 18 anos. Ela é utilizada para fixar
diversos tipos de materiais a betão ou aço.
Devido ao seu conteúdo, por ter pólvora, é proibido que essas

ferramentas sejam usadas em ambientes com substâncias inflamáveis ou
explosivas.
No que se refere à hora do disparo da ferramenta de fixação a

pólvora, é proibido, de acordo com a NR-18, que nas proximidades estejam
presentes pessoas, não podendo, inclusive, a presença do ajudante do
operador.
Ao terminar de utilizar a ferramenta de fixação a pólvora, o operador

deve descarregá-las, devendo, também, fazer esse descarregamento
sempre que for guardá-las ou transportá-las.
É importante mencionar que, de acordo com o item 18.22.19,

os condutores de alimentação das ferramentas portáteis devem ser
manuseados de forma que não sofram torção, ruptura ou abrasão,
tampouco obstrua o trânsito de trabalhadores e equipamentos.
No que se refere às ferramentas elétricas, a NR-18 dispõe que é

proibida a utilização dessas ferramentas manuais sem que haja um duplo
isolamento.
RESUMINDO:
Neste capítulo, entendemos que muitos acidentes ocorridos

na obra decorrem da utilização de máquinas, equipamentos
e ferramentas. Assim, para que sejam evitados os acidentes,
a Norma Regulamentar n° 18 estabelece como deve ser o
uso desses equipamentos. Primeiramente, é necessário
que a operação de máquinas e equipamentos que
exponham o operador ou até mesmo terceiros a riscos só
pode ser executada por trabalhador que seja qualificado,
devendo ser identificado por crachá. Em seguida, vimos
que os equipamentos não podem oferecer risco de ruptura
e, para isso, há os requisitos de como eles devem ser
projetados. Vimos que as máquinas e os equipamentos
de grande porte devem proteger de maneira adequada o
operador contra a incidência de raios solares e intempéries.
Chegamos à conclusão que tudo que deve ser feito nas
máquinas, ferramentas e equipamentos devem ser feitos
por profissionais qualificados e capacitados. Vimos que os
equipamentos pesados devem ter medidas de segurança
diferenciada, estudando, assim, quais são essas medidas.
Vimos o que a NR-18 proíbe e todas as recomendações
que ela dá para que possam ser evitados os acidentes.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NR 18 –
Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção.
Rio de Janeiro: ABNT, 1978.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NR 35 –

Trabalho em altura. Rio de Janeiro: ABNT, 2012.
BRASIL. Ministério da Economia. Secretaria Especial de Previdência

e Trabalho. Portaria n° 3.733, de 10 de fevereiro de 2020. Aprova a nova
redação da Norma Regulamentadora n° 18 – Segurança e Saúde no
Trabalho na Indústria da Construção. Diário Oficial da União: Brasília, DF,
2020.
COELHO, J. O. dos R. Avaliação e prevenção de acidentes no

trabalho em altura na construção civil. 2015. Trabalho de Conclusão de
Curso (Graduação em Engenharia Civil) – Universidade Federal de Santa
Maria, Santa Maria, 2015.
GONZALEZ CÁCERES, J. R. Instalações elétricas provisórias

seguras em canteiros de obras. Centro Universitário de Lins, 2003.
Disponível em: http://www.segurancanotrabalho.eng.br/artigos/intseg.
pdf. Acesso em: 30 maio 2022.
MORAES, G. Legislação de segurança e saúde no trabalho. 10. ed.

São Paulo: GVC, 2013.
NOGUEIRA, D. da S.; ALVES, D. P. Transformadores de Potência:

teoria e aplicação: tópicos essenciais. 2009. Projeto submetido ao Corpo
Docente do Departamento de Engenharia Elétrica – Escola Politécnica da
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2009.
SAMPAIO, J. C. de A. Manual de aplicação da NR 18. São Paulo: Pini,

1998.
SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA (SESI). Departamento Nacional.

Manual de segurança e saúde no trabalho para instalações elétricas
temporárias na indústria de construção. Brasília: Sesi/DN, 2018.
SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA (SESI). Departamento Nacional.

