Mod 4 - Introdução A Teoria Geral Do Crime

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19/04/2023, 08:51 TEORIA GERAL DO CRIME – HOTMART – Fórmula da Aprovação

IV. INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DO CRIME

Analise os gráficos abaixo e observe os aspectos mais cobrados nas provas de Concurso
Público sobre o tema Introdução à Teoria Geral do Crime -> oriente seus estudos por essa
análise.

Conforme estudado nos capítulos anteriores, o Direito Penal tem por função a tutela dos
bens considerados mais importantes para os indivíduos em uma sociedade. Nesse sentido,
podemos afirmar que a aplicação da lei penal refere-se à ultima ratio, ou seja, o Estado deve
utilizar das normas penais como seu último recurso, de modo a garantir o princípio da
intervenção mínima, limitando o seu poder punitivo (Questões 300, 301, 302).

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Nessa medida, partindo desse pressuposto, fez-se necessário a criação de uma Teoria Geral
do Direito Penal no sentido de organizar e identificar os elementos acerca da configuração do
crime e da imposição das penas, de uma maneira mais lógica e coerente, como consequência
da prática delitiva e do descumprimento do preceito legal.
1. Crime e Contravenção Penal

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Áudio de Revisão

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QUESTÃO FCC
O conceito de delito formal é o fato humano proibido pela lei penal, e material há lesão
ou perigo de lesão a um bem jurídico-penal.
CORRETO

O conceito de crime pode ser compreendido sob três aspectos distintos:


a) Formal (formal sintético): sob esse aspecto, crime é toda conduta proibida em lei por meio
de uma norma penal incriminadora, ou seja, é aquilo que está rotulado em uma norma
penal;

TRADUÇÃO JURÍDICA

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“Como assim prof.?”

No caso do homicídio, estabelecido no art. 121 do Código Penal, ninguém em sã consciência


vai afirmar que matar alguém está de acordo com a lei. O comando normativo que dali se
extrai é que não devemos matar.

b) Material (ou substancial): considerando esse aspecto, a infração penal é o comportamento


humano causador de relevante e intolerável lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico
tutelado, passível de sanção penal;

TRADUÇÃO JURÍDICA

“Como assim prof.?”

No homicídio o bem jurídico tutelado é a vida, no furto é o patrimônio.

c) Analítico (dogmático ou formal analítico): o conceito analítico de crime compreende as


estruturas do delito. De acordo com esse critério, a infração penal pode ser definida como
fato típico e antijurídico (representando uma Teoria Bipartida), bem como pode ser
entendido como fato típico, antijurídico/ilícito e culpável (Teoria Tripartida). Atualmente,
prevalece a corrente Tripartida, portanto, faltando qualquer um dos substratos da infração
penal (fato típico, antijurídico e culpável) o crime desaparece (Questão 303, 2528, 2529).

Desse modo, na construção material o crime constitui lesão ou perigo de lesão ao bem
jurídico tutelado, o conceito formal estabelece o crime como a conduta prevista na lei penal
para a qual o legislador atribui pena. O conceito analítico, por sua vez, apresenta os
elementos que compõem o delito, sendo constituído por fato típico, ilícito e culpável (teoria
tripartida). Em conformidade com essa definição, a punibilidade não integra o conceito de
crime, sendo considerada apenas uma consequência jurídica.

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O fato típico nos crimes materiais é constituído pelos elementos conduta, resultado, nexo
causal e tipicidade. A conduta, necessariamente consciente e voluntária, manifesta-se através
da ação ou omissão. O resultado pode ser denominado resultado jurídico (normativo) ou
material (físico). O resultado jurídico refere-se à lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico
tutelado e o resultado material refere-se à modificação do mundo exterior produzido pela
conduta humana.

ATENÇÃO

Alguns autores sustentam que o crime é composto por quatro elementos: fato típico,
ilicitude, culpabilidade e punibilidade. Essa posição quadripartida é claramente minoritária e
deve ser afastada, pois a punibilidade não é elemento do crime, mas sim consequência da
sua prática

1.1. Classificação das Infrações Penais

Conforme estudado, no ordenamento jurídico brasileiro as infrações penais representam o


gênero no qual se encontram inseridas os crimes e as contravenções penais. Vejamos:

a) Crimes (ou delitos);

b) Contravenções penais (crime vagabundo/anão ou delitos liliputianos);

Cumpre ressaltar que tanto o crime como as contravenções penais são fatos típicos e
antijurídicos. Entretanto, as condutas mais gravosas que merecem uma punição mais severa
são classificadas como crimes. As condutas menos graves, com penas mais brandas, são
denominadas de contravenções.

QUESTÃO CESP

A diferença entre crime e contravenção penal consiste na aplicação de pena de reclusão


ao primeiro e, ao segundo, pena de detenção ou multa.
ERRADO

A identificação de qual conduta é crime e qual é contravenção é realizada pelo legislador,


como julgar conveniente, sendo esta uma classificação meramente política. No entanto, há
algumas diferenças pontuais entre crime e contravenção penal que merecem destaque,
vejamos:

– Quanto às penas cominadas e o respectivo limite

a) Crimes – podem ser aplicadas as penas de reclusão; reclusão e multa; reclusão ou multa;
detenção; detenção e multa e detenção ou multa. Nesse caso, o tempo máximo de
cumprimento da pena não pode exceder 30 (trinta) anos.

b) Contravenções – possuem penas mais brandas: prisão simples; prisão simples e multa;
prisão simples ou multa e somente multa.
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ATENÇÃO

Art. 10 da Lei de Contravenções Penas “A duração da pena de prisão simples não pode, em
caso algum, ser superior a cinco anos, nem a importância das multas ultrapassar cinquenta
contos.”

– Quanto à espécie de ação penal

a) Crimes – podem ser processados por meio de ação penal pública incondicionada, ação
penal pública condicionada à representação ou ação penal privada;

b) Contravenções – segundo o artigo 17 da Lei de Contravenções Penais, a ação penal será


pública, devendo a autoridade proceder de ofício. Nesse caso, o Ministério Público sempre
terá legitimidade para denunciar a prática
da contravenção penal.

FICA A DICA: O Supremo Tribunal Federal já afirmou que a prática da contravenção penal de
vias de fato (art. 21 da Lei de Contravenções Penais) é processada mediante ação penal
pública incondicionada.

TRADUÇÃO JURÍDICA

“Como assim prof.?”


Luana namorava com Gustavo. Um belo dia, encontrou com ele em uma balada. Contudo,
nesta noite Gustavo estava acompanhado de Lis, sua nova ficante. Inconformada com a
situação, Luana foi até os dois e arrancou as roupas de Lis, que ficou pelada na frente de
todos. Nesse caso, Luana praticou a contravenção penal de vias de fato, uma vez que não
houve nenhum tipo de lesão. Desse modo, a ação penal será pública incondicionada.

