Relatorio Abelhas Sociais
Relatorio Abelhas Sociais
Relatorio Abelhas Sociais
Abelhas Sociais e
Solitárias
Coordenador Geral:
Período da pesquisa:
Área de abrangência:
Município de Curuçá-PA
Palavras chaves:
Equipe de Campo:
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Travessa Ó de Almeida 1083
66053-360 Reduto Belém Pará
F 55 91 3222 6000
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Estudo da Diversidade e Conservação de abelhas da RESEX Mãe Grande de Curuçá e
arredores, região costeira do Pará
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Departamento de Zoologia, Museu Paraense Emílio Goeldi, Avenida Perimetral 1901, Terra
Firme, 66017-970 Belém-PA, Brasil. [email protected]
INTRODUÇÃO
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carboidratos (NOGUEIRA-NETO, 1997). Com o pólen, os meliponíneos elaboram uma massa
chamada samora ou saburá, sua principal fonte de proteínas (NOGUEIRA-NETO, 1997).
Em vista dessa relação trófica, as abelhas sem ferrão são os principais visitadores e
polinizadores em ecossistemas tropicais (ROUBIK, 1989; WILMS et al.1996). Essa função
ecológica reveste a fauna neotropical de meliponíneos de uma importância capital para a
saúde dos ecossistemas. em muitas áreas os meliponineos são os principais polinizadores
primários das angiospermas, e a atual diversidade vegetal de plantas superiores só é possível
em face da igualmente alta diversidade das abelhas (LASALLE;GAULD, 1993).
Abelhas Euglossini
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O grupo contém cerca de 200 espécies em cinco gêneros distribuídos desde o México
até a Argentina, 2 dos quais são constituídos de espécies parasitas (Cameron, 2004; Silveira
et al. 2002). Os machos dessas espécies recolhem substâncias odoríferas produzidas em
flores de Orchidaceae, Araceae, Gesneriaceae ou Solanaceae, mas, também por fungos e
outras fontes (Silveira et al. 2002) .
MATERIAL E MÉTODOS
Foram utilizadas as metodologias de iscas atrativas e busca ativa para a captura das
abelhas que ocorreram em vários pontos visitados (mata fechada, campo aberto, mangue e
praia), nos períodos da manha e tarde. Foram realizados também registros fotográficos da
vegetação onde as abelhas foram observadas, assim como o local de nidificação. As iscas
foram dispersas com borrifador comum (utilizado em jardinagem) na vegetação, onde eram
definidos pontos distanciados em intervalos de pelo menos 50 metros. A composição das
iscas encontra-se na Tabela 1. As abelhas também foram coletadas pelo método de busca
ativa, que consiste no uso de rede entomológica (puçá) na captura dos exemplares nas áreas
percorridas entre os pontos e em ninhos.
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Os exemplares foram sacrificados em um recipiente mortífero contendo Acetato de
etila e posteriormente alfinetados e etiquetados para armazenamento na coleção de
Invertebrados do Museu Paraense Emílio Goeldi. Sob estereomicroscópio (Zeiss – Stemi
SV11) os gêneros foram determinados através das chaves dispostas em Silveira et al (2002),
Camargo (1994), Michener (1990), Moure (1951) e Schwarz (1932; 1948). As espécies foram
comparadas com material do acervo Entomológico do MPEG.
Abelhas Euglossini
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
Durante todo o período da 1ª e 2ª frequência de chuva foi menor com visível período
de estiagem, porém em determinados períodos do dia as abelhas encontraram nestes locais
ofertas de alimento e água. Fato observado pelo maior número de indivíduos no período da
manhã onde nas primeiras horas do dia a vegetação (herbáceas) apresentava umidade em
sua superfície e processo de abertura das flores, fornecendo recursos alimentares através da
coleta de água, néctar e pólen.
Fatores limitantes listados por Parker (1986) como a oferta de alimentos, a falta de
locais adequados para a nidificação nos ambientes mais alterados, ou às restrições impostas
por seus limites de tolerância a fatores ambientais, como temperatura podem ser apontados
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como fatores que provocam uma diminuição no tamanho de populações de abelhas, porém
não excluindo as espécies destes ambientes.
A criação racional além de fornecer produtos, como mel e pólen, entre outros, que
ainda são pouco explorados, permite a realização de atividades sustentáveis como o turismo
ecológico que aliado à educação ambiental, é um forte estímulo à agricultura familiar. Além
do fato de que esta criação envolve o uso sustentável de áreas naturais onde, a partir destas,
é possível monitorar a degradação ambiental, já que as abelhas são consideradas
importantes bioindicadores.
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Observou-se um predomínio na Ilha de Ipomonga do gênero Euglossa (62 espécimes)
seguida pelo gênero Eulaema; (19 espécimes); Dentro de Euglossa a espécie Euglossa
cognata (Figura 2e) foi a mais comum com a presença de 40 representantes, enquanto que
no gênero Eulaema a espécie Eulaema bombiformis (Figura 2f) foi a menos comum com
apenas 1 representante.