Segurança e saúde na indústria da construção no Brasil: diagnóstico
e recomendações para a prevenção dos acidentes de trabalho. Brasília:
Sesi/DN, 2015.
SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO ESTADO

DE PERNAMBUCO (SINDUSCON/PE). O construtor. Recife: Sinduscon/
PE, 2003.
TALABARTE de posicionamento e trava queda para corda de 12 mm.

[S. l.: s. n.], 2016. 1 vídeo (1 min). Publicado pelo canal MG Cinto. Disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=XHcNVyhsWRY. Acesso em: 30
maio 2022.

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Segurança do

Normas elencadas pela NR-18.............................................................................................. 15

Escadas, rampas e passarelas em obras civis................................. 19

Escada fixa vertical......................................................................................................................... 20

Escada portátil de uso individual (de mão)...................................................................23

Escada portátil dupla (cavalete, abrir ou autossustentável).............................24

Escada portátil extensível..........................................................................................................24

Prevenção contra quedas em altura.................................................... 27

Tipos de equipamentos de proteção individual........................................................ 31

Máquinas, equipamentos e ferramentas em obras civis............. 35

1. Identificar os aspectos concernentes às instalações elétricas na

2. Discernir e tipificar os cuidados com escadas, rampas e passarelas.

3. Aplicar medidas de prevenção contra quedas no trabalho em

4. Identificar perigos e riscos de acidentes de trabalho em

Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao

Instalações elétricas em obras civis

Neste capítulo, vamos identificar os aspectos concernentes

Ao falar em construção civil, uma das principais causas de acidente

O choque elétrico é responsável por uma quantidade mínima de

Por ser a instalação elétrica de canteiro de obras temporária, não

Todas as instalações elétricas temporárias devem ser executadas e

ser realizados por colaboradores autorizados e capacitados na Norma

De acordo com Sampaio (1998, p. 341):

Os projetos desse tipo de instalação devem ter medidas que sejam

Podemos elencar quais são os locais com maior risco de acidentes

• Quadros de distribuição, terminal e medição – traz risco de choque

• Dispositivos de proteção e manobra – traz risco de choque elétrico,

• Instalações aéreas – traz risco de choque elétrico e acidente.

• Instalações subterrâneas – traz risco de curtos-circuitos e acidente.

• Plugs e tomadas – traz o risco de choque elétrico e curtos-circuitos.

• Iluminação provisória – traz o risco de curtos-circuitos e acidentes.

• Máquinas e equipamentos – traz o risco de choque elétrico,

De acordo com a NR-18 é proibida a existência de partes

Conforme o item 18.6 da Norma Regulamentadora n° 18, os

a. Ser dispostos de maneira a não obstruir a circulação de pessoas

b. Estar protegidos contra impactos mecânicos, umidade e agentes

c. Possuir isolação em conformidade com as normas técnicas

d. Possuir isolação dupla ou reforçada quando destinados à

Todas as conexões, emendas e derivações de condutores

Você sabia que as partes condutoras de instalações

Os quadros de distribuição das instalações elétricas devem (BRASIL,

a. Ser dimensionados com capacidade para instalar os componentes

b. Ser constituídos por material resistente ao calor gerado pelos

c. Possuir partes vivas inacessíveis e protegidas aos colaboradores

d. Possuir acesso desobstruído.

e. Sua instalação deve ter espaço suficiente para a realização de

f. Possuir identificação e sinalização quanto ao risco elétrico.

g. Estar em conformidade com a classe de proteção requerida.

h. Possuir circuitos identificados.

É vedada a guarda de quaisquer materiais ou objetos no

Os dispositivos de manobra, controle e comando dos circuitos

É importante destacar que em todos os ramais ou circuitos

Tanto máquinas e equipamentos móveis quanto

Normas elencadas pela NR-18

Primeiramente, essa norma estabelece que toda a execução e

Só é permitido realizar serviços de instalações quando

Ainda de acordo com a NR-18, caso precisem ser feitas emendas na

É garantido também pela NR-18 que os condutores das instalações