QUESTÃO MS CONCURSOS

A tentativa de recusa a receber, pelo seu valor, moeda de curso legal no país, em
conformidade com a Lei de Contravenções, não é punível.
CORRETO

– Quanto à tentativa e extraterritorialidade

a) Crimes – pode ser tentado ou consumado.

b) Contravenções – não admitem a ocorrência da tentativa, nem a possibilidade de


extraterritorialidade, vejamos:

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Art. 2º A lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território nacional.

Art. 4º Não é punível a tentativa de contravenção. (QUESTÃO 2530, 2531)

– Quanto à competência para processar e julgar

a) Crimes – a competência para processar e julgar crimes pode ser Estadual, como Federal.
Cumpre ressaltar que os crimes previstos no art. 109 da Carta Magna são de competência da
Justiça Federal. Vejamos:

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:

I – as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem


interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as
de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
II – as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa
domiciliada ou residente no País;
III – as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou
organismo internacional;
IV – os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou
interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as
contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
V – os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução
no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;
V-A – as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo;
VI – os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o
sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;
VII – os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o
constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra
jurisdição;
VIII – os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal,
excetuados os casos de competência dos tribunais federais;
IX – os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da
Justiça Militar;
X – os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta
rogatória, após o exequatur, e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas
referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;
XI – a disputa sobre direitos indígenas.
§ 1º As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver
domicílio a outra parte.
§ 2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for
domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda
ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.
§ 3º Serão processadas e julgadas na Justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou
beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado,
sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição,
a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela Justiça
estadual.
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§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o Tribunal


Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau.
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República,
com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados
internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o
Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de
deslocamento de competência para a Justiça Federal.

b) Contravenções – a competência para o julgamento das contravenções penais é da Justiça


Estadual. Contudo, insta salientar que se o sujeito ativo da contravenção penal tiver foro
privilegiado em decorrência da função que exerce, essa competência pode ser deslocada pra
as instâncias superiores.

– Quanto ao benefício da Suspensão Condicional da Pena (SURSIS)

A Suspensão Condicional da Pena – SURSIS é um benefício penal que promove a suspensão


da pena privativa de liberdade imposta, em conformidade com determinadas condições. São
requisitos para a concessão do sursis: sentença condenatória a pena privativa de liberdade
não superior a 02 (dois) anos; impossibilidade da substituição da pena privativa de liberdade
por restritiva de direitos; não reincidência em crime doloso e circunstâncias judiciais
favoráveis.

a) Crimes – conforme previsão legal, o período de prova para a suspensão é de 2 (dois) a 4


(quatro) anos;

b) Contravenções – a Lei de Contravenções Penais, por sua vez, determina o prazo de 1 (um)
a 3 (três) anos (Questão 304);

Além das diferenças supracitadas entre o crime e a contravenção penal, existem outras que
podemos citar, como por exemplo a utilização da interpretação restritiva quanto às
contravenções penais no que tange ao confisco de bens, bem como a aplicação das medidas
cautelares diversas da prisão nos casos da prática de crimes.

FICA A DICA: As medidas cautelares diversas da prisão estão previstas no art. 319 do Código
de Processo Penal.As mesmas representam instrumentos diversos da prisão, que visam
restringir a liberdade do condenado, em caráter urgente e provisório, como forma de
controle e acompanhamento do mesmo (ex: impossibilidade de se ausentar da Comarca
quando a conveniência seja necessária para a investigação ou instrução). As medidas
cautelares gozam de quatro principais características: provisoriedade, revogabilidade,
substitutividade e excepcionalidade.

Ademais, destacamos que nas contravenções penais a alegação de desconhecimento da lei


ou a existência do mero equívoco em compreender o texto legal, pode autorizar a não
aplicação do texto legal ao sujeito ativo, desde que escusável. Nesse sentido, nos termos do
art. 8º da Lei de Contravenção Penal: “no caso de ignorância ou de errada compreensão da
lei, quando escusáveis, a pena pode deixar de ser aplicada.” Entretanto, cabe destacar que se
estivermos falando de crimes, o desconhecimento da norma serve apenas como
circunstância atenuante, sendo, portanto, inescusável.
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LICP – Decreto Lei nº 3.914/41

Art 1º “Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de
detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa;
contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou
de multa, ou ambas. alternativa ou cumulativamente.” (QUESTÃO 2532, 2533, 2534)

OS ELEMENTOS DO CRIME/DELITO E DA CONTRAVENÇÃO SÃO OS MESMOS: FATO TÍPICO +


ANTIJURÍDICO + CULPÁVEL

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(QUESTÃO 2535)

2. Sujeitos do Crime
Podemos definir como sujeitos do crime:
2.1. Sujeito Ativo

Trata-se daquele que, de forma direta ou indireta, realiza a conduta descrita no tipo penal
como infração, podendo ser qualquer pessoa maior de 18 (dezoito) anos (Questão 305). Insta
salientar que somente seres humanos podem praticar crimes, sendo que os seres
inanimados e os mortos não podem ser sujeitos ativos de uma empreitada criminosa.
Ademais, destaca-se que os animais podem ser instrumentos da ação criminosa de alguém,
mas não praticam, por si mesmos, os crimes.

Nesse sentido, o sujeito ativo pode ser tanto aquele agente que realiza o verbo típico,
quanto aquele agente que possui o domínio final do fato – Teoria do Domínio do Fato – ou,
até mesmo, aquele que de qualquer modo concorra para a prática do crime (Questões 306,
307).
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Nesse diapasão, precisamos identificar as diferenças entre autor, co-autor e partícipe:

– Autor: aquele que executa diretamente a conduta típica ou, de acordo com a teoria do
domínio do fato, tem o controle sobre a ação criminosa.

– Co-autor: é aquele que realiza a conduta típica ou controla a ação em conjunto com outra
pessoa.

– Partícipe: é o agente que apenas colabora na realização da conduta típica, instigando,


induzindo ou auxiliando o autor.

QUESTÃO UEG

Sobre sujeito ativo e sujeito passivo da infração penal, verifica-se que sujeito ativo do
crime é aquele que pratica a conduta descrita em lei, ou seja, o fato típico.
CORRETO

ATENÇÃO

A Teoria do Domínio do Fato é aquela que afirma que é autor, e não mero partícipe, a pessoa
que, mesmo não tendo praticado diretamente a infração penal, decidiu e ordenou sua
prática a um subordinado seu. Ou seja, conforme essa teoria, o mentor da infração é visto
como autor do crime. Ex: o chefe do trafico não realiza o crime em si, porém, tem total
domínio do fato.