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O trabalho foi significativo, pois demonstrou a fauna de Euglossini e a diversidade de
espécies nos gêneros encontrados. Entretanto um número maior de coletas em diferentes
estações do ano; a presença de outros compostos atrativos ou métodos de captura seriam
interessantes pra uma melhor amostragem desse importante grupo, pois algumas de suas
espécies atuam como indicadores ambientais e também determinam áreas que possuem
fragmentação de habitat natural.
Ingredientes %
Água 70%
Mel 27%
Sal 1%
Baunilha 2%
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Tabela 2. Posição taxonômica das abelhas coletadas na área de estudo.
Frieseomelitta Ihering,
1912
Euglossini
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ANTHOPHORIDAE XILOCOPINAE Xylocopini Xylocopina Xylocopa Latreille, 1802
Augochloropsis Cockerell,
HALICTIDAE HALICTINAE Augochlorini -
1897
Plebeia sp. 42 -
Mesoplia sp - 8
Melitoma sp - 1
Xylocopa sp. 15 -
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Total 429 92
Total 81
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Tabela 5. Compostos aromáticos utilizados e números de indivíduos capturados na Ilha de
Ipomonga.
Euglossa 21
Salicilato de Metila
Eulaema 8
Euglossa 18
Acetato de Benzila
Eulaema 9
Total 56
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a) b)
c) d)
e) f)
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Figura 1. a) Busca ativa em campo; b) Indivíduos de Trigona fulviventris coletando resina em
raíz de bacurizeiro (Platonia insigns Mart. 1832); c.d) Abelhas e vespas em iscas borrifadas
na vegetação; e.f) Ninhos de Frieseomelitta sp. em tronco de Ajiru (Chrysobalanus icaco L.).
a) (b)
c) d)
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e) f)
Figura 2. a) Busca ativa utilizando puçá entomológico; b) Isca atrativa no interior da mata. c)
frasco mortífero com a presença de acetato de etila; d) Isca atrativa na região de borda; e)
Euglossa cognata (Moure, 1970); f) Eulaema bombiformis (Packard, 1869).
Agradecimentos
Ao Instituto Peabiru e ao Museu Paraense Emílio Goeldi pelo apoio financeiro e pela
infraestrutura para realização deste trabalho.
REFERÊNCIAS
Becker, P.; Moure, J. S.; Peralta, F. J. A. 1991. More about euglossinae bees in Amazonian
Forest Fragment. Biotropica 23: 586 -591.
BROWN, C.; ALBRECHT, C. The effect of tropical deforestation on stingless bees of the genus
Melipona (Insecta:Hymenoptera : Meliponini) in central Rondonia, Brazil. Journal of
Biogeography, Oxford, v. 28, p. 623- 634, 2001.
Cameron, S. A. 2004. Phylogeny and biology of Neotropical orchid bees (Euglossini). Ann.
Rev. Entomol. 49: 377-404.
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LaSalle, J. & Gauld, I.D. 1993. Hymenoptera and Biodiversity. The Natural History Museum.
London. 348p.
MICHENER, C. D. Classification of the Apidae. Univ. Kansas Sci. Bulletin, 54: 75-164. 1990.
MOURE, J.S. Notas sobre Meliponinae (Hymenopt., Apoidea). Dusenia,n.5: 259-286, 1951.
Nemésio, A. & Silveira, F.A. 2006. Edge Effects on the Orchid-Bee Fauna (Hymenoptera:
Apidae) at a Large Remnant of Atlantic Rain Forest in Southeastern Brazil. Neotropical
Entomology, 35(3): 313-323.
Rebêlo, J.M.M.; Rêgo, M.M.C. Albuquerque, P.M.C. 2003. Abelhas (Hymenoptera, Apoidea)
da região setentrional do Estado do Maranhão. In: G.A.R. Melo & I. Alves-dos-Santos,
Apoidea Neotropica: Homenagem aos 90 anos de Jesus Santiago Moure. Editora UNESC,
Criciúma. 265-278 p.
Roubik, D. W. Ecology and natural history of tropical bees. Cambridge University Press. 514p,
1989.
Schwarz, H.F. The genus Melipona. The type genus of the Meliponidae or stingless bees.
Bulletin of the American Museum of Natural History, 63: 231-460, 1932.
Schwarz, H.F. Stingless bees (Meliponidae) of the Western Hemiphere. Bulletin of the
American Museum of Natural History, 90: 1-546, 1948.
Silveira, F.A., Melo, G.A.R. & Almeida, E.A.B. 2002. Abelhas Brasileiras. Sistemática e
Identificação. Belo Horizonte. 253p
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