TRADUÇÃO JURÍDICA

“Como assim prof.?”

Cascão, Mônica e Magali tramaram cometer o homicídio de Cebolinha que havia roubado o
coelhinho da Mônica. Mônica pagou duzentos mil reais a Cascão e prometeu a Magali dois
anos de comida livre em um restaurante #TambémPrefiroAComida. No momento do crime,
Magali ficou responsável para ver se não tinha ninguém no local, bem como de segurar a
vítima, e Cascão disparou a arma alvejando o sujeito.

Nesse caso, tanto Cascão, quanto Mônica e Magali são os sujeitos ativos do crime:

Mônica – detinha o domínio final do fato;


Magali – é partícipe na medida da sua culpabilidade;
Cascão – é aquele que praticou a conduta prevista no núcleo do tipo penal;

Em relação à pessoa jurídica, a doutrina tem admitido cada vez mais sua participação como
sujeito ativo. No que se refere ao tema, existem três correntes acerca dessa possibilidade: a
primeira corrente defende que somente a pessoa física é capaz de cometer delitos; a
segunda é a Teoria da Dupla Imputação e admite que a pessoa jurídica possa ser
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responsabilizada penalmente juntamente com a pessoa física e, por fim, existe uma corrente
prevista pelo Supremo Tribunal Federal, que prevê que tanto a pessoa física, como a pessoa
jurídica, são capazes de cometer crimes, devendo ambas serem responsabilizadas na seara
penal. Nessa medida, devemos ter por base essa última Teoria. Cumpre destacar que em
crimes contra a ordem econômica e financeira, contra a economia popular, ou crimes contra
o meio ambiente, ainda que a pessoa física seja absolvida, é possível a condenação da
pessoa jurídica (Questão 308).

Cabe ressaltar, ainda, que a própria Constituição Federal e a Lei nº 9.605/98 tratam acerca da
responsabilidade penal da pessoa jurídica, esta última, inclusive, estabelece as penas
aplicáveis à pessoa jurídica (art. 21 a 23), diferenciando-as das penas aplicáveis à pessoa
física, se houver (Questão 309).

O crime, quanto ao sujeito ativo, classifica-se em:

a) Crime Comum – é aquele crime que pode ser praticado por qualquer pessoa, pois o tipo
penal não exige nenhuma condição em especial do agente (Questão 310);

TRADUÇÃO JURÍDICA

“Como assim prof.?”

Art. 155 do CPB – crime de furto.

Qualquer um de nós pode cometer esse delito, uma vez que o tipo penal descreve apenas a
conduta de subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel, sem exigir qualquer
característica específica do sujeito ativo.

b) Crime Próprio – nesse caso, é exigida uma qualidade pessoal do agente prevista no
próprio tipo penal, sendo que as circunstâncias são incomunicáveis. Destaca-se que é
admitida a coautoria (Questão 311);

TRADUÇÃO JURÍDICA

“Como assim prof.?”


Art. 123 CPB – crime de infanticídio – só pode ser praticado pela genitora em estado
puerperal.

c) Crime de Mão Própria – O crime de mão própria é o crime cuja qualidade exigida do
sujeito é tão específica que não se admite co-autoria, pois somente o agente em pessoa pode
praticar este tipo de crime. Ex: falso testemunho (somente a testemunha pode praticar o
delito, não se admitindo co-autoria) (Questões 312, 313);

TRADUÇÃO JURÍDICA

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“Como assim prof.?”

Art. 342 CPB – crime de falso testemunho. Lembrem-se: crime de mão PRÓPRIA -> a mão
própria pertence apenas a um agente! Não admite a mão de outra pessoa.

ATENÇÃO

O Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento de que, apesar do crime de falso


testemunho ser de mão própria, pode haver a participação do advogado no seu
cometimento (HC 30858 / RS, 12/06/2006, Sexta Turma, rel. Min. Paulo Gallotti).

2.2. Sujeito Passivo

Em uma relação jurídica penal, o sujeito passivo sofre uma ação ou sujeição pelo sujeito
ativo. Nesse caso, o crime é praticado em seu desfavor, sendo ele o prejudicado. O sujeito
passivo pode ser qualquer pessoa, seja ela física ou jurídica, ou até mesmo aquele ente que
não possui personalidade jurídica própria (Questões 314, 315).

O sujeito passivo pode ser classificado em:

a) Material (eventual, imediato, particular ou acidental) – é o titular do bem jurídico lesado ou


ameaçado, podendo ser uma pessoa física ou pessoa jurídica. Pode ser classificado como
comum (que tem como vítima qualquer pessoa) ou como próprio (quando é exigida uma
condição especial para o sujeito passivo).

b) Formal (constante, mediato, geral ou genérico) – sabemos que o próprio Estado é titular
do mandamento proibitivo. Desse modo, o ente estatal é o sujeito passivo formal do crime,
uma vez que sempre é lesado, ainda que indiretamente, pela conduta criminosa que viola
suas regras (Questão 316).

ATENÇÃO

Nos crimes praticados contra a Administração Pública, o Estado pode ser sujeito material ou
sujeito formal, uma vez que nesse caso o seu bem jurídico próprio foi lesado diretamente.

FICA A DICA: O de cujus não pode ser sujeito passivo, pois não é titular de direitos. Nesse
caso, insta salientar que o sujeito passivo pode ser a família do falecido, mas nunca ele
próprio;
Ninguém pode ser, diante de sua própria conduta, sujeito ativo e passivo;

Os animais não podem ser sujeitos passivos de crimes, porém, podem ser objeto material,
de modo que os seus proprietários ou a própria coletividade se tornem vítimas do crime.

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3. Objeto do Crime

O objeto do crime é o bem contra o qual se dirige a conduta criminosa. O objeto pode ser
dividido em material ou jurídico.

a) Objeto Material – refere-se ao objeto definido dentro de cada norma penal, ou seja, trata-
se da própria coisa atingida pelo crime.

TRADUÇÃO JURÍDICA

“Como assim prof.?”

No crime de dano, o objeto é a coisa danificada; no crime de desacato, o objeto é o


funcionário público.

b) Objeto Jurídico – refere-se ao valor jurídico que o direito busca proteger e foi violado pela
prática do crime em questão.

O autor da prática delitiva não gera o objeto jurídico, ele o viola. Ademais, é importante
deixar claro que o crime não deve se confundir com o objeto jurídico, ou seja, o crime é
justamente o que atinge o objeto, e não ele próprio. No que tange aos bens jurídicos
tutelados pelo Direito Penal, a doutrina apresenta duas teorias fundamentais:

– Teoria Monista: segundo essa teoria, o direito penal deve tutelar a pessoa ou a sociedade
como um todo sob a ótica coletivista;

– Teoria Monista Personalista: nesse caso, a pessoa deve ser privilegiada, ou seja, os bens
jurídicos individuais tem maior importância que os coletivos na cadeia de proteção da
legislação penal;
– Teoria Monista Coletiva: essa teoria leva em consideração a ideia de que os bens jurídicos
coletivos se sobrepõem frente aos bens jurídicos individuais. Nesse caso, a tutela penal deve
proteger os bens jurídicos sob o ponto de vista coletivo.

QUESTÃO CESPE

Em relação ao tema concurso de pessoas no Código Penal Brasileiro (CPB), prevê o art.
29, in verbis prevê:

“Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na
medida de sua culpabilidade.” A teoria adotada pelo CPB
referente ao concurso de pessoas é a monística, admitindo-se a exceção pluralista à
teoria monista.
CORRETO

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b) Teoria Dualista: essa teoria pressupõe a divisão dos bens jurídicos em individuais e
coletivos, entretanto, nesse caso não há relação de superioridade ou inferioridade entre eles.
(QUESTÃO 2536)

Nessa discussão, cabe diferenciar os bens jurídicos em:

– Individuais: são aqueles cuja proteção recai na pessoa titular do bem jurídico, seja ele a
vida, o patrimônio ou a liberdade. Ex: a vida, a integridade física, a propriedade e a honra.

– Coletivos: são aqueles que representam os interesses da sociedade. Ex: a incolumidade


pública e a paz pública.

– Difuso: são aqueles bens jurídicos que se referem à sociedade em sua totalidade, de forma
abrangente. Essa espécie de bem não pode ser dividido em relação aos titulares. Ex: meio
ambiente, as relações de consumo, a saúde pública e a economia popular.

4. Classificação dos Crimes pela Doutrina

Conforme estudado, o próprio legislador estabelece algumas classificações para os crimes.


Contudo, a doutrina, por sua vez, não ficou para trás e classifica o crime da seguinte forma:

a) Crime Simples: é aquele que possui tipo penal único, protegendo apenas um único bem
jurídico.

TRADUÇÃO JURÍDICA

“Como assim prof.?”

Art. 155 – Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:

Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.


Nesse caso, o único bem jurídico protegido é o patrimônio da vítima.

b) Crime Qualificado: é aquele que traz uma circunstância a mais que altera ou complementa
o tipo penal, ou seja, o crime qualificado aumenta a pena da conduta típica;

TRADUÇÃO JURÍDICA

“Como assim prof.?”


Art. 155, § 4º – A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:

I – com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;


II – com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III – com emprego de chave falsa;
IV – mediante concurso de duas ou mais pessoas

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Nesse caso, uma vez cometido o crime mediante a ocorrência de uma ou mais circunstâncias
mencionadas, a pena do delito aumenta, isto é, essas circunstâncias tornam o crime mais
grave, majorando a sua punição.

c) Crime Privilegiado: é aquele que possui determinadas circunstâncias que tornam a pena
do tipo legal menos grave;

TRADUÇÃO JURÍDICA

“Como assim prof.?”

Art. 155, § 2º – Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode
substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar
somente a pena de multa.

Nesse caso, a gravidade do delito é diminuída em decorrência da existência de alguma


circunstância que justifique o privilégio.

d) Crime Complexo: é a fusão de dois ou mais tipos penais, resguardando dois ou mais bens
jurídicos, pode ser entendido em sentido estrito ou em sentido amplo: – Crime Complexo Puro
(stricto sensu): é aquele que reúne tipos penais distintos;

TRADUÇÃO JURÍDICA

“Como assim prof.?”

Art. 157, §1º – “Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega
violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a
detenção da coisa para si ou para terceiro.”
Nesse caso, além da violência e da ameaça que deve ser praticada pelo sujeito ativo, exige-se
dele o objetivo de assegurar a impunidade do delito ou a detenção do objeto, ou seja, faz-se
mister a prática de duas condutas tipicamente penais.

– Crime Complexo Impuro (lato sensu): é o crime que deriva da fusão de um crime com uma
circunstância por si só atípica. Nesse caso, a fusão desses elementos é necessária para a
caracterização do delito (Questão 317, 2537, 2538);

TRADUÇÃO JURÍDICA

“Como assim prof.?”

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19/04/2023, 08:52 TEORIA GERAL DO CRIME – HOTMART – Fórmula da Aprovação

Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de
investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra
alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente:

Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa.


Nesse caso, para que reste caracterizado o crime de denunciação caluniosa, além da ação
tipificada na legislação é necessária a circunstância da vítima ser inocente.

e) Crime Instantâneo: é aquele que possui consumação imediata, ocorrendo em um único


instante;

TRADUÇÃO JURÍDICA

“Como assim prof.?”

Art. 157 – Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de
resistência:

Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

ATENÇÃO: Súmula 582 do STJ: “Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do
bem mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em
seguida à perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo
prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada.”

f) Crime Permanente: é aquele crime cuja consumação não é imediata à ação, ou seja, se
prolonga no tempo em conformidade com a vontade do criminoso. Os crimes permanentes
podem ser identificados pelo verbo do núcleo do tipo, o qual permite uma constância
temporal, como: portar, manter, privar, ocultar (Questão 318).

TRADUÇÃO JURÍDICA

“Como assim prof.?”

Art. 148 – Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado:

Pena – reclusão, de um a três anos.

Nesse caso, para que se configure o crime de sequestro e cárcere privado faz-se necessário
que o indivíduo tenha sua liberdade privada por um período de tempo, se prolongando a
consumação delitiva.

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g) Crime Instantâneo de efeitos permanentes: nesse caso, a consumação ocorre em


momento determinado, porém, os seus efeitos são irreversíveis; (QUESTÃO 2539)

TRADUÇÃO JURÍDICA

“Como assim prof.?”

Art. 121. Matar alguém:

Pena – reclusão, de seis a vinte anos.

Nesse caso, uma vez morta a vítima do homicídio, não há o que se fazer. Desse modo, a
conduta ocorreu em um momento determinado, porém, os efeitos delitivos são inalteráveis
e permanentes.

4.1. Crime Militar

Os crimes militares são aqueles previstos nos arts. 9º e 10º do Código Penal Militar, vejamos:

Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:

I – os crimes de que trata êste Código, quando definidos de modo diverso na lei penal
comum, ou nela não previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposição especial;
II – os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação penal, quando praticados:
a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra militar na mesma situação ou
assemelhado;
b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em lugar sujeito à administração
militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;
c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão de natureza militar,
ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à administração militar contra militar da
reserva, ou reformado, ou civil;
d) por militar durante o período de manobras ou exercício, contra militar da reserva, ou
reformado, ou assemelhado, ou civil;
e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o patrimônio sob a
administração militar, ou a ordem administrativa militar; […]
III – os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado, ou por civil, contra as
instituições militares, considerando-se como tais não só os compreendidos no inciso I, como
os do inciso II, nos seguintes casos:
a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra a ordem administrativa militar;
b) em lugar sujeito à administração militar contra militar em situação de atividade ou
assemelhado, ou contra funcionário de Ministério militar ou da Justiça Militar, no exercício de
função inerente ao seu cargo;
c) contra militar em formatura, ou durante o período de prontidão, vigilância, observação,
exploração, exercício, acampamento, acantonamento ou manobras;
d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar em função de
natureza militar, ou no desempenho de serviço de vigilância, garantia e preservação da

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19/04/2023, 08:52 TEORIA GERAL DO CRIME – HOTMART – Fórmula da Aprovação

ordem pública, administrativa ou judiciária, quando legalmente requisitado para aquele fim,


ou em obediência a determinação legal superior.
§ 1º Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos por
militares contra civil, serão da competência do Tribunal do Júri.
§ 2º Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos por
militares das Forças Armadas contra civil, serão da competência da Justiça Militar da União,
se praticados no contexto:
I – do cumprimento de atribuições que lhes forem estabelecidas pelo Presidente da
República ou pelo Ministro de Estado da Defesa;
II – de ação que envolva a segurança de instituição militar ou de missão militar, mesmo que
não beligerante; ou
III – de atividade de natureza militar, de operação de paz, de garantia da lei e da ordem ou de
atribuição subsidiária, realizadas em conformidade com o disposto no art. 142 da
Constituição Federal e na forma dos seguintes diplomas legais:

a) Lei no 7.565, de 19 de dezembro de 1986 – Código Brasileiro de Aeronáutica


b) Lei Complementar no 97, de 9 de junho de 1999;
c) Decreto-Lei no 1.002, de 21 de outubro de 1969 – Código de Processo Penal Militar; e
d) Lei no 4.737, de 15 de julho de 1965 – Código Eleitoral.

Art. 10. Consideram-se crimes militares, em tempo de guerra:


I – os especialmente previstos neste Código para o tempo de guerra;
II – os crimes militares previstos para o tempo de paz;
III – os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual definição na lei
penal comum ou especial, quando praticados, qualquer que seja o agente:
a) em território nacional, ou estrangeiro, militarmente ocupado;
b) em qualquer lugar, se comprometem ou podem comprometer a preparação, a eficiência
ou as operações militares ou, de qualquer outra forma, atentam contra a segurança externa
do País ou podem expô-la a perigo;
IV – os crimes definidos na lei penal comum ou especial, embora não previstos neste Código,
quando praticados em zona de efetivas operações militares ou em território estrangeiro,
militarmente ocupado.

Os Crimes Militares podem ser classificados como:

a) Crime Militar Próprio: é aquele que se  encontra exclusivamente previsto no Código Penal
Militar e só pode ser cometido por militar;

b) Crime Militar Impróprio: é aquele que o civil também pode cometer;


 
4.2. Crime Habitual

QUESTÃO CESPE

O delito habitual é caracterizado por comportamentos idênticos e repetidos, que só se


perfazem em decorrência de uma ação reiterada.

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CORRETO

a) Crime Habitual Próprio: como o próprio nome aduz, o crime habitual é aquele que
pressupõe a prática de um conjunto de atos sucessivos, ou seja, a conduta do agente ocorre
reiteradas vezes. Nesse caso, o crime continua sendo apenas um crime, independentemente
de quantas vezes ocorrer;

TRADUÇÃO JURÍDICA

“Como assim prof.?”

Art. 284 – Exercer o curandeirismo:


I – prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância;
II – usando gestos, palavras ou qualquer outro meio;
III – fazendo diagnósticos:

Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Nesse caso, a conduta típica deve ser reiterada para que o delito reste caracterizado,
podendo, inclusive, constituir um estilo ou hábito de vida.

b) Crime Habitual Impróprio ou Acidentalmente Habitual: trata-se de um desdobramento


doutrinário, segundo o qual um único ato é capaz de consumá-lo. Nesse caso, a reiteração de
atos não constituiria delito autônomo, e sim mero desdobramento da habitualidade
(Questão 319).

TRADUÇÃO JURÍDICA

“Como assim prof.?”


LCB – Lei nº 7.492 de 16 de Junho de 1986

Define os crimes contra o sistema financeiro nacional, e dá outras providências.

Art. 4º Gerir fraudulentamente instituição financeira:

Pena – Reclusão, de 3 (três) a 12 (doze) anos, e multa.

Desse modo, uma vez ocorrida a fraude o crime está configurado. Porém, nesse caso ocorre
também a reiteração da conduta ilícita, que se prolonga até ser descoberta.

4.3. Crime Comissivo, Omissivo e de Conduta Mista

O Direito Penal protege determinados bens jurídicos proibindo condutas consideradas


desvaliosas. Vejamos:

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a) Crime Comissivo: é aquele que exige uma atuação positiva por parte do sujeito ativo, ou
seja, descumprindo a norma que descreve uma conduta de “não fazer”. Em outras palavras,
trata-se de uma conduta desvaliosa proibida pela norma incriminadora.

TRADUÇÃO JURÍDICA

“Como assim prof.?”

Art. 121, CPB – Matar alguém. Pena: 6 a 20 anos.

Nesse caso, o crime foi praticado por um comportamento ativo do agente, que agiu com a
intenção de matar a vítima.

b) Crime Omissivo: trata-se do crime que ocorre em razão da abstenção do agente, que
deveria ter realizado uma conduta, porém, não a praticou. Nesse caso, ocorre a não
realização de conduta que o agente estava juridicamente obrigado e que lhe era possível
fazer. O crime omissivo pode ser (Questão 320):

– Omissivo Próprio/Puro: é aquele cujo tipo penal descreve a omissão de um dever de agir,
traduzindo-se em uma norma penal mandamental. Nesse caso, para fins de consumação do
crime não é necessário a produção de um resultado naturalístico, uma vez que se trata de
delito de mera conduta (Questões 321, 322, 323, 324);

TRADUÇÃO JURÍDICA

“Como assim prof.?”

Art. 135 – Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança
abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e
iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:

Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.

Nesse caso, há somente a omissão de um dever de agir, não é necessário a produção de um


resultado naturalístico para que o crime se configure.

– Omissivo Impróprio ou Comissivo por Omissão: nesse caso, o tipo penal descreve um dever
de agir que visa evitar um resultado concreto. Nessa situação, o agente está na posição de
garante – ou garantidor – do resultado e, para a consumação do crime omissivo impróprio, é
necessário que haja um resultado material e, consequentemente, a presença de nexo causal
entre conduta omitida e o resultado (Questões 325, 326, 327, 328, 329, 330).

Art. 13 § 2º CP – A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia


agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:

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a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;


b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
(QUESTÃO 2540, 2541, 2542, 2543)

QUESTÃO CESPE

Tendo em conta o tipo penal do crime de homicídio (art. 121 do Código Penal: “Matar
alguém”), a mãe que intencionalmente deixa de amamentar a criança, causando-lhe a
morte por inanição, pratica um crime comissivo por omissão.

CORRETO

ATENÇÃO

Resultado naturalístico é aquele que modifica o mundo exterior, por exemplo: a morte de
uma pessoa é um resultado naturalisticamente comprovável

MACETE

Crime omissivo próprio: é aquele que você PRÓPRIO pode praticar, mesmo que não esteja na
posição de “garantidor”.

Crime omissivo impróprio: no alfabeto, a letra “I” de impróprio está mais próxima da letra “G”
de garantidor! Portanto, no crime omissivo impróprio o agente está na posição de
garantidor.

TRADUÇÃO JURÍDICA

“Como assim prof.? Caso uma enfermeira contratada para cuidar de um enfermo não lhe aplicar
os medicamentos na hora certa, provocando a sua morte, qual crime ela comete?”

Nesse caso, a enfermeira tinha o dever de cuidado para com o paciente, respondendo,
então, pelo crime de homicídio. Crime comissivo por omissão.

TRADUÇÃO JURÍDICA

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“Como assim prof.? Caso uma enfermeira contratada para cuidar de um enfermo não lhe aplicar
os medicamentos na hora certa, provocando a sua morte, qual crime ela comete?”

Nesse caso, a enfermeira tinha o dever de cuidado para com o paciente, respondendo,
então, pelo crime de homicídio. Crime comissivo por omissão.

TRADUÇÃO JURÍDICA

“Prof, e se o agente desconhece o dever de agir?”

Quando o agente, ERRONEAMENTE, acredita estar autorizado a livrar-se do dever de agir


para impedir o resultado, ele incide na prática do erro mandamental. Em outras palavras, o
erro recai sobre uma norma mandamental. É a hipótese da pessoa que vê a outra se afogar
no mar e se mantêm inerte por acreditar não ter o dever de agir, isto é, imagina que não tem
a obrigação de prestar socorro.

Porém, a doutrina diverge em relação das consequências dessa espécie de erro:

1ª corrente: o erro mandamental deve ser comparado ao erro de tipo;


2ª corrente: o erro mandamental deve ser comparado a erro de proibição;

Prevalece a 2ª corrente!

OMISSÃO PRÓPRIA

OMISSÃO IMPRÓPRIA

Dever de agir

Dever de agir para evitar o resultado

O dever de agir decorre do tipo

O dever de agir decorre de uma cláusula geral e não do próprio tipo incriminador

O agente responde pelo crime omissivo

Presente o dever jurídico de agir e evitar o resultado, o omitente responde por crime
comissivo por omissão

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c) Crime de Conduta Mista: é aquele cuja conduta exige tanto uma ação como uma omissão;

TRADUÇÃO JURÍDICA

“Como assim prof.?”

Art. 169, §único, II: quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente,
deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade
competente, dentro no prazo de 15 (quinze) dias.

Conforme a previsão do tipo penal, podemos verificar a existência de uma ação –


apropriação da coisa perdida – seguida de uma omissão – o agente não restitui ao dono.

4.4. Crime Monossubjetivo e Crime Plurissubjetivo


a) Crime Monossubjetivo ou Unissubjetivo: são aqueles que podem ser praticados por uma
única pessoa, entretanto, admite-se concurso de agentes, sob a forma de co-autoria e
participação. Ex: crime de homicídio.

b) Crime Plurissubjetivo: é aquele que é praticado por dois ou mais sujeitos variando
conforme a forma de execução. A pratica desse crime pode ser através de conduta paralela,
quando as ações dos sujeitos se desenvolvem em colaboração; de condutas divergentes,
quando iniciam sem auxílio mútuo, mas se encontram ao final; ou de condutas convergentes,
quando partem de pontos opostos e desenvolvem-se uma contra a outra (Questão 331).
 
4.5. Crime Unissubsistente e Crime Plurissubsistente

a) Crime Unissubsistente: é aquele que se efetiva com a prática de um só ato;

TRADUÇÃO JURÍDICA

“Como assim prof.?”


Art. 331 – Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela:

Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

Nesse caso, não ocorre o fracionamento da conduta!

b) Crime Plurissubsistente: esse crime se consuma com uma sequência de atos;

TRADUÇÃO JURÍDICA

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“Como assim prof.?”

Art. 157 – Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de
resistência:

Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

Nesse caso, o crime se consuma desde que comprovado a ocorrência de vários atos –
subtração da coisa + violência/ameaça.

QUESTÃO FCC

Diz-se crime tentado quando ele não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do
agente, após iniciada a execução

CORRETO

4.6. Crime Consumado, Crime Tentado e Crime Exaurido

a) Crime Consumado: trata-se do crime que ocorre quando nele se reúnem todos os
elementos de sua definição legal, ou seja, se aquilo que está descrito no tipo penal ocorrer
no caso concreto, o crime se caracteriza como consumado (Questões 332, 333, 334, 335);

TRADUÇÃO JURÍDICA

“Como assim prof.?”


O artigo 121 do Código Penal preceitua: “Matar alguém”. Se João matar alguém, ele comete
homicídio simples, pois os elementos previstos na lei foram cumpridos.

b) Crime Tentado: é aquele em que, quando iniciada a execução, não se consuma por
circunstâncias alheias à vontade do agente (Questões 336, 337, 338, 339, 2544, 2545, 2546,
2547, 2548);

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FICA A DICA

ELEMENTOS DA TENTATIVA

1) Início da execução;
2) Não ocorre a consumação do delito por circunstâncias alheias à vontade do agente;
3) Dolo de consumação;
4) Resultado possível;

c) Crime Exaurido: é aquele delito no qual o agente alcança o resultado material que
desejava, além do próprio resultado que consuma o delito.

TRADUÇÃO JURÍDICA

“Como assim prof.?”


Vejamos o exemplo do crime de extorsão: este crime se consuma com o constrangimento da
vitima, porém, o exaurimento do delito se dá quando o agente obtém a vantagem econômica
pretendida.

4.7. Crime Material, Formal e de Mera Conduta

a) Crime Material: é aquele delito que depende de um resultado naturalístico para que seja
consumado. Esse resultado está descrito na própria norma penal, sendo indispensável a sua
ocorrência para a consumação delitiva (Questões 340, 341);

TRADUÇÃO JURÍDICA

“Como assim prof.?”


Art. 121 CP – Homicídio.
Faz-se necessário a morte da vítima para a sua consumação.

b) Crime Formal: trata-se do crime que se consuma independentemente do resultado


naturalístico, uma vez que a intenção do agente é presumida no seu próprio ato. Nesse caso,
o resultado naturalístico é dispensável para a consumação delitiva;

TRADUÇÃO JURÍDICA

“Como assim prof.?”

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Art. 289 – Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso


legal no país ou no estrangeiro: Pena – reclusão, de três a doze anos, e multa.

Nesse caso, a falsificação da moeda já é suficiente para a caracterização do delito, ainda que
esta moeda não venha circular na sociedade.

c) Crime de Mera Conduta: trata-se o resultado para se consumar, pois a própria conduta do
agente, por si só, já configura o crime;

TRADUÇÃO JURÍDICA

“Como assim prof.?”

Art. 150 – Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade


expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências.

Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.

Nesse caso, não se exige que ocorra nenhum resultado naturalístico, sendo punida a simples
conduta de entrar em casa alheia clandestinamente. O crime formal produz resultado, mas
independentemente do resultado há crime. No crime de mera conduta, por sua vez, não se
exige que ocorra nenhum resultado naturalístico

QUESTÃO FEPESE

Em matéria de Direito Penal, ocorre crime doloso quando o agente assumiu o risco de
produzir o ato.

CORRETO

4.8. Crime Doloso, Culposo e Preterdoloso

a) Crime Doloso: é aquele crime no qual o agente quis o resultado ou assumiu o risco de
produzi-lo. Desta forma, o dolo pode ser direto ou indireto, sendo o primeiro aquele no qual
o agente DESEJA a ocorrência do resultado, e o segundo quando o agente assume o risco de
produzir o resultado lesivo (Questões 342, 343, 344, 345, 346, 347, 2549);

TRADUÇÃO JURÍDICA

“Como assim prof.?”

Pedrinho dá um tiro em Zezinho com o objetivo de matá-lo, agindo dolosamente.

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Agora vamos dizer que Pedrinho pegou um revólver, retirou a metade dos projéteis, colocou
contra a cabeça de Zezinho e disse que vai brincar de roleta-russa, acabou apertando o
gatilho e matou Zezinho. Nesse caso, Pedrinho pode até não ter tido a intenção de matar,
mas assumiu o risco de fazê-lo e, por isso, terá agido dolosamente (dolo eventual).

b) Crime Culposo: é aquele crime que ocorre quando o agente deu causa ao resultado por
imprudência, negligência ou imperícia (Questões 348, 349, 350, 351, 352, 353, 354, 355, 2550,
2551, 2552, 2553).

FICA A DICA:

Não é admitido coautoria e participação em crime culposo (Questão 356).

Art. 18 – Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)


Crime doloso (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I – doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; (Incluído


pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Crime culposo (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II – culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou


imperícia. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Parágrafo único – Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato
previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. (Incluído pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)

TRADUÇÃO JURÍDICA

“Como assim prof.?”

Mariazinha deixou seu revólver cair da bolsa sem querer e, ao bater no chão, ele disparou e
matou Rosinha. Nesse caso, ela não desejou e nem assumiu o risco de matar Rosinha, mas
agiu com imprudência, pois ninguém deveria andar com uma arma destravada em uma
bolsa.

c) Crime Preterdoloso: trata-se do crime previsto no artigo 19 do Código Penal, no qual o


agente pratica uma conduta dolosa menos grave, entretanto, sua ação gera um resultado
danoso mais grave do que o pretendido, na forma culposa (Questão 357, 2554, 2555).

TRADUÇÃO JURÍDICA

“Como assim prof.?”

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Art. 129, § 3º – Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o
resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo:

Pena – reclusão, de quatro a doze anos.

Diminuição de pena
Art. 19 – Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o
houver causado ao menos culposamente.

4.9. Crime de Dano e Crime de Perigo

a) Crime de Dano: é aquele em que ocorre verdadeira lesão ao bem jurídico tutelado pela
norma típica para que ocorra a consumação delitiva;

TRADUÇÃO JURÍDICA

“Como assim prof.?”

Art. 121 CP – Homicídio.

b) Crime de Perigo: é aquele delito que se consuma com a simples ameaça de lesão ao bem
jurídico tutelado pelo direito penal. Pode ser classificado como:

– Crime de Perigo Concreto: nesse caso, há de se provar que o perigo efetivamente ocorreu,
colocando em risco concreto o bem jurídico tutelado. Portanto, deve ser demonstrado o risco
para pessoa certa e determinada. Ex: periclitação de vida e da saúde;

– Crime de Perigo Abstrato: o tipo penal descreve uma conduta e pressupõe que o bem
jurídico será exposto ao risco. Ou seja, ocorre uma presunção absoluta, uma vez que a
própria norma proíbe o comportamento considerado perigoso. Ex: omissão de socorro
(Questões 358, 359, 360).

ATENÇÃO

Parte da doutrina que acredita que o crime de perigo abstrato viola os princípios da
lesividade e ampla defesa. Entretanto, o STF entende que a criação dessa espécie de crime
representa uma proteção eficiente do Estado!

– Crime de Perigo Abstrato de Perigosidade Real: o perigo advindo da conduta deve ser
comprovado, porém, dispensa risco para pessoa certa e determinada;

– Crime de Perigo Individual: expõem a risco o interesse de uma só pessoa ou de grupo


limitado de pessoas. Ex: perigo de contágio venéreo;

– Crime de Perigo Comum: expõem a risco o interesse de número indeterminado de pessoas.


Ex: Incêndio;

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QUADRO-RESUMO
Infração Penal

– Formal (formal sintético): segundo esse aspecto, crime é toda conduta proibida em lei
traduzida por meio de uma norma penal incriminadora;
– Material (ou substancial): crime é a conduta de um indivíduo que provoca lesão ou
ameaça de lesão a um bem jurídico tutelado pelo Direito Penal;
– Analítico (dogmático ou formal analítico): entende o crime como fato típico, antijurídico e
culpável, adotando a Teoria Tripartida.

Contravenção Penal

“Art. 2º A lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território nacional.”


“Art. 4º Não é punível a tentativa de contravenção”.

Sujeitos do Crime

a) Sujeito Ativo: é aquele que, de forma direta ou indireta, realiza a conduta descrita no
tipo penal como infração, podendo ser qualquer pessoa maior de 18 (dezoito) anos. Insta
salientar que somente seres humanos podem praticar crimes, sendo que os seres
inanimados e os mortos não podem ser sujeitos passivos de uma empreitada criminosa.
Ademais, os animais podem ser instrumentos da ação criminosa de alguém, mas não
praticam, por si mesmos, crimes.

b) Sujeito Passivo: em uma relação jurídica penal, o sujeito passivo sofre uma ação ou
sujeição pelo sujeito ativo. Nesse caso, o crime é praticado em seu desfavor, sendo ele o
prejudicado. O sujeito passivo pode ser qualquer pessoa, seja ela física ou jurídica, ou até
mesmo aquele ente que não possui personalidade jurídica própria.

Tipos de Crime

– Crime Consumado: ocorre quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição
legal, ou seja, se aquilo que está descrito no tipo penal ocorrer no caso concreto o crime
se caracteriza como consumado.

– Crime Tentado: é aquele em que, quando iniciada a execução, não se consuma por
circunstâncias alheias à vontade do agente.

– Crime Doloso: é aquele crime em que o agente quis o resultado ou assumiu o risco de
produzi-lo. Desta forma, o dolo pode ser direto ou indireto, sendo o primeiro aquele que
no qual o agente DESEJA a ocorrência do resultado; e o segundo quando o agente ASSUME
O RiSCO de produzir o resultado lesivo;

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19/04/2023, 08:52 TEORIA GERAL DO CRIME – HOTMART – Fórmula da Aprovação

– Crime Culposo: é aquele crime que ocorre quando o agente deu causa ao resultado por
imprudência, negligência ou imperícia.

FRASES PODEROSAS

RESPONDE A % DAS QUESTÕES DE PROVA

Sujeito Ativo: é aquele que, de forma direta ou indireta, realiza a conduta descrita no tipo
penal como infração, podendo ser qualquer pessoa maior de 18 (dezoito) anos. Cumpre
destacar que somente seres humanos podem praticar crimes, sendo que os seres
inanimados e os mortos não podem ser sujeitos passivos de uma empreitada criminosa.
Ademais, os animais podem ser instrumentos da ação criminosa de alguém, mas não
praticam, por si mesmos, crimes.

8%

Crime de mão própria: é aquele crime que só pode ser praticado por um agente que
possua uma característica em específico, ou seja, trata-se de infração penal de conduta
infungível, não se admitindo coautoria.

5%

O sujeito passivo formal do delito: refere-se ao Estado, como sujeito responsável pela
tipificação penal e identificação dos bens jurídicos que devem ser tutelados pelo Direito
Penal, de modo a garantir a harmonia social.

3%

Crime Doloso: é aquele crime em que o agente quis o resultado ou assumiu o risco de
produzi-lo. Desta forma, o dolo pode ser direto ou indireto, sendo o primeiro aquele no
qual o agente DESEJA a ocorrência do resultado; e o segundo quando o agente assume o
risco de produzir o resultado lesivo.

4%

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Crime de Perigo Abstrato: o tipo penal descreve uma conduta e pressupõe que o bem
jurídico será exposto ao risco. Ou seja, ocorre uma presunção absoluta, pois que a própria
norma proíbe o comportamento considerado perigoso. Ex: omissão de socorro

2%

Crime Consumado: ocorre quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição
legal, ou seja, se aquilo que está descrito no tipo penal, ocorrer no caso concreto, o crime
se caracteriza como consumado.

8%

Crime Tentado: é aquele em que, quando iniciada a execução, não se consuma por
circunstâncias alheias à vontade do agente.

7%

Crime Culposo: é aquele crime que ocorre quando o agente deu causa ao resultado por
imprudência, negligência ou imperícia.

13%

TOTAL

50%

FLASHCARDS

 O conceito de infração penal pode ser compreendido sob quais aspectos?

Conceito de infração penal:


a) Formal (formal sintético): conforme esse aspecto, o crime é toda conduta proibida em lei
que se traduz por meio de uma norma penal incriminadora;
b) Material (ou substancial): crime é a conduta de um indivíduo que provoca lesão ou ameaça
ao bem jurídico tutelado pelo Direito Penal;
c) Analítico (dogmático ou formal analítico): de acordo com o critério analítico, a infração

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penal é definida como fato típico e antijurídico. Trata-se da Teoria Bipartida, que contraria a
maioria doutrinária, uma vez que esta última entende crime como fato típico, antijurídico e
culpável, adotando a Teoria Tripartida.

 Em relação ao benefício da suspensão condicional da pena, qual é a diferença entre os


crimes e as contravenções penais?

A Suspensão Condicinal da Pena – SURSIS é um benefício penal que promove a suspensão da


pena privativa de liberdade imposta sob determinadas condições. São requisitos para a
concessão do sursis: sentença condenatória a pena privativa de liberdade não superior a 02
(dois) anos; impossibilidade da substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de
direitos; não reincidência em crime doloso e circunstâncias judiciais favoráveis.

a) Crimes: o período de prova para a suspensão é de 2 (dois) a 4 (quatro) anos;


b) Contravenções: a Lei de Contravenções Penais, por sua vez, determina o prazo de 1 (um) a
3 (três) anos.

 O que significa crime de mão própria?

Crime de Mão Própria: é aquele crime que só pode ser praticado por um agente que possua
uma característica em específico, ou seja, é infração penal de conduta infungível, não se
admitindo coautoria;

 Quais as características do crime comissivo por omissão?

Omissivo Impróprio ou Comissivo por Omissão: nesse caso, o tipo penal descreve um dever
de agir que visa evitar um resultado concreto. Nessa situação, o agente está na posição de
garante – ou garantidor – do resultado. Para a consumação do crime omissivo impróprio, é
necessário que haja um resultado material e, consequentemente, a presença de nexo causal
entre conduta omitida e o resultado.

 Qual é a diferença de dolo direto e dolo indireto?

Crime Doloso: é aquele crime no qual o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-
lo. Desta forma, o dolo pode ser direto ou indireto, sendo o primeiro aquele que o agente
DESEJA a ocorrência do resultado; e o segundo quando o agente ASSUME O RISCO de
produzir o resultado lesivo;

 Distinga crime de perigo concreto e crime de perigo abstrato?

Crime de Perigo: é aquele delito que se consuma com a mera ameaça de lesão ao bem
jurídico protegido pelo tipo penal. Pode ser classificado como:
• Crime de Perigo Concreto: nesse caso, há de se provar que o perigo efetivamente ocorreu,
colocando em risco concreto o bem jurídico tutelado. Ex: periclitação de vida e da saúde;
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• Crime de Perigo Abstrato: o tipo penal descreve uma conduta e pressupõe que o bem
jurídico será exposto ao risco. Ou seja, ocorre uma presunção absoluta, uma vez que a própria
norma proíbe o comportamento considerado perigoso. Ex: omissão de socorro

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